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Instituto Federal de Pernambuco. Campus CARGA INCÊNDIO EM EDIFICAÇÃO RESIDENCIAL: estudo na cidade FIRE LOAD IN RESIDENTIAL BUILDING region of Recife RESUMO Tendo em vista que a condizem com a realidade encontrada nas cidades Brasileiras carga incêndio em edificações residenciais esse parâmetro com as normas técnicas Brasileiras.Para tanto descrever os conceitos de proteção contra incêndio, gestão de risco incêndio de uma edificação modal para incêndios estruturais na cidade principais fundamentos edificações com tipo de ocupação resid a carga incêndio encontrada na norma e que o fator constatação de que a clas proteção contra incêndio precisam ser revistos. Palavras-chave: Carga incêndio ABSTRACT Bearing in mind that the fire risk classification in residential bui the reality found in Brazilian cities, research is carried out on the fire load in residential buildings in the city of Recife, in order to compare this parameter with Brazilian technical standards. , it is necessary to describe the c protection, risk management and fire load of a modal building for structural fires in the city, list the main normative foundations and verify the evolution of the characteristics of buildings with type of single appears that the fire load found in this type of structure is higher than the limit established in the standard and that the risk factor has a relevant value, which Instituto Federal de Pernambuco. Campus Recife. Curso de engenharia civil. 14 CARGA INCÊNDIO EM EDIFICAÇÃO RESIDENCIAL: cidade de Recife FIRE LOAD IN RESIDENTIAL BUILDING: a study in the metropolitan Gustavo Jorge de Gustavocefet256@hotmail.com ronaldofaustino@recife.i a classificação de risco para incêndios em residenciais com a realidade encontrada nas cidades Brasileiras, pe ificações residenciais na cidade do Recife com as normas técnicas Brasileiras.Para tanto os conceitos de proteção contra incêndio, gestão de risco incêndio de uma edificação modal para incêndios estruturais na cidade fundamentos normativos e verificar a evolução das características das edificações com tipo de ocupação residencial unifamiliar.Diante disso,ver contrada nesse tipo de estrutura é superior ao limi na norma e que o fator de risco apresenta valor relevante, classificação de risco e consequentemente os proteção contra incêndio precisam ser revistos. Carga incêndio. Classificação de riscos. Proteção contra incêndio Bearing in mind that the fire risk classification in residential buildings does not match the reality found in Brazilian cities, research is carried out on the fire load in residential buildings in the city of Recife, in order to compare this parameter with Brazilian technical standards. , it is necessary to describe the c protection, risk management and fire load of a modal building for structural fires in the city, list the main normative foundations and verify the evolution of the characteristics of buildings with type of single-family residential occupati appears that the fire load found in this type of structure is higher than the limit established in the standard and that the risk factor has a relevant value, which 14 de Outubro de 2020. CARGA INCÊNDIO EM EDIFICAÇÃO RESIDENCIAL: um a study in the metropolitan Gustavo Jorge de Castro e Silva Gustavocefet256@hotmail.com Ronaldo Faustino ronaldofaustino@recife.ifpe.edu.br em residenciais não , pesquisa-se sobre a o Recife, afim de comparar com as normas técnicas Brasileiras.Para tanto, é necessário os conceitos de proteção contra incêndio, gestão de riscos e carga incêndio de uma edificação modal para incêndios estruturais na cidade, elencar os as características das .Diante disso,verifica-se que ao limite estabelecido apresenta valor relevante, o que impõe a e consequentemente os dispositivos de s. Proteção contra incêndio. ldings does not match the reality found in Brazilian cities, research is carried out on the fire load in residential buildings in the city of Recife, in order to compare this parameter with Brazilian technical standards. , it is necessary to describe the concepts of fire protection, risk management and fire load of a modal building for structural fires in the city, list the main normative foundations and verify the evolution of the family residential occupation. it appears that the fire load found in this type of structure is higher than the limit established in the standard and that the risk factor has a relevant value, which Instituto Federal de Pernambuco. Campus Recife. Curso de engenharia civil. 