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ESÔFAGO É uma estrutura tubular, musculomembranosa e com peristaltismo que se estende do músculo cricofaríngeo até o cárdia do estômago. É dividido, topograficamente, em 3 regiões: • Cervical: dorsalmente à traquéia • Entrada do tórax: lateralmente à esquerda à traquéia • Tórax: dorsalmente à traquéia até a carina e discretamente à esquerda junto ao diafragma até o cárdia MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS PARA ALTERAÇÕES NO ESÔFAGO • Regurgitação • Sialorréia • Odinofagia • Disfagia, anorexia e emagrecimento • Tosse e distrição respiratória TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS: RAIO-X SIMPLES O esôfago, em situação de normalidade, não é visto no RX por ser um órgão colabado. Sua visualização, além do uso do contraste, é apenas quando com alimento, corpo estranho ou ar. A projeção eletiva é a LL. ESÔFAGOGRAMA Sulfato de bário: • Contraste eletivo para o sistema digestório, pois gera boa imagem, é viscoso e é não-absorvível Compostos de iodo: • Baixa visualização e muito absorvível. Usado apenas para casos ou suspeitas de perfuração esofágica DOENÇAS ESOFÁGICAS: 1 - CORPOS ESTRANHOS Corpos estranhos fazem com que o sentido anatômico normal do esôfago mude. As alterações no sentido do esôfago geralmente são encontradas em 3 pontos: • Entrada do tórax (alteração no sentido pela curva anatômica) • Base do coração (diminuição da distensão) • Hiato (alteração no sentido pela curva anatômica) ASPECTOS RADIOGRÁFICOS • Desvio ventral à traquéia • Alterações na radiopacidade (radiopacos ou radiotransparentes) • Falha no preenchimento do contrate • Perfuração esofágica CLÍNICA COMPLEMENTAR AO DIAGNÓSTICO II IMAGEM 2 - MEGAESÔFAGO É a principal causa de regurgitação através da boca ou narinas. A motilidade esofágica encontra- se diminuída ou ausente, resultando no acúmulo e na retenção de alimento e líquido no esôfago. • Megaesôfago congênito: hipomotilidade por defeito na inervação aferente vagal • Megaesôfago adquirido: esôfago dilatado, resultante da ausência de contrações peristálticas • Megaesôfago secundário: qualquer condição que provoque o rompimento do reflexo nervoso, controlador da deglutição, ou que afete o funcionamento do músculo esofágico, como HAC e hipotireoidismo ASPECTOS RADIOGRÁFICOS: RX SIMPLES • Dilatação esofágica total • Desvio ventral da traquéia e coração • Pode ocorrer a opacificação pulmonar por PPA ESÔFAGOGRAMA • Revela a extensão da dilatação • Retenção intraluminal do contraste • Pouco contraste progride ao estômago 3 - ANOMALIAS DO ANEL VASCULAR As anomalias dos anéis vasculares são alterações congênitas provocadas por defeitos na embriogênese dos arcos aórticos, o mais comum é a persistência do arco aórtico direito (PAAD). Ela ocorre quando o arco aórtico direito persiste ao invés do quarto arco aórtico esquerdo que formaria a aorta, o ducto venoso desenvolve-se do lado esquerdo, havendo assim a formação de uma faixa passando sobre o esôfago, conectando a artéria pulmonar principal e a aorta em posição anômala. A presença destas más formações ocasiona uma compressão extraluminal esofágica ao nível da base cardíaca. ASPECTOS RADIOGRÁFICOS • Dilatação esofágica segmentar (cranial ao coração) • Desvio ventral da traquéia 4 - MASSAS ESOFÁGICAS Surgimento de neoplasias no esôfago (raro) ou por granuloma parasitário por Spirocerca lupi (cães). ASPECTOS RADIOGRÁFICOS • Aumento da radiopacidade entre o coração e o diafragma • Alterações do trajeto esofágico • Falhas do preenchimento luminal • Espondilite CAVIDADE TORÁCICA Os exames radiográficos do tórax são usados para avaliação cardíaca, pulmonar, espaço pleural, arcabouço torácico e mediastino. É importante o ajuste da máquina para ↑Kv e ↓mAs para melhor imagem torácica (o enegrecimento do filme diminui). Toda radiográfica de tórax deve ser feita, pelo menos, de 2-3 imagens em posicionamentos diferentes. 2 projeções ortogonais (LLD/LLE e VD/DV). É importante também a imagem ser feita no momento da inspiração para melhor qualidade. VARIAÇÕES DOS ASPECTOS RADIOGRÁFICOS NORMAIS DE TÓRAX: 1 - CÃO X GATO A maioria dos gatos têm o mesmo tamanho/peso, sendo muito similar as radiografias. Diferenciar a radiografia da espécie pelo esterno. 