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Desafios 1.1 A história da Antropologia Diante da leitura do excerto que segue, elabore uma defesa ou um parecer contrário à relação das políticas de cotas com a Antropologia. O texto deve conter os fundamentos para sua adesão ou não necessidade de política de cotas, tendo por base os argumentos de cunho antropológico. "Na relação entre antropologia e educação abre-se um espaço para debate, reflexão e intervenção, que acolhe desde o contexto cultural da aprendizagem, os efeitos sobre a diferença cultural, racial, étnica e de gênero, até os sucessos e insucessos do sistema escolar em face de uma ordem social em mudança. Nesse sentido, como ciência e, em particular, como ciência aplicada, antropologia e antropólogos estiveram, no passado e no presente, preocupados com o universo das diferenças e das práticas educativas. Se, como diz Galli, tais questões fazem convergir os estudos da cultura, no caso da antropologia, e dos mecanismos educativos, no caso da pedagogia, possibilitando a existência de uma antropologia da educação - tema e produto de uma grande conversa do passado -, isto também ocorre no presente, posto que a antropologia e a educação estabelecem um diálogo, do qual faz parte, também, o debate teórico e metodológico das chamadas pesquisas educativas, relacionadas às diversas e diferentes formas de vida que, neste final de século, estão ainda a desafiar o conhecimento. Em jogo, as singularidades, as particularidades das sociedades humanas, de seus diferentes grupos em face da universalidade do social humano e sua complexidade através dos tempos e, em particular, num mundo que se globaliza. Resta, pois, conhecer um pouco dessa história. (GUSMÃO, 2012). De fato, compreender as causas de uma política educacional malsucedida ou o porquê de determinados grupos sociais possuírem rendimento escolar diferenciado que os coloca em condição inferior na disputa por uma vaga nas universidades públicas, é de suma importância para a Antropologia. Questões como a formação cultural, diversidade étnica, entre outras devem ser muito bem conhecidas pelos educadores para que não se incorra no erro de se impor determinado modelo de educação https://ava.webacademico.com.br/mod/lti/view.php?id=214310 formal, em detrimento das qualidades e condições pessoais de cada indivíduo, principalmente nos anos iniciais do ensino básico. Desconsiderar a formação cultural peculiar a cada grupo ou segmento social e impor-lhes uma educação formatada de acordo com os grupos sociais dominantes tem sido um dos maiores erros do processo educacional e que tem levado a altos índices de evasão, dificuldades de aprendizagem e ao final, como consequência, a natural dificuldade de ser aprovado nos concorridos processos de seleção das universidades públicas. Aliás, a própria seleção é apresentada com um formato que desconsidera a diversidade cultural dos alunos egressos do Ensino Médio. Nesse sentido, citando apenas um dos aspectos dessa desconsideração do conhecimento e da cultura do aluno, Vieira, tratando da importância da antropologia da educação na formação de professores, destaca:Mas é verdade que o processo de ensino- aprendizagem na escola, com as suas metalinguagens, impõe-se hegemonicamente não só aos alunos de culturas com pouca proximidade com a escrita e leitura, e, também, às suas famílias, construindo, não só o insucesso e uma avaliação pela negativa, como também uma consciência de não ser capaz. Para subir os patamares da escada do saber escolar, a criança fica no dilema de se transformar em pouco escolarizado com poucas habilitações literárias ou reprovado, a via mais fácil para a sobrevivência do seu próprio eu cultural, e tantas vezes no seu próprio grupo doméstico, fugir da escola para trabalhar a terra, ou então, em se deixar e conseguir construir um oblato, o que implica a perda de sua memória e a adulteração da sua mente cultural. (VIEIRA, 2012). O fato é que, em razão do desconhecimento das individualidades de cada aluno e dos aspectos antropológicos atinentes aos diversos grupos sociais, étnicos e