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IMPLANTAÇÃO DO PROTOCOLO DE MANCHESTER

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FACULDADE INTEGRADA DE SANTA MARIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM BACHARELADO
A IMPLEMENTAÇÃO DO PROTOCOLO MANCHESTER NOS SERVIÇOS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
Dalila Andrades Carvalho
Iolanda Proença
Milena Gualano
Santa Maria, RS, Brasil.
2021
1. INTRODUÇÃO
Os serviços de urgência e emergência constituem importante componente da assistência à saúde no Brasil. Nos últimos anos, houve crescimento da demanda por atendimentos de urgência e emergência devidos, principalmente, ao aumento no número de acidentes e violência urbana. A realidade da superlotação dos Prontos Socorros brasileiros é agravada por problemas organizacionais como o atendimento por ordem de chegada, sem estabelecimento de critérios clínicos, o que pode acarretar graves prejuízos aos pacientes (RONCALLI et al., 2017).
Nesse contexto, sistemas de triagem têm o objetivo de organizar a demanda de pacientes que chegam à procura de atendimentos em serviços de urgências da atenção hospitalar e pré-hospitalar, identificando os que necessitam de atendimento imediato e reconhecendo aqueles que podem aguardar em segurança o atendimento, antes que haja a avaliação diagnóstica e terapêutica completa. (SERRA, 2017)
O enfermeiro tem sido o profissional indicado para avaliar e classificar o risco dos pacientes que procuram os serviços de urgência, devendo ser orientado por um protocolo direcionador. De forma geral, tem sido recomendada a utilização de escalas/protocolos que estratifiquem o risco em cinco níveis, por apresentarem maior fidedignidade, validade e confiabilidade na avaliação do estado clínico do paciente. Dentre estes protocolos, destaca-se o Protocolo de Manchester. 
Atualmente o Protocolo de Manchester é um dos mais respeitados entre os protocolos na organização e fluxo de pessoas, visto que modificou o acolhimento dos pacientes, organizando os atendimentos e priorizando os casos mais graves que chegam às urgências (BRASIL, 2011).
O Enfermeiro com atuação na triagem pela Classificação de Risco pelo Protocolo de Manchester deve primeiramente priorizar a escuta qualificada das queixas dos pacientes, analisar minuciosamente os sinais vitais e, somente depois, classificar este usuário com uma pulseira, na qual conste a cor relativa ao atendimento (CAMPOS et al., 2015)
2. OBJETIVO
O objetivo desse trabalho foi revisar na literatura científica a atuação do enfermeiro na classificação de risco nos setores de urgência e emergência através do protocolo de Manchester. 
3. MÉTODO
A busca dos estudos deu-se pelo portal da BVS (Biblioteca Virtual da Saúde) e utilizou os descritores: Classificação, Emergência, Enfermagem, Acolhimento, Triagem e Serviços de Saúde. Buscou-se por artigos dos últimos 10 anos. A busca pelos artigos foi realizada durante o mês de maio de 2021. Na seleção dos artigos foi realizada a leitura dos resumos, após a realizada a leitura dos artigos na íntegra.
. 
4. FUNDAMENTACAO TEORICA
4.1. O PROTOCOLO DE MANCHESTER COMO CLASSIFICADOR DE RISCO
 A assistência às urgências são realizadas em unidades denominadas Pronto Socorro ou Pronto Atendimento, que tem sua estrutura voltada para receber e realizar o primeiro atendimento aos usuários que apresentam quadro de urgências e emergências, como também aqueles que não resolveram suas queixas na atenção primária (PRUDÊNCIO et. al, 2016).
 Diariamente as unidades de PA realizam um grande número de atendimentos tanto de usuários que apresentam caráter de urgência, que sofrem risco de morte, como também aqueles que por facilidade de acesso ao atendimento médico procuram a unidade, não passando pelos serviços de atenção básica e especializada onde atenderia suas necessidades, gerando assim, uma sobrecarga nos serviços de urgência e na assistência ali prestada (DINIZ et. al, 2014). 
