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avaliacao_funcional_e_correlacao_neuroanatomica

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Prévia do material em texto

Brasília-DF. 
AvAliAção FuncionAl e 
correlAção neuroAnAtômicA
Elaboração
Aline Coelho Macedo
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 4
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
O SISTEMA NERVOSO ............................................................................................................................ 9
CAPÍTULO 1
VISÃO GERAL DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL E PERIFÉRICO ................................................... 9
CAPÍTULO 2
ANATOMIA MICROSCÓPICA DO SISTEMA NERVOSO ............................................................... 25
UNIDADE II
O CONTROLE MOTOR ......................................................................................................................... 35
CAPÍTULO 1
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA MOTRICIDADE ............................................................................ 35
CAPÍTULO 2
SISTEMAS MOTORES ............................................................................................................... 47
UNIDADE III
FUNCIONALIDADE ............................................................................................................................... 70
CAPÍTULO 1
O DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR .......................................................................... 70
CAPÍTULO 2
ASPECTOS GERAIS DA AVALIAÇÃO NEUROFUNCIONAL .......................................................... 75
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 88
4
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como 
pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia 
da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da 
pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar 
conceitos específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, 
como convém ao profissional que busca a formação continuada para vencer os 
desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de 
modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal 
quanto na profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para 
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização 
dos Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e 
reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. 
É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus 
sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas 
conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
6
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a 
aprendizagem ou estimula ponderações complementares sobre o módulo 
estudado.
7
Introdução
O sistema nervoso é altamente complexo e, ao mesmo tempo, intrigante. Há uma 
infinidade de estruturas organizadas topograficamente responsáveis por uma sérire 
de funções que controlam todo o nosso organismo, esses fatores despertam grande 
interesse por parte de pesquisadores e das pessoas em geral para estudá-lo .
Muitos dos avanços em neurologia são decorrentes de estudos realizados em pacientes 
com as mais diversas afecções neurológicas, esses estudos são úteis ao entendimento 
da funcionalidade de cada área do sistema nervoso central e periférico. A lógica parte 
do principio de que é possível correlacionar a função perdida com a estrutura do 
sistema nervoso acometida. 
Diversos profissionais são envolvidos no tratamento de um paciente neurológico, como 
fisioterapeutas, médicos, enfermeiros, nutricionistas, dentre outros. A abordagem é 
dita multidisciplinar e o entendimento da anatomia e da fisiologia do sistema nervoso 
é crucial a qualquer profissional envolvido na reabilitação do paciente para que a 
intervenção seja eficaz. 
Os procedimentos envolvidos nos tratamentos neurológicos são estruturados com 
base na fundamentação teórica da forma pela qual o sistema nervoso central planeja e 
realiza os movimentos, o que enfatiza ainda mais a importância do profissional da área 
da saúde estudar a fisiologia do sistema nervoso com destaque para a aprendizagem e 
o controle motor. 
Qualquer interferência no controle motor pode influenciar diretamente na 
funcionalidade do paciente e reduzir sua qualidade de vida. Dentro desse contexto, 
mais do que o entendimento de como o sistema nervoso realiza o controle motor, 
deve-se prestar atenção aos problemas oriundos da falta desse controle. 
O estudo da neuroanatomia funcional é bastante útil na elucidação desses 
questionamentos, uma vez que por meio de diferentes abordagens interrelacionadas 
descreve as estruturas neuroanatômicas macroscopicamente e microscopicamente 
e define as funções realizadas por cada uma delas ou, ainda, define estruturas e vias 
responsáveis por um determinado comportamento.
As afecções neurológicas apresentam muitas carcterísticas distintas, o que exige um 
estudo adicional dos mecanismos patológicos de cada doença para oferecer a cada 
8
paciente um atendimento especializado e individualizado a fim de alcançar o máximo 
de potencial funcional de cada indivíduo. 
Objetivos 
 » Descrever as principais estruturas do sistema nervoso central e 
periférico anatomicamente e fisiologicamente. 
 » Descrever as características microscópicas do tecido nervoso e seus 
aspectos funcionais. 
 » Entender como o sistema nervoso controla os movimentos.
 » Compreender os problemas envolvidos na falta de controle motor.
 » Estudar sobre a aprendizagem motora.
 » Descrever os marcos do desenvolvimento neuropsicomotor.
 » Estudar acerca dos principais recursos e técnicas empregados na 
reabilitação neurológica. 
 » Estudas as etapas envolvidas na avaliação funcional neurológica. 
9
UNIDADE IO SISTEMA NERVOSO
CAPÍTULO 1
Visão geral do sistema nervoso central 
e periférico
O sistema nervoso de forma geralcontrola o funcionamento do nosso organismo e, 
para que seja realizado esse controle, ele apresenta múltiplas funções, dentre elas: 
 » Sensorial.
 » Transmissão.
 » Processamento.
 » Motora.
 » Controle.
 » Integração.
 » Coordenação. 
 » Manutenção da homeostase.
A seguir, na Figura 1, estão representadas esquematicamente as principais funções do 
sistema nervoso. 
10
UNIDADE I │ O SISTEMA NERVOSO
Figura 1. Funções do Sistema Nervoso.
 
Sistema 
Nervoso 
Percepção 
Sensorial 
Transmissão de 
informações 
Processamento 
de informações
Resposta 
Motora
Controle das 
funções 
corporais 
Integração das 
informações 
Fonte: Elaboração própria da autora.
Para que o sistema nervoso consiga executar as suas funções, controle e coordene os 
sistemas orgânicos garantido a homeostase, ele é estruturado morfologicamente em 
duas divisões principais: o sistema nervoso central e o sistema nervoso periférico. 
Figura 2. Divisão anatômica do Sistema Nervoso.
 
Sistema Nervoso Central
• Encéfalo 
• Medula Espinal
Sistema Nervoso Periférico
• Nervos cranianos
• Nervos espinais
• Gânglios nervosos 
• Sistema nervoso entérico
Fonte: Elaboração própria da autora.
Figura 3. Sistema Nervoso Central e periférico
 
 
Sistema Nervoso 
Central 
Sistema Nervoso 
Periférico 
Encéfalo 
Medula Espinal 
Gânglios 
Nervos 
Fonte: https://www.guiaestudo.com.br/sistema-nervoso-periferico. Acesso em: 23/03/2020.
https://www.guiaestudo.com.br/sistema-nervoso-periferico
11
O SISTEMA NERVOSO │ UNIDADE I
Sistema Nervoso Central
Dentro do Sistema Nervoso Central, o encéfalo pesa cerca de 1,400 Kg e compreende 
as seguintes estruturas:
 » Cérebro.
 » Cerebelo.
 » Tronco encefálico.
Figura 4. Estruturas do Encéfalo
 
 
Encéfalo
Cérebro Cerebelo Tronco encefálico
Fonte: Elaboração própria da autora.
Figura 5. O encéfalo.
 
 
Cérebro 
Tronco 
encefálico 
Cerebelo Cerebelo 
Bulbo 
Ponte 
Mesencéfalo 
Diencéfalo 
Telencéfalo 
Fonte: https://sites.google.com/site/anatomiasistemanervosocentral/home/sistema-nervoso?tmpl=/system/app/templates/
print/&showPrintDialog=1. Acesso em: 23/03/2020.
Cérebro
Em linhas gerais, o cérebro é a maior parte do encéfalo e tem algumas características 
interessantes como: 
 » Corresponde a aproximadamente 90% de todo o encéfalo.
https://sites.google.com/site/anatomiasistemanervosocentral/home/sistema-nervoso?tmpl=/system/app/templates/print/&showPrintDialog=1
https://sites.google.com/site/anatomiasistemanervosocentral/home/sistema-nervoso?tmpl=/system/app/templates/print/&showPrintDialog=1
12
UNIDADE I │ O SISTEMA NERVOSO
 » Apresenta giros e sulcos em sua superficie. 
 » Apresenta dois hemisférios interconectados por uma estrutura chamada 
corpo caloso. 
 » Contém cerca de 86 bilhões de neurônios.
 » Apresenta alto consumo de glicose.
 » Apresenta alto consumo de oxigênio.
 » Não apresenta receptores de dor. 
 » É altamente vascularizado.
 » Trata-se de uma estrutura basicamente simétrica.
 » Contém áreas organizadas que executam funções distintas.
Os hemisférios cerebrais apresentam, em um núcleo interno de fibras nervosas 
mielinizadas, a substância branca e um córtex externo de substância cinzenta onde 
estão os corpos celulares dos neurônios. 
Figura 6. Substância branca e substância cinzenta.
 
 
Substância cinzenta 
Substância branca 
Fonte:Traduzido de https://www.technologynetworks.com/neuroscience/articles/gray-matter-vs-white-matter-322973. Acesso 
em: 23/03/2020.
A substância cinzenta contém o soma dos neurônios. O soma ou também chamado 
corpo celular do neurônio é o local onde está contido o núcleo das células. Já a 
substância branca é constituída principalmente de axônios de cor esbranquiçada 
devido ao teor de gordura da bainha de mielina. 
https://www.technologynetworks.com/neuroscience/articles/gray-matter-vs-white-matter-322973
13
O SISTEMA NERVOSO │ UNIDADE I
A bainha de mielina é composta por tecido adiposo e protege as células 
nervosas. Além dessa proteção característica, a bainha de mielina acelera a 
velocidade de condução dos potenciais de ação que são conduzidos pelos 
axônios das células nervosas. 
A figura a seguir representa a constituição da substância branca e da substância 
cinzenta.
Figura 7. Constituição da substância branca e da substância cinzenta.
 
 
Su
bs
tâ
nc
ia
 
Br
an
ca Tratos de axônios
Células Gliais
Capilares sanguíneos
Neurópila - dendritos, axônios 
amielínicos e glia
Su
bs
tâ
nc
ia
 
Ci
nz
en
ta Oligodendrócitos
Astrócitos
Fonte: Elaboração própria da autora.
O cérebro apresenta lobos com funções específicas, são eles:
 » Frontal.
 » Parietal.
 » Temporal.
 » Occipital.
 » Ínsula.
Figura 8. Lobos cerebrais.
 
