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Respiração celular e Genética Microbiana

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Microbiologia Bárbara Rebeca Hoffmann, TXIX 
 
AULA 04 
Revisando... 
São 2 fatores químicos que interferem no crescimento microbiano: o CARBONO (50% do peso seco de uma bactéria é de 
carbono), NITROGÊNIO (14 ou 15% da bactéria, limita a velocidade do crescimento, pois se tiver cresce bem e se não tiver cresce 
lentamente), e OXIGÊNIO (se refere à produção de energia através da respiração celular). 
 
De acordo com a necessidade nutricional do oxigênio, as bactérias são classificadas da seguinte maneira: 
 
- Aeróbicos obrigatórios: precisam 100% de O2, se não tiver morrem 
- Anaeróbicos facultativos: preferem o O2, mas caso falte ainda podem viver 
- Anaeróbicos obrigatórios: vivem sem nada de 02 e se tiver morrem; 
- Anaeróbicos aerotolerantes: preferem viver sem O2, mas se tiver, conseguem tolerar e sobreviver nessa condição 
- Microaerófilas: é como se fosse aeróbica, mas e uma concentração abaixo da atmosfera 
 
O carbono é importante para a estrutura da célula, com participação nas proteínas, DNA... 
Por que vocês acham, de acordo com presença ou ausência de O2, que têm esses grupos de organismo interferindo no 
crescimento deles? Por conta das espécies reativas de oxigênio. No metabolismo do O2 na respiração celular, eu tenho a 
formação dessas espécies reativas de oxigênio. Na imuno falamos sobre isso nos fagócitos, e lá era algo muito bom porque ROS 
é nocivo e mata o que foi fagocitado. Mas em uma célula qualquer, se tiver espécie reativa de O2, por ser um componente nocivo, 
também vai matar essa célula bacteriana. 
Então. o que é determinante se a bactéria cresce com ou sem O2, muito ou pouco O2, é ela ter um complexo enzimático 
que neutraliza as espécies reativas de oxigênio. 
IMAGEM 
Neste caso, tem um aeróbico obrigatório, que 
cresce somente em 100% de oxigênio. Do metabolismo 
da respiração celular serão formadas várias espécies 
reativas de O2, e um exemplo é o ânion superóxido que 
é nocivo. Então se ele estiver presente na célula 
bacteriana, vai induzir o dano dela e causar sua morte. 
No entanto, essas bactérias apresentam um complexo 
enzimático que tema função de neutralização. A 
primeira enzima importante desse complexo é a SOD – 
Superóxido Dismutase que pega o ânion superóxido e 
o converte em peróxido de hidrogênio (que ainda é um 
componente nocivo para a bactéria). Dessa forma, a 
célula precisa de outra enzima para neutralizar o 
peróxido de hidrogênio (H2O2) que é catalase. A 
catalase, forma água e oxigênio através do H2O2. 
Resumindo, o que determina se bactéria vai crescer na presença ou ausência de oxigênio é presença de um complexo 
enzimático capaz de neutralizar os componentes nocivos formados a partir da respiração celular. As diferenças entre os 
grupos são: 
- Aeróbico obrigatório: com certeza tem SOD e catalase, porque neutraliza perfeitamente as espécies reativas de 
oxigênio. 
- Anaeróbico aerotolerante: tem um sistema enzimático que não é o SOD e a catalase. É outro sistema semelhante 
que funciona, porém não é tão eficiente. Por isso que ele prefere viver sem 02, mas em condições de aerobiose ele consegue 
sobreviver neutralizando parcialmente essas espécies reativas. 
- Microaerófilas: possuem um sistema capaz de neutralizar em velocidade abaixo do sistema SOD e catalase. Por isso, 
se tiver muito oxigênio ela não consegue neutralizar na mesma velocidade com que os componentes nocivos são formados e 
morre. 
Obs: quando temos um machucado, comumente usamos H2O2 na água oxigenada para fazer a limpeza do local, 
justamente porque é nocivo para as células, e não terá catalase suficiente para converter tudo em água e oxigênio, e assim a 
bactéria ali presente morre. (PROVA) 
 
 
II 
 
 
Existem várias funções nas bactérias que 
são dependentes de ATP, por exemplo o 
batimento flagelar – locomoção – e divisão 
celular (se produz muito, divide rápido, se 
produz pouco, divide devagar). 
Por que bactérias em condições 
anaeróbicas crescem mais devagar que em 
condições aeróbicas? Devido a quantidade de 
ATP produzida em cada processo metabólico. 
O primeiro ponto do metabolismo nas 
células bacterianas, é um ponto comum, tanto na 
respiração aeróbica, anaeróbica, quanto no 
processo fermentativo, a GLICÓLISE, que é a 1° 
etapa. Assim, preciso ter a glicólise para então eu 
ter vias distintas. As bactérias, dependendo das 
condições e enzimas, fazem vias metabólicas 
distintas. 
Para a prova, é mais importante entender 
as diferenças metabólicas entre os organismos. 
 