raciais que compõem o universo da população escolar do ensino médio, o modelo de educação formal que se tem trabalhado direciona-se tão somente àqueles setores sociais da população, que, coincidentemente, são aqueles mais favorecidos por esse processo educacional ao longo da história do ensino no Brasil. Assim, se esse processo já é construído, e desde os ensinos fundamental e médio, é direcionado a excluir determinadas formações culturais e a beneficiar outras, a consequência lógica é que, também, em um concurso vestibular ou outra forma de seleção qualquer, que tem por base avaliar exatamente esse processo excludente, apenas aqueles anteriormente beneficiados obterão sucesso.” A política de cotas deve ser levada em consideração, uma vez que uma breve passada de olhos pela nossa história recente, tendo como base estudos de antropologia social, comprova que nossa população tem uma diferença enorme na sua construção. Desde a sua própria formação, determinadas pessoas estão ausentes do acompanhamento estatal, e isso acaba por criar um fosso imenso que, de alguma maneira, pode ser minorado com essa política. Assim, não trata-se apenas como querem muitos de auferimento de méritos para o acesso à universidade, qualquer estudo antropológico que dê conta da diversidade em nosso país pode perceber que há distorções na formação básica, bem como, de feição subjetiva, ou seja, há mundos que não se intercambiam dentro de uma sociedade ainda eivada de preconceitos, por isso mesmo, faz-se necessário estudos dessa importância para que torne evidente que a questão das cotas procura, de alguma maneira, colocar em rota de multiculturalismo aquilo que até então fora conduzido sempre como cultura de dominação. Entender a estrutura antropológica de formação do povo, necessariamente contribui para a identificação das brechas deixadas por um histórico de colonização sobremaneira, do pensamento. A formação de qualidade como privilégio de uma determinada classe tornou as universidades singulares, deixando a riqueza da pluralidade de fora delas. Um local no qual o ensino se quer universal, não pode apenas ter ouvidos e vozes de apenas uma cor e região. 1.2 O fazer antropológico Neste Desafio você deverá opinar a respeito de como devem se portar os antropólogos diante dos cenários de guerra, ou seja, sobre a forma de fazer antropologia em territórios em guerra. Orientações ao aluno: 1 - Contextualizar os problemas de se trabalhar em um território assim. 2 - Construir novas ideias para os dilemas. 3 - Trabalhar o texto tendo em vista os comandos éticos da profissão. São variados os problemas enfrentados por antropólogos em áreas de conflito, como a dificuldade de identificarem-se enquanto pesquisadores https://ava.webacademico.com.br/mod/lti/view.php?id=214311 https://ava.webacademico.com.br/mod/lti/view.php?id=214311 em meio aos possíveis disfarces, ou ainda, na manutenção da lisura do seu trabalho, uma vez que estarão envolvidos com uma das partes do conflito e ainda a dificuldade de se partilhar informações e não saber se elas poderão prejudicar uma pessoa envolvida na pesquisa, e ao mesmo tempo no conflito. Todos esses são dilemas que os antropólogos enfrentam, desde a seara particular com questões éticas, que envolve a preocupação com o que seu trabalho irá causar, até uma dificuldade bastante objetiva que seria a de coleta de informações de pessoas assoladas pelo medo que paira em terrenos como esses. A atuação dos antropólogos talvez possa ser interessante se ela visar uma espécie de conhecimento para a prevenção de eventos futuros. 