Buscar

AlfaCon--intervencao-federal-e-intervencao-nos-municipios

Prévia do material em texto

alfaconcursos.com.br 
 
MUDE SUA VIDA! 
1 
 
SUMÁRIO 
INTERVENÇÃO.................................................................................................................................................... 2 
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS ............................................................................................................................... 2 
INTERVENÇÃO FEDERAL ................................................................................................................................ 2 
PRESSUPOSTOS MATERIAIS – HIPÓTESES DE INTERVENÇÃO FEDERAL..................................................... 2 
ESPÉCIES DE INTERVENÇÃO FEDERAL ........................................................................................................... 3 
ESPONTÂNEA OU DISCRICIONÁRIA: .......................................................................................................... 3 
PROVOCADA .............................................................................................................................................. 4 
O DECRETO INTERVENTIVO ....................................................................................................................... 7 
CONTROLE POLÍTICO DO CONGRESSO NACIONAL .................................................................................... 7 
DISPENSA DE CONTROLE POLÍTICO ........................................................................................................... 8 
SUSPENSÃO DA TRAMITAÇÃO DAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS ........................................................... 8 
INTERVENÇÃO ESTADUAL .............................................................................................................................. 8 
PRESSUPOSTOS MATERIAIS – HIPÓTESES DE INTERVENÇÃO ESTADUAL .................................................. 8 
DECRETO E EXECUÇÃO .............................................................................................................................. 9 
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 9 
GABARITO .................................................................................................................................................... 11 
 
 
https://www.alfaconcursos.com.br/
alfaconcursos.com.br 
 
MUDE SUA VIDA! 
2 
 
INTERVENÇÃO 
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS 
É fundamento do modelo de Estado Federativo a existência de autonomia dos entes que 
compõem a federação. Essa autonomia pressupõe que não existe hierarquia entre os entes 
federados e que um ente não se intromete nos assuntos de competência de outro ente. Desse 
modo, cada um manterá sua autonomia, podendo se auto-organizar, autogovernar, 
autoadministrar, autolegislar, bem como ter receitas próprias. 
Contudo, em situações excepcionais, a CF permite, como forma de manter a unidade 
federativa, que um ente federado se intrometa, intervenha na esfera de autonomia de outro 
ente federativo, isso é o que se chama de intervenção. É um dos requisitos da Manutenção da 
Federação. 
Dessa forma, podemos dizer que intervenção é o contrário de autonomia, pois permite-
se que, em caráter temporário, a autonomia de um ente seja afastada. 
A intervenção é medida excepcional, pois a regra é a autonomia, logo, a não intervenção. 
As hipóteses de intervenção estão previstas de forma TAXATIVA nos artigos 34 e 35 da CF 
(numerus clausus) e, por se tratar de uma limitação negativa, não se admite interpretação 
extensiva, mas tão somente restritiva. 
Tipos de intervenção 
Existem dois tipos de intervenção: federal e a estadual, sempre de um ente mais amplo 
sobre outro imediatamente menos amplo. 
 Federal: União nos Estados, DF e nos Municípios localizados nos Territórios 
Federais. 
 Estadual: Estados intervêm apenas nos Municípios localizados em seus Territórios. 
Dessa forma, podemos afirmar que a União nunca intervirá em Municípios 
localizados nos Estados-Membros. 
Competência para determinar a intervenção 
A competência para decretar a intervenção é exclusiva do Chefe do Executivo: 
 Federal - Presidente da República (Art. 84, X). 
 Intervenção Estadual – Governador. 
No caso do Presidente da República, ressalta-se que a CF prevê a oitiva do Conselho da 
República e do Conselho de Defesa Nacional, sem vincular a decisão do Presidente, ou seja, o 
pronunciamento, a opinião, desses órgãos não tem caráter vinculativo, mas meramente 
opinativo: 
Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre: 
I - intervenção federal, Estado de defesa e Estado de sítio; 
Art. 91. § 1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional: 
II - opinar sobre a decretação do Estado de defesa, do Estado de 
sítio e da intervenção federal; 
INTERVENÇÃO FEDERAL 
PRESSUPOSTOS MATERIAIS – HIPÓTESES DE INTERVENÇÃO FEDERAL 
Situações críticas que põem em risco a segurança do Estado, o equilíbrio federativo, as 
finanças estaduais e a estabilidade da ordem constitucional são causas de intervenção federal. 
 
