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1 A RELEVÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA PA1RA O ENFRENTAMENTO DA COVID-19, CONFRONTANDO OS EFEITOS DO ISOLAMENTO/DISTANCIAMENTO SOCIAL: UM ESTADO DE CASO NO MUNICÍPIO DE PACOTI-CE23 Resumo O presente artigo analisou e discorreu sobre a relevância da atividade física regular e responsável para o enfrentamento da pandemia da COVID-19. Inicialmente, observou-se que havia um desconhecimento geral dos que propagavam o isolamento social indistintamente, sem levar em consideração os diversos grupos que compõem a sociedade, onde quer que seja. É sabido que os praticantes de atividades físicas regulares são menos acometidos por infecções dessa natureza, em face das condições do sistema cardiovascular e respiratório, bem como as questões metabólicas e imunológicas. Constatou-se que a atividade física regular não combate o vírus da COVID-19, mas fortalece o organismo para melhor enfrenta-lo, então porque fechar as academias e centros de treinamento funcional, quando estão cuidando a saúde daqueles que praticam suas atividades diárias, tanto em espaços indoor, quanto outdoor. Nesse contexto a pesquisa partiu da seguinte problematização: qual é a relevância da atividade física para o enfrentamento da Covid-19, confrontando os efeitos do isolamento/distanciamento social: um estado de caso no município de Pacoti-Ce. O objetivo geral consistiu em revisitar estudos publicados em revistas científicas e artigos disponíveis na web que abordam a questão atividade física para o enfrentamento da COVID-19. A pesquisa foi apontada como exploratória, qualitativa, bibliográfica, aplicada, com estudo de caso no município de Pacoti. Os achados da pesquisa foram no sentido de que a atividade física regular fortalece o organismo para melhor enfrenta-lo, e que as estratégias adotadas não levaram em consideração das recomendações das organizações de saúde apresentadas no texto, acarretando prejuízo para a população em geral o fechamento das academias e centros de treinamento funcional no município de Pacoti. Palavras-chave: Pandemia do COVID-19. Isolamento social. Atividade física regular. Estratégia de enfrentamento da COVID-19. Município de Pacoti-Ce. 1 – Autores do trabalho Interdisciplinar David Allison Matos Luz Francisco Wagner Freire dos Santos Francisco Wagner Almada Morais Vicente Oliveira de Souza Neto 2 – Professor tutor da disciplina Avner Anderson Bezerra Gomes - Professor tutor - Bel em Educação Física Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Licenciatura em Educação Física (LEF0389/7) – Prática Interdisciplinar Aptidão Física e Saúde (LEF112) - 27/04/2021 2 1. INTRODUÇÃO Nos últimos dois anos a humanidade tem vivido desafios cada vez maiores, que vão além das questões tecnológicas, científicas, éticas ou a busca por qualidade de vida, o pleno emprego, momentos de incerteza e profundas angustias, que ultrapassam as dificuldades da vida diária, seja nas grandes ou nas pequenas cidades. As pessoas necessitam cada vez mais conhecer e compreender seus limites para superá-los, não somente nas atividades tidas como intelectuais indispensáveis ao desenvolvimento laboral, cuja concorrência é cada vez maior, mas em especial, superar seus limites, quanto à capacidade física, para melhor enfrentar aqueles obstáculos. Cada vez mais, as pessoas se convencem de que há necessidade de associar a prática regular da atividade física e de melhorar do condicionamento físico para estar apto suas atividades diárias, isto é, estar apto fisicamente para realizar aquilo que se faz necessária no dia a dia, seja no ambiente de trabalho, seja no ambiente doméstico. Assim, coisas simples do dia a dia necessitam ser trabalhadas em ambientes próprios e de preferência acompanhado por profissionais da educação física, para preparar o corpo para tais atividades, sejam elas as mais corriqueiras ou as mais incomuns. Nesse contexto, a questão de partida para a pesquisa consistiu em investigar a relevância da atividade física para o enfrentamento da Covid-19, confrontando os efeitos do isolamento/distanciamento