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Democracia deliberativa De posse dessas informações e tendo como base seus estudos sobre a democracia deliberativa, apresente uma proposta de política que poderia ser adotada/implementada como uma forma de melhoria para o sistema prisional brasileiro. Padrão de resposta esperado Segundo dados do Infopen, o crime que mais leva pessoas para cadeia é o tráfico de drogas. 28% dos brasileiros estão no cárcere em razão da lei de drogas, seguido de acusados ou condenados por roubo (25%) e furto (13%). O estudo deixa claro que o maior motivo do inchaço do sistema carcerário se deve ao hiperencarceramento ligado aos crimes não violentos. Tendo como base a análise dos dados (Infopen) podemos indicar a necessidade de mudança de política no que se refere às prisões provisórias e às prisões por tráfico de drogas, somente com medidas de desencarceramento e de descriminalização poderá ser travado o ritmo acelerado do crescimento do número de pessoas privadas de liberdade. Vale ressaltar que são muitos os problemas do sistema penitenciário, a começar pela própria incongruência do sistema e dos paradoxos e contradições que permeiam a ultrapassada pena privativa de liberdade. No entanto, podemos destacar alguns aspectos que podem ser implementados como uma forma de melhoria para o sistema prisional, baseado nos estudos realizados pelo Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD): 1) Prisão provisória (preventiva); 2) Políticas de drogas (legislação com penalidades diferenciadas para usuários e traficantes, alteração/ajustes na Lei de Drogas - Lei 11.343/2006) 3) Cultura do encarceramento; 4) Aplicação efetiva do novo decreto de indulto com maior abarcamento, inclusive com a possibilidade de comutação, nos termos da proposta apresentada pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP) no final de 2016; 5) Políticas de inclusão que visem o estudo e a inserção no mundo do trabalho como redução de pena; 6) Regulamentação das audiências de custódia por meio de leis, conforme proposta na PL 6.620/2016; 7) Proibição da prisão preventiva para crimes sem violência ou grave ameaça com pena mínima igual ou menor a quatro anos. Cidadania, participação política, social e popular Em sua redação, é importante atentar para o fato dos impactos que a lei pode causar na economia da cidade, considerando os discursos dos empresários e cidadãos acerca do assunto, assim como os impactos que podem ser causados nas pessoas, nos animais, na sociedade e no planeta. Padrão de resposta esperado É necessário reconhecer que a materialização de uma política pública depende do envolvimento de todos com um único propósito, o de desenvolver ações que auxiliem na sua implementação e que tenham impactos na sociedade, considerando o processo de participação no âmbito social, político e econômico. Como pontos de apoio: Ativistas vegetarianos - Os ativistas vegetarianos argumentam que a restrição seria benéfica, somados a quatro fatores ambientais que estão em jogo na produção da carne: a superfície ocupada pelas pastagens; a água consumida, tanto por parte dos animais como no processo de produção; os gases de efeito estufa provocados pela flatulência do gado. No caso brasileiro, um estudo também liga frigoríficos e suas áreas de compra na Amazônia à maior parte do desmatamento recente na zona. A campanha pelo mundo - O projeto de lei leva para órgãos públicos estaduais paulistas a ideia defendida por uma campanha internacional criada em 2003 pela organização The Mondays Campaign, voltada a promover iniciativas em prol da saúde. Em diversos lugares no mundo, a proposta foi adotada por iniciativas públicas. O caso mais famoso talvez seja o da cidade belga de Ghent, que, desde 2009, impõe cardápio vegetariano todas as quintas-feiras em escolas e demais órgãos públicos. A Argentina, conhecida por seu apreço à carne bovina, implementou o “Lunes vegano” (segunda-feira vegana) na sede do governo federal em julho de 2017. Como pontos contrários à aprovação do projeto: O agronegócio - O Brasil é o maior produtor de carne bovina, o maior exportador do mundo, possuindo o maior rebanho comercial do mundo e sendo o maior exportador de carne branca. O país é o terceiro maior produtor de frango do