Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
História Econômica, Política e Social do Brasil Abolicionismo e a Consolidação da República Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Dra. Vivian Fiori Revisão Textual: Profa. Ms. Luciene Oliveira da Costa Santos 5 Esperamos que tenha tido um ótimo aproveitamento dos estudos até aqui. Nesta unidade, falaremos a respeito do Segundo Reinado, o governo de Dom Pedro II. Foi um período marcado por algumas revoltas; clamores pela abolição da escravidão, processo que ocorreu gradativamente; e a modernização do território, com a chegada dos serviços de telégrafos, das ferrovias e da navegação a vapor. Reiteramos a necessidade, nesta disciplina, da leitura atenta aos textos, bem como o empenho na realização das atividades e materiais complementares. Evidenciar como a evolução da sociedade brasileira no século XIX levou ao fim da escravidão. Mostrar como esse fato se relaciona com a política interna e externa. Entender como a demanda por autonomia regional e maior participação política encaminhou o Brasil para a República. Abolicionismo e a Consolidação da República · Brasil: Do Segundo Reinado à República · A Modernização do Território Brasileiro · A Guerra do Paraguai · Abolição · A Questão Agrária Durante o Império · A Consolidação da República e as Questões Fronteiriças · A Constituição de 1891 e o Federalismo 6 Unidade: Abolicionismo e a Consolidação da República Contextualização Leia atentamente o texto a seguir: A Revolução Praieira O movimento ocorrido em Pernambuco entre 1842 a 1849 pode ser caracterizado como o mais “politizado” de todas as revoltas do período (alguns historiadores consideram-na uma revolução), no sentido de que originou-se e desenvolveu-se enquanto luta política explícita entre classes sociais distintas, que procuravam expressar-se em torno de suas posições políticas e ideológicas. Mesmo levando-se em conta que o “pano de fundo” econômico-social não era radicalmente distinto daquele das demais revoltas, o fato é que a situação da província de Pernambuco apresentava algumas particularidades de “modernidade” para a época, digamos assim. Tratava-se de uma província bastante desenvolvida, em função dos séculos de produção açucareira. Consequentemente, a força dos senhores de terra e engenho era enorme. Nas cidades, e principalmente na capital, desenvolvera-se uma forte burguesia comercial, composta majoritariamente por portugueses. Do outro lado, uma enorme massa de escravos e trabalhadores livres, além dos artesãos, funcionários públicos, intelectuais etc. A concentração do poder econômico e político era extremada. Segundo Caio Prado Júnior, um terço dos engenhos da província pertenciam a uma única família (os Cavalcantis). Os políticos liberais na Assembleia apontavam constantemente estes fatos e exigiam mudanças. Surge um novo partido (Praieiro, já que seu jornal Diário Novo funcionava na rua da Praia) que passou a comandar a oposição política (e posteriormente armada) à situação que denunciavam. Os proprietários e comerciantes, por seu turno, organizaram-se também num partido (Ordem) e seu respectivo jornal (Diário de Pernambuco). Durante alguns anos, a luta política se fez a nível parlamentar, entremeada de alguns choques violentos. Em especial após a ascensão de um presidente na província, que tentou implantar algumas reformas do ideário praieiro, promovendo inclusive devassas em engenhos da oligarquia. Os revoltosos dominavam amplamente a província. Quando, em 1848, o governo central nomeou um novo presidente de província com a incumbência de “normalizar” a situação, generalizou-se a luta armada propriamente dita, como levante dos praieiros e sua marcha em direção à capital. São derrotados pelas forças da reação em 3 de fevereiro de 1849. Apesar da guerrilha que permanece no interior, os revoltosos são dominados. Com a derrota, abortara-se também um projeto político autenticamente liberal que os praieiros pretendiam concretizar em Pernambuco. Esse projeto, expresso claramente em seu programa, foi sintetizado por Caio Prado Júnior: “1º - Voto livre e universal do povo brasileiro. 2º - Plena liberdade de comunicar os pensamentos pela imprensa. 3º - Trabalho como garantia de vida para o cidadão brasileiro. 5º - Inteira e efetiva independência dos poderes constituídos. 6º - Extinção do poder moderador e do direito de agraciar. 7º - Elemento federal na nova organização. 8º - Completa reforma do poder judicial em ordem a assegurar as garantias individuais do cidadão. 9º - Extinção do juro convencional. 