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GRUPO I - CLASSE V - 1ª CÂMARA TC 011.162/2001-5 (com 1 volume) Natureza: Relatório de Auditoria Órgão: Delegacia Federal da Agricultura do RS - DFA Responsáveis: Odalniro Irineu Paz Dutra, Darci Sallet e Nelson Wille Sumário: Auditoria nas áreas de licitações e contratos. Verificadas irregularidades. Audiência. Razões de justificativas insuficientes para elidir as irregularidades. Aplicação de multa aos Srs. Odalniro Irineu Paz, Darci Sallet e Nelson Wille . Autorização para cobrança judicial da dívida, caso não atendida a notificação. Determinações. Apensamento às contas relativas ao exercício de 2001. RELATÓRIO Trata-se de relatório de auditoria realizada na Delegacia Federal da Agricultura - DFA/RS, unidade pertencente ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, nas áreas de Contratos, Licitações e Convênios. 2. Durante a execução dos trabalhos, a equipe de auditoria detectou várias falhas, impropriedades e irregularidades, que ensejaram a audiência prévia dos responsáveis arrolado nos autos. 3. Expedidos os ofícios de fls. 141/149, os responsáveis apresentaram suas justificativas, conforme os documentos acostados às fls.154/275 dos autos. 4. Na instrução de fls. 284/312, a SECEX/RS consignou, inicialmente, que a Representação então apensada aos presentes autos (processo 012.054/2001-2) não foi instruída pelo denunciante com documentos que comprovassem a veracidade dos fatos relatados e que a manifestação do Sr. Odalniro Irineu Paz Dutra, ex-Delegado Federal de Agricultura no Rio Grande do Sul, relativamente aos questionamentos formulados nos itens 18 e 20 do Ofício nº 634/2001-SECEX/RS (fls. 195/198) suscitou dúvidas que careciam de esclarecimentos, razão que motivou a realização de inspeção na DFA/RS a fim de melhor instruir o processo. 5. Passou, a seguir, a examinar as razões de justificativa apresentadas, como segue: “ANÁLISE DA AUDIÊNCIA DO SR. NELSON WILLE - ex-Prefeito Municipal de Augusto Pestana-RS (manifestação de fls. 154/155) - Ofício nº 636/2001-SECEX/RS de fl. 141: 5. Irregularidade: ‘1. ocorrência de alteração do plano de trabalho referente ao convênio nº 6/2000, sem proposta de reformulação e sem prévia apreciação pelo setor técnico da DFA/RS, em desacordo com o art. 15, § 2° da IN/STN nº 1/97;’ Justificativa Apresentada: ‘Houve necessidade, a curto prazo, da elaboração, alteração e execução do novo plano de trabalho (novembro e dezembro de 2000), face a vigência do convênio estabelecer prazo final até 28/02/2002 (Anexo VI). Em virtude disso, ficou impossibilitado o encaminhamento das alterações ao Ministério da Agricultura e seu retorno até o Município’ (fl. 155). Análise: O responsável admitiu que alterou unilateralmente o objeto do convênio, sem consultar previamente o ministério concedente. No entanto, cabe ressaltar que, analisando os elementos disponíveis nos autos, não ficou suficientemente demonstrado se a alteração introduzida trouxe alguma vantagem para a realização dos objetivos do convênio (como alega o responsável) nem tampouco, caso contrário, qual teria sido a dimensão do eventual dano infligido ao erário (quantificado monetariamente). Em vista disso, entendo que cabe neste caso expedir determinação para que doravante seja rigorosamente observado o disposto no art. 28, inciso I, da Instrução Normativa/STN nº 1/97. 6. Irregularidade: ‘2. contratação ilegal, no convênio nº 6/2000, do Titular da Prefeitura Municipal de Augusto Pestana, Prefeito Nelson Wille, com microempresa de sua propriedade (Agropecuária Pestanense), além de participação indevida em procedimento licitatório, em flagrante desacordo com o art. 9º da Lei nº 8.666/93;’ Justificativa Apresentada: ‘Não há vedação para que a empresa participante do processo licitatório, da qual o ex-Prefeito é proprietário, possa contratar com o poder público, inexistindo portanto, incompatibilidade com o exercício do mandato eletivo...’ Análise: Ao contrário do que alega o responsável, a Lei de Licitações veda claramente a participação de agente público em licitação, como reza o dispositivo abaixo: ‘Art. 9º Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução de obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles necessários: ...................................................................... III - servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsável pela licitação.’ Posto isso, entendo que o fato caracteriza grave infração à norma legal e propus, ao final, a aplicação de multa ao responsável, com base no art. 58, II da Lei n. 8.443/92. Em vista disso entendo que as razões de justificativa devem ser rejeitadas e aplicada multa ao responsável. 7. Irregularidade: ‘3. aquisição de farelo de soja por preço unitário R$ 420,00/t, superior ao programado no plano de trabalho elaborado pelo próprio prefeito, R$ 390,00/t configurando prática de superfaturamento.’ Justificativa Apresentada: ‘O produto soja em grão e seus produtos industrializados (óleo, farelo, etc) obedecem à cotação estabelecida no mercado internacional da Bolsa de Valores de Chicago. Assim a variação de preços é diária, ou seja, o preço da soja tem oscilação do mercado interno e externo, fazendo com que os subprodutos acompanhem a oscilação dos referidos preços. Quando do levantamento de preço do farelo de soja, por ocasião da elaboração do Plano de Trabalho, o referido produto alcançava a quantia de R$ 390,00 (trezentos e noventa reais) a telada. Evidentemente que o valor poderia sofrer alterações, tanto para mais ou para menos, obedecendo a oscilação do mercado.’ Análise: De fato, o Plano de Trabalho do convênio, datado de 23/10/2000 (ver documento de fl. 71) estimou o preço da telada do ‘Farelo de Soja 44’ em R$ 390,00 (fl. 70). No entanto, a proposta comercial vencedora do certame, de 29/11/2000, apresentou o preço de R$ 420,00 (fl. 78), isto é, 7,7% maior que o valor inicialmente previsto. De fato, não se pode deixar de reconhecer que a cotação dos produtos agropecuários no mercado atacadista está sujeita a oscilações diárias, em virtude de uma série de fatores, dentre os quais as variações da oferta e da procura. No período de julho a dezembro de 2000, a cotação média mensal do produto seguiu uma linha ascendente que partiu de R$ 326,42 subindo até R$ 439,03 (fonte: http://www.asemg.com.br/cotacoes_historicas/ prima.htm). Mais precisamente, em outubro/2000, o farelo de soja atingiu a cotação média de R$ 368,39 e em dezembro do mesmo ano, chegou a R$ 439,03 (fl. 277). Comparando estes valores com os preços estimados e contratados na licitação em exame, temos que: Farelo de Soja - Quadro Comparativo de Preços (R$/t) Cotação Média do Farelo de Soja (a) Preços estimado no Plano de Trabalho (b) Preço do licitante vencedor (c.) Variação (b/a ou c/a) Outubro/2000 368,39 390,00 --- 1,059 Dezembro/2000 439,03 --- 420,00 0,957 Obs: a cotação do farelo de soja foi extraída do site: http://www.asemg.com.br/cotacoes_historicas/prima.htm À vista do quadro acima, constata-se que o preço estimado no plano de trabalho do convênio estava realmente acima do valor médio de mercado (em torno de 5,9%). No entanto, a proposta selecionada no certame apresentou valor inferior à cotação média do mês de referência, em torno de 96% da cotação média do mês de dezembro/2000. Em vista disso, entendo que a variação entre o preço estimado no plano de trabalho e o efetivamente contratado pela Administração deve ser atribuída à oscilação normal da demanda no mercado atacadista. Sendo assim, parece-me que não se caracterizou, no presente caso, a prática de superfaturamento de preço. ANÁLISE DA AUDIÊNCIA DO SR. DARCI SALLET - Prefeito Municipal de Augusto Pestana (manifestação de fls. 175/178) - Ofício nº 637/2001-SECEX/RS de fls. 142/143: 8. Irregularidade: ‘1. apresentação de prestação de contas referenteao convênio nº 6/2000 com a inclusão de plano de trabalho irregularmente reformulado simulando ser o plano de trabalho original, em desacordo com o art. 28, inciso I da IN/STN nº 1/97;’ Justificativa Apresentada: Essencialmente o responsável limitou-se a admitir a ocorrência da irregularidade, negando porém a intenção de simular. Análise: O responsável sucedeu o Sr. NELSON WILLE à frente do executivo municipal e providenciou a prestação de contas do Convênio n. 6/2000 como se houvesse sido executado o plano de trabalho originalmente pactuado, quando, na verdade, haviam sido introduzidas alterações não autorizadas pelo concedente. Em vista das razões expostas no item 4.1 desta instrução, entendo que cabe neste caso expedir determinação para que doravante seja rigorosamente observado o disposto no art. 28, inciso I, da Instrução Normativa/STN nº 1/97. 9. Irregularidade: ‘2. contratação ilegal, no convênio nº 6/2000, do atual Prefeito Municipal de Augusto Pestana, como fornecedor de 76,9t de uréia, conforme a Nota Fiscal nº 011, de 02/01/2001, em desacordo com o art. 9º da Lei nº 8.666/93;’ Justificativa Apresentada: ‘esta venda ocorreu através da Tomada de Preços n. 2/2000, processada, julgada e adjudicada em 22/12/2000, portanto, ainda não havia assumido o Cargo de Prefeito Municipal... na ocasião da elaboração do projeto, bem como do processo licitatório, o atual prefeito Darci Sallet não havia sido empossado no cargo, o que veio a ocorrer somente no dia 01 de janeiro de 2001.’ Análise: Segundo a lei de licitações: ‘Art. 9º Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução de obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles necessários: .......................................................................................... III - servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsável pela licitação.’ O responsável informou que somente foi empossado no cargo após a adjudicação do certame e entendeu, por isso, que a vedação legal não se aplica ao caso em exame. Esta informação é confirmada pelo relatório de auditoria, segundo o qual o prefeito foi eleito para cumprir ‘mandato de 2001 a 2004’ (fl.16) e também pelo documento de fl. 82, que comprova que a licitação foi homologada em 30/11/2000. Por outro lado, a equipe de auditoria ressaltou que a nota fiscal nº 11 (fl. 88) comprova que a operação de compra e venda somente foi efetivada em 02/01/2001, isto é, quando o proprietário da empresa vencedora do certame já estava em pleno exercício do cargo de prefeito municipal. Considerando que, a vedação expressa no caput do art. 9º alcança não só a participação em licitação e a execução de obra ou serviço, mas também o ‘fornecimento de bens a eles necessários’ (destaquei), entendo que a situação analisada caracteriza grave infração à norma legal. Em vista disso, propus ao final a aplicação de multa ao responsável, com base no art. 58, II da Lei n. 8.443/92. 