2.1 Cultura Os conflitos culturais, hoje e sempre, têm como causas principais as distinções culturais, desde aquelas que envolvem religião, linguagem e construções axiológicas. Tais diferenças levam as pessoas a um estágio de intolerância. Sendo assim,neste desafio, propomos a construção de um texto que procure estabelecer um diálogo que evidencie que a cultura é construída na história e assim, por vezes, os detentores do poder tomam para si o fio condutor criando uma espécie de ideologia que não permite às diferenças se manifestarem. Para a realização deste desafio você deverá observar: - a cultura como construção histórica; - a relação do poder com a cultura. Você poderá assistir ao filmeA vila, de M. Night Shyamalan, para fundamentar a discussão acerca deste tema. A cultura é aquilo que envolve o que o ser humano adquiriu em sua história, sejam conteúdos linguísticos, de vestimentas, maneira de se alimentar e se portar na presença dos outros. Nesse sentido, ocorre uma certa padronização das condutas, da maneira de se colocar perante a sociedade. A cultura cria uma espécie de uniformização das posturas, dos atos e influencia as relações entre as pessoas, que, por sua vez, encontram-se mediadas exatamente pela cultura. Ela seria nossa segunda natureza, https://ava.webacademico.com.br/mod/lti/view.php?id=214312 aquela que criamos para nos relacionar uns com os outros. Diferente dos animais, nós inventamos nossa cultura, e não apenas vivemos determinados naturalmente. Exatamente por essa capacidade inventiva, de onde se origina nossa natureza, é que podemos questionar se a criação da cultura não poderia ser obra dos detentores de poderes, sejam eles estatais ou econômicos. Isso não poderia implicar em uma espécie de obrigação a determinadas práticas dentro da cultura? Em outras palavras, a cultura não poderia começar a ser usada como forma de manejar a sociedade? Como forma de manipular suas ações e hábitos? São estas as principais questões a serem observadas, ou seja, os detentores dos poderes não poderiam ser os criadores do poder? O filme A vila mostra como o mal uso da construção cultural pode desembocar em uma tirania por parte de quem detém o poder. É nesse sentido que se mostra interessante perceber que a cultura é exatamente aquilo que distingue o ser humano e, por isso mesmo, deve ser pensada sempre, para que não se torne um monopólio e acabe por conflitar com a liberdade de cada indivíduo que compõe uma sociedade. 2.2 Universalismo. Relativismo. Multiculturalismo Neste desafio propomos que seja construído um pequeno texto que dê conta de algum conflito cultural contemporâneo dentro da questão de gênero: Para a realização desta atividade sugerimos: - discutir os problemas do choque civilizacional; - evidenciar as relações culturais que são impostas; - propor uma possível saída para a questão. O problema do encontro, fundado na diferença não se irá se extinguir enquanto houver humanidade. Constitui-se da e na diferença o que chamamos de homem e mulher. Assim, uma questão interessante para se discutir essa distinta relação com a diferença é exatamente o tratamento que determinados povos dão às mulheres. Enquanto em países que possuem uma religião oficial, o tratamento das mulheres é dado de maneira difícil para o entendimento no mundo ocidental, por outro lado, aqueles que condenam esses comportamentos, do lado de cá, pensam https://ava.webacademico.com.br/mod/lti/view.php?id=214313 https://ava.webacademico.com.br/mod/lti/view.php?id=214313 que há problemas com a maneira como as mulheres se portam em países ditos laicos. É um problema civilizacional, cultural e que atravessa a hermenêutica geral desses povos. Há então um choque! O universalismo proporia que as mulheres fossem tratadas como os ocidentais pensam ser o correto. O relativismo forte diria que cada cultura que cuide, à sua maneira, das mulheres. De outra monta, podemos convocar o multiculturalismo que supõe um encontro igualitário das diferenças e que, por isso mesmo, talvez possa nos indicar um rumo um tanto menos distante do razoável. Assim, talvez o uso da mulher como se fosse um utensílio da sociedade não fosse a melhor saída. Nesse sentido, há que se conceder às mulheres o direito de existirem enquanto humanos, sem distinção de gênero. As culturas, sendo elas incompletas e imperfeitas, necessitam de se ouvirem. Essa alternativa pode conduzir a uma tratativa mais bem realizada em relação às mulheres. É certo que parece que os valores ocidentais em face das mulheres seriam mais adequados se a mulher fosse vista como ser humano. No entanto, precisamos ouvir os orientais e suas justificativas. Nelas