10º - Extinção do atual sistema de recrutamento” (Evolução política do Brasil e outros estudos). COSTA, Wanderley Messias da. O Estado e as políticas territoriais no Brasil. São Paulo: Contexto, 1988, p. 38-39. Revoltas nativistas, como a revolução Praieira, foram muito comuns no período regencial. Tais reivindicações tornam-se cada vez melhor organizadas durante o governo de Dom Pedro II, à medida que a sociedade brasileira passa a ser influenciada por um ideário liberal e federativo, principalmente europeu e norte-americano. Juntamente com as reivindicações por maior autonomia provincial, a demanda por modernização do país e a luta pela abolição da escravidão são temas que irão ocupar cada vez mais espaço na agenda política nacional, durante o Segundo Império. 7 Brasil: Do Segundo Reinado à República Nesta unidade, trataremos principalmente do período do Segundo Reinado (1840-1889) e também do início da República no Brasil. O fim do período regencial iniciou com a maioridade decretada de Dom Pedro II, precipitada pelo intenso processo de revoltas ocorrido durante as regências. Por trás dessa medida estava a imensa preocupação da elite brasileira com uma possível fragmentação da jovem nação independente. O retorno da centralização, na figura do imperador adolescente, serviu para aplacar os ânimos acirrados, contrapondo-se aos projetos regionais nativistas. O Segundo Reinado (1840-1889) O processo de centralização política, conduzida pelo jovem imperador, não transcorreu sem que houvesse problemas. A ideia era fazer com que o apoio das elites agrárias e comerciais desse suporte ao fortalecimento do Império. Houve rebeliões, que em geral, focavam mais os interesses de grupos particulares. Os cafeicultores, que eram uma classe ascendente de proprietários, estavam contrariados principalmente pelas medidas impostas de combate ao tráfico de escravos. O Governo Imperial, por sua vez, vivia um dilema. A medida era estritamente necessária para manter o bom padrão de relacionamento com a Inglaterra, principal parceira comercial, maior mercado consumidor da época, e também dona da maior marinha mercante e de guerra do mundo. Uma das medidas tomadas pelo Império foi o incentivo à imigração europeia, para suprir de mão de obra os cafezais. A primeira tentativa foi feita por Nicolau de Campos Vergueiro, antigo regente e proprietário de terras no chamado “Oeste Paulista”, que trouxe imigrantes suíços e alemães, em 1852 (FURTADO, 2000, p. 131). Essa experiência, no entanto, fracassou, após uma revolta dos imigrantes com alguns aspectos da qualidade de vida nas fazendas, como a disciplina extrema, a restrição à circulação de pessoas e a censura a correspondências (FAUSTO, 1994, p. 206) A cultura cafeeira (século XIX) O café foi introduzido no Brasil no século XVIII, e desenvolveu-se rapidamente graças às condições favoráveis – o clima e o solo, especialmente. O transporte da produção se dava por meio de tropas de muares, que desciam a Serra do Mar rumo aos portos. As rotas, muitas vezes, eram as mesmas utilizadas anteriormente para o transporte do ouro de Minas Gerais. 8 Unidade: Abolicionismo e a Consolidação da República A cultura desenvolveu-se inicialmente no Rio de Janeiro e no Vale do Paraíba do Sul. Com a alta demanda pelo produto nos mercados internacionais, houve uma gradual expansão da produção pelo interior do Estado de São Paulo.No Vale do Paraíba, a produção se assentava no trabalho escravo, e a produção transportada por tropas de mulas até as regiões portuárias, como Paraty e Ubatuba. Posteriormente iniciou-se o emprego de mão de obra assalariada, formada principalmente por imigrantes europeus. Conjuntamente com a chegada das estradas de ferro, este tipo de organização do espaço agrícola tornou-se muito mais rentável que o trabalho escravo, criando, com o decorrer do tempo, uma vasta rede urbana no interior do Estado de São Paulo. As férteis terras da região central e oeste de São Paulo também contribuíram para o desenvolvimento desta estrutura produtiva, levando ao surgimento de importantes cidades, como Ribeirão Preto, Araraquara, Campinas, São Carlos, Rio Claro, São Jose do Rio Preto. A cultura do café desenvolve-se simultaneamente à gradual extinção do trabalho escravo e sua substituição pelo trabalho assalariado, especialmente dos imigrantes europeus, contratados pelos fazendeiros paulistas, e que posteriormente contribuíram para o processo de industrialização. A Modernização do Território Brasileiro De acordo com o historiador Boris Fausto (1994), a chegada da metade do século XIX é marcada por uma busca por modernização, que pode ser verificada principalmente pelas mudanças de caráter normativo: [...] 