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Cinemática e Dinâmica dos Motores 15. Cinemática e Dinâmica dos Motores 15.1. Aspectos básicos: A cinemática que caracteriza os motores de combustão interna a pistão, é a mudança de um movimento de translação alternativo para um movimento rotativo, através de um sistema biela-manivela. A geração de potência nesses motores é intermitente e os regimes de trabalho são variáveis. 15.2. Cinemática do Sistema Biela-Manivela L = Comprimento da biela r = Raio da manivela = Ângulo percorrido pela manivela = Ângulo da biela 15. Cinemática e Dinâmica dos Motores a) Posição do pistão (x): x r L r cos L . cos Os triângulos retângulos (abd) e (bdc) tem o cateto bd em comum, então: x r 1 cos L 1 cos sen r . sen L L . sen r . sen ou sen .sen r L Considerando a relação trigonométrica básica: cos2 1sen2 1 2 . sen2cos 1 sen2 cos Substituindo na equação de x: x r 1 cos L .1 1 2 . sen2 15. Cinemática e Dinâmica dos Motores b) Velocidade do pistão (v): No entanto, a expressão que temos para x, não tem uma derivada imediata. Podemos fazer uma aproximação, desenvolvendo a função de cos em série, segundo o binômio de Newton: d dt d d dt d d x d x . d v . d x Multiplicando por v Binômio de Newton: y3 L yn n n1 n 2 2 nn 1.n 2 n 3 . x y .n 2! 3! x yn xn n . y .xn 1 n 1 2, temos :Fazendo : x 1, y 2 sen2 , 1 2 .sen2 1 1 . 2 sen2 1 . 4 sen4 1 . 6 sen6 L 2 8 16 cos 1 2 . sen21 2 x yncos 1 2 . sen2 15. Cinemática e Dinâmica dos Motores Interrompendo a série depois do segundo termo, e considerando a identidade trigonométrica: sen2 1 . 1 cos 2 2 Podemos escrever: 2 1 2 .sen2 1 . 1 cos2 4 Que, substituído na equação de x, fornece: 2 x r . 1 cos L . . 1 cos 2 4 Derivando, temos: Lembrando que: r r L L . sen 2 2 v . r . sen 2 v . r sen L . 4 . 2 . sen 2 d x v . d 15. Cinemática e Dinâmica dos Motores c) Aceleração do pistão (a): Utilizando mais termos da série, teríamos: dd dtdt d v d v . d . d v a a 2 . r . cos . cos2 932 5a . r . cos . cos 2 4 cos 4 128 . . cos6 K 15. Cinemática e Dinâmica dos Motores 15.3. Principais Forças: a) Força de pressão 4 D2 Fp p . A p . Através de um sensor de pressão na câmara, pode-se obter um diagrama p-, e em seguida, obter o diagrama P-V a partir da expressão: . 2 . D 4 2V x . A r 1 cos L .1 1 2 . sen 15. Cinemática e Dinâmica dos Motores b) Forças inerciais Também conhecidas como “forças de D’Alembert”, são definidas pelo produto das massas em movimento e a aceleração. Agem no sentido oposto a aceleração. Fa ma . a 2F m . . r . cos . cos 2 a a a: Chamando de P a Força Alternativa Primária: P m . 2 . r .cos a Chamando de S a Força Alternativa Secundári S m . 2 . r . . cos2 a Onde podemos definir ainda: C m . 2 . r 1 a C m . 2 . r . 2 a Cinemática e Dinâmica dos Motores Balanceamento de motores: As forças centrífugas relativas as massas em rotação são balanceadas através de contrapesos. As forças de inércia alternativas primárias (P) e secundárias (S), são as mais difíceis de serem balanceadas. Em geral colocam-se contrapesos em oposição ao colo da árvore de manivelas, de tal forma que a componente vertical de sua força de inércia tenha o valor da metade da força alternativa primária (P). Desta forma anula-se a metade de P, porém introduz-se uma força de inércia horizontal de mesmo valor. De qualquer modo, a força de desequilíbrio resultante é menor do que a carga P sem a compensação. Uma forma de compensar completamente as forças de inércia primárias (P) e secundárias (S) é utilizando o método Lanchester esquematizado ao lado. Este dispositivo, no entanto, é relativamente pesado e dispendioso. 