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Imunologia- autoimunidade tutoria UCT V- SP5 Doença autoimune Doença auto imune se caracteriza pelo mau funcionamento do sistema imunológico, levando o corpo a atacar os seus próprios tecidos. Ocorre a perda da tolerância imunológica, ou seja, o corpo reconhece os antígenos próprios da célula, atacando-as. LU ́PUS ERITEMATOSO SISTE ̂MICO O Lu ́pus eritematoso Siste ̂mico (LES) representa o proto ́tipo de uma doenc ̧a autoimune humana. E ́ uma doenc ̧a reuma ́tica sistêmica, caracterizada por uma inflamac ̧ão cro ̂nica, marcada por períodos de piora e remisso ̃es do quadro cli ́nico, atingido aproximadamente 1 em cada 2.000 indivi ́duos. Dentre esses, o LES é mais prevalente em mulheres em idade reprodutiva, acometendo, pore ́m indivíduos de ambos os sexos e de todas as idades. Os sinais cli ́nicos no LES são extremamente diversos e, frequentemente, os primeiros sintomas a aparecerem sa ̃o bastante inespecíficos, tais como fadiga, perda de peso, mal-estar, febre e anorexia, o que torna o diagno ́stico cli ́nico mais difi ́cil na fase inicial da doenc ̧a ARTRITE REUMATÓIDE A artrite reumato ́ide (AR) e ́ uma doença inflamato ́ria cro ̂nica, caracterizada por inflamac ̧ão das articulac ̧ões, eroso ̃es progressivas e destruição da cartilagem. AR é a doença sistêmica de caráter autoimune mais frequente, afetando cerca de 1% da populac ̧ão. Contudo, seu diagno ́stico permanece principalmente cli ́nico. Atinge, primeiramente, a membrana sinovial (tecido que reveste as articulações) Ocorrências mais frequentes nas pequenas articulações (mãos, punhos, cotovelos, pés, tornozelos, joelhos, ombros, quadris, coluna vertebral). A inflamação da membrana sinovial não desaparece, pois, o desequilíbrio do sistema imune mantém a inflamação (crônica). A membrana sinovial cronicamente inflamada recebe o nome de pannus que persiste liberando várias substâncias ou mediadores, que contribuem para a destruição da cartilagem e do osso abaixo da cartilagem. Outras estruturas que estão perto das articulações, como tendões e ligamentos, também podem ser atingidas. O que ainda não se sabe é qual a causa inicial do desequilíbrio do sistema imune. Progride rapidamente nos 6 primeiros anos Os pacientes podem desencadear depressão devido a dor O principal desafio no diagnóstico da AR consiste em diferenciá-la das muitas outras formas de atrite que compartilham sintomas cli ́nicos (dor, inchaço, diminuição da amplitude de movimento e rigidez), mas variam enormemente no prognóstico e opções terape ̂uticas. DIABETES TIPO I É uma doença autoimune, isto é, ocorre devido a produção equivocada de anticorpos contra as nossas próprias células, neste caso específico, contra as células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina. Sintomas costumam ser provocados pela hiperglicemia. São eles: Sede excessiva, Cansaço, Micção frequente, Perda do controle da bexiga durante o sono, Perda de peso, Visão turva, Fome frequente, Irritação, Infecção frequente, Lenta cicatrização de feridas, Mau hálito. Esclerose múltipla A esclerose múltipla (EM) é uma doença de origem autoimune, na qual a bainha de mielina, substância que recobre os nervos, é atacada pelos nossos próprios anticorpos. A produção inapropriada de anticorpos contra a bainha de mielina provoca inflamação e posterior destruição dos nervos, motivo pelo qual a esclerose múltipla é classificada como uma doença desmielinizante inflamatória imunomediada. Sinais e sintomas Os sinais e sintomas da esclerose múltipla dependem de quais pontos do sistema nervoso são afetados. Não existe um sintoma típico que feche o diagnóstico de esclerose múltipla, porém, alguns deles são muito sugestivos: Gabriela O. 2º período Neurite óptica A neurite óptica costuma se apresentar como um dor aguda em um dos olhos, que piora com o movimento ocular. Sintomas sensoriais Formigamento e dormências, principalmente nos membros, ocorrendo em um lado do corpo de cada vez. Fenômeno de Lhermitte Sensação de choque elétrico que se irradia pela coluna vertebral, desencadeado por movimentos da cabeça e do pescoço é chamado de Fenômeno de Lhermitte. Sinais e sintomas Tonturas e