Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Botulismo ● Etiologia: ● Causado pelas neurotoxinas as quais a bactéria Clostridium botulinum produz, causando intoxicações em bovinos, caprinos, ovinos, caprinos, equinos e em menor frequência suínos e carnívoros. ● Essa bactéria é encontrada no solo e no trato intestinal de animais que ingeriram material contaminado. ● São bacilos gram-positivos. ● O C. botulinum precisa de uma ambiente anaeróbico e com matéria orgânica( vegetal ou animal em decomposição) para sobreviver. ● Ela apresenta 7 tipos toxigênicos denominados A, B, C, D, E, F e G. Sendo que as que acometem animais de produção são B, C e D. ● Os esporos da bactéria são resistentes, fazendo com que a mesma sobreviva em certos procedimentos de alimentos, além disso, podem sobreviver mais de 30 anos no meio ambiente. ● As neurotoxinas são relativamente inativadas por temperaturas superiores a 80ºC por 20 min, e a bactéria é inativada a 121ºC por 15 min. ● Epidemiologia: ● Acomete diferentes espécies de animais, sem distensão de sexo, raça e idade. ● Causa grande impacto econômico e intensa contaminação ambiental. ● A infecção pode acontecer por ingestão de água contaminada (carcaças, poças,); ingestão de alimentos contaminados ; infecção por osteofagia ( ossos). ● Fatores predisponentes > áreas pobres em fósforo; dificuldade de suplementação mineral; contaminação ambiental (carcaças). ● Patogenia: ● A toxina é ingerida sendo absorvida no trato intestinal ou de feridas e transportadas pela corrente sanguínea para terminações nervosas colinérgicos periféricos, incluindo as junções neuromusculares, nervos parassimpáticos pós-ganglionares periféricos e gânglios periféricos. ● Dessa forma, a cadeia pesada da toxina é responsável pela ligação a receptores e a translocação para as células, por outro lado, a cadeia leve leva à um bloqueio da liberação de acetilcolina na junção neuromuscular, impedindo a contração muscular. ● Evoluindo a paralisia flácida do músculo esquelético ( membros posteriores), evoluindo para os músculos da mastigação (dificuldade de deglutição) e posterior o diafragma. Assim, o animal vem ao óbito por parada respiratória. ● As funções sensoriais não são afetadas, apenas o SNP. ● Sinais clínicos: ● Dificuldade de locomoção; envolvimento da musculatura da locomoção, deglutição e mastigação; Paresia e paralisia flácidas; Incoordenação; Dificuldade respiratória; Psique normal. ● Quanto mais toxina é ingerida, mais intenso serão os sinais clínicos. ● Período de incubação é inversamente proporcional à quantidade de toxina ingerida, variando de horas até 15 dias. ● Achados de necropsia: ● Ausência de lesões primárias e específicas. ● Eventualmente petéquias cardíacas ( decorrente da insuficiência cardiorespiratória). ● Animais com osteofagia, podem encontrar ossos na região do retículo. ● Diagnóstico: ● A partir da epidemiologia e sinais clínicos. ● Dados sobre o manejo, a água e comida que o animal ingere, organização e higiene dos bebedouros, número de animais acometidos, período de incubação da doença. ● Diagnóstico laboratorial > bioensaio em camundongo ( retira-se 3 fragmentos na necropsia- fígado, conteúdo ruminal e intestinal principalmente o duodeno) macerando-os e inoculado por via intraperitoneal, observando por 4 dias . ● O tipo de toxina é feito pelo teste de neutralização de camundongos, no qual o soro a ser administrado é tratados com as antitoxinas ( animais inoculados com soro adicionado da antitoxina específica sobrevivem, enquanto os outros desenvolvem a sintomatologia e morrem). ● Caso suspeita-se da contaminação via água ou alimento, coleta-se amostras e faz cultura , esperar 48 a 72h e após inocular no camundongo. ● Diagnóstico Diferencial> Hipocalcemia,Raiva,Encefalite por herpesvírus,Polioencefalomalácia, Intoxicação por chumbo . ● Profilaxia e Controle: ● armazenamento correto de feno, ração e silagem, evitando contaminação por material em decomposição. ● suplementação mineral em cochos adequados e em quantidade suficiente. ● Remoção de carcaças e ossos das pastagens, ( incinerá-las e enterrar longe de acesso de animais) ● Leite de animais contaminados devem ser descartados. ● Vacinação > 1ª dose aos 3-4 meses de idade, 2ª dose (reforço) 42 dias após a primovacinação. Reforço anual. ● Tratamento: ● Uso de catárticos como solução saturada de sal amargo (hidróxido de magnésio) na