10. Irregularidade: n ‘3. aquisição de uréia (76,9 t.), no convênio nº 6/2000, em quantidade superior ao programado no plano de trabalho (43 t.), em benefício do fornecedor que foi o próprio prefeito Darci Sallet;’ Justificativa Apresentada: ‘não houve de forma alguma qualquer favorecimento ao atual Prefeito Municipal Darci Sallet, uma(?) por que na época da elaboração do plano de trabalho e de sua alteração, bem como do processo licitatório, o atual Prefeito não havia sido empossado no cargo’ Análise: De fato, a Administração anterior alterou o plano de trabalho do convênio para aumentar a quantidade de uréia a ser adquirida, de modo que a previsão de compra inicial de 43 t. passou a 77 t. (fls. 70/71). No entanto, como já registrado no item 8 desta instrução, ao tomar posse do cargo de Prefeito Municipal, o responsável teve plena condição de tomar conhecimento de que o plano de trabalho tinha sido alterado unilateralmente pela Administração. Entretanto nada fez para corrigir esta situação. Ao contrário, encaminhou ao Ministério concedente prestação de contas com o plano de trabalho irregularmente reformulado, como se fosse o plano original. 11. Irregularidade: ‘4. ausência de comprovação, na prestação de contas, de que os produtos adquiridos com os recursos do convênio nº 6/2000 foram efetivamente entregues aos 800 (oitocentos) produtores rurais pretensamente beneficiados, eis que foram anexados ao processo apenas 8 (oito) recibos, perfazendo o valor de R$ 2.283,88, ou seja, 6,5 % do total repassado.’ Justificativa Apresentada: ‘os recibos citados foram extraídos de forma aleatória dos demais, e apenas como forma de amostragem pelo Engenheiro responsável pela fiscalização do Ministério da Agricultura José L.M. de Oliveira, o qual desempenha o cargo de Fiscal Federal Agropecuário do Min. da Agricultura no RS’. Análise: O relatório de auditoria informa que foi comprovada a entrega de produtos a ‘apenas 8 (oito) agricultores beneficiados, no valor total de apenas R$ 2.283,88, o que representa 6,5% do total de R$ 352.284,00 repassado pela União’. Entretanto, a declaração de fl. 190, firmada pelo ‘Eng. Agr. José L.M. de Oliveira - Fiscal Federal Agropecuário - Ministério da Agricultura/DFA/RS’ afirma realmente que ‘a Prefeitura Municipal de Augusto Pestana/RS apresentou ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA documentação pertinente ao Convênio n. 006/2000 de 10 de novembro de 2000 no valor de R$ 352.284,00 (Trezentos e cinquenta e dois mil, duzentos e oitenta e quatro reais) cuja aquisição de Equipamentos, Insumos Agropecuários e Combustível foram distribuídos aos agricultores e comprovados mediante recibos (destaquei) que se encontram arquivados naquela Prefeitura dos quais tomamos uma amostra de forma aleatória e juntamos ao processo’. ANÁLISE DA AUDIÊNCIA DO SR. BELQUER UBIRAJARA DA SILVA LOPES - Presidente do Sindicato de Tupanciretã e Jari (fls. 200-201) - Ofício nº 638/2001-SECEX/RS, de fls. 144/145: 12. Irregularidade: ‘1. prestação de contas referente ao convênio MA/DFA/N° 7/2000 fora do prazo, em desacordo com o art. 28 da IN/STN nº 1/97;’ Justificativa Apresentada: ‘A liberação dos recursos ocorreu com atraso.’ Análise: O responsável não contestou a irregularidade apontada. Apenas limitou-se a alegar que os recursos do convênio foram liberados com atraso. Tendo em vista que se trata de irregularidade formal, entendo que cabe expedir determinação para que no futuro a entidade observe rigorosamente o disposto no art. 28 da IN/STN nº 1/97, encaminhando as prestações de contas referentes aos convênios no prazo pactuado. 13. Irregularidade: ‘2. apresentação de prestação de contas do convênio MA/DFA/N°7/2000 incompleta, com a ausência dos elementos requeridos pelo art. 28 da IN/STN nº 1/97, anexos I e II, e preenchimento incorreto dos anexos III, IV, V, VI e VII;’ Justificativa Apresentada: ‘Os anexos I e II... correspondem ao Plano de Trabalho... e o anexo II ... a cópia do Convênio... Os anexos II, IV, V e VI estão sendo remetidos corrigidos.’ Análise: O responsável apenas informou que está tomando as providências necessárias para corrigir a irregularidade apontada. Tendo em vista que trata-se de irregularidade formal, entendo satisfeito o objeto da audiência. 13. Irregularidade: ‘3. movimentação de recursos do convênio MA/DFA n° 7/2000 ocorreu fora da conta bancária específica do convênio e sem o correto demonstrativo por meio de extrato e conciliação bancária, em desacordo com o art. 20 da IN/STN nº 1/97.’ Justificativa Apresentada: ‘A operação de aquisição de insumos , comprova-se através da emissão das notas fiscais n. 106 de 29/12/2000 e n. 246086 de 29/12/2000, cujos valores totalizam R$ 73.378,90... pagos através da ordem bancária n. 33701 de 08/01/2001, tão logo o recurso foi disponibilizado... Outrossim informamos que as notas fiscais emitidas com datas posteriores, sãode simples remessa, pois destinavam-se aos diversos produtores de leite’ (fl. 201). Análise: O relatório de auditoria informa à f. 20 que ‘o extrato bancário (fl. 114) anexo à prestação de contas indica que o repasse da União no valor de R$ 73.403,54 foi depositado na conta corrente do convênio n. 6.106-9, agência 0337-9 do Banco do Brasil, tendo sido sacado no mesmo dia, o valor de R$ 73.183,33 como ‘pagamentos diversos’, praticamente zerando a conta. Verifica-se entretanto que as notas fiscais de despesas constantes do processo são de datas posteriores o que indica que a conta do convênio serviu apenas para o depósito inicial, sendo que as transações financeiras ocorreram fora da conta do convênio’. O relatório de auditoria não informa entretanto que conta corrente teria recebido os recursos do convênio. O responsável juntou ao processo cópias das notas fiscais n. 106, valor R$ 31.720,00, e n. 246.086, valor R$ 41.658,90, ambas emitidas em 29/12/2000 por Cooperativa Agrícola Tupanciretã Ltda., as quais totalizam R$ 73.378,90 (aquisição de ração, semente de milho, adubo e uréia). Além disso, foi juntada ainda, à fl. 246, cópia do extrato bancário da conta corrente do convênio onde consta o crédito, em 08/01/2001, de R$ 73.403,54 e o saque na mesma data de R$ 73.378,90. Na mesma fl. 246, consta ainda cópia do ‘Recibo de Depósito’ efetuado em favor de ‘Cooperativa Agrícola Tu’ que haja vista as conicidências de valores acima apontadas trata-se da mesma Cooperativa Agrícola Tupanciretã Ltda. Em vista do exposto, entendo que devem ser acolhidas as razões de justificativa do responsável. ANÁLISE DA AUDIÊNCIA DO SR. ODALNIRO IRINEU PAZ DUTRA - ex-Delegado Federal de Agricultura no Rio Grande do Sul (fls. 248/258) Ofício nº 634/2001-SECEX/RS, de fls. 195-198: 14. Irregularidade: ‘1. não inclusão, nas Comissões Permanentes de Licitação, de pelo menos 2 (dois) servidores de nível superior e pertencentes à atividade-fim da DFA/RS, como forma de promover- se a qualificação das mesmas, observando o disposto no art. 51 e seu § 2º da Lei nº 8.666/93;’ Justificativa Apresentada:‘Atualmente a Comissão de Licitação é composta por servidores qualificados... todos com formação superior’ (fl. 250), formados nas áreas de direito, economia, contabilidade e administração, embora todos ocupantes de cargos de nível médio. Análise: De acordo com a lei de licitações: ‘Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro cadastral, a sua alteração ou cancelamento, e as propostas serão processadas e julgadas por comissão permanente ou especial de, no mínimo 3 (três) membros, sendo pelo menos 2 (dois) deles servidores qualificados pertencentes aos quadros permanentes dos órgãos da Administração responsáveis pela licitação. ..................................................................... § 2º A comissão para julgamento dos pedidos de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento, será integrada por profissionais legalmente habilitados no caso de obras, serviços ou aquisição de equipamentos.’ A exigência legal de pelo menos dois servidores qualificados está expressa claramente na Lei, de modo que a comissão seja constituída de membros cuja atuação profissional os tornem familiarizados com o objeto da licitação. O responsável admitiu (fl. 250) que ‘sempre que necessário, a Comissão tem recorrido aos Fiscais Agropecuários para participarem na qualidade de assessores ou consultores técnicos à Comissão de Licitação’. Ora, se a Administração admite a necessidade de se recorrer aos Fiscais Agropecuários para dirimir questões de competência da comissão de licitação, estão está-se reconhecendo que a atual composição não é adequada às necessidades do serviço. Segundo MARÇAL JUSTEN FILHO, ‘não se concebe... a absoluta ausência de capacitação técnica dos membros da comissão quando o objeto licitado envolver requisitos específicos ou especiais (destaquei). Ainda quando os membros da comissão não necessitem ser especialistas, é necessário que detenham conhecimentos técnico-científicos compatíveis com as regras e exigências previstas no ato convocatório’ (Comentários à Lei de Licitações, p. 458, Ed. Dialética, 5ª edição). Sendo assim, entendo que há sim a necessidade de se incluir na comissão de licitação pelo menos dois servidores qualificados, isto é, devidamente familiarizados com a área fim do órgão. Em vista disso, propus ao final seja feita a determinação pertinente. 15. Irregularidade: ‘2. não emissão prévia dos Pareceres Jurídicos aprovando as minutas dos editais de licitação, contratos e termos aditivos, em desacordo com o disposto no art. 38, parágrafo único, da Lei nº 8.666/93 e no Manual de Licitações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento;’ Justificativa Apresentada:O responsável limitou-se a afirmar que o órgão tem observado regularmente o disposto no art. 38, parágrafo único, da lei de licitações. Análise: Tendo que vista que o responsável não comprovou nos autos a observância do citado comando legal, propus seja expedida determinação ao órgão. 