Os serviços de urgência e emergência têm a característica de atender os usuários em situações agudas, que podem ocorrer risco de morte, gerando um sofrimento intenso. Sendo assim, o MS instituiu a prática de um atendimento humanizado por parte de toda a equipe multiprofissional através da PNH, que fortalece o trabalho da equipe aumentando a produtividade e fornecendo um atendimento especializado e de forma humanizada e fundamentada através de protocolos. Para isso, os profissionais envolvidos passam por uma qualificação para que possam ouvir as queixas dos usuários, garantindo uma melhor assistência e maior resolutividade dos problemas encontrados (MOURA et. al, 2014).
 Os sistemas de classificação surgiram através da separação dos feridos que precisavam de um atendimento imediato nas Guerras Napoleônicas que eram realizadas pelo exército francês recebendo o nome de Triage, em francês. Posteriormente, a partir dos anos 80, na Austrália iniciou-se a utilização de um sistema de triagem nos setores de saúde local e atualmente é aplicado em todos os países de primeiro mundo. No Brasil o termo triagem não é muito utilizado, pois está vinculado às atividades médicas, sendo substituído pelo termo CR, pois quem realiza essa função é o Enfermeiro capacitado, sendo o profissional responsável pela classificação dos usuários (CAVALCANTE, Ricardo Bezerra et. al, 2012).
 Existem vários sistemas para se realizar a CR pelo mundo, segundo CAMARA et. al (2015) os quatro sistemas de triagem mais utilizados são Emergency Severity Index (ESI), Australasian Triage Scale (ATS), Canadian Triage and Acuity Scale (CTAS) e o Sistema de Triagem de Manchester (STM). O Primeiro é utilizado nos Estados Unidos e apresenta cinco níveis de prioridade não determinando o tempo para o atendimento. O Segundo é utilizado na Austrália apresenta cinco níveis de prioridade baseadas em tempo alvo e cor. O terceiro é amplamente utilizado em todo o país do Canadá, apresentando cinco níveis correspondentes a uma cor e o tempo alvo. O quarto é utilizado no Reino Unido e a partir de 2008 no Brasil, possuindo cinco níveis e cada categoria é caracterizada por um número, cor e tempo estipulado para o atendimento do usuário.
Uma das ferramentas utilizadas para um acolhimento humanizado nas unidades de PA gerada através da PNH é a CR que utiliza protocolos fundamentados e que possibilitam o atendimento organizado não pela ordem de chegada, mas sim pelo risco segundo sua prioridade e estado clínico do paciente, diminuindo o tempo de espera dos usuários que apresentam potencial risco de agravo à saúde. Essa classificação reorganizou o atendimento e é realizada por Enfermeiros através da escuta das queixas e avaliação clínica dos sinais e sintomas (BOHN et. al, 2015).
Segundo Diniz (et. al, 2014) o Protocolo de Manchester tem origem Inglesa e foi elaborado por médicos e enfermeiros que atuam nos serviços de urgência e emergência. Ele possui cinco níveis de risco estabelecidos por cores, além da Branca que caracterizam os pacientes que apresentam situações incompatíveis com o serviço de urgência. Este protocolo possui cinquenta e dois fluxogramas, que contém discriminadores que irão orientar a coleta de dados e análise para uma correta classificação da prioridade do cliente. Todos os discriminadores são definidos para compreensão e aplicação a fim de garantir a uniformidade e os fluxogramas são baseados em sinais e sintomas. Cabe ressaltar que a classificação não irá estabelecer diagnóstico médico e sim o grau de prioridade para o atendimento (JUNIOR et. al,2015). 
O processo de classificação é iniciado pela queixa principal e irá direcionar para um fluxograma específico, onde, através dos discriminadores, sucessivas perguntas são realizadas aos pacientes, obtendo assim a prioridade e o tempo para atendimento. Discriminadores são sinais e sintomas que podem ser gerais e específicos. Os gerais são aplicados á todos os usuários que buscam atendimento, independente de suas condições, enquanto que os específicos são utilizados para casos individuais, com características e condições particulares. Dos cinquenta e dois fluxogramas, sete são específicos para crianças e dois para catástrofes. Em 2006 houve uma modificação, que passaram de centoe oitenta e seis para cento e noventa e cinco (COUTINHO et.al, 2012).
O enfermeiro é o profissional indicado para realizar a classificação de risco, ele é capacitado para promover a escuta ativa da queixa dos usuários, proceder a avaliação do conteúdo obtido e classificar o atendimento. Este processo é direcionado por um protocolo direcionador, ou seja, o Protocolo de Manchester. O enfermeiro deverá possuir habilidades como raciocínio clínico, agilidade, capacidade para realizar os encaminhamentos necessários e efetividade na continuidade do cuidado prestado, para garantir uma boa assistência prestada (SILVA et. al, 2012).
