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ACÓRDÃO 1300-2003 - PRIMEIRA CÂMARA

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GRUPO I - CLASSE V - 1ª CÂMARA 
TC 011.162/2001-5 (com 1 volume) 
Natureza: Relatório de Auditoria 
Órgão: Delegacia Federal da Agricultura do RS - DFA 
Responsáveis: Odalniro Irineu Paz Dutra, Darci Sallet e Nelson Wille 
 
Sumário: Auditoria nas áreas de licitações e contratos. Verificadas irregularidades. Audiência. 
Razões de justificativas insuficientes para elidir as irregularidades. Aplicação de multa aos Srs. Odalniro 
Irineu Paz, Darci Sallet e Nelson Wille . Autorização para cobrança judicial da dívida, caso não atendida 
a notificação. Determinações. Apensamento às contas relativas ao exercício de 2001. 
 
RELATÓRIO 
 
Trata-se de relatório de auditoria realizada na Delegacia Federal da Agricultura - DFA/RS, unidade 
pertencente ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, nas áreas de Contratos, Licitações e 
Convênios. 
2. Durante a execução dos trabalhos, a equipe de auditoria detectou várias falhas, impropriedades e 
irregularidades, que ensejaram a audiência prévia dos responsáveis arrolado nos autos. 
3. Expedidos os ofícios de fls. 141/149, os responsáveis apresentaram suas justificativas, conforme 
os documentos acostados às fls.154/275 dos autos. 
4. Na instrução de fls. 284/312, a SECEX/RS consignou, inicialmente, que a Representação então 
apensada aos presentes autos (processo 012.054/2001-2) não foi instruída pelo denunciante com 
documentos que comprovassem a veracidade dos fatos relatados e que a manifestação do Sr. Odalniro 
Irineu Paz Dutra, ex-Delegado Federal de Agricultura no Rio Grande do Sul, relativamente aos 
questionamentos formulados nos itens 18 e 20 do Ofício nº 634/2001-SECEX/RS (fls. 195/198) suscitou 
dúvidas que careciam de esclarecimentos, razão que motivou a realização de inspeção na DFA/RS a fim 
de melhor instruir o processo. 
5. Passou, a seguir, a examinar as razões de justificativa apresentadas, como segue: 
 
“ANÁLISE DA AUDIÊNCIA DO SR. NELSON WILLE - ex-Prefeito Municipal de Augusto 
Pestana-RS (manifestação de fls. 154/155) - Ofício nº 636/2001-SECEX/RS de fl. 141: 
 
5. Irregularidade: ‘1. ocorrência de alteração do plano de trabalho referente ao convênio nº 6/2000, 
sem proposta de reformulação e sem prévia apreciação pelo setor técnico da DFA/RS, em desacordo com 
o art. 15, § 2° da IN/STN nº 1/97;’ 
Justificativa Apresentada: ‘Houve necessidade, a curto prazo, da elaboração, alteração e execução 
do novo plano de trabalho (novembro e dezembro de 2000), face a vigência do convênio estabelecer 
prazo final até 28/02/2002 (Anexo VI). Em virtude disso, ficou impossibilitado o encaminhamento das 
alterações ao Ministério da Agricultura e seu retorno até o Município’ (fl. 155). 
Análise: O responsável admitiu que alterou unilateralmente o objeto do convênio, sem consultar 
previamente o ministério concedente. No entanto, cabe ressaltar que, analisando os elementos disponíveis 
nos autos, não ficou suficientemente demonstrado se a alteração introduzida trouxe alguma vantagem 
para a realização dos objetivos do convênio (como alega o responsável) nem tampouco, caso contrário, 
qual teria sido a dimensão do eventual dano infligido ao erário (quantificado monetariamente). Em vista 
disso, entendo que cabe neste caso expedir determinação para que doravante seja rigorosamente 
observado o disposto no art. 28, inciso I, da Instrução Normativa/STN nº 1/97. 
 
6. Irregularidade: ‘2. contratação ilegal, no convênio nº 6/2000, do Titular da Prefeitura Municipal 
de Augusto Pestana, Prefeito Nelson Wille, com microempresa de sua propriedade (Agropecuária 
Pestanense), além de participação indevida em procedimento licitatório, em flagrante desacordo com o 
art. 9º da Lei nº 8.666/93;’ 
Justificativa Apresentada: ‘Não há vedação para que a empresa participante do processo licitatório, 
da qual o ex-Prefeito é proprietário, possa contratar com o poder público, inexistindo portanto, 
incompatibilidade com o exercício do mandato eletivo...’ 
Análise: Ao contrário do que alega o responsável, a Lei de Licitações veda claramente a 
participação de agente público em licitação, como reza o dispositivo abaixo: 
‘Art. 9º Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução de obra ou 
serviço e do fornecimento de bens a eles necessários: 
...................................................................... 
III - servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsável pela licitação.’ 
Posto isso, entendo que o fato caracteriza grave infração à norma legal e propus, ao final, a 
aplicação de multa ao responsável, com base no art. 58, II da Lei n. 8.443/92. Em vista disso entendo que 
as razões de justificativa devem ser rejeitadas e aplicada multa ao responsável. 
 
7. Irregularidade: ‘3. aquisição de farelo de soja por preço unitário R$ 420,00/t, superior ao 
programado no plano de trabalho elaborado pelo próprio prefeito, R$ 390,00/t configurando prática de 
superfaturamento.’ 
Justificativa Apresentada: 
‘O produto soja em grão e seus produtos industrializados (óleo, farelo, etc) obedecem à cotação 
estabelecida no mercado internacional da Bolsa de Valores de Chicago. Assim a variação de preços é 
diária, ou seja, o preço da soja tem oscilação do mercado interno e externo, fazendo com que os 
subprodutos acompanhem a oscilação dos referidos preços. Quando do levantamento de preço do farelo 
de soja, por ocasião da elaboração do Plano de Trabalho, o referido produto alcançava a quantia de R$ 
390,00 (trezentos e noventa reais) a telada. Evidentemente que o valor poderia sofrer alterações, tanto 
para mais ou para menos, obedecendo a oscilação do mercado.’ 
Análise: De fato, o Plano de Trabalho do convênio, datado de 23/10/2000 (ver documento de fl. 71) 
estimou o preço da telada do ‘Farelo de Soja 44’ em R$ 390,00 (fl. 70). No entanto, a proposta comercial 
vencedora do certame, de 29/11/2000, apresentou o preço de R$ 420,00 (fl. 78), isto é, 7,7% maior que o 
valor inicialmente previsto. 
De fato, não se pode deixar de reconhecer que a cotação dos produtos agropecuários no mercado 
atacadista está sujeita a oscilações diárias, em virtude de uma série de fatores, dentre os quais as variações 
da oferta e da procura. No período de julho a dezembro de 2000, a cotação média mensal do produto 
seguiu uma linha ascendente que partiu de R$ 326,42 subindo até R$ 439,03 (fonte: 
http://www.asemg.com.br/cotacoes_historicas/ prima.htm). Mais precisamente, em outubro/2000, o farelo 
de soja atingiu a cotação média de R$ 368,39 e em dezembro do mesmo ano, chegou a R$ 439,03 (fl. 
277). Comparando estes valores com os preços estimados e contratados na licitação em exame, temos 
que: 
Farelo de Soja - Quadro Comparativo de Preços (R$/t) 
 Cotação Média do 
Farelo de Soja (a) 
Preços estimado no 
Plano de Trabalho 
(b) 
Preço do licitante 
vencedor (c.) 
Variação (b/a ou 
c/a) 
Outubro/2000 368,39 390,00 --- 1,059 
Dezembro/2000 439,03 --- 420,00 0,957 
Obs: a cotação do farelo de soja foi extraída do site: 
http://www.asemg.com.br/cotacoes_historicas/prima.htm 
 
À vista do quadro acima, constata-se que o preço estimado no plano de trabalho do convênio estava 
realmente acima do valor médio de mercado (em torno de 5,9%). No entanto, a proposta selecionada no 
certame apresentou valor inferior à cotação média do mês de referência, em torno de 96% da cotação 
média do mês de dezembro/2000. 
Em vista disso, entendo que a variação entre o preço estimado no plano de trabalho e o efetivamente 
contratado pela Administração deve ser atribuída à oscilação normal da demanda no mercado atacadista. 
Sendo assim, parece-me que não se caracterizou, no presente caso, a prática de superfaturamento de 
preço. 
ANÁLISE DA AUDIÊNCIA DO SR. DARCI SALLET - Prefeito Municipal de Augusto Pestana 
(manifestação de fls. 175/178) - Ofício nº 637/2001-SECEX/RS de fls. 142/143: 
 
8. Irregularidade: ‘1. apresentação de prestação de contas referenteao convênio nº 6/2000 com a 
inclusão de plano de trabalho irregularmente reformulado simulando ser o plano de trabalho original, em 
desacordo com o art. 28, inciso I da IN/STN nº 1/97;’ 
Justificativa Apresentada: Essencialmente o responsável limitou-se a admitir a ocorrência da 
irregularidade, negando porém a intenção de simular. 
Análise: O responsável sucedeu o Sr. NELSON WILLE à frente do executivo municipal e 
providenciou a prestação de contas do Convênio n. 6/2000 como se houvesse sido executado o plano de 
trabalho originalmente pactuado, quando, na verdade, haviam sido introduzidas alterações não 
autorizadas pelo concedente. 
Em vista das razões expostas no item 4.1 desta instrução, entendo que cabe neste caso expedir 
determinação para que doravante seja rigorosamente observado o disposto no art. 28, inciso I, da 
Instrução Normativa/STN nº 1/97. 
 