1850 não assinalou no Brasil apenas a metade do século. Foi o ano de várias medidas que tentavam mudar a fisionomia do país, encaminhando-o para o que então se considerava modernidade. Extinguiu-se o tráfico de escravos, promulgou-se a Lei de Terras, centralizou-se a Guarda Nacional e foi aprovado o primeiro Código Comercial. Este trazia inovações e ao mesmo tempo integrava os textos dispersos que vinham do Período Colonial. Entre outros pontos, definiu os tipos de companhias que poderiam ser organizadas no país e regulou suas operações. Assim como ocorreu com a Lei de Terras, tinha como ponto de referência a extinção do tráfico (FAUSTO, 1994, p. 197). No final do século XIX, há uma caracterização do território que denota a existência de um verdadeiro “arquipélago econômico”, com regiões produtivas muito distintas e com pouca comunicação entre si. No Nordeste, especialmente na região da Zona da Mata, ligada ao cultivo da cana, predominava uma estrutura socioeconômica decadente, herdada do Período Colonial, uma estrutura rígida, amplamente ligada à acumulação de capitais decorrente da escravidão, o que não gerava excedentes passíveis de apropriação por outros setores da economia. 9 Ao mesmo tempo, nas novas regiões produtivas do Sudeste, especialmente em São Paulo, começa a desenvolver-se uma economia baseada no trabalho assalariado, o que gera um mercado doméstico, impossível de ser criado dentro de um regime escravista (FURTADO, 2000, p. 131). O imigrante utiliza seu salário na compra de bens e serviços, que acabam por desenvolver o comércio local. Este comércio pode ser abastecido de bens importados, ou produzidos em outras regiões, principalmente devido a inovações técnicas implantadas no território, como a ferrovia. Assim, a centralidade econômica desloca-se ainda mais para o Sul, de Minas Gerais, antiga região produtora de minerais, para São Paulo, ligada à novíssima economia do café. A valorização crescente desse produto no mercado internacional aumenta consideravelmente o poder da elite cafeeira, cuja influência política far-se-á notar tanto no Governo Imperial quanto na República. As inovações ocasionadas pela influência britânica, nas técnicas, e norte-americana, na política, irão determinar o surgimento de uma nova elite política, que buscará suplantar a velha economia sem, no entanto, alterar radicalmente a estrutura de poder. Ou seja, uma velha elite agrária será substituída por uma nova, sem espaço para ascensão social dos grupos menos favorecidos da população. A expansão e a consolidação territorial dos Estados Unidos da América influenciaram o pensamento político das elites brasileiras. O ideário de construção da grande nação americana se assentava em duas inovações técnicas desse período: a ferrovia e o telégrafo. Invenção norte-americana, o telégrafo foi trazido para o Brasil em 1857, com a construção da linha de 50 quilômetros ligando o Rio de Janeiro a Petrópolis. Em 1873, foi inaugurada a ligação submarina entre Rio de Janeiro, Recife e Belém. Em 1874, Irineu Evangelista de Souza, então Visconde de Mauá, obteve a concessão imperial para construir e explorar a primeira linha submarina entre o Brasil e a Europa, ligando as estações de Recife, em Pernambuco, e de Carcavelos, em Portugal. Na ocasião, o imperador Dom Pedro II pode conversar com os monarcas de Portugal, Inglaterra e Áustria. Outro elemento fundamental para o desenvolvimento e modernização do Império foi a ferrovia. Um decreto imperial, de 1852, concedia imensos privilégios a quem se dispusesse ligar por ferrovia pontos importantes, como Minas Gerais e São Paulo. Contudo, a função das ferrovias no Brasil foi muito mais ligada ao contexto de escoamento de mercadorias do que propriamente ao povoamento do território. Isso não significa, no entanto, que a ferrovia não tenha tido um papel fundamental, ao ligar frentes agrícolas pioneiras que estavam surgindo, como é o caso do oeste paulista, região produtora de café que se utilizava de mão de obra imigrante. Grande parte dos investimentos existentes era controlada pelos ingleses. Havia um excedente de capitais na Inglaterra, ocasionado pelo excepcional crescimento industrial. Em alguns casos, houve a associação de empresários britânicos a eminentes homens de negócios brasileiros, como o empresário gaúcho Irineu Evangelista de Souza, o famoso Barão de Mauá, que inovou ao criar, em 1867, a São Paulo Railway Company (mais conhecida como Estrada de Ferro Santos-Jundiaí), uma revolução no sistema de transportes brasileiro na época. Além disso, havia questões das relações do Brasil com os países vizinhos, entre elas, destacamos o caso da Guerra do Paraguai, a seguir. 10 Unidade: Abolicionismo e a Consolidação da República A Guerra do Paraguai Esta guerra, iniciada em 1865, teve de um lado o Paraguai, que tinha pretensões expansionistas, contra Brasil, Argentina e Uruguai. Para explicar os motivos da guerra, entretanto, devemos fazer um pequeno retrospecto histórico. Antes do início do processo de independência da América espanhola, os atuais territórios de Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia encontravam-se unidos no Vice-Reino do Prata, com sede em Buenos Aires. Havia, nesse Vice-Reino, uma constante tensão entre setores centralistas, que buscavam maior ligação com a capital portenha (Buenos Aires), enquanto outros lutavam por maior autonomia regional. A região do atual Paraguai era composta principalmente por