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Hanseníase: Definição, Transmissão e Notificação

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DEFINIÇÃO 
A hanseníase é uma das doenças mais antigas do mundo. Os continentes 
asiáticos e africanos são considerados o berço da doença e as referências mais 
remotas datam de 600 a.C., além de registros da presença da doença há mais de 4000 
anos na China, Egito e Índia. 
➢ Doença bíblica. 
➢ Conhecida também como Lepra ou Mal de Lázaro. 
 
De acordo com a Lei nº 9.010, de 29 de março de 1995, o termo 
"Lepra" e seus derivados no Brasil, não poderão ser utilizados na 
linguagem empregada nos documentos oficiais da Administração 
centralizada e descentralizada da União e dos Estados-membros. 
 
➢ Doença crônica, infectocontagiosa, de evolução lenta e progressiva. Seu 
período de incubação é, em média, de 2 a 7 anos. 
➢ Identificada pela primeira vez em 1873 pelo cientista Armauer Hansen. 
➢ Acomete os nervos superficiais da pele e troncos nervosos periféricos, 
localizados na face, pescoço, terço médio do braço e abaixo do cotovelo e 
joelhos. 
➢ Possui a capacidade de ocasionar lesões neurais, tendo, dessa forma, um 
alto poder incapacitante. Essa característica é a principal responsável 
pelo estigma e discriminação às pessoas acometidas pela doença. 
➢ Pode afetar os olhos e órgãos internos (mucosas, ossos, fígado, baço, 
testículo, etc.). 
➢ Agente etiológico: Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen, bacilo 
álcool-ácido resistente, fracamente gram-positivo, com tropismo pelos 
nervos periféricos, especificamente, células de SCHWANN. 
➢ O homem é considerado única fonte de infecção. 
 
A hanseníase pode acometer pessoas de ambos os sexos e de qualquer idade. 
Mas para que haja a transmissão, é necessário longo período de contato da pessoa 
suscetível, ou seja, com maior probabilidade de adoecer, com uma pessoa doente de 
hanseníase multibacilar e que NÃO SE ENCONTRA EM TRATAMENTO. 
Frequentemente, a fonte da doença é um familiar próximo (pais, irmãos, avós, 
cônjuge) que não sabe que está doente. 
Familiares de pessoas com hanseníase possuem maior chance de 
adoecer, devido à influência genética na susceptibilidade ao M. leprae. 
A transmissão se dá por meio das VIAS AÉREAS SUPERIORES (mucosa nasal e 
orofaringe) por disseminação de GOTÍCULAS. 
Logo, a transmissão se dá pelo AR. 
Os objetos utilizados e tocar a pele do paciente, não constituem fonte de 
transmissão. 
Os doentes paucibacilares (PB), ou seja, que possuem poucos bacilos, também 
não são considerados importantes como fonte de infecção da doença devido à baixa 
carga bacilar. 
 
Grande parte da população tem defesa natural contra a doença, por isso, ao 
entrarem em contato com o bacilo, não adoecerão. 
 
ISSO QUER DIZER QUE A HANSENÍASE POSSUI: 
• ALTA INFECTIVIDADE. 
• BAIXA PATOGENICIDADE. 
 
NOTIFICAÇÃO E INVESTIGAÇÃO 
➢ Doença de Notificação Compulsória SEMANAL em todo território 
nacional e Investigação OBRIGATÓRIA. 
➢ A notificação deve ser realizada após confirmação diagnóstica. Deve-se 
utilizar a ficha de Notificação/Investigação do Sistema de Informação de 
Agravo de Notificação-SINAN (Figura 1). 
➢ A Ficha de Notificação/Investigação do SINAN deve ser preenchida por 
profissionais das unidades de saúde onde o paciente foi diagnosticado, 
na semana epidemiológica do diagnóstico, independentemente dos 
serviços serem públicos ou privados e do nível de atenção à saúde. 
➢ A notificação da hanseníase deve ser enviada semanalmente em meio 
físico, magnético ou digital ao órgão de vigilância epidemiológica 
hierarquicamente superior. 
➢ Sempre deve ficar uma cópia da notificação no prontuário do paciente. 
➢ Para que se tenha o controle rigoroso de acompanhamento do 
tratamento e evolução do caso de hanseníase, utiliza-se um instrumento 
de monitoramento denominado Boletim de Acompanhamento de 
Hanseníase. Esse Boletim deverá ser encaminhado pela unidade de 
saúde, ao final de cada mês. 
➢ Informações que devem conter no Boletim de Acompanhamento de 
Hanseníase: data do último comparecimento; classificação operacional 
atual; esquema terapêutico atual; número de doses de PQT/OMS 
administradas; episódio reacional durante o tratamento; número de 
contatos registrados e examinados; e, caso haja o término do tratamento, 
colocar o tipo, data e grau de incapacidade na alta por cura. 
➢ Quando acontecer o abono do tratamento, o paciente deve ser 
reexaminado para definição da conduta terapêutica adequada. Nesses 
casos, a notificação também deverá ser realizada no SINAN com o “modo 
de entrada” outros reingressos e escrito no campo que tem “observações”, 
reingresso por abandono. 
➢ As unidades deverão um monitoramento complementar dos doentes 
faltosos. 
 
