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Questões de Sociologia

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Trabalho de Sociologia
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
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1. Relacione as consequências da revolução francesa com o surgimento da sociologia no século XIX.
A sociologia surgiu, na primeira metade do século XIX, sob o impacto da Revolução Industrial e da Revolução Francesa a partir de transformações econômicas, políticas e culturais suscitadas por esses acontecimentos, mas, principalmente, a partir de uma transformação social no sentido de uma mudança de mentalidade. A revolução francesa deixou um cenário de instabilidade (caos esse que motivou o positivismo de Comte, por exemplo) e todas essas transformações demandaram uma “”correção”” para que houvesse um novo redirecionamento (por isso a sociologia é tão comparativa no sentido de comparar as sociedades atuais com as sociedades tidas como tradicionais) e, assim, uma retomada do crescimento econômico, social, moral, científico e político. Dessa forma, nesse cenário de mudanças geradas pela Revolução Francesa (Estado Laico, por exemplo. Outro exemplo é a teologia deixando de ser a forma norteadora do pensamento, sendo o novo método de conhecimento o baseado na racionalidade, na observação e na experimentação, o que ampliaria infinitamente o poder do HOMEM e deveria ser estendido e ampliado ao estudo da sociedade), a sociologia surge então como essa forma de correção, comparação e novo redirecionamento.
3. Escreva sobre os fundamentos e importância do positivismo para a sociologia.
Segundo Comte, o “Pai da Sociologia”, positivismo era uma visão que buscava explicar os fenômenos – naturais ou humanos – através de sua observação e da elaboração das leis imutáveis que os regiam. A perspectiva positivista vinha se estabelecendo em diferentes campos de conhecimento, cada qual em seu próprio ritmo. Ademais, Comte acreditava que era possível elaborar uma ciência capaz de estudar o comportamento humano coletivo seguindo os mesmos métodos das ciências naturais. O positivismo funda, então, a Sociologia, que a princípio recebeu o nome de “física social”. Sua função seria compreender as condições constantes e imutáveis da sociedade (a ordem) e também as leis que regiam seu desenvolvimento (o progresso). Inclusive, fiquei muito em choque com a relação disso tudo com a bandeira do Brasil, achei muito interessante. Porém, a sociologia só de tornou realmente uma ciência de fato (e por isso eu disse “visão” e não ciência) com um método bem delimitado, a partir de ideias como as de Durkheim, o primeiro sociólogo a rigor.
5. Utilizando duas situações da sua história de vida, explique o conceito de fato social (Durkheim).
O fato social é um instrumento social e cultural que determina a maneira de agir, pensar e sentir na vida de um indivíduo, sendo um conjunto de regras e tradições que estão no centro de uma sociedade e, desse modo, “obriga” o ser humano a se adaptar às regras sociais. Ele possui 3 pilares básicos: 1) generalidade - Os fatos sociais atingem toda a sociedade e, portanto, são coletivos e não individuais. Por exemplo, quando eu fui para a catequese, eu sabia que deveria seguir um padrão de comportamento cheio de regras que era esperado/exigido tanto de mim quanto dos meus colegas. 2) Exterioridade - Os fatos sociais são exteriores ao indivíduo, ou seja, existem antes dele nascer e também acontecem de forma independente da ação individual. Por exemplo, por mais que eu odiasse a aula de educação física, eu sabia que a obrigatoriedade de ir para ela já era algo estabelecido antes de mim e que eu teria que ir “porque sim”. 3) Coercitividade - Essa característica obriga os indivíduos a cumprirem os padrões culturais e sociais que nem sempre estão de acordo, mas que são convenções e existem apesar do indivíduo concordar com elas ou não e o não cumprimento pode levar desde constrangimento social até prisão. Por exemplo, apesar de nunca ter concordado com essa ideia estapafúrdia de que os homens que devem ter a iniciativa em tudo enquanto as mulheres devem ficar “esperando” e fazendo de tudo para ser a escolhida, sei que mulheres que tomam a iniciativa e vão de encontro com essa “regra”, infelizmente, ainda são constrangidas socialmente e taxadas como fáceis ou desesperadas.