https://www.alfaconcursos.com.br/
alfaconcursos.com.br 
 
MUDE SUA VIDA! 
3 
 
Desse modo, podemos afirmar que a intervenção funciona, inclusive, como um meio de 
controle de constitucionalidade, pois visa manter a ordem e a estabilidade constitucional. 
Como visto, as hipóteses de intervenção federal estão previstas em rol taxativo no Art. 
34 da CF: 
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, 
exceto para: 
I - manter a integridade nacional; 
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da 
Federação em outra; 
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; 
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas 
unidades da Federação; 
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que: 
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos 
consecutivos, salvo motivo de força maior; 
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas 
nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei; 
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; 
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios 
constitucionais: 
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; 
b) direitos da pessoa humana; 
c) autonomia municipal; 
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. 
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos 
estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na 
manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços 
públicos de saúde. (grifo nosso) 
Entende-se como dívida fundada aquele montante total, apurado sem duplicidade, das 
obrigações financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude de lei, contratos, 
convênios ou tratados e da realização de operações de crédito, para amortização em prazo 
superior a doze meses. Trata-se de um passivo financeiro. É o que dispõe o Art. 98 da Lei 
4.320/1964: 
Art. 98. A dívida fundada compreende os compromissos de 
exigibilidade superior a doze meses, contraídos para atender a 
desequilíbrio orçamentário ou a financeiro de obras e serviços 
públicos. 
Parágrafo único. A dívida fundada será escriturada com 
individuação e especificações que permitam verificar, a qualquer 
momento, a posição dos empréstimos, bem como os respectivos 
serviços de amortização e juros. 
ESPÉCIES DE INTERVENÇÃO FEDERAL 
A intervenção federal pode se dar de forma espontânea (discricionária) ou de forma 
provocada, que pode ser: por solicitação, por requisição ou por provimento de representação. 
ESPONTÂNEA OU DISCRICIONÁRIA: 
A intervenção será espontânea, também chamada de ofício ou discricionária, quando o 
Chefe do Executivo puder decretar a intervenção independentemente de solicitação ou 
requisição de outro órgão, dentro do seu juízo de conveniência e oportunidade. São as 
hipóteses elencadas nos incisos I, II, III e V, do Art. 34: 
 manter a integridadenacional; 
https://www.alfaconcursos.com.br/
alfaconcursos.com.br 
 
MUDE SUA VIDA! 
4 
 
 repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; 
 pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; 
 reorganizar as finanças da unidade da Federação que: 
• suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, 
salvo motivo de força maior; 
• deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta 
Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei. 
Destaca-se que tivemos, no dia 16/02/2018, a decretação da intervenção federal no 
Estado do Rio de Janeiro (Decreto n. 9.288/2018)1, na área de segurança pública, com 
fundamento para pôr termo a grave comprometimento de ordem pública. O Presidente, na 
ocasião, nomeou o interventor: general do Exército, Walter Souza Braga Netto. 
PROVOCADA 
A intervenção provocada pode ser: por solicitação, por requisição ou por provimento de 
representação. 
 POR SOLICITAÇÃO: (Art. 34, IV c/c Art. 36, I – 1a parte). 
É hipótese de intervenção provocada por solicitação a prevista no Art. 34, IV, ou seja, 
quando for para garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação. 
Nesse caso, será solicitação quando for para garantir o livre exercício dos Poderes 
Executivo e Legislativo, apenas. Isso porque quando for contra o Poder Judiciário, será 
hipótese de requisição. 
Nesse caso, o Poder Executivo ou Legislativo que se sentir impedido ou coagido no 
exercício das suas funções poderá solicitar intervenção federal. 
O Poder Legislativo pode ser a Assembleia Legislativa estadual ou a Câmara Legislativa 
do Distrito Federal, e o Poder Executivo será o Governador do Estado ou do DF. 
Por se tratar de solicitação, o Chefe do Executivo não estará obrigado a decretar a 
intervenção, tratando-se aqui também de ato discricionário. 
Vejamos os dispositivos pertinentes da CF: 
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto 
para: 
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da 
Federação; 
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: 
I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder 
Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se 
a coação for exercida contra o Poder Judiciário. (grifo nosso) 
 POR REQUISIÇÃO: 
Nessa modalidade de intervenção temos dois casos distintos: a) requisição do STF; b) 
requisição do STF, STJ ou TSE. 
 REQUISIÇÃO DO STF (Art. 34, IV c/c 36, I) 
É hipótese de intervenção provocada por requisição do STF a prevista no Art. 34, IV, ou 
seja, quando for para garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da 
Federação, quando o impedimento ou a coação for contra o Poder Judiciário. 
 
