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Exercícios_Classicismo_Quinhentismo

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1. (Unicamp) Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança:
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança:
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem (se algum houve) as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
E afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto,
Que não se muda já como soía*.
(Luís Vaz de Camões)
*soía: terceira pessoa do pretérito imperfeito do indicativo do verbo “soer” (costumar, ser de costume).
(Luís de Camões, 20 sonetos. Campinas: Editora da Unicamp, p.91.)
Indique a afirmação que se aplica ao soneto escrito por Camões. 
a) O poema retoma o tema renascentista da mudança das coisas, que o poeta sente como motivo de esperança e de fé na vida. 
b) A ideia de transformação refere-se às coisas do mundo, mas não afeta o estado de espírito do poeta, em razão de sua crença amorosa. 
c) Tudo sempre se renova, diferentemente das esperanças do poeta, que acolhem suas mágoas e saudades. 
d) Não apenas o estado de espírito do poeta se altera, mas também a experiência que ele tem da própria mudança. 
 
2. (Unicamp) Leia o poema e responda à questão que se segue.
A fermosura desta fresca serra
e a sombra dos verdes castanheiros,
o manso caminhar destes ribeiros,
donde toda a tristeza se desterra;
o rouco som do mar, a estranha terra,
o esconder do Sol pelos outeiros,
o recolher dos gados derradeiros,
das nuvens pelo ar a branda guerra;
enfim, tudo o que a rara natureza
com tanta variedade nos oferece,
se está, se não te vejo, magoando.
Sem ti, tudo me enoja e me aborrece;
sem ti, perpetuamente estou passando,
nas mores alegrias, mor tristeza.
É correto afirmar que, no soneto de Camões, 
a) a beleza natural aborrece o eu lírico, uma vez que se transforma em objeto de suas maiores tristezas. 
b) a variedade da paisagem está em harmonia com o sentimento do eu lírico porque a relação amorosa é imperfeita. 
c) a harmonia da natureza consola o eu lírico das imperfeições da vida e da ausência da pessoa amada. 
d) a singularidade da natureza entristece o eu lírico quando ele está distante da pessoa amada. 
 
3. (Espm) 
Tanto de meu estado me acho incerto,
Que em vivo ardor tremendo estou de frio;
Sem causa, juntamente choro e rio,
O mundo todo abarco e nada aperto.
É tudo quanto sinto, um desconcerto;
Da alma um fogo me sai, da vista um rio;
Agora espero, agora desconfio,
Agora desvario, agora acerto.
Estando em terra, chego ao Céu voando,
Numa hora acho mil anos, e é de jeito
Que em mil anos não posso achar uma hora.
Se me pergunta alguém porque assi ando,
Respondo que não sei; porém suspeito
Que só porque vos vi, minha Senhora.
(Luís Vaz de Camões)
Assinale a afirmação incorreta sobre o texto. 
a) Trata-se de um soneto de versos decassílabos, típico poema da medida nova praticada no Classicismo renascentista. 
b) Estados paradoxais do eu lírico, como “choro e rio” ao mesmo tempo, ou “em vivo ardor tremendo estou de frio”, classificam o poema no Maneirismo, pois prenunciam elementos típicos do Barroco. 
c) A exaltação ao amor e à mulher idealizada faz com que o eu poético passe por experiências extremadas ou hiperbólicas, como na terceira estrofe. 
d) A solenidade do texto ao tematizar uma mulher inspiradora de encantamento transparece, por exemplo, no uso da expressão “Senhora” com inicial maiúscula. 
e) O conjunto de sensações corporais opostas e a provocação de um estado mental e espiritual contraditórios não valeram a pena para o poeta, pois este só conseguiu ver a amada. 
 
4. (Unicamp) Leia o soneto abaixo, de Luís de Camões.
Enquanto quis Fortuna que tivesse
esperança de algum contentamento,
o gosto de um suave pensamento
me fez que seus efeitos escrevesse.
Porém, temendo Amor que aviso desse
minha escritura a algum juízo isento,
escureceu-me o engenho com tormento,
para que seus enganos não dissesse.
Ó vós, que Amor obriga a ser sujeitos
a diversas vontades! Quando lerdes
num breve livro casos tão diversos,
verdades puras são, e não defeitos...
E sabei que, segundo o amor tiverdes,
Tereis o entendimento de meus versos!
Disponível em http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000164.pdf. Acessado em 02/08/2016.
a) Nos dois quartetos do soneto acima, duas divindades são contrapostas por exercerem um poder sobre o eu lírico. Identifique as duas divindades e explique o poder que elas exercem sobre a experiência amorosa do eu lírico.
b) Um soneto é uma composição poética composta de 14 versos. Sua forma é fixa e seus últimos versos encerram o núcleo temático ou a ideia principal do poema. Qual é a ideia formulada nos dois últimos versos desse soneto de Camões, levando-se em consideração o conjunto do poema? 
 
5. (Espcex (Aman)) Leia o soneto a seguir e marque a alternativa correta quanto à proposição apresentada.
Se amor não é qual é este sentimento?
Mas se é amor, por Deus, que cousa é a tal?
Se boa por que tem ação mortal?
Se má por que é tão doce o seu tormento?
Se eu ardo por querer por que o lamento
Se sem querer o lamentar que val?
Ó viva morte, ó deleitoso mal,
Tanto podes sem meu consentimento.
E se eu consinto sem razão pranteio.
A tão contrário vento em frágil barca,
Eu vou por alto-mar e sem governo.
É tão grave de error, de ciência é parca
Que eu mesmo não sei bem o que eu anseio
E tremo em pleno estio e ardo no inverno.
O artista do Classicismo, para revelar o que está no universo, adota uma visão 
a) subjetiva. 
b) idealista. 
c) racionalista. 
d) platônica. 
e) negativa. 
 