2 - TIPO DE TÓRAX NOS CÃES 3 - INSPIRAÇÕE X EXPIRAÇÃO Cão Gato Tórax profundo (Doberman e Galgo) Tórax barril (Dashund) Tórax mediano (Cocker) Inspiração Expiração ALTERAÇÕES RADIOGRÁFICAS: TRAQUÉIA A traqueia, na radiografia normal, se encontra sem desvio, se afastando da coluna vertebral e passando pela base do coração. 1 - COLAPSO DE TRAQUÉIA O colapso de traqueia é uma enfermidade degenerativa progressiva. Esta doença é descrita com maior frequência em cães de pequeno porte (toy). O estreitamento do lúmen traqueal ocorre devido o achatamento dos anéis cartilaginosos e/ou flacidez da membrana dorsal da traqueia, consequentemente animais com esta patologia apresentarão comumente sinais clínicos como dispneia “tosse de ganso”. O colapso pode estar localizado na porção cervical, torácica ou ambas. No momento inspiratório o colapso traqueal é cervical por conta do efeito de pressão negativa e, no momento expiratório, torácico. ASPECTOS RADIOGRÁFICOS • Estreitamento do lúmen da traquéia MEDIASTINO O mediastino é uma das três cavidades em que está dividida a cavidade torácica. É uma cavidade que fica entre os pulmões, na qual se encontra o coração e grandes vasos. • Mediastino cranial (cranial ao coração) • Mediastino médio (onde está o coração) • Mediastino caudal (caudal ao coração) 1 - PNEUMOMEDIASTINO Pneumomediastino caracteriza-se pelo acúmulo de ar dentro do espaço mediastinal, realçando órgãos ao redor e indica processos patológicos. Em relação às causas mais frequentes de pneumomediastino em cães e gatos, traumas torácicos, intubação endotraqueal com ventilação positiva, feridas penetrantes, corpo estranho e pneumonias com ruptura alveolar estão entre as principais etiologias. ASPECTOS RADIOGRÁFICOS • Presença de ar no mediastino • Realce de órgãos adjacentes ao mediastino https://pt.wikipedia.org/wiki/Cavidade_tor%C3%A1cica ESPAÇO PLEURAL É uma membrana dupla que reveste o pulmão. A pleura parietal reveste o caixa torácica, enquanto que a pleura visceral reveste os pulmões. No espaço pleural (espaço entre as pleuras) contém uma pequena quantidade de líquido lubrificante que reduz o atrito entre os folhetos durante a respiração. Em situações de normalidade, a pleura não é visível no exame radiográfico. Pode ser visualizado discreta quantidade de líquido no espaço pleural (fluído pleural). 1 - EFUSÃO PLEURAL É o acúmulo de líquido no espaço pleural. Se desenvolve quando alguma doença altera as forças que controlam a formação e absorção do líquido pleural. Alterações nas pressões (hidrostática e oncótica) e na permeabilidade vascular ou linfática podem aumentar a produção de líquido pleural e/ou diminuir sua absorção, resultando em efusão pleural. Além disso, traumas, coagulopatias e erosões em vasos por tumores ou processos infecciosos podem causar uma efusão pleural hemorrágica. O sinal clínico mais comumente observado é a dispneia, embora a taquipneia, cianose, respiração oral também ocorram. ASPECTOS RADIOGRÁFICOS • Aumento da radiopacidade • Baixa nitidez da silhueta cardíaca • Visualização das fissuras interlobulares2 - PNEUMOTÓRAX O pneumotórax é o acúmulo de ar entre as pleuras parietal e visceral, levando ao aumento da pressão intratorácica, com colapso do tecido pulmonar ipsilateral, resultando em grave anormalidade da relação ventilação-perfusão, redução da capacidade vital, do volume-minuto e do retorno venoso, levando à hipóxia por aumento do shunt pulmonar. Pode ser traumático, iatrogênico ou espontâneo e a forma traumática é a mais comum em cães. O pneumotórax pode ser fechado ou aberto; no primeiro caso (o tipo mais comum), o ar escapa do pulmão ou da via aérea lesionados para o interior do espaço pleural; no pneumotórax aberto, o ar entra no espaço pleural através de um ferimento aberto na parede torácica. ASPECTOS RADIOGRÁFICOS • Diminuição do tamanho normal dos pulmões • Coração elevado acima do esterno. “Coração flutuante” • Ar pleural livre DIAFRAGMA O diafragma é um órgão músculo-membranoso que separa o tórax do abdômen, que em sinergia com os músculos intercostais promovem os movimentos respiratórios. 