índios guaranis, que não aceitavam se submeter à burguesia portenha, que em retaliação fechou os acessos fluviais da província, isolando-a. Esse fato levou o líder local, José Gaspar de Francia, a expropriar terras da igreja e de parte da elite, a partir de 1813. Em 1842, o sucessor de Francia, Carlos Antonio López proclamou formalmente a independência do Paraguai. Em 1862, seu filho Solano López assumiu o poder, aumentando o controle do país sobre o acesso fluvial da bacia do Paraguai, que era a mais importante via de acesso da província do Mato Grosso para o restante do Brasil. Havia muitas divergências com relação às fronteiras na região, e a política externa brasileira para com o Paraguai dependia muito de como iam as relações com a Argentina. O Brasil temia uma possível reintegração do território do Vice-Reino do Prata, o que poderia ser uma ameaça ao território brasileiro. O Brasil procurava influenciar na política interna argentina, de modo a obter resultados que lhe interessassem. Isto ocorreu com a eleição de Bartolomé Mitre para presidente da Argentina. Só que esta eleição desagradava os paraguaios, que se aliaram aos rivais de Mitre, especialmente estancieirosdas províncias de Entre-Rios e Corrientes. A tensão aumenta quando o Brasil resolve intervir militarmente no Uruguai para colocar o partido Colorado no poder. Isso também desagradou a Solano López, que resolveu em represália aprisionar o navio Marquês de Olinda, que navegava no rio Paraguai. Em dezembro de 1864, Solano invade o Mato Grosso, que era uma província distante e bastante desprovida de estrutura governamental. Em 1865, Solano López declara guerra à Argentina, o que provoca a união de Brasil, Argentina e Uruguai na Tríplice Aliança. A discrepância de forças militares era muito favorável ao Paraguai, que contava com 64 mil homens, contra 18 mil do Brasil, 8 mil da Argentina e mil do Uruguai. Por outro lado, a marinha brasileira era muito superior, o que garantiu vários sucessos nas batalhas navais, principalmente no rio Paraguai. O governo imperial brasileiro oferecia alforria aos escravos que lutassem na guerra. Após sucessivas derrotas navais, como em Riachuelo e Humaitá, os paraguaios abandonaram Mato Grosso e decidiram invadir o Rio Grande do Sul, mas foram rechaçados de volta a território paraguaio. Ali, ocorreram violentas batalhas campais, como Tuiuti e Curupaiti. 11 A liderança militar brasileira esteve nas mãos de Luís Alves de Lima e Silva, famoso por reprimir as revoltas regenciais, principalmente a Balaiada, no Maranhão. No fim da guerra, já doente, foi substituído pelo Conde d’Eu, marido da princesa Isabel de Orleans, herdeira do trono brasileiro. O Paraguai, que entrou na guerra como potência ascendente, saiu dela devastado, tendo seu líder Solano López morto em combate, em 1870. Calcula-se que a população paraguaia tenha caído de 400 mil para pouco mais de 200 mil habitantes, dos quais a maioria mulheres, crianças e idosos. Para o Brasil, a guerra resultou num maior endividamento do país com a Inglaterra, e também no fortalecimento do Exército enquanto instituição, o que viria posteriormente influenciar no movimento militar que derrubou o Império e proclamou a República. Abolição Apenas muito tardiamente, e após três séculos de exploração colonial e escravagista, é que começou a luta pela abolição da escravidão no Brasil. O primeiro marco abolicionista foi a Lei de 30 de setembro de 1831, que declarava livres os escravos desembarcados no Brasil. Apesar disso, durante décadas, continuou ocorrendo um movimento clandestino de desembarque de escravos em pontos pouco vigiados da costa brasileira. Tais escravos eram marcados como negros “crioulos”, ou seja, como nascidos em território brasileiro. De acordo com Andrade (1991), as leis que promoveram a abolição, começando pela Lei de Proibição do Tráfico, de 1850; a Lei do Ventre Livre, de 1871; a Lei do Sexagenário, de 1886; e, finalmente, a Lei Áurea, de 1888; levaram a imensa mão de obra representada pelos escravos a uma situação precária, visto que não foram seguidas por leis que promovessem o acesso a terra por parte desta população. Grandes nomes dentre os abolicionistas, destacando-se Joaquim Nabuco, André Rebouças e João Alfredo, lutavam para aprovar leis que dessem terras e garantissem crédito agrícola, para fazer dos ex-escravos pequenos produtores rurais, dando-lhes garantia de segurança alimentar e evitando desordens sociais. A abolição do tráfico negreiro, feita primeiramente, serviu para agradar os interesses da Inglaterra, maior aliada do Brasil e maior potência da época, que se industrializava e tinha interesse em criar mercados, necessariamente formados por mão de obra assalariada. Simultaneamente, as elites brasileiras temiam que acontecessem revoltas, como as ocorridas em Saint Domingue – atual Haiti – onde os negros expulsaram os colonizadores franceses, dizimando os que resistiram. 