9. Irregularidade: ‘2. contratação ilegal, no convênio nº 6/2000, do atual Prefeito Municipal de 
Augusto Pestana, como fornecedor de 76,9t de uréia, conforme a Nota Fiscal nº 011, de 02/01/2001, em 
desacordo com o art. 9º da Lei nº 8.666/93;’ 
Justificativa Apresentada: ‘esta venda ocorreu através da Tomada de Preços n. 2/2000, processada, 
julgada e adjudicada em 22/12/2000, portanto, ainda não havia assumido o Cargo de Prefeito Municipal... 
na ocasião da elaboração do projeto, bem como do processo licitatório, o atual prefeito Darci Sallet não 
havia sido empossado no cargo, o que veio a ocorrer somente no dia 01 de janeiro de 2001.’ 
Análise: Segundo a lei de licitações: 
‘Art. 9º Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução de obra ou 
serviço e do fornecimento de bens a eles necessários: 
.......................................................................................... 
III - servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsável pela licitação.’ 
O responsável informou que somente foi empossado no cargo após a adjudicação do certame e 
entendeu, por isso, que a vedação legal não se aplica ao caso em exame. Esta informação é confirmada 
pelo relatório de auditoria, segundo o qual o prefeito foi eleito para cumprir ‘mandato de 2001 a 2004’ 
(fl.16) e também pelo documento de fl. 82, que comprova que a licitação foi homologada em 30/11/2000. 
Por outro lado, a equipe de auditoria ressaltou que a nota fiscal nº 11 (fl. 88) comprova que a 
operação de compra e venda somente foi efetivada em 02/01/2001, isto é, quando o proprietário da 
empresa vencedora do certame já estava em pleno exercício do cargo de prefeito municipal. 
Considerando que, a vedação expressa no caput do art. 9º alcança não só a participação em licitação 
e a execução de obra ou serviço, mas também o ‘fornecimento de bens a eles necessários’ (destaquei), 
entendo que a situação analisada caracteriza grave infração à norma legal. Em vista disso, propus ao final 
a aplicação de multa ao responsável, com base no art. 58, II da Lei n. 8.443/92. 
 
10. Irregularidade: n ‘3. aquisição de uréia (76,9 t.), no convênio nº 6/2000, em quantidade superior 
ao programado no plano de trabalho (43 t.), em benefício do fornecedor que foi o próprio prefeito Darci 
Sallet;’ 
Justificativa Apresentada: ‘não houve de forma alguma qualquer favorecimento ao atual Prefeito 
Municipal Darci Sallet, uma(?) por que na época da elaboração do plano de trabalho e de sua alteração, 
bem como do processo licitatório, o atual Prefeito não havia sido empossado no cargo’ 
Análise: De fato, a Administração anterior alterou o plano de trabalho do convênio para aumentar a 
quantidade de uréia a ser adquirida, de modo que a previsão de compra inicial de 43 t. passou a 77 t. (fls. 
70/71). No entanto, como já registrado no item 8 desta instrução, ao tomar posse do cargo de Prefeito 
Municipal, o responsável teve plena condição de tomar conhecimento de que o plano de trabalho tinha 
sido alterado unilateralmente pela Administração. Entretanto nada fez para corrigir esta situação. Ao 
contrário, encaminhou ao Ministério concedente prestação de contas com o plano de trabalho 
irregularmente reformulado, como se fosse o plano original. 
 
11. Irregularidade: ‘4. ausência de comprovação, na prestação de contas, de que os produtos 
adquiridos com os recursos do convênio nº 6/2000 foram efetivamente entregues aos 800 (oitocentos) 
produtores rurais pretensamente beneficiados, eis que foram anexados ao processo apenas 8 (oito) 
recibos, perfazendo o valor de R$ 2.283,88, ou seja, 6,5 % do total repassado.’ 
Justificativa Apresentada: ‘os recibos citados foram extraídos de forma aleatória dos demais, e 
apenas como forma de amostragem pelo Engenheiro responsável pela fiscalização do Ministério da 
Agricultura José L.M. de Oliveira, o qual desempenha o cargo de Fiscal Federal Agropecuário do Min. da 
Agricultura no RS’. 
Análise: O relatório de auditoria informa que foi comprovada a entrega de produtos a ‘apenas 8 
(oito) agricultores beneficiados, no valor total de apenas R$ 2.283,88, o que representa 6,5% do total de 
R$ 352.284,00 repassado pela União’. 
Entretanto, a declaração de fl. 190, firmada pelo ‘Eng. Agr. José L.M. de Oliveira - Fiscal Federal 
Agropecuário - Ministério da Agricultura/DFA/RS’ afirma realmente que ‘a Prefeitura Municipal de 
Augusto Pestana/RS apresentou ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA 
documentação pertinente ao Convênio n. 006/2000 de 10 de novembro de 2000 no valor de R$ 
352.284,00 (Trezentos e cinquenta e dois mil, duzentos e oitenta e quatro reais) cuja aquisição de 
Equipamentos, Insumos Agropecuários e Combustível foram distribuídos aos agricultores e comprovados 
mediante recibos (destaquei) que se encontram arquivados naquela Prefeitura dos quais tomamos uma 
amostra de forma aleatória e juntamos ao processo’. 
 
ANÁLISE DA AUDIÊNCIA DO SR. BELQUER UBIRAJARA DA SILVA LOPES - Presidente 
do Sindicato de Tupanciretã e Jari (fls. 200-201) - Ofício nº 638/2001-SECEX/RS, de fls. 144/145: 
 
12. Irregularidade: ‘1. prestação de contas referente ao convênio MA/DFA/N° 7/2000 fora do prazo, 
em desacordo com o art. 28 da IN/STN nº 1/97;’ 
Justificativa Apresentada: ‘A liberação dos recursos ocorreu com atraso.’ 
Análise: O responsável não contestou a irregularidade apontada. Apenas limitou-se a alegar que os 
recursos do convênio foram liberados com atraso. Tendo em vista que se trata de irregularidade formal, 
entendo que cabe expedir determinação para que no futuro a entidade observe rigorosamente o disposto 
no art. 28 da IN/STN nº 1/97, encaminhando as prestações de contas referentes aos convênios no prazo 
pactuado. 
 
13. Irregularidade: ‘2. apresentação de prestação de contas do convênio MA/DFA/N°7/2000 
incompleta, com a ausência dos elementos requeridos pelo art. 28 da IN/STN nº 1/97, anexos I e II, e 
preenchimento incorreto dos anexos III, IV, V, VI e VII;’ 
Justificativa Apresentada: ‘Os anexos I e II... correspondem ao Plano de Trabalho... e o anexo II ... a 
cópia do Convênio... Os anexos II, IV, V e VI estão sendo remetidos corrigidos.’ 
Análise: O responsável apenas informou que está tomando as providências necessárias para corrigir 
a irregularidade apontada. Tendo em vista que trata-se de irregularidade formal, entendo satisfeito o 
objeto da audiência. 
 
13. Irregularidade: ‘3. movimentação de recursos do convênio MA/DFA n° 7/2000 ocorreu fora da 
conta bancária específica do convênio e sem o correto demonstrativo por meio de extrato e conciliação 
bancária, em desacordo com o art. 20 da IN/STN nº 1/97.’ 
Justificativa Apresentada: ‘A operação de aquisição de insumos , comprova-se através da emissão 
das notas fiscais n. 106 de 29/12/2000 e n. 246086 de 29/12/2000, cujos valores totalizam R$ 73.378,90... 
pagos através da ordem bancária n. 33701 de 08/01/2001, tão logo o recurso foi disponibilizado... 
Outrossim informamos que as notas fiscais emitidas com datas posteriores, sãode simples remessa, pois 
destinavam-se aos diversos produtores de leite’ (fl. 201). 
Análise: O relatório de auditoria informa à f. 20 que ‘o extrato bancário (fl. 114) anexo à prestação 
de contas indica que o repasse da União no valor de R$ 73.403,54 foi depositado na conta corrente do 
convênio n. 6.106-9, agência 0337-9 do Banco do Brasil, tendo sido sacado no mesmo dia, o valor de R$ 
73.183,33 como ‘pagamentos diversos’, praticamente zerando a conta. Verifica-se entretanto que as notas 
fiscais de despesas constantes do processo são de datas posteriores o que indica que a conta do convênio 
serviu apenas para o depósito inicial, sendo que as transações financeiras ocorreram fora da conta do 
convênio’. O relatório de auditoria não informa entretanto que conta corrente teria recebido os recursos 
do convênio. 
O responsável juntou ao processo cópias das notas fiscais n. 106, valor R$ 31.720,00, e n. 246.086, 
valor R$ 41.658,90, ambas emitidas em 29/12/2000 por Cooperativa Agrícola Tupanciretã Ltda., as quais 
totalizam R$ 73.378,90 (aquisição de ração, semente de milho, adubo e uréia). Além disso, foi juntada 
ainda, à fl. 246, cópia do extrato bancário da conta corrente do convênio onde consta o crédito, em 
08/01/2001, de R$ 73.403,54 e o saque na mesma data de R$ 73.378,90. Na mesma fl. 246, consta ainda 
cópia do ‘Recibo de Depósito’ efetuado em favor de ‘Cooperativa Agrícola Tu’ que haja vista as 
conicidências de valores acima apontadas trata-se da mesma Cooperativa Agrícola Tupanciretã Ltda. 
Em vista do exposto, entendo que devem ser acolhidas as razões de justificativa do responsável. 
 
ANÁLISE DA AUDIÊNCIA DO SR. ODALNIRO IRINEU PAZ DUTRA - ex-Delegado Federal 
de Agricultura no Rio Grande do Sul (fls. 248/258) Ofício nº 634/2001-SECEX/RS, de fls. 195-198: 
 
14. Irregularidade: ‘1. não inclusão, nas Comissões Permanentes de Licitação, de pelo menos 2 
(dois) servidores de nível superior e pertencentes à atividade-fim da DFA/RS, como forma de promover-
se a qualificação das mesmas, observando o disposto no art. 51 e seu § 2º da Lei nº 8.666/93;’ 
Justificativa Apresentada:‘Atualmente a Comissão de Licitação é composta por servidores 
qualificados... todos com formação superior’ (fl. 250), formados nas áreas de direito, economia, 
contabilidade e administração, embora todos ocupantes de cargos de nível médio. 
Análise: De acordo com a lei de licitações: 
‘Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro cadastral, a sua alteração ou 
cancelamento, e as propostas serão processadas e julgadas por comissão permanente ou especial de, no 
mínimo 3 (três) membros, sendo pelo menos 2 (dois) deles servidores qualificados pertencentes aos 
quadros permanentes dos órgãos da Administração responsáveis pela licitação. 
..................................................................... 
§ 2º A comissão para julgamento dos pedidos de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou 
cancelamento, será integrada por profissionais legalmente habilitados no caso de obras, serviços ou 
aquisição de equipamentos.’ 
A exigência legal de pelo menos dois servidores qualificados está expressa claramente na Lei, de 
modo que a comissão seja constituída de membros cuja atuação profissional os tornem familiarizados 
com o objeto da licitação. O responsável admitiu (fl. 250) que ‘sempre que necessário, a Comissão tem 
recorrido aos Fiscais Agropecuários para participarem na qualidade de assessores ou consultores técnicos 
à Comissão de Licitação’. Ora, se a Administração admite a necessidade de se recorrer aos Fiscais 
Agropecuários para dirimir questões de competência da comissão de licitação, estão está-se reconhecendo 
que a atual composição não é adequada às necessidades do serviço. 
Segundo MARÇAL JUSTEN FILHO, ‘não se concebe... a absoluta ausência de capacitação técnica 
dos membros da comissão quando o objeto licitado envolver requisitos específicos ou especiais 
(destaquei). Ainda quando os membros da comissão não necessitem ser especialistas, é necessário que 
detenham conhecimentos técnico-científicos compatíveis com as regras e exigências previstas no ato 
convocatório’ (Comentários à Lei de Licitações, p. 458, Ed. Dialética, 5ª edição). 
Sendo assim, entendo que há sim a necessidade de se incluir na comissão de licitação pelo menos 
dois servidores qualificados, isto é, devidamente familiarizados com a área fim do órgão. Em vista disso, 
propus ao final seja feita a determinação pertinente. 
 