6. (Upe-ssa 1) As manifestações da literatura do Brasil-Colônia estão ligadas ao Quinhentismo português e ao Seiscentismo peninsular. Assim, entre os anos de 1500 a 1600, encontram-se importantes produções, como as de José de Anchieta e a de Bento Teixeira, as quais marcam presença nas origens da literatura brasileira.
Texto 1
Primeiro Ato
(Cena do martírio de São Lourenço) 
Cantam:
Por Jesus, meu salvador, 
Que morre por meus pecados, 
Nestas brasas morro assado 
Com fogo do meu amor. 
Bom Jesus, quando te vejo 
Na cruz, por mim flagelado, 
Eu por ti vivo e queimado 
Mil vezes morrer desejo. 
Pois teu sangue redentor 
Lavou minha culpa humana, 
Arda eu pois nesta chama 
Com fogo do teu amor.
O fogo do forte amor, 
Ah, meu Deus!, com que me amas 
Mais me consome que as chamas 
E brasas, com seu calor. 
Pois teu amor, pelo meu 
Tais prodígios consumou, 
Que eu, nas brasas onde estou, 
Morro de amor pelo teu. 
(Auto de São Lourenço, de José de Anchieta)
Texto 2
PROSOPOPEIA
I 
Cantem Poetas o Poder Romano, 
Sobmetendo Nações ao jugo duro; 
O Mantuano pinte o Rei Troiano, 
Descendo à confusão do Reino escuro; 
Que eu canto um Albuquerque soberano, 
Da Fé, da cara Pátria firme muro, 
Cujo valor e ser, que o Ceo lhe inspira, 
Pode estancar a Lácia e Grega lira. 
II 
As Délficas irmãs chamar não quero, 
que tal invocação é vão estudo; 
Aquele chamo só, de quem espero 
A vida que se espera em fim de tudo. 
Ele fará meu Verso tão sincero, 
Quanto fora sem ele tosco e rudo, 
Que per rezão negar não deve o menos 
Quem deu o mais a míseros terrenos.
III 
E vós, sublime Jorge, em quem se esmalta 
A Estirpe d'Albuquerques excelente, 
E cujo eco da fama corre e salta 
Do Cauro Glacial à Zona ardente, 
Suspendei por agora a mente alta 
Dos casos vários da Olindesa gente, 
E vereis vosso irmão e vós supremo 
No valor abater Querino e Remo.
IV 
Vereis um sinil ânimo arriscado 
A trances e conflictos temerosos, 
E seu raro valor executado 
Em corpos Luteranos vigurosos. 
Vereis seu Estandarte derribado 
Aos Católicos pés victoriosos, 
Vereis em fim o garbo e alto brio 
Do famoso Albuquerque vosso Tio. 
V 
Mas em quanto Talia no se atreve, 
No Mar do valor vosso, abrir entrada, 
Aspirai com favor a Barca leve 
De minha Musa inculta e mal limada. 
Invocar vossa graça mais se deve 
Que toda a dos antigos celebrada,Porque ela me fará que participe 
Doutro licor milhor que o de Aganipe. 
(Bento Teixeira)
Sobre tais produções e seus autores, analise as proposições a seguir.
I. Em geral, a produção de José de Anchieta tem como finalidade prestar serviço à Companhia de Jesus; assim, é intencional o caráter estético-doutrinário e pedagógico de suas obras.
II. O Auto de São Lourenço é dotado de técnica tomada de empréstimo de Gil Vicente e possui forte influência barroca, como imaginação exaltada, ideia abstrata e valorização dos sentidos.
III. Prosopopeia é um poemeto épico com a finalidade de louvar o Governador de Pernambuco, Jorge de Albuquerque Coelho.
IV. Pode-se dizer que o Texto 2 distancia-se tanto na forma como no estilo de Os Lusíadas, de Camões.
V. Bento Teixeira compromete o valor estético de sua Prosopopeia, quando emprega um tom bajulatório no poemeto, apresentando pobre motivo histórico e inconsistência nos recursos nele utilizados.
Estão CORRETAS apenas: 
a) I, II e IV. 
b) II, III e V. 
c) I, III e IV. 
d) IV e V. 
e) I, II, III e V. 
 
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 4 QUESTÕES: 
Leia o soneto “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades” do poeta português Luís Vaz de Camões (1525?-1580) para responder à(s) questão(ões) a seguir.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
muda-se o ser, muda-se a confiança;
todo o mundo é composto de mudança,
tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
diferentes em tudo da 1esperança;
do mal ficam as mágoas na lembrança,
e do bem – se algum houve –, as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
que já coberto foi de neve fria,
e enfim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
outra mudança faz de 2mor espanto:
que não se muda já como 3soía.
Sonetos, 2001.
1esperança: esperado.
2mor: maior.
3soer: costumar (soía: costumava).
 