12 Unidade: Abolicionismo e a Consolidação da República Abolicionistas Brasileiros Entre as pessoas que lutaram pela abolição da escravidão no Brasil, algumas merecem destaque. Joaquim Nabuco, membro da elite escravocrata pernambucana, foi deputado entre 1878 e 1888. Fundou a Sociedade Antiescravista Brasileira, sendo importante ativista, escrevendo artigos em jornais nos quais denunciava as mazelas da escravidão. Foi também historiador, jurista e diplomata. José do Patrocínio, filho de uma escrava alforriada com um padre, foi redator do jornal Gazeta de Notícias, no qual iniciou sua campanha abolicionista, junto com Joaquim Nabuco e André Rebouças. Fundou a Confederação Abolicionista, em 1883, reunindo associações de todo o Brasil. André Rebouças, neto de uma escrava alforriada, era engenheiro, assim como seus dois irmãos, Antonio e José. Seu pai era advogado autodidata e conselheiro do Imperador Dom Pedro II. Projetou, entre outras coisas, o primeiro sistema de abastecimento público da cidade do Rio de Janeiro. Ajudou a criar a Associação Central Emancipadora, que auxiliava os ex-escravos, tendo participado ativamente da Sociedade Antiescravista, junto com Joaquim Nabuco. João Alfredo Correia de Oliveira, nascido em Itamaracá-PE, foi líder político em Pernambuco, deputado e conselheiro de Estado do Império. Liderou as votações da Lei do Ventre Livre e da Lei Áurea, além de ter ajudado a criar o ensino profissionalizante e os cursos educacionais populares. Se analisarmos os dados das estimativas populacionais de 1798, veremos que a proporção de escravos era bem maior que a de homens brancos, o que não tornaria inviáveis revoltas. No final do século XVIII, de acordo com Skidmore (2000, p. 89), havia uma estimativa de uma população branca de 1.010.000 habitantes, enquanto a população de negros livres era de 406.000, e de escravos era de 1.582.000. Ou seja: a proporção de escravos era 50% superior de brancos, em 1798. Um século depois, a situação havia mudado bastante: Tabela 1: Crescimento da população brasileira por origem étnica, 1798-1872 Origem étnica 1798 1872 Taxa Média de Crescimento Anual Europeu 1.010.000 3.787.289 1,8 Africano (e mestiços) 1.988.000 5.756.238 1,44 - Livres 406.000 4.254.428 - Escravo 1.582.000 1.510.810 Indígena 252.000 386.955 0,58 Total 3.250.000 9.930.478 1,52 13 Assim, embora as elites percebessem a necessidade de paulatinamente extinguir o sistema escravagista, sabiam também que não poderiam perder o controle sobre este processo, sob pena de permitirem tais revoltas. Havia também um componente nesses dados que mostra algo preocupante para as elites escravagistas: a miscigenação. A população de negros livres, entre os quais muitos mestiços, havia quadruplicado em um século. Esse quadro levou as elites – incluindo aqui o próprio imperador – a propor políticas de “branqueamento” da população, por meio do incentivo à imigração. Mesmo com a extinção oficial, o tráfico negreiro continuava existindo na clandestinidade, sendo amplamente perseguido pela Marinha Inglesa. Os traficantes, ao perceberem que seriam abordados, amarravam pedras pesadíssimas ao pescoço dos negros, fazendo com que afundassem rapidamente, evitando serem pegos em flagrante (ANDRADE, 1991, p. 15). A Questão Agrária Durante o Império O sistema colonial imprimiu no território brasileiro um modelo de produção baseado na grande propriedade de terra. Vimos que, durante a colônia, sobrevieram as capitanias hereditárias e o sistema de sesmarias. Àqueles que não tinham acesso a terra, restava afastar-se das áreas de grandes propriedades, ou então obter acesso a terra por meio de concessões, em troca de parte da produção (meeiros). Segundo Andrade (1991): A pequena propriedade dificilmente subsistia próximo ao latifúndio, pois os latifundiários facilmente expandiam seus domínios, ora forçando a venda por parte dos pequenos proprietários, ora simplesmente expulsando-os da gleba que exploravam (ANDRADE, 1991, p. 40). Os grandes proprietários eram também possuidores do poder político, controlando a polícia e as autoridades locais. Assim, muitas vezes encontravam formas de apoderar-se das terras de pequenos produtores vizinhos,sem que eles tivessem a quem recorrer. O sistema de sesmarias garantia a propriedade a quem utilizasse a terra por um período de três anos, sendo estas terras doadas pela coroa portuguesa. Isso, no entanto, não era garantia de igualdade na distribuição da terra. Muito pelo contrário: como apenas a coroa podia outorgar o direito a terra, havia uma imensa exclusão no ambiente agrário. Para tentar sanar tal situação, o Governo Imperial promulgou a Lei n. 601, de 18 de setembro de 1850, que ficou conhecida como a “Lei de Terras de 1850”. Por este documento legal, seria garantida a posse apenas por instrumento de compra e venda. Entre os prós e contras desta política fundiária, devemos destacar o seguinte. A Lei de Terras de 1850, juntamente com outras legislações criadas pelas províncias, favoreceu a colonização de importantes áreas, como o interior de São Paulo e do Paraná. 