1 Decreto em anexo como material complementar. 
https://www.alfaconcursos.com.br/
alfaconcursos.com.br 
 
MUDE SUA VIDA! 
5 
 
Caso, por exemplo, o Poder Judiciário local – Tribunal de Justiça - esteja sendo coagido 
ou impedido no exercício de suas atribuições, ele poderá solicitar ao STF que requisite a 
intervenção federal. 
Se o STF entender que é caso de intervenção, irá requisitar ao Presidente, que deverá 
obrigatoriamente decretar a intervenção. 
Trata-se nesse caso de ato vinculado, e não discricionário. O Decreto do Presidente será 
mera formalização da decisão judicial soberana. 
Vejamos os dispositivos pertinentes da CF: 
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto 
para: 
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da 
Federação; 
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: 
I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder 
Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, 
se a coação for exercida contra o Poder Judiciário. (grifo nosso) 
 REQUISIÇÃO DO STF, STJ ou TSE: (Art. 34, VI c/c 36, II). 
É hipótese de intervenção provocada por requisição a prevista no Art. 34, VI (parte 
final), ou seja, caso de descumprimento de ordem ou decisão judicial. Nesse caso, ocorrerá 
a intervenção por requisição de um dos seguintes Tribunais: STF, STJ ou TSE, a depender da 
origem da decisão descumprida. 
Assim a requisição será feita: 
• Pelo STF: no caso descumprimento de ordem ou decisão judicial do STF ou se 
tratar de matéria constitucional, ou ainda, se for ordem ou decisão judicial da 
Justiça do Trabalho ou Militar. Exemplo: não pagamento pelos Estados dos 
precatórios2. 
• Pelo STJ: no caso descumprimento de ordem ou decisão judicial do STJ ou da 
Justiça Federal ou Estadual, desde que não envolva matéria constitucional, 
quando então a competência será do STF. 
• Pelo TSE: no caso descumprimento de ordem ou decisão judicial da Justiça 
Eleitoral. 
Por se tratar de requisição, o Presidente estará obrigado a decretar a intervenção nessas 
hipóteses, tratando-se de ato vinculado. 
Vejamos os dispositivos pertinentes da CF: 
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, 
exceto para: 
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; 
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: 
II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de 
requisição do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal 
de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral; (grifo nosso) 
 DEPENDENDO DE PROVIMENTO DE REPRESENTAÇÃO (representação 
interventiva): (Art. 34, VI e VII c/c Art. 36, III) 
 
2 Ressalta-se que o STF só tem entendido pela intervenção nesse caso quando ficar comprovado o descumprimento 
voluntário e intencional e ainda que o Estado possua recursos financeiros para pagá-los (cláusula da reserva do 
possível). 
https://www.alfaconcursos.com.br/
alfaconcursos.com.br 
 