vertigens, tremores, alterações na marcha, diminuição de força muscular e paralisias dos membros ocorrem por lesão dos neurônios da medula. Febre reumática A febre reumática é uma doença inflamatória que ataca o coração e suas válvulas levando a sua progressiva destruição. É uma complicação de infecções comuns da garganta, como a faringite estreptocócica e a escarlatina, ou de pele, como o impetigo causadas pela bactéria Streptococcus pyogenes (Streptococcus ß-hemolítico do grupo A de Lancefield). Sintomas A febre reumática costuma surgir com um quadro de febre alta que vem acompanhado de um ou mais dos seguintes sinais e sintomas: Poliartrite migratória Chamamos de poliartrite quando a artrite acomete várias articulações ao mesmo tempo. Já o termo migratória indica que a inflamação vai mudando de articulação ao longo dos dias. A poliartrite da febre reumática é o sintoma mais comum da doença e acomete 3 em cada 4 pacientes. Cardite A cardite é a complicação mais grave da febre reumática e ocorre em cerca de 40 a 50% dos casos. Coréia de Sydenham O acometimento do sistema nervoso central pela febre reumática causa a coreia, uma alteração neurológica que se manifesta com movimento involuntários dos braços, pernas e da cabeça, fraqueza muscular e alterações do discurso. A coreia desaparece durante o sono. Nódulos subcutâneos Eritema marginato O eritema maginato é um rash avermelhado, evanescente, que acomete principalmente os tronco e partes dos membros. Hipotireodismo Hipotireoidismo (ou hipertireoidismo) é o nome que se dá quando a glândula tireóide funciona deficientemente, produzindo menos hormônios do que o necessário para o controle do nosso metabolismo. O hipotiroidismo é a doença mais comum da tireoide e está presente em cerca de 5% da população. Sinais e sintomas Aumento do volume da tireoide, chamado de bócio; Fraqueza, desânimo e cansaço fácil; Intolerância ao frio; Diminuição do suor; Perda de cabelo.; Ganho leve de peso (hipotireoidismo não leva a grandes ganhos de peso); Pele seca; Unhas fracas; Dor nas articulações; Redução do paladar; Anemia; Síndrome do túnel do carpo; Constipação intestinal (prisão de ventre); Aumento do colesterol; Alterações da menstruação (para mais ou para menos); Infertilidade; Disfunção erétil; Perda da libido; Perda parcial dos pelos da sobrancelha; Hipertensão; Inchaços (em casos mais graves); Coma (em casos graves e não tratados). Guillain-Barré A síndrome de Guillain-Barré (SGB) é uma doença neurológica de origem autoimune capaz de provocar fraqueza muscular generalizada, que em casos mais graves pode até paralisar a musculatura respiratória, impedindo o paciente de respirar. A síndrome surge devido à produção inapropriada de anticorpos contra a bainha de mielina, substância que recobre e protege os nervos periféricos. Sintomas O principal sintoma do Guillain-Barré é a fraqueza muscular, geralmente iniciada nas pernas e com progressão ascendente. Em questão de algumas horas, às vezes poucos dias, a doença começa a subir Gabriela O. 2º período e acometer outros grupos musculares, indo em direção a braços, tronco e face. Doença de Crohn A doença de Crohn é uma doença inflamatória séria do trato gastrointestinal. Ela afeta predominantemente a parte inferior do intestino delgado (íleo) e intestino grosso (cólon), mas pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal. A doença de Crohn é crônica e provavelmente provocada por desregulação do sistema imunológico, ou seja, do sistema de defesa do organismo. Sintomas: A doença de Crohn habitualmente causa diarréia, cólica abdominal, frequentemente febre e, às vezes, sangramento retal. Também podem ocorrer perda de apetite e perda de peso subseqüente. A diarréia podese desenvolver lentamente ou começar de maneira súbita, podendo haver também dores articulares e lesões na pele. Na Doença de Crohn a dor abdominal e a diarréia freqüentemente surgem após as refeições. São comuns dores articulares (dores nas juntas), falta de apetite, perda de peso e febre. Outros sintomas precoces da doença de Crohn são lesões da região anal, incluindo hemorróidas, fissuras, fístulas e abscessos. Vitiligo O vitiligo leva a produção inapropriada de