RESPIRAÇÃO (imagem) 
Quando pensamos em respiração celular 
aeróbica ou anaeróbica, temos que pensar: onde 
ocorre a respiração em uma célula eucariótica? 
Uma etapa ocorre no citoplasma, outra na 
mitocôndria e na crista mitocondrial. Dessa 
forma, cada etapa ocorre de maneira 
compartimentalizada. Já na célula procariótica 
praticamente tudo ocorre no citoplasma, pois é 
desprovida de mitocôndria. 
Após a Glicólise, tem a formação do 
piruvato que é encaminhado para o Ciclo de Krebs. Nos procariotos, isso ocorre no citoplasma, diferente dos eucariontes em 
que ocorre na mitocôndria. Então eu já não tenho diferença para transportar esse piruvato, que estava no citoplasma na glicólise 
para a mitocôndria, porque tudo vai continuar acontecendo nesse mesmo citoplasma. Uma diferença: na respiração celular 
aeróbica, todas as enzimas do Ciclo de Krebs de uma célula procariótica, funcionam 100%, enquanto na respiração celular 
anaeróbica não são todas as enzimas do Ciclo de Krebs que funcionam. 
Isso já faz com que lá no final na cadeia transportadora de elétrons/cadeia fosforilativa, eu já tenho diferença na produção 
de ATP e na velocidade com que a célula vai produzir a energia. 
Resumindo: 
✓ 1° Ponto diferente – Ciclo de Krebs nas células procarióticas continua sendo no citoplasma, assim como a 
Glicólise. E nem todas as enzimas do Ciclo de Krebs funcionam na ausência de O2 (anaeróbico/aeróbico). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
III 
 
Dessa forma, em uma célula eucariótica o ciclo de Krebs acontece na matriz mitocondrial. 
Na sequência há a cadeia transportadora de elétrons/cadeia fosforilativa/respiratória. Em uma célula eucariótica 
tenho a crista mitocondrial – onde ocorre a formação de energia. Na célula bacteriana não existe mitocôndria, então depois do 
ciclo de Krebs, as atividades metabólicas acontecem na membrana plasmática (análoga à crista mitocondrial). 
Outra diferença importante: se a gente pensar 
na respiração aeróbica, o aceptor final de elétrons é o 
oxigênio, então vão acontecer várias reações de 
redução e oxidação, liberação de elétrons para a 
produção do ATP. 
Agora, se a gente pensar em uma respiração 
anaeróbica, o aceptor final não é o oxigênio. Para a 
bactéria podem ser vários como nitrato, nitrito, 
sulfato, sulfito ou outros, mas nenhum deles tem um 
potencial de redução tão alto quanto o do oxigênio. 
Isso leva essa célula a produzir menos ATP. Entre o 
nitrato e sulfato, por exemplo, também existem 
diferenças de potencial redox, logo a quantidade de 
ATP produzida também difere. A posição do receptor 
(na membrana) também interfere na quantidade 
produzida de ATP. 
Os anaeróbicos tendem a crescer muito 
mais lentamente que os aeróbicos. 
1° ponto: Ciclo de Krebs, em que nem todas as 
enzimas são funcionais. 
2° ponto: o aceptor final de elétrons não é o 
oxigênio, e, consequentemente, o potencial redox não 
é tão alto. 
 
 
 
ATENÇÃO: prof NÃO vai cobrar nome de enzimas, ciclo, ou de 
metabolismo!! Somente as diferenças entres os tipos de células e 
devemos saber pensar no que isso reflete para a célula bacteriana. 
 