1 - HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA A ruptura diafragmática ou hérnia diafragmática é caracterizada pelo deslocamento de alguns órgãos abdominais de sua topografia normal para o interior da cavidade torácica. Esse tipo de hérnia se enquadra nas hérnias falsas, quando as vísceras estão soltas no espaço pleural. Usar contraste de sulfato de bário para confirmação. ASPECTOS RADIOGRÁFICOS • Perda da continuidade do diafragma com baixa visualização do mesmo • Ausência de imagem da cúpula diafragmática • Aumento da radiopacidade em tórax (estruturas anormais na região) 2 - HÉRNIA PERITONEOPERICARDICA As hérnias peritoneopericárdicas são resultantes de defeitos no desenvolvimento do diafragma e pericárdio. Os órgãos mais encontrados no saco pericárdico são: fígado, ligamento falciforme, omento, baço, intestino delgado e, raramente, estômago. Pode não ocorrer alteração patológica apreciável nos órgãos torácicos ou nos órgãos herniados de alguns animais, que permanecem assintomáticos, e o defeito pode ser diagnosticado acidentalmente. Eventualmente, os órgãos herniados podem sofrer encarceramento, obstrução ou estrangulamento, podendo resultar em efusão e, ocasionalmente, o estômago pode timpanizar dificultando o retorno venoso. ASPECTOS RADIOGRÁFICOS • Aumento da silhueta cardíaca e de perfil arredondado • Traquéia elevada • Presença de alças intestinais repleta de gás ou fezes ao redor da silhueta cardíaca • Presença de estruturas abdominais no saco pericárdico PULMÃO Os pulmões, normalmente cheios de ar, proporcionam bom contraste para a visualização das estruturas intratorácicas. Realizar de 2-3 projeções LL/VD/DV. A radiografia do pulmão é também utilizada como controle radiográfico (metástase ou outras complicações). A radiografia do tórax deve ser feita no final da inspiração, proporcionando melhor evidência das estruturas radiopacas diante da radiotransparente do ar, como a imagem radiopaca dos vasos pulmonares e do mediastino com coração e grandes vasos Na imagem radiográfica dos pulmões normais não estão evidentes os espaços aéreos, como brônquios, bronquíolos ou alvéolos, mas uma imagem radiolucente homogênea, distinguindo-se apenas os vasos pulmonares que se apresentam radiopacos. Estes vasos são vistos como linhas convergentes em pares e de menor calibre na periferia do tórax ou como pontos radiopacos que vão diminuindo de tamanho da região do hilo à periferia. ALTERAÇÕES RADIOGRÁFICAS - AUMENTO DA RADIOPACIDADE NOS CAMPOS PULMONARES: 1 - PADRÃO INTERSTICIAL O parênquima pulmonar é muito fino, predominando na radiografia a imagem radiotransparente do ar contido nos espaços aéreos. Quando alguma afecção faz com que o parênquima se torne espesso ou edemaciado (acúmulo de líquido) ou, ainda, com formações nodulares, este passa a ser evidente. Pneumonia viral, pneumonia micótica, edema intersticial (fase inicial do edema pulmonar) e neoplasia ou metástases pulmonares, determinam o padrão intersticial. Pacientes senis possuem órgãos mais fibrosados, fazendo com que o interstício fique mais evidente. 2 - PADRÃO BRONQUIAL Um padrão brônquico ocorre quando a espessura da parede brônquica é aumentada pela infiltração de fluidos ou células, ou quando o ar no espaço peribrônquico foi substituído por células ou fluidos. O aumento da radiopacidade associado ao maior teor de fluido ou celularidade dentro ou ao redor do brônquio resulta em uma maior identificação radiográfica da árvore brônquica. Radiograficamente, isso se manifesta como um número aumentado de “sombras em anéis”, ou um maior número de linhas paralelas, denominadas por alguns como “trilhos de trem”. Um aspecto importante na identificação de um padrão brônquico é a compreensão de que o número de sombras em anel e trilhos de trem está aumentado em relação a uma distribuição normal. Os brônquios, assim como o parênquima pulmonar, não se distinguem na imagem radiográfica. O padrão bronquial é dividido em bronquite aguda, bronquite crônica ou senilidade. BRONQUITE AGUDA Ocorre a diminuição do lúmen brônquico e aumento da parede brônquica BRONQUITE CRÔNICA (BRONQUIECTASIA) Dilatações brônquicas, também denominadas bronquiectasias, são comumente decorrentes de infecções e inflamações crônicas, que resultam em aumento do lúmen brônquico (principalmente na periferia do pulmão) e aumento da parede brônquica por infiltração de componentes inflamatórios e em destruição da camada elastina da parede. 