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Análise das Cadeias Agroindustriais animaias

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Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
ANÁLISE DAS CADEIAS 
AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS
Olá! Meu nome é Fabrício Pini Rosales. Sou zootecnista, formado 
pela Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da 
Universidade de São Paulo (FZEA/USP) em 2004. No período 
de 2011 a 2013, realizei meu mestrado na área de Gestão de 
Sistemas Agroindustriais, no Departamento de Engenharia de 
Produção da Universidade Federal de São (UFSCar), no qual 
tive a oportunidade de estudar a competitividade do complexo 
agroindustrial do leite de búfala no Estado de São Paulo. 
Atualmente, estou cursando doutorado na mesma instituição, 
pesquisando o impacto das diversas estruturas de governanças 
sobre a mitigação dos riscos do Agronegócio. Tenho experiência 
em consultorias ligadas principalmente à pecuária de corte 
e de leite, bubalinocultura, certificação governamental e 
administração rural, entre outras. Também tenho atuado, 
desde 2011, como pesquisador do Grupo de Estudos e Pesquisas Agroindustriais (GEPAI), no 
qual tenho desenvolvido e publicado trabalhos em revistas nacionais e internacionais ligadas ao 
Agronegócio.
Claretiano – Centro Universitário
Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000
cead@claretiano.edu.br
Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006
www.claretianobt.com.br
Fabrício Pini Rosales
Batatais
Claretiano
2015
ANÁLISE DAS CADEIAS 
AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS
© Ação Educacional Claretiana, 2015 – Batatais (SP)
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma 
e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o 
arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação 
Educacional Claretiana.
CORPO TÉCNICO EDITORIAL DO MATERIAL DIDÁTICO MEDIACIONAL
Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves
Preparação: Aline de Fátima Guedes • Camila Maria Nardi Matos • Carolina de Andrade Baviera • Cátia 
Aparecida Ribeiro • Dandara Louise Vieira Matavelli • Elaine Aparecida de Lima Moraes • Josiane Marchiori 
Martins • Lidiane Maria Magalini • Luciana A. Mani Adami • Luciana dos Santos Sançana de Melo • Patrícia 
Alves Veronez Montera • Raquel Baptista Meneses Frata • Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli • Simone 
Rodrigues de Oliveira
Revisão: Cecília Beatriz Alves Teixeira • Eduardo Henrique Marinheiro • Felipe Aleixo • Filipi Andrade de Deus 
Silveira • Juliana Biggi • Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz • Rafael Antonio Morotti • Rodrigo Ferreira Daverni 
• Sônia Galindo Melo • Talita Cristina Bartolomeu • Vanessa Vergani Machado
Projeto gráfico, diagramação e capa: Bruno do Carmo Bulgareli • Eduardo de Oliveira Azevedo • Joice Cristina 
Micai • Lúcia Maria de Sousa Ferrão • Luis Antônio Guimarães Toloi • Raphael Fantacini de Oliveira • Tamires 
Botta Murakami de Souza 
Videoaula: Fernanda Ferreira Alves • José Lucas Viccari de Oliveira • Marilene Baviera • Renan de Omote 
Cardoso
Bibliotecária: Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
 338.16 R699a 
 
 Rosales, Fabrício Pini 
 Análise das cadeias agroindustriais animais / Fabrício Pini Rosales – Batatais, SP : 
Claretiano, 2015. 
 148 p. 
 
 ISBN: 978-85-8377-437-2 
 1. Competitividade. 2. Comercialização. 3. Agronegócio. 4. Produtos agroindustriais. 
 5. Exportação. I. Análise das cadeias agroindustriais animais. 
 
 
 
 
 
 CDD 338.16 
INFORMAÇÕES GERAIS
Cursos: Graduação
Título: Análise das cadeias agroindustriais animais 
Versão: dez./2015
Formato: 15x21 cm
Páginas: 148 páginas
SUMÁRIO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS ............................................................................ 15
3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE ............................................................... 20
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 21
5. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 22
UNIDADE 1 – COMPETITIVIDADE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 27
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 27
2.1. AGRONEGÓCIO: VISÃO SISTÊMICA E PARTICULARIDADES ................. 28
2.2. COMPETITIVIDADE E CADEIA AGROINDUSTRIAL ................................. 34
2.3. DIRECIONADORES DE COMPETITIVIDADE ............................................ 39
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 58
3.1. AGRONEGÓCIO: VISÃO SISTÊMICA E PARTICULARIDADES ................. 58
3.2. COMPETITIVIDADE DO AGRONEGÓCIO ................................................ 59
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 60
5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 62
6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 63
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 64
UNIDADE 2 – PANORAMA DA CADEIA PRODUTIVA DA CARNE 
BOVINA
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 67
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 67
2.1. CADEIA PRODUTIVA DA CARNE BOVINA NO BRASIL ........................... 67
2.2. SUBSISTEMA DE PRODUÇÃO DE MATÉRIA-PRIMA .............................. 72
2.3. SUBSISTEMA DE INDUSTRIALIZAÇÃO.................................................... 77
2.4. CONSUMO INTERNO E EXPORTAÇÃO DE CARNE BOVINA .................. 80
2.5. COORDENAÇÃO DA CADEIA .................................................................. 84
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 89
3.1. CADEIA PRODUTIVA DA CARNE BOVINA NO BRASIL ........................... 89
3.2. SUBSISTEMA DE PRODUÇÃO DE MATÉRIA-PRIMA .............................. 90
3.3. SUBSISTEMA DE INDUSTRIALIZAÇÃO.................................................... 90
3.4. CONSUMO INTERNO E EXPORTAÇÃO DE CARNE BOVINA ................... 91
3.5. COORDENAÇÃO DA CADEIA ................................................................... 92
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 93
5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 95
6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 95
7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ......................................................................... 96
UNIDADE 3 – PANORAMA DA CADEIA PRODUTIVA DO LEITE BOVINO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 99
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 99
2.1. CADEIA PRODUTIVA DO LEITE BOVINO NO BRASIL ............................. 99
2.2. SUBSISTEMA DE PRODUÇÃO DE MATÉRIA-PRIMA .............................. 105
2.3. O AMBIENTE INSTITUCIONAL DO LEITE NO BRASIL ............................ 108
2.4. COORDENAÇÃO DA CADEIA PRODUTIVA DO LEITE BOVINO .............. 111
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................115
3.1. CADEIA PRODUTIVA DO LEITE BOVINO NO BRASIL ............................. 115
3.2. SUBSISTEMA DE PRODUÇÃO DE MATÉRIA-PRIMA .............................. 116
3.3. O AMBIENTE INSTITUCIONAL DO LEITE NO BRASIL ............................ 117
3.4. COORDENAÇÃO DA CADEIA PRODUTIVA DO LEITE BOVINO .............. 118
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 119
5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 120
6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 121
7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ......................................................................... 121
UNIDADE 4 – PANORAMA DA CADEIA PRODUTIVA DA CARNE SUÍNA
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 125
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 125
2.1. CADEIA PRODUTIVA DA CARNE SUÍNA NO BRASIL .............................. 125
2.2. SUBSISTEMA DE PRODUÇÃO DE MATÉRIA-PRIMA .............................. 129
2.3. EXPORTAÇÃO BRASILEIRA E CONSUMO INTERNO DE CARNE SUÍNA . 133
2.4. COORDENAÇÃO DA CADEIA ................................................................... 137
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 141
3.1. CADEIA PRODUTIVA DA CARNE SUÍNA NO BRASIL .............................. 142
3.2. SUBSISTEMA DE PRODUÇÃO DE MATÉRIA-PRIMA .............................. 142
3.3. EXPORTAÇÃO BRASILEIRA E CONSUMO INTERNO DE CARNE SUÍNA . 143
3.4. COORDENAÇÃO DA CADEIA ................................................................... 144
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 145
5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 147
6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 147
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 148
7
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
Conteúdo
Mapeamento e avaliação da cadeia produtiva do 
Agronegócio bovino (carne, leite e derivados) e suíno. Análise 
de competitividade e estudo da gestão das alianças estratégicas. 
Estratégias de comercialização. Sistema de exportação e 
mercados externos.
Bibliografia Básica
ARAÚJO, M. J. Fundamentos de Agronegócios. 3. ed. rev., ampl. e atual. São Paulo: 
Atlas, 2010.
BATALHA, M. O. Gestão Agroindustrial. São Paulo: Atlas, 2009. 2 v.
CALLADO, A. A. C. (Org.). Agronegócio. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
Bibliografia Complementar
BONTEMPO, M. Alimentação para um novo mundo: a consciência ao se alimentar 
como garantia para a saúde e o futuro da vida na Terra. Rio de Janeiro: Record, 2003. 
BATALHA, M. O.; SOUZA FILHO, H. M. (Org.). Agronegócio no Mercosul: uma agenda 
para o desenvolvimento. São Paulo: Atlas, 2009. 
MENDES, J. T. G.; PADILHA JR., J. Agronegócio: uma abordagem econômica. São Paulo: 
Prentice Hall Brasil, 2007. 
SILVA, M. R. C. Pecuária leiteira Piracanjuba/Goiás 2000-2006: avançar para sistemas 
sustentáveis de produção. Goiânia: Editora da UCG, 2008.
ZYLBERSZTAJN, D.; NEVES, M. F.; NEVES, E. M. Agronegócio do Brasil. São Paulo: 
Saraiva, 2006.