 
 
 
FERMENTAÇÃO (imagem) 
 
Primeiramente, há glicólise (no citoplasma) e formação de piruvato. A partir daí as coisas começam a ser diferentes 
dependendo do tipo da bactéria. Nem todas as bactérias fazem fermentação e, ainda assim, as que fazem esse processo podemter metabólitos diferentes. Conhecemos como metabólito de fermentação o etanol, o ácido láctico, o que para a bactéria é 
considerado só um resto, um metabólito secundário que não faz diferença e não tem função alguma. A bactéria vai gerar esse 
metabólito em decorrência das atividades metabólicas para a produção de ATP. 
Após a glicólise, quando tudo está acontecendo no citoplasma, tem mais 2 etapas que ocorrem diferente na fermentação. 
Na primeira etapa da glicólise, chamada de Etapa Preparatória, há o gasto de 2 ATPs. Na segunda etapa tem a oxidação e 
nesse estágio há a formação de 2 ATPs e do piruvato. Nessa etapa de oxidação tem a formação do piruvato e do NADH, que 
é responsável pela redução do piruvato. 
Com a redução do piruvato aos compostos da fermentação (pode ser o etanol, lactato...) vai ter a formação novamente de 
NAD+, o qual vai retornar para a etapa de oxidação (2° etapa da glicólise) para manter o ciclo. Essa ida e volta (de NADH e NAD+) 
é chamada de BALANÇO ENERGÉTICO DA FERMENTAÇÃO, que é importante para se ter o saldo final de 2 ATPs em cada etapa 
do ciclo. 
Assim, a fermentação gera pouco ATP porque o piruvato NÃO vai ser completamente reduzido. Os compostos formados 
a partir desse processo de fermentação armazenam grande parte dessa energia, e por isso, não há tanta produção energética. 
DIFERENÇAS 
1° ponto: Ciclo de Krebs, em que nem todas as 
enzimas são funcionais. 
2° ponto: cadeia transportadora de elétrons o 
aceptor final de elétrons não é o oxigênio, e, 
consequentemente, o potencial redox não é tão 
alto. 
 
IV 
 
Esse balanço/equilíbrio energético 
promovido pela fermentação é importante para 
que a cada NAD+ formado ele volta para a segunda 
etapa e, novamente vai formar NADH que vem e 
reduz o piruvato. 
Se, por um acaso, houver qualquer 
problema no processo de redução do piruvato para 
voltar a formar NAD+, eu interrompo, quebro o 
ciclo de produção. A partir desse momento, não há 
a formação daqueles 4 ATPs que compensam os 2 
que foram consumidos para liberar 2 ATPs nessa 
célula. 
Então, nesse balanço energético, a célula 
consegue lentamente ir produzindo pouca energia, 
e ainda com pouco ATP, consegue sustentar o 
balanço para conseguir se manter viável. 
Por isso, uma célula em processo de 
fermentação é a que cresce mais lentamente. Nem 
a respiração anaeróbica produz tão pouco ATP, 
pois vai produzir muito mais que na fermentação. 
Assim, comparando as 3 células crescendo, 
respiração aeróbica é a mais rápida, anaeróbica em 
segundo lugar e o processo fermentativo é o que 
cresce mais lentamente. 
 
Uma célula do nosso corpo produz em média de 36 ATPs enquanto os procariotos produzem média de 38. Por que isso 
acontece? Porque os procariotos não têm que transportar nenhuma molécula. A cadeia transportadora de elétrons é na 
membrana plasmática, então digamos que é do lado, não precisa acontecer o transporte porque está tudo na mesma localização. 
 
 
Por que a tabela mostra que a respiração anaeróbica é variável? Porque vai depender do aceptor final de elétrons. 
Existem várias atividades na bactéria que dependem diretamente de uma quantidade de ATP significativa. Mas a mais 
importante é o processo da divisão celular que demanda muita energia e, por isso, se eu tenho muito ATP, vou dividir rápido, 
caso contrário a divisão será lenta. 
A velocidade da taxa de crescimento bacteriano é influenciada pela temperatura, quantidade de sal. A quantidade de ATP 
também influencia diretamente na taxa de velocidade da divisão. A divisão bacteriana/fissão binária gera duas células 
morfologicamente e geneticamente iguais. 
O nosso DNA ocupa um espaço no citoplasma (nucleóide), com um ponto de fixação na membrana plasmática. A divisão 
começa com as proteínas que aprisionam, que têm o ponto de fixação do DNA bacteriano, e proteínas importantes para replicar 
e separar os materiais que foram replicados. 
Então para que essa célula consiga abrigar dois materiais genéticos, a primeira coisa que ela vai fazer é se alongar. Na 
sequência, aquelas proteínas vão replicar o material, enquanto o segundo grupo de proteínas vai fazer a segregação em que cada 
material genético vai para um dos polos. 
V 
 
