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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI COORDENAÇÃO DO CURSO DE FARMÁCIA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CCS DISCIPLINA: FARMACOGNOSIA PROFESSOR: FRANCISCO DE ASSIS OLIVEIRA CURSO: BACHARELADO EM FARMÁCIA FLAVONÓIDES Antonia Jackeline Araújo de Almeida Eduardo Lima Feitosa Leidiana sousa sampaio TERESINA-PI MAIO DE 2018 RESUMO Os flavonóides são uma classe de compostos fenólicos que diferem entre si pela sua estrutura química e características particulares. Os flavonóides constituem uma importante classe de polifenóis, presentes entre os metabólitos secundários de vegetais. De acordo com as características químicas e biossintéticas, os flavonóides são separados em diversas classes. O grupo é conhecido pelos seus efeitos antiinflamatórios, antialérgicos e vasoprotetores. A identificação de flavonoides pode ser realizada através de reações, onde são obtidas diferentes colorações como reação com hidróxido de sódio, reação de Shinoda, reação com cloreto férrico, reação com cloreto de alumínio e reação de Taubouk. Tais reações foram realizadas na prática utilizando como padrão a Rutina, e como amostra folhas de Ginko. 1. INTRODUÇÃO Os flavonóides são uma classe de compostos fenólicos que diferem entre si pela sua estrutura química e características particulares. O termo flavonóide é um nome coletivo dado aos pigmentos de plantas derivados da benzo-g-pirona. Consistem de um esqueleto de difenil propano (C6C3C6) com dois anéis benzênicos (A e B) ligados a um anel pirano (C) (Figura 1).(HARTMANN, 2014 ) Figura 1 – Representação da estrutura básica dos flavonóides Os flavonóides constituem uma importante classe de polifenóis, presentes entre os metabólitos secundários de vegetais. De acordo com as características químicas e biossintéticas, os flavonóides são separados em diversas classes: chalconas, flavonóis, flavonas, dihidroflavonóides (flavanonas e flavanonóis), antocianidinas, isoflavonóides, auronas, neoflavonóides, biflavonóides, entre outros. O grupo é conhecido pelos seus efeitos antiinflamatórios, antialérgicos e vasoprotetores. Rutina e hesperidina são importantes flavonóides empregados em tratamentos de fragilidade capilar. As plantas que possuem este metabólito apresentam possível potencial contra raios ultravioleta, insetos, fungos, vírus e bactérias; atraentes de animais com a finalidade de polinização, antioxidante, no controle de hormônios vegetais e como agentes alelopáticos. (SOFIATI, 2009)(MACHADO,et.al., 2008) Comercialmente plantas contendo estas classes de polifenóis são usadas como pigmentadores de couro, na fermentação de chás e ainda possuem importância como anticarcinogênico, antiinflamatório, antialérgico, antiulcerogênico e antiviral (SIMÕES et al., 2000). Visto isso, a prática tem como objetivo a verificação da presença de flavonóides a partir de extratos vegetais, utilizando a amostra de Rutina como amostra padrão, realizando assim, uma análise qualitativa. 2. DESCRIÇÃO EXPERIMENTAL 2.1 EXTRAÇÃO Realizou-se a extração da amostra padrão utilizando 0,5 g da amostra pulverizada em um béquer adicionando 10 mL de uma solução hidroalcoólica a 80%, foi ligeiramente fervida e, sob aquecimento, o volume do extrato foi reduzido para 10 mL; Para extração do farmacógeno, utilizou-se folhas de Ginko, adicionando 1 grama da droga pulverizada em 40 mL de uma solução hidroalcoólica 80%, foi ligeiramente fervida e, sob aquecimento, o volume do extrato foi reduzido para 10 mL. 2.2 REAÇÕES DE IDENTIFICAÇÃO Foi dividido os extratos líquidos obtidos do farmacógeno e da rutina (fármaco padrão) em 5 tubos de ensaio, cada, e procede-se da seguinte maneira: Reação com hidróxido de sódio Em um tubo de ensaio foi acrescentou-se 2 mL do extrato etanólico do material vegetal diluídos em 2 mL de água destilada seguidos da adição de 2 mL de solução de hidróxido de sódio 10%. Reação de Shinoda Em um tubo de ensaio acrescentou-se 2 mL do extrato etanólico diluídos em 2 mL de água destilada, seguido da adição de fragmentos de magnésio e 1 mL de ácido clorídrico concentrado. Reação com cloreto férrico Para realização da análise, adicionou-se em um tubo de ensaio 2 mL do extrato etanólico diluídos em 2 mL de água destilada, adicionados 3 gotas de cloreto férrico 5% p/v. Reação com cloreto de alumínio Em um pedaço de papel de filtro aplicou-se uma gota de cloreto de alumínio em etanol a 5% sobre a gota. Após a evaporação do solvente observou-se sob a luz ultravioleta as manchas obtidas. Reação de Taubouk Em um tubo de ensaio colocou-se 3 mL do extrato e levou ao banho- maria até secar. Esperou-se esfriar e umedeceu o resíduo com aproximadamente 5 a 10 gotas de éter etílico. Adicionou-se alguns cristais de ácido bórico e de ácido oxálico. Evaporou-se novamente em banha-maria até a secura, evitando aquecimento prolongado. Foi dissolvido o resíduo em 1 mL de éter etílico, aplicou-se 0,5 mL em papel de filtro e observou-se sob a luz ultravioleta. 