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PLANTÃO PSICOLÓGICO: UM ESPAÇO DE ACOLHIMENTO E ESCUTA

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PLANTÃO PSICOLÓGICO: UM ESPAÇO DE ACOLHIMENTO E ESCUTA
Maria de Fátima Lima de Lacerda
Daniela Ribeiro Barros
Centro Educacional de Ensino Superior de Patos-LTDA Faculdades Integradas de Patos
fifialacerda@hotmail.com
Resumo
O presente artigo tem por finalidade delinear a vivência do Plantão Psicológico entendido como uma prática de acolhimento e escuta às demandas emergências, aberta à comunidade. Esta prática requer a disponibilidade para atender o não previsto e com a possibilidade de não mais encontrar com o cliente. Por conseguinte, tem como objetivo descrever a prática da aluna plantonista, correlacionado assim com a teoria explanada em sala. Refere-se a uma escuta psicológica realizada em uma UBS de uma cidade do interior paraibano, a qual proporcionou a aluna à oportunidade de experenciar de perto este serviço psicológico, bem como propiciou a oportunidade de um marco positivo para o crescimento tanto pessoal quanto a nível profissional da mesma. Vale salientar a importância da consolidação deste serviço para as demandas emergentes da comunidade, o qual busca constituir uma relação psicológica com as ideias e vivências presentes no mundo e nos indivíduos. É importante destacar também que a experiência adquirida nos atendimentos e supervisões ratifica que a prática do Plantão propicia uma atenção psicológica ao sofrimento e a urgência do homem contemporâneo.
Palavras-chave: Plantão psicológico, acolhimento, comunidade.
Abstract 
The purpose of this article is to outline the experience of the Psychological Plan understood as a practice of welcoming and listening to the emergency demands, open to the community. This practice requires the availability to meet the unforeseen and with the possibility of no longer meet with the client. Therefore, it aims to describe the practice of the female student on the floor, correlated with the theory explained in the room. It refers to a psychological hearing held at a UBS in a city in the interior of Paraiba, which provided the student with the opportunity to experience this psychological service closely, as well as providing the opportunity for a positive milestone for both personal and level growth professional experience. It is worth emphasizing the importance of consolidating this service to the emerging demands of the community, which seeks to constitute a psychological relationship with the ideas and experiences present in the world and in individuals. It is also important to point out that the experience acquired in the visits and supervisions ratifies that the practice of the plantão provides a psychological attention to the suffering and the urgency of the contemporary man.
Keywords: Psychological placement, reception, community.
1. Introdução
O presente artigo tem por finalidade delinear a vivência do Plantão Psicológico, compreendido como uma prática de acolhimento e escuta das demandas emergenciais, aberta à comunidade. Assim, o Plantão Psicológico se caracteriza por um espaço que consente a pessoa “ser ela mesma”, que permite a sua expressão para manifestar suas emoções, as angustias reprimidas, os choros embargados, sendo um espaço significativamente acolhedor que pode proporcionar um novo direcionamento para a pessoa que o busca (Doescher & Henriques, 2012). 
Este novo modelo de atendimento clínico foi criado a partir da atenção à centralidade do cliente, considerando a importância de se ter um espaço para as pessoas, muito mais do que para as problemáticas, possibilitando, deste modo, a consciência de si e da realidade, levando a pessoa a distinguir os diferentes recursos disponíveis. Da mesma forma, foi elaborado como meio de sanar a ampla demanda de clientes à espera de atendimento psicológico em instituições públicas e privadas, visto que na maioria das vezes estas pessoas necessitam apenas de um único encontro com um psicólogo, não demandam de um processo terapêutico em si (Mahfoud, 1987).
Rosenberg (1987), afirma que o Plantão Psicológico não tem o intuito de substituir a psicoterapia, mas sim de propor cada atendimento como um universo singular, isto é, como um atendimento peculiar da Abordagem Centrada no Cliente, que possui como princípio a confiança no organismo para analisar as situações externas e internas, entender a si mesmo no contexto o qual está inserido e fazer escolhas construtivas no seu cotidiano.
