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Desenvolvimento do Sistema Nervoso É um evento extremamente precoce que é decorrente de uma correta gastrulação. Ocorre no final da 3° semana do desenvolvimento e até a 4° semana. Durante a neurulação ocorre a formação do tubo neural e a partir desse tubo, as estruturas do SNC se formam. Também ocorre a formação da crista neural que forma o SNP A notacorda induz o ectoderma suprajacente a se diferenciar, formando uma placa neural. Essa placa vai se moldando, formando um sulco neural com duas pregas neurais de cada lado desse sulco neural. Durante a 3° semana essas pregas se aproximam e se fundem, formando o tubo neural. O tubo formado rapidamente se desprende do ectoderma e passa a ocupar o plano do mesoderma. O ectoderma lateral, que não foi induzido, vai fazer o revestimento do embrião, formando a epiderme. Além do tubo neural durante a neurulação, também é formado a crista neural (células da crista neural) A formação dessas células ocorre quando a extremidade das duas pregas se encostam, uma porção de células se separam e o resto do tubo se fecha. Então elas migram para regiões periféricas e um de seus principais destinos é formar o sistema nervoso periférico: gânglios espinhais. A crista neural são células com alta capacidade migratória, migram bilateralmente ao longo do eixo cefalo-caudal do embrião, dando origem a varias estruturas como por ex o SNP. > A formação do tubo neural termina com o fechamento dos neuroporos rostral (25° dia) e caudal (27° dia) Neuroporo rostral: Futura região cefálica Neuporo caudal: Futura região caudal Os últimos pontos a se fecharem são os neuroporos, eles respondem a uma maior incidência de defeitos no fechamento, então pode ocorrer um defeito na região cefálica, que pode levar a anencefalia que basicamente é o não desenvolvimento do encéfalo. Também pode ocorrer defeito no fechamento na região caudal, e isso pode ocasionar a chamada espinha bífida que possui diversos tipos. As causas dos defeitos no fechamento do tubo neural correspondem a fatores nutricionais, ambientais e genéticos. A prevenção para que isso não ocorra é a fortificação da alimentação com acido fólico durante todo o período gestacional As células progenitoras neurais presentes no tubo vão começar a proliferar, migrar e se diferenciar pra formar as áreas especificas do encéfalo e então durante a 4° semana do desenvolvimento, ocorre a regionalização craniocaudal. Logo depois da formação do TN, a extremidade cefálica da origem a 3 vesículas encefálicas primarias: prosencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo. Durante a 5° semana de desenvolvimento, há a formação de flexuras encefálicas. O encéfalo emvrionario vai crescer rapidamente e vai se curvar ventralmente com o dobramento da cabeça. Essa curvatura produz a flexura do mesencéfalo e forma também uma flexura cervical, na região do rombencéfalo com a medula espinhal. Posteriormente, esse crescimento desigual do encéfalo vai produzir a flexura pontina na direção oposta. Com o processo de neurulação, é formado um tubo neural ao longo do eixo cefalocaudal, dando origem ao SNC. Isso vai se diferenciar porque há sinais moleculares nos polos rostral e caudal. As estruturas vao decorrer de uma sequencia correta e inicialmente na região cefálica, há o aparecimento das 3 vesículas encefálicas primarias durante a 4° semana e isso é um processo gradual e altamente regulado regionalmente. Então há sinais moleculares nos diferente polos que vão criar condições de diferenciação celular especifica nesse tubo neural, por isso esse tubo vai se diferenciar em diversas estruturas que compõem o SNC. Esses sinais são contidos desde o período de gastrulação. O canal neural do tubo não desaparece, ele dá origem ao sistema ventricular. O sistema ventricular é formado por: Resulta de um excesso de produção do liquido cefalorraquidiano ou quando a absorção desse liquido é impedida. Quando LCR é constantemente produzido mas é impedido de circular, ele vai se acumulando, causando um aumento muito grande dos ventrículos laterais e do terceiro ventrículo. Isso pode ocasionar lesões no tecido cerebral. A