social: um estado de caso no município de Pacoti-Ce. A pesquisa teve como objetivo geral revisitar estudos publicados em revistas científicas e artigos disponíveis na web que abordam a questão atividade física para o enfrentamento da COVID-19, isto é, o que tem sido produzido e publicado sobre o papel da atividade física no enfrentamento da Covid-19. Ademais, a pesquisa teve como objetivos específicos a leitura e coleta de artigos acadêmicos disponibilizados na web, seguido da seleção dos melhores artigos que serviram de fundamentação teórica do texto do trabalho, posteriormente foram coletados dados da experiência dos educadores físicos na cidade de Pacoti que possibilitam a elaboração do presente artigo. 3 Não se pode deixar de reconhecer a relevância e atualidade das pesquisas que parte de uma das questões mais controvertidas no meio científico, com profundas repercussão nas decisões políticas dos governantes, como o fechamento das academias e centro de atividades funcionais, na tentativa de conter o avanço e propagação do vírus em meio à pandemia da COVID-19. Para revelar qualquer conhecimento acadêmica é imperativo definir os procedimentos metodológicos utilizados na pesquisa. Assim, o presente estudo definiu a pesquisas com proposito exploratório, com uma abordagem qualitativa, utilizando um método bibliográfico e cuja natureza dos resultados se revelou uma pesquisa aplicada, com estudo de caso do município de Pacoti. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Desde março de 2020, quando foi divulgado o estado de pandemia da COVID- 19 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) os pesquisadores passaram estudar o tema objetivando esclarecer sobre os impactos do isolamento social nas grandes e pequenas cidade no Brasil, bem como os efeitos daquele isolamento para a saúde das populações. Inicialmente, vale ressaltar que os efeitos benéficos da atividade física regular para a saúde física e mental, como apontado por Beck e Pitanga (2020): “[...] a literatura é consistente quanto ao fornecimento de evidências sobre os diversos benefícios proporcionados pela atividade física à saúde, principalmente ao sistema cardiovascular/metabólico e imunológico [...]”. Em recente, foi publicado um artigo sobre o ‘nível de atividade física de praticantes de exercício físico do sul de SANTA CATARINA durante a pandemia do COVID-19’ (SOUZA, 2021), nele foram apresentados dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que “[...] recomenda 150 minutos semanais de atividade física leve ou moderada (cerca de 20 minutos por dia) ou, pelo menos, 75 minutos de atividade física de maior intensidade por semana (cerca de 10 minutos por dia)”. No mesmo relatório a OMS adverte para os resultados da pesquisa realizada com a participação de 72 países que fazem parte da Organização das Nações Unidas (ONU) que aponta que, “[...] 1 em cada 4 adultos no mundo não atinge as 4 recomendações mínimas de atividade física [...]”, e caso do Brasil, 47% da população adulta no pais é - um dos maiores do mundo (SOUZA, 2021) Numa outra pesquisa realizada com a participação “[...] de 2.004 sujeitos adultos (maiores de 18 anos de idade), de ambos os sexos (1.253 do sexo feminino e 751 do sexo masculino) e que reportaram residir em municípios das cinco regiões do Brasil” (COSTA, et al. 2020). Essa pesquisa foi publicada na Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde em set/2020, que apresenta dados de antes e depois da COVID. O estudo revelou que antes de deflagradas as medidas de isolamento social para conter o avanço da COVID-19 a atividade física regular já fazia parte a rotina diária de cerca de 59,1% da população pesquisada (2.004 sujeitos adultos), por motivos que não foram revelados, vide Figura 1 – da distribuição da amostrada pesquisa. Figura 1 – Distribuição da Amostra Fonte: Costa, et al. 2020 No município de Pacoti, não se tem uma pesquisa quantitativa dos dados, nem uma amostra confiável, mas a experiência profissional aponta para um reduzido número de pessoas suficientemente ativas, praticantes de atividades físicas regulares. O município