3 - PADRÃO ALVEOLAR Um padrão pulmonar alveolar é criado quando o ar no interior do alvéolo for substituído por um material com uma maior densidade física; consequentemente, aumentando a radiopacidade do pulmão. Isso não se aplica a uma formação se desenvolvendo no interstício que preenche ou invade o pulmão adjacente, mas sim à presença de um material líquido no alvéolo substituindo o ar alveolar. Os materiais comuns que se acumulam nos alvéolos e criam um padrão alveolar são os exsudatos, hemorragia e fluido de edema. BRONCOGRAMAS AÉREOS É definido como um brônquio preenchido por ar, atravessando uma região de pulmão anormal, em que o ar alveolar foi substituído por exsudato, hemorragia ou fluido de edema. Os requisitos críticos para a visualização do broncograma aéreo são, o ar dentro do brônquio não foi substituído por células ou fluido e a extensão da substituição do ar nos alvéolos foi grande o suficiente para proporcionar uma opacidade de fundo adequada. Sob essas circunstâncias, os brônquios preenchidos por ar aparecem radiotransparentes em relação à opacidade aumentada do pulmão, que está anormalmente opacificado. Não é possível ver a parede dos brônquios. PNEUMONIAS É uma infecção que ocorre pelas vias respiratórias, instalando-se o agente na luz destas vias, determinando produção de secreção. Neste caso o padrão pulmonar será o alveolar, que se distribuirá nas regiões ventral e cranial ou, o que é mais comum, em maior concentração a partir do hilo (região hilar), podendo afetar um lobo mais que outros. O padrão é organizado de forma assimétrica. EDEMA PULMONAR Usualmente associado com insuficiência cardíaca esquerda, determina o padrão pulmonar alveolar. Broncograma aéreo é observado, em geral. É comum. O edema se distribui também na região hilar e caudal e de forma simétrica. HEMORRAGIA Geralmente está na localização do trauma. CORAÇÃO No RX não é possível visualizar as câmaras do coração, apenas a silhueta cardíaca. O RX ainda não informa sobrevolume, cavidade ou espessura das paredes. As projeções recomendadas: LL-VD. A imagem cardíaca normal em projeção DV apresenta a borda direita mais arredondada e a esquerda mais aplainada. O eixo do coração é dirigido para o lado esquerdo, ficando a base do mesmo sobre a linha média e o ápice à esquerda desta. Em projeção lateral, o ápice cardíaco toca ligeiramente ou nem alcança o esterno. Neste posicionamento a traquéia, componente do sistema respiratório, que aparece como uma estrutura radiolucente proveniente da região cervical direcionando-se à base do coração, forma um ângulo agudo com a coluna torácica. CARACTERÍSTICAS DAS ESPÉCIAS O formato cardíaco varia nas diferentes raças, sendo mais estreito e posicionado mais verticalmente nas raças de tórax profundo e mais arredondado e em contato com o esterno nas raças de tórax cilíndrico. Cães jovens, até em torno dos 6 meses, têm o tamanho cardíaco maior em relação ao tórax, quando comparado aos adultos. O coração do animal idoso encosta mais no esterno pelo afrouxamento dos ligamentos cardíacos. O coração de gato é relativamente menor que o de cão e está posicionado mais obliquamente, dentro da caixa torácica. É importante lembrar de fazer a imagem sempre na fase inspiratória. Na fase expiratória a caixa torácica se encontra menor pela dilatação pulmonar, dando a impressão de que o coração está aumentado. MENSURAÇÃO CARDÍACA: EIXO CRANIO-CAUDAL • Cão: 2,5-3,5 EIC • Gato: 2,0-2,5 EIC EIXO APICOBASILAR • 70% da distância do esterno à coluna vertebral (posição da traquéia) • Deve ocupar 2/3 do tórax. SISTEMA DE ESCALA VERTEBRAL (VHS) Avaliação tamanho do coração em relação à unidade de vértebra torácica, e compara as dimensões cardíacas aos comprimentos das vértebras torácicas. Neste método, os comprimentos do eixo curto e longo do coração são medidos e comparados ao comprimento dos corpos vertebrais dorsais ao coração, iniciando em T4, a fim de quantificar o tamanho do coração. 