16. Irregularidade: ‘3. não assinatura dos editais de licitação e convites pelo Titular da DFA/RS, em desacordo com o disposto no art. 40, § 1º da Lei nº 8.666/93, nas hipóteses de inexistência de Portaria delegando a assinatura pelo Chefe do Serviço de Administração ou pela Comissão Permanente de Licitação,’ Justificativa Apresentada: ‘A legislação determina a obrigatoriedade de assinatura dos editais e convites da autoridade que os expedir. Na decisão 035/96 DOU de 18/03/96/04.598, firmaram ser da responsabilidade do Presidente da Comissão de Licitação tal atividade’ (fl. 250). Análise: Neste ponto, a manifestação do responsável não é muito clara. Pelo que pude compreender, a atribuição de expedir editais de licitação foi delegada, no âmbito do Ministério da Agricultura, ao presidente da comissão de licitação. Neste caso, importa saber se é possível ou não fazer tal delegação. MARÇAL JUSTEN FILHO dá notícia de que, entre os doutrinadores, ‘discute-se acerca da possibilidade de o edital ser elaborado e firmado pela própria comissão de licitação. Parece que a questão não se enquadra no conceito de ‘norma geral sobre licitações’. Cada ente federativo dispõe de competência para regular a questão, no âmbito da automia para dispor sobre sua organização interna’ (Comentários à Lei de Licitações, p. 379, Ed. Dialética, 5ª edição). Com base no entendimento do eminente doutrinador, concluo que a atribuição de expedir editais de licitação pode ser delegada ao presidente da comissão de licitação, restando portanto justificada a situação apontada no relatório de auditoria. 17. Irregularidade: ‘4. omissão de fazer constar em processos de licitação, as comprovações de publicação do aviso de edital no Diário Oficial da União, como previsto no art. 21, inciso I, da Lei nº 8.666/93, citando-se, a título de exemplo, a Tomada de Preços nº 01/2001;’ Justificativa Apresentada: O responsável afirmou que a irregularidade ocorreu apenas na Tomada de Preços n. 1/2001, devido a greve dos servidores da imprensa oficial e que ‘os demais processos foram e estão sendo publicados e a cópia da publicação fazendo parte integrante do Processo’ (fl. 251). Análise: Considerando que o responsável reconheceu a ocorrência da irregularidade, pelo menos num caso, entendo cabível determinar que o órgão observe rigorosamente o disposto no art. 21, inciso I, da Lei nº 8.666/93, de modo que se faça constar, em todos os processos de licitação, as comprovações de publicação do aviso de edital no Diário Oficial da União. 18. Irregularidade: ‘5. omissão de fazer constar nos processos de licitação, sempre que se verificarem alterações no edital, a íntegra do documento modificado, como por exemplo na Tomada de Preços nº 01/2001, como previsto no art. 38, inciso I da Lei nº 8.666/93;’ JustificativaApresentada: ‘A administração entende desnecessária a repetição da integralidade do Edital, quando apenas 1 ou mais folhas foram alteradas, pois além da citação expressa do Presidente da Comissão, tem seu atesto de que outras folhas permaneceram inalteradas. Isto apenas significaria maiores dispêndios para os cofres públicos. Por outro lado a regra legal citada, em nenhum momento determina tal procedimento’ (fl. 251). Análise: De fato, o art. 38, I da lei de licitações nada dispõe acerca da forma como deve ser feita a juntada nos autos do processo da alteração parcial do edital. Em vista disso, entendo ilidida a irregularidade apontada. 19. Irregularidade: ‘6. inobservância da exata correspondência entre o objeto autorizado pelo titular da Unidade e o objeto licitado, em desacordo com o que dispõe o art. 14, caput, da Lei nº 8.666/93, como no Convite nº 01/2001;’ Justificativa Apresentada: O responsável alegou em síntese que ocorreu erro de descrição do objeto da licitação e que em vista disso não acudiu ao certame nenhum interessado. A correção deste erro foi providenciada por iniciativa da comissão de licitação, sem o conhecimento do Delegado Regional (fl. 251). Análise: A equipe de auditoria registrou (fl. 7) que ‘a mencionada alteração do objeto do convite não foi objeto de análises técnicas e jurídicas, em desacordo com o previsto no art. 38, inciso VI e parágrafo único (parecer prévio)’. Ainda de acordo com a equipe, o novo objeto do convite foi definido como ‘aquisição de pulverizador em proveito da DFA/RS’, descrição ainda incompleta’. Cabe registrar que, de acordo com a Súmula TCU n. 177, ‘a definição precisa e suficiente do objeto licitado constitui regra indispensável da competição, até mesmo como pressuposto do postulado de igualdade entre os licitantes, do qual é subsidiário o princípio da publicidade, que envolve o conhecimento, pelos concorrentes potenciais das condições básicas da licitação, constituindo, na hipótese particular da licitação para compra, a quantidade demandada em uma das especificações mínimas e essenciais à definição do objeto do pregão’. Em vista disso, entendo cabível determinar ao órgão que doravante observe rigorosamente o disposto no art. 14 da Lei n. 8.666/93 c/c a Súmula TCU n. 177, de modo que nos próximos procedimentos licitatórios seja feita a definição precisa e suficiente do objeto licitado. 