14 de Outubro de 2020. imposes the observation that the risk classification and consequently the fire protection devices need to be revised Keywords: Fire load. Risk classification. Fire protection. 1 INTRODUÇÃO A ocorrência de incêndios em edificações residenciais em grandes centros urbanos é uma realidade em nosso país, segundo Correia (2011) a grande predominância das ocorrências de incêndio na cidade de Recife tem como tipo de ocupação a de caráter residencial e unifamiliar. Para Pignatta Silva(2015) estudos científicos na área de segurança contra incêndios, em países da América Latina, ainda são pouco explorados.Nesse sentido pesquisadores e gestores que tratam do tema apontam que uma das maiores dificuldades reside na caracterização da variabilidade de riscos que permeiam as estruturas construídas.Já para Fitzgerald (2004) uma das principais variabilidades é carga incêndio. Detalhando esse assunto Khorasani et al. (2014 apud França et al., 2020), define carga incêndio como a relação de carga de material combustível por área, mais especificamente uma medida expressa em megajoule (MJ) por metro quadrado (m²) do piso em análise.Segundo o decreto nº19.644,de 13 de Março de 1997, que estabeleceu o código de segurança contra incêndio e pânico – COSCIP – do Estado de Pernambuco, a carga incêndio é o segundo parâmetro mais importante para dimensionamento dos seus dispositivos e sistemas de segurança. Nessa Dimensão, diante da relevância da análise da carga de incêndio específica em unidades residenciais unifamiliares, percebe-se a necessidade de se investigar esse parâmetro em edificações na região metropolitana de Recife, a luz das normas técnicas Brasileiras. Portanto, questiona-se: a carga incêndio em edificações residenciais unifamiliares, na região metropolitana de Recife, estão em conformidade com as Normas técnicas Brasileiras? Dessa forma, o objetivo Geral do estudo é avaliar cargas de materiais combustíveis por área, em edificações residenciais unifamiliares na região metropolitana de Recife, a luz das normas técnicas Brasileiras. Para isso, alguns objetivos específicos foram determinados: descrever as principais características, relacionadas as cargas incêndio, em edificações residenciais unifamiliares na cidade de Recife; enumerar as principais normas técnicas sobre o tema no Brasil e no estado de Pernambuco; identificar as mudanças ocorridas nas edificações residenciais da RMR. Considera-se a Hipótese de que a classificação de risco à incêndio das edificações residenciais unifamiliares, baseada no parâmetro tipo de ocupação e que por sua vez está ligada a carga incêndio,contida nas normas técnicas brasileiras e legislações dos Corpos de Bombeiros militares, pode está em não conformidade com a realidade, ao se levar em consideração os diferentes tipos de objetos e mobiliários das edificações da região metropolitana do Recife. Assim, para tornar possível o teste de hipótese, realiza-se uma pesquisa de 2 Instituto Federal de Pernambuco. Campus Recife. Curso de engenharia civil. 