14 Unidade: Abolicionismo e a Consolidação da República Por outro lado, tal legislação marginalizou enormemente grupos inteiros, como os escravos libertos, que não obtiveram nenhuma garantia legal de acesso a terra. Podemos afirmar que esta legislação estabeleceu algumas características que ainda hoje estão presentes no nosso território. A imensa concentração fundiária não foi reduzida, sendo que existem elites fundiárias que mantêm sua influência política desde o Período Colonial até os dias de hoje. Ao contrário do que aconteceu em alguns países centrais do sistema capitalista, como França e Estados Unidos, o Brasil não pode ser considerado uma democracia agrária, cujo processo de formação territorial tenha propiciado o amplo acesso a terra. Há, entretanto, importantes porções do território, há uma maior concentração de pequenas e médias propriedades, que são importantes produtoras de alimentos, como leite, frutas, verduras e cereais. Portanto, devemos sempre ter em mente que a configuração territorial, ou seja, a maneira como estão dispostos os objetos no território guarda relação com o processo de formação socioespacial do território ao longo do tempo. O conjunto de normas, assim como a existência de redes e estabelecimento de sistemas produtivos, são fatores fundamentais para entendermos como funciona o território brasileiro. O início da imigração em massa A abolição serviu como estímulo à entrada de imigrantes no Brasil. A necessidade de mão de obra assalariada, para substituir os escravos, era fundamental, especialmente em São Paulo, onde a produção cafeeira avançava. A imigração para o Brasil de outros povos que não apenas portugueses já era bastante comum desde o início da colonização. Especialmente espanhóis, árabes e judeus, elementos bastante vinculados a Portugal. No entanto, é somente em meados do século XIX que a imigração adquire um caráter sistemático e massivo. Para se ter ideia, no ano de 1886, 33 mil imigrantes entraram no Brasil; dois anos depois, o número havia subido para 132 mil. A maior parte dos imigrantes vinha da Itália, seguida por Portugal e Espanha. Num período maior, de acordo com Boris Fausto, cerca de 3,8 milhões de estrangeiros entraram no Brasil, entre os anos de 1887 e 1930, sendo que a maior parte entrou no período até o início da primeira guerra mundial, em 1914. De acordo com Skydmore (2000, p. 105), a assimilação dos imigrantes de origem latina era facilitada pela similaridade linguística e cultural destes elementos de cultura mediterrânea. A maior parte dos imigrantes italianos veio para São Paulo e Rio Grande do Sul, sendo que em 1920, 71,4 % dos italianos viviam em São Paulo, constituindo 9% da sua população. Em sua maioria eram pessoas muito pobres, as quais só conseguiram arcar com a viagem devido aos subsídios oferecidos pelo governo paulista (FAUSTO, 1994, p. 279). 15 Os portugueses também eram imigrantes de perfil muito pobre. Segundo dados do IBGE, a quantidade de crianças menores de 14 anos, pobres, abandonadas ou órfãs perfazia quase 20% do total de emigrados (IBGE, 2013). Tal situação pode ser explicada por vários motivos. A população portuguesa vinha aumentando sistematicamente, ao mesmo tempo em que algumas atividades agrícolas foram sendo mecanizadas, gerando excedente de mão de obra no campo. Muitos pequenos proprietários rurais portugueses não conseguiram mais arcar com sua produção, o que elevou enormemente não apenas a imigração rumo ao Brasil, mas também rumo aos Estados Unidos da América e rumo à África. Bastante diferentes eram os imigrantes de origem alemã. Tendo sido um dos primeiros grupos a emigrar para o Brasil, a partir de 1824, os alemães se encaminharam principalmente para os estados do Sul, além de São Paulo. Porém, havia importantes colônias também no Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e Bahia. A partir de 1908, começariam a entrar no Brasil também os japoneses, que ocuparam principalmente São Paulo e o Paraná. A modernização da economia japonesa da Era Meiji promoveu um esvaziamento do campo, com excedente de pessoas migrando para as cidades. O governo japonês incentivava esta imigração, como forma de reduzir as tensões no campo. Alem desses grupos de imigrantes, há alguns outros que foram também bastante importantes para a construção da identidade brasileira: - Árabes – apesar de já estarem presentes ao contexto que produziu a população ibérica (Portugal e Espanha), é apenas no século XIX que passamos a ter uma imigração sistemática deste grupo, principalmente de populações da Síria e Líbano, regiões que haviam sido ocupadas pelo Império Otomano. Muitas vezes estes imigrantes – tanto cristãos quanto muçulmanos – eram vítimas de