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PAPEL DA PSICOLOGIA NO ENFRETAMENTO DA INTOLERÂNCIA RACIAL

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DISCIPLINA: PSICOLGIA E RELAÇÕES RACIAIS
DISCENTE: LUANA SANTOS DE SOUSA
PALESTRA SOBRE O PAPEL DA PSICOLOGIA NO ENFRETAMENTO DA INTOLERÂNCIA RACIAL E O QUE FAZER PARA MINIMIZAR PRECONCEITOS E DISCRIMINAÇÕES DIRECIONADAS À PESSOAS NEGRAS.
PALESTRANTE HELVÉCIO GIUDICE ARGÔLO
Helvécio ao iniciar sua palestra trouxe como pauta conceitos do tema numa perspectiva de crítica filosófica, o mesmo, questionou a todos os presentes se “existe ou não uma raça humana?”, e em continuidade citou eventos históricos para exemplificar a questão do tema abordado, onde disse que Hitler considerava negros, comunistas e judeus como o ruim, que contaminava a convivência humana, sendo assim a vida foi “separada” em bom e ruim, onde o ruim se elimina, considerando-se como a solução total. Comentou que existe uma classificação entre as raças, sendo consideradas como superiores e inferiores, dando origem aos subgrupos que diz respeito à classificação biológica, e afirma que o termo correto a se usar é etnia.
 Suas palavras fazem com que todos os estudantes reflitam com a realidade mundial, afirma que não somos iguais a ninguém, somos seres singulares e por isso existe esse grande desafio que é conviver pacificamente com os diferentes, salientando mais uma vez que não existe o conceito raça, e é inadequado usar para estabelecer diferença e que não existe diferença no sentido antropológico. O que existe são diferenças de etnia, de cultura, e de maneiras de pensar. E desta forma formamos então o que chamamos de grupos. Ele apresentou um pouco sobre a Teoria da bolha onde afirma que o ser humano se relaciona mais com os seus afins, pois a mente humana é acionada e fortalecida numa mente tribal, trouxe dados importantes sobre essa teoria e disse que um neurologista Americano classificou essa mente tribal como o processo de entender que só merecem afeto e acolhimento quem pertence à tribo sugeriu a leitura do livro: A tragédia da moral do senso comum. 
Comenta que vivemos numa grande tribo continental, que são formados por outras tribos, os países, estados, cidades, bairros e família, e que ainda conseguimos diminuir em minitribos, com isso o ser humano só reconhece e acolhe quem faz parte dessas tribos onde se possuem dos mesmos valores e gostos.
 Em seguida o palestrante abordou sobre o tema Identitarismo, onde a política, os movimentos e a ideologia priorizam a identidade de um determinado grupo fechado – bolha que pode ser ética, religiosa ou política, dando a sensação de identidade. Ele ressaltou que o identitarismo é uma solução e ao mesmo tempo um problema, pois como solução ele empodera os indivíduos e como problema ele é quem pega as causas identitárias e colocam-nas num nível muito alto gerando uma raiva no outro grupo. Ele afirma que a ideia civilizatória é conviver com os diversos e adversos, e ter por eles afeto (algo subjetivo e não objetivo). Traz diversos exemplos e fala sobre a Revolução francesa, onde teve como base três princípios que são: liberdade, igualdade e fraternidade. E a fraternidade tem a ver com respeito, acolhimento, amor e com o gostar. É possível notar através das falas dele que o lugar de fala do individuo está ligado ao identitarismo, ou seja, só quem pode falar de mim sou eu e o meu grupo e que os de fora soam como “inimigos’ e não podem interferir se caso aconteça dá-se inicio a uma relação de guerra ou de oposição.