1 - DILATAÇÃO CARDÍACA Não é possível visualizar as câmaras cardíacas e nem, ao certo, distinguir quais porções cardíacas (átrio ou ventrículo) estão dilatas. Portanto, no diagnóstico, é apenas descrito o aumento da topografia cardíaca, sendo ela direita ou esquerda. 2 - DILATAÇÃO CARDÍACA GENERALIZADA É sugestivo para efusão pericárdica. A efusão pericárdica surge, na maioria dos casos, por hemorragia intrapericárdica, com ou sem reação pericárdica secundária, associada à trauma, neoplasia ou idiopática. CAVIDADE ABDOMINAL Ao avaliar-se o abdome como um todo, deve-se considerar tamanho, densidade e localização de cada órgão, bem como o conteúdo e o grau de repleção das vísceras ocas. O animal não precisa estar necessariamente bem posicionado na imagem de RX, lembrar que quase todas as estruturas do abdome possuem a mesma radiopacidade. TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS A posição de eleição é LL/VD. Na VD utilizar a posição “frog leg”. A radiografia compressiva é utilizada para esclarecer algum achado duvidoso que foi confirmado devido à sobreposição. Aplicar uma compressão suave na região a fim de deslocar os órgãos sobrepostos na área de projeção, fornecendo uma visão mais clara. Gastrograma é a técnica contrastada do estômago e jejuno. É feito pela suspensão com sulfato de bário por VO. O enema de bário é o exame contrastado do cólon/reto. DOENÇAS: 1 - PNEUMOPERITÔNIO É a presença de ar na cavidade abdominal. Pode ser uma condição patológica, devida à perfuração de vísceras ocas. ESTÔMAGO Este órgão localiza-se na porção cranial do abdome, aparecendo parcialmente sobreposto ao fígado nas radiografias. Ao exame simples, pode ser facilmente identificado por conter, usualmente, gás no seu lúmen. Em posição VD, no cão, cárdia e região fúndica do estômago estão localizados à esquerda da linha média, ficando a região pilórica à direita. No gato, o estômago está localizado em sua totalidade no lado esquerdo, tendo o piloro na linha média. Na projeção lateral, dependendo do decúbito, a coleção de gás que tende a subir, se localizará na região fúndica (decúbito direito) ou na pilórica (decúbito esquerdo). DOENÇAS: 1 - DILATAÇÃO GÁSTRICA O estômago apresenta-se distendido, permanecendo o piloro em sua posição normal. Dilatação anormal por ingestão, fluído ou gás. O principal achado radiográfico é a distensão gasosa e líquida do estômago, além do deslocamento do piloro. https://pt.wikipedia.org/wiki/Ar https://pt.wikipedia.org/wiki/Cavidade_abdominal https://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%ADscera 2 - TORÇÕES GÁSTRICAS O estômago apresenta-se distendido por gases e / ou conteúdo alimentar e líquidos, com o piloro deslocado de sua posição normal. Este quadro caracteriza emergência, não sendo indicado o uso de contraste. A distensão do estômago ocorre por ar ou líquido com alteração na topografia do piloro e região fúngica. Nota-se uma “linha de compartimentalização”. 3 - NEOPLASIAS A principal identificação radiográfica é de um aumento de massa projetada para dentro do lúmen gástrico, gerando uma falha de preenchimento do meio do contrate. A US é preferível para diagnóstico. INTESTINO DELGADO DOENÇAS: 1 - OBSTRUÇÕES A obstrução pode ser total ou parcial. Na total, a imagem radiográfica demonstrará dilatação por gases ou conteúdo alimentar das alças intestinais, anteriores ao ponto de obstrução, além de que o contraste não irá passar do ponto obstruído. No parcial, não haverá retenção significativa de gases, o contraste irá seguir o curso intestinal. 2 - CORPO ESTRANHO LINEAR São feitos por barbantes, meias de náilon, fios. Eles ficam retidos no intestino, alterando o formato e o contorno das alças. Uma parte da linha tende a ficar fixa no TGI, mas o restante do material segue até os intestinos. A ação peristáltica faz com que o intestino “escale” o corpo estranho linerar, fazendo as alças assumiram a aparência de plissada ou pregueada. 3 - INTUSSUSCEPÇÃO É a invaginação de uma porção da alça. É causada por corpos estranhos ou qualquer forma obstrutiva que cause o excesso de peristaltismo. Na US as alças têm aspecto de multicamadas “aspecto de cebola cortada”. 