Atualmente o Protocolo de Manchester é um dos mais respeitados entre os protocolos na organização e fluxo de pessoas, visto que modificou o acolhimento dos pacientes, organizando os atendimentos e priorizando os casos mais graves que chegam às urgências (BRASIL, 2011).
5. RESULTADOS
Os artigos analisados mostram que o protocolo Manchester traz benefícios para os serviços de saúde de urgência e emergência, maior organização, agilidade no atendimento, prevenção de agravos e mortes que podem ser evitadas, além de reduzir as superlotações em hospitais.
 Seu desafio ainda é a discordância do paciente em relação à classificação dada pelo profissional. Os artigos também revelam que a experiência e a capacitação do enfermeiro são de extrema importância na aplicação do protocolo, colaborando assim para uma melhor qualidade do atendimento prestada aos usuários
6. CONCLUSÃO
A partir deste estudo e dos dados obtidos, pode-se considerar que, apesar de os usuários do serviço de urgência e emergência terem conhecimento da implantação do Protocolo de Manchester, eles ainda não conhecem a respeito dos critérios utilizados para a classificação de risco. Consequentemente, alguns usuários que são classificados como pacientes “Pouco Urgentes ou Não Urgentes” entram em conflito com os enfermeiros por desejarem ser atendidos primeiro, sugerindo egoísmo e falta de solidariedade com os mais necessitados. 
Com relação ao Protocolo de Manchester, verificou-se que os usuários, em sua maioria, aprovam-no, vendo-o como uma saída para reduzir o tempo de espera na unidade hospitalar. No entanto, é imprescindível o esclarecimento dos clientes sobre o protocolo e sobre o que é urgência e emergência.
Após a implantação deste protocolo, o fluxo de atendimentos melhorou significativamente, pois as pessoas que realmente precisam de uma intervenção imediata a recebem de forma eficaz diminuindo o índice de agravos e mortalidade. Os enfermeiros agora possuem um protocolo direcional que fundamenta sua atuação, dando mais poder e segurança na tomada de decisões.
7. REFERENCIAS
1. CESAR, Mariana Pellegrini et al. Percepção de usuários de um pronto atendimento 24 horas acerca da classificação de risco. Rev. Pesqui.(Univ. Fed. Estado Rio J., Online), p. 330-335, 2021.
2. SERRA, Herberte Henrique Nascimento. Implementação do acolhimento com classificação de risco em uma unidade de pronto atendimento. 2018.
3. RONCALLI, Aline Alves et al. Protocolo de Manchester e população usuária na classificação de risco: visão do enfermeiro. Revista Baiana de Enfermagem‏, v. 31, n. 2, 2017.
4. CAMPOS, Jefferson; SOUZA, Vaniusa Soares. A percepção dos usuários do serviço de urgência e emergência em relação à classificação de risco pelo protocolo de Manchester. Unimontes Científica, v. 16, n. 1, p. 17-25, 2015.
5. CAVEIÃO C, ANA PH, JULIANA HM et al. Desafios ao enfermeiro na implantação da classificação de risco em unidade mista. Revista de Enfermagem Universidade Federal de Santa Maria UFSM 2014 Jan/Mar;4(1):189-196.
6. DO CARMO, Bruna Ambrosio; DE SOUZA, Gilberto. Atuação do enfermeiro na classificação de risco através do protocolo de manchester: uma revisão da literatura. Revista Eletrônica Acervo Saúde/Electronic Journal Collection Health ISSN, v. 2178, p. 2091, 2018.
7. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS. Acolhimento e classificação de risco nos serviços de urgência / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS. – Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 56 p.: il. color. – (Série B. Textos Básicos de Saúde
8. PRUDÊNCIO, Celine Pinheiro Gordo et al. Percepção de enfermeira (o) s sobre acolhimento com classificação de risco no serviço de pronto atendimento. Revista Baiana de Enfermagem‏, v. 30, n. 2, 2016.
9. DINIZ, Aline Santos et al. Demanda clínica de uma unidade de pronto atendimento, segundo o protocolo de Manchester. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 16, n. 2, p. 312-20, 2014.

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