7. Apresente dois exemplos cotidianos para cada uma das ações sociais discutidas por Max Weber.
1.Ação social racional com relação a fins, na qual a ação é estritamente racional. Toma-se um fim e este é, então, racionalmente buscado. Há a escolha dos melhores meios para se realizar um fim; - O estudo é uma ação racional com relação a um fim, visto que se eu pretendo me tornar uma dentista, eu analiso racionalmente um meio de conseguir isso objetivando apenas o fim, ou seja, o meu diploma. Ademais, quero conseguir comprar um carro, racionalmente penso em como conseguir esse dinheiro para atingir esse meu fim (meu objetivo final).
2. Ação social racional com relação a valores, na qual não é o fim que orienta a ação, mas o valor, seja este ético, religioso, político ou estético; - a busca por um padrão estético: Eu quero um corpo x que é mais VALORIZADO ESTETICAMENTE (eu busco esse valor e não um fim, visto que isso não tem bem uma linha de chegada finita) então eu racionalmente busco a forma de conseguir: Academia. Ademais, por exemplo, quero entender mais de política para poder adentrar as rodas de conversa e me sentir mais aceita e valorizada socialmente, logo, busco meios racionais de conseguir essa valorização.
3. Ação social afetiva, em que a conduta é movida por sentimentos, tais como orgulho, vingança, loucura, paixão, inveja, medo, etc., - O choro do luto e a risada de desespero.
4. Ação social tradicional, que tem como fonte motivadora os costumes ou hábitos arraigados. – Minha vó ainda acredita que a mulher não pode ganhar mais do que o homem porque isso iria contra ele (um desrespeito) e isso poderia destruir a minha família (isso é um exemplo só kk). Ademais, o ato de sempre bater na madeira quando se quer afastar uma ideia (eu nem sei porque bato, me habituei e eu só continuo simplesmente).
8. Max Weber elaborou três “tipos ideais” para compreender a “dominação legítima” (dominação tradicional, dominação carismática e dominação legal). Disserte sobre o funcionamento desses modelos.
A carismática é aquela devida ao apreço puramente dito, à admiração pessoal ao dominador e a seu carisma, ou seja, suas qualidades, seus poderes. Os tipos mais puros são com o dominador na posição de profeta, herói guerreiro ou demagogo. É importante distinguir que a origem do poder é intrínseca às qualidades do líder, seus apóstolos não o obedecem por sua posição ou cargo, ou mesmo pela tradição, mas pura e simplesmente por suas qualidades, tendo esse carisma desaparecido assim desaparece também sua dominação. Da mesma forma o carisma é o fator de escolha do corpo administrativo, a administração não é regida por regras estamentais ou estatuídas, as decisões vêm do irracional, da decisão pessoal do chefe, e só podem ser substituídas por outra decisão do Líder. Por exemplo, na Itália fascista.
Já a dominação tradicional vem do poder da tradição, da ordem social em sua mais pura forma, das instituições que perduram no tempo, sendo a sua forma mais pura o patriarcalismo, nessa dominação quem manda é o Senhor, e quem obedece é o súdito. Obedece-se porque sempre foi assim e sempre vai ser. Por exemplo, o coronelismo.
E a dominação legal é a mais moderna forma de dominação, sendo chamada de legal ou legal-racional, também sendo a forma mais sofisticada, para qual as outras convergem; ela tem sua legitimidade fundada em um estatuto; a forma mais pura é a burocracia; o grupo dominante constitui uma empresa, e é dividido em outras empresas, cada uma com sua competência, limites e funções próprias; é então um sistema, uma unidade de fim, heterônoma. Então a pessoa que está no poder não é mero instrumento do próprio sistema, a regra estatuída dá as diretrizes de como se deve governar, não se obedece a pessoa, e sim o cargo estatuído. O funcionário é aquele de formação, cuja funçãoé definida por contrato, se por um lado ele tem direitos, por outro tem deveres, e isso cabe a qualquer um que se estabelece sob o estatuto, inclusive o chefe. Por exemplo dessa forma de dominação, temos o próprio Estado Moderno.

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