Enquanto isso, cabe ao psicólogo plantonista estar acessível ao que se lhe apresenta, proporcionando uma escuta atenta, acolhedora e empática, buscando o que está oculto no discurso, bem como, procurando, em conjunto com o outro, uma maneira de ser genuíno aberto às novas possibilidades e às novas descobertas (Cautella Júnior, 2009).
1. Fundamentação Teórica
2.1 O Plantão psicológico como um espaço de acolhimento e escuta às demandas emergenciais 
O modelo de atendimento nomeado Plantão Psicológico instaurou-se na década de 1960 em São Paulo. Nessa ocasião, o Serviço de Aconselhamento Psicológico do Instituto de Psicologia da USP começava a proporcionar um “plantão” de atendimento à população. Por volta da década de 1980, também começou a ser ofertado pelo Centro de Desenvolvimento da Pessoa, integrante do Instituto Sedes Sapientia, um Plantão com os profissionais de Psicologia. Os princípios fundamentais deste serviço consistiam em: acolhimento imediato ao cliente, sem precisar ser agendado anteriormente, atendimento ao cliente em no máximo três sessões, entretanto, sem substituir a psicoterapia, e definia cada atendimento como um universo singular (Mota & Gota, 2009).
Dessa forma, pode-se dizer que o serviço de atendimento em Plantão Psicológico foi instituído e aprimorado no decorrer do tempo. O vocábulo “Plantão” refere-se a um serviço realizado por profissionais, por um período delimitado e contínuo, estando ao dispor das pessoas que carecem de seus serviços. Esta prática requer a disponibilidade para atender o não previsto e com a possibilidade de não mais encontrar com o cliente. Assim, o serviço de plantão psicológico ofertado atua como um espaço que acolhe as demandas que não compõem as primazias estabelecidas por casos mais acentuados e que, portanto, não estão em conformidade com as características dos atendimentos proporcionados pelos psicólogos ou psiquiatras (Mahfoud, 1987).
Nessa mesma perspectiva, Tassinari (2009), ressalta que o plantão psicológico é um modelo de atendimento psicológico que se íntegra em si mesmo, concretizado em uma ou mais consultas sem duração pré-estabelecidas, com propósito de acolher qualquer pessoa na ocasião exata de sua necessidade para ajudá-la a entender melhor suas urgências e, caso perceba-se a necessidade, encaminhá-la a outros serviços. Este é desempenhado por psicólogos/estagiários que ficam à disposição das pessoas que buscam prontamente o serviço, podendo ser instituído em diversos contextos e instituições. Para cada local, se faz necessário criar táticas específicas, a começar da sua divulgação (processo de sensibilização à comunidade) até sua relação com a própria instituição/local.
1. Método 
O presente estudo é de abordagem qualitativa descritiva, a qual se caracteriza por possibilitar maior aproximação com o cotidiano e as experiências vividas pelos próprios sujeitos (Minayo, 1993).
Local 
A escuta psicológica foi realizada em uma UBS de uma cidade do interior paraibano.
Participantes
Participaram da pesquisa o público em geral que comumente vão a UBS, no entanto não foi possível atender nenhuma demanda.
Procedimentos 
Antes da realização do plantão, o mesmo passou pela análise do Comitê de Ética, das Faculdades Integradas de Patos. O referido plantão foi realizado após autorização, levando em consideração os aspectos éticos que envolvem as pesquisas com seres humanos, de acordo com Resolução nº 466/2012, expedida pelo Conselho Nacional de Saúde (Brasil, 2012). Tal instrumento normativo assegura os direitos e deveres que dizem respeito à ética na pesquisa com seres humanos. Sendo estes resguardados pelo Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, que enfatizaa liberdade de escolha e de desistência sem qualquer prejuízo, além do sigilo nas informações e do anonimato quanto aos sujeitos envolvidos. 
Em seguida por meio de uma carta de apresentação foi comunicado a enfermeira chefe da UBS o objetivo do trabalho, onde a mesma autorizou e pediu às agentes de saúde para fazer a divulgação nas casas. Posteriormente, iniciaram-se os plantões, o primeiro com duração de 2 horas diárias, e os seguintes com 3 horas, sendo estes divididos em três encontros. Totalizando 8 horas ao final do estágio.