20. Irregularidade: ‘7. inexistência de pareceres técnicos e jurídicos analisando as alterações do objeto da licitação, exarados em termos específicos que caracterizem inequivocamente tais objetos, como no Convite nº 01/2001, por exemplo, em desacordo com o disposto no art. 38, inciso VI e parágrafo único, da Lei nº 8.666/93;’ Justificativa Apresentada: Segundo o responsável, ‘as modificações feitas foram tão-somente na quantidade dos itens a serem licitados, objeto que não faz parte da análise jurídica da Assessoria’. Análise: Ao contrário do que afirma o responsável, a alteração introduzida refere-se também à modificação do objeto licitado (ver item 19 acima). Mesmo que se entendesse desnecessário expedir parecer jurídico, ainda assim restaria a questão de saber se seria ou não necessário o parecer técnico. A comissão de licitação entendeu desnecessária a emissão de parecer técnico e introduziu por sua conta e risco alteração na definição do objeto da licitação sem a precisão necessária para permitir a sua exata caracterização. No entanto, um parecer técnico prévio deveria justamente apontar esta falha a tempo de evitar que fosse efetivada a alteração do edital, evitando-se assim novo contratempo no processo licitatório. Em vista disso, proponho seja determinado, com base no art. 38, inciso VI e parágrafo único, da Lei nº 8.666/93, que, constatada a necessidade de se alterar os termos do edital, sejam previamente providenciados pareceres técnico e jurídico, deixando-se a cargo dos profissionais de cada área inclusive a tarefa de avaliar se lhes cabe ou não opinar, em função da natureza das modificações pretendidas. 21. Irregularidade: ‘8. não exigência das vias originais das propostas apresentadas nos procedimentos licitatórios, como no Convite nº 01/2000, em desacordo com o disposto no art. 38, inciso IV da Lei nº 8.666/93;’ Justificativa Apresentada: O responsável alegou que os fax das propostas juntadas aos autos foram desconsiderados nos autos, vez que a definição do objeto da licitação foi alterada em data posterior a sua apresentação. E que consta dos autos as vias originais das propostas apresentadas depois da modificação do edital. Análise: Ainda que posteriormente desconsideradas, as propostas são documentos integrantes do processo e ajudam a contar a história do procedimento e dirimir dúvidas de quem quer que venha a compulsá-lo no futuro. Ademais o art. 38, IV, da Lei nº 8.666/93 estabelece expressamente que deverá ser juntado ao processo o original das propostas e dos documentos que as instruírem. O fax, além de não atender este requisito legal, tem ainda a desvantagem de ter uma curta vida útil (em geral cinco anos). Em vista disso, entendo que cabe determinar que se cumpra o disposto na lei de licitações, juntando-se aos autos do processo os originais documentos requeridos. 22. Irregularidade: ‘9. contratação com fornecedor inadimplente com a Fazenda Municipal, no Convite nº 01/2001, em desacordo com o disposto no art. 29, inciso III da Lei nº 8.666/93;’ Justificativa Apresentada: ‘Entendeu a comissão de licitação que, conforme o art. 32 da Lei 8.666/93 e subitem 2.4 da Instrução Normativa n. 5/95, e respectivo parecer da Coordenação de Normas do SICAF - CONOR, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, na modalidade Convite não é necessária a habilitação parcial (anexo).’ Análise: Segundo a Lei 8.666/93: ‘Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal, conforme o caso, consistirá em: ............................................................................. III - prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e Municipal do domicílio ou sede do licitante, ou outra equivalente, na forma da lei;’ Ao mesmo tempo, o art. 32 da lei também dispõe que: ‘Art. 32. Os documentos necessários à habilitação poderão ser apresentados em original, por qualquer processo de cópia autenticada por tabelião de notas ou por funcionário da unidade que realiza a licitação, ou publicação em órgão de imprensa oficial. ............................................................................... § 1º A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 desta lei poderá ser dispensada, no todo ou em parte, nos casos de convite, concurso, fornecimento de bens para pronta entrega e leilão. § 2º O certificado de registro cadastral a que se refere o § 1º do art. 36 substitui os documentos enumerados nos arts. 28 e 29, exclusive aqueles de que tratam os incisos III e IV do art. 29, obrigada a parte a declarar, sob as penalidades cabíveis, a superveniência de fato impeditivo da habilitação, e a apresentar o restante da documentação prevista nos arts. 30 e 31 desta lei. § 3º A documentação referida neste artigo poderá ser substituída por registro cadastral emitido por órgão ou entidade pública, desde que previsto no edital e o registro tenha sido feito em obediência ao disposto nesta lei.’ (destaquei). O item 1.1 do edital do Convite 1/2001 dispõe que ‘será considerado habilitado o proponente que estiver CADASTRADO no Sistema de Cadastramento de Fornecedores - SICAF’. Ocorrre que, como observou o relatório de auditoria fl. 7, ‘a consulta a situação do fornecedor no SICAF... juntada ao processo, indicava que a única licitante, que veio a ser a adjudicada (Pró-Indústria Comércio e Equipamento Ltda.) estava irregular perante a fazenda Municipal, em desacordo com o art. 29, inciso III da Lei n. 8.666/93’. De fato, a consulta ao SICAF (fl. 58), procedida em 18/07/2001,mostra que a contratada estava com a ‘habilitação parcial’ vencida desde 15/07/2001 relativamente às obrigações perante a Receita Municipal. Diante disso e considerando que não se observou a exigência da lei de licitações acerca da comprovação da regularidade para com a Fazenda Municipal, entendo cabível aplicar ao responsável multa, com base no art. 58, II da Lei 8.443/92, pela inobservância do art. 29, inciso III da Lei n. 8.666/93 e admissão no processo licitatório de empresa cujo cadastro no SICAF encontrava-se à época do certame com pendência relativa à Receita Municipal. 