 
Lobo parietal 
Lobo occipital 
Lobo temporal 
Lobo Frontal 
Fonte: Traduzido de https://teachmeanatomy.info/neuroanatomy/structures/cerebrum/. Acesso em: 23/03/2020.
https://teachmeanatomy.info/neuroanatomy/structures/cerebrum/
14
UNIDADE I │ O SISTEMA NERVOSO
De forma geral, o lobo frontal é responsável por:
 » Decisões.
 » Julgamentos.
 » Resolução de problemas.
 » Emoções.
Dentre as funções do lobo temporal tem-se:
 » Percepção.
 » Reconhecimento.
 » Linguagem.
O lobo parietal é responsável por:
 » Movimento.
 » Orientação.
 » Reconhecimento.
 » Percepção de estímulos.
O Lobo occipital tem como função
 » Visão.
Por fim, o lobo da ínsula tem a função de: 
 » Gustação.
 » Linguagem.
Figura 9. Lobo da Ínsula.
 
 
Lóbulo posterior da Ínsula 
Fonte: https://www.anatomia-papel-e-caneta.com/lobos-cerebrais/. Acesso em: 23/03/2020.
https://www.anatomia-papel-e-caneta.com/lobos-cerebrais/
15
O SISTEMA NERVOSO │ UNIDADE I
Por fim, as funcões gerais do encéfalo envolvem todas as funções dos lobos cerebrais 
apresentados que representam a importância significativa do cérebro no controle de 
diversas atividades orgânicas. 
O cérebro humano é repleto de giros e sulcos e esse fato é notável quando o 
comparamos ao de outros animais como o rato, que apresenta o córtex liso. Por 
que o nosso cérebro é assim tão repleto de cincunvoluções? O cérebro humano 
é altamente complexo e desenvolvido se comparado ao de outros animais e, 
ao longo de sua evolução e desenvolvimento, precisou dobrar-se para caber 
dentro da calota craniana. 
Para saber mais acerca da anatomia e fisiologia do cérebro, leia os artigos 
disponíveis nos links a seguir:
http://www.blackwellpublishing.com/patestas/chapters/6.pdf
http://cienciasecognicao.org/riobrainbee/wp-content/uploads/2012/12/LIVRO-
Neuroscience-Science-of-the-Brain.pdf
https://www.researchgate.net/publication/327101869_The_Brain_and_How_
it_Functions
Bons estudos!
Cerebelo
O cerebelo apresenta conexões com muitas regiões do sistema nervoso central e assim 
participa de diversas funções. 
Possui papel de importância em funções como:
 » Coordenação motora. 
 » Articulação verbal.
 » Controle de movimentos oculares.
 » Controle do equilíbrio.
 » Funções autonômicas.
 » Manutenção da postura.
 » Controle do tônus muscular.
 » Aprendizagem motora.
http://www.blackwellpublishing.com/patestas/chapters/6.pdf
http://cienciasecognicao.org/riobrainbee/wp-content/uploads/2012/12/LIVRO-Neuroscience-Science-of-the-Brain.pdf
http://cienciasecognicao.org/riobrainbee/wp-content/uploads/2012/12/LIVRO-Neuroscience-Science-of-the-Brain.pdf
https://www.researchgate.net/publication/327101869_The_Brain_and_How_it_Functions
https://www.researchgate.net/publication/327101869_The_Brain_and_How_it_Functions
16
UNIDADE I │ O SISTEMA NERVOSO
Na figura a seguir está representado o cerebelo na região posterior do encéfalo em 
azul. 
Figura 10. Cerebelo.
Fonte: Elaboração própria da autora.
Figura 11. Funções do cerebelo.
 
 
CEREBELO
Coordenação 
motora 
Articulação 
verbal
Controle de 
movimentos 
oculares
Orientação 
espacial
Controle do 
equilíbrio
Funções 
autonômicas
Manutenção 
da postura
Controle do 
tônus 
muscular
-
Aprendizagem 
motora
Fonte: Elaboraçãoprópria da autora.
O cerebelo realiza o controle dos movimentos através de dois passos:
1. Planejamento do movimento.
2. Correção do movimento já em execução.
17
O SISTEMA NERVOSO │ UNIDADE I
Tronco encefálico
O tronco cerebral é uma estrutura na parte posterior do cérebro que é contínua com a 
medula espinal.
Trata-se de uma região importante do encéfalo, pois as conexões nervosas dos sistemas 
motor e sensorial do córtex passam por ele para se comunicar com o sistema nervoso 
periférico. Também é o local de origem dos nervos cranianos III a XII e fornece a 
principal inervação motora e sensorial à face e pescoço através dos nervos cranianos.
Regula funções cardiorrespiratórias, consciência e ciclo do sono. 
Apresenta três estruturas básicas:
 › Mesencéfalo.
 › Ponte.
 › Bulbo. 
Figura 12. Estruturas do tronco encefálico.
 
 
Tronco encefálico
Mesencéfalo Ponte Bulbo
Fonte: Elaboração própria da autora. 
O mesencéfalo tem funções como:
 » Visão.
 » Audição.
 » Controle motor.
 » Ciclos sono/vigília.
 » Estado de alerta.
 » Regulação da temperatura.
18
UNIDADE I │ O SISTEMA NERVOSO
A ponte apresenta funções como:
 » Sono.
 » Gustação.
 » Respiração.
 » Deglutição.
 » Controle da bexiga.
 » Audição.
 » Equilíbrio.
 » Movimento ocular.
 » Expressões faciais.
 » Sensação facial.
 » Postura.
O bulbo está envolvido nos seguintes processos:
 » Controle cardíaco.
 » Respiração.
 » Vômito. 
 » Regulação de funções autonômicas.
Figura 13. Tronco encefálico.
 
 
Diencéfalo 
Mesencéfalo 
Ponte 
Bulbo 
Medula espinal 
Fonte: Traduzido de http://neuroanatomiaunesp.blogspot.com/2015/08/introducao-o-sistema-nervoso-e-soberano.html. 
Acesso em: 23/03/2020.
http://neuroanatomiaunesp.blogspot.com/2015/08/introducao-o-sistema-nervoso-e-soberano.html
19
O SISTEMA NERVOSO │ UNIDADE I
Sistema Nervoso Periférico
As estruturas do sistema nervoso que não correspondem ao Sistema Nervoso Central 
(encéfalo e medula espinal) e estão fora dele constituem o Sistema Nervoso Periférico. 
O sistema nervoso periférico contém:
 » Nervos cranianos.
 » Nervos espinais.
 » Gânglios nervosos.
 » Sistema nervoso entérico.
Nervos cranianos
Temos 12 nervos cranianos que podem ser sensoriais, motores ou podem ser parte do 
sistema nervoso autônomo, são eles, na sequência: 
I. Nervo olfatório.
II. Nervo óptico.
III. Nervo óculo-motor.
IV. Nervo troclear.
V. Nervo trigêmeo.
VI. Nervo abducente.
VII. Nervo facial.
VIII. Nervo vestibulococlear.
IX. Nervo glossofaríngeo.
X. Nervo vago.
XI. Nervo acessório.
XII. Nervo hipoglosso.
20
UNIDADE I │ O SISTEMA NERVOSO
Figura 14. Nervos Cranianos.
 
 
Óptico III 
Trigêmeo V 
Facial VII 
Glossofaríngeo IX 
Vago X 
Acessório XI 
Hipoglosso XII 
Vestibulococlear VIII 
Abducente VI 
Troclear IV 
Oculomotor III 
Olfatório I 
Fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/Nervo_craniano#/media/Ficheiro:Brain_human_normal_inferior_view_with_labels_pt.svg. 
Acesso em: 23/03/2020.
I. Nervo olfatório: envia informações relacionadas a estímulos químicos 
para o cérebro. 
II. Nervo óptico: comunica informações relacionadas a estímulos visuais. 
Variações de contraste são os mais poderosos estímulos do sistema 
visual.
III. Nervo oculomotor: exerce o controle de muitos dos múculos extra-
oculares. 
IV. Nervo Troclear: controla o músculo troclear e a contração desse músculo 
faz com que o olho se mova para baixo quando está em uma posição 
medial.
V. Nervo trigêmeo: a porção sensorial desse nervo inerva o pele do rosto e 
da córnea. A porção motora controla os músculos da mastigação.
VI. Nervo abducente: controla os movimentos dos olhos da linha média em 
direção a lateral.
VII. Nervo facial: controla a face. 
21
O SISTEMA NERVOSO │ UNIDADE I
VIII. Nervo vestibulococlear: As duas partes desse nervo se comunicam sobre 
informações auditivas e informações sobre movimentos da cabeça. 
IX. Nervo glossofaríngeo: transmite informações sensoriais da garganta 
para o cérebro e informações sobre pressão arterial para os centros 
cardiovasculares. A parte motora controla a função estilofaríngea
X. Nervo vago: este nervo transmite entrada parassimpática para todo o 
peito e abdômen. Também exerce o controle das cordas vocais, o coração 
e as diafragma. 
XI. Nervo acessório: responsável pelo controle dos músculos do pescoço e 
ombro (músculos esternocleidomastóideo e trapézio). 
XII. Nervo hipoglosso: controle dos movimentos da língua. 
Nervos espinais
Nos seres humanos, existem 31 pares de nervos espinais, de forma mais detalhada são: 
 » 8 cervicais.
 » 12 torácicos.
 » 5 lombares.
 » 5 sacrais.
 » 1 coccígeo. 
Cada par conecta a medula espinhal com uma região específica do corpo. Perto da 
medula espinhal, cada nervo espinhal se ramifica em duas raízes. Um ramo é composto 
por fibras sensoriais, entra na medula espinhal através da raiz dorsal; seus corpos 
celulares estão em um gânglio espinhal localizado fora da medula espinhal. O outro, 
composto por fibras motoras, sai da medula espinhal pela raiz ventral; seus corpos 
celulares estão em áreas específicas da medula espinhal.
As raízes motoras (ventrais) transportam informações do cérebro e da medula espinhal 
para outras partes do corpo, geralmente para os músculos esqueléticos.
As raízes sensoriais (dorsais) transportam informações do corpo para o encéfalo. 
22
UNIDADE I │ O SISTEMA NERVOSO
A medula espinhal termina em cerca de três quartos coluna vertebral, mas 
um feixe de nervos se estende além da medula. Esse feixe de fibras nervosas 
é denominado de cauda equina por conta da similaridade a uma cauda de um 
cavalo. 
Da mesma maneira que o cérebro, a medula espinhal também é constituída por:
 » substância cinzenta;
 » substância branca. 
A região central da medula apresenta-se em forma de borboleta e consiste em massa 
cinzenta. 
As asas dianteiras (também chamadas de cornos) contêm neurônios motores 
que transmitem informações do cérebro ou medula espinhal para os músculos 
responsáveis pelos movimentos.
Os cornos dorsais contêm células nervosas sensoriais, que transmitem informações 
sensoriais de outras partes do corpo através da medula espinal para o cérebro.
A substância branca ao redor é composta por colunas de fibras nervosas que 
transportam informações sensoriais para o cérebro (vias ascendentes) e colunas que 
transportam impulsos motores do cérebro para os músculos (vias descendentes).
Lembre-se de que a medula espinal está sendo citada aqui pois é o local onde emergem 
os pares de nervos espinais, porém ela faz parte do Sistema Nervoso Central.
Figura 15. Estrutura da Medula espinal (Sistema Nervoso Central).
 