podemos ler quase sempre maneiras de interpretação de ensinamentos religiosos. Por isso dizemos que seria um problema de hermenêutica, pois uma possível saída talvez esteja em uma interpretação assistida pela hipótese da mudança. Como se fosse uma velha estrada, a ser percorrida por novos passos. É um confronto entre o velho e o novo, entre o ontem e o hoje que nos assombra com suas novidades. Mas o ser humano é antigo, cheio de manias e defeitos, e que, por isso mesmo, é que não podemos tapar os ouvidos para os próximos olhares que virão. As mulheres têm papel crucial na história da humanidade. Não ouvi-las, calar sua voz, seria o mesmo que borrar parte do que nós somos. A tradição precisa falar com a novidade, sob pena de se tornar um idioma não mais entendido. O multiculturalismo é ouvido. Voz que vem em tom feminino, tão mais suave e necessária em tempos de conflitos tão masculinos. 3.1 Estudos culturais. Neste desafio, propomos a escrita de um texto que identifique os estudos culturais como uma maneira de cumprimento dos direitos humanos. Sabemos que o reconhecimento da diferença estaria no cerne dos direitos humanos, daí a proposta que dialogue com essa construção. https://ava.webacademico.com.br/mod/lti/view.php?id=214314 Para a realização do desafio você deverá: - discutir o conceito de estudos culturais; - explorar uma dimensão na qual os estudos culturais contribuam para os direitos humanos. Os estudos culturais se propõem, por exemplo, a minimizar um problema ideológico que está aliado à ideia de uma apropriação cultural na qual um determinado grupo com hegemonia para a dominação, em questões de linguagem, por exemplo, bem como comunicacional, acabam por impor uma determinada maneira de estar, uma cultura, e nesse período, abandonam aquilo que não estaria aliado ao pensamento majoritário. Assim, criam-se problemas que resultam em preconceitos. Podemos relatar desde a maneira como a cultura é ensinada nas escolas, nas quais estudam-se questões relacionadas muito mais a um processo de colonização, do que propriamente as diversas culturas que compõem o país de origem. A religião, a música e até mesmo o tipo de arte são pontos que devem ser observados. Nesse sentido, sabemos exatamente como se forma uma família católica e sua determinação social e histórica, mas perguntamos: qual o motivo para as religiões de matriz africana serem por tanto tempo ignoradas? Há uma religião e uma sub-religião? Por outro lado, também observamos um preconceito em relação à própria musicalidade que não se adapta às regras de um certo “mercado”; seria essa também uma dimensão de colonização que impede um conhecimento mais profundo e plural? A partir dessa reflexão, podemos pensar na própria formação do Congresso Nacional no qual possuímos uma vasta bancada evangélica e pouquíssimos parlamentares a darem voz a essas religiões ditas minoritárias. Pode-se dizer que os estudos culturais, quando investigam essas estâncias da construção cultural, colaboram para uma melhor compreensão da comunidade e, por conseguinte, uma melhor aceitação da diferença. Os estudos culturais servem aos direitos humanos. 3.2 Cultura política Neste desafio, propomos a construção de um texto que dialogue com alguma forma de exercício de hegemonia dentro do tecido social. Diz o ditado "que uma mentira dita várias vezes torna-se uma verdade". Nesse sentido, explicite um fato no qual se aplica e se explora o conceito de hegemonia. Para tal, você deverá: https://ava.webacademico.com.br/mod/lti/view.php?id=214315- construir a ideia de hegemonia; - relacionar o conceito com uma questão sociopolítica contemporânea. Pode-se perceber a ideia de hegemonia sob diferentes aspectos. É sempre importante notar que junto dela tem-se um pensamento chamado "naturalização". Na naturalização, um grupo hegemônico procura construir uma subjetividade que quer incutir no imaginário determinadas construções históricas como dados naturais. Essa relação de um grupo hegemônico, que sugere tal pensamento, acaba por criar aquilo que se chamou ideologia em sentido negativo, ou seja, uma distorção, ou