14 de Outubro de 2020. finalidade básica estratégica, objetivo descritivo e exploratório, sob o método hipotético-dedutivo, com abordagem qualitativa e realizada com procedimentos bibliográficos e documentais. Na primeira seção, sãodescritos os conceitos de proteção contra incêndio, gestão de riscos, carga incêndio de uma edificação modal para incêndios estruturais na cidade de Recife de 2011 à 2013, bem como a identificação do número de cômodos,quantidade de pavimentos e tipo de material que é constituído o imóvel. Na segunda seção, serão elencados os principais fundamentos teóricos e normas técnicas do Brasil e do estado de Pernambuco,levando em consideração as exigências do Corpo de Bombeiros do Estado de Pernambuco, apontando os seus principais parâmetros, perspectivas para a questão da segurança contra incêndio e os resultados de trabalhos experimentais. Na terceira seção, é verificado os dados disponíveis sobre a evolução das características das edificações com tipo de ocupação residencial unifamiliar. Ao final conclui-se, portanto, que os objetivos foram cumpridos e a pergunta em tela respondida com a confirmação da hipótese.Indicando a necessidade de modificação da norma técnica NBR 14.432/2001,que define o tipo de ocupação através do valor da carga incêndio,estabelecendo uma alternativa para equalizar o nível de segurança em edificações residenciais. 1.1 REFERENCIAL TEÓRICO Estudar o comportamento dos incêndios é uma tarefa basilar para elaboração de qualquer dispositivo (ou norma) de segurança contra esse fenômeno. De acordo com o livro científico Segurança Contra Incêndio em Edificações – recomendações – SCIER 2018, é de extrema importância que pesquisadores do ramo conheçam os limites dos modelos de simulações utilizados, bem como tenha bom conhecimento de comportamento do fogo, possuindo assim base técnico-científica suficiente para poder criticar os resultados obtidos. Nessa publicação modelos são considerados ferramentas que possibilitam analisar a ocorrência e testar alterações nas condições existentes dos sistemas de proteção passiva ou ativa de forma a verificar o impacto dessas mudanças para a dinâmica do incêndio ou do processo de abandono de uma edificação. 1.1.1 Proteção contra incêndio Para nortear o conceito de segurança a norma técnica nº02 de 2014 – Conceitos Básicos de segurança contra incêndios – do Corpo de Bombeiros do estado de Goiás trás a idéia de que proteção contra incêndio deve ser entendida como o conjunto de medidas para a detecção e controle do crescimento e sua consequente contenção ou extinção. E acrescenta que essas medidas dividem-se em medidas ativas e passivas que representam respectivamente: a proteção exercida pela detecção, alarme e extinção do fogo (automática e/ou manual); e a proteção exercida pelo controle dos materiais, meios de escape, compartimentação e proteção da estrutura do edifício. Conforme Vilarinho (2018),existe uma forte ligação entre a engenharia e os debates sobre Segurança e Combate a Incêndio. Para ele os profissionais dessa área são os responsáveis por desenvolver métodos e soluções de identificação, prevenção e gerenciamento de riscos em edificações públicas ou privadas, e 3 Instituto Federal de Pernambuco. Campus Recife. Curso de engenharia civil. 14 de Outubro de 2020. que a falta de respeito as normas de segurança contra incêndio costuma ter conseqüências terríveis. 1.1.2 Gestão de riscos Duarte, Leite e Pontes (1998 apud Armani 2018), dizem que o perigo de um incêndio ou explosão está associado a possíveis fontes de ignição e ao combustível presente. O risco de incêndio é a probabilidade de ocorrer a ignição ou a probabilidade de uma certa quantidade de combustível estar disponível e nos limites de inflamabilidade, ou ainda a probabilidade do impacto do calor e dos produtos da combustão em comprometer a estrutura.Nessa linha de pensamento, a segurança absoluta é inatingível, segundo afirma Ponte Júnior (2014 apud Armani 2018), pois representaria risco nulo, o que é impossível. Ainda segundo Armani (2018), a probabilidade pode até tender a zero, porém nunca será anulada. Em conseqüência disso conceito de gerenciamento de risco surge. 