possui um ginásio poli esportivo (Ginásio Evandro Pimenta), duas quadras de esportes, uma academia de praça, uma academia particular de musculação e um Dojô com pratica de Jiu-jitsu e treinamento funcional. Antes da pandemia estes espaços eram frequentados por crianças e adultos sem qualquer fomento público, nem políticas públicas incentivo à pratica de atividades 5 desportivas, exceto o caso do ginásio poliesportivo que possui uma seleção municipal de Futsal, com investimentos da Secretaria de Desporto do município de Pacoti. A experiência vivenciada no Dojô e treinamento funcional se tornou uma referência para a pratica de atividades físicas no município, pois são realizadas em ambiente aberto ao público, podendo ser visualizadas por todos os que passassem pelo espaço, que se sentiam estimuladas às práticas lá realizadas – lutas, valências físicas. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE o município de Pacoti possui uma população estimada de 12.288 habitantes (Quadro 1) dentre os quais, somente, 60 pessoas, em média, frequentavam regularmente o espaço do Dojô antes do início da pandemia. Vale evidenciar, como já relatado anteriormente, no município de Pacoti não se tem índices oficiais para exemplificar dos dados, mas pela simples observação dos números é possível constatar que são reduzidos os espaços públicos para a pratica desportivas, bem como não há uma cultura da pratica de atividades físicas regulares, no município. Quadro 1 - da População do município de Pacoti-Ce Fonte: IBGE, 2021 A OMS declarou em 11/03/2020 que o surto do COVID-19 evoluiu para uma pandemia, como destaca Raiol (2020) “[...] a doença se espalhou por todo o planeta ocorrendo transmissão contínua”. Nos primeiros meses, ”[...] o fato levou diversos países a adotar a estratégia de “Distanciamento Social [...]” como no Brasil, tardiamente o fez. 6 No município de Pacoti, a medidas de contenção do avanço da pandemia, SARS-CoV-2, ocorreram de forma progressiva, e se iniciou com o fechamento do comércio, espaços públicos e estabelecimentos que desenvolviam atividades desportivas. Naquele primeiro momento, as práticas do treinamento funcional passaram a ser acompanhadas virtualmente (aulas síncronas), individual ou coletivamente. Essa etapa do isolamento social, o número de alunos praticantes dos treinamentos funcionais fora drasticamente reduzido, caindo para aproximadamente 20 alunos com atividades remotas. Mitigadas as medidas de distanciamento e isolamento social no município a lutas e o treinamento funcional voltaram a ser realizadas presencialmente com plena recuperação do número de alunos que superou as expectativas, passando para aproximadamente 100 praticantes ativos, com frequência regular média de 4 dia por semana. No início do ano de 2021, ocorreu um novo recrudescimento com os Decretos municipais de fechamento de atividades e outras medidas de isolamento social, com severas repercussões na pratica das atividades físicas para a população em geral no município de Pacoti. Nesse momento, vale frisar que a comunidade científica reconhece que a prática regular de atividade física é uma estratégia não-farmacológica para o enfrentamento e prevenção de inúmeras doenças com apontado por Raiol (2020): [...] o treinamento realizado de forma controlada e periodizada tem demonstrado melhorar a função imune [...] que fará com que o organismo do infectado seja mais reativo a doença, ou seja, esteja mais pronta para enfrentar e vencer a corona vírus. O exercício físico não imuniza as pessoas contra o COVID-19, mas auxilia na resposta imunológico do corpo. Assim, não seria a pratica de atividade física regular um forte aliado no enfrentamento da pandemia do COVID-19, tendo em vista que essa pratica regular e responsável está diretamente associada ao bom funcionamento do sistema cardiovascular e imunológico da população em geral, promovendo uma melhor condição do organismo para combater agentes infecciosos, como adverte Vancini (et al, 2021): “[...] mesmo que não haja evidência dessa melhora com o combate ao COVID-19, um sistema imune otimizado poderia combater agentes infeciosos”. 