Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fundamentos da Fotogra�a Aula 2: Câmeras fotográ�cas Apresentação Desde que a primeira fotogra�a foi feita por Niépce em 1826, milhares de modelos de câmeras foram produzidos e vendidos no mundo todo, cada um com suas características e particularidades (tamanhos, modelos e formatos de �lmes e sensores). Mas, uma característica é comum a todos, a câmera escura, que pode ser utilizada hoje em dia, fotografando apenas com uma latinha com um furo e um papel fotográ�co dentro. Atualmente, os modelos de câmeras digitais, principalmente as dos celulares, são os mais conhecidos e utilizados. Mas, nem sempre foi assim. Existem muitos outros modelos e formatos de câmeras existentes, utilizados por fotógrafos pro�ssionais e os amadores mais exigentes. Os fotógrafos pro�ssionais, dependendo de sua área de atuação, usam formatos (tamanho de �lme ou sensor) diferentes, para capturar melhor o que precisam mostrar com sua fotogra�a. Objetivos Identi�car os tipos de câmeras existentes e seus suportes para formação, gravação e armazenamento da imagem; Analisar qual câmera (modelo e formato) melhor se aplica para cada tipo de fotogra�a. As câmeras fotográ�cas Você já fotografou com uma pinhole? • Uma lata, com um furo no centro, é o modelo mais simples de câmera que já se inventou. E, melhor, pode ser feita em casa. • A câmera pinhole, do inglês pin (al�nete) e hole (furo), é uma lata ou caixa, bem vedada, com um furinho, por onde entra a luz que registra a imagem captada no papel sensibilizado ou �lme no seu interior. • Depois de feita a foto, deve-se revelar no laboratório, com químicas para revelação, esse papel ou �lme. Câmera pinhole e fotos. Foto de arquivo pessoal, Marcia Costa Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online No mercado, existem milhares de modelos de câmeras. As que encontramos nos celulares (câmera mobile) são as mais populares e de fácil acesso. Quase todo mundo tem uma câmera dessas, hoje em dia. Com o advento da fotogra�a e sua evolução, diversos foram os modelos de câmeras que surgiram. Isso exigiu, também, que elas fossem divididas em categorias, tanto para os modelos analógicos (�lme) quanto nas digitais (sensores). As câmeras compactas são as mais baratas e populares que existem nos modelos analógicos (�lme de rolo 35mm) e nas digitais, nas quais podemos enquadrar as câmeras mobiles (celulares). Câmeras compactas analógicas. Foto de arquivo pessoal, Marcia Costa Câmera compacta digital. Foto de arquivo pessoal, Marcia Costa Câmera de celular. Foto de arquivo pessoal, Marcia Costa Os modelos analógicos são de fácil manuseio. Normalmente, ajusta-se apenas a sensibilidade (Iso/Asa) do �lme, com pouca variação, entre 100 e 400. Algumas possuem motor para passagem da chapa do �lme, outros têm uma pequena lente zoom. Tudo bem simples, com relação ao que conhecemos hoje. Entretanto, uma característica é comum às analógicas compactas: o erro de paralaxe. Mas o que seria isso? Pelo fato da imagem através do visor da câmera não corresponder ao mesmo enquadramento da imagem da objetiva, muitas fotos saíam com uma das extremidades cortadas e esse erro era notado apenas após a revelação do �lme. Para que o usuário não tivesse este problema, alguns modelos apresentavam, no visor, um retângulo pontilhado indicando o espaço para o enquadramento correto e sem cortes. Erro de paralaxe, apresentado nas câmeras compactas de �lme 35mm. A imagem que entra pela objetiva tem ângulo diferente do visor da câmera. Por isso, muitas vezes, as fotogra�as saíam cortadas em suas extremidades. Hoje em dia, as digitais compactas estão muito melhores. Com mais con�gurações disponíveis, como uma escala de ISO maior, balanço de branco, modos de exposição diversos. Alguns modelos se assemelham aos modelos pro�ssionais no tipo de corpo, outros até trocam a objetiva, há os modelos de SuperZoom, com um longo alcance, muito utilizadas por amadores que fotografam natureza e desejam ajustes mais precisos para as fotos. Os fotógrafos pro�ssionais ou amadores mais exigentes utilizam os modelos de câmeras SLR (Single Lens Re�ex) ou simplesmente Re�ex. Na maioria, as SLRs não apresentam erro de paralaxe (nos modelos analógicos), mas apresentam