1.1.3 Carga incêndio Para o SCIER 2018, a carga de incêndio de uma edificação, ou seja, a energia que pode ser gerada caso ocorra a queima de todos os combustíveis presentes, tem utilidade e aplicações. Uma delas diz respeito ao dimensionamento de estruturas para resistirem a um incêndio. Segundo o documento, ocorre que também não há clareza de seu objetivo quando de sua utilização como fator de caracterização dos perfis de risco além do já citado impacto na proteção às estruturas. E seu uso ainda apresenta um problema conceitual e que a carga de incêndio representa somente a consequência em energia gerada. Com isso, estudos da carga incêndio, do elemento construtivo e do tipo de ocupação se mostram necessários para os setores que debatem sobre o tema segurança e combate a incêndio. O decreto de Segurança Contra Incêndio do estado de São Paulo (SCI) 46.076/2001 [24] inseriu uma nova variável para se considerar o “risco de incêndio”, que pode ser esclarecido como a quantidade de energia que seria produzida pela queima dos combustíveis existentes nas diversas ocupações, com uma estratificação em três níveis de risco: baixo com até 300 mj/m², médio: aquele com carga de 300 mj/m² até 1200 mj/m² , e alto: com mais de 1200 mj /m². Em tal unidade federativa, em princípio, a nova classificação substituiu a tradicional subdivisão do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) através da Tarifa de Seguro de Incêndio do Brasil(TSIB), que trazia “A”, “B” e “C” como riscos baixo, médio e alto. SCIER (2018) Corroborando com isso, Armani (2018), afirma que o risco é a probabilidade de um perigo atingir algo ou alguém e sua respectiva consequência. Para ele a equação abaixo descrita pode facilitar esta definição: R= P x C Onde : a letra R significa o risco; a letra P significa a probabilidade; a letra C significa conseqüência De acordo com Huang e Xing(2013 apud SCIER 2018) , o incêndio tem seu risco estabelecido pela relação entre dois fatores, a probabilidade de ocorrência de um sinistro e a conseqüência da devastação prevista por aquele evento. FR =∑ P i x C i 4 Instituto Federal de Pernambuco. Campus Recife. Curso de engenharia civil. 14 de Outubro de 2020. Onde, FR representa o risco de incêndio,(vítimas fatais por ano ou perdas por ano); Pfi é a probabilidade de ocorrência de incêndio (perdas por ano); Cfi é a consequência do incêndio (vítimas fatais ou perdas financeiras); N representa o número total de ocorrências. Corroborando com isso, Armani (2018) complementa que o risco de incêndio é algo inerente às edificações, sobretudo aquelas em que exista um elevado número de pessoas ou aquelas em que a densidade de carga de incêndio, o tipo e a disposição de materiais construtivos sejam suficientes para dificultar as ações de controle da propagação de chamas, além da formação de gases e vapores tóxicos.Ainda segundo o autor, no caso da segurança contra incêndio, a gestão de risco refere-se ao controle do risco de incêndio e seus efeitos potenciais. 1.1.4 Edificação Modal Nessa linha e para melhorar a compreensão dessa análise complexa dos incêndios, seja pela ótica das medidas ativas ou pela avaliação das medidas passivas, surgiu o conceito de edifício modal, que segundo Correa et al (2017) pode ser definido como o padrão que representa, de maneira considerável, o conjunto de edificações que sofreram incêndios em determinado período em um território definido. Ainda segundo Correa (2017), o edifício modal é resultado do mapeamento de incêndio em edificações, que se baseia na moda estatística, e que define os tipos de ocupação, elemento construtivo predominante, mobiliário (carga- incêndio) existente, entre outros.Para o autor, só com a delimitação das características da edificação modal é que se torna possível desenvolversimulações e experimentos, analisar a resiliência da edificação ao incêndio, testar e propor sistemas de proteção ativa, além de um exercício de diagnóstico da realidade posta de acordo com um modelo baseado na realidade dos incêndios ocorridos na cidade de Recife/PE. Levantamento realizado no estado de Pernambuco entre 2011 e 2013 (Corrêa ,2017) Figura 1: Atendimentos a incêndios em Pernambuco (2011 - 2013) Fortalecendo essa linha de pesquisa científica, Correa (2015), através de análise de formulário de atendimento de combate a incêndios utilizado por vários Corpos de Bombeiros do Brasil e amparado em norma brasileira própria da ABNT (1997), observou-se que dos mais de 1.328 incêndios em edificações analisados no período (2011-2013) e perímetro delimitado, 560 aconteceram em edificações classificadas como residenciais.Tal fato demonstra ser uma tendência mundial, tendo em vista que a associação Internacional de Serviços de Combate a Incêndio e Salvamento através do centro de estatísticas do fogo – CTIF (2012),trás a informação que 31,8% dos incêndios acontecem em edificações. No ano de 2011, constatou-se que dos 202 eventos que aconteceram em residências, 148 eram em residências unifamiliares.Segundo o pesquisador esse fato contraria a 5 Instituto Federal de Pernambuco. Campus Recife. Curso de engenharia civil. 14 de Outubro de 2020. lógica de todos os códigos estaduais brasileiros de segurança contra incêndio,pois, dispensam este tipo de edificação de qualquer sistema ativo e passivo de prevenção. Levantamento realizado na cidade de recife no ano de 2011 (Corrêa ,2017) Figura 3:Incêndios em edificações residenciais em Recife (2011) Levantamento realizado na região metropolitana de Recife (Corrêa ,2017) Figura 4:Incêndios em edificações na RMR (2012 e 2013) 1.2 Normas técnicas brasileiras A norma técnica 02/2014 – do Corpo de Bombeiros do estado de Goiás relata que o fogo pode ser definido como um fenômeno físico- químico em que ocorre uma reação de oxidação, emitindo luz e calor.Nele devendo coexistir quatro elementos:combustível, comburente calor e reação em cadeia. Fonte:NT 02/2014 – CBMGO –conceitos básicos de segurança contra incêndio. Para a supracitada norma, O fogo se manifesta diferentemente em função da composição química do material. De outra maneira, um mesmo material pode queimar de modo diferente em função da sua superfície específica, das condições de exposição ao calor, da oxigenação e da umidade contida. Sabe-se que em um incêndio sua evolução pode ser representada por um ciclo com três fases características: Fase primária de elevação gradativa da temperatura (ignição), Fase intermediária de aquecimento e Fase final de resfriamento e extinção.Dessa forma a NT 02/2014 – CBMGO – estabelece que o desenvolvimento e a duração de um incêndio são influenciados pela quantidade de combustível a queimar, ou seja a carga de incêndio. A NBR 14432/2001 – Exigências de resistência ao fogo de elementos construtivos de edificações – procedimento – estabelece o 6 Instituto Federal de Pernambuco. Campus Recife. Curso de engenharia civil. 14 de Outubro de 2020. conceito de carga de incêndio, como a soma das energias caloríficas que poderiam ser liberadas pela combustão completa de todos os materiais combustíveis em um espaço, inclusive os revestimentos das paredes divisórias, pisos e tetos. E carga de incêndio específica como o valor da carga de incêndio dividido pela área do piso considerado. Ainda segundo essa norma a classificação das edificações quanto a sua ocupação traz no grupo “A” três subdivisões, “A-1” , “A-2” , “A-3”, que representam as descrições de habitações unifamiliares, habitações multifamiliares e habitações coletivas.Dentro dessa perspectiva em habitações unifamiliares podem ser exemplificadas como casas térreas ou assobradadas,isoladas ou não. Figura 5:Cargas incêndio específica em edificações ( NBR 14432:2001) Concatenando esses dois fatores, a Norma Brasileira 14432/2001 fez uma relação entre o tipo de ocupação residencial,alojamentos estudantis casas térreas ou sobrados ( “A- 1”),apartamentos (“A-2”) e pensionatos (“A-3”) ,e o valor da carga de incêndio específica.Para o grupo (“A”) o valor referencial é de 300 MJ/m² 1.2.1 Normatização do Corpo de Bombeiros do estado de Pernambuco. O Código de Segurança contra Incêndio e Pânico do estado de Pernambuco (1997) - adota em seu artigo 5º a idéia que os riscos serão classificados pelas respectivas classes de ocupação, em