 
Cauda equina 
Posterior 
Anterior 
Raiz posterior 
(sensorial) Vértebra
 
Medula espinal 
Tronco encefálico 
Raiz anterior 
(motora) 
Nervo espinal 
Nervos 
espinais 
Vias sensoriais 
Vias motoras 
Medula espinal 
Disco 
intervertebral 
Vértebra 
Fonte: https://www.msdmanuals.com/home/brain,-spinal-cord,-and-nerve-disorders/biology-of-the-nervous-system/spinal-cord. 
Acesso em: 23/03/2020.
https://www.msdmanuals.com/home/brain,-spinal-cord,-and-nerve-disorders/biology-of-the-nervous-system/spinal-cord
23
O SISTEMA NERVOSO │ UNIDADE I
Gânglios espinais
A definição de gânglio espinhal é que trata-se de um grupamento de corpos celulares 
de células nervosas localizados fora do sistema nervoso central, no caso, posicionados 
ao longo da medula espinhal.
Os gânglios da raiz dorsal contêm os corpos celulares das fibras nervosas aferentes 
(fibras que transportam informações sob a forma de impulsos em direção ao sistema 
nervoso central). 
Em suma, apresentam as seguintes características:
 » São órgãos esféricos com cápsula de tecido conjuntivo denso.
 » Aparecem sob a forma de dilatações em alguns nervos.
 » Pertencem ao Sistema Nervoso Periférico.
 » Trata-se de um aglomerado de corpos celulares.
 » Localizados fora do Sistema Nervoso Central.
Figura 16. Características dos gângliosnervosos.
 
 
GÂNGLIOS 
NERVOSOS
Órgãos 
esféricos com 
cápsula de 
tecido 
conjuntivo 
denso.
Dilatações em 
alguns nervos
Pertencem ao 
Sistema 
Nervoso 
Periférico
Aglomerado de 
corpos celulares
Localizados fora 
do Sistema 
Nervoso Central 
Fonte: Elaboração própria da autora.
24
UNIDADE I │ O SISTEMA NERVOSO
Sistema Nervoso Entérico
O sistema nervoso entérico faz parte do Sistema Nervoso Periférico. Aqui não 
exploraremos esse sistema em detalhe, entretanto, é interessante saber que o sistema 
nervoso entérico é uma parte quase autônoma do sistema nervoso que engloba uma 
série de circuitos neurais que controlam:
 › Funções motoras.
 › Fluxo sanguíneo local.
 › Transporte.
 › Secreções mucosas.
 › Funções imunológicas.
 › Funções endócrinas. 
A circuitaria entérica é composta por neurônios entéricos dispostos em redes de 
gânglios entéricos. Compreende neurônios aferentes primários, sensíveis a estímulos 
químicos e mecânicos, interneurônios e motorneurônios que atuam nas diferentes 
células efetoras, incluindo músculo liso, células marcapasso, vasos sanguíneos, 
glândulas, mucosas e epitélios e o sistema distribuído de células intestinais envolvidas 
nas respostas imunes e nas funções endócrinas e parácrinas.
Para saber mais a respeito do sistema nervoso entérico em seus aspectos 
anatômicos e fisiológicos, leia o artigo disponível no link a seguir:
https://gut.bmj.com/content/47/suppl_4/iv15
Bons estudos!
https://gut.bmj.com/content/47/suppl_4/iv15
25
CAPÍTULO 2
Anatomia microscópica do sistema 
nervoso
O tecido nervoso é composto por dois tipos de células:
 » Neurônios.
 » Células da Glia.
Quando se fala em tecido nervoso, todos imediatamente pensam no neurônio porque 
esse é o protagonista do sistema nervoso, a célula responsável pela comunicação do 
sistema nervoso e pelo processamento das informações, entretanto, as células da Glia 
também são importantes auxiliando os neurônios em suas funções.
Os neurônios são as principais células do Sistema Nervoso, eletricamente 
ativos e capazes de liberar os neurotransmissores que são substâncias químicas 
atuantes como mensageiros químicos responsáveis pela neurotransmissão. 
Neurônios
Os neurônios são as células base do sistema nervoso e apresentam uma forma 
tridimensional que faz com que seja possível um grande número de conexões. 
Os neurônios podem ser:
 » excitatórios;
 » inibitórios;
 » moduladores;
 » motores;
 » sensoriais;
 » secretores.
26
UNIDADE I │ O SISTEMA NERVOSO
Podem sofrer influência de um grande número de neurotransmissores e hormônios. 
Eles são responsáveis pelos sinais elétricos que comunicam informações sobre as 
sensações e produzem movimentos em resposta a esses estímulos.
Os neurônios possuem algumas partes essenciais para seu funcionamento que são:
 » corpo celular;
 » axônio;
 » terminal axonal;
 » dendritos.
A principal parte do neurônio é o corpo celular conhecido como soma, nessa região 
estão localizadas as organelas e o núcleo da célula nervosa.
O axônio é uma fibra que emerge do corpo celular e pode se ramificar diversas vezes 
para se comunicar com muitas células-alvo. É o axônio que propaga o impulso nervoso 
e torna possível a comunicação com outras células. O axônio contém algumas partes 
específicas que merecem destaque:
 » Axoplasma: citoplasma do axônio.
 » Bainha de mielina: composta por muitas camadas de células de 
Schwann.
 » Neurilema: a camada mais externa das células de Schwann.
 » Nós de Ranvier: são lacunas ou espaços deixados pela uma bainha de 
mielina.
Os dendritos têm a função de receber informações de outros neurônios em áreas 
especializadas de contato chamadas sinapses. 
O botão terminal localizado no final do neurônio é responsável por enviar o sinal para 
outros neurônios. No final do terminal axonal, há uma lacuna conhecida como sinapse. 
Neurotransmissores são as substâncias químicas produzidas pelos neurônios que são 
usadas para transportar o sinal através da sinapse para outros neurônios.
No terminal axonal há inúmeras vesículas contendo os neurotransmissores e, 
quando algum potencial de ação ou sinal elétrico alcança o final do axônio, os 
neurotransmissores são liberados na fenda sináptica, assim os impulsos elétricos são 
27
O SISTEMA NERVOSO │ UNIDADE I
convertidos em sinais químicos. Os neurotransmissores atravessam a sinapse, onde 
são recebidos por outras células nervosas através de receptores na membrana pós-
sináptica. 
Figura 17. Partes do neurônio.
 
 
Neurônio 
Núcleo Dendritos 
Axônio 
Terminal 
axonal 
Bainha de Mielina 
Corpo celular 
Fonte: Traduzido de https://www.toppr.com/ask/question/describe-the-structure-of-a-neuron-with-the-help-of/. Acesso em: 
23/03/2020.
No terminal axonal também estão contidas bombas de recaptação responsáveis por 
recaptar os neurotransmissores excessivos liberados durante esse processo.
Sinapse
A sinapse também é conhecida como junção neuronal, trata-se do local de transmissão 
de impulsos nervosos elétricos entre duas células que podem ser:
 » entre dois neurônios;
 » entre o neurônio e uma célula muscular;
 » entre o neurônio e um glândula;
Uma conexão sináptica entre um neurônio e uma célula muscular é chamada junção 
neuromuscular.
https://www.toppr.com/ask/question/describe-the-structure-of-a-neuron-with-the-help-of/
28
UNIDADE I │ O SISTEMA NERVOSO
Figura 18. Tipos de Sinapses.
 
 
•Neurônio (pré-
sináptica)
•Neurônio (pós 
- sináptica)
Neuronal
•Neurônio (pré-
sináptica)
•Glândula (pós -
sináptica)
Neuro - endócrina
•Neurônio (pré-
sináptica)
•Músculo (pós -
sináptica)
Neuromuscular
Fonte: Elaboração própria da autora.
A sinapse contém basicamente três elementos:
 » A membrana pré-sináptica que é formada pelo botão terminal do axônio.
 » A membrana pós-sináptica que é composta pelo dendrito ou corpo 
celular ou área da célula que contém os receptores pós-sinápticos.
 » A fenda sináptica que consiste no espaço entre o neurônio e a célula pós-
sináptica. 
Figura 19. Elementos de uma sinapse.
 
 
Sinapse
Célula pré-sináptica Fenda sináptica Célula pós-sináptica
Fonte: Elaboração própria da autora.
A fenda sináptica é um espaço virtual que tem cerca de 0,02 micrometros de largura. 
Quando um sinal elétrico alcança o terminal axonal, ocasiona um movimento das 
vesículas sinápticas que se fundem com a membrana e liberam uma substância 
química chamada neurotransmissor. 
29
O SISTEMA NERVOSO │ UNIDADE I
Essa substância transmite o impulso nervoso para a fibra pós-sináptica, difundindo-
se através da fenda sináptica e ligando-se aos receptores específicos localizados na 
membrana pós-sináptica. 
A ação de ligação química altera a forma dos receptores, iniciando uma série de 
reações que alteram o formato das proteínas causando uma abertura como um canal 
de íons. Os íons carregados eletricamente positivamente ou negativamente fluem 
através dos canais para dentro ou para fora do neurônio. Essa mudança repentina 
de carga elétrica através da membrana pós-sináptica altera a polarização elétrica da 
membrana, produzindo o potencial pós-sináptico que se for suficiente poderá gerar 
um potencial de ação. 
Figura 20. Estrutura de uma sinapse química.
 