7. (Unesp) A sinestesia (do grego syn, que significa “reunião”, “junção”, “ao mesmo tempo”, e aisthesis, “sensação”, “percepção”) designa a transferência de percepção de um sentido para outro, isto é, a fusão, num só ato perceptivo, de dois sentidos ou mais.
(Massaud Moisés. Dicionário de termos literários, 2004. Adaptado.)
Transcreva o verso em que se verifica a ocorrência de sinestesia. Justifique sua resposta.
Reescreva o verso da terceira estrofe “que já coberto foi de neve fria”, adaptando-o para a ordem direta e substituindo o pronome “que” pelo seu referente. 
 
8. (Unesp) Considere as seguintes citações:
1. “Não podemos entrar duas vezes no mesmo rio: suas águas não são nunca as mesmas e nós não somos nunca os mesmos.” – Heráclito (550 a.C.-480 a.C.)
2. “A breve duração da vida não nos permite alimentar longas esperanças.” – Horácio (65 a.C.-8 a.C.)
3. “O melhor para o homem é viver com o máximo de alegria e o mínimo de tristeza, o que acontece quando não se procura o prazer em coisas perecíveis.” – Demócrito (460 a.C.-370 a.C.)
4. “Toda e qualquer coisa tem seu vaivém e se transforma no contrário ao capricho tirânico da fortuna.” – Sêneca (4 a.C.-65 d.C.)
5. “Uma vez que a vida é um tormento, a morte acaba sendo para o homem o refúgio mais desejável.” – Heródoto (484 a.C.-430 a.C.)
Quais das citações aproximam-se tematicamente do soneto camoniano? Justifique sua resposta. 
 
9. (Unesp) Elipse: figura de sintaxe pela qual se omite um termo da oração que o contexto permite subentender.
Domingos Paschoal Cegalla. 
Dicionário de dificuldades da língua portuguesa, 2009. (Adaptado).
Transcreva o verso em que se verifica a elipse do verbo. Identifique o verbo omitido nesse verso.
Para o eu lírico, qual das mudanças assinaladas ao longo do soneto lhe causa maior perplexidade? Justifique sua resposta, com base no texto. 
 
10. (Unesp) Em um determinado trecho do soneto, o eu lírico assinala a passagem de uma estação do ano para outra. Transcreva os versos em que isso ocorre e identifique as estações a que eles fazem referência. Para o eu lírico, tal passagem constitui um evento aprazível? Justifique sua resposta. 
 
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES: 
O dia em que nasci moura e pereça
O dia em que nasci moura e pereça,
Não o queira jamais o tempo dar;
Não torne mais ao Mundo, e, se tornar,
Eclipse nesse passo o Sol padeça.
A luz lhe falte, O Sol se [lhe] escureça,
Mostre o Mundo sinais de se acabar,
Nasçam-lhe monstros, sangue chova o ar,
A mãe ao próprio filho não conheça.
As pessoas pasmadas, de ignorantes,
As lágrimas no rosto, a cor perdida,
Cuidem que o mundo já se destruiu.
Ó gente temerosa, não te espantes,
Que este dia deitou ao Mundo a vida
Mais desgraçada que jamais se viu!
CAMÕES, Luis Vaz de. 200 sonetos. Porto Alegre: L&PM, 1998.
 
11. (Ufjf-pism 3) No poema de Camões a visão de mundo expressa pelo eu lírico está baseada na ideia de: 
a) alegria de viver. 
b) valorização da natureza. 
c) sentimento órfico. 
d) manifestação divina. 
e) desconcerto do mundo. 
 
12. (Ufjf-pism 3) No poema é possível localizar uma crise do humanismo renascentista que se expressa de forma: 
a) realista. 
b) fatalista. 
c) romântica. 
d) otimista. 
e) idealista. 
 
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 4 QUESTÕES: 
Leia o soneto “Alma minha gentil, que te partiste”, do poeta português Luís de Camões (1525?-1580), para responder à(s) questão(ões) a seguir.
Alma minha gentil, que te partiste
tão cedo desta vida descontente,
repousa lá no Céu eternamente,
e viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento etéreo, onde subiste,
memória desta vida se consente,
não te esqueças daquele amor ardente
que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te
alguma coisa a dor que me ficou
da mágoa, sem remédio, de perder-te,
roga a Deus, que teus anos encurtou,
que tão cedo de cá me leve a ver-te,
quão cedo de meus olhos te levou.
Sonetos, 2001.
 
13. (Unesp) Embora predomine no soneto uma visão espiritualizada da mulher (em conformidade com o chamado platonismo), verifica-se certa sugestão erótica no seguinte verso: 
a) “não te esqueças daquele amor ardente” (2ª estrofe) 
b) “da mágoa, sem remédio, de perder-te,” (3ª estrofe) 
c) “memória desta vida se consente,” (2ª estrofe) 
d) “que tão cedo de cá me leve a ver-te,” (4ª estrofe) 
e) “e viva eu cá na terra sempre triste.” (1ª estrofe) 
 
14. (Unesp) “Se lá no assento etéreo, onde subiste,
memória desta vida se consente,” (2ª estrofe)
Os termos destacados constituem 
a) pronomes. 
b) conjunções. 
c) uma conjunção e um advérbio, respectivamente. 
d) um pronome e uma conjunção, respectivamente. 
e) uma conjunção e um pronome, respectivamente. 
 