15. Cinemática e Dinâmica dos Motores 15.4. Divisão das Massas: Para a comparação e o cálculo, é necessário reduzir as massas centrífugas ao mesmo raio, de forma que a força centrífuga gerada pelas massas (Fc = m . 2. r), não varie. A massa da biela pode ser substituída por duas massas m1 e m2 concentradas em suas extremidades conforme o esquema. Na seqüência, não só a biela, mas o próprio sistema biela-manivela pode ser substituído pelo movimento de 2 massas ma e mr : L 1m m . L2 L 2m m . L1 15. Cinemática e Dinâmica dos Motores mpistão = Massa do conjunto pistão (pistão + pino + anéis) mcolo = Massa do colo da manivela mequiv. braço = Massa equivalente do braço da manivela ma m1 mpistão mr m2 mcolo 2 . mequiv. braço r r braço braçobraçobraço Onde : m equiv.braçoequiv.braço m . m. 2 . r. 2 . r m 15. Cinemática e Dinâmica dos Motores 15.5. Esquema das Principais Forças: FN = Força normal do pistão contra a camisa FT = Força total = Fp + Fa Fb = Força na biela Ftan = Força tangencial FR = Força radial M = Momento instantâneo FC = Força centrífuga r = Raio da manivela A parcela da força total FT devida a pressão (FP) é equilibrada pela força FP aplicada no cabeçote. As forças que fazem o motor oscilar são basicamente as forças FN e Fa. O momento M no eixo será dado pelo produto: M = Ftan . r 15. Cinemática e Dinâmica dos Motores Pela figura: Ftan Fb . sen cos b FTF cos sen M Ftan . r M FT . r .Como: sen cos cos sen sen sen cos sen cos cos cos 2 sen .senLembrando que: cos 1 . 1 cos 2 e 4 2cos 2 21 . 1 cos 2 4 1 . 1 cos 2 4 sen . sen cos sen2 sen sen .Desta Forma: 15. Cinemática e Dinâmica dos Motores Pois, da trigonometria: E de forma aproximada, desprezando o termo Desta forma: Para um motor de 4 tempos, o trabalho ao longo do ciclo motor é dado por: sen 2 2 . sen . cos 4 2 . 1 cos 2 . sen 2 2 sen sen cos . sen 2 2 M FT . r . sen ciclo Wciclo 4 M 4 M d M . 4 0 W N i i 2 . . n M T 15. Cinemática e Dinâmica dos Motores M MmáximoGI Grau de Irregularidade do Motor: O desvio, a cada instante, entre o momento instantâneo e o médio, produz irregularidade na rotação que precisam ser minimizadas pelo amortecedor torcional do disco de embreagem, ou por um volantes de dupla massa. O Grau de Irregularidade (GI) é dado por: Valores médios de GI observados na prática: 15. Cinemática e Dinâmica dos Motores 15.6. Volante: Em regime permanente, a carga externa aplicada no eixo do motor iguala-se ao momento médio momento médio. Isto provoca acelerações e desacelerações instantâneas do eixo. O volante do motor tem o objetivo de tornar regular o seu funcionamento. produzido no eixo M . Entretanto, o momento instantâneo M hora é maior, hora é menor do que o d t M M I . d A massa do volante pode ser dada pela expressão: C . N . 106 e n3 . .D2 m . n D Vmáx Ne em [CV] n em [rpm] D em [m] m em [kg] C é uma constante (vide tabela) é o grau de flutuação (vide tabela) Para se obter um valor orientativo para o diâmetro do volante, pode-se fixar a máxima velocidade periférica admissível em função da resistência do material: Vmáx = 30 a 40 m/s para Ferro Fundido Vmáx = 60 a 80 m/s para Aço Vmáx = 120 m/s para Aços Especiais (adm = 600 kgf/cm²) 15. Cinemática e Dinâmica dos Motores Volante : Valores da constante C para motores dos ciclos Otto e Diesel. Valores do Grau de Flutuação (). 15. Cinemática e Dinâmica dos Motores Volante de dupla massa: Maior capacidade de uniformizar a rotação. Muito utilizadoem motores Diesel.
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