 No decorrer da palestra foram abordadas diversas informações importantes, algumas delas são que a proposta que o sistema jurídico propôs pós-holocausto é que todas as diferenças sem não consideradas como óbice à direitos – todos são iguais perante a lei, mas existe o sujeito que a norma diz que é, e existe o sujeito que se auto define. E a partir de outros debates foi possível refletir que somos todos transgressores por natureza, somos naturalmente preconceituosos, e que existem três tipos de racismo:
· Racismo direto: violento e direto, e pouco se vê, pois é politicamente incorreto;
· Racismo institucional: nas instituições, contratados pela aparência;
· Racismo estrutural: é muito mais disfarçado, sutil, – curiosamente ele se encontra até na subjetividade do próprio negro, que se coloca na posição de inferior e age raivosamente e com violência.
Helvécio diz que não é toda a pessoa que é racista, porem existem os valores que ela adquiriu naturalmente, de desqualificar o preto. Pois na subjetivamente ficou vinculado a cor preta como algo que não é bom – exemplo: a cor do luto, da tristeza é preta. Sendo possível confirmar que Somos preconceituosos inconscientemente.
E para finalizar a palestra o mesmo falou sobre possíveis soluções para acabar com o preconceito e o racismo, onde foi dito que do ponto de vista espiritual a solução é aprender a amar e ter afeto ao diferente. Outro viés diz que é necessário sair da bolha; ser aberto a para receber outras tribos; a destituição das tribos; a destituição do identitarismo, que segrega e não tem perspectiva ecumênica de acolher a todos. Do ponto de vista do direito, se deve destruir as fronteiras dos países e nos identificarmos como sujeitos pertencentes do planeta terra, um único país.
A partir de toda a discussão no decorrer da palestra ficou claro que a discriminação é a objetivação do preconceito, quando expresso por ações que tenha aversões a certas pessoas e grupos com certas características. E essa discriminação pode então ser reprimida pelo direito e a norma jurídica, e criminaliza o racismo como crime inafiançável. Ficou claro que a briga contra o racismo não deve ser contra o racista, não deve ser resolvido sem a ajuda dos brancos e dos próprios negros, mas que é preciso encontrar o caminho de convivência pacifica e de respeito mútuo, pois estamos vivendo em um momento de obscurantismo, como se tivéssemos retrocedido para idade média, porque é discutindo hoje em dia assuntos que deveriam ter sido superados a décadas, como o respeito entre etnias.
Sendo assim a ressignificação de uma série de valores que estão impregnados na nossa cultura é fundamental, porque o nosso psiquismo é aquele que faz sujeitos capazes de matar por nada e capazes também de dar a vida para outra pessoa. Ninguém vai construir um mundo em que os diferentes se combinem utilizando esse culto ao ódio e de menosprezo pelo outro.
PARTE DE TALITA
A tolerância é uma atitude de respeito ao direito à diferença previsto na Legislação dos Direitos Humanos e na Constituição Federal, já a intolerância racial é exatamente o contrário, é a falta de respeito com o outro pela diferença de raça.
	De acordo com o Ministério da Saúde, o racismo é uma questão de saúde, logo, a Psicologia deve se pautar por esta orientação que fortalece a resolução 018/2002 do CFP. A psicologia tem se mostrado responsável à defesa dos direitos humanos e por esse conhecimento ter sido tão explorado, o profissional adquiriu uma melhor compreensão a respeito deste assunto, e com isso houve a grande necessidade de uma escuta, análise e clareza do ser humano frente a essa demanda. A psicologia social tem se mostrado muito eficiente ao combate a intolerância racial, através de intervenções que incitam o outro a pensar, e refletir sobre a psicoeducação levada pelo psicólogo. 
	Mas diante das situações vistas em materiais, a realidade que encontramos muitas vezes foge daquilo que é dito, muitas pessoas tem sofrido por essa intolerância, e sofrem violência feita por pessoas pelo fato de não gostar da cor, ou da orientação sexual, ou de como o outro se veste. 
PARTE DE JU
Ao longo da história vários grupos étnicos sofreram intolerância racial, sendo este um ato de violência física ou simbólica, pelo fato da não aceitação a identidade e grupo que o sujeito pertence. O tratamento desigual e a falta de respeito a etnia do outro, acarreta uma série de violências que caracterizam a intolerância, a partir daí são criadas ideologias racistas para justificar essas ações de violência, essa não aceitação a diversidade humana, acaba desencadeando de certaforma o preconceito.
