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Implante coclear é um dispositivo “desenvolvido para realizar a função das células ciliadas que estão danificadas ou ausentes, transformando a energia sonora em baixos níveis de corrente elétrica, de modo a proporcionar a estimulação elétrica das fibras remanescentes do nervo auditivo.”, sendo constituído por componentes externos e internos. Os externos são um processador de sinal, um microfone e uma antena transmissora em posição retroauricular, pois é mais confortável e esteticamente melhor. Já os utilizados internamente são um receptor estimulador posicionado na região do osso temporal e um feixe de eletrodos inserido na cóclea, ambos posicionados cirurgicamente. Dando continuidade, o estímulo acústico percorre um longo caminho antes de chegar ao cérebro do usuário de implante e ter sua informação interpretada, causando assim uma sensação auditiva. Primeiro ele será captado pelo o microfone e transmitido ao processador de fala, que vai codificá-los em impulsos elétricos e enviá-los até a antena transmissora. Essa informação codificada vai ser enviada ao receptor estimulador através da pele, esse, por sua vez, após converter os códigos em sinais elétricos vai liberar os impulsos elétricos para os eletrodos que estão dentro da cóclea, que vão transmitir esses impulsos para as fibras nervosas específicas ao longo da cóclea, e por fim, chegará ao cérebro do usuário. Ademais, para ser indicado ao uso do implante coclear o paciente precisa passar por uma série de exames e ser avaliado pelo médico, fonoaudiólogo e psicólogo, porque os critérios para seleção dos candidatos são multifatoriais e diferem dependendo da faixa etária do candidato. Em crianças, os critérios de seleção e indicação envolvem a idade atual no momento da avaliação, sendo a idade máxima, preferencialmente, de até 3 anos no caso de perda auditiva pré-lingual, uma vez que esse é o período de maior plasticidade neuronal das vias auditivas centrais, possibilitando maiores benefícios para a criança; vai depender também do tipo e do grau da deficiência auditiva, devendo ser neurossensorial de grau severo e/ou profundo bilateralmente; e da participação dela em terapia fonoaudiológica na sua cidade de origem e do engajamento da família. Já para os adultos, além de ser considerado a classificação da perda auditiva é verificado também, entre outros fatores, se a deficiência auditiva é progressiva; a motivação para o uso do implante e, em casos de deficiência auditiva súbita é de preferência que o tempo de surdez seja inferior à metade do tempo de vida sem a perda. Já entre os critérios de contraindicação estão os comprometimentos neurológicos graves associados à deficiência auditiva; as condições médicas ou psicológicas; a causa da deficiência auditiva, por exemplo se foi causada por lesões centrais; infecção ativa da orelha média, e expectativas irreais acerca dos benefícios do implante coclear por parte da família ou do paciente. Tanto em adultos quanto em crianças, o sucesso do uso do implante vai ser influenciado por diversas variáveis, como o tempo de privação sensorial auditiva, já que quanto maior ele for, mais esforços serão empregados pele cérebro para ajustar-se às novas informações recebidas; a idade de instalação da deficiência Alexia Menezes - Fonoaudiologia - UFS 4/8 Implante CoclearImplante Coclear Alexia Menezes - Fonoaudiologia - UFS 4/8 MORET, Adriane Lima Mortari; COSTA, Orozimbo Alves. Conceituação e Indicação do Implante Coclear. In: BOÉCHAT, Edilene Marchini et al (org.). Tratado de Audiologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. Grupo de Implante Coclear do Hospital das Clínicas da FMUSP. Implante Coclear. Disponível em: <http://www.implantecoclear.org.br/?p=43>. Acesso em: 16 maio 2021. Sistema de frequência modulada pessoal - FM - equipamento que possibilita a acessibilidade da criança e/ou jovem com deficiência auditiva na escola. Disponível em: <http://conitec.gov.br/images/Incorporados/SistemaFM-final.pdf>. Acesso em: 14 maio 2021. auditiva também vai influenciar, porque em casos de deficiência pré-lingual os resultados serão melhores quando o implante coclear é realizado nos primeiros anos de vida; o tempo de uso do implante coclear; o desenvolvimento cognitivo; a participação em terapia fonoaudiológica, principalmente para as crianças com deficiência auditiva pré-lingual; o envolvimento da família no processo terapêutico; o acompanhamento pós- cirúrgico por uma equipe interdisciplinar, e também a manutenção dos componentes externos do implante coclear. Por fim, tanto no AASI, quanto no implante coclear há a possibilidade de utilizar o sistema de frequência modulada pessoal que torna mais confortável a presença de seus usuários em ambientes ruidosos, como salas de aulas. Ele é composto por um transmissor, que possui um microfone e fica o mais perto possível da boca do interlocutor, e pelo receptor que fica acoplado na entrada de áudio ou bobina telefônica do AASI ou do implante coclear. Ao utilizá-lo o usuário em fase de aprendizagem poderá ter maior compreensão da fala do professor, mas sem perder contato com as outras informações auditivas do ambiente. Dessa maneira, ele possibilita maior acessibilidade às crianças ou jovens com deficiência auditiva. REFERÊNCIAS: http://www.implantecoclear.org.br/?p=43 http://conitec.gov.br/images/Incorporados/SistemaFM-final.pdf
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