15. Irregularidade: ‘2. não emissão prévia dos Pareceres Jurídicos aprovando as minutas dos editais 
de licitação, contratos e termos aditivos, em desacordo com o disposto no art. 38, parágrafo único, da Lei 
nº 8.666/93 e no Manual de Licitações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento;’ 
Justificativa Apresentada:O responsável limitou-se a afirmar que o órgão tem observado 
regularmente o disposto no art. 38, parágrafo único, da lei de licitações. 
Análise: Tendo que vista que o responsável não comprovou nos autos a observância do citado 
comando legal, propus seja expedida determinação ao órgão. 
 
16. Irregularidade: ‘3. não assinatura dos editais de licitação e convites pelo Titular da DFA/RS, em 
desacordo com o disposto no art. 40, § 1º da Lei nº 8.666/93, nas hipóteses de inexistência de Portaria 
delegando a assinatura pelo Chefe do Serviço de Administração ou pela Comissão Permanente de 
Licitação,’ 
Justificativa Apresentada: ‘A legislação determina a obrigatoriedade de assinatura dos editais e 
convites da autoridade que os expedir. Na decisão 035/96 DOU de 18/03/96/04.598, firmaram ser da 
responsabilidade do Presidente da Comissão de Licitação tal atividade’ (fl. 250). 
Análise: Neste ponto, a manifestação do responsável não é muito clara. Pelo que pude compreender, 
a atribuição de expedir editais de licitação foi delegada, no âmbito do Ministério da Agricultura, ao 
presidente da comissão de licitação. 
Neste caso, importa saber se é possível ou não fazer tal delegação. MARÇAL JUSTEN FILHO dá 
notícia de que, entre os doutrinadores, ‘discute-se acerca da possibilidade de o edital ser elaborado e 
firmado pela própria comissão de licitação. Parece que a questão não se enquadra no conceito de ‘norma 
geral sobre licitações’. Cada ente federativo dispõe de competência para regular a questão, no âmbito da 
automia para dispor sobre sua organização interna’ (Comentários à Lei de Licitações, p. 379, Ed. 
Dialética, 5ª edição). 
Com base no entendimento do eminente doutrinador, concluo que a atribuição de expedir editais de 
licitação pode ser delegada ao presidente da comissão de licitação, restando portanto justificada a situação 
apontada no relatório de auditoria. 
 
17. Irregularidade: ‘4. omissão de fazer constar em processos de licitação, as comprovações de 
publicação do aviso de edital no Diário Oficial da União, como previsto no art. 21, inciso I, da Lei nº 
8.666/93, citando-se, a título de exemplo, a Tomada de Preços nº 01/2001;’ 
Justificativa Apresentada: O responsável afirmou que a irregularidade ocorreu apenas na Tomada de 
Preços n. 1/2001, devido a greve dos servidores da imprensa oficial e que ‘os demais processos foram e 
estão sendo publicados e a cópia da publicação fazendo parte integrante do Processo’ (fl. 251). 
Análise: Considerando que o responsável reconheceu a ocorrência da irregularidade, pelo menos 
num caso, entendo cabível determinar que o órgão observe rigorosamente o disposto no art. 21, inciso I, 
da Lei nº 8.666/93, de modo que se faça constar, em todos os processos de licitação, as comprovações de 
publicação do aviso de edital no Diário Oficial da União. 
 
18. Irregularidade: ‘5. omissão de fazer constar nos processos de licitação, sempre que se 
verificarem alterações no edital, a íntegra do documento modificado, como por exemplo na Tomada de 
Preços nº 01/2001, como previsto no art. 38, inciso I da Lei nº 8.666/93;’ 
JustificativaApresentada: ‘A administração entende desnecessária a repetição da integralidade do 
Edital, quando apenas 1 ou mais folhas foram alteradas, pois além da citação expressa do Presidente da 
Comissão, tem seu atesto de que outras folhas permaneceram inalteradas. Isto apenas significaria maiores 
dispêndios para os cofres públicos. Por outro lado a regra legal citada, em nenhum momento determina tal 
procedimento’ (fl. 251). 
Análise: De fato, o art. 38, I da lei de licitações nada dispõe acerca da forma como deve ser feita a 
juntada nos autos do processo da alteração parcial do edital. Em vista disso, entendo ilidida a 
irregularidade apontada. 
 
19. Irregularidade: ‘6. inobservância da exata correspondência entre o objeto autorizado pelo titular 
da Unidade e o objeto licitado, em desacordo com o que dispõe o art. 14, caput, da Lei nº 8.666/93, como 
no Convite nº 01/2001;’ 
 
Justificativa Apresentada: O responsável alegou em síntese que ocorreu erro de descrição do objeto 
da licitação e que em vista disso não acudiu ao certame nenhum interessado. A correção deste erro foi 
providenciada por iniciativa da comissão de licitação, sem o conhecimento do Delegado Regional (fl. 
251). 
Análise: A equipe de auditoria registrou (fl. 7) que ‘a mencionada alteração do objeto do convite 
não foi objeto de análises técnicas e jurídicas, em desacordo com o previsto no art. 38, inciso VI e 
parágrafo único (parecer prévio)’. Ainda de acordo com a equipe, o novo objeto do convite foi definido 
como ‘aquisição de pulverizador em proveito da DFA/RS’, descrição ainda incompleta’. 
Cabe registrar que, de acordo com a Súmula TCU n. 177, ‘a definição precisa e suficiente do objeto 
licitado constitui regra indispensável da competição, até mesmo como pressuposto do postulado de 
igualdade entre os licitantes, do qual é subsidiário o princípio da publicidade, que envolve o 
conhecimento, pelos concorrentes potenciais das condições básicas da licitação, constituindo, na hipótese 
particular da licitação para compra, a quantidade demandada em uma das especificações mínimas e 
essenciais à definição do objeto do pregão’. 
Em vista disso, entendo cabível determinar ao órgão que doravante observe rigorosamente o 
disposto no art. 14 da Lei n. 8.666/93 c/c a Súmula TCU n. 177, de modo que nos próximos 
procedimentos licitatórios seja feita a definição precisa e suficiente do objeto licitado. 
 
20. Irregularidade: ‘7. inexistência de pareceres técnicos e jurídicos analisando as alterações do 
objeto da licitação, exarados em termos específicos que caracterizem inequivocamente tais objetos, como 
no Convite nº 01/2001, por exemplo, em desacordo com o disposto no art. 38, inciso VI e parágrafo 
único, da Lei nº 8.666/93;’ 
Justificativa Apresentada: Segundo o responsável, ‘as modificações feitas foram tão-somente na 
quantidade dos itens a serem licitados, objeto que não faz parte da análise jurídica da Assessoria’. 
Análise: Ao contrário do que afirma o responsável, a alteração introduzida refere-se também à 
modificação do objeto licitado (ver item 19 acima). Mesmo que se entendesse desnecessário expedir 
parecer jurídico, ainda assim restaria a questão de saber se seria ou não necessário o parecer técnico. A 
comissão de licitação entendeu desnecessária a emissão de parecer técnico e introduziu por sua conta e 
risco alteração na definição do objeto da licitação sem a precisão necessária para permitir a sua exata 
caracterização. No entanto, um parecer técnico prévio deveria justamente apontar esta falha a tempo de 
evitar que fosse efetivada a alteração do edital, evitando-se assim novo contratempo no processo 
licitatório. 
Em vista disso, proponho seja determinado, com base no art. 38, inciso VI e parágrafo único, da Lei 
nº 8.666/93, que, constatada a necessidade de se alterar os termos do edital, sejam previamente 
providenciados pareceres técnico e jurídico, deixando-se a cargo dos profissionais de cada área inclusive 
a tarefa de avaliar se lhes cabe ou não opinar, em função da natureza das modificações pretendidas. 
 
21. Irregularidade: ‘8. não exigência das vias originais das propostas apresentadas nos 
procedimentos licitatórios, como no Convite nº 01/2000, em desacordo com o disposto no art. 38, inciso 
IV da Lei nº 8.666/93;’ 
Justificativa Apresentada: O responsável alegou que os fax das propostas juntadas aos autos foram 
desconsiderados nos autos, vez que a definição do objeto da licitação foi alterada em data posterior a sua 
apresentação. E que consta dos autos as vias originais das propostas apresentadas depois da modificação 
do edital. 
Análise: Ainda que posteriormente desconsideradas, as propostas são documentos integrantes do 
processo e ajudam a contar a história do procedimento e dirimir dúvidas de quem quer que venha a 
compulsá-lo no futuro. Ademais o art. 38, IV, da Lei nº 8.666/93 estabelece expressamente que deverá ser 
juntado ao processo o original das propostas e dos documentos que as instruírem. O fax, além de não 
atender este requisito legal, tem ainda a desvantagem de ter uma curta vida útil (em geral cinco anos). Em 
vista disso, entendo que cabe determinar que se cumpra o disposto na lei de licitações, juntando-se aos 
autos do processo os originais documentos requeridos. 
 