Instrumentos 
Para a realização dos atendimentos foi utilizada uma sala reservada, contendo ar-condicionado, cadeiras, mesa e um armário. Assim como também foi utilizado uma ficha de registro, lápis e um relógio.
1. Resultados 
A prática do Plantão Psicológico proposta pela disciplina de Aconselhamento Psicológico sob a supervisão da professora Daniela Ribeiro, proporcionou à aluna plantonista a oportunidade de experienciar este serviço, que de acordo com Rebouças e Dutra (2010) este tem como finalidade adequar um ambiente de acolhimento aqueles que estão em sofrimento e que, por várias razões, apresentam algumas demandas emergenciais. Além disso, propiciou a oportunidade de um marco positivo para o crescimento tanto pessoal quanto profissional da acadêmica. Nesse seguimento, a aluna plantonista descreverá sua experiência explanando os sentimentos que emergiram no decorrer dessa vivência.
“Não foi possível atender nenhuma demanda, com isso gerou inicialmente um sentimento de frustração, e algumas indagações como: Será que vai ser sempre assim? Será que fiz o correto?”. No entanto, Pompeia e Sapienza (2004) salientam que uma vivencia inicial em Plantão psicológico mostra que não tem uma metodologia delineada, na realidade existe a necessidade de se haver uma abertura perante aquilo que se expõe e disposição para lidar com as dificuldades. Questionamentos proporcionam aproximações em ocasiões de orientação. 
Assim, é importante ressaltar que mesmo diante dessas dificuldades, os relatos compartilhados durante as orientações pelos demais plantonistas foram bastantes enriquecedores, proporcionando a oportunidade de conhecer a relevância de uma prática psicológica que vai para além da clínica tradicional, que promove ao plantonista experiência e agilidade cada vez maior de investigação focal e de diagnóstico num espaço relativamente curto, nos preparando para lidar com situações emergenciais de crise, bem como aprender a estabelecer um contato empático e maior autonomia na prática clínica.
1. Considerações Finais
Vale salientar a importância da consolidação deste serviço para as demandas emergentes da comunidade, o qual busca constituir uma relação psicológica com as ideias e vivências presentes no mundo e nos indivíduos. É importante destacar também que a experiência adquirida nos atendimentos e supervisões ratifica que a prática do Plantão propicia uma atenção psicológica ao sofrimento e a urgência do homem contemporâneo.
Essa nova prática clínica promove ao psicólogo um maior crescimento profissional, expande o interesse na área de pesquisa e possibilita uma vivência voltada para o contexto público, sobretudo nos períodos de conflitos. Por conseguinte, conclui-se que este estudo não extenua o assunto, somente ergue alguns subsídios acerca da prática do Plantão Psicológico, que a cada dia procura se fortalecer.
Referências
Cautella Júnior, W. (2009). Plantão Psicológico em hospital psicológico. In H.T.P. 
Doescher, A. M. L., & Henriques, W. G. (2012). Plantão psicológico: um encontro com o outro na urgência. Psicologia em Estudo, 17(4), 717-723.
Mota, S. T., & Gota, T. A. (2009). Plantão psicológico no CRAS em Poços de Caldas.  Rev. Psicol. 21(3), 521-530.
Mahfoud, M. (1987). A vivência de um desafio: Plantão psicológico. In R. L. 
Minayo, M. C. (1993). O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. Rio de Janeiro: Hucitec; Abrasco.
Morato (Org.). Aconselhamento psicológico centrado na pessoa: novos desafios. São Paulo: Casa do Psicólogo. 
Pompeia, J. A., & Sapienza, B. T. (2004). Na presença do sentido: Uma aproximação fenomenológica a questões existenciais básicas. São Paulo: EDUC, 2004, p. 246. ISBN: 85-283-0288-1.
Rebouças, M. S. S., & Dutra, E. (2010). Plantão psicológico: uma prática clínica da contemporaneidade. Revista abordagem gestáltica, 16(1), 18-29.
Rosenberg, R. L. (1987). Aconselhamento psicológico centrado na pessoa. São Paulo, SP: EPU.
Tassinari, M. (2009). Plantão psicológico como promoção de saúde. In: Bacellar, A. A psicologia humanista na prática: reflexões sobre a abordagem centrada na pessoa. Palhoça: Editora da UNISUL.

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