conformidade com a tarifa do IRB, que por sua vez fixa “A”, “B” e “C” como riscos baixo, médio e alto. No artigo 8º este documento determina que as Edificações Residenciais Privativas Unifamiliares - casas, são aquelas destinadas à residência de uma só família, independentemente do número de pavimentos ou área construída, sendo isenta, para o referido código, a obrigatoriedade de instalações de sistemas de segurança contra incêndio e pânico, salvo os casos de agrupamentos (vilas), casos estes em que se exigirá a instalação de hidrantes públicos de coluna.Para isso basta apresentar os projetos arquitetônicos de agrupamentos de Edificações Residenciais Privativas Unifamiliares ao Corpo de Bombeiros Militar do estado de Pernambuco. 1.2.1.1 Classificação de Risco segundo a SUSEP A Superintendência de Seguros Privados(SUSEP) adota a classificação de riscos, através da “Tarifa de Seguro Incêndio do Brasil (TSIB)”, que por sua vez é utilizada pela maioria dos Corpos de Bombeiros Militares Estaduais do Brasil. Tal instrumento norteador foi determinado pela Portaria n° 21, de 05 de maio de 1956, e ainda hoje é uma base referencial recorrente para empresas de seguros e instituições ligadas à área de segurança contra incêndio e pânico. Figura 6:Legislações Técnicas – Tabela TSIB - CBM PE 7 Instituto Federal de Pernambuco. Campus Recife. Curso de engenharia civil. 14 de Outubro de 2020. Figura 7:Legislações Técnicas – Tabela TSIB - CBM PE Figura 8:Tabela de classificação dos riscos – Tabela - CBM RO 1.3 Evolução do estudo de incêndios em edificações residenciais unifamiliares. É inegável que após os grandes incêndios estruturais da década de 1970, sobretudo no Edifício Andráus e Joelma, vivenciou-se uma ‘reformulação das medidas contra incêndio no Brasil’ (ZAGO; MORENO JÚNIOR; MARIN, 2015, p.50 apud Corrêa 2017), Ainda segundo Corrêa (2017), o registro analítico dos incêndios em edificações não acompanhou estas importantes iniciativas, de forma a contemplar nacionalmente uma estatística detalhada e segura. Os regulamentos prescritivos parecem funcionar bem para alguns riscos, mas são falhos para determinadas ocupações e faltam mecanismos para balancear as várias fontes de riscos potenciais. Apesar dos recentes trabalhos de desenvolvimento de regulamentos de segurança contra incêndio baseados em desempenho, segundo Meacham (2000), e do esforço de alguns países em incluírem os conceitos de risco em suas legislações, a questão acima permanece em diversos países. É o que ocorre em diversos estados brasileiros, onde os regulamentos de segurança contra incêndio em edificações, de modo geral, são prescritivos e não prevêem a adoção de soluções por meio do estudo dos riscos. (SCIER 2018) Para a supracitada publicação ,em geral, algumas perguntas continuam sem respostas : Qual o nível adequado de segurança (ou de risco) que possa ser regulamentado? Qual o conceito de risco aceitável? Quais as bases para avaliar os níveis aceitáveis de desempenho de segurança contra incêndio e de riscos ? Como ferramenta de estudo, Corrêa (2017) realizou levantamento estatístico com intervenção lógica dedutiva (Lakattos; Marconi, 2011), para estabelecer a área construída edistribuição de cômodos, a carga incêndio e a natureza construtiva da edificação modal. Figura 9:Média da área do edifício residencial modal, baseada em Incêndios em Recife no ano de 2011 ( Corrêa, 2017) Com a referida pesquisa foram encontrados como principais objetos atingidos pelo fogo: Cadeiras em Madeira (77); Colchões 77 (54); Camas (48); Geladeiras (47); Panelas em Metal (46); Televisores (45); Ventiladores (45); Parte da Instalação Elétrica (40); Fogões (37); Guarda Roupas em Madeira (27); e; Parte da Instalação Elétrica (40). Incitando uma possível carga-incêndio padrão ou modal para estes sinistros. 8 Instituto Federal de Pernambuco. Campus Recife. Curso de engenharia civil. 14 de Outubro de 2020. 