4 - HÉRNIA Em caso de hérnia diafragmática as alças intestinais, com todo o seu conteúdo gasoso ou com contraste, ou outros órgãos, como fígado, útero, estômago, serão visualizados fora da cavidade abdominal. Na hérnia inguinal (região inguinal). 5 - NEOPLASIA O diagnóstico de neoplasia é feito pela US. Em neoplasias intestinais há a perda acentuada das camadas de parede intestinal e em maior espessamento da parede, perda da estratificação das camadas e diferença de diâmetro. Em processos inflamatórios ocorre apenas o espessamento das camadas, mas com visualização das camadas. Mesmos aspectos radiográficos para IG. INTESTINO GROSSO Este segmento do intestino é facilmente identificável ao exame radiológico por sua localização, tamanho e conteúdo. O ceco no cão, com sua forma de “C”, cheio de gás, é identificado no lado direito do abdome em projeção VD. Nesta projeção, observa-se o cólon ascendente no lado direito do abdome, cólon transverso, da direita para esquerda e descendente no lado esquerdo, descendo até o reto. O reto é uma estrutura intrapélvica, localizada entre a superfície ventral do sacro e o assoalho da pelve em projeção lateral. DOENÇAS: 1 - FECALOMA Retenção fecal de conteúdo comalta radiopacidade pela reabsorção contínua de água. 2 - MEGACÓLON É a dilatação generalizada do cólon. Causado por obstruções mecânicas ou funcionais. Está diretamente relacionado ao fecaloma. RIM Os rins são móveis, usualmente identificáveis na porção dorsal do abdome, em projeção lateral, apresentando-se parcialmente sobrepostos. No posicionamento VD observa-se que o rim direito (T13-L3) se localiza mais cranialmente que o esquerdo (L2-L5). O tamanho normal do rim varia de acordo com a espécie e a raça, mas em cães (2,5-3,5cm) e em gatos (2,4-3,0cm). No exame de RX é possível apenas enxergar a silhueta renal. No exame US é possível mensurar o tamanho e avaliar o parâmetro renal, assim como a forma/contorno, número, topografia, a relação e delimitação corticomedular (1:1) e a ecogenicidade da cortical (hiperecogênica). EXAMES CONTRASTADOS: UROGRAFIA EXCRETORA Avalia, de forma quantitativa, o tamanho, forma e localização dos rins, ureteres e bexiga. É indicado para suspeitas de anormalidades renais: filtração, alteração urinária (hematúria e piúria), cálculo renal, trauma em rim ou ureter e ureter ectópico. Preparo: • Jejum alimentar de 24h e hídrico de 12h • Antifisético e enema 12h antes • RX simples LL/VD • Aplicação IV de contraste à base de compostos iodatos iônicos ou não-iônicos de 180-360mg/kg • Radiografias sequenciais aos 5, 15 e 30min em posição LL/VD • Radiografias oblíquas para ureteres • Contra indicação: desidratação e IR • Efeitos adversos: náusea/vômito e reação alérgica ao contraste Interpretação: • 1° fase (nefrograma): é imediata, deposição VD (visualização do parênquima renal) • 2° fase (pielograma): visualização do sistema coletor (divertículo e pelve) e dos ureteres • 3° fase: (cistograma): bexiga e suas limitações • OBS: a ausência da imagem renal mostra a ausência ou incapacidade do rim de filtrar o meio de contraste AFECÇÕES: 1 - CÁLCULO RENAL E URETRAL Também chamado de urólito, é visto como densidade radiopaca no interior da pelve renal, algumas vezes preenchendo a mesma. Se os cálculos forem radiolucentes, haverá necessidade de exame contrastado (urografia excretora) ou ultra-sonográfico para confirmação. Os cálculos causam obstruções secundárias (hidronefrose ou megaureter). • Cálculo radiopaco - composto de estruvita, fosfato triplo ou oxalato de cálcio e magnésio. É possível visualizar em RX simples • Cálculo radiotransprarente - composto por urato de amônia ou cistina. É possível visualizar em US ou urografia excretora 2 - HIDRONEFROSE Usualmente, esta alteração ocorre por obstrução de ureter, que pode ser consequente a massas abdominais, cálculos ou ligadura acidental em cirurgia que levam à atrofia progressiva do parênquima renal. No RX o rim aparecerá como uma grande massa radiopaca de contornos lisos. Na US há dilatação acentuada da pelve renal. 