8 © ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
É importante saber: ––––––––––––––––––––––––––––––––
Esta obra está dividida, para fins didáticos, em duas partes:
Conteúdo Básico de Referência (CBR): é o referencial teórico e prático que deverá 
ser assimilado para aquisição das competências, habilidades e atitudes necessárias 
à prática profissional. Portanto, no CBR, estão condensados os principais conceitos, 
os princípios, os postulados, as teses, as regras, os procedimentos e o fundamento 
ontológico (o que é?) e etiológico (qual sua origem?) referentes a um campo de saber.
Conteúdo Digital Integrador (CDI): são conteúdos preexistentes, previamente 
selecionados nas Bibliotecas Virtuais Universitárias conveniadas ou disponibilizados em 
sites acadêmicos confiáveis. São chamados “Conteúdo Digital Integrador” porque são 
imprescindíveis para o aprofundamento do Conteúdo Básico de Referência. Juntos, 
não apenas privilegiam a convergência de mídias (vídeos complementares) e a leitura 
de “navegação” (hipertexto), como também garantem a abrangência, a densidade e a 
profundidade dos temas estudados. Portanto, são conteúdos de estudo obrigatórios, 
para efeito de avaliação. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
9© ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
1. INTRODUÇÃO
Prezado aluno, seja bem-vindo!
Iniciaremos o estudo de Análise das Cadeias 
Agroindustriais Animais, por meio do qual você será capacitado 
para compreender a dinâmica de funcionamento das cadeias 
produtivas agroindustriais (CPA) e quais elementos interferem 
direta ou indiretamente na competitividade de tais cadeias. 
Com isso, você terá condições de formular comentários críticos 
mais consistentes e elaborar políticas públicas ou particulares, 
buscando melhorar o desempenho das CPA.
Além disso, ofereceremos a você um estudo de três cadeias 
produtivas com características e modo de funcionamento bem 
distintos uns dos outros. Nosso objetivo é proporcionar a você 
fundamentos para a criação de uma visão crítica de um futuro 
gestor do Agronegócio, cuja atuação deverá sempre considerar 
as características das diversas cadeias produtivas e o ambiente 
no qual estão inseridas.
O que é competitividade?
Antes de entrarmos no assunto “competitividade” 
propriamente dito, é fundamental ter em mente dois tópicos 
básicos que devem sempre nortear os estudos de Agronegócio: 
visão sistêmica e particularidades do setor agroindustrial. Tais 
assuntos já foram abordados em outras disciplinas, mas vale a 
pena fazermos uma pequena revisão. 
As firmas que compõem os diversos segmentos das 
cadeias produtivas agroindustriais estão se tornando cada vez 
mais dependentes umas das outras. Por exemplo: o segmento 
de apoio (fornecedores de insumos, embalagens, máquinas e 
10 © ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
equipamentos etc.) é o responsável pelo desenvolvimento de 
tecnologia (sementes, adubos, aditivos alimentares, tratores, 
implementos agrícolas etc.), que gera ganhos substanciosos 
de produtividade nos demais segmentos (produção rural, 
industrialização e varejo). O segmento de produção rural 
(produção de leite, carne, ovos, grãos etc.), outro exemplo, é 
fundamental para a determinação da qualidade do produto 
final, assim por diante. Essa interdependência entre os atores 
envolvidos na atividade agroindustrial é um dos pilares que guia 
os estudos do setor e caracteriza a visão sistêmica.
Figura 1 Representação da cadeia produtiva da carne bovina.
A Figura 1 representa esquematicamente a cadeia 
produtiva da carne bovina. Observe que o elo de indústrias de 
apoio é responsável por fornecer insumos e equipamento para 
todos os demais segmentos da cadeia. O desenvolvimento 
de algum produto que gere ganhos para qualquer um dos 
11© ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
segmentos terá reflexo direto sobre a cadeia como um todo. Por 
exemplo, se uma empresa que trabalhe com reprodução animal 
identificar um animal que produza carne mais macia e fornecer 
material genético deste animal aos pecuaristas, a melhoria na 
qualidade da carne trará benefício a todos os demais agentes 
produtivos. Outro exemplo típico é a questão do armazenamento 
dos produtos. Nesse caso, as indústrias química, de embalagens 
ou até mesmo a de eletrodomésticos podem desenvolver 
produtos como enzimas, embalagens e aparelhos domésticos 
que aumentem a durabilidade dos alimentos e permitem a 
armazenagem destes. Essasinovações geram benefícios para 
toda a cadeia, mesmo que de forma indireta. Esses ganhos 
indiretos são resultado do efeito sistêmico. 
Outro ponto que devemos relembrar são as características 
que diferenciam as atividades do setor agroindustrial dos demais 
setores produtivos. A dependência da produção rural como 
fornecedora das principais matérias-primas, a características dos 
produtos agroindustriais (na maioria das vezes, perecíveis e de 
difícil padronização) e a grande influência dos consumidores nas 
CPA como um todo geram algumas consequências que não podem 
ser negligenciadas nos estudos das cadeias agroindustriais, pois 
interferem diretamente em sua competitividade.
Mas, afinal, o que é competitividade? Quais fatores ou 
elementos podem tornar uma CPA mais ou menos competitiva? 
Você já deve ter ouvido falar em competitividade e pode até 
ter visto mais de uma definição para esse termo. Na verdade, 
definir competitividade não é uma tarefa fácil, e existem 
diversas maneiras para defini-la e estudá-la. Podemos abordar 
competitividade em diversos níveis (empresarial, setorial, 
regional, por país, por produto etc.), sob diversos aparatos 
teóricos (marketing, economia, administração etc.), e utilizar os 
12 © ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
mais variados indicadores (preço, participação de mercado, lucro, 
inovação, qualidade etc.). Em outras palavras: competitividade é 
um fenômeno dinâmico que sofre influência de muitos fatores, 
e, por isso, adequaremos as variáveis a serem analisadas e a 
definição aos objetivos e características do objeto de estudo.
Para estudar a competitividade das cadeias de produção 
agroindustriais, utilizaremos o modelo desenvolvido por Van 
Duren et al. (1991) para o estudo das cadeias canadenses, 
e mais tarde adaptado por Silva e Batalha (1999) para as 
cadeias brasileiras. Esse modelo utiliza direcionadores de 
competitividade (fatores capazes de influenciar a competividade 
de determinada CPA) para estudar as cadeias agroindustriais. 
Existem muitos direcionadores de competitividade que podem 
ser adaptados às características das diversas cadeias produtivas. 
Entretanto, alguns direcionadores podem ser considerados mais 
importantes: tecnologia e inovação, insumos e infraestrutura, 
gestão, ambiente institucional, estrutura de mercado e 
coordenação da cadeia.
Cadeia produtiva da carne bovina
Responsável por grande parte da balança comercial 
brasileira, a cadeia produtiva da carne bovina passou por 
grandes avanços nos últimos anos e tem se profissionalizado 
cada vez mais. Entretanto, essa cadeia ainda é marcada pela 
grande heterogeneidade de seus agentes produtivos, coexistindo 
grandes indústrias frigoríficas especializadas em exportação 
e pequenos matadouros que operam, muitas vezes, sem as 
mínimas condições de higiene. 
Como a maioria dos produtos agroindustriais, a 
determinação da qualidade da carne bovina tem origem ainda no 
13© ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
segmento de produção rural. Por isso, o produtor rural deve estar 
atento à raça dos animais, alimentação e manejo, procurando 
sempre evitar estressar os bovinos e abatê-los ainda jovens.
Uma das principais características da cadeia produtiva da 
carne bovina é o constante conflito entre pecuarista e frigorífico. 
Esse conflito é resultado de uma série de fatores, como a 
desconfiança por parte dos pecuaristas, principalmente quanto 
ao peso das carcaças e ao controle da qualidade, à compra de 
animais no mercado spot sem um relacionamento de longo prazo, 
à inexistência de um agente coordenador da cadeia e à falta de 
um padrão para tipificação das carcaças. Para tentar solucionar 
essa situação, alguns produtores têm procurado firmar contrato 
com os frigoríficos ou participar de alianças estratégicas.
Cadeia produtiva do leite bovino
A história da cadeia produtiva do leite bovino é marcada 
por duas fases bem distintas. O período de 1945-1990 foi 
caracterizado pela marcante regulamentação do governo na 
atividade por meio do tabelamento de preços e controle das 
importações. Essa fase, em que o mercado lácteo nacional era 
protegido do mercado internacional e o produtor tinha pouco 
ou nenhum incentivo para investir na atividade, foi marcada por 
uma era de grande estagnação tecnológica, em que os aumentos 
de produção eram alcançados apenas por meio do aumento do 
rebanho e das áreas de exploração.
A segunda fase, iniciada com a desregulamentação 
governamental e a abertura comercial na década de 1990, é 
marcada pelo ganho de eficiência e pela concorrência com os 
produtos importados. Devemos destacar que, como consequência 
da estagnação tecnológica ocorrida nos anos anteriores, o 
14 © ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
produtor brasileiro não tinha condições de concorrer com os 
produtores internacionais, principalmente do MERCOSUL, no 
quesito qualidade e preço. Nesse cenário, apenas a partir de 
2004, após a criação de alíquotas à importação, desvalorização 
cambial e melhorias na qualidade, a balança comercial de 
produtos lácteos tornou-se superavitária. 