MUDE SUA VIDA! 
6 
 
São hipóteses de intervenção provocada, a depender de Representação do Procurador-
Geral da República perante o STF, as previstas no Art. 34, VI (primeira parte) prover a execução 
de lei federal e também a prevista no Art. 34, VII, para assegurar a observância dos princípios 
sensíveis. 
Nessas hipóteses o PGR deverá apresentar uma representação ao STF que em caso de 
provimento irá requerer ao Presidente que decrete a intervenção. 
Trata-se, portanto, de hipótese também de requisição feita pelo STF, mas que depende 
de representação do PGR. 
Assim, temos duas hipóteses em que a intervenção dependerá de representação: 
• Recusa de Execução (cumprimento) de Lei Federal (prover a execução de lei 
federal) –– Art. 34, VI + 36, III: nesse caso teremos o cabimento da ação de 
executoriedade de lei federal, e a referida ação busca o cumprimento da lei. 
• Violação a princípios constitucionais sensíveis –Art. 34, VII + 36, III: temos a 
chamada representação interventiva ou ação direta de 
inconstitucionalidade interventiva, nesse caso a finalidade será a declaração 
de inconstitucionalidade do ato realizado pelos entes federativos, afastando ele 
da ordem jurídica. 
Vejamos os dispositivos pertinentes da CF: 
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto 
para: 
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; 
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: 
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; 
b) direitos da pessoa humana; 
c) autonomia municipal; 
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. 
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, 
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento 
do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. 
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: 
III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do 
Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa 
à execução de leifederal. (grifo nosso) 
Se o STF der provimento, a representação do PGR irá requerer que o Presidente, no 
prazo de 15 dias, decrete a intervenção. Trata-se também de ato vinculado, não podendo o 
Presidente se recusar a expedir o decreto interventivo. 
Destaca-se ainda que nessa modalidade de intervenção se a mera suspensão do ato 
impugnado já for suficiente para restabelecer a normalidade, o decreto deverá se limitar a 
isso, apenas à suspensão do ato. Caso a suspensão não seja suficiente, então o Presidente 
determina a efetiva intervenção. 
Da decisão do STF que julga a representação do PGR não cabe recurso, sendo, portanto, 
irrecorrível. 
https://www.alfaconcursos.com.br/
alfaconcursos.com.br 
 
MUDE SUA VIDA! 
7 
 
 
O DECRETO INTERVENTIVO 
Como visto, o decreto é ato exclusivo do Chefe do Poder Executivo. Tal decreto deverá 
especificar: 
 a amplitude; 
 o prazo; 
 as condições de execução da intervenção; 
 a nomeação de interventor – se for o caso; 
 o afastamento de autoridades: mediante decreto o Presidente, pode afastar 
autoridades envolvidas, de modo que, cessados os motivos da intervenção, as 
autoridades afastadas retornarão aos seus cargos, salvo impedimento legal. 
Art. 34. § 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo 
e as condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será 
submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembleia Legislativa do 
Estado, no prazo de vinte e quatro horas. (grifo nosso) 
Art. 36. § 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas 
de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal. 
CONTROLE POLÍTICO DO CONGRESSO NACIONAL 
Em regra, o decreto interventivo deve ser submetido a controle político, realizado pelo 
Congresso Nacional, no prazo de 24 horas (Art. 36, § 1o). O Congresso poderá: 
• aprovar a intervenção; 
• rejeitar a intervenção, suspendendo a execução do decreto. 
A decisão do Congresso vincula o Presidente, que não poderá descumpri-la, sob pena de 
crime de responsabilidade. 
A competência do Congresso Nacional para decidir se aprova ou rejeita a intervenção é 
exclusiva, por meio do quórum de maioria simples, materializando-se mediante decreto 
legislativo, conforme Art. 49. 
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: 
IV - aprovar o Estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o Estado de 
sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas. (grifo nosso) 
Se o Congresso estiver em recesso, será hipótese de convocação extraordinária, 
requerida pelo Presidente do Senado Federal, também no prazo de 24h, conforme Art. 36, § 2º 
e Art. 57, § 6º, I, da CF: 
Art. 36. § 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a 
Assembleia Legislativa, far-se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de 
vinte e quatro horas. 
Intervenção
Espontânea
Provocada
Solicitação 
Requisição
Provimento de 
Representação
https://www.alfaconcursos.com.br/
alfaconcursos.com.br 
 