mundo. São dez milhões de pessoas que trabalham nessa cadeia produtiva da proteína animal. A ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) - Emitiu uma nota repudiando de forma veemente o projeto de lei, pois, ao assumir a ideologia de um grupo específico, a aprovação do projeto atropela a Constituição e os direitos dos cidadãos que hoje residem no Estado de São Paulo. A entidade menciona o peso que o setor tem na geração de empregos e o papel da proteína animal na cadeia alimentar com a oferta de alimentos de alta qualidade e de baixo custo, acessíveis às diversas classes sociais. Accountability Para reivindicar esses investimentos, você precisa, além de rastreá-los, mostrar a urgência e as necessidades deles. Assim, com base na informação destacada do site, elabore um relatório acerca da situação do ensino básico brasileiro sobre a escassez de oferta de vagas escolares no sistema proinfância. Para isso: a) Contextualize sua resposta, considerando a necessidade nos investimentos em educação básica e na geração de vagas escolares. b) Indique as responsabilidades sobre a criação, a geração e a manutenção das vagas escolares no ensino fundamental. c) Aponte algumas soluções que podem melhorar a situação dessas escolas no que tange a espaços e condições de absorção de alunos nessa faixa escolar. Padrão de resposta esperado a) Sabe-se que a maioria dos Municípios no Brasil sofre diferentes carências no que tange à educação. Ainda não há, infelizmente, investimentos suficientes ao alcance de todos. A educação é uma das áreas mais essenciais para o desenvolvimento de uma sociedade. No Brasil, o Estado tem a obrigação de oferecer educação formal para todas as crianças e todos os adolescentes. Como o Estado brasileiro tem a forma de uma federação, ou seja, é composto de unidades federativas (União, Estados, Municípios e Distrito Federal), as responsabilidades pelos mais diversos serviços públicos acabam sendo distribuídas entre essas unidades. Para cumprir a meta de universalização da pré-escola, que está no Plano Nacional de Educação (PNE), o país tem que incluir 18,6% das crianças nessa faixa etária, conforme dados disponíveis no portal Planejando a Próxima Década, do Ministério da Educação (MEC). É preciso, ainda, incluir aproximadamente 790 mil crianças na pré-escola – responsabilidade que cabe aos Municípios, com apoio dos Estados e da União, e às famílias, que têm de matricular as crianças. b) O Ministério da Educação (MEC) informa que presta ajuda suplementar, por meio de repasses do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Quanto ao que é ensinado, a Base Nacional Comum Curricular incluirá os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento da educação infantil. c) No Brasil, os Municípios são responsáveis por fornecer a educação de base, ou seja: creches (até três anos), pré-escolas (educação infantil; quatro e cinco anos) e ensino fundamental (sete a 14 anos). Os Municípios, desde 2016, são obrigados por lei a matricular todas as crianças a partir de quatro anos na pré-escola. Os pais, evidentemente, também ficam obrigados a matricular suas crianças – eles podem, inclusive, ser multados caso não coloquem os filhos na pré-escola. Uma das soluções que poderiam ser propostas para amenizar as condições negativas do ensino fundamental no que tange às vagas é a formação de parcerias. Trata-se de uma experiência que já existe em alguns Municípios e que tem obtido êxito em seus resultados. Ela baseia-se em parceiros tanto pessoas físicas quanto pessoas jurídicas. Com relação às pessoas físicas, o voluntariado tem feito a diferença, pois os próprios pais e parentes dos alunos, muitos vezes, contribuem para a melhoria do ambiente escolar, participando em grupos, desde a manutenção da estrutura da escola até o envolvimento quantoao cuidado com alimentação, hortas, etc. As pessoas jurídicas, pelo fato de poderem ter certo benefício no Imposto de Renda pelo auxílio social, percebem a vantagem em participar da comunidade. Isso porque elas geram segurança em suas empresas e ficam bem vistas em relação aos seus funcionários. Há também as parcerias entre prefeituras ou/e secretarias, que disponibilizam espaços, os quais, muitas vezes, são ociosos em um Município e fariam a diferença para outros.