22. Irregularidade: ‘9. contratação com fornecedor inadimplente com a Fazenda Municipal, no 
Convite nº 01/2001, em desacordo com o disposto no art. 29, inciso III da Lei nº 8.666/93;’ 
Justificativa Apresentada: ‘Entendeu a comissão de licitação que, conforme o art. 32 da Lei 
8.666/93 e subitem 2.4 da Instrução Normativa n. 5/95, e respectivo parecer da Coordenação de Normas 
do SICAF - CONOR, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, na modalidade Convite não é 
necessária a habilitação parcial (anexo).’ 
Análise: Segundo a Lei 8.666/93: 
‘Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal, conforme o caso, consistirá em: 
............................................................................. 
III - prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e Municipal do domicílio ou sede 
do licitante, ou outra equivalente, na forma da lei;’ 
Ao mesmo tempo, o art. 32 da lei também dispõe que: 
‘Art. 32. Os documentos necessários à habilitação poderão ser apresentados em original, por 
qualquer processo de cópia autenticada por tabelião de notas ou por funcionário da unidade que realiza a 
licitação, ou publicação em órgão de imprensa oficial. 
............................................................................... 
§ 1º A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 desta lei poderá ser dispensada, no todo ou em 
parte, nos casos de convite, concurso, fornecimento de bens para pronta entrega e leilão. 
§ 2º O certificado de registro cadastral a que se refere o § 1º do art. 36 substitui os documentos 
enumerados nos arts. 28 e 29, exclusive aqueles de que tratam os incisos III e IV do art. 29, obrigada a 
parte a declarar, sob as penalidades cabíveis, a superveniência de fato impeditivo da habilitação, e a 
apresentar o restante da documentação prevista nos arts. 30 e 31 desta lei. 
§ 3º A documentação referida neste artigo poderá ser substituída por registro cadastral emitido por 
órgão ou entidade pública, desde que previsto no edital e o registro tenha sido feito em obediência ao 
disposto nesta lei.’ (destaquei). 
O item 1.1 do edital do Convite 1/2001 dispõe que ‘será considerado habilitado o proponente que 
estiver CADASTRADO no Sistema de Cadastramento de Fornecedores - SICAF’. 
Ocorrre que, como observou o relatório de auditoria fl. 7, ‘a consulta a situação do fornecedor no 
SICAF... juntada ao processo, indicava que a única licitante, que veio a ser a adjudicada (Pró-Indústria 
Comércio e Equipamento Ltda.) estava irregular perante a fazenda Municipal, em desacordo com o art. 
29, inciso III da Lei n. 8.666/93’. 
De fato, a consulta ao SICAF (fl. 58), procedida em 18/07/2001,mostra que a contratada estava 
com a ‘habilitação parcial’ vencida desde 15/07/2001 relativamente às obrigações perante a Receita 
Municipal. 
Diante disso e considerando que não se observou a exigência da lei de licitações acerca da 
comprovação da regularidade para com a Fazenda Municipal, entendo cabível aplicar ao responsável 
multa, com base no art. 58, II da Lei 8.443/92, pela inobservância do art. 29, inciso III da Lei n. 8.666/93 
e admissão no processo licitatório de empresa cujo cadastro no SICAF encontrava-se à época do certame 
com pendência relativa à Receita Municipal. 
 
23. Irregularidade: ‘10. não realização de prévia pesquisa de mercado no Convite nº 01/2001, tendo 
em vista constarem no respectivo processo (processo administrativo nº 21042.001896/2001-17, fls. 22 a 
30) propostas contendo preços inferiores ao apresentado pela licitante vencedora, em desacordo com o 
que dispõe o art. 15 da Lei nº 8.666/93’; 
Justificativa Apresentada: ‘Todos os orçamentos constantes das fls. 22 a 30 do processo citado, são 
pesquisas prévias de preços, e que na verdade se tratavam de objetos com descrições erradas (destaquei) 
com qualidade inferior ao equipamento necessário, motivo pelo qual os preços aparecem menores do que 
aqueles que acabaram sendo adquiridos’ (fl. 252). 
Análise: Preliminarmente cabe ressaltar que a Administração alegou que teria ocorrido um erro de 
descrição do objeto da licitação e que em vista disso a comissão de licitação alterou o edital para fazer a 
correção (ver item 19 deste relatório). 
O responsável afirmou que foi feita sim a pesquisa de preços. No entanto, logo em seguida também 
afirmou que os preços pesquisados referiam-se a ‘objetos com descrições erradas com qualidade inferior 
ao equipamento necessário’. Depois disso, ele não esclareceu por que razão não se realizou nova pesquisa 
de preço (desta vez adequada ao objeto que interessava adquirir). Ora se a pesquisa de preços referia-se a 
um objeto distinto daquele que de fato veio a ser adquirido, é evidente que aquele procedimento não 
atingiu o objetivo visado, permitir que a Administração pudesse avaliar a adequação das propostas 
apresentadas pelos licitantes aos preços correntes no mercado. O responsável apenas alegou que a 
diferença observada entre os preços pesquisados e os contratados devia-se a superioridade do produto 
adquirido sobre aquele outro indicado no edital. Contudo não explicou por que razão o procedimento não 
foi refeito. 
Em vista disso, entendo que ficou demonstrado que não se realizou pesquisa de preço do objeto 
efetivamente licitado, mas sim de outro distinto, com características diversas que o taram totalmente 
inadequado como parâmetro de preço. Posto isso, entendo que cabe expedir determinação para que o 
órgão observe fielmente o art. 15 da Lei nº 8.666/93, fazendo constar nos autos do processo licitatório 
pesquisa de preços adequada ao objeto do certame. 
 
24. Irregularidade: ‘11. autuação de processos individualizados para cada contrato e para cada 
termo aditivo, em detrimento do adequado controle dos mesmos que se teria com a autuação de um só 
processo incluindo o contrato e todos os seus aditivos, amoldando-se, por conseguinte, ao disposto no art. 
60 da Lei nº 8.666/93’; 
Justificativa Apresentada: ‘A metodologia do trabalho adotada foi o de terem sido constituídos 
Processos para Contratos e Aditivos embora entendendo que nenhuma regra administrativa tenha sido 
quebrada com esta seqüência, foi determinado a racionalização de tal ação, seguindo a orientação que está 
implícita neste item’ (fl. 252). 
Análise: Neste ponto, o responsável manifestou-se de maneira bastante obscura, de modo que não 
foi possível apreender o significado exato de sua justificativa. Tendo em vista que trata-se de 
irregularidade meramente formal, propus ao final seja feita determinação a fim de que o órgão cumpra o 
disposto no art. 60 da Lei nº 8.666/93, fazendo a autuação em processo único o contrato e respectivos 
termos aditivos. 
 
25. Irregularidade: ‘12. formalização de aditivos prorrogando a vigência do contrato firmado com a 
Empresa Porto-alegrense de Vigilância Ltda., ultrapassando a vigência prevista no contrato firmado 
anteriormente com a empresa vencedora da licitação, em desacordo com o art. 24, inciso XI, c/c o art. 64, 
§ 2º, da Lei nº 8.666/93, omitindo-se, ainda, de realizar nova licitação para a contratação dos serviços’; 
Justificativa Apresentada: ‘Entendemos que os aditivos prorrogando a vigência do Contrato citado, 
atende plenamente o estabelecido no art. 57 item II Lei 8.666/93’ (fl. 253). 
Análise: Como informa a equipe de auditoria (fl. 11), o Contrato n. 1/99 foi celebrado em 03/06/99 
com a Empresa Portoalegrense de Vigilância Ltda. - EPAVI para prestação de serviço de vigilância 
patrimonial, com base no art. 24, XI da lei de licitações, para a contratação de remanescente de serviço, 
em conseqüência de rescisão contratual. A EPAVI foi então contratada na condição de 2ª classificada na 
Tomada de Preços n. 3/97 (o contrato celebrado com a licitante vencedora, empresa Alerta Vigilância 
Patrimonial Ltda., foi rescindido pela Administração em razão de descumprimento de cláusula 
contratual). 
Em seguida foram celebrados dois Termos Aditivos para prorrogar o prazo de vigência do contrato 
(1º TA prorrogou até 31/12/2000 e o 3º TA que prorrogou até 31/12/2001). 
Segundo o relatório de auditoria, ‘as duas prorrogações efetivadas mostraram-se passíveis de 
discussão, dado que o Contrato anterior firmado com a empresa Alerta, já rescindido, previa, na sua 
cláusula décima, a vigência por 36 meses a contar da assinatura, esta verificada em 23/12/1997, 
encerrando-se destarte, em 23/12/2000. Ocorre que este primeiro contrato não previa qualquer 
prorrogação, em que pese a faculdade para tanto expressa no art. 57, inciso II da Lei de Licitações. A 
assinatura do contrato com a EPAVI, ao qual se prende a presente análise, por ser o que se encontra 
vigente, deveria, no entender da equipe de auditoria, ater-se ao prazo previsto no contrato pretérito, a teor 
do que dispõe o inciso XI do art. 24, e o § 2º do art. 64 da mesma lei’ (fl. 11). 
Como frisou a equipe de auditoria, ainda que o contrato não autorize expressamente a prorrogação 
de seu prazo de vigência, a própria lei de licitações (art. 57, II) abre esta possibilidade. E desde que a 
nova empresa contratada aceite as mesmas condições oferecidas pela licitante vencedora, parece-me que a 
prorrogação em si não implicaria dano para a Administração. 
Considerando o exposto e considerando também que o responsável informou que está sendo 
providenciado novo procedimento licitatório para contratação de serviços de vigilância, entendo que 
devem ser acolhidas as justificativas do responsável. 
 
26. Irregularidade: ‘13. omissão de fazer constar nos processos administrativos pertinentes as 
comprovações de publicação dos extratos dos contratos e dos termos aditivos, em desacordo com o 
parágrafo único do art. 61 da Lei nº 8.666/93, citando-se a título de exemplo o contrato nº 01/1999, 
02/2000 e 03/1998’; 
Justificativa Apresentada: ‘Até então a administração arquivava em pasta própria as publicações. 
Tal fato já foi corrigido e os extratos de publicações já estão sendo anexadas aos processos de contratos’ 
(fl. 253). 
Análise: O responsável admitiu a ocorrência da irregularidade e afirmou que adotou medidas 
corretivas. Em vista disso entendo que deve ser acolhida a justificativa apresentada e considerada sanada 
a irregularidade. 
 
27. Irregularidade: ‘14. omissão de fazer constar sempre, nos contratos administrativos de caráter 
oneroso, como nos contratos nº 01/1999, 02/2000 e 03/1998, o nº da Nota de Empenho vinculada, em 
desacordo com o art. 30 do Decreto nº 93.872, de 23/12/1986’; 
Justificativa Apresentada: O responsável informou que: 
‘- No contrato n. 2/2000, consta na cláusula oitava o n. da Nota de Empenho2000NE000261. 
- No contrato n. 3/98, consta na cláusula oitava o n. da Nota de Empenho 99NE00543. 
- No contrato n. 1/99, consta na cláusula quinta o n. da Nota de Empenho 999NE000513’ 
Análise: Considerando que o responsável não fez prova do alegado (por exemplo, juntando cópia 
dos contratos citados) e tratando-se de irregularidade formal, entendo cabível expedir determinação para 
que o órgão observe fielmente o disposto no art. 30 do Decreto nº 93.872, de 23/12/1986. 
 
