Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Dalila Fassarella Corrêa Acidente Ofídico Acidentes com animais peçonhentos de importância médica: • Ofidismo: Acidentes com cobras. • Araneísmo: Acidentes com aranhas. • Escorpionismo: Acidentes com escorpião. - Muito mais comum. Epidemiologia ✓ Homens jovens, população economicamente ativa. ✓ Local de trabalho: lavradores. ✓ Locais mais acometidos: pés e pernas, mãos e braços. • Cerca de 50% das serpentes são peçonhentas. - No Brasil, a grande maioria é do gênero Bothrops spp. (acidente botrópico). Características das serpentes peçonhentas • Presas anteriores e grandes. • Cabeça triangular. • Presença de fosseta loreal. • Escamas eriçadas, agressividade. • Cauda com afilamento súbito ou presença de chocalho. • Exceção: cobra coral. Acidente Botrópico Quadro Clínico • Edema local ou se estendendo a todo o membro. • Pontos de inoculação. • Dor local. • Sangramentos, bolhas e hiperemia local. • Geralmente ocorrem nos MMII → há as fáscias, permitindo que a infecção fique apenas em um compartimento (síndrome compartimental) → comprime os nervos e vasos → compromete a vascularização → gera muita dor local. Pontos principais do atendimento • Avaliar epidemiologia: probabilidade de ser um acidente botrópico. • Identificar serpente quando possível. • Avaliar local da picada: pontos de inoculação, edema, hiperemia, sangramentos, bolhas. • Avaliar sinais sistêmicos de gravidade → sangramentos (uma vez que o veneno causa problemas na coagulação). • Avaliar quadro clínico e comorbidades. • Classificar o acidente. - Quanto mais distal for o acidente, menor o risco de chegar em concentrações muito elevadas capazes de gerar efeitos sistêmicos. Suporte Clínico • Notificar o SINAN, removem para o centro de referência. • Higiene do membro acometido (água e sabão), cuidados locais e elevação do membro mínimo 30° (deixar o veneno diluir na circulação → há maiores problemas se deixar ele concentrado e estagnado). • Vacina anti-tetânica. • Analgésicos. • Hidratação e monitorização da diurese. • Exames laboratoriais: tempo de coagulação, TAP, PTTK na admissão e 24h após a soroterapia. O que NÃO fazer? • Torniquete. • Garrote. • Sucção. • Incisão. • Curativo oclusivo → Tudo isso aumenta o risco de complicações locais. Exames Laboratoriais • São muito importantes para podermos distinguir o animal quando não conseguimos reconhecer logo pela descrição do paciente. ✓ Tempo de coagulação - Pode se alterar ou não dependendo do tipo de animal que picou. - Não faz diagnóstico isoladamente, mas auxilia em casos duvidosos. - Possibilita saber qual, ao saber o tipo de ação que o veneno causa. - Auxilia a indicar, ou não, soroterapia adicional. Tratamento Específico ✓ Soro anti-botrópico: quantidade dependente da gravidade do acidente. - Risco: anafilaxia. - Como evitar? Diluição, infusão lenta e pré-medicação (Ranitidina, hidrocortisona e prometazina). Dalila Fassarella Corrêa - Sinais de acidente grave: hemorragias sistêmicas, hipotensão, choque, IRA ou edema extenso > 3 segmentos. Complicações Comuns • Abscesso. • Necrose local • Síndrome compartimental. • IRA. • Choque. → Conduta: suporte clínico (monitorização e tratamento conforme sintomas). Acidente duvidoso – observação mínima de 6h • Quando há ausência do animal. • Com ou sem epidemiologia à favor. • Peçonhento ou não? - Realiza o tempo de coagulação: > 10 min: à favor do acidente botrópico. < 10 min: contra o acidente botrópico.
Compartilhar