15. (Unesp) No soneto, o eu lírico 
a) suplica a Deus que suas memórias afetivas lhe sejam subtraídas. 
b) expressa o desejo de que sua amada seja em breve restituída à vida. 
c) expressa o desejo de que sua própria vida também seja abreviada. 
d) suplica a Deus que sua amada também se liberte dos sofrimentos terrenos. 
e) lamenta que sua própria conduta tenha antecipado a morte da amada. 
 
16. (Unesp) De modo indireto, o soneto camoniano acaba também por explorar o tema da 
a) falsidade humana. 
b) indiferença divina. 
c) desumanidade do mundo. 
d) efemeridade da vida. 
e) falibilidade da memória. 
 
17. (Unicamp) Leia o soneto abaixo, de Luís de Camões:
“Cá nesta Babilônia, donde mana
matéria a quanto mal o mundo cria;
cá donde o puro Amor não tem valia,
que a Mãe, que manda mais, tudo profana;
cá, onde o mal se afina e o bem se dana,
e pode mais que a honra a tirania;
cá, onde a errada e cega Monarquia
cuida que um nome vão a desengana;
cá, neste labirinto, onde a nobreza,
com esforço e saber pedindo vão
às portas da cobiça e da vileza;
cá neste escuro caos de confusão,
cumprindo o curso estou da natureza.
Vê se me esquecerei de ti, Sião!”
(Disponível em http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000164.pdf. Acessado em 08/09/2015.)
a) Uma oposição espacial configura o tema e o significado desse poema de Camões. Identifique essa oposição, indicando o seu significado para o conjunto dos versos.
b)Identifique nos tercetos duas expressões que contemplam a noção de desconcerto, fundamental para a compreensão do tema do soneto e da lírica camoniana. 
 
18. (G1 - ifsp) Considerando o Classicismo em Portugal, assinale a alternativa correta. 
a) Os Lusíadas é a principal obra lírica de Camões e o tema central é o sofrimento por um amor não correspondido. 
b) Os Lusíadas tem como temática a descoberta do Brasil e a relação entre o colonizador e o índio. 
c) Luís Vaz de Camões é o principal autor do Classicismo em Portugal e destacou-se por sua produção épica e lírica. 
d) Uma característica dos versos de Camões é que eles não apresentam uma métrica, são livres e brancos. 
e) Uma característica de Camões é que ele desprezava Portugal e o povo português. 
 
19. (G1 - ifsp) Leia, abaixo, o fragmento da História da Província de Santa Cruz, de Pero de Magalhães Gândavo, para responder à questão.
Finalmente que como Deus tenha de muito longe esta terra dedicada à cristandade, e o interesse seja o que mais leva os homens trás si que nenhuma outra coisa haja na vida, parece manifesto querer entretê-los na terra com esta riqueza do mar até chegarem a descobrir aquelas grandes minas que a mesma terra promete, para que assim desta maneira tragam ainda toda aquela bárbara gente que habita nestas partes ao lume e ao conhecimento da nossa santa fé católica, que será descobrir-lhe outras minas maiores no céu, o qual nosso Senhor permita que assim seja, para glória sua, e salvação de tantas almas. 
GÂNDAVO, Pero de Magalhães. História da Província de Santa Cruz. Org. Ricardo Martins Valle. Introd. e notas Ricardo Martins Valle e Clara Carolina Souza Santos. São Paulo: Hedra, 2008. p. 115.
A leitura atenta do texto permite afirmar que 
a) nos textos de informação estavam consorciados o projeto de exploração das novas terras descobertas e o de difusão da fé cristã. 
b) o autor julga desinteressante a perspectiva de exploração mercantil do Brasil, preferindo a ela o projeto de difusão da fé cristã. 
c) o autor condena os homens ambiciosos e interesseiros, que preferem a exploração mercantil ao projeto abnegado de difusão da fé cristã. 
d) o autor condena a hipocrisia dos que afirmam empreender em nome da fé cristã, mas que apenas se interessam pelas “grandes minas” a descobrir. 
e) havia discrepância e dissenso entre o projeto de exploração das novas terras descobertas e o de difusão da fé cristã. 
 
20. (G1 - ifsp) A respeito do Quinhentismo no Brasil, marque (V) para verdadeiro ou (F) para falso e assinale a alternativa correta. 
( ) A principal obra do período foi A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, cuja temática era o índio brasileiro. 
( ) Consta que o primeiro texto escrito no território do Brasil foi a Carta de Pero Vaz de Caminha, em que registra suas impressões sobre a terra recém-descoberta. 
( ) Entre as publicações daquela época, encontram-se cânticos religiosos, poemas dos jesuítas, textos descritivos, cartas, relatos de viagem e mapas. 
( ) A produção das obras escritas naquele período apresenta um caráter informativo, documentos que descreviam as características do Brasil e eram enviados para a Europa. 
a) V, V, V, F. 
b) F, V, F, V. 
c) F, V, V, F. 
d) V, F, V, V. 
e) F, V, V, V. 
 