 
Terminação do 
axônio 
Vesícula sináptica Fenda sináptica 
Canais de 
permeabilidade 
aberto 
fechado 
Molécula 
receptora 
Membrana pré-
sináptica 
Membrana pós-
sináptica 
Moléculas do neurotransmissor 
Fonte: http://nerdscolam.blogspot.com/2016/06/sinapses-quimicas-e-eletricasneurogliaf.html. Acesso em: 23/03/2020.
Não há apenas sinapses químicas, apesar delas serem as mais comuns no 
sistema nervoso, existem sinapses que não utilizam neurotransmissores, essas 
são as sinapses elétricas. Nas sinapses elétricas a comunicação é mais rápida e 
a conexão entre as duas células é realizada por meio de junções comunicantes, 
no entanto, esse tipo de sinapse não permite a modulação da informação 
transmitida. É um tipo de sinapse bastante presente no desenvolvimentofetal 
no qual as células precisam atuar em conjunto.
http://nerdscolam.blogspot.com/2016/06/sinapses-quimicas-e-eletricasneurogliaf.html
30
UNIDADE I │ O SISTEMA NERVOSO
A seguir sintetizaremos de forma básica a sequência de eventos ao longo da 
sinapse:
1. Chegada de um potencial de ação no terminal axonal pré-sináptico.
2. A membrana despolariza e abrem canais de Ca 2+ ocasionando seu 
influxo.
3. O neurotransmissor é liberado das vesículas sinápticas por 
exocitose.
4. O neurotransmissor é difundido na fenda sináptica e alcança 
os receptores pós-sinápticos.
5. Há a abertura de canais de íons na membrana pós-sináptica
6. O influxo de íons altera o potencial de membrana da célula 
pós-sináptica podendo gerar ou inibir um potencial de ação. 
Figura 21. Sequência de eventos de uma sinapse química.
 
 
Chegada de um potencial 
de ação no terminal 
axonal pré-sináptico
A membrana despolariza 
e abrem canais de Ca 2+ 
ocasionando seu influxo
O neurotransmissor é 
liberado das vesículas 
sinápticas por exocitose
O neurotransmissor é 
difundico na fenda 
sináptica e alcança os 
receptores pós-
sinápticos.
Há a abertura de canais 
de íons na membrana 
pós sináptica
O influxo de íons altera o 
potencial de membrana 
da célula pós-sináptica 
podendo gerar ou inibir 
um potencial de ação. 
Fonte: Elaboração própria da autora.
Células Gliais
As células da glia ou simplesmente Glia apresentam características diferentes dos 
neurônios e, apesar dos neurônios serem os protagonistas do funcionamento do 
sistema nervoso, não seria possível executarem suas ações sem o auxílio das células 
gliais. A glia não participa diretamente da geração do potencial de ação e das sinapses, 
embora as ações dessas células ajudem a definir contatos sinápticos e a manter as 
habilidades de sinalização dos neurônios. 
31
O SISTEMA NERVOSO │ UNIDADE I
Figura 22. Células da Glia.
 
 
Neurônio 
Microglia Oligodendrócitos 
Células Ependidimais 
Fonte: Traduzido de https://content.byui.edu/file/a236934c-3c60-4fe9-90aa-d343b3e3a640/1/module6/readings/glial_cells.
html. Acesso em: 23/03/2020.
As células da Glia estão em um número muito maior que a quantidade de neurônios 
no encéfalo e são divididas em duas subfamílias:
 » Macroglia.
 » Microglia.
 A Macroglia compreende dois tipos celulares, os Astrócitos e Oligodendrócitos e a 
microglia contém um tipo celular chamado microgliócito. 
Figura 23. Famílias de células gliais.
 
 
Células Gliais
Macroglia
- Astrócitos
- Oligodendrócitos
Microglia
- Microgliócitos
Fonte: Elaboração própria da autora.
As funções gliais incluem:
 » Manutenção do ambiente iônico das células nervosas.
https://content.byui.edu/file/a236934c-3c60-4fe9-90aa-d343b3e3a640/1/module6/readings/glial_cells.html
https://content.byui.edu/file/a236934c-3c60-4fe9-90aa-d343b3e3a640/1/module6/readings/glial_cells.html
32
UNIDADE I │ O SISTEMA NERVOSO
 » Modulação da taxa de propagação do sinal nervoso.
 » Controle da captação de neurotransmissores.
 » Auxílio na recuperação de lesão neural.
Os Astrócitos estão localizados no cérebro e na medula espinhal, e o seu nome é 
derivado de seu aspecto uma vez que essa célula possui processos locais que dão uma 
aparência de estrela. Os Astrócitos têm a importante função de garantir um ambiente 
químico apropriado para a sinalização neuronal. Basicamente suas funções são:
 » Manutenção dos níveis iônicos do meio extracelular.
 » Captação e liberação de diversos neurotransmissores. 
 » Participação na formação da barreira hematoencefálica.
 » Secreção de fatores tróficos essenciais para a sobrevivência e 
diferenciação dos neurônios.
 » Direcionamento de axônios.
 » Formação e funcionamento das sinapses.
 » Regulação do fluxo sanguíneo cerebral e do acoplamento neurovascular.
 » Defesa imune.
 » Fornecimento de energia e metabólitos.
Os Oligodendrócitos também estão localizados no sistema nervoso central e depositam 
um invólucro lipídico chamado mielina em torno de alguns gerando um incremento 
na velocidade de propagação do impulso nervoso. 
Trata-se de um produto final de uma linhagem de células que precisa passar por um 
programa complexo e extremamente preciso de proliferação, migração, diferenciação 
e mielinização para finalmente produzir a bainha isolante dos axônios. 
A alta complexidade na diferenciação e no metabolismo dessas células faz com que 
elas sejam as mais vulneráveis do Sistema Nervoso Central. 
No sistema nervoso periférico, as células são chamadas células de Schwann. 
As células da microglia apresentam um tamanhão menor e são derivadas de células-
tronco hematopoiéticas (embora algumas possam ser derivadas diretamente de 
33
O SISTEMA NERVOSO │ UNIDADE I
células-tronco neurais). Eles compartilham muitas propriedades com os macrófagos e 
removem resíduos celulares de locais de lesão.
A principal função da microglia é a defesa imune do SNC, sendo que o seu 
recrutamento é comum em:
 » infecções;
 » lesões;
 » doenças degenerativas do Sistema Nervoso.
Figura 24. Casos de recrutamento das células da microglia.
 
 
Recrutamento de 
células Gliais 
Infecção
Lesão
Doenças 
degenerativas
Fonte: Elaboração própria da autora.
Figura 25. Principais funções das células gliais.
 
 
Astrócitos
Manutenção dos níveis iônicos 
do meio extracelular
Captação e liberação de diversos 
neurotransmissores 
Participação na formação da 
barreira hematoencefálica
Oligodendrócitos
Mielinização do Sistema 
Nervoso
Micróglia
Defesa Imune do Sistema 
Nervoso Central 
Fonte: Elaboração própria da autora.
Em casos de lesão ou dano do tecido nervoso, a quantidade de células 
da microglia aumenta de forma exacerbada. Essa microglia pode resultar 
da proliferação da microglia residente no encéfalo ou também pode ser 
proveniente dos macrófagos que acabam migrando para área lesada pela 
circulação, dado o processo inflamatório que é instaurado e as características 
da resposta imunológica.
34
UNIDADE I │ O SISTEMA NERVOSO
Para saber mais a respeito das células da neuroglia e suas ações no Sistema 
Nervoso, leia os artigos disponíveis nos links a seguir:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK10869/
http://www.scielo.br/pdf/ea/v27n77/v27n77a06.pdf
Bons estudos!
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK10869/
http://www.scielo.br/pdf/ea/v27n77/v27n77a06.pdf
35
UNIDADE IIO CONTROLE 
MOTOR
CAPÍTULO 1
Anatomia e fisiologia da motricidade
A todo momento estamos recebendo informações sensoriais do meio externo. Nossos 
sistemas sensoriais, em posse desses dados, formam representações do nosso corpo e 
do meio ambiente no qual estamos inseridos.
Essas informações são essenciais para nortear o nosso movimento tão necessário para 
qualquer uma de nossas atividades cotidianas desde as mais simples, como um piscar 
de olhos, até as mais complexas como cantar e dançar ou escrever um livro. 
Imagine que você queira nesse momento pegar um marcador de texto que está 
na mesa. Para que você consiga executar essa ação que parece ser bem simples, é 
necessário que você obtenha informações visuais de localização do lápis. Também são 
necessárias informações sobre a localização de cada segmento do seu corpo de forma 
que o cérebro consiga planejar o movimento de modo adequado para que você alcance 
o lápis de maneira precisa.
Em condições fisiológicas, a realização de um movimento de forma voluntária só é 
possível porque o nosso cérebro é constantemente informado sobre as condições 
internas e externas ao nosso organismo e, dessa forma, consegue responder 
adequadamente a essas condições e o movimento, assim, é executado de maneira 
harmônica. 
Desta forma, a partir desse momento você pode perceber que, para que o movimento 
aconteça, é necessário que haja uma integração efetiva entre os nossos sistemas 
orgânicos sensoriais e motores. 
Nos vertebrados, o controle da locomoção envolve diversos níveis do sistema nervoso, 
do cérebro aos receptores sensoriais. 
36
UNIDADE II │ O CONTROLEMOTOR
As habilidades motoras e o desempenho motor são essenciais em muitos aspectos 
das atividades de vida diária, no trânsito, na execução de atividade física ou exercício, 
dentre outras, é importante para todos os indivíduos estarem funcionalmente ativos e 
independentes, a motricidade é um aspecto fundamental dentro desse contexto. 
De forma geral, a motricidade humana é dependente de componentes neuromusculares 
centrais e periféricos e o sistema motor humano executa um papel central de 
processador de informações recebendo informações oriundas do sistema sensorial e 
informações dos movimentos que estão sendo executados.
Assim, vários componentes são avaliados, tais como:
 » Tempo de reação.
 » Velocidade do movimento.
 » Coordenação de vários membros.
 » Coordenação viso-motora.
O nosso sistema motor é capaz de identificar e selecionar cada estímulo garantindo 
que as contrações musculares sejam ordenadas e coordenadas a fim de garantir uma 
execução completa do movimento. A seguir veremos como os sistemas motores são 
estruturados e quais estruturas participam dos processos.
O movimento é gerado por padrões espacias e temporais de contrações musculares 
desencadeados pelo encéfalo e pela medula espinhal e esses movimentos podem ser 
basicamente de três tipos:
 » Reflexos.
 » Rítmicos.
 » Voluntários. 
Figura 26. Tipos de movimentos. 
 