28. Irregularidade: ‘15. omissão de fazer constar sempre, nos contratos e termos aditivos, as 
assinaturas, os nomes e as qualificações das testemunhas do respectivo ato administrativo, em atenção aos 
princípios da teoria geral dos contratos a que remete o art. 54 da Lei nº 8.666/93, e ao item 12.20.2 do 
‘Manual de Licitação e Contrato’, editado pelo MAPA, citando-se como exemplo os contratos 01/1999 e 
02/2000’; 
Justificativa Apresentada: ‘Reconhece a Administração que houve falha neste sentido, porém já foi 
prontamente corrigida. 
Análise: Tendo em vista que trata-se de irregularidade formal e que o responsável informou que 
tomou providências para corrigi-la, entendo que deve ser considerada sanada. 
 
29. Irregularidade: ‘16. não comprovação, na Dispensa de Licitação nº 13/2001, de que foram 
observados os prazos para ratificação e publicação da dispensa, em desacordo com o previsto no art. 26 
da Lei nº 8.666/93’; 
Justificativa Apresentada: ‘A Dispensa de Licitação n. 13/2001, foi ratificada dia 03/05/2001 e 
publicada dia 07/05/2001’ (fl. 254). 
Análise: O responsável alegou que juntou ao presente processo os comprovantes da ratificação e 
publicação da dispensa. Contudo não encontrei estes documentos nos autos. Em vista disso, propus seja 
determinado à entidade que quando da dispensa de licitação, junte aos autos do processo os comprovantes 
de ratificação e publicação, de acordo com o previsto no art. 26 da Lei nº 8.666/93. 
 
30. Irregularidade: 17. Nota de Empenho nº. 2001NE900452 assinada por agentes não relacionados 
no SIAFI como ordenadores de despesas, em desacordo com o art. 58 da Lei nº 4.320, de 17/03/1964; 
Justificativa Apresentada: O responsável informou que a nota de empenho foi assinada pelo Sr. 
Antio Ernesto Diel, designado ordenador de despesa pela Portaria n. 34, de 12/03/2001 (fl. 270) e que a 
referida Portaria foi incluída no SIAFI. 
Análise: Tendo em vista que trata-se de irregularidade formal e que o responsável apresentou suas 
justificativas, entendo elidida a irregularidade apontada. 
 
31. Irregularidade: 18. não comprovação, na Dispensa de Licitação nº 13/2001, de que a totalidade 
dos produtos constantes na Nota Fiscal nº 000384 emitida por Tecfarm - Tecnologia Química 
Farmacêutica Ltda. tenha sido entregue, restando comprovar a entrega de 335 bombonas de 20 litros do 
desinfetante Iodine, equivalente a R$ 60.300,00, em prejuízo da liquidação da despesa, e em desacordo 
com o art. 63, § 2º, inciso III da Lei nº 4.320/64; 
Justificativa Apresentada: ‘Tendo em vista a emergência sanitária vivida a época, as bombonas de 
20 l de desinfetante não deram entrada no almoxarifado, passando a responsabilidade do recebimento 
diretamente ao Setor de Defesa Sanitária Animal que realizou a distribuição diretamente as Unidades da 
fronteira e Aeroportos. Restaram algumas unidades a serem entregues que ficaram ‘stand by’, na Empresa 
prontas para serem entregues sempre que o serviço técnico necessitava. Isto possibilitou um pronto 
atendimento, pois o produto à disposição era entregue pela Empresa incluindo os custos de transporte, 
afora a agilidade que se fazia urgente. Visto tratar-se de emergência sanitária no combate aos focos de 
Febre Aftosa no Estado’ (fl. 254). 
Análise: Na inspeção realizada na DFA/RS nos dias 17 e 18/10/2002, verificou-se que o órgão 
recebeu 500 bombonas (20 litros cada) do produto, conforme demonstrativo de fl. 283, restando portanto 
sanada a irregularidade. 
 
32. Irregularidade: 19. inexistência de numeração de folhas no processo nº 21042.001962/2001-59, 
pertinente à Dispensa de Licitação nº 13/2001, em desacordo com o art. 38 da Lei nº 8.666/93 e art. 22, § 
4º da Lei nº 9.784 de 29/01/1999; 
Justificativa Apresentada: ‘É de praxe a numeração das fls. Dos processos, neste caso houve um 
lapso, já corrigido integralmente. 
Análise: Tendo em vista que trata-se de irregularidade formal e que o responsável informou que 
procedeu a sua correção, entendo sanada a situação. 
 
33. Irregularidade: 20. não comprovação das despesas realizadas com a veiculação de anúncios em 
rádios, jornais e televisão, na Dispensa de Licitação nº 5/2001, em desacordo com o art. 63, § 2º, inciso III 
da Lei nº 4.320/64; 
Justificativa Apresentada: O responsável limitou-se a juntar aos autos cópias de matérias de jornal 
que dão notícia da realização da ‘1ª Festa Regional da Melancia’ (fls. 271/272). 
Análise: Na inspeção realizada na DAF/RS, nos dias 17 e 18/10/2002, verificou-se que a prestação 
dos serviços foi comprovada mediante emissão da nota fiscal n. 510 (fl.279), no valor de R$ 7.900,00. Em 
vista disso, entendo sanada a irregularidade. 
 
34. Irregularidade: 21. aceitação de Plano de Trabalho sem que constem critérios objetivos para 
distribuição, aos agricultores, dos produtos e equipamentos adquiridos com os recursos do convênio nº 
6/2000, em desacordo com o art. 2°, inciso II da IN-STN nº 1/97, o art. 37 da Constituição Federal, e em 
desacordo, ainda, com a decisão TCU n° 706/94 - Plenário - Ata n° 54/94, que prevê que os Planos de 
Trabalho não sejam elaborados de forma genérica; 
Justificativa Apresentada: ‘Administração entende que o Plano de Trabalho atende satisfatoriamente 
ao art. 2º inciso II da IN - STN n. 01/97 e art. 37 CF uma vez que está com as metas discriminadas em 
relação aos equipamentos e produtos adquiridos, inclusive como pode ser constatado no processo, com a 
relação dos beneficiários das respectivas metas’ (fl. 255). 
Análise: A IN STN n. 1/97 dispõe que: 
‘Art. 2º O convênio será proposto pelo interessado ao titular do Ministério, órgão ou entidade 
responsável pelo programa, mediante a apresentação do Plano de Trabalho (Anexo I), que conterá, no 
mínimo, as seguintes informações: 
...................................................... 
II - descrição completa do objeto a ser executado; 
III - descrição das metas a serem atingidas, qualitativa e quantitativamente;’ 
Considerando que a audiência em exame apontou apenas o inciso II do art. 2º da IN STN 1/97, 
deixando de indicar o inciso III que a meu ver refere-se aos ‘critérios objetivos para distribuição, aos 
agricultores, dos produtos e equipamentos adquiridos com os recursos do convênio’, entendo que a 
audiência ficou prejudicada pois o responsável ateve-se (como não poderia deixar de ser) apenas a 
irregularidade relativa ao inciso II. Sendo assim e por medida de economia processual entendo que se 
deve expedir determinação ao órgão para que no futuro observe o disposto nos incisos II e III do art. 2º da 
IN STN n. 1/97, incluindo-se no plano de trabalho a descrição completa do objeto a ser executado, bem 
como a descrição das metas a serem atingidas, qualitativa e quantitativamente. 
 
35. Irregularidade: 22. autuação incompleta do processo nº 21042.001314/2001-301 referente à 
prestação de contas do convênio nº 6/2000, o qual apresenta documentação relativa às licitações, solta do 
corpo do processo, após a fl. 76, em desacordo com o art. 22, § 4º da Lei nº 9.784/1999; 
Justificativa Apresentada:,‘O problema já foi devidamente resolvido’ (fl. 255). 
Análise: Tendo em vista que trata-se de irregularidade formal e que o responsável informou que 
procedeu a sua correção, entendo sanada a situação. 
 
36. Irregularidade: 23. publicação de portaria de designação de servidores para a elaboração de 
parecer de viabilidade prévia nos convênios nº 6/2000 e 7/2000 em data posterior aos respectivospareceres; 
Justificativa Apresentada: ‘Aqui houve um atraso no setor de Protocolo, que assoberbado de 
trabalho, acabou fazendo publicação tardiamente’ (fl. 255). 
Análise: É condição de validade dos atos administrativos serem eles praticados por agentes formal e 
legalmente investido de poderes próprios. Tendo em vista o interesse de zelar pela validade dos atos 
praticados pela Administração, propus seja expedida determinação para que o órgão sempre providencie 
previamente as portarias de designação dos servidores designados para atuar em processos 
administrativos de celebração de convênios, em conformidade com o art. 38, XII da Lei de Licitações. 
 
37. Irregularidade: 24. ocorrência, no convênio nº 6/2000, de alterações substanciais e generalizadas 
nos quantitativos constantes do plano de trabalho original, bem como a substituição dos itens ‘botijão de 
sêmen’ e ‘resfriador de leite’ pelos itens ‘triturador’, ‘carreta agrícola ‘ e ‘ segadeira’, configurando-se 
uma reformulação do plano de trabalho do convênio, sem a prévia apreciação pela área técnica da 
Delegacia, e sem a aprovação da autoridade competente do órgão concedente, em desacordo com o art. 
15, § 2° da IN/STN nº 1/97; 
Justificativa Apresentada: ‘Presente processo está sendo alvo de diligências da DFA/RS e do 
próprio TCU junto ao Município’ (fl. 255). 
Análise: Tendo em vista que trata-se aqui de irregularidade praticada por terceiro (Sr. NELSON 
WILLE - ex-Prefeito Municipal de Augusto Pestana-RS, conforme analisado no item 5 desta instrução), 
isto é, a reformulação do plano de trabalho do convênio, sem a prévia apreciação pela área técnica da 
Delegacia, e sem a aprovação da autoridade competente do órgão concedente, entendo que a audiência 
dirigida ao ex-prefeito de Augusto Pestana, acima analisada, é suficiente para esclarecer os fatos. 
 