Feito isso, começa o processo de invaginação, tanto da 
membrana plasmática que está representada em amarelo, 
quanto da parede celular que está representada em marrom. Esse 
processo acontece da extremidade superior e inferior da célula 
bacteriana, até que essa pontas se encontrem, pois assim eu vou 
isolar completamente os dois materiais genéticos presentes no 
interior dessa célula. 
Quando ocorre o isolamento, ocorre a formação de um 
septo que é o que isola o material genético bacteriano. 
- Célula-mãe/parental: é a célula que está se dividindo, 
responsável por gerar duas células-filhas. 
- Células-filhas: são resultantes da divisão, genética e 
morfologicamente idênticas. 
Para aquelas células que sofrem grupamento bacteriano, 
como diplococos, estreptococos, estafilococos...esse processo não 
acontece. As células, após a formação desse septo, permanecem 
unidas, pois não tem enzimas que fazem a separação total 
gerando células individuais. 
 
Aqui tem um padrão de crescimento bacteriano meio geral 
para todas as células. Ele passa basicamente por 4 estágios: 
 
 
-1°Fase Lag: conhecida como 
adaptação, não tem crescimento 
bacteriano, mas a célula permanece 
viva, metabolicamente ativa 
(muito). O que não ocorre é a 
divisão. É como se fosse uma fase 
em que a bactéria está se 
preparando para começar a divisão 
propriamente dita. Então ela tem 
muita proteína, RNA, aumento de 
atividade enzimática, porém não 
tem DNA aumentado já que ele só é 
replicado quando se tem a divisão 
celular. 
 
- 2° Fase Log (exponencial): é a fase 
da multiplicação, em que a célula 
se alonga, replica material genético 
e se divide exponencialmente 
(cada célula gera outras duas). O 
tempo de geração pode variar, 
como exemplo 20 segundos ou 
dias. Grande parte das bactérias 
que causam doenças tem alguns 
dias de tempo de geração. 
 
-3° Fase Estacionária: considera-se que não tem uma oscilação (pois é muito pequena). Conhecida como fase de equilíbrio de 
multiplicação e de morte, ou seja, se 2 se multiplicarem, 2 morrem. Dessa forma, não há alteração do número de bactérias. 
Primeiro motivo para essa fase acontecer é a escassez de nutrientes, porque no início eu tinha um número de bactérias e agora 
eu tenho muito mais e não estou repondo essa quantidade de nutrientes. O segundo motivo é que as bactérias durante a sua 
multiplicação, liberam metabólitos secundários (subprodutos) são tóxicos e começam a se acumular no meio. Em pequena 
VI 
 
quantidade não tem problema, mas quando existem muitas bactérias produzindo esses metabólitos o meio fica inóspito para o 
crescimento continuar. Outra associação é que eles também alteram o pH do meio, o que compromete a taxa de crescimento. 
 
- 4° Fase de morte/declínio: Em algum momento, o equilíbrio entre morte e multiplicação se torna quase que inexistente, e aí 
eu começo a fase 4 (de morte ou de declínio) em que o número de células que estão morrendo se sobrepõe ao de 
multiplicação. Essa fase de declínio não atinge o 0, e isso pode não acontecer porque uma bactéria consegue continuar se 
multiplicando, se adaptando ao meio, sobrevivendo à baixa concentração de nutrientes e condição do pH, logo, isso não significa 
que em condições ruins todas as bactérias vão morrer. Além disso, nessa fase ocorre a ativação de enzimas (das próprias 
bactérias) que lisam a parede celular, porque a bactéria sabe que ela pode morrer nessas condições desfavoráveis (é como se 
fosse, mas NÃO é uma apoptose bacteriana). 
 