 
Reflexos
•Movimentos involuntários.
•Respostas rápidas.
•Simples.
•Esterereotipado.
•Integrados na medula.
Ritmicos
•Padrões repetitivos.
•Pode ser modificado por 
impulsos encefálicos ou 
medulares. 
Voluntários
•Movimentos complexos. 
•Com propósito.
•A execução pode melhorar 
com a prática.
Fonte: Elaboração própria da autora.
37
O CONTROLE MOTOR │ UNIDADE II
Quando dizemos que os reflexos são movimentos simples, rápidos e 
estereotipados significa que, mediante um estímulo sensorial específico, a 
resposta reflexa será sempre igual para todos os indivíduos, por exemplo o 
reflexo do tendão patelar. Quando o médico percute o tendão patelar com 
um martelinho, a resposta sempre será a extensão da perna, a não ser que o 
indivíduo tenha alguma lesão em estruturas que compõem o arco reflexo, 
devido a esse motivo é extremamente útil a avaliação dos reflexos na área da 
neurologia. 
Figura 27. Reflexo patelar.
Fonte: https://www.fciencias.com/2018/12/11/ausencia-do-reflexo-patelar-espaco-saude/. Acesso em: 23/03/2020.
Se pensarmos em complexidade, os movimentos reflexos são os mais simples 
estruturalmente de forma que podem ser organizados na própria medula 
espinal, entretanto, os movimentos voluntários são os mais complexos e 
precisam da participação de níveis hierárquicos mais altos do sistema motor.
Todo e qualquer movimento voluntário realizado pelo corpo humano é executado 
por um único tipo de tecido que é o muscular, em particular pelo músculo estriado 
esquelético. Como nosso objetivo é o estudo do controle motor não enfatizaremos aqui 
a musculatura estriada cardíaca e a musculatura lisa posto que fazem parte do sistema 
neurovegetativo. 
Músculos
Os músculos fazem parte do sistema muscular, que é o sistema biológico dos seres 
humanos que possui a função de gerar movimento. Em muitos animais o tecido 
muscular é o mais abundante. 
https://www.fciencias.com/2018/12/11/ausencia-do-reflexo-patelar-espaco-saude/
38
UNIDADE II │ O CONTROLE MOTOR
O sistema muscular é controlado pelo sistema nervoso, embora alguns músculos como 
o estriado cardíaco e o liso possam funcionar de maneira autônoma. 
Entre as suas principais características gerais exclusivas importantes que são 
essenciais para sua função estão: 
 » excitabilidade;
 » contratilidade;
 » extensibilidade;
 » elasticidade.
O músculo é um tecido contrátil cuja função é produzir força e causar movimento, 
locomoção ou movimento dentro dos órgãos internos. 
A contração muscular voluntária é aquela que pode ser controlada conscientemente 
desde uma forma mais delicada, como movimentos do dedo, ou movimentos brutos 
como chutar uma bola. 
Figura 28. Características dos músculos estriados.
 
 
Contratilidade Extensibilidade
Excitabilidade Elasticidade
Músculo Estriado 
Esquelético
Fonte: Elaboração própria da autora.
O ventre muscular e os tendões são as duas partes da composição de um 
músculo, sendo que o ventre muscular é a região responsável pela contração 
muscular e os tendões são estruturas formadas por tecido conjuntivo rico em 
colágeno e que prende os músculos aos ossos. 
Os músculos estriados esqueléticos recebem uma classificação funcional e dessa forma 
podem ser de quatro tipos:
 » Agonista.
 » Antagonista.
39
O CONTROLE MOTOR │ UNIDADE II
 » Sinergista.
 » Fixador.
Figura 29. Classificação funcional dos músculos estriados esqueléticos.
 
 
Agonista
•Se contraem 
ativamente para 
produzir um 
movimento.
•Normalmente 
apresenta uma 
contração 
concêntrica.
Antagonista
•Se opõe a ação do 
agonista.
•Normalmente 
apresenta uma 
contração 
excêntrica.
Sinergista
•Auxilia de maneira 
indireta um 
movimento.
•Torna os 
movimentos mais 
precisos. 
Fixador
•Estabiliza a origem 
do agonista.
•Torna os 
movimentos mais 
precisos.
Fonte: Elaboração própria da autora.
De acordo com a classificação e com o conteúdo de que você se lembra acerca 
da cinesiologia, pense em um movimento e, dentro desse movimento, quais 
são os músculos agonistas, antagonistas, sinergistas e fixadores.
Para saber mais acerca da estrutura da musculatura estriada esquelética, leia o 
artigo disponível no link a seguir:
https://www2.ibb.unesp.br/departamentos/Morfologia/material_didatico/
Profa_Maria_Dalva/sist_muscular.pdf
Bons estudos!
A seguir listaremos alguns fatos e algumas características acerca dos músculos 
estriado-esqueléticos: 
 » Temos aproximadamente 640 músculos esqueléticos no corpo humano. 
 » A atividade muscular é responsável pela maior parte do consumo de 
energia. 
 » Músculos armazenam energia para uso próprio na forma de glicogênio, 
que representa cerca de 1% de sua massa.
 » São ancorados por tendões aos ossos.
Suas funções incluem:
 » Suporte do corpo.
https://www2.ibb.unesp.br/departamentos/Morfologia/material_didatico/Profa_Maria_Dalva/sist_muscular.pdf
https://www2.ibb.unesp.br/departamentos/Morfologia/material_didatico/Profa_Maria_Dalva/sist_muscular.pdf
40
UNIDADE II │ O CONTROLE MOTOR
 » Auxílio ao movimento ósseo.
 » Manutenção da temperatura corpórea.
 » Auxilia no movimento dos vasos cardiovasculares e linfáticos através de 
contrações.
 » Proteção dos órgãos internos.
 » Contribuição para a estabilidade articular.
Figura 30. Funções dos músculos estriados esqueléticos.
Músculos 
esqueléticos 
Suporte 
do 
corpo
Auxilio ao 
movimento 
ósseo
Manutenção 
da 
temperatura 
corpórea
Auxilia no 
movimento dos 
vasos 
cardiovasculares e 
linfáticos
Proteção 
dos órgãos 
internos
Contribuição 
para a 
estabilidade 
articular
Fonte: Elaboração própria da autora.
O músculo esquelético pode ser, ainda, dividido em vários subtipos:
 » Tipo I, oxidativo lento – fibras de contração lenta ou “vermelhas”, 
tecido denso em capilares e é rico em mitocôndrias e mioglobina o que 
caracteriza sua coloração. Pode transportar mais oxigênio e sustentar a 
atividade aeróbica.
 » Tipo II, contração rápida, nesse subtipo ainda há três divisões principais 
que são, em ordem crescente de velocidade de contração.
a. Tipo Iia – é aeróbico, rico em mitocôndrias e capilares e parece 
vermelho.
41
O CONTROLE MOTOR │ UNIDADE II
b. Tipo IIx (também conhecido como tipo IId) – menos denso nas 
mitocôndrias e mioglobina. Este é o tipo muscular mais rápido 
em humanos. Ele pode se contrair mais rapidamente e com uma 
quantidade maior de força do que o músculo oxidativo, mas pode 
sustentar apenas breves e anaeróbias atividades antes que a contração 
muscular se torne dolorosa (geralmente atribuída ao acúmulo de 
ácido lático). 
c. Tipo Iib – anaeróbico, glicolítico e “branco”, menosdenso nas 
mitocôndrias e mioglobina. 
Para o entendimento da contração muscular, primeiramente se faz necessário um 
estudo acerca da estrutura do músculo estriado esquelético.
A fibra muscular é uma célula que possui características específicas:
 » Formato cilíndrico.
 » Polinucleada.
 » Formadas por proteínas chamadas miofibrilas.
Quando estudamos o tecido muscular, há uma denominação diferenciada em relação 
aos seus componentes estruturais de modo que:
Célula = Fibra Muscular.
Membrana Plasmática = Sarcolema.
Citoplasma = Sarcoplasma.
Retículo Endoplasmático Liso = Retículo Sarcoplasmático.
Figura 31. Estrutura do músculo estriado esquelético.
 
 
Perimisio 
Endomísio Feixe Muscular 
Fibra Muscular 
Vaso sanguíneo Osso 
Tendão Epimisio 
Estrutura de um músculo esquelético 
Fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Estrutura_de_um_m%C3%BAsculo_esquel%C3%A9tico.JPG. Acesso em: 23/03/2020.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Estrutura_de_um_m%C3%BAsculo_esquel%C3%A9tico.JPG
42
UNIDADE II │ O CONTROLE MOTOR
Como você pode perceber, cada músculo pode ser formado por centenas a milhares de 
fibras musculares que são envolvidas por um tecido conjuntivo denominado epimísio. 
A fascia muscular é um tecido conjuntivo que recobre o epimisio. Se observar mais 
atentamente a imagem anterior, irá perceber que cada feixe de fibra muscular que é 
chamado fascículo é recoberto por tecido conjuntivo chamado perimísio. Ainda dentro 
do fascículo, cada fibra muscular individualmente é envolvida pelo endomísio. 
Dentro das fibras musculares existem unidades menores chamadas miofibrilas, 
constituídas basicamente por filamentos finos e grossos paralelamente formados por 
actina e miosina respectivamente. 
Os filamentos finos e grossos são dispostos longitudinalmente em pequenas unidades 
conhecidas como sarcômeros. Essa configuração na microscopia de luz aparece com 
uma aparência estriada, a partir desse fato originou-se a definição desse tipo muscular.
Figura 32. Estrutura de um sarcômero.
 