anticorpos e linfócitos T (um tipo de glóbulo branco) contra os melanócitos, as células responsáveis pela produção de pigmento de nossa pele. A maioria dos pacientes de vitiligo não manifesta qualquer sintoma além do surgimento de manchas brancas na pele. Entretanto, em alguns casos, os pacientes relatam sentir sensibilidade e dor na área afetada. A maior preocupação dos dermatologistas são os sintomas emocionais que os pacientes podem desenvolver em decorrência da doença. Por isso, em alguns casos, recomenda-se o acompanhamento psicológico, que pode ter efeitos bastante positivos nos resultados do tratamento. Síndrome de Sjögren A síndrome de Sjögren é uma entidade clinicopatológica caracterizada por olhos (ceratoconjuntivite seca) e boca (xerostomia) secos por causa da destruição das glândulas lacrimais e salivares mediada pelo sistema imunológico. Ela pode ocorrer como desordem isolada (forma primária), também conhecida como síndrome sicca, ou, o que é mais frequente, associada a outras desordens autoimunes (forma secundária). Doença celíaca É causado quando os intestinos reagem aos alimentos que contêm o glúten (por exemplo trigo). Autoimunidade DEFINIÇÃO DE AUTOIMUNIDADE O sistema imune serve para diferenciar o que é próprio do que é estranho. Na maioria das ocasiões, o organismo tolera o que é próprio por mecanismo de tolerância central e periférico (fazem o organismo não responder aos antígenos próprios). Os diferentes linfócitos são formados por uma combinação ao acaso, e quando ativados para destruir antígenos próprios, aparecem mecanismos que os inativam (os mecanismos fazem com que eles não respondam aos antígenos próprios). A tolerância é uma não responsividade do sistema imune a determinados antígenos (tolerogênicos).Ao contrário de outros antígenos que geram resposta imune e são chamados de imunogênicos. → ANTÍGENO TOLEROGÊNICO: estão presentes nos órgãos geradores (formadores de novos linfócitos). Esses órgãos já apresentam mecanismos que impedem que os linfócitos (LINFÓCITOS AUTO REAGENTES) que reagem aos antígenos próprios sejam liberados → ANTÍGENO IMUNOGÊNICO TOLERÂNCIA CENTRAL E PERIFÉRICA: → Na TOLERÂNCIA CENTRAL ocorre nesse processo de amadurecimento, e se ocorrer alguma falha nesse processo de tolerância, haverá uma segunda chance na tolerância periférica. O precursor linfóide dá origem aos linfócitos imaturos na medula óssea (linfócito B amadurece ainda na medula óssea, e o linfócito T amadurecem no timo). Nesse local de amadurecimento o linfócito é apresentado a uma grande quantidade de antígenos próprios, e o linfócito que reconhece um antígeno próprio com grande afinidade, recebe um sinal de que poderão acontecer três coisas com ele: - Sofrer apoptose (deleção); - Mudar seus receptores de superfície (acontece com os linfócitos B, fazendo com que não Gabriela O. 2º período reconheça mais um antígeno próprio e sim, antígenos estranhos e deixe o órgão gerador); - Transformado em linfócito T regulador (ocorre somente com células T CD4+). → Na TOLERÂNCIA PERIFÉRICA, os linfócitos que passaram pela tolerância central se tornam maduros. Se ele reconhecer um antígeno próprio pode sofrer: - Anergia (inativação, porque não irá ocorrer um co-estímulo para ser ativado); - Apoptose; - Supressão (por uma célula reguladora). ● Linfócitos T: Criados na medula óssea e amadurecem no timo. Primeiro mecanismo: Quando o linfócito T não é autorreativo (não reage a antígeno próprio), não sofre nenhum tipo de seleção no timo, completa toda a sua fase de amadurecimento e cai nos tecidos periféricos, sendo exposto a um antígeno que se reconhecer, será ativado, sofre sua expansão clonal e cumpre suas ações. Se no timo ele for reconhecido como linfócito T autorreativo, sofrera por mecanismo de tolerância central, uma apoptose (seleção negativa) ou se transformar em uma célula T regulatória (pode ir para os tecidos porque não irá mais provocar uma resposta imune, e sim uma resposta regulatória/ supressora). Segundo mecanismo: Quando um linfócito T autorreativo não passa pela seleção negativa e cai na corrente de tolerância periférica, ele passa por uma nova seleção. Mesmo que o linfócito reconhece o antígeno da célula, não