21. (Ufsc) A literatura de informação 
	Diversos viajantes europeus que aqui estiveram, no século XVI, registraram no papel suas observações sobre a terra. Fizeram-no por obrigação profissional ou por motivos pessoais. Seus textos são basicamente depoimentos e relatos de viagem, com a finalidade de apresentar aos compatriotas um panorama do Novo Mundo. 1Sob a forma de cartas, diários, tratados ou crônicas, esses textos informativos foram escritos principalmente por portugueses. 
OLIVIERI, A. C.; VILLA, M. A. (Org.). Cronistas do século XVI: o Brasil na visão dos descobridores. In: _____. Cronistas do descobrimento. São Paulo: Ática, 2013. p. 16. 
Com base no texto e na leitura da obra Cronistas do descobrimento, uma seleção de textos do século XVI, organizada por Antonio Carlos Olivieri e Marco Antonio Villa, é CORRETO afirmar que: 
01) alguns dos textos reunidos são de autores que escreveram para narrar à Corte as dificuldades encontradas em alto-mar antes de chegarem à América, como é o caso de “Viagem ao Brasil”, de Hans Staden, e “Viagem à terra do Brasil”, de Jean de Léry. 
02) na “Carta do achamento do Brasil”, Pero Vaz de Caminha enaltece a bravura e a perspicácia dos índios encontrados aqui. Esse mesmo tratamento será retomado mais tarde pelos escritores românticos que se dedicaram a recriar uma identidade nacional retratando os índios como guerreiros e heróis, a exemplo de José de Alencar e Gonçalves Dias. 
04) o padre Fernão Cardim, em “Tratados da terra e gente do Brasil”, descreve as riquezas da flora e da fauna brasileiras utilizando-se de verbetes. Apesar das riquezas com as quais revela ter se deparado no Brasil, no final da crônica faz uma crítica à quantidade de insetos que encontrou aqui. 
08) em “Diário de navegação”, Pero Lopes de Sousa opta pelo diário, gênero textual caracterizado pela presença de data, vocativo e linguagem coloquial. O autor faz um relato pessoal em que conversa com o leitor insistentemente, dirigindo-se a este com o uso do pronome “vós”. 
16) nem todos os textos reunidos em Cronistas do descobrimento são crônicas. Alguns visavam levar ensinamentos sobre o Novo Mundo ao leitor da Corte, o que faziam por meio de personagens animais que, utilizando-se da linguagem coloquial, apresentavam a flora e a fauna brasileiras na forma de diálogo. 
32) os textos que compõem a coletânea subscrevem-se em pelo menos quatro gêneros textuais distintos, como revela o texto (ref. 1). Apesar disso, foram agrupados em um único volume intitulado Cronistas do descobrimento tendo em vista seu valor estético e/ou histórico ao descrever o cotidiano no primeiro século de exploração do Brasil. 
 
22. (Espcex (Aman)) Em relação ao momento histórico do Quinhentismo brasileiro, podemos afirmar que 
a) a Europa do século XVI vive o auge do Renascimento, com a cultura humanística recrudescendo os quadros rígidos da cultura medieval. 
b) o século XVI marca também uma crise na Igreja: de um lado, as novas forças burguesas e, de outro, as forças tradicionais da cultura medieval. 
c) os dogmas católicos são contestados nos tribunais da Inquisição (livros proibidos) e no Concílio de Trento, em 1545. 
d) o homem europeu estabelece duas tendências literárias no Quinhentismo: a literatura conformativa e a literatura dominicana. 
e) a política das grandes navegações coíbe a busca pela conquista espiritual levada a efeito pela Igreja Católica. 
 
23. (Ufsm) Os hábitos alimentares estão entre os principais traços culturais de um povo. Era de se esperar, portanto, que houvesse alguma menção sobre o assunto no primeiro contato entre os portugueses e os nativos, conforme relatado na Carta de Pero Vaz de Caminha. De fato, Caminha escreve a respeito da reação de dois jovens nativos que foram ate a caravela de Cabral e que experimentaram alimentos oferecidos pelos portugueses:
Deram-lhe[s] de comer: pão e peixe cozido, confeitos, bolos, mel e figos passados. Não quiseram comer quase nada de tudo aquilo. E se provavam alguma coisa, logo a cuspiam com nojo. Trouxeram-lhes vinho numa taça, mas apenas haviam provado o sabor, imediatamente demonstraram não gostar e não mais quiseram. Trouxeram-lhes água num jarro. Não beberam. Apenas bochechavam, lavando as bocas, e logo lançavam fora.
Fonte: CASTRO, Silvio (org.) A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 2003, p. 93.
A partir da leitura do fragmento, são feitas as seguintes afirmativas:
I. No fragmento, ao dar destaque as reações dos nativos frente à comida e a bebida oferecidas, Caminha registra o comportamento diferenciado deles quanto aos itens básicos da alimentação de um europeu.
II. No fragmento, percebe-se a antipatia de Caminha pelos nativos, o que se confirma na leitura dorestante da carta quanto a outros aspectos dos indígenas, como sua aparência física.
III. O predomínio de verbos de ação, numa sequência de eventos interligados cronologicamente, confere um teor narrativo ao texto.
Está(ão) correta(s) 
a) apenas I. 
b) apenas II. 
c) apenas II e III. 
d) apenas I e III. 
e) I, II e III. 
 