 
Fibra muscular 
Miofibrila 
Actina 
Miosina 
Banda 
Sarcômero 
Banda A 
Fonte: https://alunosonline.uol.com.br/biologia/contracao-musculo-esqueletico.html. Acesso em: 23/03/2020.
Os filamentos grossos são constituídos da proteína miosina, que possui 2 cadeias 
pesadas e 2 pares de cadeias leves. Na cauda do filamento grosso, as duas cadeias 
pesadas são entrelaçadas em uma formação helicoidal. Na outra extremidade, cada 
cadeia pesada é emparelhada com duas cadeias leves, dando origem a 2 cabeças.
A região da cabeça da miosina contém um local de ligação à adenosina trifosfato (ATP) 
que, na presença da enzima (adenosinetrifosfatase [ATPase]), hidrolisa do ATP em 
https://alunosonline.uol.com.br/biologia/contracao-musculo-esqueletico.html
43
O CONTROLE MOTOR │ UNIDADE II
adenosina difosfato (ADP) e fosfato inorgânico (Pi ) e fornece a energia necessária 
para a contração muscular
As cabeças da miosina têm um sítio de ligação à actina para a fixação aos filamentos 
finos.
Os filamentos finos são compostos por:
 » actina;
 » tropomiosina;
 » troponina. 
A actina é uma proteína globular que combina com outros glóbulos de actina para 
formar duas cadeias entrelaçadas. A dupla fita de filamentos de actina é coberta pela 
tropomiosina, que bloqueia o sítio de ligação e consequentemente a interação entre 
miosina e actina quando o músculo não está contraindo. 
A troponina é composta pelas troponinas I, T e C e está localizada ao longo dos 
filamentos de actina ao lado da tropomiosina. 
Contração Muscular
O processo que culmina com a contração muscular é também conhecido como 
acoplamento excitação-contração e se inicia quando um potencial de ação causa 
despolarização no sarcolema. 
A despolarização é espalhada pelos túbulos transversos, conhecidos como Túbulos T, 
que são invaginações da membrana das células musculares – eles ajudam a propagar 
sinais de despolarização para toda a fibra muscular. 
A despolarização dos túbulos T causa uma alteração conformacional nos receptores de 
di-hidropiridina, que causa a abertura de receptores próximos de rianodina no retículo 
sarcoplasmático, o local de armazenamento de cálcio nas células musculares. 
À medida que o cálcio é liberado do retículo, liga-se à subunidade C da troponina. A 
partir daí, há uma alteração na conformação, que altera a tropomiosina, liberando o 
sítio de ligação que estava encoberto pela tropomiosina e permitindo que as cabeças 
da miosina se liguem aos filamentos de actina, criando uma ponte cruzada. 
Posteriormente, o ATP se liga a um domínio de ligação do ATP na cabeça da miosina, 
faz com que a miosina se dissocie da actina, quebrando a ponte cruzada, em seguida, 
44
UNIDADE II │ O CONTROLE MOTOR
o ATP é hidrolisado em ADP e Pi, o que faz com que as cabeças da miosina mudem de 
conformação e se movam em direção à extremidade positiva da actina, inclinando a 
cabeça da miosina. 
O fosfato é liberado e a miosina ligada ao ADP se liga a um novo local no filamento 
de actina. O ADP é, então, liberado, fazendo com que a miosina retorne à sua posição 
original, puxando o filamento de actina ao fazê-lo, causando a contração do sarcômero. 
Enquanto tiver cálcio presente os ciclos são contínuos até a queda dos níveis de cálcio 
no miócito, fazendo com que a tropomiosina cubra novamente os locais de ligação da 
miosina da actina.
Para saber mais acerca da contração da musculatura estriada esquelética leia os 
artigos disponíveis nos links a seguir:
http://www.scielo.br/pdf/anp/v18n3/05.pdf
http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2005/RN%2013%20
SUPLEMENTO/Pages%20from%20RN%2013%20SUPLEMENTO-15.pdf
Bons estudos!
Unidade motora
O responsável pela ativação do músculo para se contrair é o neurônio motor localizado 
na medula espinal, sendo assim, o sinal elétrico gerado é conduzido ao longo dos 
nervos espinais até alcançar a musculatura. 
De maneira geral, um músculo é inervado por algumas centenas de neurônios 
motores e cada neurônio motor se conecta a várias centenas de fibras musculares. O 
elemento de controle funcional é um neurônio motor único e as fibras musculares por 
ele inervadas, conhecidas como unidade motora, e todas as contrações musculares 
envolvem a classificação da quantidade de atividade da unidade motora.
A força muscular pode ser graduada pelo sistema nervoso por meio do número de 
unidades motoras ativadas e a taxa na qual cada unidade motora dispara potenciais 
de ação. Apesar da diversidade considerável nas propriedades dos neurônios motores 
e das fibras musculares, a ativação de uma população de unidades motoras prossegue 
em uma sequência ordenada das menores às maiores unidades motoras, gerando 
primeiramente uma quantidade menor de força avançando para uma quantidade de 
força cada vez maior, esse é o princípio do tamanho. 
http://www.scielo.br/pdf/anp/v18n3/05.pdf
http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2005/RN%2013%20SUPLEMENTO/Pages%20from%20RN%2013%20SUPLEMENTO-15.pdf
http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2005/RN%2013%20SUPLEMENTO/Pages%20from%20RN%2013%20SUPLEMENTO-15.pdf
45
O CONTROLE MOTOR │ UNIDADE II
Existem três tipos de unidades motoras:
 » lentas;
 » rápidas;
 » resistentes à fadiga.
Figura 33. Unidade Motora.
Fonte: http://backyardbrains.de/experiments/MuscleSingleunit. Acesso em: 23/03/2020.
A atividade das fibras musculares depende da atividade dos motoneurônios que a 
inervam e assim as fibras musculares podem apresentar diferentes perfis de contração 
variando desde um abalo muscular até um tétano que significa uma série de contrações 
sucessivas e o músculo chega ao seu grau máximo de força de contração.
É importante enfatizar alguns fatos acerca das unidades motoras:
 » Um neurônio pode estimular várias fibras musculares.
 » Uma fibra muscular só pode ser estimulada por um neurônio motor.
 » Um potencial de ação pode causar a ativação de diversas fibras 
musculares.
http://backyardbrains.de/experiments/MuscleSingleunit46
UNIDADE II │ O CONTROLE MOTOR
Neurônios motores
Os neurônios motores apresentam as seguintes propriedades:
 » Apresentam um grande diâmetro de cerca de 35 a 70 µm. 
 » Possuem vários dendritos que se estendem até 2 mm do corpo celular. 
As entradas recebidas pelos dendritos são usadas para determinar se um neurônio 
deve ou não estar ativo e a intensidade da atividade. A partir daí, o axônio transmite o 
sinal de ativação do neurônio motor para as fibras musculares. 
Ao contrário dos dendritos, que permanecem confinados à medula espinhal, o axônio 
sai da medula espinhal e é agrupado com outros axônios para formar um nervo 
periférico que pode trafegar por longas distâncias até o músculo que será ativado, no 
caso dos humanos esses sinais podem trafegar até 1 m. 
47
CAPÍTULO 2
Sistemas motores
Deste capítulo em diante, iniciaremos a partir da abordagem do controle motor que é 
a regulação do movimento a partir do Sistema Nervoso. Esse controle do movimento 
pode incluir os reflexos e também os movimentos voluntários direcionados a um 
objetivo específico. 
Figura 34. Controle motor.
 
 
Reflexos
Movimentos 
direcionados
Controle 
Motor
Fonte: Elaboração própria da autora.
A fim de controlar o movimento, o sistema nervoso é capaz de integrar as informações 
sensoriais acerca do ambiente e dele mesmo por meio da propriocepção e, a partir 
disso, recrutar os músculos apropriados para a realização de cada tarefa específica, 
para que isso aconteça são necessários vários aspectos como:
 » Integração da informação sensorial.
 » Processamento neural.
 » Coordenação.
 » Biomecânica.
 » Cognição. 
48
UNIDADE II │ O CONTROLE MOTOR
O controle motor tem algumas funções como:
 » Controlar a contração de cada um dos músculos de forma individual.
 » Ajustar e controlar a execução do movimento.
 » Realizar os ajustes posturais necessários.
A propriocepção é o sentido de posição dos segmentos do corpo no espaço, 
por exemplo, se fecharmos os nossos olhos e alguma outra pessoa colocar 
um segmento do nosso corpo em outra posição, sabemos exatamente onde 
ele está posicionado sem que para isso precisemos olhar, isso ocorre porque 
o nosso corpo está repleto de receptores mecanosensorias nos músculos, 
tendões e articulações.
Para saber mais acerca do controle motor, sua anatomia e fisiologia, leia o artigo 
disponível no link a seguir: 
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7294779
Bons estudos!
Figura 35. Aspectos necessários para o controle motor.
 
 
Integração da informação sensorial
Processamento neural
Coordenação
Biomecânica 
Cognição 
Fonte: Elaboração própria da autora.
Para iniciarmos a nossa abordagem acerca da organização do controle motor, vamos 
começar a explanar que o controle motor de forma geral pode ser dividido em 
estruturas superiores e inferiores, sendo assim, as estruturas superiores são:
 » Córtex cerebral.
 » Núcleos da base.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7294779
49
O CONTROLE MOTOR │ UNIDADE II
 » Cerebelo.
A estrutura inferior é:
Espinal (motoneurônios α)
Dentro desse contexto, as vias descendentes do córtex motor e dos núcleos motores no
tronco encefálico e cerebelo terminam nos neurônios na medula espinhal, não apenas 
controlando a excitabilidade dos motoneurônios α, mas também os reflexos espinhais 
e outros circuitos neurais complexos na medula espinhal. 
Figura 36. Divisão estrutural do controle motor.
 
 
Estruturas Superiores 
•Córtex cerebral.
•Núcleos da base.
•Cerebelo.
•Tronco encefálico.
Estruturas Inferiores
•Medula Espinal.
Fonte: Elaboração própria da autora.
Cada nível supracitado contém uma circuitaria que é capaz de regular as respostas 
motoras, sendo assim:
 » O córtex cerebral tem a função de comandar o movimento direcionado a 
um objetivo específico.
 » Os núcleos da base e o cerebelo que ainda fazem parte das estruturas 
superiores do controle motor têm a função de estruturar o plano motor e 
fazer os ajustes que forem necessários. 
 » O tronco encefálico tem a função do controle postural e de equilíbrio.
 » Por fim, a medula espinal faz a mediação de reflexos e automatismos 
rítmicos. 
50
UNIDADE II │ O CONTROLE MOTOR
Figura 37. Funções gerais das estruturas superiores e inferiores envolvidas no controle motor.
 