MUDE SUA VIDA! 
8 
 
 
Art. 57. § 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á: 
I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de Estado 
de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação 
de Estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-
Presidente da República. 
DISPENSA DE CONTROLE POLÍTICO 
Nem todo decreto interventivo deverá ser submetido a controle político. Em algumas 
hipóteses, a CF dispensa esse controle. Ficam dispensadas do controle político aquelas 
hipóteses de decretação de intervenção por requisição do Poder Judiciário (Art. 34, VI e VII), 
ou seja: 
 Representação do PGR e provimento do STF: 
• prover a execução de lei Federal (Art. 34, VI); 
• afronta aos princípios constitucionais sensíveis (Art. 34, VII). 
 Requisição dos STF, STJ ou TSE no caso de descumprimento de ordem ou decisão 
judicial - (Art. 34, VI). 
Isso porque, nesses casos, a suspensão do ato impugnado já é suficiente para 
restabelecer a normalidade. 
§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação 
pelo Congresso Nacional ou pela Assembleia Legislativa, o decreto limitar-se-á a 
suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao 
restabelecimento da normalidade. 
Caso o decreto suspendendo a execução do ato impugnado não seja suficiente para 
restabelecer a normalidade, o Presidente decretará a intervenção, nomeando interventor se 
for o caso, e o decreto deverá ser submetido à controle político. 
SUSPENSÃO DA TRAMITAÇÃO DAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS 
Conforme Art. 60, §1º, CF/88 A Constituição não poderá ser emendada na vigência de 
intervenção federal, de Estado de defesa ou de Estado de sítio. 
INTERVENÇÃO ESTADUAL 
PRESSUPOSTOS MATERIAIS – HIPÓTESES DE INTERVENÇÃO ESTADUAL 
As hipóteses de intervenção estadual ou federal (da União dos Municípios localizados 
nos Territórios) encontra-se previsto de forma taxativa no Art. 35 da CF/88: 
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos 
Municípios localizados em Território Federal, exceto quando: 
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos 
consecutivos, a dívida fundada; 
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei; 
III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal 
na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços 
públicos de saúde; 
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para 
assegurar a observância de princípios indicados na Constituição 
https://www.alfaconcursos.com.br/
alfaconcursos.com.br 
 
MUDE SUA VIDA! 
9 
 
Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão 
judicial. (grifo nosso) 
DECRETO E EXECUÇÃO 
O Governador do Estado tem competência para decretar a intervenção. Aplicam-se à 
intervenção estadual as mesmas regras da intervenção federal, como amplitude do decreto, 
prazos e controle político. 
Ressalta-se que há também hipóteses de intervenção provocada, que depende de 
Representação (ADI - interventiva), prevista no Art. 35, IV da CF/88. Nesse caso a 
representação será feita pelo Procurador-Geral de Justiça (MP Estadual) e dependerá de 
provimento pelo Tribunal de Justiça. 
Nesse caso, fica dispensado o controle político (Art. 36, § 3º) 
Art. 35. IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação 
para assegurar a observância de princípios indicados na 
Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem 
ou de decisão judicial. (grifo nosso) 
§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a 
apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembleia Legislativa, 
o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se 
essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade. 
À semelhança do que ocorre no âmbito federal, da decisão do Tribunal de Justiça 
também não caberá recurso conforme súmula 637 do STF: 
Não cabe recurso extraordinário contra acórdão de Tribunal de Justiça que 
defere pedido de intervenção estadual em Município. 
EXERCÍCIOS 
1. (CESPE/2015) A União tem competência para intervir nos Estados e no Distrito 
Federal, mas em nenhuma hipótese poderá intervir em Municípios localizados em 
Estados-Membros. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Resposta: Certa 
Existem dois tipos de intervenção: federal e a estadual, sempre de um ente 
mais amplo sobre outro imediatamente menos amplo. 
Federal: União nos Estados, DF e nos Municípios localizados nos Territórios 
Federais. 
Estadual: Estados intervêm apenas nos Municípios localizados em seus 
Territórios. 
Dessa forma, podemos afirmar que a União nunca intervirá em 
Municípios localizados nos Estados-Membros. 
2. (CESPE/2014) A decretação da intervenção federal em Estado, no Distrito Federal ou 
em Município, por inobservância dos princípios constitucionais sensíveis, dependerá do 
provimento de representação do Procurador-Geral da República pelo STF. 
Certo ( ) Errado ( ) 
 