mesmo inversão, dos fatos, para determinar o jeito das pessoas ver o mundo. Assim, é possível perceber essa questão quando notamos uma determinada dimensão de igrejas querendo tomar para si a maneira correta de se interpretar os textos bíblicos. Ou ainda, quando grupos extremistas dizem que casais de mesmo sexo estão contra a ordem natural. Veja que por muito tempo, quando a Igreja compunha essa hegemonia de pensamento, tal preconceito era naturalizado e, de certa maneira, as pessoas se calavam aceitando-o. Logo, é possível perceber no discurso homofóbico, que nem sempre é o mesmo de todas as igrejas, mas que representa uma parcela, aquilo que se pensou sobre a tentativa ou aplicação de sua hegemonia. Dessa maneira, procura-se construir uma subjetividade unívoca que não aceita a diferença. Podemos dizer que a hegemonia do discurso é um dos embriões dos preconceitos de várias formas. 4.1 Direitos humanos. Identidade e Alteridade Neste desafio, propõe-se a construção de um texto dissertativo que dê conta de um evento contemporâneo que afeta a ideia de alteridade e, por conseguinte, os direitos humanos. Para a realização do desafio considere os seguintes itens: - a ideia de alteridade na dimensão de Lévinas; - relação do problema suscitado com as questões contemporâneas de direitos humanos. https://ava.webacademico.com.br/mod/lti/view.php?id=214316 https://ava.webacademico.com.br/mod/lti/view.php?id=214316 A questão da alteridade é tema que perpassa todo o conteúdo de direitos humanos nos dias atuais. O pensamento de Lévinas é, na verdade, um apelo ao outro. Assim, com a ideia de que a existência do ser humano se dá a partir e na dimensão do rosto do outro, ele nos impulsiona a uma ética limite, que ensina a deixar o outro vir antes que o totalizemos com nossos conceitos racionais. Essa dimensão ética, portanto, inaugura uma responsabilidade perante o outro, esse estranho que nos é diferente e, ao mesmo tempo, partilha conosco a história na qual estamos inseridos. Assim, perceber essa questão nos conduz a notar que diversas disputas em face dos direitos humanos carecem do termo alteridade para que sua compreensão se dê de maneira mais esclarecida. Entre nós, podemos pensar na população carcerária que cresce todos os dias, mesmo com algumas pessoas defendendo o aumento de penas. Em nosso país, o aumento da população carcerária não diminui o número de homicídios, por exemplo. Logo, percebemos uma mostra irrefutável de que o esquecimento do rosto do outro enquanto preso significa um descaso em face dos direitos humanos. A prisão cumpre o papel de uma espécie de "higienização social", na qual uma parcela empobrecida da população fica à mercê do direito penal, enquanto uma outra parcela nem sequer chega a ser investigada. A relação do sistema prisional com a pobreza desvela uma face complicada de nossa sociedade e de nosso poder judiciário que se divide entre pessoas que "merecem" ser condenadas e viverem em condições sub-humanas e pessoas que precisam de cuidados mais generosos. Assim, esta reflexão crítica quer mostrar que a alteridade é a saída para a questão dos direitos humanos. O rosto, portanto, não pode ser tratado de maneira diferente por conta da questão social. Logo, para que tenhamos uma política real de direitos humanos, o outro não pode ser rotulado a priori. Por isso mesmo, reconhecê-lo como aquele que me permite estar no mundo nos inunda de responsabilidade ética, o que, por si só, não nos permitiria achar normais as condições com as quais essas pessoas têm que conviver. O senso comum considera natural tratar alguns seres humanos como animais. Essa selvageria não tarda em bater à porta destas mesmas pessoas que imaginam que nem todos os humanos devem ter seus direitos resguardados. 