 
Córtex cerebral
Núcleos da base e cerebelo
Tronco Encefálico
Medula Espinal
•Comando do movimento direcionado 
a um objetivo.
•Estruturação do plano motor.
•Ajustes do movimento.
•Controle postural.
•Controle de equilíbrio.
•Mediação de reflexos e automatismos.
Fonte: Elaboração própria da autora.
Como vimos até aqui, a motricidade humana apresenta uma hierarquia em sua 
organização morfo-funcional, de forma que o sistema motor contém estruturas mais 
simples anatômica e funcionalmente até estruturas mais complexas como o córtex 
cerebral. 
De uma forma mais detalhada, muitos aspectos funcionais da motricidade relacionam-
se diretamente a essa organização hierárquica de modo que os movimentos mais 
simples como os reflexos podem ser facilmente administrados na própria medula 
espinal e movimentos mais elaborados e complexos como os movimentos voluntários 
necessitem da participação de estruturas mais complexas e de níveis hierárquicos mais 
altos com ampla participação de distintas áreas do córtex cerebral. 
Imagine que, nesse momento, você queira ir pegar um alimento na cozinha, isso exige 
que você elabore uma estratégia para chegar a cozinha, pois uma série de atos motores 
precisam se executados. Uma vez que a estratégia está definida, precisa ser escolhido 
um padrão de ativação da musculatura necessário para alcançar a estratégia pré-
definida. 
Agora, de forma mais específica, para que isso seja possível entram em ação estruturas 
como: 
 » Áreas corticais de associação.
 » Núcleos da base.
 » Córtex motor.
 » Cerebelo.
 » Medula espinal.
 » Núcleos do tronco encefálico.
51
O CONTROLE MOTOR │ UNIDADE II
Baldo (2001), em seu artigo acerca da Fisiologia do movimento Humano, explica que: 
A organização e emissão de um movimento podem requerer, antes 
de sua execução, a elaboração de uma estratégia motora, seguida da 
elaboração de seus aspectos táticos. Um exemplo pode nos ajudar a 
entender essa distinção. Se estamos sentados, em uma sala de aula, e 
decidimos ir até o corredor para bebermos água, sabemos o que fazer: 
levantar, andar até a porta, abri-la e sair. Essa descrição abstrata 
corresponde à estratégia necessária à emissão daquele comportamento 
motor. Se a sala estiver repleta e estivermos longe da porta, esse 
aspecto estratégico deverá incluir até mesmo um planejamento do 
caminho que deveremos percorrer entre as cadeiras para chegarmos 
até a porta. Já o aspecto tático refere-se ao padrão de ativação 
seqüencial dos músculos necessários à realização do plano motor, cujo 
aspecto estratégico já está definido. Ou seja, nesse exemplo que aqui 
consideramos, precisamos inicialmente nos levantar da cadeira, e só 
então iniciar o movimento de marcha ao longo da trajetória que nos 
levará até a porta. A definição do conjunto de músculos, e de que forma 
deverão ser recrutados e ativados para chegarmos ao nosso destino, 
é o que caracteriza esse aspecto tático. E finalmente, definidos então 
os aspectos estratégicos e táticos do plano motor, passase à execução 
do movimento, por meio de estruturas que converterão esse plano 
em uma seqüência de contrações e relaxamentos musculares que irão 
compor a atividade motora propriamente dita.
Figura 38. Estruturas do Sistema Nervoso envolvidas na motricidade.
 
 
Motricidade
Áreas 
corticais de 
associação
Núcleos da 
base
Córtex 
motor
Cerebelo
Medula 
espinal
Núcleos do 
tronco 
encefálico
Fonte: Elaboração própria da autora.
52
UNIDADE II │ O CONTROLE MOTOR
As estruturas responsáveis pela execução do movimento são a medula espinal e 
o tronco cerebral se levarmos em consideração os movimentos gerados a partir 
dos nervos cranianos, destes destacam-seos movimentos oculares, de mandíbula, 
mímicos, da língua e cervicais.
Além disso, o tronco encefálico exerce função de suma importância intermediando as 
projeções que descendem a partir de regiões superiores cujo alvo é a medula espinal.
Outra função atribuída ao tronco encefálico que merece destaque é o seu papel na 
manutenção da postura por meio de informações inerentes à posição e à movimentação 
da cabeça importantes para o equilíbrio do indivíduo. 
A imagem a seguir representa os movimentos gerados a partir do tronco encefálico por 
meio dos nervos cranianos correspondentes (BALDO, 2011).
Figura 39. Movimentos intermediados por nervos cranianos.
 
M
ím
ico
s
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Lín
gu
a
Oc
ul
ar
es
 
Ce
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ica
is
óculo-
motor
troclear
abducente
Trigêmeo
Facial
Hipoglosso
Acessório
Fonte: Elaboração própria da autora.
Quando um movimento é executado, toda a maquinaria neural é ativada ao longo de 
todos os níveis hierárquicos, de modo que são recrutados:
 » Unidade motora.
 » Mecanismos envolvidos nos reflexos espinais.
 » Mecanismos do tronco encefálico.
 » Controle do vérmis cerebelar.
 » Controle dos hemisférios cerebelares. 
 » Controle dos gânglios da base. 
53
O CONTROLE MOTOR │ UNIDADE II
Anatomicamente o cerebelo é dividido em vérmis, hemisfério cerebelar 
direito e hemisfério cerebelar esquerdo. Quanto à divisão funcional, o vérmis 
está associado à  postura corporal  e à  locomoção, recebendo inervação 
somática sensorial da  cabeça  e das regiões proximais do corpo por  vias 
espinais ascendentes e os hemisférios cerebelares e os hemisférios cerebelares 
importantes na coordenação dos movimentos. 
Enfatizando aqui a importância do cerebelo, pense em um indivíduo que 
sofre uma lesão nessa estrutura crucial para o controle motor em aspectos 
relacionados à postura, ao equilíbrio e à coordenação dos movimentos. Qual é a 
sintomatologia desse indivíduo? 
Quais doenças são associadas às lesões no cerebelo? 
Geralmente, quando há alguma lesão no cerebelo, alguns sintomas são 
evidenciados como: 
 » Alteração no tônus muscular.
 » Distúrbios na fala.
 » Distúrbios na motricidade ocular.
 » Ataxia.
 » Distúrbios de equilíbrio.
 » Alterações posturais.
 » Alterações na marcha.
Figura 40. Sintomatologia associada às lesões cerebelares.
 
 
Lesão 
cerebelar 
alteração 
no tônus 
muscular
distúrbios 
na fala
distúrbios na 
motricidade 
ocular
ataxia
distúrbios 
de 
equilíbrio
Alterações 
posturais
Alterações 
na marcha
Fonte: Elaboração própria da autora.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Postura
https://pt.wikipedia.org/wiki/Locomo%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cabe%C3%A7a
https://pt.wikipedia.org/wiki/Medula_espinal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Medula_espinal
54
UNIDADE II │ O CONTROLE MOTOR
A respeito da medula espinal, sabemos que parte dela a inervação de grande parte 
da musculatura estriada dado que em seus cornos ventrais estão localizados os 
motoneurônios α que são considerados a via final comum, posto que é a via final da 
execução de todo e qualquer movimento, desde um simples reflexo a um movimento 
altamente complexo, os dois só serão possíveis por meio da ativação da medula espinal 
e mais especificamente dos motoneurônios α. 
Os motoneurônios α são grandes neurônios motores multipolares no tronco encefálico 
e na medula espinal. Inervam as fibras musculares extrafusais do músculo esquelético 
e são diretamente responsáveis pela contração muscular. 
Figura 41. O motoneurônio α.
 
 
Substância 
cinzenta 
Neurônios motores 
no corno anterior 
da medula espinal 
Fonte: Traduzido de https://pt.wikipedia.org/wiki/Neur%C3%B4nio_motor#/media/Ficheiro:Polio_spinal_diagram-en.svg. Acesso 
em: 23/03/2020.
Existem outros neurônios motores chamados gama, que inervam as fibras musculares 
intrafusais dos fusos musculares, esses serão discutidos à frente. 
Os motoneurônios α também são considerados parte do sistema nervoso somático – 
um ramo do sistema nervoso periférico porque, embora seus corpos celulares sejam 
encontrados no sistema nervoso central, seus axônios se estendem para a periferia 
para inervar os músculos esqueléticos. 
Figura 42. Características do motoneurônio α.
 