A coordenação da CPA do leite pode ser realizada de 
diversas maneiras. De maneira geral, a principal forma de 
relacionamento entre produtor de leite e laticínio é regida por 
contratos informais que determinam a forma de determinação 
do preço e a quantidade a ser coletada, podendo ou não ser 
estipulada uma cota. Outras formas de coordenação dessa 
cadeia são: contratos formais, cooperativismo ou integração 
vertical (principalmente no caso de produtores de leite Tipo A).
Cadeia produtiva da carne suína
Outro produto de destaque na balança comercial é a 
carne suína. Graças a uma série de avanços tecnológicos e 
organizacionais, a exportação brasileira de carne suína tem 
crescido vertiginosamente, e o Brasil tem se destacado como um 
dos principais produtores mundiais desse produto.
Apesar de ser um dos principais produtores mundiais, a 
carne suína ainda é muito pouco valorizada pelo consumidor 
brasileiro. Um dos principais fatores que favorecem essa 
situação é a falta de informação do consumidor. De certa forma, 
a carne suína é associada pela maioria dos produtores a uma 
alimentação não saudável (excesso de gordura) e à transmissão 
de doenças (vermes como a "solitária" ou a "gripe suína"). 
Entretanto, vale destacar que essa percepção não condiz com a 
15© ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
realidade, e a carne produzida pela suinocultura industrial é um 
alimento saudável.
Um dos fatores responsáveis pelo grande desenvolvimento 
da suinocultura no Brasil é a forma como a cadeia se coordena. 
Na maioria dos casos e principalmente na Região Sul (principal 
polo brasileiro produtor de suíno), a Agroindústria é a 
responsável pela coordenação da CPA da carne suína. Nesse 
caso, os produtores possuem contratos com os frigoríficos e 
responsabilizam-se apenas pelas etapas finais de produção, 
enquanto a Agroindústria controla as fases iniciais da criação e 
fornece os principais insumos para a terminação dos leitões.
Apesar de ser menos frequente e mais comum nas Regiões 
Norte e Sudeste, a comercialização de animais pelo mercado 
spot também existe. Nesse sistema, os suinocultores, chamados 
de produtores independentes, responsabilizam-se por todas as 
etapas de produção e pela aquisição de insumos.
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS
O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida 
e precisa das definições conceituais, possibilitando um bom 
domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de 
conhecimento dos temas tratados.
1) Suinocultura: atividade de criar suínos (porcos) com 
finalidade econômica (obtenção de lucro).
2) Abatedouro: agroindústria especializada na matança 
de animais cuja carne é destinada à alimentação 
humana, podendo ou não processar a carne. 
3) Acabamento de carcaça: parâmetro utilizado para 
avaliar a qualidadeda carcaça bovina. Animais com 
16 © ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
carcaças bem acabadas (ou terminadas) apresentam 
maior porção comestível após abatidos.
4) Agroindústria integradora: agroindústria (normal-
mente um frigorífico) que assume a coordenação da 
cadeia, estabelecendo parcerias no processo de cria-
ção de suínos. 
5) Ambiente institucional: leis formais (constituição, leis, 
diretrizes, normas e outros criados pelo governo) e 
informais (cultura, hábitos, religião etc.) que regem o 
comportamento do ser humano. 
6) Barreiras técnicas: normas que limitam a importação 
de produtos que não atendem a determinadas 
especificações técnicas. 
7) Carcaça: bovino abatido após a sangria e remoção dos 
órgãos internos, cabeça e cauda. Basicamente, carne, 
osso e gordura. 
8) Castrado: animal que teve seus órgãos de reprodução 
(testículo no macho e ovários nas fêmeas) removidos, 
tornando-se infértil.
9) Cevado: suíno gordo, pronto para ser abatido.
10) Confinamento: sistema de produção no qual o animal 
permanece preso em uma área restrita (galpão ou 
curral) e é alimentado exclusivamente no cocho. 
11) Controle estatal: controle exercido pelo governo sobre 
determinado setor da economia. 
12) Coordenação da cadeia: forma como os agentes de 
determinada cadeia produtiva transacionam (compram 
e vendem seus produtos). 
17© ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
13) Cota: no texto, refere-se à determinada quantidade de 
leite que o laticínio obriga a adquirir de um produtor.
14) Creche: etapa de criação de suínos que sucede o 
desmame dos animais (entre 28 e 70 dias em média).
15) Extracota: quantidade que excede a cota. 
16) Fêmea vazia: fêmea que não está gestante. 
17) Fronteira agrícola: região delimitada por áreas onde 
a atividade agropecuária ainda não expandiu sobre o 
meio ambiente. 
18) Frigorífico: indústria especializada no processamento 
e na industrialização de carne. Nem sempre faz o abate 
de animais. 
19) Genótipo: refere-se às características genéticas do 
animal. 
20) Gramíneas: no texto, refere-se a um tipo de planta de 
elevado valor nutritivo, destinada à alimentação de 
animais. 
21) Leitão: filhote do porco ainda na fase de amamentação. 
22) Leite Tipo A: leite proveniente de apenas um rebanho, 
ordenhado em sistema de tubulação e envasado na 
mesma propriedade. 
23) Macho inteiro: macho não castrado. 
24) Marmoreio: gordura entremeada nas fibras muscula-
res, responsável por dar maciez, suculência e sabor à 
carne. 
25) Marrã: porca jovem que ainda não entrou em 
reprodução, ou de primeira cria. 
18 © ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
26) Mastite: inflamação da glândula mamária e responsável 
por comprometer a saúde do animal e a qualidade do 
leite. 
27) Maternidade: baia ou piquete destinado às fêmeas 
prestes a parir. 
28) Matriz: fêmea destinada à reprodução.
29) Melhoramento genético: técnica que busca identificar 
e selecionar animais com potencial genético superior 
aos demais. 
30) Mestiço: mistura de várias raças sem controle 
zootécnico. 
31) Ordenha: prática de extrair o leite dos animais. 
32) Parasitas: organismos que se hospedam em outros 
animais do qual tira meio para sobreviver. No texto há 
referência a carrapatos, bernes, piolhos e vermes. 
33) Per capita: referente ao indivíduo. Renda per capita: 
renda por indivíduo; consumo per capita: consumo 
por indivíduo. 
34) Pós-dipping: lavagem dos tetos das vacas após a 
ordenha. 
35) Políticas protecionistas: políticas públicas que visam 
proteger o mercado interno (nacional) da concorrência 
internacional. 
36) Pré-dipping: lavagem dos tetos das vacas antes da 
ordenha. 
37) Precoces: no texto, há referência a animais que 
atingem a puberdade mais rapidamente. Estes animais 
ganham peso mais rápido (vão mais cedo para o abate) 
e iniciam as atividades reprodutivas mais cedo. 
19© ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
38) Prenhes: gestante. 
39) Regulamentação governamental: forma de o governo 
intervir nas atividades econômicas e controlá-las.
40) Recorrentes: que acontece mais de uma vez, com 
frequência. No texto, há referência a transações não 
esporádicas que geram um relacionamento de longo 
prazo.
41) Rendimento de carcaça: porcentagem do peso da 
carcaça em relação ao peso vivo do animal. 
42) Rotação de piquetes: técnica por meio da qual grandes 
áreas de pastagem são subdivididas em áreas menores 
(piquetes); nesses piquetes, os animais alternam entre 
período de pastejo e descanso.
43) Rústico: animal mais resistente a enfermidades. 
44) Sanitária: referente à saúde animal. 
45) Superavitária: situação em que a balança comercial é 
positiva, ou seja, o país exporta mais do que importa. 
46) Subsídios: forma por meio do qual o governo 
fornece incentivos financeiros à determinada classe 
social, setor econômico, empresa etc. No caso do 
Agronegócio, pode ser por meio de empréstimos a 
juros inferiores ao praticados no mercado, compra de 
produtos, isenção de impostos etc. 
47) Tácito: tipo de acordo informal. 
48) Tanque de expansão: equipamento específico para 
armazenar e resfriar leite bovino.
49) Tarifa externa comum: tarifa comercial padronizada 
para um conjunto de países ou blocos econômicos. 
50) Tardias: que não é precoce. 
20 © ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
51) Taurino: raça de animais provenientes do continente 
europeu. 
52) Taxa de lotação: quantidade de animais (em unidade 
ou peso) que pastejam em determinada área 
(normalmente hectare). 
53) Terminação: fase em que o animal é engordado para 
ser abatido. 
54) Tipificação de carcaça: sistema de classificação de 
carcaças bovinas. 
55) Zebuíno: raças de animais provenientes da Índia. 
3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE
O Esquema a seguir possibilita uma visão geral dos conceitos 
mais importantes deste estudo. Como você pode observar, uma 
cadeia de produção agroindustrial sofre a influência de uma 
série de fatores externos e internos capazes de torná-la mais ou 
menos competitiva. Esses fatores determinam a competitividade 
potencial da CPA e são chamados de direcionadores de 
competitividade. 
A interação entre dois direcionadores de competitividade 
irá determinar o desempenho da cadeia. O desempenho da 
cadeia, que pode ser medido pela participação de mercado, irá 
determinar sua competitividade revelada.
A partir do entendimento desses direcionadores e de 
como cada um age sobre as cadeias de produção agroindustriais, 
você será capaz de elaborar políticas públicas ou privadas ou até 
mesmo estratégias para tornar as empresas e as cadeias mais 
competitivas.
21© ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
Fonte: adaptado de Silva; Batalha (1999).
Figura 2 Esquema de Conceitos-chave de Análise das Cadeias Agroindustriais Animais. 
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGUIAR, D. R. R. Leite: Argentina, Brasil, Chile e Uruguai. In: BATALHA, M. O.; SOUZA 
FILHO, H. M. (Coord.). Agronegócio no Mercosul: uma agenda para o desenvolvimento. 
São Paulo: Atlas, 2009.
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Gestão agroindustrial. São Paulo: Atlas, 2011, p. 63-112.
BATALHA, M. O.; SOUZA FILHO, H. M. Analisando a competitividade de cadeias 
agroindustriais: uma proposição metodológica. In: BATALHA, M. O.; SOUZA FILHO, 
H. M. (Coord.). Agronegócio no Mercosul: uma agenda para o desenvolvimento. São 
Paulo: Atlas, 2009.
BATALHA, M. O.; SILVA, A. L. Gerenciamento de sistemas agroindustriais: definições, 
especificidades e correntes metodológicas. In: BATALHA, M. O. (Org.). Gestão 
agroindustrial. São Paulo: Atlas, 2011. p. 1-62.
NEVES, M. F. (Coord.) Estratégias para a carne bovina no Brasil. São Paulo: Atlas, 2011. 
22 © ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
5. E-REFERÊNCIAS
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Corte. FEALQ-USP, Piracicaba, SP, p. 79-97, 1997. Disponível em: <http://www.fea.
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MIELE, M. Consumo de carne suína no Brasil: indicadores, evolução e diferenças 
regionais. Suinocultura industrial, ed. 239, ano 33, n. 2, p. 14-23, 2011. Disponível 
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carne-suina-no-Brasil0001.pdf>. Acesso em: 8 jun. 2015.
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CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
ROSALES, F. P. Competitividade do complexo agroindustrial do leite de búfala no estado 
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Mestrado em Engenharia de Produção, 189p.). Disponível em: <http://www.bdtd.
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SAAB, M. S. B. L. M; NEVES, M. F.; CLÁUDIO, L. G. O desafio da coordenação e seus 
impactos sobre a competitividade de cadeias e sistemas agroindustriais. Revista 
Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v. 38, p. 412-422, jul. 2009. Disponível em: <http://
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-35982009001300041>. 
Acesso em: 8 jun. 2015. 
SILVA, C. A. B.; BATALHA, M. O. Competitividade em sistemas agroindustriais: 
metodologia e estudo de caso. In: WORKSHOP BRASILEIRO DE GESTÃO DE SISTEMAS 
AGROALIMENTARES, 2., 1999. Ribeirão Preto. Anais... Ribeirão Preto: PENSA/FEA/
USP, 1999.p. 9-19. Disponível em: http://www2.ufpel.edu.br/faem/agronegocios/
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VAN DUREN, E.; MARTIN, L; WESTGREN, R. Assessing the competitiveness of Canada’s 
agrifood industry. Canadian journal of agricultural economics, v. 39, p. 732 – 738, 
1991. Disponível em: <http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1744-7976.1991.
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ZYLBERSZTAJN, D. Estruturas de governança e coordenação do agribusiness: uma 
aplicação da Nova Economia das Instituições. São Paulo: Universidade de São Paulo, 
1995. (Tese – Livre-docência, 241p.). Disponível em: <http://pensa.org.br/wp-content/
uploads/2011/10/Estruturas_de_governanca_e_coordenacao_do_agribusiness_
uma_aplicacao_da_nova_economia_das_instituicoes_1995.pdf>. Acesso em: 8 jun. 
2015. 
© ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
25
UNIDADE 1
COMPETITIVIDADE DAS CADEIAS 
AGROINDUSTRIAIS
Objetivos
•	 Rever alguns pontos conceituais fundamentais 
para os estudos sobre competitividade das cadeias 
agroindustriais.
•	 Compreender o conceito de competitividade apli-
cado às cadeias agroindustriais.
•	 Identificar os principais fatores que determinam a 
competitividade das cadeias agroindustriais.
Conteúdos
•	 Agronegócio: visão sistêmica e particularidades.
•	 Competitividade e cadeia agroindustrial.
•	 Direcionadores de competitividade.
Orientações para o estudo da unidade
Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações 
a seguir:
26 © ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
UNIDADE 1 – COMPETITIVIDADE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS
1) Não se limite a este conteúdo; busque outras 
informações em sites confiáveis e/ou nas referências 
bibliográficas, apresentadas ao final de cada unidade.
2) Não deixe de recorrer aos materiais complementares 
descritos no Conteúdo Digital Integrador. 
3) Um exercício muito útil e gostoso de ser feito é 
acompanhar as notícias nas mídias especializadas em 
Agronegócio e entender como os conceitos aprendidos 
podem ser aplicados na prática. 
4) Não deixe de tirar suas dúvidas e de participar dos 
fóruns e atividades propostas; isso servirá de balizador 
para seu aprendizado.
27© ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
UNIDADE 1 – COMPETITIVIDADE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS
1. INTRODUÇÃO
Vamos iniciar nossa primeira unidade de estudo. Você está 
preparado?
Nesta unidade, identificaremos e compreenderemos quais 
fatores influenciam a competitividade das cadeias agroindustriais. 
Para isso, inicialmente retomaremos dois assuntos que já 
foram tratados anteriormente, mas que são essenciais para 
entendermos a competitividade das cadeias agroindustriais: a 
visão sistêmica e as particularidades do Agronegócio. Apenas 
para destacar a importância desses tópicos, podemos afirmar 
que são eles que diferenciam o Agronegócio dos demais setores 
da economia e justificam uma linha de estudo específica sobre o 
Agronegócio.
Após essa breve revisão, abordaremos o tema 
“competitividade” propriamente dito. Aqui, cabem duas 
ressalvas. Não temos a intenção de esgotar os assuntos a serem 
tratados, por isso, caso você tenha interesse em se aprofundar 
em algum tópico específico, sinta-se à vontade para realizar 
pesquisas em sites confiáveis e solicitar ajuda a seu tutor. Outro 
ponto importante é que, como você verá mais à frente, existem 
muitas definições e conceitos para competitividade; entretanto, 
a maioria refere-se ao estudo das empresas individualmente. 
Como nosso objetivo é estudar competitividade relacionada à 
cadeia, utilizaremos uma abordagem específica para esse fim.
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA
O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de forma su-
cinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua compreensão 
28 © ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
UNIDADE 1 – COMPETITIVIDADE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS
integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo do Conteúdo 
Digital Integrador.
2.1. AGRONEGÓCIO: VISÃO SISTÊMICA E PARTICULARIDADES
Nesta unidade, vamos conhecer quais fatores interferem 
positiva ou negativamente na competitividade de uma Cadeia 
de Produção Agroindustrial (CPA). É importante deixar claro, 
também, que a teoria aqui apresentada pode ser aplicada a 
qualquer setor do Agronegócio. Com isso, se você compreender 
bem o conteúdo apresentado, terá maior facilidade para 
entender o funcionamento de qualquer CPA. 
Até meados do século 20, as propriedades ruraiseram 
independentes e autossuficientes, ou seja, na mesma unidade 
produtiva, ocorria a produção de matéria-prima (leite, carne, 
milho, ovos, arroz, feijão, café etc.), a industrialização dos 
produtos para consumo (queijo, farinha, fubá, café torrado 
etc.) e a aquisição de insumos era praticamente nula. Com o 
desenvolvimento das indústrias ditas de apoio (produção de 
máquinas e insumos), com o êxodo rural e a formação dos grandes 
centros urbanos (menos mão de obra rural para alimentar uma 
população urbana crescente), bem como o aperfeiçoamento 
de técnicas de processamento e armazenamento de alimentos 
(facilita o comércio entre mercados distantes), entre 
outras transformações, as propriedades rurais tornaram-se 
especializadas e dependentes de outros agentes produtivos, 
como, por exemplo, produtores de insumos, prestadores de 
serviços, varejista e mercado consumidor.
É essa dependência entre as firmas dos diversos segmentos 
produtivos (indústria de apoio, produção rural, agroindústria 
29© ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
UNIDADE 1 – COMPETITIVIDADE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS
e comércio) que caracteriza o Agronegócio e o diferencia do 
enfoque de agricultura. Cada vez mais, para entendermos como 
funcionam os sistemas agroindustriais e como torná-los mais 
competitivos, temos de analisar este conjunto de empresas 
interligadas entre si, e não apenas a produção rural ou outro elo 
individualmente.
Foi nesse cenário que, em 1957, Davis e Goldberg, dois 
economistas de Harvard, deram início aos estudos que culmina-
ram com a definição de Agronegócio. Zylbersztajn (1995, p. 108) 
explica que:
a visão de Davis e Goldberg propõe um sistema agroalimentar cuja 
evolução partiu de unidades agropecuárias autossustentadas e 
em estado de autossuficiência com respeito ao uso e produção 
de insumos, para um novo status onde prevalece a grande 
interdependência entre segmentos do sistema agroalimentar.