2 - CISTOS RENAIS Usualmente causa distorção no contorno do rim. Por conter líquido no interior, o cisto não se destaca do parênquima. A US é o exame de eleição para este diagnóstico. 3 - NEOPLASIAS No exame RX poderá ser observado aumento de tamanho do rim ou irregularidade no contorno. No exame contrastado o nefrograma estará ausente ou de aspecto heterogêneo, de contorno irregular e de distorção da pelve e divertículo. Na US aparecerá com o contorno irregular e presença de massa (para distinguir a massa de sólida ou cavitário utilizar o Doppler). URETERES Eles conectam a pelve renal até o trígono da bexiga. Eles não são visualizados em exame simples de RX ou US, apenas por exame contrasto pela urografia excretora. AFECÇÕES: 1 - RUPTURA DE URETER Ocorre sempre secundário à trauma e se localizam próximo ao rim ou bexiga. Não é possível identificar pelo exame simples de RX e US, apenas pelo exame contrastado pela urografia excretora. 2 - URETER ECTÓPICO São anomalias congênitas da junção uretral com a bexiga (um ou ambos os ureteres podem ser afetados). Eles são normalmente normais de tamanho, mas dilatados e associados com hidronefrose. A visualização só é possível por exame contrastado pela urografia excretora. Além da alteração topográfica do ureter ele estará ligado à vagina, uretra, colo da bexiga ou no corpo ou corno uterino. É necessário a realização de projeções oblíquas. É comum em fêmeas e o sintoma mais comum é incontinência urinária BEXIGA A bexiga é visualizada sobre o assoalho da cavidade abdominal caudal. À medida que se torna cheia, mais cranialmente se estende. É um órgão oco de formato piriforme. É mais cranial no gato. ALTERAÇÕES DE TAMANHO: AUMENTO • Obstrução da uretra ou colo da bexiga por tumor, cálculo ou estenose • Atonia neurogênica • Retenção urinária crônica DIMINUIÇÃO • Desuso por ureter ectópico • Espessamento da parede por cistite ou tumor EXAMES CONTRASTADOS: URETROCISTOGRAFIA RETRÓGADA Exame que avalia a uretra e a bexiga. Aplicação de contraste iodato e diluído a 5% em solução fisiológica e introduzido na bexiga por meio de uma sonda uretral até que o órgão esteja moderadamente distendido, o que requer em torno de 6 a 12ml/kg. AFECÇÕES: 1 - CÁLCULOS São comuns em cães. Nas fêmeas é comum a presença de poucos cálculos e grandes, já que os pequenos são facilmente eliminados através da uretra curta. Nos machos observam-se cálculos de todos os tamanhos e em grande número pela dificuldade de serem eliminados, muitas vezes sendo evidenciados na uretra, especialmente na base do osso peniano. Em gatos, o meio de imagem mais indicado é o ultra-som, uma vez que a maior ocorrência é de cristais. Podem estar associados com obstrução uretral; infecção crônica do trato urinário. Em RX: • Cálculo radiopaco - composto de estruvita, fosfato triplo ou oxalato de cálcio e magnésio. É possível visualizar em RX simples • Cálculo radiotransprarente - composto por urato de amônia ou cistina. É possível visualizar em US ou urografia excretora Em US: • Estruturas hiperecogênicas formadoras de sombreamento acústico posterior 2 - CISTITE É comum em cães e gatos com sintomas de disúria, hematúria e poliúria. O exame de eleição é a US. Em sua forma aguda não é possível observar alterações, mas em sua forma crônica, há o espessamento da parede que pode ser generalizado ou localizado no sentido do polo cranial e irregularidade na mucosa da bexiga. Alterações: • Parede espessa e irregular • Sedimentos e celularidade • Balotamento 3 - NEOPLASIAS Suspeito em animais com sintomas de hematúria e fêmeas idosas. As neoplasias de bexiga são geralmente de carcinoma de célula transicional e se encontram no trígono ou no colo vesical. Na US é possível apenas observar formação pedunculada, irregular ou vascularizada. O exame de eleição é pela uretrocistografia, na qual encontra-se: • Espessamento de parede • Irregularidade da mucosa • Falhas de preenchimento 4 - CISTITE ENFISEMATOSA (CE) A cistite enfisematosa é condição incomum que consiste na infecção da vesícula urinária acompanhada de fermentação bacteriana, resultando em formação de bolhas de gás nos ligamentos, luz e parede vesica. É uma condição que pode ser encontrada em animais com ou sem DM feito por bactérias fermentadoras de glicose: Proteus spp, Aerobacter aerogenes e E. coli. O exame de eleição é o RX simples no qual revelará presença de gás na parede vesical ou intraluminal. 