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ACTINOBACILOSE

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ACTINOBACILOSE 
❖ Enfermidade infecciosa não contagiosa de caráter crônico 
❖ O quadro clinico desenvolve-se com língua de pau em bovinos, doença sistêmica em potros e 
suínos e pleuropneumonia em suínos 
❖ É causada por microorganismos do gênero Actinbacillus 
 
ETIOLOGIA 
→ Esse bacilo está presente de forma comensal na cavidade oral e trato respiratório superior dos 
bovinos (faz parte da flora) 
→ São bacilos imóveis Gram negativos 
→ Principalmente aeróbios, mas sobrevivem em alguns ambientes de forma anaeróbia (anaeróbio 
facultativo) 
→ Crescem em ágar sangue formando colônias ligadas e hemólise, exceto o A. lignieresii 
→ Podem também crescer em ambiente com ágar MacConkey ficando as colônias rosadas após 48h 
→ Para os testes bioquímicos de laboratórios elas são oxidase e urease positivas 
 
ETIOLOGIA 
→ Possuem antígenos somáticos (O) nas paredes celulares, flagelares (H) nos flagelos ou cílios e 
capsulares (K) que tem capacidade de tornar o microorganismo mais resistente devido a ação dos 
macrófagos (são utilizados em testes de sorologia – aglutinação ou imunodifusão) 
→ Sorotipos de importância clinica: 
 A. lignieresii em bovinos causa infecções na língua (língua de pau), linfonodos (parotídeo, 
submandibular, retrofaríngeo), parede ruminal e pele; em ovinos causa infecções de pele 
 A. equuli em equinos causa infecções como enterite e septicemia em potros e abortos em 
éguas; em suínos causa infecções como septicemia em leitões, enterite e atrite 
 A. pleuropneumoniae em suínos causa infecção como pleuropneumonia 
 A. suis em equinos causa infeções como pneumonia e septicemia em potros e pneumonia em 
adultos; em suínos causa pneumonia e septicemia em leitões e pneumonia em adultos 
 A. seminis em ovinos causa infecções como poliartrite em cordeiros e epididimite em carneiros 
 
EPIDEMIOLOGIA 
→ Animais susceptíveis: bovinos, ovinos, equinos e suínos 
→ A enfermidade ocorre de forma esporádica e isolada, principalmente em bovinos, já que é não 
contagiosa e, em animais em sistemas de produção de confinamento, principalmente suínos, 
ocorre em surtos em diferentes faixas etárias e lotes 
→ O Actinobacillus não sobrevive na palha ou no feno por ais de 5 dias (sua infecção acontece muito 
mais relevante nos bovinos devido sua presença na flora) 
→ Bovinos: são acometidas todas as faixas etárias (ocorre mais facilmente com animais em processos 
de troca de dentes), os animais portadores são fonte de infecção, então a presença do agente na 
cavidade oral e trato respiratório superior faz com que haja disseminação de forma mais limitada 
 No RS há relatos de casos por lesões previas na mucosa oral, quando a alimentação é feita com 
pastagem grosseiras (pastejos em restives de arroz ou soja), facilitando a penetração do agente 
 Uma característica relevante é que no RS 36% dos bovinos já apresentavam sinal de 
Actinobacilose, seja na língua, lábios ou linfonodos, muitas das vezes imperceptível pelo 
proprietário 
→ Suínos: os animais portadores são extremante relevantes para a disseminação, principalmente no 
trato respiratório e no tecido tonsilar, acometendo principalmente leitões com mais de 6 meses de 
idade (principalmente os que não são submetidos a vacinação) através de aerossóis (principal) e 
abrasoes na pele 
 30-35% dos animais ficam doentes no rebanho (morbidade), ou seja, ocorre em forma de surtos 
 Mais de 50% dos 30-35% doentes acabam morrendo, diretamente relacionado ao manejo 
inadequado (higiene e desinfecção, ventilação, formação dos lotes e alterações bruscas de 
temperatura) 
→ Equinos: animais portadores também são os responsáveis pela disseminação e manutenção da 
doença, sendo a porta de entrada o trato intestinal (principal) ou reprodutivo, acometendo 
principalmente os potros através da via intrauterina e aerossóis 
 
PATOGENIA 
→ Tipos de cepas: 
 Avirulenta não apresenta antígenos capsulares, não causando lesões 
 Virulenta apresenta antígenos capsulares que são imunogênicos com ação antifagocítica 
(impedem a ação dos macrófagos em relação a fagocitose, pois as cepas produzem leucotoxinas 
que são citolisinas que lesam leucócitos e plaquetas, destruindo-os, causando processo 
inflamatório acentuado levando a uma necrose tecidual) 
→ A presença das fímbrias facilita a aderência do microorganismo junto ao trato respiratório, 
principalmente nos cílios do tecido psudoestratificado 
 
SINAIS CLÍNICOS 
→ Bovinos: dificuldade de alimentação (mastigação e deglutição), aumento dos linfonodos parotídeos, 
retrofaríngeos e submandibulares, alteração respiratória, lesões cutâneas na cabeça, tórax e 
membros anteriores e lesões piogranulomatosas 
→ Equinos potros e adultos: apatia e anorexia, febre, pneumonia, enterite, nefrite, poliartrite e 
septicemia, sendo que nos potros é mais comum o A. equuli e nos adultos o A. suis 
→ Equinos éguas: aborto 
→ Suínos: anorexia, prostração, dificuldade respiratória, pneumonia intersticial, que evolui para 
pleurite (e consequentemente desenvolve quadro de peluropneumonia), alterações nervosas 
 
PATOLOGIA 
→ Língua: intacta ou com pequena erosão, mas também pode apresentar granuloma branco-
acinzentado ou branco-amarelado 
→ Pneumonia embólica em equinos, glomerulonefrite embólica em equinos 
→ Histopatologia: erosões superficiais, piogranulomas com o agente no centro do tecido de 
granulação substituído por tecido conjuntivo 
 
DIAGNOSTICO 
→ Epidemiologia, sinais clínicos, patologia, laboratorial (isolamento e identificação do agente, 
sorologia (não é muito utilizado na pratica para bovinos, pois para que dê certo, o animal já deve 
ter tido um contato prévio com o agente, porem em equinos é relevante pois não se costuma fazer 
a vacinação para eles) com teste de aglutinação ou imunodifusão em ágar gel e histopatologia 
→ Diferencial 
 Bovinos: actinomicose, pasteurelose, tuberculose, paratuberculose 
 Suínos: pasteurelose, pleuropneumonia enzootica, rinite atrófica 
 Equinos: Rhodocoddus equi, septicemia neonatal 
 
TERAPÊUTICA 
→ Antibioticoterapia: penicilina, estreptomicina, ampicilina, sulfadiazina e trimetoprim e 
oxitetraciclina 
→ Em bovinos é utilizada solução de iodeto de sódio 10-20% IV ou VO (1g/12kg ou 30-40mg/kg) 
 
CONTROLE E PROFILAXIA 
→ Bovinos: evitar alimentação com forragens grosseiras 
→ Equinos: monitoramento das éguas portadoras e terapia profilática em potros recém nascidos 
→ Suínos: higiene e desinfecção das instalações e vacinação

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