2 METODOLOGIA 2.1 Finalidade Esta pesquisa científica, hipoteticamente, tem a finalidade estratégica de fornecerá dados relevantes para a melhoria da segurança contra incêndios em edificações residenciais unifamiliares na cidade do Recife, que tem sido acometidas de muitos sinistros ao longo dos últimos anos. 2.2 Método O procedimento metodológico deste artigo tomou como base a concepção hipotético-dedutiva (LAKATTOS, 2011),de que existe uma divergência entre a carga incêndio estabelecida (em legislações técnicas) para edificação com tipo de ocupação residencial unifamiliar e a carga incêndio encontrada em edificações residenciais da cidade do Recife.Tal fato ocorreu devido a suposição que inexista no Brasil, como também em boa parte da América Latina, um método específico de análise da carga de incêndio para esse tipo edificação. 2.3 Procedimentos Os métodos analíticos e de análises estatísticas foram colhidos através de procedimento de estudo de caso sobre – incêndios em edificações na cidade de Recife no período de 2011 a 2013 – a pesquisa realizada pelo Dr. Cristiano Corrêa, que abordou a necessidade do mapeamento de Incêndios em Edificações e a formulação conceitual de um Edifício Modal ,que representa um modelo de edificação mais atendida em situações de incêndios no referido município. 2.4 Objetivo Outras fontes cruciais para elaboração do trabalho foram as análises descritas do anexo C da norma técnica NBR 14432:2001(exigências de resistência ao fogo de elementos construtivos) e do livro Segurança Contra Incêndio em edificações – recomendações – SCIER 2018,verificando nestes os valores referenciais das cargas de incêndio específicas e exploração dos fatores de risco para edificações de classificação “A” da TSIB. 3 RESULTADOS E ANÁLISES Analisando os estudos de Corrêa (2017) sobre a edificação modal unifamiliar, verificou-se que o padrão é representado por uma construção em único pavimento, em alvenaria com cobertura de telhas cerâmicas, instalações elétrica e sanitária embutidas, com 97,07 metros quadrados, contendo: 03 quartos (1 suite), sala, cozinha e área de serviço, conforme vê-se a seguir: Figura 9 : Edifício Modal – Incêndios em Recife (Corrêa ,2017) 3.1 Objetos do experimento Depois desse modelo conceitual foi observado a reprodução experimental em um desses cômodos, na oficina de treinamento de combate a incêndio do Centro de Ensino e Instrução do CBMPE. Para o experimento foi utilizada a carga incêndio sugerida por Corrêa et al.(2016), que materializou o ambiente com os seguintes objetos: 9 Instituto Federal de Pernambuco. Campus Recife. Curso de engenharia civil. 14 de Outubro de 2020. 01 (uma) cama beliche de madeira; 01 (uma) cama de solteiro de madeira; 03 (três) colchões de espuma; 01 (um) criados mudos grandes, aglomerado de madeira 01 (um) criado mudo pequeno, aglomera-do de madeira; 01 (um) guarda-roupas em aglomerado de madeira; 02 (dois) ventiladores; 01(um) televisor pequeno; 20 kg de roupas ; 4 kg de papéis. 3.2 Carga de incêndio do ambiente selecionado A carga de incêndio utilizada, representada pelo mobiliário no dormitório pode ser observada no Quadro 2, destacando que esta foi calculada com base no peso das peças e nas mensurações previstas em instruções normativas em uso no Brasil (CBMSC, 2014 apud Corrêa,2017).Segundo o pesquisador os objetos foram adquiridos em lojas de materiais usados, para proporcionar semelhança aos objetos e carga incêndio encontrados nas residências, de forma recorrente quando da ocorrência desses sinistros na cidade de Recife 3.2.1 Comparação com a norma Foi realizado análise no quadro 2 da supracitada pesquisa e constatado um valor total de 5.844,88 MJ para a energia liberada pelos objetos do dormitório 2, e dividindo esse valor pela área do referido ambiente de 11,70 m² chegou-se a um valor real de carga de incêndio de 499,56 MJ/m².Esse parâmetro é bem superior aos 300 MJ/m² previstos na NBR14432:2001. 