Ainda em relação à definição de Agronegócio, devemos 
destacar a importância da visão sistêmica para os estudos 
ligados a este setor. Batalha e Souza Filho (2009) destacam dois 
aspectos importantes de um sistema. O primeiro é que o sistema 
é formado por uma coleção de componentes interdependentes 
que interagem por meio de interações dinâmicas que envolvem 
a troca de informações e estímulos. O segundo ponto destacado 
pelos autores é a existência de uma rede de relações funcionais 
que atuam em conjunto, visando alcançar um propósito 
determinado.
Staatz (1997) descreve cinco conceitos que servem de guia 
para o enfoque sistêmico: 
1) Verticalidade: significa que as condições de um elo do 
setor tendem a ser influenciadas pelas condições de 
outro elo da cadeia.
30 © ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
UNIDADE 1 – COMPETITIVIDADE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS
2) Orientação pela demanda: a demanda é vista como uma 
máquina que puxa bens e serviços por meio do sistema 
vertical. Por isso, é importante conhecer a dinâmica da 
demanda e como os diversos elos podem atendê-la.
3) Coordenação dentro da cadeia: as relações comerciais 
dentro da cadeia e as formas alternativas de 
coordenação são fundamentais para o funcionamento 
da cadeia (voltaremos a falar de coordenação mais 
adiante).
4) Competição entre sistemas: um sistema pode apresentar 
mais de um canal de comercialização que podem 
concorrer entre si. Como exemplo, podemos citar o 
mercado doméstico e a exportação. O produtor ou 
a agroindústria sempre vai procurar o mercado que 
pague o maior valor por seu produto. Assim, caso 
o mercado internacional esteja valorizando mais 
determinado produto, a tendência é que a exportação 
de tal produto aumente, diminuindo, assim, sua oferta 
no mercado interno. Com isso, os preços no mercado 
doméstico tendem a ser ajustados para cima (lei da 
oferta e da procura), podendo inclusive haver falta do 
produto.
5) Alavancagem: desenvolver ações para ajudar um grande 
número de empresas de cada vez pode ser caro. Por 
isso, a análise sistêmica pode identificar pontos onde 
as ações podem ajudar várias empresas de uma vez só. 
São vários os exemplos de efeito sistêmico nas cadeias de 
produção agroindustriais. Um caso clássico é a importância das 
indústrias de apoio. A inovação e o desenvolvimento de novos 
produtos no setor agroindustrial quase nunca ocorrem nos 
31© ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
UNIDADE 1 – COMPETITIVIDADE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS
segmentos de produção rural, industrialização ou comercialização, 
mas sim no segmento das industriais de apoio. Na cadeia 
produtiva do leite bovino, por exemplo, o desenvolvimento de 
embalagens cartonadas e do processo UHT permitiu que o leite 
fosse armazenado por período mais longo. Essa nova realidade 
fez com que a demanda por esse produto aumentasse, o que 
trouxe benefícios para a cadeia como um todo. 
O setor agroindustrial apresenta algumas particularidades 
que o diferenciam das demais atividades, e, consequentemente, 
muitas ferramentas de gestão desenvolvidas para outras áreas, 
quando importadas para o Agronegócio, perdem parcial ou total-
mente sua eficiência. Vale lembrar que são essas características 
que justificam a existência de uma linha de estudos específica 
para o Agronegócio. 
A matéria-prima empregada na produção de todo o sistema 
agroindustrial tem como origem a produção rural e é aí que surge 
uma das particularidades mais marcantes do Agronegócio: a 
dependência da natureza biológica da produção agrícola. Segundo 
Azevedo (2011, p. 67), “a necessária vinculação da produção 
agroindustrial à oferta de produtos agrícolas subordina essa 
atividade às restrições ditadas pela natureza”. Essa subordinação 
não deve ser negligenciada e apresenta consequências diretas 
tanto para a agropecuária em si como para a CPA como um todo. 
O primeiro aspecto a ser considerado é o longo período 
de maturação dos investimentos. A produção rural é altamente 
dependente do ciclo biológico da cultura à qual se dedica, ou 
seja, deve-se respeitar o limite de tempo necessário para o 
crescimento da planta ou animal em questão. Isso impõe ao 
produtor uma defasagem de tempo entre a realização do 
investimento e o retorno esperado. Um pecuarista, por exemplo, 
32 © ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
UNIDADE 1 – COMPETITIVIDADE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS
que se dedica a comprar bezerros recém-desmamados (oito 
meses) e vendê-los para o abate (24-36 meses), terá o retorno 
do seu investimento entre 16 e 28 meses.
Outra particularidade da agropecuária é o fato de ser 
dependente das condições naturais e biológicas. Por isso, a 
produção rural depende de ocorrência de chuvas em quantidades 
e épocas do ano ideais e está sujeita à ocorrência de pragas e 
doenças. 
Outra consequência da dependência da natureza biológica 
na produção rural é a sazonalidade na disponibilidade da 
matéria-prima. Batalha e Silva (2011) esclarecem que a maior 
parte da matéria-prima das agroindústrias é obtida diretamente 
da produção rural, o que faz com que essas empresas estejam 
subordinadas às condições de safras e entressafras. Segundo esses 
autores, essa situação gera dificuldades para o planejamento e 
o controle da produção nessas indústrias, além de comprometer 
o rendimento do capital investido, uma vez que, durante a 
entressafra, estas trabalham com grande capacidade ociosa. 
Para a produção rural, o rígido regime de safra-entressafra 
também pode gerar algumas complicações. Durante o período 
de safra, quando grande parte dos produtores comercializa seus 
produtos, ocorre uma queda muito acentuada no valor pago 
aos agropecuaristas. Quanto maior a quantidade de produtos 
disponíveis no mercado (diretamente proporcional ao tamanho 
da safra), menor será o valor. Assim, mesmo que um produtor 
invista na sua atividade e consiga colher uma boa safra, não há 
a garantia de um retorno financeiro satisfatório, já que todos os 
produtores também podem alcançar o mesmo êxito, resultando, 
assim,em abundância de produto no mercado, com consequente 
queda no preço. 
33© ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
UNIDADE 1 – COMPETITIVIDADE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS
As particularidades citadas até aqui estão diretamente 
ligadas à produção rural, mas os produtos agroindustriais também 
apresentam algumas características especiais que precisam 
ser consideradas. Batalha e Silva (2011) citam pelo menos 
duas características dos produtos agroindustriais: variação de 
qualidade da matéria-prima e do produto final e a perecibilidade 
dos produtos. A qualidade do produto final das CPA é resultado 
da ação de cada elo da cadeia, por isso é importante que cada 
agente, desde a produção rural até o varejo, adote as técnicas 
corretas de produção, processamento e armazenamento.
Na produção de carne bovina, por exemplo, a escolha 
das matrizes que produzirão os animais para abate, os 
processos empregados na criação desses animais, a forma 
de abate e armazenamento da carne são alguns dos fatores 
que determinarão a qualidade do produto final. Assim, caso o 
pecuarista não empregue as técnicas corretas de produção, é 
praticamente impossível conseguir carne de qualidade, mesmo 
que os demais agentes utilizem técnicas modernas de produção. 
Outra característica citada por Batalha e Silva (2011) é a 
perecibilidade tanto da matéria-prima como do produto final. 
O fato de se trabalhar com produtos perecíveis cria nas CPA 
uma preocupação ainda maior com a logística, uma vez que tais 
produtos devem ser transportados e armazenados em condições 
especiais, sob a pena de perdas consideráveis de qualidade. O 
leite é um exemplo clássico de produto perecível e que necessita 
de uma logística eficiente. Logo após ser ordenhado, o leite 
necessita ser armazenado a uma temperatura de 4ºC e deve ser 
transportado para o laticínio assim que possível. O transporte 
até o laticínio também tem de ser feito em caminhões-tanques 
adequadamente refrigerados, devendo ser processado o mais 
rápido possível. 
34 © ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
UNIDADE 1 – COMPETITIVIDADE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS
Por último, e não menos importante, devemos destacar 
a importância das ações do consumidor sobre os diversos 
segmentos do Agronegócio. O consumidor está tendo cada vez 
mais acesso à informação, e preocupações com a qualidade 
de vida têm interferido diretamente em suas decisões de 
compra. Outra preocupação que vem ganhando espaço entre os 
consumidores está ligada às questões socioambientais. 
Nesse cenário, além de considerarem “o que”, “quanto” 
e “para quando” produzir, as empresas ligadas ao Agronegócio 
devem se preocupar em “como” produzir. 
2.2. COMPETITIVIDADE E CADEIA AGROINDUSTRIAL
Nesta seção, abordaremos o tema “competitividade” e 
adequaremos sua definição à realidade e necessidades das ca-
deias produtivas agroindustriais. Segundo Rosales (2013), as 
várias possibilidades de enfoques teóricos aplicáveis nos estu-
dos (economia, marketing etc.), os diversos parâmetros a serem 
analisados (preço, lucro, participação de mercado, qualidade, 
inovação etc.) e os muitos níveis de análises (país, firma, cadeia, 
produto) trazem certa confusão e ambiguidade ao termo “com-
petitividade”. O autor, após analisar diversas definições de “com-
petitividade”, encontrou os seguintes pontos comuns: habilidade 
de atender às necessidades do consumidor, o crescimento sus-
tentável e a capacidade para superar o concorrente. 
Assim, “competitividade” pode ser caracterizada como um 
fenômeno dinâmico e contínuo que sofre influência constante de 
fatores externos (situação econômica, ações dos concorrentes 
e situações de mercado, entre outros) e, por isso, não pode 
ser avaliada como um simples indicador de medida estático. 
35© ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
UNIDADE 1 – COMPETITIVIDADE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS
Além disso, deve haver uma correspondência entre o conceito, 
as variáveis a serem analisadas e as unidades de medidas 
empregadas, já que ambos são adaptáveis ao objetivo do estudo. 
Ferraz et al. (1996), ao tentarem definir um conceito para 
competitividade, identificaram duas famílias distintas para 
tal: competitividade revelada e competitividade potencial. No 
primeiro caso, a competitividade é vista como desempenho 
e pode ser medida pela participação de mercado alcançado 
por uma firma em determinado momento no tempo. Nessa 
visão, o mercado, ao escolher quais produtos serão adquiridos, 
determina a posição competitiva de cada empresa. 
Já a competitividade potencial é determinada pela 
eficiência da empresa em converter insumos em produtos com 
o máximo de rendimento. Nesse caso, seria o produtor que 
definiria sua competitividade ao escolher as técnicas a serem 
utilizadas diante das restrições impostas pelo ambiente no qual 
se encontra.
Entretanto, Ferraz et al. (1995) consideram que ambas 
as visões são estáticas e, por isso, ineficientes para capturar a 
essência dinâmica da competitividade e não esclarecem as 
causas para sua evolução. Assim, os autores adotam a seguinte 
definição para competitividade: “a capacidade da empresa 
formular e implementar estratégias concorrenciais que lhe 
permitam ampliar ou conservar, de forma duradoura, uma 
posição sustentável no mercado” (FERRAZ et al., 1995, p. 3).
Cabe aqui fazermos uma pequena ressalva: a unidade 
de análise dos conceitos de competitividade frequentemente 
apresentados na Literatura são as empresas, enquanto nosso 
foco são as CPA. Graças ao efeito sistêmico que permeia estas 
cadeias, a competitividade de tal não é o resultado da soma 
36 © ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
UNIDADE 1 – COMPETITIVIDADE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS
da competitividade das firmas que a compõe. Com isso, nossa 
preocupação não é mais determinar e avaliar se uma empresa 
sobreviverá ou não no mercado e qual a sua participação de 
mercado, e sim qual a capacidade da cadeia produtiva, vista 
como um sistema aberto, em competir e sobreviver no mercado. 
A empresa que entender a importância do efeito 
sistêmico e assumir que sua eficiência interfere diretamente 
na competitividade do sistema como um todo pode alterar sua 
maneira de interagir com os demais elos da cadeia e adotar 
estratégias de produção mais voltadas a atender as exigências de 
mercado. Assim, adotar mecanismo de coordenação adequado, 
investir em melhoria de qualidade e adotar níveis adequados de 
tecnologia, entre outros, são exemplos de atitudes que podem 
gerar efeito sistêmico e melhorar a competitividade da cadeia 
produtiva como um todo.
A cadeia produtiva da carne bovina é um exemplo em que 
o emprego da visão sistêmica tem trazido ganhos substanciais 
para os produtores rurais e para toda a cadeia. Para satisfazer 
o consumidor final de maneira adequada, essa cadeia precisa 
atender, entre outros, a alguns requisitos como constância de 
fornecimento e padronização da qualidade. Alguns pecuaristas, 
buscando mudar essa situação, uniram-se em associações e/
ou cooperativas e formaram alianças estratégicas, criando 
uma relação mais próxima com a agroindústria e o varejo. Nos 
casos em que estas iniciativas lograram êxito, todos os agentes 
produtivos foram beneficiados: o produtor recebe pagamento 
diferenciado baseado na qualidade, a agroindústria tem uma 
matéria-prima de qualidade superior à sua disposição e o varejo 
consegue atender aos mercados mais exigentes. 
37© ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
UNIDADE 1 – COMPETITIVIDADE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS
É importante notarmos que, quando se trata de cadeias 
de produção agroindustriais, existe uma gama muito grande 
de fatores que determinarão a competitividade destas. Assim, 
como destacado por Rosales (2013), além dos usuais indicadores 
econômico-financeiros, como, por exemplo, custos, preços e 
taxas de crescimento, entre outros, dimensões não financeiras 
como atendimento ao consumidor, qualidade, tecnologia, 
coordenação e segurança alimentar devem serconsiderados. 
Outro ponto que também deve sempre ser considerado 
são as ações do governo que podem estimular, potencializar 
ou até mesmo comprometer totalmente o desempenho de 
uma cadeia ou de determinado setor. A criação de subsídios, 
por exemplo, pode interferir nos custos de produção de alguns 
produtos, aumentando, assim, sua competitividade frente aos 
concorrentes. O inverso também é verdadeiro: a criação de taxas 
e impostos elevados aumentará os custos de produção, elevando, 
consequentemente, o preço do produto para o consumidor final.
Para Batalha e Silva (2011, p. 38), “um sistema agroindustrial 
dever ser gerido de forma eficiente e eficaz”. Para esses autores, 
a eficácia é determinada pela capacidade de atender às 
necessidades do consumidor final, e, por isso, é essencial que 
cada elo da CPA procure atender a demanda com a qualidade 
e quantidade necessária; caso contrário, a competitividade da 
cadeia como um todo seria comprometida. 
Batalha e Silva (2011) dividem a eficiência em dois fatores: 
gestão interna da firma e coordenação do sistema. Segundo 
esses autores, é a gestão interna das empresas agroindustriais 
que vão capacitá-las, por meio da utilização de ferramentas 
gerenciais adequadas, a disponibilizar seus produtos com nível 
adequado de qualidade e preço. 
38 © ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
UNIDADE 1 – COMPETITIVIDADE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS
A coordenação, segundo fator destacado por Batalha e Silva 
(2011), está relacionada à forma como os agentes produtivos 
transacionam entre si. Segundo esses autores, cada vez mais a 
competitividade dos sistemas agroindustriais será ditada pela 
capacidade de seus elos em se coordenarem de maneira a gerar 
estímulos e um funcionamento harmonioso e sustentável. 
Assim, para que uma cadeia de produção agroindustrial 
seja competitiva, é importante:
• que os agentes produtivos empreguem ferramentas 
gerenciais que permitam maximizar a utilização dos 
recursos produtivos;
• coordenar-se de maneira adequada, garantindo a 
transmissão de estímulos e informações ao longo de 
todo o sistema;
• atender às exigências e expectativas do mercado 
consumidor em relação à qualidade, quantidade e 
preço.
Batalha e Silva (2011) destacam, ainda, a influência, em 
um contexto mais amplo, dos aspectos legais, sociais, culturais, 
tecnológicos e econômicos que podem oferecer oportunidades 
e ameaças para os objetivos dos sistemas. A Figura 1 ilustra, 
resumidamente, os elementos que podem influenciar na 
competitividade das cadeias de produção agroindustriais.
39© ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
UNIDADE 1 – COMPETITIVIDADE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS
.
Fonte: Rosales (2013). 
Figura 1 Condições de competitividade das cadeias agroindustriais.
2.3. DIRECIONADORES DE COMPETITIVIDADE
Fica claro, agora, que a competitividade de uma cadeia 
de produção agroindustrial depende não apenas dos fatores 
sobre os quais as firmas têm domínio e influência, mas também 
de um conjunto de elementos externos que fogem totalmente 
do domínio dos agentes produtivos. Ações do governo, a 
interação entre os diversos elos da cadeia, estrutura de mercado, 
comportamento do consumidor, logística e infraestrutura, entre 
outros, são alguns dos elementos capazes de tornar uma cadeia 
mais ou menos competitiva.
Objetivando sintetizar os principais determinantes 
da competitividade das cadeias produtivas agroindustriais 
sem desprezar suas especificidades, Van Duren et al. (1991) 
40 © ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
UNIDADE 1 – COMPETITIVIDADE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS
desenvolveram um modelo de análise posteriormente adaptado 
por Silva e Batalha (1999) para o estudo da competitividade dos 
sistemas agroindustriais brasileiros. 
Batalha e Souza Filho (2009), ao se referirem ao modelo 
proposto por Van Duren et al. (1991), afirmam que: 
a conjunção do impacto de uma série de fatores teria como 
resultado uma certa condição de competitividade para 
uma dada cadeia agroindustrial. Conforme foi mencionado 
anteriormente, estes fatores estão estreitamente relacionados 
com a eficiência e com a eficácia das cadeias agroindustriais. 
Aos fatores que impactam diretamente sobre a 
competitividade das cadeias agroindustriais, Van Duren et al. 
(1991) denominaram-nos direcionadores de competitividade. 
Rosales (2013) identificou uma gama de direcionadores 
presentes em estudos de competitividade do setor agroindustrial, 
como: coordenação da cadeia, qualidade, custos, produtividade, 
políticas setoriais e insumos, entre outros. Segundo esse autor, 
a escolha de direcionadores varia de acordo com a cadeia a 
ser estudada e com o objetivo do estudo. Contudo, alguns 
direcionadores são comuns a todas as cadeias e podem ser 
considerados mais importantes. São eles: tecnologia e inovação, 
insumos e infraestrutura, gestão, ambiente institucional, 
estrutura de mercado e coordenação da cadeia. Veremos, de 
forma sucinta, a definição de cada um desses direcionadores e 
como eles impactam na competitividade das empresas. 
