Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro AVALIAÇÃO PRESENCIAL – AP1 Período – 2020/1º Disciplina: Estudos Antropológicos Coordenador: Javier Alejandro Lifschitz Aluno: Wellington Araujo Costa Matricula: 19215100020 Formatação: espaçamento: 1,5 entrelinhas; fonte: Arial, tamanho 12; modo: justificado. Obs.: a avaliação deverá ser salva no formado .pdf (preferencialmente) ou .doc; após salvar sua avaliação, a envie através do link “APX1 - envio” QUESTÃO 1 (valor: até 3,0 pontos) Disserte sobre as principais características dos relatos de naturalistas e viajantes abordados na aula 1? Os naturalistas eram uma combinação de cientista, filósofo e poeta, que se voltaram à descrição e classificação da natureza. Na Europa, o conhecimento científico sobre a fauna e flora virara questão de Estado. Os naturalistas acreditavam que a pesquisa devia ser realizada no próprio terreno, exigindo longas jornadas de observação e comparação de informações. Os viajantes também podem ser considerado iniciador de uma ciência, a Antropologia, embora as descrições realizadas por viajantes e missionários sobre povos distantes fossem às vezes pouco objetivos ou com forte recurso imaginativo. Os viajantes foram pioneiros porque, por força de sua atividade, entraram em contato com populações ou grupos com os quais normalmente as pessoas não tinham contato. Eles viajavam por mares nunca antes navegados até lugares, muitas vezes, também desconhecidos. As diferenças eram que os viajantes do descobrimento tinham fins políticos, mercantis e religiosos, e as crônicas dos naturalistas tinham objetivos científicos relativos ao conhecimento da flora e da fauna. QUESTÃO 2 (valor: até 3,0 pontos) Comente a relação entre colonialismo e antropologia, discutida na aula 2, tomando como referência esta frase pronunciada por um alto funcionário Inglês em 1856: “Reconhece-se hoje, de um modo geral, que a antropologia tem fortes motivos para chamar nossa atenção, não só porque tende a satisfazer a curiosidade dos que gostam de observar as obras da natureza, mas também por ser de grande importância pratica, especialmente neste país, cujas numerosas colônias e extensas atividades comerciais o colocam em contato com tamanha variedade de espécies humanas, diferentes umas de outras em suas qualidades físicas e morais, e todas diferentes de nós. (citado por KUPER, 1973, p. 122) Em algumas colonizações do século XIX, a Antropologia teve um papel importante na manutenção do poder colonial. Algumas das primeiras pesquisas feitas com técnicas e abordagens antropológicas foram financiadas ou promovidas pelo poder colonial para melhor entender a cultura dos nativos e ajudar o domínio cultural. Esses antropólogos não estiveram necessariamente envolvidos com o poder colonial, mas suas pesquisas, no âmbito de territórios que estavam sendo colonizados, muitas vezes eram precisos para reforçar esse poder. Mas essa relação entre Antropologia e colonização também se deu por vias mais indiretas. A Missão civilizadora Eugenia (Darwinismo social) igual superioridade, o uso da biologia para tentar justificar e legitimar a missão civilizadora de um povo para o outro. QUESTÃO 3 (valor: até 3,0 pontos) Fundamentado no conteúdo abordado nas aulas 5 e 6, discorra sobre os primeiros estudos antropológicos em sociedades primitivas. A Antropologia surgiu como ciência e começou a se firmar, principalmente em termos de reconhecimento, em uma relação ambivalente com o processo de colonização. Foi o processo de colonização que revelou a existência dos chamados povos “selvagens” ou “primitivos” do Novo Mundo e, consequentemente, o interesse por eles. No bojo desse processo de descoberta e de curiosidade sobre esses povos culturalmente muito diversos e considerados exóticos, a Antropologia se desenvolveu, e foi nesse contexto também que ganhou a denominação de ciência “do colonizador” ou “da colonização”. A Antropologia, portanto, teve seu início e grande parte de sua história vinculada ao estudo dos chamados povos primitivos, entre os quais os índios do Brasil, não se pode dizer que atualmente as chamadas sociedades “primitivas” ainda sejam o objeto privilegiado de estudo. Talvez seja possível dizer que através dessas sociedades se tenha uma via de acesso que se considerou, em algum momento da história e por razões variadas, mais fácil, mais segura ou mais cômoda para atingir os objetivos de conhecimento dessa ciência, tendo sido assim seu objeto de interesse privilegiado. Enfim, podemos concluir dizendo que as sociedades primitivas não podiam ser analisadas com os conceitos e métodos das ciências que até então existiam. A Antropologia, a Antropologia econômica e a etnologia mostraram que deviam ser utilizados outros conceitos e métodos porque a realidade que se intentava compreender se ancorava em normas, valores e instituições diferentes das conhecidas no Ocidente. QUESTÃO 4 (Questão adaptada da UEL/2005 – valor: 1,0 ponto) No Brasil e em outros países, o etnocentrismo fundamentou muitas práticas contra populações culturalmente distintas das de origem européia, cristã e ocidental, principalmente indígenas e africanas. Discriminação de etnia e de classe social também se inclui entre as formas de etnocentrismo. Com base na aula 9, assinale a alternativa que apresenta uma interpretação CONTRÁRIA ao etnocentrismo. a) “Quando nos referimos a uma raça, não individualizamos tipos dela, tomamo-la em sua acepção mais lata. E assim procedendo vemos que a casta negra é o atraso; a branca o progresso, a evolução [...]” (Revista Brazil Médico, 1904.) b) “Esta Lei regula a situação jurídica dos índios ou silvícolas e das comunidades indígenas, com o propósito de preservar a sua cultura e integrá- los, progressiva e harmoniosamente, à comunhão nacional”. (Estatuto do Índio, Lei No 6001 de 19 de dezembro de 1973, Artigo 1º, ainda em vigor.) c) As sociedades humanas se desenvolvem por estádios ou estados que vão sendo superados sucessivamente: o estado teológico, o metafísico e o positivo. Os povos indígenas e as etnias afro-brasileiras encontram-se nos estádios teológico ou metafísico e, por essa razão, permanecem nos estratos sociais inferiores e marginais de nossa sociedade. (Baseado em Augusto Comte.) d) “[...] segundo o que até aqui escrevi acerca dos Coroados [Kaingang] dos Campos Gerais, é evidente que, no seu estado selvagem, são eles superiores em inteligência, indústria e previdência a muitos outros povos indígenas, e talvez até em beleza. Dada essa circunstância, dever-se-ia pôr todo o empenho em aproximá-los dos homens de nossa raça e, após, encorajar os casamentos mistos entre eles e os paulistas pobres [...]. Devo dizer, porém, que é mais fácil matar e reduzir os Coroados à escravidão, do que despender tais esforços em seu favor”. (Saint- Hilaire, V. E. Viagem à Comarca de Curitiba –1820.) X) “O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais. 1- O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional”. (Constituição Federal de 1988 na Seção II – Da Cultura, Art. 215.)
Compartilhar