haverá um co-estímulo para fazer a sua ativação, (célula não ativa o D7 que se liga ao CD28 do linfócito para fazer o co-estímulo) e o linfócito entra em anérgica. ● Linfócito B: Criado e amadurecido na medula óssea. Primeiro mecanismo: Se a célula imatura reconhece um antígeno próprio, pode sofrer uma edição de receptor (recebe um sinal que faz ela gerar um novo receptor, o que não irá mais reconhecer antígeno próprio, podendo cair nos tecidos periféricos por não ser mais uma célula B autorreativa. Pode também, passar por deleção, ou, ao reconhecer um antígeno próprio, pode passar a ser uma célula anérgica. Segundo mecanismo: mesmo que o linfócito autorreativo consiga passar pela seleção central e caia na tolerância periférica, ele quando reconhecer o antígeno próprio, no receber um co-estímulo e não conseguir fazer sua ativação, poderá sofrer deleção ou anergia. ● Células autorreativas: Linfócitos T e B. possuem afinidade com o anticorpo reagindo. Em todos os indivíduos, existe um certo grau de reconhecimento do próprio. Na verdade, é necessário que as células T sejam selecionadas positivamente no timo para o reconhecimento do MHC próprio. Além disso (exceto em indivíduos com imunodeficiência profunda), as células B autorreativas e as células T reativas aos peptídeos + MHC próprios são detectáveis na circulação de todos os seres humanos, assim como os autoanticorpos (anticorpos com capacidade de reagir contra componentes próprios). O termo doença autoimune é utilizado quando a autoimunidade resulta em patologia. Por conseguinte, a existência de um baixo nível de autoimunidade parece constituir a norma e, em geral, não resulta em patologia. Todavia, quando a tolerância imunológica não consegue eliminar ou controlar linfócitos auto reativos patogênicos, surgem doenças autoimunes. ATIVAÇÃO DO LINFÓCITO POR MEIO DO ANTÍGENO MICROBIANO Geralmente os linfócitos autorreativo quando reconhecem antígenos próprios, não recebem o co-estímulo daqueles e não é ativado, sofrendo deleção ou anergia. Quando há uma alteração ambiental, o linfócito autorreativo ao reconhecer o antígeno próprio recebe o co-estímulo e por consequência, sofre ativação. Um dos principais fatores ambientais que levam a ativação do linfócito autorreativos e que levam a uma doença autoimune, são as INFECÇÕES. Primeira forma: O linfócito T autorreativo, normalmente, é apresentado ao antígeno por uma Gabriela O. 2º período APC (célula dendrítica), se não houver um sinal do co-estimulador, ele sofrerá uma deleção. Caso tenha uma infecção, a APC (célula dendrítica) que apresentam o auto-antígeno, fagocita o micróbio que está causando a infecção, passa a ter um antígeno estranho, podendo agora fazer a co-estimulação com o linfócito. Quando o linfócito T reativo reage com a APC infectada (b7 da célula se liga com o CD28 do linfócito ), esse será ativado e irá combater o tecido próprio e gerando uma reação de autoimunidade. Segunda forma: Há microorganismos com antígenos muito semelhantes aos antígenos próprios. Quando o linfócito T reconhece o antígeno microbiano com a presença de um co-estimulador é ativado, ele passa a ser autorreativo, nisso ele passa a reconhecer também o antígeno próprioque é muito parecido com o antígeno microbiano, e começa a atacar o tecido próprio e causar a reação de autoimunidade. As doenças autoimunes estão presentes na hipersensibilidade tipo III e tipo IV. HIPERSENSIBILIDADE Tipo I - Reações alérgicas, não autoimune. A alergia clínica representa resposta de hipersensibilidade de IgE mediadas originando-se de inflamação deletéria em resposta a presença de antígenos ambientais normalmente inofensivos. Reações de hipersensibilidade imediatas ou anafiláticas ocorrem após ligação do antígeno a anticorpos IgE presos a superfície do mastócito ou do basófilo, e resultam na liberação de mediadores inflamatórios pré-formados e recém gerados que produzem as manifestações clínicas. Exemplos de reações mediadas de tipo I incluem choque anafilático, rinite alérgica, asma alérgica e reações alérgicas a fármacos. Tipo II - Reações citotóxicas envolvem a ligação de anticorpo IgG ou IgM a antígenos ligados de modo covalente a estruturas da membrana