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Joëlle Moreira - Turma 05 Neonatologia Infecções congênitas CARACTERÍSTICAS GERAIS: · São doenças que acompanham a formação intrauterina do indivíduo ⤍ transplacentária · A transmissibilidade e a gravidade são inversamente proporcionais. · Mais próximo do termo ⤍ mais canais de comunicação placenta-feto ⤍ maior o risco de transmissão. · Mais próximo do termo ⤍ mais formado ⤍ menor gravidade · Morte intra-uterina, RCIU e prematuridade · A maioria é assintomática · Suspeita: sorologia ou doença materna (pré-natal) · Dificuldades: manifestações clínicas semelhantes inespecíficas (hepatoesplenomegalia, petéquias, hidrocefalia, retardo mental) e interpretação correta das sorologias. SÍFILIS CONGÊNITA: . · Disseminação hematogênica (via transplacentária) do Treponema pallidum (adora osso em formação). · A gestante infecta o concepto em qualquer momento da gestação. · A transmissibilidade tem relação direta com o estágio da doença materna. Taxa de transmissão vertical: Quanto mais recente ⤍ maior a parasitemia ⤍ maior o risco de transmissão · Fases primária e secundária da doença materna: 70-100% · Fases tardias (latente ou terciária): 30% · Evolução: · Aborto ou natimorto: 40% · RN sintomático: < 50% Os pacientes assintomáticos ao nascer costumam se manter sem os sintomas até os 2 anos, e têm um péssimo prognóstico de desenvolvimento. Manifestações clínicas específicas (patognomônicas): Precoce (≤ 2 anos): · Lesões ósseas: Periostite e osteocondrite (dor ⤍ pseudoparalisia de Parrot)!! ⤍ marcante em ossos longos · Rinite sifilítica: rinorreia mucopurulenta sanguinolenta (alto poder destrutivo - palato, narina - e de contaminação) · Lesões cutâneo mucosas: Pênfigo palmo-plantar e Condilomas periorificiais Tardia (> 2 anos): · Inespecíficas: Hidrocefalia, retardo mental, surdez, ceratite intersticial · Específicas: · Dentes de Hutchinson + surdez (neurossensorial ⤍ 8o par craniano) + ceratite intersticial ⤍ Tríade de Hutchinson · Fronte olímpica (testa proeminente) + Nariz em sela + Lesões cutâneas + Rágades periorais · Tíbia em arco/sabre · Articulação de Clutton (edema indolor em joelho) Conduta no RN: · Mãe não tratada ou inadequadamente tratada: · Avaliação clínica · VDRL (monitorização do tratamento) · Hemograma ⤍ presença de citopenia? (avalia função medular) · Punção lombar (VDRL, celularidade > 25 leucócitos/mm3 e proteinorraquia > 150 por dl) ⤍ manifestações do SNC (neurossífilis) · Rx de ossos longos · Notificar e tratar todos os casos · Tratamento do RN ⤍ "A": · A1: qualquer alteração laboratorial, exceto líquor ⤍ P. cristalina ou procaína: 50000 U/kg/dose por 10 dias · A2: qualquer alteração no líquor ⤍ P. cristalina: 50000 U/kg/dose por 10 dias · A3: sem qualquer alteração ⤍ P. benzatina: 50000 U/kg dose única, desde que haja garantia do acompanhamento da criança. Se o acompanhamento não for garantido, escolher um dos esquemas acima. · Mão adequadamente tratada: · VDRL · > materno: rastrear e tratar · ≤ materno (assintomático): rastrear e tratar · negativo: acompanhar (tratar como A3 se o acompanhamento não for garantido) Mão adequadamente tratada: · Tratamento penicilínico · Adequado para a fase · Completo · Documentado · Terminado ≥30 dias antes do parto · Todos os parceiros devem ser tratados Acompanhamento: · Clínico no primeiro ano de vida · Avaliação auditiva (teste da orelhinha e do tronco cerebral) e visual · VDRL seriado até 18 meses (trimestral) ⤍ necessita de 2 VDRL consecutivos negativos para que se interrompa o acompanhamento · LCR seriado para os pacientes que tiveram o diagnóstico de neurossífilis no período neonatal ⤍ o líquor seguinte ao do nascimento é feito em 6 meses. Se vier alterado ⤍ trata; se não vier alterado ⤍ interromper acompanhamento. TOXOPLASMOSE CONGÊNITA: . · Carne crua, vegetais e gatos jovens · Transmissibilidade: 60% · Assintomática: 80-90% · Diagnóstico difícil Interpretação sorológica: · IgG+ no RN ⤍ O IgG chega até o feto pela circulação transplacentária (produção materna) · IgM+ no RN ⤍ O IgM não ultrapassa a barreira transplacentária ⤍ IgM positivo = infecção do RN (produção própria) · Todo RN com IgM+ está infectado, mas nem todo RN infectado tem IgM+ (a sensibilidade do teste é limitada). · IgG do RN > materno ⤍ confirma diagnóstico · IgG do RN ascendente (semanas após o nascimento) ⤍ confirma diagnóstico Manifestações clínicas: · Tríade de Sabin: Coriorretinite + Hidrocefalia (manifestação mais comum na vida) + calcificações cerebrais difusas (pegam TODO o encéfalo ⤍ patognomônicas). Sequela mais característica: Destruição do olho Conduta na gestante: · Mãe com toxoplasmose (sorologia): Espiramicina (não ultrapassa a barreira placentária) · Toxoplasmose congênita? USG seriadas (semanais) em busca de hidrocefalia; PCR do LA ⤍ Sim: Sulfadiazina, pirimetamina e ácido folínico (resgate medular). Rastreamento no RN: · LCR (em todo caso suspeito), US ou TC de SNC (crânio), oftalmoscopia e sorologia · Positivo: Sulfadiazina, pirimetamina, ácido folínico e corticóide (dexametasona 2 meses ⤍ se hiperproteinorraquia e/ou coriorretinite em atividade). O TTO completo dura 1 ano. CITOMEGALOVIROSE CONGÊNITA: . · Transmissibilidade: Baixa ⤍ 30-40% · Sintomas no RN: Raro ⤍ 10% · Clínica específica: Microcefalia e calcificações periventriculares · Diagnóstico: Isolamento viral nas secreções (saliva ou urina) · Tratamento: Ganciclovir (mielotóxica!) · Sequela característica: Surdez RUBÉOLA CONGÊNITA: . · Transmissibilidade: Até 16 semanas · Clínica: Catarata (pior das manifestações), surdez · Clínica específica: cardiopatia congênita ⤍ persistência do canal arterial - PCA - (nota-se sopro contínuo) e estenose da artéria pulmonar) · Diagnóstico: Sorologia do RN · Tratamento/ profilaxia pós-exposição: Não há · Sequela característica: Diabetes tipo 1 (o vírus tem tropismo pelo pâncreas em formação) · Prevenção: Vacinação
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