24. (Ufsm) Em 2014, o jesuíta José de Anchieta foi canonizado pelo Papa Francisco I, tornando-se o terceiro santo brasileiro. Muito embora tenha nascido nas Ilhas Canárias, Anchieta ficou conhecido como o “Apóstolo do Brasil”, legando-nos importantes textos, os quais dão a tônica da função da literatura no início do período colonial brasileiro. Entre seus poemas, destaca-se “A Santa Inês”. No poema, nota-se o emprego figurativo e religioso do mais básico dos alimentos da época: o pão.
A Santa Inês
Na Vinda de sua Imagem
Cordeirinha linda,
Como folga o povo
Porque vossa vinda
Lhe dá lume novo!
[…]
Também padeirinha
Sois de nosso povo,
Pois, com vossa vinda,
Lhe dais trigo novo.
Não é de 1Alentejo
Este vosso trigo,
Mas Jesus amigo
E vosso desejo.
[….]
O pão que amassastes
Dentro em vosso peito,
É o amor perfeito
Com que a Deus amastes.
Deste vos fartastes,
Deste dais ao povo,
Porque deixe o velho
Pelo trigo novo.
[…]
Glossário
1Alentejo: região de Portugal.
Composto de versos de ________ sílabas métricas, “A Santa Inês” celebra a chegada da imagem da santa a um povoado. Para homenageá-la, o eu lírico chama-lhe de “padeirinha”, pois traria um “trigo novo” para “alimentar” o povo: o exemplo do amor a Cristo. Esse uso figurativo da linguagem caracteriza uma _______________.
Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas. 
a) seis – metonímia 
b) cinco – metáfora 
c) seis – antonomásia 
d) cinco – prosopopeia 
e) seis – analogia 
 
25. (Uern) Os gêneros literários são empregados com finalidade estética. Leia os textos a seguir.
Busque Amor novas artes, novo engenho,
Para matar-me, e novas esquivanças;
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.
(Camões, L. V. de. Sonetos. Lisboa: Livraria Clássica Editora. 1961. Fragmento.)
Porém já cinco sóis eram passados
Que dali nos partíramos, cortando
Os mares nunca doutrem navegados,
Prosperamente os ventos assoprando,
Quando uma noite, estando descuidados
Na cortadora proa vigiando,
Uma nuvem, que os ares escurece,
Sobre nossas cabeças aparece.
(Camões, L. V. Os Lusíadas. Abril Cultural, 1979. São Paulo. Fragmento.)
Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, a classificação dos textos. 
a) Épico e lírico. 
b) Lírico e épico. 
c) Lírico e dramático. 
d) Dramático e épico. 
 