fator de corte, de acordo com o tamanho do sensor (nos modelos digitais, DSLR). Na Re�ex, a imagem que entra pela objetiva é re�etida em um espelho, atravessa um vidro despolido (que tem a função de inverter a imagem e colocá-la de cabeça para cima, já que ela se forma de cabeça para baixo), e é visualizada pelo fotógrafo, no visor da câmera. Saiba mais Leia o texto O que é uma DSLR? javascript:void(0); Esse modelo de câmera também permite a troca de objetivas. Isso facilita e muito, a vida do fotógrafo. Os modelos re�exes possuem alguns formatos diferentes, tanto nos modelos de �lme quanto nos digitais. Vejamos: Câmeras de grande formato São câmeras que possuem fole ou sanfona na frente do corpo, negativos (em forma de chapas únicas, que são trocadas a cada foto), nos modelos analógicos. E, no digital, sensor bem grande (9 X 11 polegadas, em torno de 22 X 27cm), que não apresentam corte e permitem uma de�nição grande de detalhes e nitidez. São muito utilizadas em fotos para propaganda e moda, pois exigem uma qualidade de imagem excelente. Médio formato No sistema analógico, são câmeras com negativos maiores, nos tamanhos 6 X 6cm, 6 X 7cm que utilizam �lme 120mm. A mais popular é TLR (Twin-Lens Re�ex). Uma marca famosa nesse modelo é a Rollei�ex. Esse tipo de câmera possui duas objetivas. A objetiva superior direciona a imagem para um espelho, que a re�ete para parte de cima da câmera, por onde o fotógrafo vê a imagem. A lente de baixo é a que realmente faz a foto. As duas objetivas �cam próximas uma da outra, tornando mínimo o erro de paralaxe. Alguns modelos têm um indicador para a correção desse erro. No sistema TLR, o espelho é �xo. Por isso, a necessidade de duas objetivas. Na SLR, esse sistema (re�ex) foi aperfeiçoado, o espelho �xo na TLR passou a ser móvel, o que permitiu a visualização da imagem pela própria objetiva que faz a foto. As marcas mais conhecidas em médio formato são: Hasselblad, Bronica e Mamiya. O modelo re�ex, em formato médio, também está presente no sistema digital, com câmeras que possuem sensor no tamanho (43,8 × 32,9mm), muito utilizadas por pro�ssionais que precisam de mais de�nição de cor, nitidez e detalhes na imagem, como na fotogra�a publicitária. Pequeno formato São as câmeras pro�ssionais e utilizadas pelos amadores exigentes, com �lme 35mm. Apresentam negativo em rolo, no tamanho 24 X 36mm. Possuem versatilidade, rapidez de manuseio e um conjunto de acessórios que permitem fotografar qualquer tipo de evento. Câmera analógica profissional, de filme 35mm Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Esse modelo encontra-se também no sistema digital, em câmeras de categorias diferentes, que se apresentam da seguinte forma: Iniciantes (ou de entrada) Também chamadas de semiprofissionais, apresentam fator de corte. Intermediárias Algumas com fator de corte e alguns modelos full frame – raros. Avançadas Modelos full frame. As que possuem sensores menores (APS-C) são conhecidas como cropadas ou com fator de corte. A relação entre a distância focal (milímetro) da objetiva e seu efeito sobre a captação da imagem é diferente, essa relação entre os 35mm do �lme e o tamanho do sensor é conhecida como fator de multiplicação. Externamente, as câmeras se assemelham, e, para saber exatamente o tamanho do sensor, é necessário ler as especi�cações de cada câmera. Corpo de câmera fullframe Nas câmeras digitais cropadas, que usam objetiva intercambiável de câmera analógica ou full frame, será importante saber o fator de conversão no momento da aquisição da objetiva. A maior parte das câmeras digitais SLR de entrada é dotada de sensores de fator de conversão de 1,5x (Nikon) ou 1,6x (Canon). Isso signi�ca que uma objetiva de distância focal de 50mm (conhecidacomo normal), usada na câmera analógica de 35mm ou na full frame, tem um ângulo de visão de cerca de 80mm (meia tele) na câmera digital cropada, devido ao tamanho do sensor ser menor. Podemos exempli�car que os sensores das câmeras digitais seguem mais ou menos esses tamanhos: Uma digital compacta tem sensor de 7.2 X 5.3mm. Uma DSLR cropada tem um sensor no tamanho de 22,3 X 14,9mm, proporcionando enquadramento mais estreito na imagem na hora de fotografar; diferentemente das câmeras full frames, com