dose de 2 ml/animal, via oral, na tentativa de induzir a diarreia e diminuir a absorção da toxina pelo animal. ● O prognóstico, porém, é reservado, com poucas perspectivas de recuperação. Em casos de surtos, o tratamento individual é inviável. ● Deve ser evitados alguns antimicrobianos por que intensificam o bloqueio neuromuscular. ● A vacinação, seja tipo-específica ou com toxóide combinado com BoNT em animais clinicamente afetados é inefetiva, uma vez que a ligação de BoNT nas junções neuromusculares é irreversível. Tétano ● Etiologia: ● Doença causada pela neurotoxina tetanospasmina, produzida por Clostridium tetani. ● Essa neurotoxina causa paralisia espástica e hiperestesia. ● É uma doença infecciosa, não contagiosa. ● C. tetani é um bacilo gram-positivo, formador de esporos e anaeróbio obrigatório. Está presente à microbiota intestinal normal de equinos, ruminantes, cães, gatos, aves e também de humanos. ● O solo é contaminado constantemente por fezes de animais, o que torna o ambiente o maior reservatório de esporos de C. tetani.. ● Os esporos sobrevivem a vários padrões de desinfecção, incluindo aquecimento por vapor a 100ºC por 20 min, mas pode ser destruído por aquecimento a 115ºC por 20 min. ● Epidemiologia: ● Todas as espécies são susceptíveis, sendo que os equinos são mais, em seguida são os suínos, ovinos e caprinos e menos susceptíveis são bovinos e carnívoros. ● Independente de sexo e idade. ● Mortalidade varia de região, clima e estação. ● O ingresso do agente no organismo do hospedeiro ocorre por meio de feridas contaminadas por fezes ou terra. Ocorre também por objetos perfurocortantes (agulhas e cercas de arame) ou por colocação de ferraduras, caudectomia e castração. ● A morbidade é pequena, mas a letalidade sem tratamento é de 100%. ● Quanto mais curto o período de incubação, maior a letalidade dos animais acometidos. ● Patogenia: ● Infecção por contaminação de ferimentos por sujidades que contenham esporos de C. Tetani > Esporos germinam para sua forma vegetativa para proliferar e produzir tetanolisina e tetanospasmina ( acontece quando tem condições de anaerobiose no local) > a tetanolisina ajuda indiretamente nesse favorecimento de baixa de) por ser uma hemolisina > A tetanospasmina se difunde para circulação sistêmica> liga às terminações nervosas periféricas> penetra nos axônios dos nervos motores, na placa neuromuscular > transporte retrógrado até alcançar o corpo celular neuronal da medula espinhal> a tetanospasmina bloqueia a liberação de neurotransmissores tais como GABA e glicina, que são essenciais para a inibição sináptica de neurônios motores da medula espinhal> Não havendo a liberação desses neurotransmissores , não tem sinais inibitórios, consequententemente haverá liberação constante de acetilcolina resultando numa contração muscular permanente ( paralisia espástica e hiperestesia). ● Sinais Clínicos: ● Andar duro,quase sem flexionar a articulação; orelhas em tesoura ou eretas; trismo mandibular (dificuldade de abrir a boca); cauda em bandeira, protrusão da terceira pálpebra (principalmente em equinos), pálpebras muito abertas e narinas dilatadas; resposta exacerbada a estímulos luminosos, sonoros e mecânicos. Olhar para estrelas ( opistótono ) em bezerros, principalmente. ● Diagnóstico: ● Epidemiológico e clínico, a partir dos sinais clínicos característicos da doença, com dados da anamnese desde o início do caso e de evolução do quadro clínico. ● Existência de ferimentos. ● Prognóstico sempre reservado. ● Diagnóstico diferencial: ● Equinos> tetania hipocalcêmica (eclâmpsia) ; Laminite aguda; Miosite. ● Ruminantes> Hipomagnesemia; Doença do músculo branco ( def. de Se/ vit E); Polioencefalomalácia; Enterotoxemia, Raiva. ● Tratamento: ● Tratamento de suporte > reposição hidroeletrolítica, retirada da acidose metabólica, fornecimento de glicose via IV. ● O soro antitetânico> só tem eficácia para neutralizar as toxinas circulantes. (5000UI) ● Antibióticos (penicilina) ● Uso de relaxantes musculares para reduzir os espasmos.(fenotiazínico) ● Limpeza e higiene das feridas ( iodo, água oxigenada, pomada, bandagem) ● Baia escura e sem ruído. ● Controle e Profilaxia: ● desinfecção adequada da pele e instrumentos para castração, caudectomia e tosquia. ● Vacinação em equinos> 3 doses ( 1ª a partir de 4 meses de idade; 2ª dose 30 dias após; 3ª dose 6 meses após, com reforço anual)
Compartilhar