7 Nesse mesmo condão, Cortez (2021) apresenta a recomendação de várias organizações não governamentais, destacando que a: Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE), em parceria com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO) avaliaram que os exercícios ao ar livre, em parques, avenidas e demais centros de atividades físicas ao ar livre (outdoor), estão permitidos, desde que observados alguns cuidados e respeitadas às recomendações sanitárias e de saúde dos órgãos locais competentes, que podem variar entre estados e mesmo cidades. Além disto, em ponto de vista publicado por pesquisadores brasileiros, foi sugerido que as atividades físicas ao ar livre deveriam ser reconhecidas como essenciais durante a pandemia do COVID-19. (CORTEZ, et al 2021) (Grifo nosso) No mês de março de 2020, o periódico da British Journal of Sports Medicine publicou uma carta à comunidade científica, extensiva ao público em geral na qual apresenta sugestões e orientações sobre a prática regular de atividades físicas: Se possível, exercite-se ao ar livre! Se estiver disponível, você pode correr em uma área rural. E, se você mora em uma cidade em que não há maneira de evitar o contato com outras pessoas, tente fazer um treino em casa. É importante manter um estilo de vida saudável com exercícios regulares, o qual beneficiará seu sistema imunológico [...] (VANCINI et al, 2021). (Grifo nosso) Não foi suficiente que essas organizações de saúde recomendassem a pratica de atividades físicas para reduzir os efeitos das comorbidades durante a pandemia do COVID-19, já que a capacidade funcional dos indivíduos está relacionada com o estilo de vidas das pessoas, e durante isolamento/distanciamento social, as pessoas ficaram menos ativas, e, portanto, mais suscetíveis as doenças cardiovasculares e respiratórias, e como destaca o auto do artigo ‘a atividade física é um excelente controle das comorbidades’: O controle das comorbidades associadas aos grupos de risco da COVID-19 é uma das principais funções da manutenção da rotina de exercícios mesmo estando em casa (Chen et al., 2020). Isso se deve ao fato da diminuição do risco de desenvolver complicações associadas a COVID-19 quando a comorbidade pré-existente está controlada. Por exemplo, no caso do diabetes se a glicemia estiver controlada o risco de mortalidade é diminuído (Gupta, Ghosh, Singh & Misra, 2020) e a prática regular de exercícios físicos é um fator adjuvante no controle glicêmico, assim como no controle da hipertensão arterial, da obesidade, dentre outras comorbidades do grupo de risco. (RAIOL, 2020). (Grifo nosso) 8 Já que é reconhecida a relevância e o importante papel da atividade física regular na promoção da saúde física e mental das populações, e que há recomendação as práticas como adjuvantes no controle glicêmico, assim como no controle da hipertensão arterial, da obesidade, dentre outras comorbidades do grupo de risco. Porque não permitir a pratica dessas atividades físicas regulares de forma responsável e controlada como recomendadas, mas, simplesmente, proibi-las indiscriminadamente, como foram os Decretos governamentais, tanto no estado do Ceará, quanto nosmunicípios cearenses. É incontestável o papel da atividade física regular na promoção da saúde física e mental das populações, e em um momento de pandemia, essas atividades regulares deveriam ser tratadas com maior seriedade, pois já se sabe dos benefícios advindos da atividade física regular ao sistema cardiovascular/metabólico e imunológico: É inquestionável o papel da atividade física regular na promoção de saúde e qualidade de vida da população, como destacado dentro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (NU) figura 1. Durante muitos anos, mesmo em épocas difíceis, como as que estamos vivendo no momento com a pandemia da COVI-19, a atividade física teve e tem um papel importantíssimo na manutenção da qualidade de vida da população. Entretanto, mesmo com todas essas contribuições à saúde e qualidade de vida, diversos países mantêm fechados seus centros de atividades físicas indoor e outdoor, impedindo a