celular. A ligação antígeno anticorpo ativa a cascata do complemento e resulta na destruição da célula a qual o antígeno está ligado. Exemplos de lesão tecidual por esse mecanismo incluem a anemia hemolítica imune e a doença hemolítica do Rh no recém-nascido. Outro exemplo do processo de doença mediada tipo II sem morte celular é o hipertireoidismo autoimune, um distúrbio em que Gabriela O. 2º período anticorpos antitireoide estimulam o tecido tireoidiano. Tipo III - A ligação de antígeno a anticorpos com fixação de complemento forma reações mediadas por imunocomplexos. Imunocomplexos ligados ao complemento facilitam a opsonização por fagócitos. Os complexos geralmente são removidos da circulação no sistema reticuloendotelial. Entretanto, o depósito desses complexos em tecidos ou no endotélio vascular pode produzir lesão tecidual mediada por imunocomplexos pela ativação do complemento, geração de anafilotoxinas, quimiotaxia de leucócitos polimorfonucleares, liberação de mediadores e lesão tecidual. Reação de Arthus cutânea, doença do soro sistêmica, alguns aspectos de autoimunidade clínica e certas manifestações da endocardite infecciosa são exemplos de doenças mediadas tipo III. Ex: Lúpus Eritematoso, Artrite Reumatoide. Tipo IV - A imunidade celular é responsável por defesas do hospedeiro contra microrganismos patogênicos intracelulares, embora a regulação anormal desse sistema possa resultar em hipersensibilidade tardia. Reações de hipersensibilidade do tipo IV não são mediadas por anticorpos, mas sim por linfócitos T antígeno-específicos. Exemplos clássicos são as reações ao teste cutâneo tuberculínico e a dermatite de contato. Fat�es desencadeantes Muitos são os fatores que podem contribuir para perda da autotolerância, culminando na manifestação de doenças autoimunes, tais como: Defeitos no sistema imune (defeitos em células natural killer, em células T supressoras, na secreção de interleucinas, no processo de fagocitose ou nos componentes do sistema complemento), ação de hormônios (especialmente estrogênios), condições ambientais (infecções virais, bacterianas ou parasitárias), medicamentos e agentes tóxicos Meio de instalação das doenças: Susceptibilidade genética ajuda na maior produção de linfócitos autorreativos. Falha nos mecanismos de autotolerância. Componente ambiental (trauma, infecção, dano tecidual, etc). fatores genéticos + interação com ambiente. fatores genéticos + desregulação hormonal. fatores genéticos + anormalidades em órgão-alvo. Os fatores que contribuem para o desenvolvimento da autoimunidade são a suscetibilidade genética e os gatilhos ambientais, como infecções e lesão local no tecido. Genes de suscetibilidade podem prejudicar os mecanismos de autotolerância; a infecção ou necrose nos tecidos promovem o influxo de linfócitos autorreativos e a ativação dessas células, resultando em lesão tecidual. Infecções e lesão tecidual também podem alterar a forma como os auto antígenos são apresentados para o sistema imunológico, levando à falha da autotolerância e à ativação dos linfócitos autorreativos. Outros fatores como mudanças na microbiota do indivíduo e alterações epigenéticas nas células imunológicas podem desempenhar papéis importantes na patogênese, mas os estudos nesses tópicos ainda estão muito no início. Conferência: o que pode ativar uma doença auto-imune? Genético Muitos possuem uma ação pleiotrópica, há o envolvimento dos genes codificantes do MHC Ambiental alimentação: Quais agentes ambientais podemos identificar? Bem, a alimentação poderia ser um deles, embora haja evidências escassas até o momento para a maioria das doenças autoimunes. Outro caso especial é a resposta imune à gliadina, que está estreitamente associada ao desenvolvimento da doença celíaca. A alimentação também tem o potencial de alterar o microbioma e, portanto, pode exercer efeitos indiretos em qualquer doença autoimune que seja precipitada por infecção. Fármacos: Embora muitas doenças autoimunes tenham sido associadas a uma ampla variedade de fármacos em relatos de casos, o exemplo mais firmemente estabelecido é o lúpus induzido por fármacos. A procainamida e a quinidina (ambas utilizadas no tratamento da