4.2 Família e parentesco Neste desafio, propomos a construção de um pequeno texto que argumente a favor da pluralidade da construção familiar e seus https://ava.webacademico.com.br/mod/lti/view.php?id=214317 efeitos ante a sociedade. Para a realização do trabalho, você deverá observar os seguintes itens: - o fundamento da família; - a existência de várias famílias; - o reflexo dessa formação na construção social. O modelo de casamento entre pessoas de sexos distintos e a formação do modelo cristão de família dominaram grande parte das construções sociais sobre o tema. Essa ideologia acabou enterrando, sob a caricatura de uma sociedade normal e correta, as diferentes acepções de família. Nesse sentido, é de suma importância perceber o que vem ocorrendo em nosso país, no qual diferentes tipos de família estão sendo validados pelo ordenamento jurídico, garantindo-lhes existência legal. Assim, a diversidade familiar mostra uma face mais plural e igualitária da sociedade. Isso reflete diretamente na própria relação entre seus participantes, pois, enquanto pensávamos, por exemplo, que a família seria esgotada a partir do casamento, expulsávamos do seio social uma série de pessoas que não estavam presas a esses moldes. A partir dessa prática, surgiu a ideia de que a família não estaria presa ao casamento e que sua fundamentação seria o afeto e não o vínculo matrimonial, executando uma verdadeira revolução no conceito de família. Essa revolução da dignidade necessariamente transforma a sociedade; valores como a diferença e a tolerância ante o outro são necessários para a democracia. Mudar o fundamento da família é uma ação atual, cujas mudanças poderemos analisar apenas daqui a algumas décadas. Mas, as principais que seriam a liberdade e a pluralidade, que respeitam a igualdade, já estão em evidência. O ser humano é quem ganha. O preconceito e a discriminação perdem com essas novas maneiras de pensar. 5.1 Etnografia Neste desafio, você deverá redigir um texto que dialogue com os pontos positivos e os negativos do trabalho do etnógrafo. Ou seja, até que ponto a pesquisa contribui e em que medida pode deturpar e mesmo extinguir uma determinada cultura? Nesse caso, considere uma relação com uma tribo indígena. Ela seria positiva ou negativa? Para realizar esse desafio, você deverá atender aos seguintes itens: https://ava.webacademico.com.br/mod/lti/view.php?id=214318 - Escrever acerca do trabalho dos etnógrafos. - Levantar pontos positivos e negativos do encontro entre as culturas. - Concluir se há mais pontos a favor ou contra esse trabalho. Discutiremos a questão do trabalho que os etnógrafos fazem quando empregam o método de observação participante, no qual o pesquisador adentra à cultura, tomando parte de seus hábitos e tornando sua a rotina cultural dos nativos. Nesse sentido, surgem as questões, ou seja, podemos perceber pontos positivos e negativos. Vamos a eles. Tomando como exemplo o Brasil e a atuação dos pesquisadores nas aldeias, não podemos afirmar ao certo se foram precisamente positivos ou negativos. O certo é que o encontro entre o homem branco e o índio pode ser interessante, por um lado, para a preservação da cultura indígena, assim como pode ser extremamente ofensivo, por outro. Ora, se não tivesse ocorrido esse choque de culturas, os índios estariam vivendo melhor que nos dias atuais? O que o homem branco leva para as aldeias, por exemplo, contribui, de fato, para uma melhora das condições dos indígenas? Se esse encontro não tivesse ocorrido, alguns problemas para os quais ohomem branco tem a solução, talvez o índio sequer precisasse dela em sua cultura. Outro ponto importante a ser considerado é o de que o encontro traz a evolução da cultura, sendo este inevitável dadas as condições de relacionamento e interesses nos quais nossa sociedade está inserida. E ainda, os índios se beneficiam com as novidades trazidas pelo homem branco. Estes pontos são argumentos válidos, mas é preciso saber se algum indígena foi questionado acerca do contato, ou se apenas a vontade do homem branco seria o bastante para justificar essa relação. Ou ainda, qual o verdadeiro interesse em áreas nas quais os índios vivem? A pesquisa que se justifica cientificamente não é inconsistente na justificativa social? Ou seja, se quisermos conhecer nossos antepassados, não deveríamos antes deixá-los se mostrarem? Eles são obrigados a essa relação? O terreno considerado é extremamente complexo. Mas, é necessário