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FRATURAS E LESÕES FISÁRIAS
SBCMC II - 2021.1
Ortopedia
Dr. João Artoni
DEFINIÇÃO
São lesões (qualquer tipo de fratura) que ocorrem na placa ou na cartilagem de crescimento
● Podem também ser chamadas de fratura de Salter, fratura da placa de crescimento, lesões
fisárias, fraturas pediátricas, fraturas da infância, fraturas e lesões epifisarias.
ANATOMIA DA FISE
● No osso maduro há a diáfise, e epífise e a cartilagem articular
● No osso imaturo, há a cartilagem/fise de crescimento, que divide a epífise e a diáfise óssea
DESENVOLVIMENTO ÓSSEO
O crescimento ósseo na espécie humana, em sua maioria, se dá pelo modelo cartilaginoso, no
qual a cartilagem vai sofrendo calcificação:
● Inicialmente temos um esqueleto cartilaginoso, avascular e aneural, ocorre a formação de
um colar ósseo, que começa a receber vascularização e, consequentemente, calcificação,
porque começa a receber minerais e oxigênio, formando um núcleo ósseo. Isso ocorre
primeiramente na diáfise (que é o corpo do osso) e depois na epífise.
● Conforme o núcleo ósseo vai crescendo, ele vai empurrando a cartilagem hialina, que vai
posteriormente chegar à periferia, onde vai formar o revestimento da extremidade articular
dos ossos. Entre a epífise e a diáfise fica uma região cartilaginosa, que é a fise de
crescimento.
● Sabemos que a epífise e a diáfise estão se calcificando de maneira independente entre si,
e conforme essa calcificação vai ocorrendo o osso vai crescendo (isso acontece porque
ainda existe cartilagem) ocorre que em um dado momento os vasos que estão se
formando nessas partes do osso vão se encontrar e isso ocorre justamente na região da
fise de crescimento.
● No momento que ocorre a junção da vascularização, começa a ocorrer a calcificação da
fise. Quando a fise finaliza seu processo de calcificação, o osso se torna totalmente
maduro e perde a capacidade de continuar o crescimento.
OSSO DA CRIANÇA X OSSO DO ADULTO
● Ocorrem mais fraturas nas crianças do que nos adultos porque os ligamentos e a cápsula
articular são de 2 a 5 x mais resistentes neste período que a fise de crescimento - o osso
não está totalmente mineralizado.
● Na criança:
○ A reparação dos tecidos é mais rápida.
○ Está presente a remodelação óssea - maior quanto menor a idade.
○ Pode ocorrer lesão total, fusão total da metáfise com a epífise ou lesão parcial
● Existem várias formas de lesar a fise: infecções, radiação e desuso - o desuso gera uma
redução do aporte sanguíneo, que cursa com menor desenvolvimento.
EPIDEMIOLOGIA DAS FRATURAS FISÁRIAS
● As lesões fisárias acometem 15% das fraturas do sistema esquelético
● 30% apresenta distúrbio do crescimento em ossos
● Apenas 2% com distúrbio funcional significativo (sequela)
● O rádio distal é o local mais acometido (posição de defesa em uma queda)
● É mais comum ocorrer durante o estirão de crescimento e em meninos - 2:1
○ Meninas: 11 a 12 anos
○ Meninos: 12 a 14 anos
Obs: a criança tem 2 estirões, um na faixa dos 4 anos e outro na adolescência, como o
crescimento nessa fase é muito grande, a mineralização não ocorre de forma adequada, o que
predispõe as fraturas.
FISIOPATOLOGIA DA FISE DE CRESCIMENTO
Histologicamente, o osso é dividido em: zona trabecular (osso maduro, normal), zona hipertrófica
(onde as células ganham volume), zona proliferativa (onde aumenta o número de células) e zona
de repouso (onde as células nascem). Isso determina o crescimento ósseo, que se dá do centro
para a periferia e da epífise para a metáfise.
● A região mais fraca da fise de crescimento é a zona hipertrófica.
QUADRO CLÍNICO
● Dor após trauma, edema.
● Dor à palpação na localização da fise.
● Perda de função (não consegue movimentar).
● Deformidade, desvios ósseos.
● Atitude antálgica (fica “protegendo” o membro).
● Síndrome da criança espancada - criança que chega com várias fraturas ou que têm
fraturas recorrentes ou que chega com fraturas anormais, cuja a história não condiz com o
padrão da fratura.
EXAMES COMPLEMENTARES
● Raio-X
● Ultrassom
● Tomografia
● Ressonância
CLASSIFICAÇÃO DA LESÃO FISÁRIA - SALTER E HARRIS
Tipo I: fratura na fise
Tipo II: fratura na fise com saída no lado oposto da metáfise
Tipo III: fratura na superfície articular até a fise
Tipo IV: fratura que estende-se da articulação até a metáfise
Tipo V: compressão
Tipo VI: radiação
TRATAMENTO
Objetivos:
● Observar a gravidade da lesão.
● Localização anatômica.
● Classificação da lesão (classificação de salter).
● Plano de deformidade - é necessário saber para onde desviou o fragmento, porque precisa
consertar essa deformidade.
● Idade do paciente - a fratura de uma criança é diferente da fratura de um adulto.
● Potencial de crescimento da fise.
Tratamento de acordo com a classificação:
● Salter I e II:
○ Tratamento conservador.
○ Redução incruenta (não precisa cortar) e gesso.
○ Reavaliar em 1 semana.
● Salter III e IV:
○ Tratamento cirúrgico.
○ Redução cruenta e fixação (fraturas articulares).
● Salter V:
○ Difícil diagnóstico.
○ Formação de barra óssea.
○ Corrigir deformidades.
COMPLICAÇÕES
● Aceleração do crescimento do osso (6 a 18 meses) - se crescer mais de 6 cm é cirúrgico.
● Parada do crescimento do osso - total ou parcial, causa desvios em varo e valgo ou
desvios rotacionais.

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