arritmia cardíaca) e a hidralazina (um fármaco anti-hipertensivo) estão mais frequentemente implicadas nessa doença, que compartilha muitas características com o LES, Gabriela O. 2º período embora a especificidade do anti-DNA exiba uma tendência contra o DNA de fita simples, e não contra o DNA de fita dupla (dsDNA), e os pacientes tendem a apresentar maior comprometimento articular e menos acometimento neurológico e renal. ( fisiopatologia desconhecida) O tabagismo aumenta o risco de artrite reumatoide e das doenças de Hashimoto e de Graves. Os mecanismos ainda não estão bem esclarecidos. A suspeita aponta frequentemente na direção de um microrganismo infeccioso, e existem, na verdade, evidências substanciais em modelos animais de que a infecção pode desempenhar um importante papel no desenvolvimento das doenças autoimunes. A ligação com a infecção reside no fato de que a proteína M estreptocócica compartilha uma homologia estrutural com a miosina cardíaca – uma situação bem definida de mimetismo molecular. Apesar de numerosas outras sugestões referentes à participação de micróbios no desenvolvimento de doenças autoimunes em indivíduos geneticamente suscetíveis, essas associações ainda estão no campo especulativo, devido à falta de evidências definitivas Hormonal: O fato de ter um genótipo XX ou XY tem um profundo efeito sobre muitos aspectos da vida! Isso inclui uma tendência geral à ocorrência mais frequente de doenças autoimunes nas mulheres do que nos homens, provavelmente devido, em essência, a diferenças nos padrões hormonais. Mecanismos de falha: ● Herança de genes suscetíveis ● Estímulos ambientais (infecções) A lesão tecidual nas doenças autoimunes pode ser causada por anticorpos ou por células T contra antígenos próprios. Genes da susceptibilidade podem conferir falhas nas vias de tolerância própria e levam a persistência de linfócitos T e B autorreativos. Os estímulos ambientais podem causar lesão celular, tecidual e inflamações resultando no influxo de linfócitos para os tecidos e ativação das células apresentadoras de antígeno (APCs) e subsequentemente ativação desses linfócitos autorreativos. Os linfócitos ativados lesionam os tecidos e provocam a doença. Fatores genéticos: O risco hereditário para os doentes autoimunes é atribuído aos múltiplos loci gênicos, dos quais a maior contribuição é feita pelos genes do MHC. Portanto, existe uma contribuição genética na suscetibilidade à autoimunidade. Os genes do MHC possuem polimorfismo (variação de expressão) e isso contribui para diferentes doenças autoimunes. Em alguns casos os genes associados à autoimunidade são induzidos por mutações raras, ao invés de polimorfismos. Papel dasinfecções e de outras influenciadas ambientais: As infecções podem ativar os linfócitos autorreativos e levar ao desenvolvimento de doenças autoimunes. Algumas doenças autoimunes são frequentemente precedidas por pródromos infecciosos (sinal ou grupo de sintomas - Síndrome). Portanto, existe uma associação estabelecidas entre lesões e infecções autoimunes. Uma substância normal do organismo pode sofrer uma alteração provocada por um vírus, um fármaco, a luz solar ou a radiação, por exemplo. A substância alterada pode parecer estranha ao sistema imunológico. Por exemplo, um vírus pode infectar células do organismo e, por conseguinte, alterá-las. As células infectadas pelo vírus estimulam o sistema imunológico a atacar. Uma substância estranha semelhante a uma substância natural do organismo pode penetrar no corpo. O sistema imunológico pode atacar acidentalmente a substância semelhante do organismo ao mesmo tempo que persegue a substância estranha. Por exemplo, as bactérias que causam infecções na garganta têm um antígeno semelhante a um antígeno encontrado em células cardíacas humanas. O sistema imunológico raramente ataca o coração da pessoa após uma infecção na garganta (esta reação faz parte da febre reumática). As células que controlam a produção de anticorpos, por exemplo, as células B (um tipo de glóbulo branco), podem funcionar de forma incorreta e produzir anticorpos anômalos que atacam algumas das células do corpo. Gabriela O. 2º período Uma substância do organismo que