A intolerância racial viola os Direitos Humanos e é crime no Brasil, nesse sentido, é importante pensar em possibilidades para conscientizar e pelo menos diminuir ou acabar com essas práticas de violência. O psicólogo pode contribuir de forma humanizada, planejando e executando métodos para promoção da igualdade, preservando o direito e a proteção dos indivíduos e grupos étnicos.
PARTE DE BEYLA
· Senso Comum e o conhecimento abstêmio:
No processo de evolução, a humanidade acumulou saberes que foram sistematizados como conhecimentos. A Filosofia nos auxilia nas funções teóricas e práticas a chegar a uma concepção do universo por meio da auto-reflexão. O senso comum contribui para que a ciência progrida. A partir de problemas do cotidiano das pessoas, surge a necessidade de pesquisar, de aprofundar interpretações dos achados e propor soluções para superar as dificuldades enfrentadas pela população. A ciência existe para esclarecer aspectos problemáticos do senso comum, fornece respaldo aos questionamentos e fundamenta cada conhecimento produzido em resposta às demandas.
A ciência alcançou tamanha legitimidade em nossa sociedade, que hoje acreditamos e seguimos somente o que é ciência. É somente ela que produz verdades, pois, confiamos plenamente nas receitas e nos remédios prescritos, nos laudos dos exames médicos, nas previsões da meteorologia, nas descobertas da arqueologia, nos cálculos da engenharia para a construção de edifícios sólidos, nos índices e porcentagens das pesquisas das mais diversas áreas. Abandonamos todo o nosso conhecimento prévio e a nossa vivência para aceitar e acreditar plenamente nas certezas produzidas pelo conhecimento científico. 
A racionalidade científica moderna é pautada na ideia hegemônica da ciência como portadora e produtora de verdades absolutas, e também como fim e meio para solucionar todas as inquietações e problemas da humanidade, estas idéias hegemônicas foram construídas nas relações sociais, para que os indivíduos tomem tais preceitos como verdade. Assim, temos uma percepção muito clara através de nossa vivência cotidiana, que a ciência criou em torno de si uma hegemonia, ela é sempre a última palavra.
Reconhecemos a utilidade da ciência para esclarecer aspectos problemáticos suscitados pelo senso comum, ou seja, para responder sob os cânones científicos aos seus questionamentos, bem como garantir a cientificidade das respostas produzidas para aqueles problemas. Faz-se necessário que os profissionais da saúde compreendam o elo entre a ciência e o senso comum, sob um prisma filosófico, para que, a partir dos dois conhecimentos existentes, possamos construir novos conhecimentos, levando a ciência para a realidade de cada comunidade sem menosprezar o seu saber, seu "senso comum".
· Sobre Etnia:
A raça é um constructo sociológico que faz sentido somente em um contexto histórico e no corpo de uma teoria, uma vez que não é possível definir geneticamente diferentes raças humanas. Trata-se de uma construção social que remete a discursos sobre as origens de um grupo com base em traços fisionômicos, transpostos para qualidades morais e intelectuais. Também há discursos sobre o lugar de onde se veio; nesse caso, são discursos que remetem à etnia, ou seja, ao conjunto de indivíduos que histórica ou mitologicamente tem um ancestral, uma língua em comum, a mesma religião e cultura, e compartilham o mesmo território. No Brasil, a distinção de raças, especificamente, é pautada: na cor da pele (concentração de melanina), nos traços corporais (como forma do nariz e lábios e tipo de cabelo) e na origem regional e social (o "jeito") (Guimarães, 2003).
A opressão, a discriminação e a humilhação social que são produzidas pelas desigualdades têm sido objeto crescente de investigação da psicologia (Gonçalves, 2004). O racismo presente nas relações étnico-raciais no Brasil é um fator determinante das desigualdades e produz humilhação social e sofrimento psíquico dos negros, além de justificativas naturalizantes das injustiças sociais, sendo importante evidenciar as contribuições da psicologia para o enfrentamento dessa problemática.