 
INVESTIGAÇÃO DE CASOS EM MENORES DE 15 ANOS DE IDADE 
Diante de um caso suspeito de hanseníase em menor de 15 anos de idade, 
deve-se preencher o PROTOCOLO COMPLEMENTAR DE INVESTIGAÇÃO 
DIAGNÓSTICA DE CASOS DE HANSENÍASE EM MENORES DE 15 ANOS (PCDI<15). 
Se o caso for confirmado, esse Protocolo é encaminhado à Secretaria Municipal 
de Saúde (SMS), juntamente com a Ficha de Notificação/Investigação e a SMS avalia 
a necessidade de validar o caso ou referenciar para serviço específico para 
confirmação do diagnóstico. 
 
 
 
INVESTIGAÇÃO DE RECIDIVAS 
 Diante de um caso suspeito de recidiva, deve-se preencher a FICHA DE 
INVESTIGAÇÃO DE SUSPEITA DE RECIDIVA e encaminhar para unidade de 
referência, onde será realizada a confirmação diagnóstica. 
A notificação deverá ser realizada pelo serviço de referência que procedeu à 
confirmação diagnóstica. 
Em caso confirmatório, sem complicação, deve-se CONTRARREFERENCIAR 
para tratamento e acompanhamento na unidade básica de saúde. 
INVESTIGAÇÃO DE CONTATOS 
Deve-se examinar TODOS os contatos, independente do caso confirmado ser 
paucibacilar ou multibacilar. 
Serve como medida estratégica para diagnóstico precoce da doença, visando 
quebrar a cadeia de transmissão e evitar sequelas decorrentes do diagnóstico tardio. 
Visa descobrir possíveis fontes de infecção no domicílio (familiar) ou 
extradomiciliar (social). 
➢ Contato Domiciliar: Qualquer pessoa que tenha convivido em âmbito 
domiciliar ou tenha tido contato frequente em domicílio, com o doente 
de hanseníase nos ÚLTIMOS 5 ANOS ANTERIORES ao diagnóstico da 
doença, podendo ser familiar ou não. 
Atenção especial aos familiares do doente de hanseníase, pois estão 
inclusos no grupo de maior risco de adoecimento, ESTANDO RESIDINDO 
OU NÃO no mesmo domicílio que o caso confirmado. Todos devem ser 
examinados e acompanhados por pelo menos 5 anos. 
➢ Contato Social: Pessoa que tenha convivido em relações sociais, de forma 
prolongada e próxima, sendo familiar ou não (vizinhos, colegas de 
trabalho e/ou escola, etc.). 
Em caso de não confirmação da hanseníase nos contatos 
domiciliares e sociais, recomenda-se a avaliação dermatoneurológica pelo 
menos uma vez ao ano, durante 5 anos (no mínimo), independente da 
classificação operacional do caso notificado. Após esse período, não se 
descarta a possibilidade de surgimento de sinais e sintomas sugestivos de 
hanseníase. 
A investigação epidemiológica dos contatos consiste em: 
• Anamnese específica para os sinais e sintomas da hanseníase; 
• Exame dermatoneurológico; 
• Vacinação BCG para todos os contatos sem presença de sinais e 
sintomas de hanseníase no momento da avaliação, não importando se 
são contatos de caso PB ou MB. 
Todos os contatos deverão ser informados que a vacina BCG não confere 
prevenção específica para hanseníase, mas que oferecer alguma proteção. É 
importante, também, que os profissionais de saúde tenham em mente que a BCG 
pode abreviar o tempo de incubação. 
Não se deve realizar a BCG em pessoas imunossuprimidas, com 
tuberculose ativa, gestantes ou que tenham sido vacinadas recentemente.

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