38. Irregularidade: 25. realização da vistoria técnica relativa ao convênio nº 6/2000, somente após o 
término da vigência do mesmo, caracterizando omissão na função gerencial fiscalizadora, em desacordo 
com o art. 23 da IN/STN nº 1/97; 
Justificativa Apresentada: ‘A DFA/RS se ressente de falta de técnicos para poder cumprir 
integralmente suas funções. Nos casos dos convênios o problema se agrava, tendo em vista o grande 
envolvimento dos técnicos em suas respectivas áreas’ (fl. 256). 
Análise: Tendo em vista que o responsável admitiu a ocorrência da irregularidade e considerando 
que se trata de irregularidade formal, propus seja expedida determinação ao órgão para que cumpra-se 
fielmente o disposto no art. 23 da IN/STN nº 1/97 (com nova redação dada pela IN STN n. 2/2002), de 
modo que o órgão exerça a função gerencial fiscalizadora, dentro do prazo regulamentar de 
execução/prestação de contas do convênio. 
 
39. Irregularidade: aceitação de plano de trabalho do convênio MA/DFA/N° 7/2000 sem o 
detalhamento dos serviços referentes à contrapartida, em desacordo com o art. 2°, inciso II da IN/STN nº 
1/97; 
Justificativa Apresentada: ‘A contrapartida neste caso, não está discriminada, uma vez que trata-se 
de distribuição de insumos adquiridos diretamente aos produtores relacionados no convênio. Logo o 
detalhamento é a distribuição em si mesma’ (fl. 256). 
Análise: De fato, o relatório de auditoria confirma a informação prestada pelo responsável ao atestar 
que o valor da contrapartida foi estipulado em R$ 3.672,00, prestada sob a forma de distribuição dos 
insumos adquiridos. Em vista disso, entendo que as justificativas apresentadas ilidem a irregularidade 
apontada. 
 
40. Irregularidade: 27 aceitação de plano de trabalho do convênio MA/DFA/N° 7/2000 com 
superestimativa no preço dos serviços apresentados como contrapartida; 
Justificativa Apresentada: ‘Foi aceita a planilha de custos e preços apresentada pela Prefeitura, visto 
tratar-se de região peculiar, com suas dificuldades de acesso próprias, e com isso apresenta preços 
diferenciados’ (fl. 256). 
Análise: Ao contrário do que afirmou o responsável, na verdade o Convênio MA/DFA n. 7/2000 foi 
celebrado com o Sindicato Rural de Tupanciretã e não com uma Prefeitura Municipal (conforme relatório 
de auditoria à fl. 19). O valor da contrapartida foi estimado em R$ 3.672,00 e corresponde ao valor 
estimado para as despesas de distribuição dos produtos adquiridos com os recursos repassados pelo 
concedente. Desse modo, a contrapartida oferecida pelo Sindicato seria materializada como serviço de 
transporte e entrega (ver item 39 desta instrução). 
Considerando as razões apresentadas pelo responsável; considerando que o relatório de auditoria 
não definiu critérios objetivos que permitam aferir precisamente qual seria a dimensão exame da 
superestimativa de preços; considerando por fim a inexpressiva materialidade da contrapartida, entendo 
que as razões apresentadas devem ser acolhidas. 
 
41. Irregularidade: 28. descrição diferente do objeto, por ocasião da emissão do parecer técnico de 
análise de viabilidade das proposições de convênios, como no convênio nº 9/2000, em desacordo com o 
art. 2º, § 2º da IN/STN nº 01/97; 
Justificativa Apresentada: ‘Ocorreu que o técnico responsável à época estava elaborando Pareceres 
de 5 (cinco) convênios com cinco Prefeituras diferentes, sobre o mesmo tema. Acreditamos que deva ter 
havido alguma troca de papéis que acabou no fato descrito. Porém, constatado o equívoco está sendo 
corrigido’ (fl. 256). 
Análise: Tendo em vista que trata-se de irregularidade formal e que o responsável informou que 
procedeu a sua correção, entendo sanada a situação. 
 
42. Irregularidade: 29. ausência de numeração seqüencial nos preâmbulos dos termos de convênios 
firmados, quando das formalizações dos mesmos, citando-se como exemplo os convênios nº 9/2000, 
10/2000 e 8/2000, em desacordo com o disposto no art. 6º, caput, da IN/STN nº 01/97; 
Justificativa Apresentada: ‘Já corrigimos tal procedimento e estamos numerando seqüencialmente 
nos preâmbulos conforme exigência’ (fl. 257). 
Análise: Tendo em vista que trata-se de irregularidade formal e que o responsável informou que 
procedeu a sua correção, entendo sanada a situação. 
 
43. Irregularidade: 30. não aposição, nos convênios formalizados, das qualificações das duas 
testemunhas que firmaram o respectivo termo, como nos convênios 6/2000, 9/2000, 10/2000 e 8/2000, em 
desacordo com o previsto no art. 10º, caput, da IN/STN nº 1/97; 
Justificativa Apresentada: ‘Houve um lapso, já corrigido devido as condições de urgência que 
revestem todos esses atos’ (fl. 257). 
Análise: Tendo em vista que trata-se de irregularidade formal e que o responsável informou que 
procedeu a sua correção, entendo sanada a situação. 
 
44. Irregularidade: 31. não aposição da data da assinatura do termo de convênio, bem como do 
correspondente Plano de Trabalho, como nos convênios nº 6/2000, 9/2000, 10/2000 e 8/2000, como 
previsto no art. 17, inciso VI, da IN/STN nº 1/97; 
Justificativa Apresentada: ‘O fato de haver publicação do extrato do Convênio, onde constam a data 
de assinatura, tornando o ato legal, a Administração entendeu não ser necessário datar as fls. Do processo. 
Porém, visto a observação do TCU, imediatamente tal procedimento passa a ser adotado’ (fl. 257). 
Análise: Tendo em vista que trata-se de irregularidade formal e que o responsável informou que 
procedeu a sua correção, entendo sanada a situação. 
 
45. Irregularidade: 32. não comunicação pela DFA/RS, aos Legislativos Municipais, quando das 
liberações de recursos ao amparo dos convênios firmados com os Municípios, tomando-se como exemplo 
os convênios nº 9/2000, 10/2000 e como disposto no art. 1º Lei nº 9.452, de 20/03/1997; 
Justificativa Apresentada: O responsável juntou aos presentes autos cópias dos comprovantes de 
remessa postal dos documentos remetidos à Câmaras Municipais, conforme documentos de fls. 273/274. 
Análise: Tendo em vista a comprovação efetuada, entendo sanada a situação.46. Irregularidade: 33. não exigência de que os convenentes, na prestação de contas, apresentem os 
originais dos comprovantes das aquisições e dos pagamentos realizados, constando ainda a referência ao 
convênio e à Nota de Empenho à qual se vinculam os documentos comprobatórios, como disposto no art. 
30 da IN/STN nº 1/97, citando-se como exemplos os convênios nº 9/2000, 10/2000 e 8/2000; 
Justificativa Apresentada: ‘A não exigência dos originais dos comprovantes das aquisições no 
processo, é devido a disposição do parágrafo 1º do art. 30 da IN/STN n. 1 de 15/01/97’ (fl. 257). 
Análise: De fato, o § 1º do art. 30 da citada IN estabelece que os originais deverão ser arquivados 
no local em que foram contabilizados, no caso, no lugar do órgão convenente, a saber: 
‘Art. 30. As despesas serão comprovadas mediante documentos originais fiscais ou equivalentes, 
devendo as faturas, recibos, notas fiscais e quaisquer outros documentos comprobatórios serem emitidos 
em nome do convenente ou do executor, se for o caso, devidamente identificados com referência ao título 
e número do convênio. 
§ 1º Os documentos referidos neste artigo serão mantidos em arquivo em boa ordem, no próprio 
local em que forem contabilizados (destaquei), à disposição dos órgãos de controle interno e externo, pelo 
prazo de 5 (cinco) anos, contados da aprovação da prestação ou tomada de contas, do gestor do órgão ou 
entidade concedente, relativa ao exercício da concessão. 
Em vista disso, entendo que deve ser acolhida a justificativa apresentada. 
 
47. Irregularidade: 34. não exigência de que as Prefeituras Municipais convenentes, nas prestações 
de contas, comprovem a notificação aos partidos políticos, sindicatos de trabalhadores e entidades 
empresariais com sede no Município, da liberação dos recursos do convênio, como disposto no art. 2º da 
Lei nº 9.452/97, citando-se como exemplo os convênios nº 6/2000, 9/2000, 10/2000 e 8/2000; 
Justificativa Apresentada: ‘Esta exigência já está sendo feita de modo mais efetivo, através de 
ofícios e comunicações, de forma que tal dispositivo seja plenamente alcançado’ (fl. 258). 
Análise: Considerando a importância que esta providência tem para o controle da sociedade sobre a 
aplicação dos recursos públicos, entendo que deve ser expedida determinação ao órgão no sentido de que 
seja fielmente observado o disposto no art. 2º da Lei nº 9.452/97, de modo que, quando da prestação de 
contas, seja exigida a comprovação da notificação aos partidos políticos, sindicatos de trabalhadores e 
entidades empresariais com sede no Município, da liberação dos recursos do convênio. 
 
48. Irregularidade: 35. não observância, pela DFA, do prazo para apreciação das prestações de 
contas pelos convenentes, como previsto no art. 31 da IN/STN nº 1/97; 
Justificativa Apresentada: ‘Na verdade todo o objetivo da DFA/RS é neste sentido, por realmente 
ocorreram descumprimento de prazos em algumas prestações de contas, porém plenamente justificáveis, 
visto o período em que se deram, que foi, durante o trabalho de reformas no prédio, quando tivemos 
desativação de equipamentos de informática, deslocamento de servidores de um andar para outro, 
reorganização de documentos, falta de espaço físico para a guarda e manuseio de documentos’ (fl. 258). 
Análise: Tendo em vista o exposto, entendo que devem ser acolhidas as justificativas do 
responsável. 
 