Gabarito: 
Resposta da questão 1:
 [D]
O soneto “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”, de Luís Vaz de Camões, é estruturado em versos decassílabos com esquema rimático ABBA ABBA CDC DCD. No primeiro quarteto, o poeta apresenta o tema que vai abordar, a mudança, que será desenvolvido no segundo e confirmado no primeiro terceto, pela constatação das transformações que acontecem nele mesmo e na natureza. No último terceto, o poeta conclui que a própria mudança é objeto da mudança, ou seja, “não apenas o estado de espírito do poeta se altera, mas também a experiência que ele tem da própria mudança”, como transcrito em [D]. 
Resposta da questão 2:
 [D]
Depois de, nos dois quartetos, o eu lírico descrever a natureza bucólica que o rodeia, conclui, nos tercetos, que toda essa beleza da paisagem lhe causa tristeza pela ausência da mulher amada: “Sem ti, tudo me enoja e me aborrece;/sem ti, perpetuamente estou passando,/nas mores alegrias, mor tristeza”. Assim, é correta a opção [D]. 
Resposta da questão 3:
 [E]
A opção [E] é incorreta, pois o último terceto e, especificamente, o último verso exprimem a causa do estado de espírito em que se encontrava o eu lírico depois de discorrer sobre o fato que teria provocado essas sensações perturbadoras e contraditórias: “Que só porque vos vi, minha Senhora”. 
Resposta da questão 4:
 a) Nos dois quartetos do soneto “Enquanto quis Fortuna que tivesse”, o eu lírico menciona duas divindades, Fortuna e Amor, que irão interferir na sua experiência amorosa. Enquanto Fortuna (destino) permitiu que mantivesse esperanças de vir a ser feliz, o eu lírico teve inspiração para compor poemas, o que lhe foi negado assim que o Amor se instalou nele e, por temer que alguma revelação negativa sobre ele poderia ser divulgada, lhe tirou a capacidade de inspiração. 
b) Os dois últimos versos do soneto são uma advertência do eu lírico às vítimas do Amor para que entendam que os seus poemas terão tanto mais sentido para os leitores, quanto mais profunda tiver sido a sua experiência amorosa. 
Resposta da questão 5:
 [C]
A sucessão de indagações transcritas na primeira e metade da segunda estrofes do poema de Petrarca permite deduzir que o eu lírico busca, através de um raciocínio discursivo e lógico, extrair conclusões que lhe permitam entender a razão dos conflitos que o atormentam. Assim, é correta a alternativa [C], pois o racionalismo é, em parte, a base da Filosofia, que prioriza a razão no caminho para se alcançar a Verdade. 
Resposta da questão 6:
 [E]
O poema de Bento Teixeira é notadamente influenciado por Os Lusíadas, de Camões: além de ambos serem épicos, possuem versos decassílabos, oitava rima, inversões e, até mesmo, estrutura semelhante (proposição, invocação e dedicação). 
Resposta da questão 7:
 No verso “e enfim converte em choro o doce canto”, ocorre a sinestesia, transferência de percepção do sentido gustativo (doce) para o auditivo (canto). Se o verso “que já coberto foi de neve fria” fosse reescrito na ordem direta e o pronome “que” substituído pelo seu referente, teríamos a seguinte redação: “o chão de verde manto já foi coberto de neve fria”. 
Resposta da questão 8:
 Apenas as citações [1] e [4] se aproximam do tema do soneto camoniano em que o eu lírico fala sobre as mudanças que se vão sucedendo, tanto na natureza como no ser humano ao longo da sua existência. A citação de Heráclito, pensador do “tudo flui”, reflete a ideia de um mundo em movimento perpétuo: “não podemos entrar duas vezes no mesmo rio: suas águas não são nunca as mesmas e nós não somos nunca os mesmos”. Também a frase de Sêneca, representante do estoicismo clássico que exorta a renúncia aos bens materiais em busca da tranquilidade da alma mediante o conhecimento e a contemplação, aponta para a concepção de um mundo em constante mutação: “Toda e qualquer coisa tem seu vaivém e se transforma no contrário ao capricho tirânico da fortuna”. 
Resposta da questão 9:
 No verso “e do bem – se algum houve –, as saudades”, ocorre elipse do termo verbal “ficam”, mencionado no verso anterior (“do mal ficam as mágoas na lembrança”). Para o eu lírico, o motivo de maior perturbação consiste na evidência de que as mudanças, além de serem contínuas, também não ocorrem sempre da mesma maneira (“E, afora este mudar-se cada dia,/outra mudança faz de mor espanto:/que não se muda já como soía”). Assim, o fato de a própria mudança mudar deixa o sujeito também à mercê dos seus caprichos, o que lhe provoca grande perplexidade. 
Resposta da questão 10:
 Nos dois primeiros versos do primeiro terceto (“O tempo cobre o chão de verde manto,/que já coberto foi de neve fria”), o eu lírico assinala metonimicamente a passagem de uma estação do ano para outra, em que “verde manto” remete à primavera e “neve fria” ao inverno. Ao mencionar no terceiro verso da mesma estrofe que o tempo “converte em choro o doce canto”, depreende-se que o eu lírico associa a mudança das estações à oscilação contínua de sensações que se operam nele: a positiva, evento aprazível de alegria, associada à primavera (doce canto) e a negativa, de tristeza, associada à tristeza (neve fria). 
Resposta da questão 11:
 [E]
No soneto “O dia em que nasci moura e pereça”, o eu poético lamenta o acontecimento fortuito e totalmente alheio à sua vontade de ter nascido no dia aziago que só lhe trouxe amarguras.Deste modo, atribui a origem do seu mal-estar ao destino adverso que o pôs no mundo no dia errado, ou seja, justifica o fato pelas contingências da própria existência humana, obrigada a conviver com a instabilidade e o desconcerto do mundo, como se afirma em [E]. 
Resposta da questão 12:
 [B]
No poema “O dia em que nasci moura e pereça”, o eu lírico expressa o seu desespero e impotência perante o destino adverso que lhe foi traçado no dia em que nasceu. Assim, é correta a opção [B], pois a visão fatalista da existência estabelece, como premissa, a ideia de que todos os acontecimentos ocorrem de acordo com um destino fixo e inexorável, não controlado ou influenciado pela vontade humana. 
Resposta da questão 13:
 [A]
A expressão “amor ardente” realça a paixão intensa do sujeito poético, um amor verdadeiro e honesto que está escrito nos seus olhos “puros” (imaculados, límpidos, transparentes). Assim, é correta a opção [A]. 
Resposta da questão 14:
 [E] 
Na primeira ocorrência, o termo “se” exerce função morfológica de conjunção adverbial condicional, enquanto que, na segunda, é pronome apassivador do verbo transitivo direto consentir. Assim, é correta a opção [E]. 
Resposta da questão 15:
 [C]