sensores na medida dos negativos, 24 X 36mm, tem o quadro cheio com a imagem. As câmeras de celulares possuem sensores ainda menores que os das compactas. Isso não chega a ser um grave problema, as digitais SLRs, que apresentam fator de corte, podem ser adquiridas com objetivas com distâncias focais menores como uma objetiva zoom 18–55mm que apresenta um ângulo de visão referente à distância focal de 28,8 X 88mm. Os sensores e os pixels Você sabe onde está localizado o sensor da sua câmera? O sensor �ca posicionado atrás da cortina do obturador, mesma posição por onde passa a película fotográ�ca nas câmeras analógicas. Quando o obturador se abre, a luz atravessa e atinge o sensor, registrando a imagem que será enviada para o cartão de memória da câmera. Nas compactas, ele �ca posicionado atrás da objetiva, antes do seu LCD. Nos celulares, o sensor �ca atrás da lente. É no sensor de cada câmera que estão acomodados os megapixels. Uma unidade que mede a resolução de dispositivos óticos (isto é, a quantidade de pontos que a imagem tem). Você sabe qual a função desses pixels? Eles não in�uenciam tanto na qualidade da imagem, e sim, no tamanho da foto (resolução), de�nindo qual o tamanho da ampliação que será possível fazer, de acordo com a quantidade de megapixel utilizada na captura da imagem. Quanto maior a quantidade de pixel em uma foto, maior será o tamanho de ampliação possível. Ao adquirir uma câmera digital, muitas vezes o que observamos é a quantidade de megapixel. Quantos a sua câmera possui? 18 MP, 24 MP, 36 MP. Esse valor de pixel só é obtido se fotografarmos em alta resolução (L). Quando se diminui a resolução da imagem para Média (M) ou Baixa (S), esse valor de megapixel também diminui, consequentemente o tamanho para sua ampliação, também. Dica O valor em megapixel é encontrado multiplicando-se a largura pela altura da imagem. Por exemplo, uma imagem com resolução 2048 x 1536 tem uma resolução de 3.145.728 pontos, ou seja, 3,1 megapixels. Na hora do clique, podemos escolher a resolução desejada para fotografar. Quanto menor a resolução, maior a quantidade de fotos que serão armazenadas no cartão de memória. Dessa forma, você pode avaliar o seguinte: qual a �nalidade da imagem que você está registrando? Seu cartão está �cando cheio e ainda quer fazer mais outras fotos? Você poderá diminuir a resolução de captura se as fotos forem utilizadas para envio pela internet ou não desejar fazer grandes ampliações. A questão com relação à quantidade de megapixel, é o tamanho do sensor. Se ele for pequeno (câmeras compactas) e a quantidade de pixel muito grande, a qualidade da imagem não �ca muito boa, pois o espaço é diminuto para armazenar uma quantidade grande de pixel. Desse modo, eles �cam mal acomodados dentro do sensor, não recebendo luz su�ciente para formação da imagem como deveria, já que precisamos da luz para formar a imagem fotográ�ca. Por isso, muitas vezes, a imagem tem uma qualidade ruim e cores opacas, pois nem todos os pixels receberam luz como deveriam, porque a quantidade pixel é muito grande para o pouco espaço. Dica Muitas vezes, as pessoas dizem que as câmeras maiores (pro�ssionais) produzem fotos melhores, pois o tamanho do sensor é muito maior, principalmente a full frame, e acomodam melhor grandes quantidades de pixel. Arquivos digitais Você já deve ter ouvido falar em arquivo RAW (que traduzido signi�ca cru) ou JPEG (Joint Photographic Expert Group). As câmeras digitais possuem dois formatos de arquivos eletrônicos para captura das imagens que são formadas pelos pixels no sensor da câmera. Você pode escolher entre dois formatos: JPEG ou RAW (CR2 para Canon/NEF para Nikon). As diferenças entre eles são muito grandes: Clique nos botões para ver as informações. É o mais popular. É o que a maioria das pessoas utiliza por ser um arquivo, até certo ponto, leve e existente em todas as câmeras, inclusive na do celular. Você pode escolher, ainda, o grau de compressão da imagem, �na ou standard. Isso ajuda na hora de precisar fazer mais algumas fotos e o cartão estiver quase cheio. Entretanto, é o tipo de arquivo de captura que não permite erros de iluminação natural ou do �ash, pois, será difícil de corrigir na pós-produção em um programa de edição