49. PROCESSO APENSADO: TC 012.054/2001-2 
Trata-se de Representação formulada pela Associação Independente das Empresas de Vigilância e 
Segurança do Estado do RS que denuncia a prática de SUPERFATURAMENTO DE PREÇOS na 
Tomada de Preços n. 3/97 de que resultou a contratação de serviços de vigilância patrimonial prestados 
pela empresa Alerta Vigilância Patrimonial Ltda., no valor global de R$ 64.228,90, sendo que o preço 
homem/hora foi fixado em R$ 8,65. A Associação afirmou (fls. 13-14 da Representação) que o preço 
corrente do serviço é de apenas R$ 5,95. E portanto o preço estipulado no contrato estaria superfaturado 
em cerca de 45%. A denunciante informou ainda que a empresa contratada entrou em falência e por isso a 
Administração convocou a segunda colocada no certame, a empresa Portoalegrense de Vigilância Ltda. 
Acolhida a Representação pelo Ministro Relator Iram Saraiva, conforme despacho de fl. 20 da 
Representação, o processo foi restituído a esta Secretaria que por sua vez propôs o apensamento ao 
presente Relatório de Auditoria (também incluído na relatoria do mesmo Ministro). Em 12/03/2002, o 
Relator autorizou a juntada, como proposto por esta Secretaria. Ocorre que naquela data, a tramitação do 
Relatório de Auditoria se encontrava em estágio bastante avançado (o relatório de auditoria tinha sido 
expedido em 24/09/2001 e os responsáveis estavam sendo ouvidos em audiência desde 24/10/2001). 
Assim, enquanto no Relatório de Auditoria já se encontravam em curso as audiências dos responsáveis, 
na Representação juntada nenhuma instrução havia ainda sobre o mérito. Folheando os autos da 
Representação, constatei que seria necessário juntar aos autos elementos de convicção que dessem 
sustentação à denúncia. Em vista disso, propus a realização de inspeção na DFA/RS. Durante a inspeção 
colhi os documentos juntados aos autos do processo 012.054/2001-2, os quais confirmam de fato o teor 
da denúncia oferecida pela Associação Independente das Empresas de Vigilância e Segurança do Estado 
do RS. Sendo assim, estes documentos merecem exame detido a fim de se quantificar o valor do dano e 
identificar os responsáveis. 
Posto isto, verifica-se que, se por um lado o Relatório de Auditoria encontra-se atualmente pronto 
para receber a presente instrução de mérito, por outro lado, a Representação juntada carece ainda de 
providências preliminares, quais sejam, instrução possivelmente com proposta de conversão em TCE e 
citação. Logo a tramitação conjunta dos processos teria o inconveniente de retardar o andamento deste 
Relatório de Auditoria (que está incluído no plano de metas de produtividade do Tribunal), sem nenhuma 
vantagem processual que justificasse o atraso, vez que os fatos apontados na Representação poderiam ser 
examinados em separado, sem nenhum prejuízo para a sua apuração. 
Em vista do exposto, entendo que, no presente caso, não se verificou entre os dois processos a 
necessária conexão das respectivas fases processuais que caracterizasse a ‘conveniência da tramitação 
conjunta’, como requer o art. 27 da Resolução TCU n. 136/2000. Sendo assim, propus ao final, com base 
no art. 28 da mesma Resolução, o DESAPENSAMENTO da Representação (processo 012.054/2001-2). 
 
50. CONCLUSÃO 
 
Em vista do exposto, proponho sejam os autos encaminhados ao Ministro Relator Iram Saraiva, a 
fim de que sejam tomadas as seguintes providências: 
 
50.1. determinar à DELEGACIA FEDERAL DE AGRICULTURA NO RS - DFA/RS que observe, 
com rigor, as disposições da Lei nº 8.666/93, notadamente quanto ao disposto no: 
a) art. 51 e seu § 2º, incluindo-se na Comissão Permanente de Licitação pelo menos dois servidores 
de nível superior e pertencentes à atividade-fim da DFA/RS, como forma de promover-se a qualificação 
das mesmas; 
b) art. 38, parágrafo único, providenciando a emissão prévia de pareceres jurídicos sobre as minutas 
dos editais de licitação, contratos e termos aditivos; 
c) art. 21, inciso I, de modo que se faça constar em todos os processos de licitação, as 
comprovações de publicação do aviso de edital no Diário Oficial da União; 
d) art. 14 da Lei em tela e também na Súmula TCU n. 177, de modo que nos próximos 
procedimentos licitatórios seja feita a definição precisa e suficiente do objeto licitado; 
e) art. 38, inciso VI e parágrafo único, de modo que, diante da necessidade de se alterar os termos 
do edital de licitação, sejam providenciados previamente pareceres técnico e jurídico, deixando-se a cargo 
dos profissionais de cada área a tarefa de avaliar se lhescabe ou não opinar, em função da natureza das 
modificações pretendidas; 
f) art. 38, IV, juntando-se ao processo licitatório os originais das propostas e dos documentos que as 
instruírem; 
g) art. 15, fazendo constar nos autos do processo licitatório pesquisa de preços com observância da 
especificação exata do objeto do certame, de modo que por meio desse procedimento se possa conhecer 
previamente o preço corrente do produto que de fato interessa adquirir; 
h) art. 38 autuando em processo único os contrato e respectivos termos aditivos; 
i) art. 26, juntando aos autos do processo de dispensa de licitação os comprovantes de ratificação e 
publicação; 
j) art. 38, parágrafo único, providenciando previamente as portarias de designação dos servidores 
designados para atuar em processos administrativos de celebração de convênios; 
 
50.2. determinar à DELEGACIA FEDERAL DE AGRICULTURA NO RS que observe, com rigor, 
as disposições dos seguintes normativos: 
a) art. 30 do Decreto nº 93.872, de 23/12/1986, fazendo constar, nos contratos administrativos de 
caráter oneroso, o número da Nota de Empenho vinculada; 
b) incisos II e III do art. 2º da IN STN n. 1/97, no futuro exija que o plano de trabalho relativo a 
convênios celebrados contenha a descrição completa do objeto a ser executado, bem como a descrição das 
metas a serem atingidas, qualitativa e quantitativamente; 
c) art. 23 da IN/STN nº 1/97 (com nova redação dada pela IN STN n. 2/2002), de modo que o órgão 
exerça a função gerencial fiscalizadora do convênio, dentro do prazo regulamentar de sua 
execução/prestação de contas; 
d) art. 2º da Lei nº 9.452/97, de modo que, quando da prestação de contas, seja exigida a 
comprovação da notificação aos partidos políticos, sindicatos de trabalhadores e entidades empresariais 
com sede no Município, da liberação dos recursos do convênio; 
 
50.3. aplicar ao Sr. ODALNIRO IRINEU PAZ DUTRA - ex-Delegado Federal de Agricultura no 
Rio Grande do Sul - multa, com base no art. 58, II da Lei 8.443/92, pela inobservância do art. 29, inciso 
III da Lei n. 8.666/93, de que decorreu a admissão no Convite n. 01/2001 de empresa cujo cadastro no 
SICAF encontrava-se à época do certame com pendência relativa à Receita Municipal; 
 
50.4. determinar à PREFEITURA MUNICIPAL DE AUGUSTO PESTANA que doravante seja 
rigorosamente observado o disposto no art. 28, inciso I, da Instrução Normativa/STN nº 1/97, assim como 
no inciso III do art. 9º da Lei n. 8.666/93; 
 
50.5. aplicar multa ao Sr. NELSON WILLE - EX-PREFEITO MUNICIPAL DE AUGUSTO 
PESTANA, com base no art. 58, II da Lei 8.443/92, pela aplicação de recursos do Convênio nº 6/2000 na 
contratação ilegal de microempresa de propriedade do próprio titular da Prefeitura Municipal de Augusto 
Pestana, o então Prefeito Nelson Wille (Agropecuária Pestanense), além de participação indevida em 
procedimento licitatório, em flagrante desacordo com o inciso III do art. 9º da Lei nº 8.666/93; 
 
50.6. aplicar multa ao Sr. DARCI SALLET - Prefeito Municipal de Augusto Pestana, com base no 
art. 58, II da Lei 8.443/92: 
a) pelo fornecimento de bens à Prefeitura Municipal de Augusto Pestana por meio da empresa 
SALLET - Produção e Negócios Agropecuários, de propriedade do próprio chefe do Executivo 
Municipal, com infração ao art. 9º, inciso III da Lei n. 8.666/93; 
b) pela aquisição de uréia (76,9 t.), com aplicação de recursos do Convênio nº 6/2000, em 
quantidade superior ao programado no plano de trabalho (43 t.), em benefício do fornecedor que foi o 
próprio prefeito Darci Sallet; 
 
50.7. determinar ao SINDICATO DE TUPANCIRETÃ E JARI que observe rigorosamente o 
disposto no art. 28 da IN/STN nº 1/97 encaminhando a prestação de contas referente aos convênios 
celebrados com a União dentro do prazo pactuado; 
 
50.8. com base no art. 28 da Resolução TCU n. 136/2000, DESAPENSAR dos presentes autos o 
processo 012.054/2001-2.’ 
 