3. RESULTADOS Reação 1- Com NaOH Reação 2- de Shinoda Reação 3- com cloreto férrico Reação 4- com cloreto de alumínio Reação 5- reação de Taubouk 4. DISCUSSÃO No extrato hidroalcólico Ginkgo biloba L os resultados evidenciaram a presença de diferentes classes de flavonoides a partir do indicativo calorimétrico positivo em todos os testes de prospecção fotoquímica para tal classe (FeCl3, AlCl3 5%, Taubouk, H3BO3 3%, Shinoda e NaOH 10%). Na reação de NaOH pode-se uma coloração amarelada em ambos os tubos como resultado da reação do NaOH com as hidroxilas fenólicas características dos flavonoides, evidenciando assim, positivo para a presença de tal classe. Como teste confirmatório também se utilizou reveladores cromogênicos para avaliação da presença de fenóis em geral, solução de FeCl3, e para flavonoides, solução de AlCl3 (Simões et al., 2001). A presença a presença dos possíveis grupos de flavonóides: flavonol, flavona e isoflavona foi observada pela reação de FeCl3 que sob a luz visível, que produziu manchas de esverdeada como resultado da formação de um complexo do Fe com as hidroxilas presentes nas estruturas dos flavonóides. (Mabry et al., 1970). Com a utilização de solução de AlCl3 sob luz UV a 365 nm, observou-se manchas verde azuladas oriundos da reação do íon alumínio (Al3+) complexa-se com as moléculas de flavonoides da amostra, estabelecendo o complexo estável flavonóide-Al3+ (figura 2) de coloração amarela cuja intensidade é proporcional à concentração de flavonoide presente na amostra (MABRY et al., 1970). A reação de Shinoda apresentou uma coloração com tonalidade amarelada para o extrato em análise, evidenciando confirmando presença dos possíveis grupos de flavonóides: flavona, flavonol e flavanona. Apesar da variação na coloração quando comparado com o padrão, a variação de cor de amarelo para vermelho observada nos tubos apresenta-se positivo para flavonóides em geral, exceto para chalconas e isoflavonas. A coloração observada é resultado da redução do núcleo fundamental dos flavonoides pelo hidrogênio liberado na reação do Mg pelo hidrogênio com HCl (figura 3) A reação de Taubock pode ser explicada pela formação de quelatos, produzindo um deslocamento batocrômico na banda I dos derivados do ácido borínico, que são compostos obtidos do ácido bórico, com substituições na molécula por dois radicais orgânicos. A reação oxalobórica, em particular dos flavonóis, determina o aparecimento de fluorescência amarelo-esverdeada encontrada na avaliação do farmacógeno Ginko. 5. CONCLUSÃO De acordo com a referida prática podemos observar que os flavonóides são utilizados terapeuticamente, sendo conhecidos basicamente por seus efeitos anti-inflamatórios, antialérgicos e vasoprotetores (tratamento de tromboses), como exemplos temos a rutina e hesperidina que são importantes flavonóides empregados no tratamentos de fragilidade capilar. Podemos observar também que através de reações químicas mediante coloração obtida, que os flavonóides apresentam-sede forma geral em coloração amarelada o que facilita a sua identificação, tanto no tubo como no UV, assim como na formação de quelatos como foi observado na reação de Taubock. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS HARTMANN, Julio Henrique. Grafeno interagindo com moléculas de resveratrol e quercetina via modelagem molecular. 2014. MABRY, T.J. et. al. The systematic identification of flavonoids. Springer: Berlin, 1970. P.51-2 MACHADO, H.; NAGEM, T. J.; PETERS, V. M.; FONSECA, C. S.; OLIVEIRA, T. T. Flavonóides e seu potencial terapêutico. Boletim do Centro de Biologia da Reprodução, Juiz de Fora, v. 27, n. 1/2, p. 33-39, 2008. SIMÕES, C.M.O. et al. Farmacognosia da planta ao medicamento. 2ª edição. Porto Alegre/Florianópolis, SC: Ed. Universidade /UFRGS/Ed. Da UFSC, 2000. 821p. SOFIATI, Filipe Toni. Estudo fitoquímico e atividades biológicas preliminares de extratos de Polygonum acre (Polygonaceae) HBK e Synadenium carinatum (Euphorbiaceae) Boiss. 2009.
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