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FRATURAS NO IDOSO AUTOR: PEDRO V.F. MEDRADO - Aumento na população geriátrica, mais comum em mulheres (fator estrogênico), caucasianas, em trauma de baixo impacto. - Hábitos de vida, como tabagismo, etilismo e sedentarismo aumenta a longo prazo maior intensidade as fraturas em idosos - Até 2050, o número irá quadruplicar em 60 anos - Estimativa para 2025 é um aumento de mais de 33 milhões, tornando o Brasil o sexto país com maior percentual populacional de idoso no mundo. OSTEOPOROSE - É uma doença metabólica do tecido ósseo, caracterizada pela perda gradual da massa óssea, que enfraquece os ossos por deterioração da sua microarquitetura tecidual, tornando-os mais frágeis e suscetíveis a fraturas. - O exame padrão ouro é a densitometria óssea, o Raio-X não confirma um “padrão osteoporótico” embora traga - Mulheres > Homens · 25% das mulheres brancas nos EUA com mais de 40 anos tem osteoporose · A osteoporose na população de 80 anos – 50% das mulheres brancas e 20% de homens (a testosterona é um fator de proteção) - Aumento da incidência de fraturas por osteoporose, a principal causa de quedas (prevenção). No Brasil, 1 em 3 mulheres em 1 em 5 homens tem fratura relacionada à osteoporose. Processo de reabsorção óssea - Ativação – um sinal é recebido para aquele sitio ósseo seja remodelado. Hoje, considera-se que os osteócitos sejam os regentes do processo de remodelação e responsáveis por essa ativação. - Reabsorção (2-3 semanas) – o osso é reabsorvido através da ação dos osteoclastos, que, recrutados e ativados, secretam ácido e enzimas na cavidade de reabsorção para digerir o osso velho. - Reversão – há um sinal para finalizar a reabsorção e começar a formação de osso novo. Essa é a fase mais obscura do ponto de vista de entendimento. · Os mecanismos moleculares que regulam a reversão ainda não são compreendidos. - Formação (mais lenta que a reabsorção) – osteoblasto recobrem a cavidade reabsorvida e iniciam a produção de colágeno e demais proteínas da matriz óssea, criando o osso novo. - Mineralização – a partir de um ambiente mineral propício, com adequada disponibilidade de cálcio e fosfato, há deposição de cristais de hidroxiapatita na matriz colágena, conferindo rigidez ao osso. - Patogênese da osteoporose – é um desbalanço entra a atividade osteoblástica (diminuída) e osteoclástica (aumentada) Fisiopatologia - Nas primeiras décadas de vida ocorre aumento do tamanho do esqueleto (modelagem) e aumento da DMO (pico entre 18 e 35 anos) - Determinantes da DMO · 70-85% da variância é pela hereditariedade (não há como mudar) · Doenças que interferem no crescimento e hormônios – problemas do crescimento, déficits de hormônios · Fatores ambientais (exercício e nutrição) - Evolução da DMO – curva do pico de massa óssea · Criança – fratura em galho verde (não desloca as estruturas, osso é mais elástico) - Fatores modificáveis – álcool, tabagismo, baixo IMC, má nutrição, deficiência de vitamina D, desordens alimentares, sedentarismo, baixa ingestão de cálcio e quedas frequentes. - Fatores não modificáveis – idade, sexo feminino, raça, histórico familiar, menopausa precoce não tratada ou hipogonadismo masculino, histórico de queda, história familiar de quadril, osteoporose secundária e baixo índice de massa corpórea (<18,5kg/m²) - Primária – efeito do organismo, quando a perda óssea se associa aos efeitos da menopausa ou do envelhecimento. · Osteoporose pós-menopausa · Osteoporose senil - Secundária – quando doenças esporádicas ou utilização de medicamentos tem efeito deletério ao tecido ósseo. · As causas secundárias variam de 30-60% nos homens, em mais de 50% nas mulheres no período reprodutivo e próximo de 30% naquelas na pós-menopausa. · Hipogonadismo · Síndrome de Cushing, hiperparatireoidismo, hipertireoidismo, doença celíaca/síndrome de má absorção, medicações (glicocorticoides, anticonvulsivantes e lítio) · DPOC, doença neurológica crônica, artrite reumatóide, AIDS/HIV, osteogênese imperfeita, homocistinúria, síndrome de Marfan. SARCOPENIA - É a perda de massa muscular (massa magra) e força - Homens e mulheres a partir dos 40 anos, com 3-5% ao ano - Hábitos de vida (alimentação, etilismo, tabagismo e sedentarismo) - Causas secundárias TIPOS MAIS FREQUENTES DE FRATURAS - Punho, úmero proximal, coluna e fêmur proximal (quadril – a consequência mata) Fratura de punho - Fratura mais comum em idosos - Mecanismo – queda com a mão espalmada · Deformidade em “Garfo” - O osso osteoporótico não tolera bem a cirurgia, pois a placa precisa se assentar e o parafuso precisa pegar a pega, no osso osteoporótico (é como se formasse