perseguições religiosas. Estes grupos de sírios e libaneses eram erroneamente chamados no Brasil de “turcos”, pelo fato de muitas vezes chegarem aqui com passaporte deste país, já que a moderna Turquia derivou da desintegração do Império Otomano. - Judeus – outro grupo muito presente desde os primórdios da colonização, período em que eram obrigados a se converterem ao cristianismo ou serem condenados à Inquisição da Igreja Católica. Como constituíam uma imensa nação sem pátria desde o século I, os judeus adaptaram-se a um processo de migração constante, mudando de país para país, conforme as condições lhes parecessem mais favoráveis. A garantia de liberdade de culto, dada pelo Imperador Dom Pedro II, talvez tenha sido um fator que incentivou a chegada destes imigrantes, muitos deles perseguidos em outros países. - Espanhóis – as razões de imigração dos espanhóis no século XIX eram muito parecidas com as dos portugueses. As mudanças no campo promoveram um empobrecimento das populações rurais, que se viam forçadas a migrar. Muitos destes trabalhadores eram analfabetos, agravando o problema diante da dificuldade que encontravam em conseguir trabalho nas cidades. Estas pessoas recebiam passagens subvencionadas pelo governo espanhol, muitas vezes dando informações erradas, já que muitos nunca haviam trabalhado efetivamente no campo, como era o perfil almejado pelas autoridades brasileiras. 16 Unidade: Abolicionismo e a Consolidação da República A Consolidação da República e as Questões Fronteiriças Além das questões federativas, quanto ao poder das províncias em relação ao governo central, também existia uma indefinição quanto à extensão real do território brasileiro. Questões fronteiriças movimentavam a região sul, na divisa com a Argentina; no norte, onde hoje estão localizados os estados de Roraima e Amapá; e também a questão do Acre, região pertencente à Bolívia, mas que havia sido maciçamente ocupada por brasileiros, que se ocupavam do comércio do látex. A borracha era explorada na região desde 1827. Porém, foi a partir do desenvolvimento do processo de vulcanização, pelos norte-americanos, que a borracha passou a ser usada na indústria automobilística, para produção de pneumáticos. Isso desencadeou uma demanda enorme, que elevou os preços e criou uma grande economia de exportação na Amazônia Ocidental.Por volta de 1900, a região conhecida como Acre, então pertencente aos bolivianos desde o tratado de 1867, produzia milhares de toneladas do produto, que era escoado pelos rios da região, com destino, principalmente, aos Estados Unidos da América. O Brasil, por sua vez, resolveu requerer a posse do Acre por meio do princípio de uti possidetis, ou seja, “quem tem a posse de fato, também tem a posse de direito”. Calcula-se que 60 mil pessoas migraram para o Acre, entre 1877 e 1880, principalmente nordestinos fugindo da seca. Ao mesmo tempo, a Bolívia tinha perdido grande parte de sua força de trabalho por conta da guerra contra o Chile, na qual perdeu sua única saída para o mar (ANDRADE, 1999, p. 37-40). As más condições de vida na floresta e a péssima remuneração recebida levaram os seringueiros a revoltar-se contra a exploração. A gota d’água foi a tentativa do exército boliviano de impor sua dominação efetiva sobre o Acre. Por fim, a Bolívia resolveu ceder o território para exploração do Bolivian Syndicate, uma espécie de companhia de colonização norte-americana. Os acreanos, então, proclamaram uma República Independente, que visava ser anexada pelo Brasil. Tanto Bolívia como Brasil enviaram tropas à região, mas a hegemonia brasileira confirmou-se rapidamente, devido à incapacidade dos bolivianos, cujo exército encontrava-se em frangalhos. A partir de então, o Barão do Rio Branco, responsável pela política externa brasileira, negociou um acordo com a Bolívia, que resultou na assinatura, em 1903, do Tratado de Petrópolis. Por ele, o Acre tornou-se território federal brasileiro, com um interventor nomeado pelo governo brasileiro. Como indenização, a Bolívia recebeu cerca de dois milhões de libras esterlinas, bem como o acesso por terra até o rio Madeira, com garantia perpétua de navegação fluvial até o Atlântico. Além disso, o Brasil comprometeu-se a construir a ferrovia Madeira-Mamoré, permitindo o acesso terrestre (PEREGALLI, 1981). No contexto interno, os limites entre províncias estavam indefinidos entre Pará e Mato Grosso; entre Goiás e Mato Grosso; e entre Paraná e Santa Catarina, região conhecida como Contestado. 