considerar que o contato, por si só, já traz modificações de uma cultura para a outra. Assim, a questão é saber se há uma colonização, mesmo que mínima, de quem explora. Até onde os hábitos não se misturam? Não há aqui uma acusação em relação ao trabalho realizado, contudo, são questões importantes que se identificam com a questão da colonização, do respeito à cultura e das relações entre diferentes costumes. E saber até onde é benéfico para o pesquisado ser objeto de estudos. Há mais perguntas que respostas, mas a Etnografia deve respeitar o outro e ser cuidadosa. Este sempre foi o primeiro passo para um trabalho ético nessas circunstâncias. 5.2 Religião. Neste desafio sugerimos a produção de um texto crítico acerca da relação: religião x controle social. Para a realização deste trabalho você deverá desenvolver: - a ideia de religião com estruturadora social; - a religião como componente ideológico. A religião, sem dúvida, é um dos principais alicerces de estruturação social. Nela podemos reconhecer um forte componente que sustenta a vida em sociedade, bem como direciona grande parte das ações humanas. Seus ritos estão incrustados no imaginário social. Figuras religiosas, como o casamento, a monogamia, o pecado, são figuras que, em verdade, vivem no imaginário das pessoas e acabam por se tornar parte de sua vivência. A religião, entranhando seus modos dentro do fazer social, acaba por se naturalizar, tornando-se objeto irreflexivo no seio social, adquirindo, portanto, ares de normatividade. Nesse ponto, então, fica claro que a religião trabalha junto com as demais ordens normativas na construção da normatividade social. Nesse sentido, ela atua de maneira a construir uma parcela considerável do imaginário das pessoas, constituindo assim um forte elemento de controle social e que pode ser usado de forma negativamente ideológica. A religião, como atua dentro do terreno da fé, por vezes torna-se irracional, levando as pessoas a cometerem atos discutíveis. E assim, quando a religião é utilizada para alcance de outros fins e, ao mesmo tempo, utilizada para construir situações ideologicamente questionáveis, podemos referir à mesma como uma componente negativo. A fé religiosa tem um fundo interessante pelos fins de altruísmo, mas nem sempre é isso que percebemos, sobretudo quando há extremismos envolvidos. Sabe-se, desde sempre, que a relação da religiosidade com a política pode ser perigosa e, por vezes, até mesmo violenta. https://ava.webacademico.com.br/mod/lti/view.php?id=214319 6.1 O colonialismo No livro O universalismo europeu, o autor fala da criação do sistema "mundo europeu", que significaria basicamente a inserção de maneira violenta da cultura europeia como sendo a única e a melhor maneira de viver. Estabelecendo-se que as culturas existentes em solo latino- americano, por exemplo, deveriam ser erradicadas, a fim de se constituir uma evolução da sociedade. Dentro desse quadro, construa um texto, em que opte pela defesa dos invasores europeus ou pela defesa dos indígenas. Nessa construção, é importante explorar o conceito de colonialismo e mostrar suas nuanças; por um lado a defender os povos indígenas da dizimação de sua cultura, e por outro, evidenciando os pontos positivos da evolução da sociedade, que aparece a partir do contato com as novidades e diferenças. 1 - Elaborar um texto, de uma lauda, que tenha como base a fundamentação da escolha do lado a ser defendido: indígenas ou europeus. 2 - Evidenciar o que seria o colonialismo, e como ele se deu com a chegada dos europeus na América Latina. 