Silva (2000), em seu trabalho, também reflete sobre os efeitos do preconceito e da discriminação contra o negro, mas focaliza a necessidade de consciência política e engajamento na luta antirracista. Com base em narrativas de mulheres negras com experiência de participação política em lutas sociais, a autora mostra que a formação da consciência política é precedida pela consciência racial e que o sentimento de pertença ao grupo étnico-racial e suas tradições culturais podem oferecer ferramentas para o negro superar os mecanismos de opressão.
O momento é propício à psicologia para o debate rigoroso sobre as relações étnico-raciais, bem como sobre suas possibilidades como ciência e profissão de contribuir para uma maior compreensão do preconceito, da discriminação e do racismo. Ante os avanços dos marcos regulatórios (leis, decretos, portarias) e das políticas de proteção e promoção de direitos no Brasil, a psicologia vem sendo, cada vez mais, interpelada e chamada a contribuir para a compreensão das relações étnico-raciais.
PARTE DE ALEH
O conceito de raça é um conceito biológico, é um conceito atribuído a subgrupos de uma determinada espécie. A espécie humana não possui subgrupos e não possui subespécies, subcategorias. Logo essa referencia de raças, como a raça negra, raça branca e raça amarela, são inadequadas, pois diz respeito a classificação biológica, o correto da antropologia contemporânea é se falar etnia. E a diferente entre raça e etnia é que a etnia é o grupo definido pela mesma origem, mesma língua e mesma cultura.
Reconhecer as diferenças significa reconhecer o óbvio, ninguém é igual a ninguém, cada um tem uma digital diferente, DNA diferente, que faz cada um ser um sujeito singular. Cada singularidade constitui o eu do sujeito. Então o grande desafio do mundo atualmente é como se faz para conviver pacificamente aqueles que diferentes. 
Nós, humanos, ainda temos uma mente tribal, ou seja, nós só reconhecemos como merecedores do nosso acolhimento, do nosso afeto, aqueles que fazem parte da nossa tribo. A mente não reconhece o diferente como sendo merecedores do acolhimento, do cuidado que o grupo que participa da aos participantes do seu grupo. O mundo é dividido em tribos, cada continente é uma tribo, que não reconhece o outro. Então as tribos vão diminuindo, passando a ser uma tribo por cada país, depois a tribo se divide novamente, sendo uma tribo em cada estado e depois por cidade e assim continua, sendo uma tribo por bairro, por casa e por família. 
PARTE DE PIERRI
RACISMO ESTRUTURAL
O racismo é uma forma de discriminação que tem como ênfase a raça, se manifesta por meio de práticas conscientes e inconscientes, como o conjunto de hábitos situações ou falas embutidas em nossos costumes, essas promovem direta ou indiretamente o preconceito e a segregação racial. Sendo assim, as ideias preconceituosas surgiram a partir da colonização, os europeus eram considerados povos mais inteligentes e suas culturas eram predominantes aceitas atualmente, com isso, seguem a ideologia padronizada, como prova disso, no pensamento imaginário baseado nas legislações, que possuía a visão eurocêntrica, onde defendia homens brancos, religião cristianismo e homens.
Uma herança cultural, no que tange a condição do negro, no decorrer dos séculos veio estruturando estigmas e preconceitos, nesse momento a sociedade e os lugares e as oportunidades, ainda preservava o pensamento escravocrata, de certa forma calavam as vozes dos negros.
O racismo existe atua na vida das pessoas negras, até porque existe o racismo que foi estruturado ao longo do tempo que perpetua na contemporaneidade. Observa que a escravidão sempre foi justificada por teorias científicas, pois as pessoas negras são consideradas seres inferiores aos brancos, como prova disso há vários exemplos através de estudos e pesquisas científicase conhecimento empírico, os negros não ocupam as mesmas escalas.

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