 
Via final comum do movimento Inerva as fibras extra-fusais do músculo 
Localizados no tronco encefálico ou nos 
cornos ventrais da medula espinal Multipolares 
Motoneurônio α 
Fonte: Elaboração própria da autora.
55
O CONTROLE MOTOR │ UNIDADE II
Quando estamos executando um movimento, o sistema nervoso é o tempo todo 
informado de tudo o que está acontecendo em relação aos músculos que estão 
envolvidos, a força de contração, articulações envolvidas, postura, além de 
informações aferentes em relação às consequências geradas pelo movimento, o que é 
absolutamente necessário para que sejam feitos ajustes e correções.
Há muito tempo que os profissionais da saúde, inclusive os fisioterapeutas, 
reconhecem o papel da circuitaria da medula espinal no controle do movimento e 
assim as intervenções propostas em situações de injúria nessa estrutura buscam inibi-
la ou promover sua ativação. Os estímulos sensoriais evocam respostas reflexas, mas 
essas podem ser alteradas através de estruturas supra-espinais em humanos com a 
medula espinal intacta.
Além dos movimentos reflexos espinhais, que são respostas motoras a partir das 
aferências sensoriais, a medula espinhal é capaz de gerar movimentos rítmicos 
complexos sem que para isso precise de informações supra-espinais.
Por exemplo, Sherrington, há um século, demonstrou que animais com transecção 
completa da medula espinhal são capazes de produzir padrões alternativos e recíprocos 
de movimentos dos membros posteriores após a espinalização.
Sir Charles Scott Sherrington (1857-1952) foi um neurofisiologista, ganhador do 
Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina com Edgar Adrian, 1º Barão Adrian, em 
1932 por seu trabalho nas funções dos neurônios. Em um momento anterior ao 
trabalho desses importantes autores, os cientistas acreditavam que os reflexos 
ocorriam como atividade isolada dentro de um arco reflexo. Sherrington 
recebeu o prêmio por mostrar que os reflexos requerem ativação integrada e 
demonstraram inervação recíproca dos músculos (lei de Sherrington).
A espinalização remove as influências inibitórias descendentes, por meio dela, 
são abolidas as funções posturais nos quadrúpedes e o controle postural 
em animais espinhais. Após a espinalização, aos poucos desenvolve-se a 
espasticidade que se manifesta na função postural como respostas motoras 
incorretas aos sinais sensoriais relacionados à postura.
56
UNIDADE II │ O CONTROLE MOTOR
Figura 43. Sir Charles Scott Sherrington.
Fonte: https://id.wikipedia.org/wiki/Berkas:Charles_Scott_Sherrington1.jpg. Acesso em: 23/03/2020.
Muitos estudos adicionais realizados foram capazes de demonstrar desde aqueles 
tempos que os animais com medula espinhal transseccionada ainda demonstraram ser 
capazes de executar uma variedade de comportamentos inatos complexos como:
 » caminhar;
 » coçar;
 » nadar;
 » limpar e sacudir as patas.
Todos esses comportamentos acontecendo mesmo na ausência de estímulos 
sensoriais supra-espinhais e proprioceptivos.
Propriocepção
A propriocepção, até mesmo chamada de sexto sentido, é o que nos permite a 
percepção dos seguintes aspectos dos segmentos do corpo:
 » localização; 
 » movimento;
 » ação.
É crucial para o controle dos movimentos e abrange diversas sensações como:
 » percepção da posição das articulações;
 » percepção dos movimentos das articulações;
https://id.wikipedia.org/wiki/Berkas:Charles_Scott_Sherrington1.jpg
57
O CONTROLE MOTOR │ UNIDADE II
 » força muscular;
 » esforço. 
As informações sensoriais são detectadas a partir de receptores sensoriais localizados 
nos músculos, pele e articulações.
A propriocepção nos permite a avaliação de:
 » movimentos;
 » posições dos membros;
 » força;
 » peso;
 » rigidez;
 » viscosidade.Essas informações são integradas com informações de outros sentidos para que se 
possa localizar objetos externos em relação ao corpo e auxiliam para a construção da 
imagem corporal. 
Um neurologista da Universidade Columbia chamado Jonathan Cole 
descreveu que, em 1971, um indivíduo chamado Ian Waterman teve um agravo 
denominado gastroenterite viral grave que afetou sua capacidade de perceber 
a posição dos membros em relação ao ambiente. Os membros se moviam, mas 
parecia que o paciente havia perdido o controle sobre eles, assim o paciente 
relatou que sua sensação é como se estivesse flutuando no ar. A partir desse 
estudo de caso é possível entender o significado da propriocepção.
A propriocepção já vem sendo estudada há algum tempo, o neurofisiologista Charles 
Sherrington, já citado anteriormente, na virada do século XX alegou que estamos 
cientes da posição dos membros quando estamos relaxados e imóveis porque 
possuímos receptores sensoriais que são capazes de detectar e sinalizar a posição e 
o movimento dos membros. Assim, por muito tempo acreditou-se que os receptores 
sensoriais de propriocepção ficavam na articulação, todavia, em 1972, Guy Goodwin 
e outros cientistas da universidade de Oxford demonstraram que os receptores 
proprioceptivos estavam nos músculos e não nas articulações. 
58
UNIDADE II │ O CONTROLE MOTOR
Sistemas sensoriais
O sistema nervoso contém estruturas responsáveis por detectar, transmitir e processar 
informações referentes ao ambiente e ao próprio organismo a fim de estabelecer a 
resposta mais adequada diante de todos esses dados. 
A maioria das pessoas conhece os cinco sentidos que temos para explorar tudo o que 
nos cerca, que são: a visão, a audição, o olfato, o paladar e o tato. Esses são estudados 
desde a nossa infância, contudo, temos outras modalidades sensoriais úteis que 
aumentam o nosso repertório de aferências. 
Nosso sistema somatossensorial é baseado em estímulos ou sinais que podem 
ser coletados(detectados) por um tecido que contenha os receptores sensoriais, 
transduzidos, ou seja, transformados em potenciais de ação que são sinais elétricos, 
processados e, ao final, podem ser capazes de gerar uma ação, uma resposta específica. 
A figura abaixo representa o esquema dos princípios de funcionamento do sistema 
sensorial:
Figura 44. Exemplo de funcionamento do sistema sensorial.
 
 
Sinal Coleta Transdução Processamento Ação 
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/64/Sensory_Systems.pdf. Acesso em: 23/03/2020.
A transdução deve ser realizada pelos receptores sensoriais que são capazes em 
transduzir as informações do mundo em sinais elétricos que são entendidos pelos 
neurônios, entretanto, não são todas as informações do ambiente que chegam às 
estruturas de processamento do sistema sensorial. O sistema é capaz de filtrar as 
informações realmente relevantes como sinais mecânicos, de substâncias químicas e 
outros dados cruciais e o sistema nervoso as propaga de forma que garanta a nossa 
sobrevivência. 
Dentro desse contexto, temos diversos tipos de receptores sensoriais.
1. Receptores mecânicos
 › Sistema de equilíbrio (sistema vestibular).
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/64/Sensory_Systems.pdf
59
O CONTROLE MOTOR │ UNIDADE II
 › Audição (sistema auditivo).
 › Pressão:
 · Adaptação rápida (corpúsculo de Meissner, corpúsculo de Paccini).
 · Adaptação lenta (discos de Merkel, corpúsculo de Ruffini).
 › Fusos musculares.
 › Órgãos de Golgi: nos tendões.
 › Receptores articulares.
2. Receptores químicos
 › Cheiro (sistema olfativo).
 › Gosto.
3. Receptores de luz (sistema visual)
4. Receptores de calor
 › Sensores de calor. 
 › Sensores de frio. 
5. Receptores de dor (nociceptores)
Para entender mais a respeito do sistema sensorial e do processamento das 
informações advindas do ambiente e do próprio organismo é importante que 
leia os artigos disponíveis nos links a seguir: 
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/64/Sensory_Systems.pdf
http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2009/RN%2017%2002/13.pdf
Bons estudos!
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/64/Sensory_Systems.pdf
http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2009/RN%2017%2002/13.pdf
60
UNIDADE II │ O CONTROLE MOTOR
Figura 45. Tipos de transdutores sensoriais.
 
 
•Sistema de equilíbrio (sistema vestibular).
• Audição (sistema auditivo).
•Pressão:
• Adaptação rápida (corpúsculo de Meissner, corpúsculo de Paccini?
•Adaptação lenta (discos de Merkel, corpúsculo de Ruffini)
•Fusos musculares
•Órgãos de Golgi: nos tendões
• Receptores articulares
Receptores mecânicos
•Cheiro (sistema olfativo).
•Gosto.Receptores químicos
•Visão.Receptores de luz 
•Calor.
•Frio.Receptores térmicos
•Nociceptores.Receptores de dor
Fonte: Elaboração própria da autora.
O sistema sensorial também pode ser classificado de outras formas e uma delas separa 
as sensibilidades interocepivas e exteroceptivas conforme representação abaixo. 
Figura 46. Classificação dos tipos de sensibilidade.
 
 
Sensibilidade 
oriunda do interior 
do organismo.
Interoceptiva 
Sensibilidade 
proveniente do meio 
ambiente.
Exteroceptiva 
Fonte: Elaboração própria da autora.
Existe uma grande variedade de receptores sensoriais que se diferenciam 
morfologicamente e funcionalmente podendo ser simples, complexos e especiais 
e que são capazes de detectar a mais ampla variedade de estímulos. Os receptores 
simples são neurônios com terminações nervosas livres, os receptores complexos têm 
suas terminações nervosas envoltas por tecido conjuntivo e, por fim, os receptores 
sensoriais especiais têm a capacidade de liberar neurotransmissores em neurônios 
sensoriais podendo gerar um potencial de ação. 
61
O CONTROLE MOTOR │ UNIDADE II
Cada receptor é específico pois possui mecanismos moleculares próprios envolvidos 
na transdução do estímulo, ou seja, a condutância das células pode ser alterada por 
estímulos diferentes, assim, a incidência da luz em receptores sensoriais dos olhos ou 
substâncias químicas presentes no ar detectadas por receptores olfativos que atuam de 
diferentes formas na membrana de seus receptores sensoriais.
Outro fator, que é o diâmetro axonal e o padrão de suas conexões, determina a 
modalidade sensorial de detecção de um receptor, assim, quanto maior é o diâmetro do 
axônio, os potenciais de ação são propagados mais rapidamente e, dentre os receptores 
sensoriais, os que possuem maior velocidade de condução do impulso elétrico são 
os mecanorreceptores, ao passo que os nociceptores têm pequeno diâmetro além de 
não serem mielinizados, o que faz com que a condução dos potenciais de ação seja 
lentamente conduzida. 
Figura 47. Receptores sensoriais.
 
 
Terminações nervosas livres 
Corpo 
celular 
Processos periféricos 
Gãnglio sensorial 
Processo central 
Sistema Nervoso Central 
Processo central 
Processos periféricos 
Corpo celular Corpo celular 
Célula 
Célula 
sensorial 
Receptor 
Terminações 
nervosas 
encapsuladas 
Cápsula de 
tecido 
conjuntivo 
Fonte: Traduzido de : https://en.wikipedia.org/wiki/Sensory_neuron#/media/File:Structure_of_sensory_system_(4_models)_E.PNG. 
Acesso em: 23/03/2020.
62
UNIDADE II │ O CONTROLE MOTOR
Inervação Musculoesquelética
Como você pode perceber, para que o sistema motor funcione de maneira adequada, 
além das informações sensoriais externas são necessárias informações acerca do 
estado dos músculos e membros, ou seja, informações proprioceptivas, para isso duas 
estruturas exercem um papel central, são elas:
 » O fuso muscular com informações relativas ao comprimento de um 
músculo.
 » Órgão tendinoso de Golgi que sinaliza a quantidade de força aplicada a 
um músculo.
Figura 48. Fuso muscular e Órgão tendinoso de Golgi.
 
 
Fibras musculares 
Fuso Muscular 
Órgão 
Tendinoso 
de Golgi 
Tendões 
Fonte: https://joanarenatafisio.wordpress.com/2017/11/22/fuso-muscular-e-orgao-tendinoso-de-golgi/. Acesso

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