3 - Explicar os motivos para a aceitação da colonização como uma maneira de se construir uma sociedade mais evoluída. A questão da colonização pode ser vista sob duas perspectivas: a do colonizador e a do colonizado. Na primeira, a mais passível de críticas, aparecem relatos que vão desde a dizimação de uma cultura até o esquecimento do culto ao passado. No entanto, é importante perceber que há nesse encontro entre culturas um componente importante. Estamos nos referindo aos frutos que nascem quando duas culturas se encontram. A história nos mostra que essa simbiose é inevitável, ou seja, desse encontro nascem novas dimensões para o ser humano, tornando mais fáceis e evoluídas as relações sociais. Assim, em relação à chegada dos europeus à América Latina, podemos perceber que a ideia de colonialismo possui diferentes dimensões. Queremos mostrar que a colonização acompanha a própria marcha do humano na construção de seu tempo. Expliquemos. O encontro entre culturas possibilita que ambas sejam tocadas, uma pela outra, e isso as conduz a um avanço que as recria e reinventa, culturalmente. Esse outro https://ava.webacademico.com.br/mod/lti/view.php?id=214320 lado é importante, os povos ameríndios, a partir do contato com o europeu, acrescem sua cultura e recebem ensinamentos, outrora desconhecidos. Os valores são tocados, isso implica não uma mera dizimação de culturas, mas sim, a construção de novas. Nesse sentido, o conceito de colonialismo pode ser percebido de maneira menos negativa, não apenas com o maniqueísmo do bom e do mau. Há, em verdade, na concepção que trazemos, uma verdadeira abertura de possibilidades para as culturas, na qual o encontro figura como mola que impulsiona as mesmas para um local desconhecido pelas culturas antes do encontro. Não há um simples choque de culturas, mas um encontro que será sempre fecundo. Quando falamos do encontro entre culturas, da colonização, estamos pensando, portanto, na própria história da humanidade, que se reinventa exatamente por trazer em seu DNA a própria característica de inacabamento. O ser humano é um animal inacabado. E sua tarefa é sua própria construção, sendo assim, a colonização será inevitável para o avanço das culturas. 6.2 Globalização e Cibercultura. Neste desafio, propomos a elaboração de um pequeno texto que aborde a questão: "E quem não é global?" Para tal, percorra os seguintes caminhos: • encontre um conceito de globalização; • faça a inserção desse conceito no tema para evidenciar possíveis classes que estejam fora do processo de globalização, apontando vantagens e pontos negativos. Sabe-se que o termo globalização alcança diferentes rumos, ou seja, desde a questão econômica até as dimensões social, política e mesmo humana. Nesse sentido, podemos pensar a globalização como um fenômeno que perpassa a própria noção de realidade, de tempo e de espaço, resultando em uma nova face do próprio ser humano. Quando nos referimos ao uso da internet que, de maneira tão rápida e eficaz, alcança um número infinito de pessoas, misturando-nos em culturas distantes, significa dizer que somos seres hoje globalizados. https://ava.webacademico.com.br/mod/lti/view.php?id=214321 Esse, portanto, seria o paradigma atual que é discutido ao redor do mundo. No entanto, há que se cuidar acerca dessa ideia como algo geral. Ao mesmo tempo que possuímos a percepção de um envolvimento nessa cadeiaintercomunicacional, podemos levantar uma suspeita sobre a ideia da globalização como um efeito, de alguma maneira, imposto a determinadas pessoas e pensar a possibilidade de algumas delas sequer estarem envolvidas nesta dimensão. Ou seja, referimo-nos à globalização como uma imposição ideológica que não alcança a todos e, por isso mesmo, torna essas pessoas excluídas de uma ideia de normalidade. Assim, quem não tem condições, seja financeira, seja social, de conviver globalmente estaria fora desse novo conceito de ser humano? O indivíduo que vive em um lugar afastado de seu país, sem contato com essa movimentação, poderia ser considerado o bárbaro dos dias atuais? E as pessoas que não estão interligadas por motivos culturais, estão fora da realidade? A globalização é uma norma? Qual é a punição para não segui- la? As reflexões, nesse sentido, seguem na direção de uma busca necessária por uma sociedade interligada, mas, ao mesmo tempo, interligada pelas condições de igualdade. Dentro dessa proposta, pensamos em uma globalização da igualdade na qual até mesmo o bárbaro tenha a possibilidade de existir dignamente sem que sua percepção de mundo seja devastada pelo imperativo da globalização.
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