uma areia) · Estresse pós-traumático - Tipos de fraturas · Fratura de Colles – traço de fratura para cima (dorsal) · Fratura de Smith – traço de fratura para baixo (ventral) · Fratura de Barton - Tratamento · Placa bloqueada – a cabeça do parafuso rosqueia na placa · Fio de Kischner – fio reto e liso que serve para fixar o osso na posição correta, dobra as pontas · Gesso (imobilização) – se a fratura é estável (sem risco de deslizar), usa uma semana tala até desinchar, de 3-4 semanas gessa, e 3 semanas avalia se faz pronosupinação Fratura do úmero proximal - Mecanismo da lesão – uma força após uma queda se concentra na região do úmero proximal - Classificação de Neer ou AO – permite a universalização · Úmero 1 · Neer 1 – pouco ou nenhum desvio · Neer 2 – desvio de apenas uma parte (2 partes) · Neer 3 – fratura da diáfise com um dos tubérculos separado da cabeça · Neer 4 – explosão da articulação (4 partes) - Apresentação – dor, edema, impotência funcional, deformidade e equimose (irradia para costas e braço, podendo ir até prega glútea) - Tratamento · Cirúrgico · Placa – para Neer 2 ou 3 · Hastes – menos invasivo, faz uma entrada pelo músculo deltoide · Reconstrução em idosos para Neer 4, mas em indivíduos jovens pode ser indicado fixar · Conservador – tipoia anti-rotatória (não permite que faça rotação) – lesões de pequena gravidade Fraturas da coluna (patológicas) - Fraturas por osteoporose na coluna são conhecidas também como fraturas por insuficiência. · Ocorrem devido fragilidade vertebral consequente à menor densidade óssea. · Esse tipo de lesão geralmente ocorre após quedas, embora possam surgir após mínimo ou nenhum trauma. · Pelo que entendi não necessariamente é igual as “Fraturas patológicas do mieloma”, que seria aquelas incompatíveis com o mecanismo do trauma - Tratamento · Quase sempre é conservador – colete · Colete de Putti (cinta baixa região da costela) – ofertar controle para evitar extensão ou flexão · Colete de Jewtt (cinta mais alta) · Injeção com material para formar coluna – não é feito na rede pública (usado em poucos centros) - Espodiloestese – deslizamento da medula, tanto por trauma quanto por degeneração Fratura do fêmur proximal - Cabeça, colo, grande/pequeno trocanter e diáfise · É uma articulação muito estável, com uma superfície muito lisa de movimento - Artéria femoral – femoral profunda, circunflexa anterior (tuberosidade maior), circunflexa posterior (cabeça do fêmur). - Objetivos na abordagem – “operar a não ser que o paciente seja inoperável” · Fixação estáveis ou Artroplastias · Tratamento conservador – raras exceções · Mobilização precoce · Reabilitação funcional Fratura do colo do fêmur - Colo é a região entre a cabeça e o trocânter do fêmur - Subtrocantérica é mais comum em impactos de alta energia – mais jovens - Diagnóstico – Radiografia de bacia - Classificação de Garden · Garden I – fratura incompleta ou impactada · Garden II – fratura completa sem desvio · Garden III – fratura completa com desvio · Garden IV – fratura completa com desvio total - Tipos de tratamento · Fixação com parafusos canulados · Fixação com placas DHS – Dynamics Hip Screw · Artroplastia parcial (bipolar) – mede o tamanho do acetábulo somente, indicado para paciente moribundos (desgaste rápido em 2 a 3 anos), mais rápida e menos agressiva · Artroplastia total – é feito um acetábulo com uma articulação com uma cabeça de fêmur artificial,o desgaste é mais demorado (15-30 anos), indicada para pacientes mais jovens · Total · Parcial Fraturas transtroncaterianas - Quadro clínico – membro inferior acometido com encurtamento e rotação externa - Radiografia de bacia em AP é bem suficiente - Classificação de Tronzo · I – Fratura sem desvio · II – Fratura simples com desvio · III – Medialização do fragmento distal no canal medular · III variante – fratura do grande troncater · IV - Diáfise lateralizada · V – Traço invertido/reverso - Tratamento · Fraturas estáveis (I e II) – DHS (parafuso de compressão) · Fraturas instáveis (III, IV e V) – hastes femural proximal, ou cefalomedular · Algumas fraturas subtrocantéricas e para fraturas instáveis – é feita uma placa DCS CONSIDERAÇÕES FINAIS - Índice de mortalidade de cerca de 30% após 1 ano de fratura. - Representa 84% das lesões ósseas em pessoas acima de 60 anos. - Período de 24-48h é considerado ideal para abordagem cirúrgica - Comorbidades mais associadas à mortalidade – demência e anemia - Estima-se aumento das fraturas em 310% (H) e 240 (M) até 2025 - Custos sociais e econômicos aumenta a cada ano - Principal causa de morte por trauma em pessoas acima de 75 anos
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