primeira etapa para a formação do SNC se chama neurogênese e gliogenese, que é a origem de novos neurônios e células da glia. A partir dessa etapa, outras etapas começam a acontecer para que no final haja um SNC maduro. Se algum erro ocorrer nessas etapas, há acontecem má formações que comprometem o sistema nervoso central. O tubo neural é composto por células neuroepiteliais que são células alongadas e abrangem toda a espessura da parede do tubo neural. Essas células são indiferenciadas e a partir delas há a origem das células finais do SNC: neurônios e células glia. Como essas células dão origem ao neurônio e células da glia? As células progenitoras neurais vão ter que se multiplicar e se dividir pra que no final, de alguma forma, essas células deem origem aos neurônios e células da glia. As células neurais se dividem/proliferam por 2 modos: Divisão simétrica: Uma célula progenitora neural da origem a duas células progenitoras neurais e cada célula que foi originada entra novamente no ciclo de divisão celular dando origem, cada uma, a outras duas células progenitoras neurais Divisão assimétrica: Uma célula progenitora neural da origem a outra célula progenitora neural e uma diferenciada (neurônio e glia) Camada ventricular: Onde acontece o ciclo de diferenciação celular (célula progenitora se divindo). A primeira onda de neurônios produzidos na camada ventricular vão migrar perifericamente pra formar uma segunda camada (camada do manto). Camada do manto: contem corpos celulares dos neurônios e a glia. Já os axônios dos neurônios presentes na camada do manto dão origem a uma camada marginal Camada marginal: contem fibras nervosas: axônios Os primeiros neurônios formados na zona ventricular migram perifericamente, estabelecendo uma pré placa e os axônios desses neurônios vao formar uma zona intermediaria. A segunda leva de neurônios produzidos na zona ventricular vao migrar para o meio da pre placa, dividindo a pré placa em uma zona marginal (futura camada do córtex cerebral maduro) e uma subplaca que é uma população transitória de neurônios (essa subplaca desaparece) A camada intermediaria que fica entre a marginal e a subplaca, passa a se chamar placa cortical. A partir da placa cortical acontece diversas subdivisões e a placa cortical da origem á camadas de 2 a 6. Os primeiros neurônios vão se estabelecer na camada mais interna do córtex cerebral enquanto os nascidos por ultimo, vão estabelecer as camadas mais externas. Desenvolvimento do dendrito começa acontecer durante uma ramificação dendritica. A partir dessas ramificações, as espinhas dendriticas se desenvolvem. Mais tarde, ocorre a poda de algumas ramificações e algumas espinhas, caracterizando um padrão de dendrito maduro. Essa maturação celular ocorre desde o período pré-natal e se estende ate um período pós-natal. Área de broca (região da fala) Nessa área especifica os neurônios começam com campos dendriticos relativamente simples e se tornam progressivamente mais complexos, até a criança atingir cerca de 2 anos. Pode ser que esse padrão dendritico ocorra em outras idades. Crescimento axonal: O neurônio emite um axônio até chegar a célula alvo. Isso acontece pq o axônio vai emergir como prolongamento do corpo celular, esse prolongamento é chamado de cone do crescimento. Esse cone apresenta filopódios que são como dedos que vão tatear o ambiente em busca de reconhecer pistas químicas. Essas pistas químicas podem ser moléculas de adesão presentes na matriz extracelular, na superfície de outras células e pode ser que outras células apresentem em sua superfície moléculas que causam a repulsão desse cone, o afastando.Ao longo do seu caminho, o cone pode se deparar com axônios de neurônios pré-existentes e ele pode se aderir á esse axônio e crescer junto com ele. Isso é chamado de fasciculação. Pode ser tbm que no seu caminho esse cone se encontre com moléculas difusíveis que vai fazer a quimioatração ou quimiorepulsão desse cone de crescimento. Tanto pistas atrativas quanto repulsivas vão ditar o crescimento axonial até o cone de crescimento chegar até a célula alvo. Quando o cone chega na célula Nem todos os neurônios são destinados a