Tecnologia e inovação
Batalha e Souza Filho (2009) destacam que a tecnologia e 
a geração de inovações são essenciais para a sustentabilidade 
da competitividade das cadeias agroindustriais, pois pode 
41© ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
UNIDADE 1 – COMPETITIVIDADE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS
reduzir custos de produção, melhorar a qualidade dos produtos, 
aumentar a produtividade e proporcionar condições de 
diferenciar produtos, entre outras consequências capazes de 
conferir maior eficiência ao sistema como um todo. 
Aqui vale destacar um ponto importante: quando falamos 
em tecnologia para a produção rural, nem sempre estamos 
nos referindo ao emprego de maquinários modernos ou 
outros equipamentos de última geração. Algumas práticas de 
manejo, como, por exemplo, pastejo rotacionado, integração 
lavoura-pecuária-floresta e adubação de pastagem podem ser 
consideradas tecnologia e trazem ganhos consideráveis para 
o produtor. Outrossim, é que se deve sempre adequar o nível 
tecnológico à capacidade e à realidade do produtor. Muitas vezes, 
uma tecnologia considerada rudimentar ou simples pode trazer 
benefícios para um pequeno produtor familiar, por exemplo.
A adoção de novas tecnologias por determinado agente 
produtivo pode se desdobrar em vantagens competitivas para 
a cadeia toda. No complexo agroindustrial, da pecuária leiteira, 
por exemplo, a utilização de embalagens cartonadas e a adoção 
da tecnologia que produz o leite UHT (também conhecido como 
leite longa vida) proporcionaram à agroindústria, ao varejo e ao 
consumidor condições de armazenar o leite por mais tempo. 
Essa nova realidade aumentou a demanda por leite cru, o que 
beneficiou o produtor de leite. 
Tratando-se de tecnologia e inovação no Agronegócio, 
deve-se considerar a importância das indústrias de apoio no 
desenvolvimento e difusão de novas tecnologias. Empresas 
do setor de Mecânica, Química, Farmacêutico e Metalúrgico, 
entre outros, são responsáveis por desenvolver equipamentos, 
insumos, remédios, aditivos, embalagens, sementes e outros 
42 © ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
UNIDADE 1 – COMPETITIVIDADE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS
itens responsáveis pelas inovações tecnológicas das cadeias 
agroindustriais. 
Outro fator limitante à inovação das cadeias agroalimentares 
é o comportamento conservador do consumidor em relação 
ao alimento. Mudanças muito radicais nas características dos 
produtos não são bem vistas pelo consumidor final, que tem no 
alimento uma referência cultural e de tradição muito grande.
Insumos e infraestrutura
A disponibilidade de insumos a baixo custo e com a 
qualidade desejada para todos os agentes produtivos é capaz de 
influenciar a competitividade das CPAs. Como principais insumos, 
podemos citar disponibilidade de terra barata, mão de obra 
qualificada e de baixo custo, alimentação e sanidade, no caso 
da pecuária, sementes e defensivos químicospara a agricultura.
Muitas vezes, o produto final de determinada cadeia 
agroindustrial pode servir de insumo para outra cadeia e, nesse 
caso, a proximidade geográfica dessas cadeias pode significar 
ganhos competitivos para uma delas ou para ambas. No 
confinamento de bovinos, o gasto com a nutrição dos animais 
pode significar até 70% do custo total de produção. Nesse 
sentido, tem-se observado uma migração dos confinamentos 
brasileiros para o Estado do Mato Grosso, o maior produtor 
nacional de grãos. 
Deve-se lembrar também que quanto maior o nível 
de tecnologia de um sistema de produção, maior será sua 
dependência dos insumos. Com isso, a falta ou a oscilação de 
qualidade e de preço poderá comprometer a competitividade de 
um sistema todo.
43© ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
UNIDADE 1 – COMPETITIVIDADE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS
Já na Agroindústria, o principal insumo normalmente 
é adquirido diretamente da produção rural. Nesse caso, os 
gestores devem estar preparados para lidar com algumas das 
características do setor agroindustrial, como, por exemplo, os 
regimes de safra e entressafra. Em contrapartida, o produtor 
rural deve se preocupar em fornecer produtos com a qualidade, 
a quantidade e os preços adequados. Outro insumo fundamental 
para as indústrias agroalimentares é a mão de obra qualificada.
Uma infraestrutura de qualidade interfere na eficiência 
de qualquer setor da economia. A falta de investimento 
em infraestrutura básica como energia elétrica, rodovias e 
comunicação (internet, celular, telefonia fixa) pode comprometer 
o desempenho de toda a cadeia produtiva. Na produção de 
frangos, a falta de energia para ventilar os galpões, mesmo que 
por um período curto de tempo, pode acarretar a morte de 
centenas de animais. Já a falta de investimento em transporte 
(ferrovia, rodovia e hidrovia) e armazenagem pode inviabilizar a 
concorrência com outros países produtores, mesmo que todos 
os elos da cadeia sejam eficientes. 
Gestão da firma
Rosales (2013) afirma que, com as mudanças ocorrendo 
cada vez mais rápido no mercado, é importante as empresas 
entenderem o comportamento do mercado e tomarem as 
decisões de maneira a se colocar em vantagem em relação aos 
concorrentes. Batalha e Silva Souza (2009) acrescentam que 
a capacidade de as empresas responderem às mudanças do 
mercado é influenciada fortemente pela adoção de ferramentas 
de gestão. Segundo esses autores, tais ferramentas permitem 
44 © ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
UNIDADE 1 – COMPETITIVIDADE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS
controlar e monitorar os processos produtivos e financeiros e 
identificar gargalos, tomar decisões e construir estratégias.
Este autor destaca ainda que a adoção de ferramentas ade-
quadas de gestão faz com que a informação se torne parte da 
firma, ficando desvinculada da figura do gestor. Com isso, mes-
mo que o responsável pela atividade se ausente por um período 
de tempo, outra pessoa terá condições de assumir sua posição. 
Deve-se ressaltar a resistência, principalmente dos produtores 
rurais, em incorporar ferramentas de gestão em suas ativida-
des. Nesse cenário, torna-se praticamente impossível conhe-
cer todos os detalhes da produção, e as decisões são tomadas 
empiricamente.
Estrutura de mercado
O número e as características dos agentes (compradores e 
vendedores) envolvidos em certo mercado determinam a estru-
tura desse mercado e estão diretamente associados ao seu nível 
de concentração e competitividade. Mercados com muitos com-
pradores e muitos vendedores, sem que nenhum deles tenha 
condições de influenciar o preço (concorrência perfeita), seria o 
mais coerente. Porém, situações de monopólio, em que existem 
muitos vendedores e um único comprador, podem comprometer 
a competitividade da cadeia. De maneira geral, a concentração 
de mercado favorece a influência de uma das partes (comprador 
ou vendedor) sobre o preço dos produtos. 
Cesar (2009) descreve as seguintes estruturas de mercado: 
1) Concorrência perfeita: situação em que existe grande 
número de vendedores e compradores para um produto 
homogêneo. O acesso às informações é livre e não há 
possibilidades, nem do vendedor e nem do comprador 
45© ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
UNIDADE 1 – COMPETITIVIDADE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS
interferirem no preço dos produtos. Há que se destacar 
que, na prática, a ocorrência de mercados com concorrência 
perfeita, como está sendo descrita, é praticamente 
impossível, já que a disposição de informações nem sempre 
é simétrica entre os agentes produtivos.
2) Monopólio: situação em que um único vendedor tem 
condições de fixar o preço de seu produto, que não possui 
substituto muito próximo.
3) Oligopólio: poucosvendedores, com bens que são 
substitutos.
4) Monopsônico: grande quantidade para apenas um cliente.
5) Oligopsônico: reduzido número de compradores e grande 
número vendedores.
Em se tratando especialmente de cadeias agroindustriais, 
deve-se considerar o poder de barganha dos compradores, que 
tem se tornado cada vez maior. Essa realidade tem condições de 
induzir os preços de mercado, pressão sobre os lucros e exigência 
de fidelidade. Para tentar contornar esse cenário, os produtores 
podem alterar a forma de coordenação da cadeia formando, por 
exemplo, alianças estratégicas ou integrações verticais, o que 
pode limitar o poder de compra das agroindústrias.
Nesse sentido, Mendes e Padilha Júnior (2007) destacam 
que os produtos agrícolas in natura são bastante homogêneos, 
ou seja, produtos de empresas diferentes (milho, soja, leite, 
boi etc.) são substitutos perfeitos uns dos outros. Com isso, os 
produtores rurais não têm condições de estabelecer o preço de 
seus produtos, pois, caso tentem vender seu produto a um valor 
superior ao pago pelo mercado, o comprador encontra outro 
vendedor com facilidade. Dessa forma, o produtor torna-se um 
tomador de preços e aceita o preço pago pelo mercado.
46 © ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
UNIDADE 1 – COMPETITIVIDADE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS
Ainda segundo Mendes e Padilha Júnior (2007), o mercado 
de comercialização de produtos agroindustriais apresenta 
características próximas à concorrência perfeita, já que existe 
um grande número de compradores e de vendedores. Por outro 
lado, os mesmos autores argumentam que o mercado de insumos 
e equipamentos agrícolas é caracterizado pelo oligopólio com um 
pequeno número de empresas vendendo seus produtos (insumos 
e equipamentos) e um grande número de compradores. Nesse 
cenário, os produtores rurais não têm condições de determinar 
nem o preço de venda de seus produtos, nem o preço de compra 
de seus insumos. 