https://www.alfaconcursos.com.br/alfaconcursos.com.br 
 
MUDE SUA VIDA! 
10 
 
Resposta: Errada 
Existem dois tipos de intervenção: federal e a estadual, sempre de um ente 
mais amplo sobre outro imediatamente menos amplo. 
Federal: União nos Estados, DF e nos Municípios localizados nos Territórios 
Federais. 
Estadual: Estados intervêm apenas nos Municípios localizados em seus 
Territórios. 
Dessa forma, podemos afirmar que a União nunca intervirá em 
Municípios localizados nos Estados-Membros. 
Presta atenção (a questão falou: A decretação federal em Municípios 
– não pode) 
3. (CESPE/2010) De acordo com a jurisprudência, é da competência do STF o julgamento 
do pedido de intervenção federal por falta de cumprimento de decisão judicial proferida 
pela Justiça do Trabalho, mesmo quando referida decisão não contiver matéria de 
cunho constitucional. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Resposta: Certa 
Na hipótese de intervenção provocada por requisição a prevista no Art. 34, VI 
(parte final), ou seja, caso de descumprimento de ordem ou decisão judicial, 
ocorrerá a intervenção por requisição de um dos seguintes Tribunais: STF, STJ ou 
TSE, a depender da origem da decisão descumprida. 
Assim a requisição será feita: 
Pelo STF: no caso descumprimento de ordem ou decisão judicial do 
STF ou se tratar de matéria constitucional, ou ainda, se for ordem ou 
decisão judicial da Justiça do Trabalho ou Militar. Exemplo: não pagamento 
pelos Estados dos precatórios. 
Pelo STJ: no caso descumprimento de ordem ou decisão judicial do STJ ou 
da Justiça Federal ou Estadual, desde que não envolva matéria constitucional, 
quando então a competência será do STF. 
Pelo TSE: no caso descumprimento de ordem ou decisão judicial da Justiça 
Eleitoral. 
Por se tratar de requisição o Presidente estará obrigado a decretar a 
intervenção nessas hipóteses, tratando-se de ato vinculado. 
4. (CESPE/2010) A intervenção do Estado no Município tem caráter excepcional e é 
permitida nas hipóteses previstas na CF e eventualmente estabelecidas na respectiva 
Constituição Estadual. 
Certo ( ) Errado ( ) 
Resposta: Errada 
As hipóteses de intervenção estadual ou federal (da União dos Municípios 
localizados nos Territórios) encontra-se previsto de forma taxativa no Art. 35 da 
CF/88 
5. A competência do Congresso Nacional para decidir se aprova ou rejeita a intervenção é 
exclusiva. 
Certo ( ) Errado ( ) 
https://www.alfaconcursos.com.br/
alfaconcursos.com.br 
 
MUDE SUA VIDA! 
11 
 
Resposta: Certa 
Em regra, o decreto interventivo deve ser submetido a controle político, 
realizado pelo Congresso Nacional, no prazo de 24 horas (Art. 36, § 1o). O 
Congresso poderá aprovar a intervenção OU rejeitar a intervenção, suspendendo a 
execução do decreto. 
A decisão do Congresso vincula o Presidente, que não poderá descumpri-la, 
sob pena de crime de responsabilidade. 
A competência do Congresso Nacional para decidir se aprova ou 
rejeita a intervenção é exclusiva, por meio do quórum de maioria simples, 
materializando-se mediante decreto legislativo, conforme Art. 49. 
GABARITO 
1. Certo 
2. Errado 
3. Certo 
4. Errado 
5. Certo 
https://www.alfaconcursos.com.br/

Continue navegando