No soneto “Alma minha gentil, que te partiste”, Camões revela influência da filosofia platônica, na voz do eu poético que sublima a perda da amada ao visualizá-la em um plano superior e eterno onde espera reencontrá-la depois da própria morte. No último terceto, pede a Deus que lhe abrevie a vida, da mesma forma que o fez com ela: “roga a Deus, que teus anos encurtou, / que tão cedo de cá me leve a ver-te”. Assim, é correta a opção [C]. 
Resposta da questão 16:
 [D]
No soneto “Alma minha gentil, que te partiste”, o eu lírico lamenta o fato de o destino ter levado a vida da sua amada demasiado depressa, o que é reforçado no segundo verso com o advérbio de intensidade “tão” associado ao adjetivo “cedo”. Ao afirmar que ela morreu ainda muito nova, o soneto camoniano acaba também por explorar, indiretamente, o tema da efemeridade da vida, como se afirma em [D].  
Resposta da questão 17:
 a) O eu lírico manifesta a sensação de exílio das terras do Sião, local sagrado e associado ao Bem que já habitou e a Babilônia, local em que se encontra no momento e onde impera o caos, a cobiça e a tirania.
b) O tema do soneto remete à filosofia platônica, pois o eu lírico, circunscrito ao mundo sensível (concebido por Platão como o local onde o homem habita), expressa desconforto ao perceber que está à mercê do materialismo e do mundo em desconcerto. Nos dois quartetos, expressões como “o puro Amor não tem valia”, “pode mais que a honra a tirania”, “onde a errada e cega Monarquia/ cuida que um nome vão a desengana” refletem a sensação de desconcerto, muito presente na lírica camoniana de vertente clássica. A anáfora, constituída pela repetição do advérbio “cá”, enfatiza os aspectos negativos do plano material (Babilônia) em oposição às lembranças do mundo racional, o plano inteligível (Sião) tão desejado pelo eu lírico e, por extensão, pelos artistas do Renascimento: “cá neste escuro caos de confusão,/ cumprindo o curso estou da natureza./Vê se me esquecerei de ti, Sião!” 
Resposta da questão 18:
 [C]
[A] Incorreta: o tema central dos Lusíadas é a viagem feita pelos portugueses rumo às Índias.
[B] Incorreta: o foco temático é o trajeto, cheio de desafios, realizado pelos portugueses para chegar às Índias. Não há abordagem da descoberta do Brasil e da relação dos portugueses com os índios.
[D] Incorreta: a métrica em Camões na verdade é bastante importante. Nos Lusíadas, por exemplo, é possível observar uma estrutura rígida com versos decassílabos divididos em ABABABCC.
[E] Incorreta: uma das intenções de Os Lusíadas foi destacar os feitos portugueses, sendo a obra dedicada ao rei de Portugal. Camões não desprezava sua pátria nem o seu povo. 
Resposta da questão 19:
 [A]
Como podemos observar a partir do excerto de Pero de Magalhães, nos textos de informação sobre a colônia já havia marcas do projeto de exploração das terras e da difusão da fé cristã. Vemos que o autor fala sobre trazer o conhecimento da fé católica aos chamados “bárbaros”, referindo-se aos habitantes das novas terras. Além disso, menciona as riquezas da terra, já traçando um projeto de exploração. 
Resposta da questão 20:
 [E]
Joaquim Manuel de Macedo escreveu durante o Romantismo, e não Quinhentismo, o que faz com que a primeira afirmação esteja incorreta.
Todas as outras estão corretas. O Quinhentismo é o nome dado para todas as formas literárias que ocorreram no Brasil com a introdução da cultura europeia, no século XVI. Ele foi marcado, sobretudo, pela Literatura Informativa, que buscava, por meio de documentos escritos, informar aos europeus como era o Brasil. A primeira dessas manifestações foi a Carta de Caminha. 
Resposta da questão 21:
 04 + 32 = 36.
Os itens [01], [02], [08] e [16] são incorretos, pois
[01] os textos de Staden e Lery relatam os primeiros contatos com os índios sem nenhuma referência a qualquer tipo de dificuldades durante a viagem em alto-mar;
[02] Pero Vaz de Caminha não enaltece a bravura e a perspicácia dos índios, ao contrário, apresenta-os como pessoas dóceis e ingênuas que seriam convertidas facilmente à religião católica e serviriam aos interesses da coroa portuguesa;
[08] o Diário de Navegação de Pero Lopes apresenta um tom documental com observações astronômicas, cálculos de marinharia em que a objetividade da linguagem é predominante;
[16] nenhum texto apresenta personagens animais e o único em forma de diálogo, da autoria de Manuel da Nóbrega, fala sobre a conversão dos índios.
Assim, são corretos apenas [04] e [32]. 
Resposta da questão 22:
 [B]
O Quinhentismo corresponde ao período inicial da literatura brasileira: a partir do ano 1500, início da colonização. Apesar de essa crise na Igreja caracterizar melhor o momento histórico vivido na Europa, essa oposição entre material (“forças burguesas”) e espiritual (“forças tradicionais da cultura medieval”) também se dava no Brasil na medida em que a literatura se dividia em relatos de natureza pragmática (informações a respeito das riquezas da terra conquistada à coroa portuguesa) e a literatura jesuítica. 
Resposta da questão 23:
 [D]
[I] Verdadeiro. Ao mencionar a oferta de elementos europeus (“pão e peixe cozido, confeitos, bolos, mel e figos passados”, “vinho”) e a reação dos indígenas (“cuspiam com nojo” e “demonstraram não gostar e não mais quiseram”), percebe-se a diferença de comportamento entre os dois povos.
[II] Falso. Não há menção à antipatia aos indígenas, tanto no trecho apresentado como na obra em geral. Caminha deteve-se a observar e relatar fatos, abstendo-se desse tipo de juízo.
[III] Verdadeiro. O emprego de verbos no pretérito perfeito do indicativo, relatando cronologicamente as ações dos portugueses e as reações dos indígenas, são elementos próprios da narrativa. 
Resposta da questão 24:
 [B]
A escansão dos versos indica emprego de redondilha menor:
	1
	2
	3
	4
	 5
	Cor
	dei
	ri
	nha
	lin (da),
	1
	 2
	3
	 4
	 5
	Co
	mo
	fol
	ga o
	po (vo)
 
	1
	 2
	3
	 4
	 5
	Por
	que
	vos
	sa
	vin (da)
	1
	 2
	3
	 4
	 5
	 
	Lhe
	dá
	lu
	me
	no
	(vo)!
A figura de linguagem empregada é a metáfora, uma vez que ocorre aproximação implícita: o “trigo novo” para “alimentar” o povo é o amor a Cristo; a “padeirinha” é quem faz tal transformação, o que corresponde a Santa Inês ser um exemplo de religiosidade. 
Resposta da questão 25:
 [B]
Lírico é o gênero de poesia em que o poeta expõe suas emoções e sentimentos. Exemplo desse gênero é o primeiro texto, cujo tema é o amor.
O épico pode ser definido como um gênero constituído de longo poema acerca de assunto grandioso e heroico. Os Lusíadas, de Camões, é considerado o grande épico da Língua Portuguesa e canta os atos heroicos dos portugueses, durante as grandes navegações marítimas no século XV. 
 
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