Genética microbiana 
A regulação da expressão gênica bacteriana é muito importante em células procariontes,extremamente simples, para 
que elas não tenham gasto de energia de uma forma desnecessária. Na célula bacteriana, mais ou menos 60% dos genes são 
constitutivos e 40% funcionam sob regulação de expressão gênica. 
Quando eu falo que 60% dos genes são expressos de forma constitutiva, constitutivo significa dizer que faz parte, então, 
significa que esses genes são expressos sem regulação/controle de expressão gênica, ou seja, não preciso de um estímulo 
externo para regular a expressão gênica, a bactéria é independente de um composto por exemplo. Os genes serão expressos na 
mesma velocidade. 
Das 3 etapas do metabolismo bacteriano (glicólise, Ciclo de Krebs e cadeia respiratória), tem uma delas em que todos os 
genes que codificam para todas as enzimas são constitutivos, então, independente se a bactéria está presente ou não, o gene 
está sendo produzido. Esses genes são da glicólise, significa que não preciso ter glicose no meio para estimular a via glicolítica. 
Por exemplo, se hoje a minha bactéria está crescendo e ela tem 10 genes sendo expressos, amanhã ela vai crescer em uma 
velocidade mais rápida e 10 genes estarão sendo expressos; depois ela vai crescer em uma velocidade mais lenta e 10 genes 
continuam sendo expressos, então a quantidade não muda de acordo com a velocidade pois ele é constitutivo, é produzido a 
todo momento na mesma velocidade, independente do estímulo do ambiente. 
Um exemplo de constitutivo: nós temos uma proteína chamada GAPDH (constitutiva), tubulina, β-actina. 
Qual a importância da regulação gênica bacteriana? Para a bactéria se adaptar ao meio, sem gastar mais energia que o 
suficiente para sobreviver, ou seja, só produz energia quando precisa. Dessa forma, a regulação funciona para poupar energia. 
Operon é o principal modelo de regulação da expressão gênica procariótica (existem outros, mas o operon é clássico). 
Eu tenho duas versões desse operon: 
- Operon indutível (CATABOLISMO): precisa ser induzido para ser funcional. Significa que se eu tenho o indutor 
(estímulo) eu ligo o operon, e se eu não tenho, desligo o operon. Isso é ótimo porque só vou gastar energia para ele funcionar 
quando tem o estímulo, poupando energia quando não o tem. Em geral, ele está envolvido com o catabolismo. 
- Operon repressivo (ANABOLISMO): preciso reprimir ele para parar de ser funcional. Está relacionado com atividades 
de anabolismo. 
Se eu tenho um processo de síntese, geralmente, as enzimas envolvidas estão em um operon repressivo. Enquanto se eu 
tenho um processo de degradação, as enzimas envolvidas estão sob o controle de um operon indutivo. 
Dessa forma, o operon indutível está ligado ou desligado na célula bacteriana? Desligado, pois só será ligado quando 
tiver o indutor. E o indutor, estará ligado ou desligado? Ligado, e aí vou usar um repressor para desligá-lo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VII 
 