Ambiente institucional
Como já mencionamos anteriormente, a competitividade 
das cadeias agroindustriais sofre influência direta às ações do 
governo, da situação econômica, dos arranjos culturais, dos 
costumes e das tradições. A esse conjunto de regras e leis formais 
(criadas pelos governos) e informais (cultura e tradição) que 
condicionam o comportamento dos gestores e consumidores ao 
longo da cadeia é denominado ambiente institucional. 
Nesse ponto, percebe-se a influência do comportamento 
do consumidor em influenciar a competitividade das cadeias 
agroindustriais. A cultura, a religião, a tradição, os hábitos e os 
costumes, entre outros, determinarão o tipo de produto a ser 
consumido. Os seguidores da religião islâmica, por exemplo, 
consomem apenas alimentos produzidos seguindo determinadas 
regras do Islã, chamado de alimento Halal. Nesse caso, para exportar 
produtos para os países árabes onde se predomina essa religião, 
é necessário adotar tais regras de produção, o que, muitas vezes, 
significa alterar os processos produtivos tradicionais. 
47© ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
UNIDADE 1 – COMPETITIVIDADE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS
Apesar da grande relevância para o assunto em questão, 
é muito difícil modificar o comportamento do consumidor,e leva-se muito tempo para haver mudanças significativas, 
mesmo com investimento em propagandas. Com isso, 
focalizaremos apenas as questões formais do ambiente 
institucional.
Batalha e Souza Filho (2009) destacam alguns elementos 
relacionados ao ambiente institucional considerados centrais 
para esse estudo:
1) Condições macroeconômicas: a demanda, o estímulo 
ao consumo, o crescimento do mercado consumidor, os 
níveis de investimentos e a renda da população, entre 
outros, são fortemente afetados pelas taxas de juros, 
câmbio, inflação, investimentos públicos e privados e 
impostos. Dessa forma, as ações do governo afetam a 
competitividade das cadeias agroindustriais positiva ou 
negativamente. Alterações nas taxas de juros, impostos 
e câmbio afetam os preços relativos dos produtos, 
tornando-os mais ou menos caros para o consumidor 
final, e comprometem a receita das firmas.
2) Políticas de comércio exterior: a forma como um país se 
relaciona com seus parceiros comerciais pode restringir 
ou aumentar as oportunidades comerciais. Tratando-se 
de Agronegócio, tanto as barreiras tarifárias como as não 
tarifárias têm grande influência sobre a competitividade. 
As barreiras tarifárias (taxas e impostos sobre produtos 
importados) objetivam proteger o mercado interno 
de produtos importados. Tais encargos aumentam 
o preço das mercadorias importadas, de forma que 
esses produtos se tornam pouco competitivos frente 
aos similares nacionais. Já as barreiras não tarifárias 
48 © ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
UNIDADE 1 – COMPETITIVIDADE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS
restringem as importações se baseando no aspecto 
técnico (padrão de qualidade, questões sanitárias, 
questões socioambientais etc.). Dessa forma, mesmo 
algumas cadeias eficientes podem encontrar dificuldade 
ao tentar acessar mercados internacionais. Todavia, 
acordos comerciais podem facilitar o acesso a mercados 
dinâmicos e permitir a expansão das cadeias.
3) Programas e políticas governamentais: alguns 
segmentos do setor agroindustrial têm maior dificuldade 
em produzir e sobreviver sob certas macroeconomias. 
Dado à importância socioeconômica ou até mesmo de 
segurança alimentar de algumas atividades, o governo 
pode criar programa e políticas governamentais 
específicas para tentar compensar e reverter essa 
situação. A disponibilização de linhas de crédito com 
juros inferior ao praticado no mercado, por exemplo, 
é uma forma de o governo favorecer uma cadeia ou 
segmento específico.
4) Serviços de inspeção e vigilância sanitária: cada 
vez mais a questão da segurança do alimento está se 
tornando essencial para se acessar alguns nichos de 
mercado nacional e, principalmente, os mercados 
internacionais mais exigentes. Assim, a criação de leis 
e de sistemas de inspeção específicos que atendam 
a essas exigências pode determinar o acesso ao 
mercado de determinados países mais exigentes. Como 
exemplo, podemos citar o SISBOV (Sistema Brasileiro 
de Identificação e Certificação de Bovinos e Bubalinos), 
criado para atender à determinação da União Europeia 
em importar apenas carne de animais rastreados.
49© ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
UNIDADE 1 – COMPETITIVIDADE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS
Coordenação da cadeia
A coordenação é determinada pelas estratégias de transa-
ções (compra e venda de produtos) adotadas pelos agentes pro-
dutivos de uma CPA e impacta diretamente em sua competitivi-
dade. Segundo Rosales (2013), a coordenação é responsável por 
transmitir estímulos, informações e controles internos à cadeia, 
e tem por objetivo facilitar os fluxos (de produtos, financeiros e 
de informações) entre os envolvidos na transação, beneficiando, 
com isso, o planejamento e a sincronização entre os envolvidos. 
Batalha e Silva (2011, p. 32) ressaltam que “existem ganhos 
de coordenação, normalmente revelados em arranjos contra-
tuais especialmente adequados às condições dos vários merca-
dos que articulam esta cadeia, que devem ser considerados na 
análise de competitividade do conjunto do sistema”.
Como exemplo, podemos citar o caso de um frigorífico que 
decidiu atender a determinado nicho de mercado que requer 
produtos com qualidade superior. Caso a empresa não tenha à 
sua disposição matéria-prima (boi para abate) em quantidade e, 
principalmente, qualidade necessária para atender a sua deman-
da, poderá adotar duas estratégias – integração vertical ou estí-
mulo do mercado via contrato. Na integração vertical, o próprio 
frigorífico investiria na produção de bovinos segundo sua neces-
sidade. No segundo caso, a empresa tentaria estimular o merca-
do a produzir animais segundo suas especificações e poderia em-
pregar o contrato como forma de garantir ao produtor o retorno 
esperado sobre seu investimento. Várias cadeias agroindustriais 
como, por exemplo, a de suíno e a de frango, têm apresentado 
ganhos de competitividade com o emprego de contratos. 
A adoção de uma coordenação adequada é responsável, 
entre outros, por:
50 © ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
UNIDADE 1 – COMPETITIVIDADE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS
1) Garantir o fornecimento (ou a compra) dos produtos e 
viabilizar a estratégia das firmas.
2) Garantir a segurança e a agilidade nas trocas de infor-
mações, proporcionando economia de tempo.
3) Incentivar melhorias na qualidade do produto.
4) Diminuir os conflitos entre os envolvidos nas 
transações.
5) Distribuir melhor os ganhos dentro da cadeia.
Antes de descrevermos as principais formas de coordenação 
das cadeias de produção agroindustriais, devemos deixar claro 
que os mecanismos apresentam pontos positivos e negativos, 
não existindo, com isso, uma forma ideal ou superior às demais. 
Assim, cada transação deve procurar um mecanismo que melhor 
se adéque às suas características e, em muitos casos, pode-se 
empregar mais de um mecanismo de transação.
Como indicado na Figura 2, os principais mecanismos de 
coordenação das cadeias agroindustriais podem fazê-las variar 
de mercado spot para integração vertical. É importante notar que 
cada forma de coordenação da cadeia é marcada por diferentes 
níveis de comprometimento, interdependência e intensidade 
de troca de informação entre os envolvidos. Assim, quanto 
mais próxima à integração vertical, maior é o controle sobre 
a transação, o comprometimento e o compartilhamento de 
informações. Contudo, perde-se em flexibilidade, independência 
e estímulo de mercado e aumenta-se os custos. Esses elementos 
devem ser levados em consideração, pois são responsáveis por 
garantir a eficiência da transação.
51© ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
UNIDADE 1 – COMPETITIVIDADE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS
Fonte: adaptado de Peterson et al. (2001). 
Figura 2 Principais formas de coordenação das cadeias de produção agroindustriais.
Segundo Azevedo (2011), o mercado spot, também 
conhecido como mercado físico, é caracterizado por transações 
que se resolvem em um único instante de tempo. Este autor 
afirma ainda que esse tipo de transação (compra ou venda) 
é tipicamente esporádico e, mesmo que se repita, não há 
compromissos futuros, ou seja, toda negociação terá de ser 
refeita. Em outras palavras, no mercado spot, todo processo 
de compra, pagamento e entrega da mercadoria é realizado 
em apenas um instante, e não existe compromisso futuro ou 
continuidade da relação entre os envolvidos.
Na cadeia pecuária da carne bovina, na maioria das vezes, 
as transações entre pecuaristas e frigoríficos são realizadas via 
mercado spot. O pecuarista, quando possui animais prontos para 
abate, negocia com o frigorífico as condições para venda (valor, 
52 © ANÁLISE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS ANIMAIS 
UNIDADE 1 – COMPETITIVIDADE DAS CADEIAS AGROINDUSTRIAIS
data da entrega, data de pagamento etc.). Após a concretização 
da venda (entrega dos animais e pagamento), encerram-se 
os compromissos entre as partes e, mesmo que haja outra 
transação entre os mesmos agentes, outra negociação deverá 
ser

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