realização de atividades físicas regulares pela população, tornando mais difícil para as pessoas lidarem com o impacto acarretado pela pandemia da COVID-19 (CORTEZ et al). Vê-se que as políticas públicas de enfrentamento da pandemia da COVID-19 como é o distanciamento e isolamento social que visam combater a propagação e o avanço da doença, sem, contudo, apontar uma solução para aqueles que já são ativos fisicamente, com práticas de atividades físicas regulares, que estão numa condição diferenciada no condicionamento físico. Isso é o que se pode constatar com a pesquisa realizada por Souza (2021) em Santa Catarina durante a pandemia da COVID-19, com praticantes de atividades de musculação, treinamento funcional, crossfit, pilates e muitos outros, como se pode observar a seguir. 9 No gráfico 3 acima, Souza revelou em sua pesquisa que “[...] 71% (125 pessoas) da população” pesquisada se sentiu prejudicada na prática de exercícios físicos regulares, em razão da falta de espaços público e privados para os treinos, em razão do fechamento pelos Decretos governamentais, na tentativa de conter o avanço da COVID-19. Faz-se muita propaganda da doença, enfermos e mortes, mas nada se fala sobre o papel das comorbidades, como agravantes nas populações de risco, e os benefícios da atividade física regular, controlada e responsável, no controle dessas doenças associadas ao COVID-19. Nesse cenário, o que se tem é uma política pública equivocada que flexibiliza a reabertura gradual das atividades empresariais – comércio e indústria – por meio de protocolos sanitários, preservando fechados os espaços públicos e privados para atividades físicas (indoor ou outdoor), e que estão no final da fila para reabertura, contrariando a orientação de organismos internacionais de esportes como aponta Cortez (et at 2021): Organizações esportivas internacionais como o Comitê Olímpico Holandês (COH) e a Federação Holandesa de Esportes (FHE), que são organizações reguladoras de todas atividades esportivas, profissionais e recreativas, na Holanda, emitiram um para exercício físico responsável. Esse protocolo de biossegurança contém uma lista bastante criteriosa, com medidas protetivas e precauções para atividades físicas que não envolvem contato físico entre pessoas. O protocolo publicado pelo Comitê Olímpico Holandês (COH) e a Federação Holandesa de Esportes (FHE), apresentada soluções confiáveis e seguras para 10 reduzir os impactos e efeitos do distanciamento e isolamento social tão danosos quanto a própria pandemia: [...] os operadores controlariam o número máximo de praticantes dentro dos espaços dos centros de atividade física, fornecendo máscaras, luvas, óculos para os funcionários, fornecer gel 70% para funcionários e praticantes. Igualmente, cabe aos operadores supervisionar a limpeza periódica em locais utilizados com maior fluxo de pessoas e aparelhos, bem como a limpeza intensiva de banheiros, além de maçanetas das portas e outras superfícies, aferir a temperatura de funcionários, colaboradores e praticantes na entrada, além de monitorar as ações de funcionários praticantes no atendimento aos protocolos de biossegurança. Eles também seriam responsáveis pelas demarcações entre os aparelhos e espaços, visando atender às medidas de distanciamento. É importante que, em linhas gerais, distanciamento físico de 1,5 m geralmente não será um problema, pois muitas das máquinas de exercício já consomem espaço considerável [...] (CORTEZ et at, 2021). Assim, é possível alertar para os efeitos benéficos da atividade física regular responsável na população em geral, e não somente para as populações de risco, como medidas profiláticas, terapêutica e melhoria da saúde e da qualidade de vida de seus praticantes. Uma solução apontada para evitar uma perda ainda maior naqueles que já possuíam o hábito da atividade física regular, consiste na pratica dessas atividades em casa com ou sem o acompanhamento e orientação virtual dos profissionais da educação física. Nesse ínterim, passou-se a utilizar os recursos disponível em rede, como o meet, zoom, whatsapp e outros para aproximar o profissional