17 A proclamação da República, em 1889, levou o Brasil a adotar o modelo norte-americano de federalismo, propiciando maior autonomia às províncias. O município do Rio de Janeiro, até então Município Neutro, passa a constituir unidade autônoma, o Distrito Federal. A capital fluminense passa a ser a cidade de Niterói. O Que é Federalismo? O federalismo foi introduzido no Brasil com a proclamação da República (1889). A maneira mais simples de definir Estado Federal é caracterizá-lo como uma forma de organização e de distribuição do poder estatal em que a existência de um governo central não impede que sejam divididas responsabilidades e competências entre ele e os Estados-membros. Na Primeira República (1889-1930), marcada por amplo domínio das oligarquias (grupos pequenos, detentores da força econômica, do poder político e do prestígio social), o federalismo conheceu sua máxima expressão no País. Foi o período em que os grupos dominantes nos Estados tiveram grande autonomia em relação ao poder central. Fonte: BARBOSA, Antonio José. O federalismo brasileiro. Disponível em: • http://www12.senado.leg.br/jovemsenador/arquivos/o-federalismo-brasileiro Fonte: IBGE, 2011. Adaptado por Vivian Fiori, 2014. http://www12.senado.leg.br/jovemsenador/arquivos/o-federalismo-brasileiro 18 Unidade: Abolicionismo e a Consolidação da República A partir de 1903, cria-se a entidade política do “Território Federal”, ocorrida em função da anexação do Acre, que passa a ser governado diretamente por um interventor nomeado pelo governo federal. Mais tarde, em 1937, abriu-se a possibilidade de criação de outros territórios federais, pelo desmembramento de estados com grande extensão territorial, ou situados em áreas de fronteira onde havia conflitos. A Constituição de 1891 e o Federalismo O golpe militar que instituiu a república, em 1889, teve clara influência de princípios políticos norte-americanos, a começar pelo nome dado à República – Estados Unidos do Brasil. Cada província do antigo Império passou a ser um Estado Federado, com autonomia em relação ao governo central, governado por um presidente estadual, e dotado de um poder legislativo estadual – a Assembleia Legislativa. Pela Constituição de 1891, os Estados poderiam ser fundidos ou incorporados aos vizinhos, desde que a Assembleia assim aprovasse (ANDRADE, 1999, P. 48). Os estados obtiveram também o direito de terem símbolos, hino e bandeira próprios, desde que não fossem omitidos os símbolos nacionais. A justiça passou a ser também estadual, especialmente para tratar de assuntos omissos, ou seja, não tratados por lei federal. No entanto, a herança do poder centralizado do período imperial impediu, por muito tempo, que houvesse elites locais habilitadas a criar a autonomia pretendida pela Constituição Republicana. De acordo com Manuel Correia de Andrade (1994), os estados se hierarquizaram de acordo com sua importância relativa para a economia nacional, de base eminentemente agroexportadora. Cabia a São Paulo e Minas Gerais elegerem os presidentes da República, política que ficou conhecida como “café com leite”. Um segundo escalão de estados elegia os vices, em geral Maranhão, Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro. O Rio Grande do Sul isolou-se, mas utilizava sua influência militar, adquirida nos tempos de anistia de suas rebeliões, para influenciar decisivamente, sobretudo quando havia necessidade de alguma intervenção (ANDRADE, 1994, p. 50). Assim, o poder central passou a ter uma influência maior dos poderes regionais, dentro de uma composição hierárquica, ligada principalmente ao poder econômico das elites locais. Esta primeira fase da República brasileira será marcada por governos conservadores, contrastando com o período do Segundo Reinado, considerado por parte dos historiadores como liberal e modernizador. 19 Material Complementar ANDRADE, Manuel Correia de. Abolição e reforma agrária. São Paulo: Ática, 1991. ANDRADE, Manuel Correia de; ANDRADE, Sandra Maria Pereira de. A Federação Brasileira. Uma análise geopolítica e geo-social. São Paulo: Contexto, 1994. COSTA, Wanderley Messias da. O Estado e as políticas territoriais no Brasil. São Paulo: Contexto, 1988. MORAES, Antonio Carlos Robert. Bases da formação territorial do Brasil. São Paulo: Hucitec, 2000. • Fundação Joaquim Nabuco: http://www.fundaj.gov.br • Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro: http://www.ihgb.org.br/rihgb.php?s=p http://www.fundaj.gov.br http://www.ihgb.org.br/rihgb.php?s=p 20 Unidade: Abolicionismo e a Consolidação da República Referências ANDRADE, Manuel Correia de. Abolição e reforma agrária. São Paulo: Ática, 1991. ANDRADE, Manuel Correia de. ANDRADE. Sandra Maria Pereira de. A Federação Brasileira. Uma análise geopolítica e geo-social. São Paulo: Contexto, 1994. FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1994. FURTADO, Celso. Formação econômica do Brasil. São Paulo: Companhia Editora Nacional, Publifolha, 2000. HOLANDA. Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1982. PEREGALLI, Enrique. Como o Brasil ficou assim? São Paulo: Global, 1981. SKIDMORE, Thomas. Uma história do Brasil. São Paulo: Paz e Terra, 2000. THÉRY, H. MELLO, N.A. Atlas do Brasil. Disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: Edusp, 2005. 21 Anotações
Compartilhar