23. Irregularidade: ‘10. não realização de prévia pesquisa de mercado no Convite nº 01/2001, tendo em vista constarem no respectivo processo (processo administrativo nº 21042.001896/2001-17, fls. 22 a 30) propostas contendo preços inferiores ao apresentado pela licitante vencedora, em desacordo com o que dispõe o art. 15 da Lei nº 8.666/93’; Justificativa Apresentada: ‘Todos os orçamentos constantes das fls. 22 a 30 do processo citado, são pesquisas prévias de preços, e que na verdade se tratavam de objetos com descrições erradas (destaquei) com qualidade inferior ao equipamento necessário, motivo pelo qual os preços aparecem menores do que aqueles que acabaram sendo adquiridos’ (fl. 252). Análise: Preliminarmente cabe ressaltar que a Administração alegou que teria ocorrido um erro de descrição do objeto da licitação e que em vista disso a comissão de licitação alterou o edital para fazer a correção (ver item 19 deste relatório). O responsável afirmou que foi feita sim a pesquisa de preços. No entanto, logo em seguida também afirmou que os preços pesquisados referiam-se a ‘objetos com descrições erradas com qualidade inferior ao equipamento necessário’. Depois disso, ele não esclareceu por que razão não se realizou nova pesquisa de preço (desta vez adequada ao objeto que interessava adquirir). Ora se a pesquisa de preços referia-se a um objeto distinto daquele que de fato veio a ser adquirido, é evidente que aquele procedimento não atingiu o objetivo visado, permitir que a Administração pudesse avaliar a adequação das propostas apresentadas pelos licitantes aos preços correntes no mercado. O responsável apenas alegou que a diferença observada entre os preços pesquisados e os contratados devia-se a superioridade do produto adquirido sobre aquele outro indicado no edital. Contudo não explicou por que razão o procedimento não foi refeito. Em vista disso, entendo que ficou demonstrado que não se realizou pesquisa de preço do objeto efetivamente licitado, mas sim de outro distinto, com características diversas que o taram totalmente inadequado como parâmetro de preço. Posto isso, entendo que cabe expedir determinação para que o órgão observe fielmente o art. 15 da Lei nº 8.666/93, fazendo constar nos autos do processo licitatório pesquisa de preços adequada ao objeto do certame. 24. Irregularidade: ‘11. autuação de processos individualizados para cada contrato e para cada termo aditivo, em detrimento do adequado controle dos mesmos que se teria com a autuação de um só processo incluindo o contrato e todos os seus aditivos, amoldando-se, por conseguinte, ao disposto no art. 60 da Lei nº 8.666/93’; Justificativa Apresentada: ‘A metodologia do trabalho adotada foi o de terem sido constituídos Processos para Contratos e Aditivos embora entendendo que nenhuma regra administrativa tenha sido quebrada com esta seqüência, foi determinado a racionalização de tal ação, seguindo a orientação que está implícita neste item’ (fl. 252). Análise: Neste ponto, o responsável manifestou-se de maneira bastante obscura, de modo que não foi possível apreender o significado exato de sua justificativa. Tendo em vista que trata-se de irregularidade meramente formal, propus ao final seja feita determinação a fim de que o órgão cumpra o disposto no art. 60 da Lei nº 8.666/93, fazendo a autuação em processo único o contrato e respectivos termos aditivos. 25. Irregularidade: ‘12. formalização de aditivos prorrogando a vigência do contrato firmado com a Empresa Porto-alegrense de Vigilância Ltda., ultrapassando a vigência prevista no contrato firmado anteriormente com a empresa vencedora da licitação, em desacordo com o art. 24, inciso XI, c/c o art. 64, § 2º, da Lei nº 8.666/93, omitindo-se, ainda, de realizar nova licitação para a contratação dos serviços’; Justificativa Apresentada: ‘Entendemos que os aditivos prorrogando a vigência do Contrato citado, atende plenamente o estabelecido no art. 57 item II Lei 8.666/93’ (fl. 253). Análise: Como informa a equipe de auditoria (fl. 11), o Contrato n. 1/99 foi celebrado em 03/06/99 com a Empresa Portoalegrense de Vigilância Ltda. - EPAVI para prestação de serviço de vigilância patrimonial, com base no art. 24, XI da lei de licitações, para a contratação de remanescente de serviço, em conseqüência de rescisão contratual. A EPAVI foi então contratada na condição de 2ª classificada na Tomada de Preços n. 3/97 (o contrato celebrado com a licitante vencedora, empresa Alerta Vigilância Patrimonial Ltda., foi rescindido pela Administração em razão de descumprimento de cláusula contratual). Em seguida foram celebrados dois Termos Aditivos para prorrogar o prazo de vigência do contrato (1º TA prorrogou até 31/12/2000 e o 3º TA que prorrogou até 31/12/2001). Segundo o relatório