sobreviver, pode ser que uma superprodução neuronal seja seguida de uma morte celular programada. A MCP foi observada durante um experimento, nesse experimento os pesquisadores tiraram um membro de um embrião de pinto e quando fizeram a secção da medula espinhal, observaram que na região onde eles fizeram a remoção a taxa de sobrevivência dos neurônios motores era inferior comparada a parte one não foi feito nenhum tipo de remoção. Porem, quando faziam transplante de um broto na região d eum mebro pré-existente, viram que os neurônios tiveram uma taxa de sobrevivência maior do que a região que não foi transplantada. Com isso, observaram que existia sinais originados da célula alvo que são cruciais para a sobrevivência dos neurônios. Esses sinais são como nutrientes essenciais, chamados de fator neurotrófico. Esse fator é produzido pela célula alvo. Os neurônios que conseguem obter uma quantidade suficiente de neurotrofico, vão sobreviver. A MCP não é o único meio, existe também o refinamento sináptico, que ocasiona a eliminação de sinapses extranumerais. Estima-se que no córtex humano 42% das sinapses são eliminadas Marca o final da maturação do SN. Na mielinização há uma célula da glia chamada oligodendrocito, ela é responsável por produzir mielina, porem é presente apenas no sistema nervoso central. No sistema nervoso periférico há outro tipo de célula da glia que tem a mesma função. A mielina é como uma fita isolante que vai desenrolar ao longo do axônio e vai permitir uma maior eficiência na transmissão de informação. Nem todos os axônios são mielinizados. O córtex cerebral não mieliniza de uma vez só, isso vai ocorrendo ao longo dos anos. Distúrbios da migração neuronal Lisencefalia tipo 1: Os neurônios deixam a zona ventricular, mas falham em migrar dentro da placa cortical. Isso vai resultar em uma redução de 6 camadas corticais para apenas 4 camadas que se sobrepõem á substancia branca. O córtex tem ausência de giros e sulcos. Alguns dos sintomas podem ser: atraso mental e psicomotor severo, podendo apresentar aspecto facial incomum. Lisencefalia tipo 11: Existem as 6 camadas, porém alguns neurônios ultrapassam o limite da substancia cinzenta, causando manchas de neurônios. Há uma pequena presença de sulcos e giros. Alguns dos sintomas são: retardo psicomotor grave, perda de visão e distrofia muscular. Polimicrogiria: Excesso de giros e sulcos. Já na parte celular, o córtex tem uma redução das camadas corticais. Apresenta apenas 3 camadas corticais, além da desorganização dos neurônios presentes nessas camadas. Sintomas: Prejuízo seletivo da função cognitiva e epilepsia intratável >Todos esses processos podem ocorrer devido uma mutação genética. Quando ocorre uma mutação genética em um gene especifico que esta relacionada a migração neuronal, podem ocorrer as patologias acima. Distúrbios da proliferação neuronal Displasia cortical focal: Alterações na microarquitetura do córtex cerebral, acompanhadas ou não por células anormais. O sintoma mais comum é uma epilepsia refrataria (não responde á tratamento com medicamentos) com inicio precoce na infância. Megalencefalia: Caracterizada por um crescimento hamartomatoso (tumor benigno) de parte ou todo hemisfério cerebral, com defeitos na proliferação nuronal, migração e organização cortical. Pode se apresentar na infância como epilepsia refrataria, retardo no desenvolvimento neurológico e hemiparesia. Distúrbios também relacionandos á anomalidades na formação das camadas Esquizofrenia: O hipocampo é uma região responsável pela memoria, os neurônios em um inidividuo que não apresenta esquizofrenia, são organizados. No individuo que apresenta esse distúrbio, os neurônios são desorganizados e com isso afeta o lobo frontal. Na adolescência, conforme o lobo frontal vai se desenvolvendo, os sinais de esquizofrenia aparecem. Os sintomas e sinais são: delírios, alucinações, déficits cognitivos... Retardo mental: Deficiência no funcionamento cognitivo que acompanha o desenvolvimento anormal do cérebro. Em uma criança normal, o ramo dendritico apresenta mais espinhas do que uma criança com retardo mental.
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