Pensando em fisiologia, o operon repressivo – que está ligado e eu preciso desligar – podemos fazer analogia com o que? 
Feedback negativo. O excesso daquele produto desliga, pois pra que vou produzir mais se já tenho em excesso? 
Nesta imagem, tenho uma estrutura geral do operon. O I é o gene regulador, que é constitutivo então é o único da 
estrutura que não está sob controle, pois não faz parte do operon, e é produzido continuamente na célula bacteriana. Tudo o 
que está à direita, dentro da chave, é o que faz parte do operon e que está sob o controle de expressão gênica. O P é o promotor 
que, em uma célula eucariótica, tem a função de promover a expressão gênica, então é a RNA polimerase que se liga nele, na 
sequência tem o O - operador, que funciona como um semáforo, se está verde não tem nada ligado nele, a passagem está livre, a 
RNA polimerase que vai se ligar não encontra nenhum empecilho, passa reto e chega nos genes estruturais que também estão 
sob controle do operon. Então, Z, Y e A não serão transcritos se eu não tiver o operon funcionando. 
Essa estrutura é igual tanto para o operon indutível quanto para o repressivo. A única diferença está no promotor pois 
quando está verde dá passagem livre para a RNA polimerase transcrever os genes estruturais; ou pode estar 
vermelho/bloqueado e não dá passagem para a RNA polimerase transcrever os genes na sequência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O que vemos no operador que está o deixando como um semáforo vermelho? Proteína repressora ativa. Essa proteína 
tem seu sítio de ligação no operador, e quando ela está ligada nele a RNA polimerase fica bloqueada e os genes estruturais não 
são transcritos. A proteína repressora ativa é transcrita pela parte constitutiva (gene regulador I) e está em estado ativo. 
O que precisa acontecer para eu conseguir induzir esse operon a ser funcional? Tirar a proteína opressora que está 
bloqueando a RNA polimerase. 
Na imagem, a bolinha verde é a lactose. Quando a gente pensa em operon indutível, o clássico é o operon lac (lactose), 
e todos os outros carboidratos funcionam da mesma forma. A lactose é o indutor que vai induzir o operon a ser funcional. Se o 
operon tem a proteína repressora ativa no operador, o indutor se liga nela a transforma em proteína repressora inativa, então 
ela não tem mais o sítio de encaixe com o operador e se solta, deixando o operador livre. Mas a proteína repressora ativa é 
transcrita pelo gene regulador I, que é constitutivo, por isso tudo o que ele está transcrevendo em seu estado ativo é preciso 
inativar. Então toda a lactose que está disponível já vai inativando a proteína repressora, e essa não consegue se ligar mais no 
operador. Com o operador livre, a RNA polimerase consegue passar facilmente e transcrever os genes estruturais. 
Se o estímulo indutor é a lactose, e o operon indutível está relacionado com o catabolismo, sabemos que pelo menos um 
dos genes que está no meio dos 3 genes estruturais é? A enzima lactase, pois digere a lactose, nesse caso é a enzima β-
galactosidase. O catabolismo da lactose vai gerar galactose e glicose. Pronto, agora a célula tem fonte primária de energia 
(glicose) e continua crescendo sem problema nenhum. Além da β-galactosidase o aumento da produção de permeasse (que 
está na membrana plasmática) também é importante, porque ela é uma proteína transportadora que deixa entrar os 
componentes para a célula bacteriana. Nesse caso, essa permeasse vai para a membrana e aumenta o influxo de lactose (estímulo 
indutor para a célula bacteriana). 
VIII 
 
 
 
 
 
Obs: Geralmente, o operon tem o nome do seu estímulo, neste caso é um estímulo indutor que é a lactose, então é o operon lac. 
Mas se a gente pensar que a glicose é a fonte primária de energia, “você” gastaria energia para ativar esse operon se você 
tivesse, além da lactose, a glicose presente no meio? Não, porque quando você clivar a lactose vai gerar glicose (que você já tem) 
e galactose, então necessidade de gastar energia pra formar um produto que você já tem no meio. 
Isso é chamado de Repressão catabólica ou Efeito glicose: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
De uma forma simples, a gente viu que o catabolismo de lactose gera glicose que é fonte de energia. Então, se a bactéria 
tiver glicose disponível, ela não precisa gastar energia para catabolizar a lactose, porque as enzimas da via glicolítica são 
constitutivas, então aquela glicose que já está disponível vai ser prontamente metabolizada sem gasto de energia, porque todos 
os genes necessários para isso já estão funcionando na célula. Assim, para que eu tenha meu operon e a lactose funcionando, 
eu preciso da ausência de glicose e presença de lactose = REPRESSÃO CATABÓLICA. 
Quando os níveis de glicose começam a diminuir na célula bacteriana, ela produz o AMP cíclico, ativando a enzima 
adenilato ciclase começa a produzir muito AMP cíclico. Esse AMP cíclico vai dar um sinal de alarme para que a célula 
providenciealguma forma de repor o nível de glicose. 
O AMP cíclico sendo aumentado pela baixa de glicose se liga na proteína CAP – Proteína Ativadora de Catabolismo. 
Quando isso acontece, a CAP sai do seu estado inativo para ativo e vai no operon e se conecta na região promotora. A função 
dessa conexão é aumentar a afinidade da RNA polimerase, o que aumenta a velocidade da transcrição. 
Isso garante com que todas as enzimas do operon lac (β-galactosidase e permease) produzam maior velocidade para 
que eu tenha mais entrada de lactose, que permite maior catabolismo dessa lactose, para que eu consiga repor os estoques de 
glicose a fim de que a célula continue sendo funcional. 
Portanto, se a glicose está no meio, ela reprime o catabolismo de outro carboidrato para não gastar ainda mais energia 
 
Resumindo, quanto mais lactose dentro da célula, mais proteína repressora eu vou inativar, mais enzima β-
galactosidase eu vou produzir para clivar a lactose e gerar galactose e glicose – fonte de energia para a bactéria 
conseguir metabolizar e produzir ATP em seu interior.

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