da educação física do praticante, em razão da impossibilidade de contatos pessoais direto. Devido à falta de um ambiente seguro e sem a presença de profissionais da educação física para o acompanhamento dos treinos, existe o risco de que as pessoas possam ter uma postura inadequada na realização dos exercícios físicos, aumentando as chances de sofrer uma lesão. Por isso é importante respeitar as singularidades e limites de cada corpo, ter cuidado com os implementos utilizados, como pesos e caneleiras, além de se preocupar com a postura e execução dos movimentos (SOUZA, 2021). (Grifo nosso) Assim, as pesquisas mostram que o distanciamento e isolamento social acabam levando o praticante a se sentir desestimulado à atividade física pela “[...] quebra da rotina, ausência de motivação, lugar apropriado, estímulo social (encontrar os colegas de treino) e até a falta de um profissional da educação física” (SOUZA, 2021), que acabem levando o indivíduo possíveis lesões físicas e a frustrações, que culminam no abando das práticas de atividade física regular. 11 Uma outra constatação foi que muitos praticantes de atividade física regular, pelo fechamento dos espaços para as práticas habituais, migraram para atividades ao ar livre como caminhadas, corridas, ciclismo, mesmo que são sejam as de sua preferência, como ressalta Souza (2021): Já as modalidades esportivas ao ar livre, como a corrida e o ciclismo, obtiveram novos adeptos. Estas modalidades foram as menos atingidas, com seus praticantes mantendo uma alta frequência semanal de treinamento, já que podem ser feitas em ambientes internos, com esteira de corrida e bike indoor, e também de forma individual em lugares com menor circulação de pessoas, apesar de alguns estudos sugerirem ficar em casa. Foi possível observar também o risco que o isolamento social pode nos trazer, se não nos mantivermos ativos, risco esse que se mostrou ser tão fatal quanto o vírus. Devemos ficar atentos a nossa nova rotina, para não irmos em direção ao sedentarismo, que também é um fator de risco para infecção do novo corona vírus. É necessário que sejam criados meios de divulgação mais clara e objetiva para diferentes tipos de pessoas, a fim de incentivar os cuidados com a saúde física e mental, alimentação e manutenção do E.F e do esporte, respeitando a aptidão física individual e seguindo todos os protocolos de segurança para evitar a disseminação de infecção pelo Covid-19. Espera-se também que novos estudos sejam formulados nesta área da manutenção do E.F e da saúde, em meio as consequências que o isolamento social e a insegurança estão causando nas diversas regiões do Brasil e do mundo. (Grifo nosso) 3. MATERIAIS E PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A pesquisa não requisitou quaisquermatérias especiais para a sua realização, mas tão somente os laptops e a internet disponível nos locais onde as pesquisas foram realizadas. Para a construção da pesquisa foram definidos alguns procedimentos metodológicos indispensáveis a realização e sucesso do trabalho. Quanto à propositura da pesquisa fora definida com uma pesquisa exploratória, isto é, partindo dos dados disponíveis na web e nos estudos publicados nos diversos meios de divulgação como o Google Acadêmico, que reuni um vasto número de artigos científicos relevantes sobre a temática abordada. Assim sendo, a pesquisa mostrou-se exploratória, tendo partido de uma problematização inicial para, a partir daí, explorar e revisitar a literatura existente. Nesse diapasão, o estudo apresentou uma abordagem qualitativa, tendo em vista que não construiu nenhum dado estatístico, tendo sido utilizados dados pesquisados por outros e já disponíveis em domínio público, o que caracteriza o método bibliográfico 12 de pesquisas, cotejados os artigos, estudos e publicações sobre a temática da relevância da atividade física para o enfrentamento da Covid-19, confrontando os efeitos do isolamento/distanciamento social: um estado de caso no município de Pacoti-Ce. Por fim, foram identificadas a natureza dos resultados e os demais procedimentos de apresentação dos resultados, que foram identificados como sendo uma pesquisa aplicada à educação física e à área de saúde em geral, que além dos resultados do levantamento bibliográfico, apresentou um modesto estudo de caso no município de Pacoti, no estado do Ceará. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO DOS DADOS Como apontado anteriormente, a população em geral, no município de Pacoti, não possui o hábito de práticas de atividades físicas regulares, muitas das vezes pela falta de espaços públicos, ou pela falta de políticas de incentivo à tais práticas. Outro importante fator é o reduzido número de academias e centros de treinamento, e como observado anteriormente, também, existe uma questão relacionada aos hábitos individuais e a capacidade funcional dos indivíduos, mas que durante a decretação do isolamento social, afetaram até mesmo, esses poucos praticantes de atividades desportivas regulares, em razão do fechamento dos espaços públicos e privados, indoor ou outdoor, como relatado. A despeito da falta de incentivos, o município dispõe de espaço ao ar livre como: trilhas, vias públicas, e umas poucas quadras para a pratica de atividades, mas até mesmo esses espaços foram fechados pelos sucessivos Decretos municipais, que proibiram quaisquer praticas em espaços públicos, inibindo, também essas práticas desportivas ao ar livre, que poderiam ser um atenuante do recrudescimento ao isolamento. Ademais, nunca se levou tão a sério a questão do combate ao sedentarismo para a saúde da população em geral, quanto nesse momento de pandemia do COVID- 19. As pesquisas demonstram que as comorbidades, que são agravadas pelo sedentarismo, representam o maior número de casos graves e óbitos das doenças em diferentes faixas etárias. 13 A atividade física regular responsável desponta como uma importante solução para enfrentamento da COVID-19, tanto de forma profilática, quanto terapêutica para melhorar a saúde e a qualidade de vida das populações, e em especial nas populações de maior risco (portadores de hipertensão arterial, diabetes, tabagistas, portadores de doenças respiratórias em geral), pois são estes os mais afetados pelo vírus. 5. CONCLUSÕES A pesquisa observou a importante contribuição da pratica de atividade física regular para o enfrentamento da pandemia do COVID-19. Certamente, que se tivessem sido adotadas estratégias de prevenção e de informações aos profissionais de educação física e praticantes sobre as formas de propagação e os cuidados para combater à disseminação do vírus, estas teriam sido mais eficientes do que o simples fechamento das academias e centros de treinamento, pois é sabido que a atividade física não combate o vírus, mas fortalece o organismo para melhor enfrenta-lo. A solução, portanto, consiste em estimular e não desestimular a pratica das atividades físicas, mesmo durante a pandemia, proporcionando a promoção de uma forma não farmacoterapêutica a corona vírus. Assim, os decretos para o distanciamento e isolamento social deixaram de levar em consideração esta terapêutica que proporcionam tantos benefícios ao sistema cardiovascular/metabólico e imunológico, que possibilitariam a drástica redução dos gastos com internações, medicações, intubação e tempo de internação em UTI, como por exemplo. No município de Pacoti-Ce, o gestor municipal, é um médico alopata, e seguindo a orientação do governo estadual, optou pelo fechamento das academias e centros de treinamento físico, sem levar em consideração as inúmeras recomendações das organizações médicas apontadas pela pesquisa, como a Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE), em parceria com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO) e outros organismos internacionais de desporto 14 como o Comitê Olímpico Holandês (COH) e a Federação Holandesa de Esportes (FHE). Referencial BECK, Carmem Cristina e PITANGA Cristiano Penas Seara. Atividade Física e Redução do Comportamento Sedentário durante a Pandemia do Coronavírus. In: Arquivos Brasileiros de Cardiologia. vol.114, nº 6, São Paulo, Junho 2020 Epub 03/07/2020 BRASIL. 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