5 - RUPTURA DE BEXIGA Perceptível apenas ao exame contrastado,quando será visualizado ar ou contraste positivo livre na cavidade abdominal. Contraste positivo é o mais indicado por ser mais facilmente observado ao extravasar. SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO PRÓSTATA A principal função da próstata é armazenar e secretar um fluido claro levemente alcalino (pH 7,29) que constitui 10-30% do volume do fluido seminal, que, junto com os espermatozóides, constitui o sêmen. É um órgão bilobado que fica localizada caudamente à bexiga e próximo a uretra prostática. Causas de aumento prostático: • Hormonal • Neoplásico • Prostatite Manifestações clínicas em aumento de próstata: • Tenesmo urinária e fecal • Fezes em fitas RX É possível apenas a visualização da silhueta prostática de radiopacidade água. A sua porção caudal se encontra perto da bexiga e reto e sempre LL. Alterações: • A próstata se localiza na parte extra-pélvica e empurra o cólon US As dimensões são baseadas em raças já estudas. É utilizada a média da próstata de um Pastor Alemão que equivale a +/- 4 cm. Em pacientes castrados ou jovens a próstata se encontra de menor tamanho e hipoecogênico. • Hipoecogênico por castração ou animal jovem • Hiperplasia por alteração hormonal, neoplasia ou prostatite TESTÍCULOS Sempre visualizados pela US. TESTÍCULO ECTÓPICO Geralmente, os testículos ectópicos se encontram na região inguinal cranial > lateral à bexiga > caudal ao rim. DEGENERAÇÃO TESTICULAR O testículo se encontra pequeno e hipoecogênico (imagem 1). NEOPLASIA TESTCIULAR (imagem 2). https://pt.wikipedia.org/wiki/Alcalino https://pt.wikipedia.org/wiki/Fluido_seminal https://pt.wikipedia.org/wiki/Fluido_seminal https://pt.wikipedia.org/wiki/Espermatoz%C3%B3ide https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%AAmen SISTEMA REPRODUTOR FEMININO OVÁRIO Ele está localizado caudal ao rim. Em situações de normalidade, o ovários não é visualizado no RX. A visualização de ovário é sempre pela US e, de mais fácil visualização, quando realizado no cio. Avaliar as dimensões, contornos, ecogenicidade e ecotexturas. CISTOS OVARIANOS X FOLICULARES Não é possível a sua diferenciação pois os dois se apresentem de forma anecogênica. NEOPLASIA ÚTERO O útero se encontra entre a bexiga e o reto. O exame de eleição é sempre a US. AUMENTO UTERINO: PIOMETRA/MUCOMETRA/HEMOMETRA O útero se encontra cheio de líquido (anecogênico intraluminal). HIPERPLASIA ENDOMETRIAL/CÍSTICA Espessamento da parede uterina. Se há o espessamento da parede junto a presença de cistos (cística). Com piometra Sem piometra PIOMETRA DE COTO UTERINO É necessário a presença de um resquício ovariano (ovário remanescente) ou de infecção bacteriana. GESTAÇÃO Pela US é possível visualizar a viabilidade fetal pela capacidade de contagem dos batimentos cardíacos fetais, presença de órgãos fetais, e contagem dos fetos em até 20 dias de gestação. O primeiro órgão a apresentar viabilidade é o coração, enquanto que, o último, são as alças intestinais. Diâmetro biparietal: (xxcm x 15) + 20 = idade gestacional No RX é possível radiografar apenas a partir 40°- 45° dia pela calcificação óssea total. O RX é um bom método de contagem fetal (contar número de crânios ou colunas vertebrais). MORTE FETAL Não é possível a visualização no RX pois é apenas possível observar os ossos. A viabilidade fetal é sempre feita pela US. O neonato não apresentará batimentos cardíacos (naturalmente os batimentos do neonato é o dobro do da mãe). MACERAÇÃO FETAL Quando ocorre a morte fetal com desorganização e desarranjo da estrutura fetal “saco de ossos”. Perda da estruturação dos ossos fetais FETO ENFISEMATOSO Morte fetal com contaminação do feto e útero com subsequente produção de gás. Presença de gás ao redor dos fetos MUMIFICAÇÃO FETAL Morte sem processo infeccioso. Ocorre a reabsorção dos tecidos moles, de forma encurvada e pequena, com aumento de radipacidade e distribuição normal dos ossos.
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