3.2.2 Fatores de risco A preservação da vida é um fator preponderante em incêndios, sendo uma das pautas mais importantes no estabelecimento de Riscos de Incêndio. Fitzgerald (2004 apud Corrêa 2017). No mapeamento de incêndios em Recife constatou-se que dos 1328 incêndios em edificações 560 eram em sinistros com tipo de ocupação residenciais.Diante disso foi aplicada a formula de fator de risco ao estudo de mapeamento dos incêndios em edificações em 2011. FR =∑ P i x C i Verificou-se que, através do estudo de Corrêa (2017), dos 946 incêndios na cidade de Recife no ano de 2011, 202 foram em edificações residenciais, dentre os quais 148 aconteceram em edificações residenciais unifamilia-res.Tal número representa 15,64% de todos os incêndios para aquele ano. FR = 0,1564(prob. do incêndio) x 3( mortes em res. Unif.) FR=0,4693 10 Instituto Federal de Pernambuco. Campus Recife. Curso de engenharia civil. 14 de Outubro de 2020. Dessa forma, conclui-se aparentemente que os incêndios em edificações residenciais unifamiliares, mesmo sendo enquadradas na classificação de baixo risco, na classificação “A” da TSIB da SUSEP,apresentou no ano de 2011 um fator de risco de 46,93%. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Quando foi dado início ao trabalho de pesquisa constatou-se que existia um questionamento sobre a carga incêndio em edificações residenciais unifamiliares na cidade de recife. Diante disso o estudo teve como objetivo geral avaliar as supracitadas cargas de incêndio a luz das Normas técnicas Brasileiras.Constata-se que o objetivo geral foi atendido, pois, efetivamente o trabalho conseguiu demonstrar a diferença da Carga incêndio real, em edificações residenciais do Recife,para o referencial desse parâmetro na norma técnica. A análise técnica teve como primeiro objetivo específico a descrição das principais características das cargas incêndio em edificações residenciais, sendo alcançada através da exploração dos conceitos de proteção contra incêndio, gestão de riscos e carga incêndio de uma edificação modal para incêndios estruturais na Capital Penambucana. O segundo objetivo específico se propôs a enumerar as principais normas técnicas ligadas ao assunto.Tal objetivo foi atingido com o detalhamento da NBR 14432:2001 e do Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico (COSIP). No terceiro objetivo específico foi descrito os dados disponíveis sobre a evolução das características e riscos potenciais das edificações com tipo de ocupação residencial unifamiliar.Como para esse tipo de ocupação ainda nota-se uma carência de referenciais teóricos, o objetivo foi atendido em partes. A pesquisa partiu da hipótese de que existe uma divergência entre a carga incêndio estabelecida fixadas nas legislações técnicas técnicas Brasileiras e as encontradas em edificações com tipo de ocupação residencial unifamiliar na cidade do Recife. Durante o trabalho verificou-se que a classificação de risco para incêndios dessa natureza bem como o valor dacarga incêndio específica para o tipo de sinistros não condizentes com a realidade encontrada, e então fez-se o teste da hipótese e confirmou-se tal suspeita através dos parâmetros quali- quantitativa encontrados. Diante da metodologia utilizada percebe-se que o estudo poderia ter sido realizado com um detalhamento maior na bibliografia e pesquisa de campo para analisar alguns fatores como objetos de uma residência unifamiliar e tipo de revestimento aplicados nessas unidades.Já que nesse estudo, devido as medidas de isolamento social com origem na pandemia ocorrida no ano de 2020,só foi possível analisar parâmetros já disponibilizados em outras fontes acadêmicas. Dessa forma, recomenda-se que sejam produzidas outras pesquisas com maior aprofundamento nas características do mobiliário de edificações residenciais unifamiliares ,ou seja, uma alternativa proporcionar maior precisão da carga incêndio em edificações do tipo de ocupação especificado. 1 Instituto Federal de Pernambuco. Campus Recife. Curso de engenharia civil. 14 de Outubro de 2020. REFERÊNCIAS ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. 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