de imagem. JPEG São os arquivos nativos das câmeras. Conhecidos como arquivos crus ou negativos digitais. Possibilitam uma �delidade de cor, bem próxima ao real. São arquivos muito pesados, sendo 2 a 6 vezes maior que o JPEG. Muito utilizados em fotos pro�ssionais que necessitam de uma qualidade de imagem, nitidez e exatidão na cor. São encontrados nas compactas avançadas e nas câmeras pro�ssionais. Muitos fotógrafos utilizam este arquivo para fotografar eventos e ajustar o necessário em programas de edição de imagem. Se, durante a sessão fotográ�ca, ocorrer um erro de ajuste na câmera e a foto sair com muita ou pouca luz, por exemplo, é possível, quando da captura em RAW, fazer a correção em programas de edição de imagem, pois sua extensão de correção é bem superior do que a do JPEG, permitindo grandes ajustes. Após o tratamento, a foto poderá ser salva em JPEG ou TIFF (Tagged Image File Format), mantendo seu arquivo RAW em outra pasta, caso queira fazer outros ajustes posteriormente. O processo de gravação é bem mais lento por causa de seu tamanho. Por isso, são necessários cartões de memória com velocidades altas de gravação. RAW - CR2/NEF Tipo de arquivo muitas vezes usado após o tratamento da imagem. Ele mantém a �delidade das cores melhor que o JPEG. Entretanto, é necessário saber se o laboratório ou a grá�ca aceitam arquivos nesse formato para impressão de seus arquivos de imagem. Não é encontrado nas câmeras digitais de pequeno ou médio formato, mas existem modelos de grande formato que já fazem captura em TIFF. É tão pesado quanto o RAW e não possibilita uma faixa tão grande de ajustes na edição de imagem, após a captura. TIFF Que câmera usar? Após conhecer os tipos e modelos de câmeras fotográ�cas existentes, podemos analisar que para cada tipo de utilização da fotogra�a, temos câmeras mais apropriadas para captura da imagem. Os amadores dispõem de vários modelos e marcas no mercado, desde as câmeras de celular até as de pequeno formato pro�ssionais, para os mais exigentes. Já os fotógrafos pro�ssionais precisam analisar o tipo de trabalho fotográ�co a realizar. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Para a maioria dos serviços fotográ�cos, as câmeras pro�ssionais intermediárias e avançadas são bem apropriadas. Exemplo: Coberturas de eventos sociais (casamentos, festas em geral), jornalismo e pequenas produções em estúdio ou externas (ensaios, books). Para grandes campanhas publicitárias ou de moda, os modelos mais indicados são as câmeras avançadas de pequeno formato ou as de médio e grande formato, porque o tamanho dos sensores possibilitam imagens com melhor de�nição, qualidade, �delidade de cor e nitidez. O mais importante é analisar a área de atuação para de�nir o investimento nos equipamentos. Atividade 1) As câmeras compactas de �lme apresentam erro de paralaxe. O que é isso? 2) As câmeras pro�ssionais digitais de pequeno formato (35mm) apresentam três classi�cações de câmeras. Quais são elas? a) Iniciante – Intermediária – Avançada. b) Compacta – Celular – Semiprofissional. c) Cropadas – Pequeno formato – Analógica. d) Analógica – Digital – Móbile. e) Nenhuma das alternativas acima. 3) Qual o tamanhodo sensor digital, nas câmeras pro�ssionais de pequeno formato, semelhante ao �lme de 35mm? a) RAW (30 X 30mm) b) JPEG (24 X 50mm) c) Full frame (24 X 36 mm) d) TIFF (8 X 11 mm) e) Nenhuma das alternativas acima. 4) Para que servem os pixels? 5) Que tipo ou formato de câmera melhor se ajusta para fotogra�as de grandes campanhas publicitárias ou de moda? Notas Referências BLAIR, James P. Novo guia de fotogra�a National Geographic. São Paulo: Abril, 2011. HEDGECOE, John. O novo manual da fotogra�a: Guia completo para todos os formatos. São Paulo: Senac, 2005. HEDGECOE, John. Guia de Fotogra�a para iniciantes. Biblioteca Fotografe Melhor. São Paulo: Europa, 2013. Próxima aula Objetivas. Quais os tipos e funções de cada uma; Diferenças, uso especi�co de cada objetiva e o resultado em cada tipo de fotogra�a. Explore mais Leia o textos: Máquina Fotográ�ca Antiga: Linha do Tempo, Mistérios e Curiosidades. Sensores digitais e formação da imagem digital. Sensores em Câmeras Digitais. javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0);
Compartilhar