normalmente se encontra limitada a uma área específica (estando, por conseguinte, oculta do sistema imunológico) é liberada na corrente sanguínea. Por exemplo, um soco no olho pode levar o líquido do globo ocular a passar para o fluxo sanguíneo. Esse líquido estimula o sistema imunológico a identificar o olho como estranho e a atacá-lo. TIREOIDITE DE HASHIMOTO Há auto-anticorpos e linfócitos T CD8 que reconhecem as células da tireóide, fazendo com que ocorra uma reação inflamatória no local e também, levando essas células à morte e fazendo com que aconteça a perda de função da produção hormonal da tireóide. Consequência disso será a aquisição de um hipotireoidismo. Os pacientes se queixam de aumento indolor da tireoide ou sensação de volume na garganta. O exame revela bócio não doloroso, que é liso ou nodular, firme e mais elástico que a tireóide normal. Vários pacientes apresentam sinais e sintomas de hipotireoidismo, mas alguns têm hipertireoidismo que pode ser decorrente da tireoidite. Exames Os mais utilizados são a velocidade de hemossedimentação (VHS) e a dosagem da proteína C reativa (PCR), realizados em amostras de sangue. PCR : sempre está alterado (valor alto) para doenças de reumatismo. Proteína C reativa, está relacionada com processos de inflamação, infecção. PCR foi a primeira proteína conhecida como reagente de fase aguda ou fase ativa; a PCR se liga na superfície das bactérias, e isso facilita com que elas sejam opsonizadas. A principal função da PCR é se ligar na célula lesada e iniciar sua eliminação por meio da ativação do sistema complemento e de fagócitos. PCR está presente em pequenas quantidades em pessoas saudáveis, já em pessoas com reações inflamatórias, elas estão em maior quantidade. O fator antinúcleo (FAN), ou anticorpos antinúcleo (ANA), é um exame utilizado como rastreio para presença de autoanticorpos nos casos de suspeita de doenças autoimunes. Esse exame é baseado no padrão de fluorescência dos anticorpos, sendo possível visualizar no microscópio e auxiliar no diagnóstico de várias doenças. Gabriela O. 2º período https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-da-tireoide/hipotireoidismo#v981926_pt https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-da-tireoide/hipotireoidismo#v981926_pt https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/dist%C3%BArbios-end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/dist%C3%BArbios-da-tireoide/hipertireoidismo OBS A tolerância imunológica é a ausência de resposta a um antígeno induzida pela exposição de linfócitos específicos àquele antígeno. A autotolerância se refere a uma ausência de resposta aos antígenos próprios. Diversos mecanismos atuam em conjunto para selecionar contra a autorreatividade, prevenindo assim reações imunológicas contra os antígenos do hospedeiro. Esses mecanismos são divididos em dois grupos: tolerância central e tolerância periférica Tolerância central O principal mecanismo da tolerância central é a indução à delação de antígenos (morte) de linfócitos T e B autorreativos durante o seu amadurecimento nos órgãos linfoides centrais (geradores) (p. ex., no timo, no caso das células T, e na medula óssea, no caso das células B). No timo, muitos antígenos protéicos autólogos (do próprio indivíduo) são processados e apresentados por APCs do timo associados a moléculas MHC do próprio indivíduo. Qualquer célula T em desenvolvimento que expressam um receptor para antígenos próprios é negativamente selecionada (excluída pela apoptose), e as células T periféricas que permanecem são, consequentemente, livres de células autorreativas. Um avanço recente foi a identificação de fatores de transcrição implicados na indução da expressão de antígenos de tecidos aparentemente periféricos no timo. Um desses fatores é chamado de regulador autoimune (AIRE); mutações no gene AIRE são responsáveis por uma síndrome poliendócrina autoimune na qual células T específicas para diversos autoantígenos iludem a seleção negativa (provavelmente porque esses antígenos não são expressos no timo) e atacam os tecidos expressando antígenos próprios. Algumas células T que encontram autoantígenos no timo não são destruídas, mas se