O Ministério Público, nos autos representado pelo Subprocurador-Geral Paulo Soares Bugarin, 
lavrou o parecer de fls. 315/316, no seguinte teor: 
‘Trata-se de auditoria realizada na Delegacia Federal da Agricultura no Estado do Rio Grande do 
Sul - DFA/RS, nas áreas de licitações, contratos e convênios. 
2. Examinam-se, nesta oportunidade, as razões de justificativa apresentadas pelos responsáveis 
ouvidos em audiência pelo Tribunal, consoante determinação contida no Despacho de fl. 140 - vol. 
principal. 
3. A unidade técnica concluiu o exame das propostas apresentadas, propondo, além da expedição de 
uma série de determinações, a aplicação de multa aos Srs. Nelson Wille, ex-prefeito municipal de 
Augusto Pestana/RS, Darci Sallet, prefeito do aludido Município, e Odalniro Irineu Paz Dutra, ex-
Delegado Federal de Agricultura no Rio Grande do Sul. 
4. Em relação ao Sr. Nelson Wille, sobressai a irregularidade relativa à participação em 
procedimento licitatório e posterior contratação de empresa da qual o ex-prefeito é proprietário, em 
desacordo com o disposto no art. 9º, inciso III, da Lei nº 8.666/93. 
5. Tal procedimento, de fato, constitui irregularidade grave, que contraria os princípios 
constitucionais da moralidade e da impessoalidade, que devem ser observados pela administração pública. 
6. No que tange ao Sr. Darci Sallet, as irregularidades graves que ensejaram a proposta de aplicação 
de multa foram: 
- fornecimento de bens à Prefeitura Municipal de Augusto Pestana/RS por meio de empresa de 
propriedade do próprio prefeito, contrariando o art. 9º, inciso III, da Lei nº 8.666/93; 
- aquisição de uréia em quantidade superior ao programado no plano de trabalho, em benefício da 
empresa de propriedade do prefeito. 
7. Entende-se que assiste razão à SECEX/RS quando considera que, apesar do procedimento 
licitatório e da alteração do plano de trabalho terem ocorrido antes da posse do prefeito, o dispositivo 
legal e os princípios constitucionais impediam a contratação da empresa de propriedade do responsável. 
8. Observa-se, ademais, que não foram acolhidas as justificativas para a irregularidade consistente 
na apresentação de prestação de contas contendo plano de trabalho irregularmente formulado. 
9. Constatou-se, no caso, que a prestação de contas do Convênio nº 6/2000 foi apresentada ‘como se 
houvesse sido executado o plano de trabalho originalmente pactuado, quando, na verdade, haviam sido 
introduzidas alterações não autorizadas pelo concedente’ (fl. 287 - vol. 1). 
10. Tendo em vista a gravidade dessa irregularidade, propõe o MP/TCU que também ela seja 
considerada para efeito de aplicação de multa ao responsável. 
11. Relativamente ao Sr. Odalniro Irineu Paz Dutra, a proposta de multa decorre da contratação de 
fornecedor inadimplente com a Fazenda Municipal, sendo que o edital do convite exigia que o proponente 
estivesse cadastrado no SICAF. 
12. Diante da gravidade da irregularidade cometida, considera-se apropriada a proposição da 
SECEX/RS. 
13. Em relação ao processo de Representação apensado aos autos (TC 012.054/2001-2), parece que 
o melhor encaminhamento a ser adotado na presente fase processual seja o seu desapensamento, 
conforme proposto pela unidade técnica, vez que ainda não foi instruído e que não terá repercussão direta 
no julgamento da auditoria ora examinada. 
14. Ante o exposto, este representante do Ministério Público manifesta-se em conformidade com a 
proposição formulada pela SECEX/RS às fls. 310/312 - vol. 1, sugerindo que a irregularidade constante 
do item 8 da instrução (fl. 287 - vol. 1) também seja considerada para efeito de aplicação de multa ao Sr. 
Darci Sallet e que a determinação indicada no item 50.1, alínea a (fl. 311 - vol. 1), faça menção apenas à 
necessidade de se observar o disposto no art. 51, caput e § 2º, da Lei nº 8.666/93, vez que a forma de dar 
cumprimento ao aludido dispositivo deve ser decidida pelo administrador.’ 
 
É o Relatório. 
 
VOTO 
 
Registro, inicialmente, que relatoestes autos com fundamento no art. 18 da Resolução nº 
64/96TCU, tendo em vista tratar-se de processo referente à Lista de Unidades Jurisdicionadas atribuída ao 
Senhor Ministro Iram Saraiva. 
Ante os elementos contidos nos autos, alinho-me aos pareceres da unidade técnica e do Ministério 
Público, no tocante à aplicação de multa aos Srs. Odalniro Irineu Paz, Darci Sallet e Nelson Wille, bem 
como quanto às determinações sugeridas. 
Relativamente à Representação de que trata o TC 012.054/2001-2, a medida sugerida fica 
prejudicada, porquanto o desapensamento proposto já foi por mim determinado e o processo 
encaminhado ao Gabinete do Eminente Ministro Humberto Souto, para possível juntada às contas da 
entidade relativas ao exercício de 1998, de sua relatoria. 
Tal medida foi adotada levando em consideração, dentre outras razões, o princípio da economia 
processual, visto que tal procedimento evitaria a transformação da representação em tomada de contas 
especial para efeito de citação dos responsáveis, conforme proposta contida naquele processo. Ademais, 
constatou-se que os fatos descritos naqueles autos não só não têm conexão com o presente processo, mas 
influenciam diretamente as contas do exercício referido. 
Feito esse esclarecimento, acolho as propostas uniformes e VOTO por que o Tribunal adote a 
Decisão que ora submeto a esta Câmara. 
 
TCU, Sala das Sessões, em 17 de junho de 2003. 
 
LINCOLN MAGALHÃES DA ROCHA 
Relator 
 
ACÓRDÃO Nº 1.300/2003 TCU - 1ª CÂMARA 
 
1. Processo nº TC 011.162/2001-5 (com 1 volume) 
2. Grupo I - Classe de Assunto: III - Relatório de Auditoria 
3. Órgão: Delegacia Federal da Agricultura no RS - DFA 
4. Responsáveis: Odalniro Irineu Paz Dutra (CPF: 196.888.490-49), Darci Sallet (CPF: 
226.845.650-15) e Nelson Wille (CPF: 174.599.820-91) 
5. Relator: Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha 
6. Representante do Ministério Público: Dr. Paulo Soares Bugarin 
7. Unidade Técnica: SECEX/RS 
8. Advogado constituído nos autos: não consta 
 
9. ACÓRDÃO: 
Vistos, relatados e discutidos este relatório de auditoria realizada na Delegacia Federal da 
Agricultura - DFA/RS, unidade pertencente ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, nas 
áreas de Contratos, Licitações e Convênios. 
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, ante 
as razões expostas pelo Relator, em: 
9.1 - aplicar, individualmente, aos Srs. Odalniro Irineu Paz Dutra - ex-Delegado Federal de 
Agricultura no Rio Grande do Sul, Darci Sallet - Prefeito Municipal de Augusto Pestana, e Nelson Wille - 
ex-Prefeito Municipal de Augusto Pestana, a multa prevista no art. 58, II da Lei 8.443/92, no valor de R$ 
3.000,00 (três mil reais), fixando-lhes o prazo de quinze dias, a contar da notificação, para comprovarem, 
perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea ‘a’ do Regimento Interno), o recolhimento da dívida aos 
cofres do Tesouro Nacional, acrescida da correção monetária devida, calculada a partir da data fixada até 
a data do efetivo recolhimento, na forma prevista na legislação em vigor; 
9.2 - autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443, de 1992, a cobrança 
judicial da dívida atualizada monetariamente a partir do dia seguinte ao término do prazo ora 
estabelecido, até a data do recolhimento, caso não atendida a notificação, na forma da legislação em 
vigor; 
9.3 - determinar à Delegacia Federal de Agricultura no RS - DFA/RS que observe, com rigor, as 
disposições da Lei nº 8.666/93, notadamente os seguintes dispositivos: 
9.3.1 - art. 51 e seu § 2; 
9.3.2 - art. 38, parágrafo único, providenciando a emissão prévia de pareceres jurídicos sobre as 
minutas dos editais de licitação, contratos e termos aditivos; 
9.3.3 - art. 21, inciso I, de modo que se faça constar, em todos os processos de licitação, as 
comprovações de publicação do aviso de edital no Diário Oficial da União; 
9.3.4 - art. 14 da Lei em tela e a Súmula TCU n. 177, de modo que nos próximos procedimentos 
licitatórios seja feita a definição precisa e suficiente do objeto licitado; 
9.3.5 - art. 38, inciso VI e parágrafo único, de modo que, diante da necessidade de se alterar os 
termos do edital de licitação, sejam providenciados previamente pareceres técnico e jurídico, deixando-se 
a cargo dos profissionais de cada área a tarefa de avaliar se lhes cabe ou não opinar, em função da 
natureza das modificações pretendidas; 
9.3.6 - art. 38, IV, juntando-se ao processo licitatório os originais das propostas e dos documentos 
que as instruírem; 
9.3.7 - art. 15, fazendo constar nos autos do processo licitatório pesquisa de preços com observância 
da especificação exata do objeto do certame, de modo que por meio desse procedimento se possa 
conhecer previamente o preço corrente do produto que de fato interessa adquirir; 
9.3.8 - art. 38, autuando um único processo para cada procedimento licitatório, ao qual serão 
juntados o contrato e respectivos termos aditivos, assim como os demais documentos relativos à licitação; 
9.3.9 - art. 26, juntando aos autos do processo de dispensa de licitação os comprovantes de 
ratificação e publicação; 
9.3.10 - art. 38, § único, providenciando previamente as portarias de designação dos servidores 
incumbidos de atuar em processos administrativos de celebração de convênios; 
9.4. determinar, ainda, à Delegacia Federal de Agricultura no RS que: 
9.4.1 - em obediência ao disposto no art. 30 do Decreto nº 93.872, de 23/12/1986, faça constar, nos 
contratos administrativos de caráter oneroso, o número da Nota de Empenho vinculada; 
9.4.2 -, exija que o plano de trabalho relativo a convênios celebrados contenha a descrição completa 
do objeto a ser executado, bem como a descrição das metas a serem atingidas, qualitativa e 
quantitativamente, conforme determina os incisos II e III do art. 2º da IN STN n. 1/97; 
9.4.3 exerça efetivamente sua função gerencial fiscalizadora do convênio, dentro do prazo 
regulamentar de sua execução/prestação de contas, em cumprimento ao disposto no art. 23 da IN/STN nº 
1/97, com nova redação dada pela IN STN n. 2/2002; 
9.5 - determinar à Prefeitura Municipal de Augusto Pestana que, doravante, seja rigorosamente 
observado o disposto no art. 28, inciso I, da Instrução Normativa/STN nº 1/97; 
9.6 - determinar ao Sindicato Rural de Tupanciretã e Jari que observe rigorosamente o disposto no 
art. 28 da IN/STN nº 1/97, encaminhando a prestação de contas referente aos convênios celebrados com a 
União dentro do prazo pactuado. 
9.7 - determinar à Secretaria Federal de Controle Interno que, nas próximas contas da Delegacia 
Federal de Agricultura no Rio Grande do Sul, faça constar item relativo ao acompanhamento do 
cumprimento deste Acórdão; 
9.8 - apensar o processo às Contas da Delegacia Federal de Agricultura no Rio Grande do Sul 
relativas ao exercício de 2001. 
 
10. Ata nº 20/2003 - 1ª Câmara 
11. Data da Sessão: 17/6/2003 - Ordinária 
12. Especificação do quorum: 
12.1 Ministros presentes: Marcos Vinicios Vilaça (Presidente), Humberto Guimarães Souto, Walton 
Alencar Rodrigues e o Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha (Relator). 
12.2. Auditor presente: Marcos Bemquerer Costa. 
 
MARCOS VINICIOS VILAÇA 
Presidente 
 
LINCOLN MAGALHÃES DA ROCHA 
Ministro-Relator 
 
Fui presente: 
PAULO SOARES BUGARIN 
Subprocurador-Geral

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