diferenciam em células T reguladoras, como descrito adiante. As células B imaturas que reconhecem autoantígenos com grande afinidade na medula óssea também podem morrer por apoptose. Algumas células B autorreativas podem escapar da eliminação, mas passam por um segundo rearranjo dos genes do receptor de antígenos, expressando novos receptores que não são mais autorreativos (um processo denominado “edição do receptor”). Infelizmente, o processo de eliminação de linfócitos T autorreativos não é perfeito. Diversos autoantígenos podem estar ausentes do timo e, em consequência, células T com receptores para esses antígenos escapam para a periferia. Existe um “erro” semelhante com as células B também; portanto, células B que possuem receptores para uma variedade de autoantígenos, incluindo tiroglobulina, colágeno e DNA, podem ser encontradas em indivíduos saudáveis. Tolerância periférica As células T autorreativas que escapam da seleção negativa no timo têm o potencial para causar lesão, a não ser que sejam eliminadas ou eficazmente controladas. Diversos mecanismos nos tecidos periféricos que silenciam potencialmente essas células T reativas têm sido identificados: • Anergia: Esse termo refere-se à desativação funcional (em vez da morte) dos linfócitos induzida pelo encontro com antígenos em determinadas condições. Como descrito anteriormente, a ativação das células T requer dois sinais: reconhecimento de um antígeno peptídico associado a moléculas MHC próprias nas APCs e o estabelecimento de segundos sinais coestimuladores fornecidos pelas APCs. Se os segundos sinais coestimuladores não forem fornecidos ou se um receptor inibitório na célula T (e não o receptor coestimulador) for ligado quando a célula encontra autoantígenos, a célula T se torna anérgica, sendo incapaz de responder ao antígeno. Como as moléculas coestimuladoras não apresentam Gabriela O. 2º período expressão forte na maioria dos tecidos normais, o encontro entre células T autorreativas e autoantígenos nos tecidos pode torná-Ias anérgicas. As células B também podem se tornar anérgicas se encontrarem o antígenona ausência de células T auxiliares específicas. • Supressão pelas células T reguladoras: A resposta dos linfócitos T a autoantígenos pode ser suprimida pelas células T reguladoras. As populações de células T reguladoras mais definidas expressam CD25, uma das cadeias do receptor para a IL-2, e requerem IL-2 para a sua geração e sobrevivência. Essas células também expressam um fator de transcrição único, chamado de FoxP3. Essa proteína é necessária para o desenvolvimento de células reguladoras, e mutações no gene FoxP3 são responsáveis por uma doença autoimune sistêmica chamada de IPEX (síndrome de desregulação imune ligada ao X, poliendocrinopatia e enteropatia), associada a uma deficiência das células T reguladoras. Diversos mecanismos pelos quais as células reguladoras controlam a resposta imunológica estão relacionados à secreção, por essas células, de citocinas imunossupressoras (p. ex., IL-l0 e fator b de crescimento transformado [TGF-b]), que diminuem várias repostas das células T, e bloqueio competitivo das moléculas B7 nas ACPs. • Morte celular induzida pela ativação: Outro mecanismo de tolerância periférica envolve a apoptose dos linfócitos maduros resultante do reconhecimento do antígeno. Um mecanismo de apoptose é a morte do receptor Fas (um membro da família de receptores TNF) que foi unido a seu ligante expresso na mesma célula. A mesma via é importante para a eliminação das células B autorreativas pelo ligante Fas expresso nas células T auxiliares. A importância dessa via de autotolerância é ilustrada pela descoberta de que mutações no gene FAS são responsáveis por uma doença autoimune denominada síndrome linfoproliferativa autoimune, caracterizada por linfadenopatia e diversos anticorpos, incluindo anticorpos anti-DNA. Defeitos no Fas e Fas ligante também causam doenças autoimunes semelhantes em camundongos. A via mitocondrial da apoptose, que não depende da morte de receptores, pode também estar envolvida na eliminação de linfócitos reativos contra o hospedeiro. Gabriela O. 2º período
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