de auditoria, ‘as duas prorrogações efetivadas mostraram-se passíveis de discussão, dado que o Contrato anterior firmado com a empresa Alerta, já rescindido, previa, na sua cláusula décima, a vigência por 36 meses a contar da assinatura, esta verificada em 23/12/1997, encerrando-se destarte, em 23/12/2000. Ocorre que este primeiro contrato não previa qualquer prorrogação, em que pese a faculdade para tanto expressa no art. 57, inciso II da Lei de Licitações. A assinatura do contrato com a EPAVI, ao qual se prende a presente análise, por ser o que se encontra vigente, deveria, no entender da equipe de auditoria, ater-se ao prazo previsto no contrato pretérito, a teor do que dispõe o inciso XI do art. 24, e o § 2º do art. 64 da mesma lei’ (fl. 11). Como frisou a equipe de auditoria, ainda que o contrato não autorize expressamente a prorrogação de seu prazo de vigência, a própria lei de licitações (art. 57, II) abre esta possibilidade. E desde que a nova empresa contratada aceite as mesmas condições oferecidas pela licitante vencedora, parece-me que a prorrogação em si não implicaria dano para a Administração. Considerando o exposto e considerando também que o responsável informou que está sendo providenciado novo procedimento licitatório para contratação de serviços de vigilância, entendo que devem ser acolhidas as justificativas do responsável. 26. Irregularidade: ‘13. omissão de fazer constar nos processos administrativos pertinentes as comprovações de publicação dos extratos dos contratos e dos termos aditivos, em desacordo com o parágrafo único do art. 61 da Lei nº 8.666/93, citando-se a título de exemplo o contrato nº 01/1999, 02/2000 e 03/1998’; Justificativa Apresentada: ‘Até então a administração arquivava em pasta própria as publicações. Tal fato já foi corrigido e os extratos de publicações já estão sendo anexadas aos processos de contratos’ (fl. 253). Análise: O responsável admitiu a ocorrência da irregularidade e afirmou que adotou medidas corretivas. Em vista disso entendo que deve ser acolhida a justificativa apresentada e considerada sanada a irregularidade. 27. Irregularidade: ‘14. omissão de fazer constar sempre, nos contratos administrativos de caráter oneroso, como nos contratos nº 01/1999, 02/2000 e 03/1998, o nº da Nota de Empenho vinculada, em desacordo com o art. 30 do Decreto nº 93.872, de 23/12/1986’; Justificativa Apresentada: O responsável informou que: ‘- No contrato n. 2/2000, consta na cláusula oitava o n. da Nota de Empenho2000NE000261. - No contrato n. 3/98, consta na cláusula oitava o n. da Nota de Empenho 99NE00543. - No contrato n. 1/99, consta na cláusula quinta o n. da Nota de Empenho 999NE000513’ Análise: Considerando que o responsável não fez prova do alegado (por exemplo, juntando cópia dos contratos citados) e tratando-se de irregularidade formal, entendo cabível expedir determinação para que o órgão observe fielmente o disposto no art. 30 do Decreto nº 93.872, de 23/12/1986. 28. Irregularidade: ‘15. omissão de fazer constar sempre, nos contratos e termos aditivos, as assinaturas, os nomes e as qualificações das testemunhas do respectivo ato administrativo, em atenção aos princípios da teoria geral dos contratos a que remete o art. 54 da Lei nº 8.666/93, e ao item 12.20.2 do ‘Manual de Licitação e Contrato’, editado pelo MAPA, citando-se como exemplo os contratos 01/1999 e 02/2000’; Justificativa Apresentada: ‘Reconhece a Administração que houve falha neste sentido, porém já foi prontamente corrigida. Análise: Tendo em vista que trata-se de irregularidade formal e que o responsável informou que tomou providências para corrigi-la, entendo que deve ser considerada sanada. 29. Irregularidade: ‘16. não comprovação, na Dispensa de Licitação nº 13/2001, de que foram observados os prazos para ratificação e publicação da dispensa, em desacordo com o previsto no art. 26 da Lei nº 8.666/93’; Justificativa Apresentada: ‘A Dispensa de Licitação n. 13/2001, foi ratificada dia 03/05/2001 e publicada dia 07/05/2001’ (fl. 254). Análise: O responsável alegou que juntou ao presente processo os comprovantes da ratificação e publicação da dispensa. Contudo não encontrei estes documentos nos autos. Em vista disso, propus seja determinado à entidade que quando da dispensa de licitação, junte aos autos do processo os comprovantes de ratificação e publicação, de acordo com o previsto no art. 26 da Lei nº 8.666/93. 30. Irregularidade: 17. Nota de Empenho nº. 2001NE900452 assinada por agentes não relacionados no SIAFI como ordenadores de despesas, em desacordo com o art. 58 da Lei nº 4.320, de 17/03/1964; Justificativa Apresentada: O responsável informou que a nota de empenho foi assinada pelo Sr. Antio Ernesto Diel, designado ordenador de despesa pela Portaria n. 34, de 12/03/2001 (fl. 270) e que a referida Portaria foi incluída no SIAFI. Análise: Tendo em vista que trata-se de irregularidade formal e que o responsável apresentou suas justificativas, entendo elidida a irregularidade apontada. 31. Irregularidade: 18. não comprovação, na Dispensa de Licitação nº 13/2001, de que a totalidade dos produtos constantes na Nota Fiscal nº 000384 emitida por Tecfarm - Tecnologia Química Farmacêutica Ltda. tenha sido entregue, restando comprovar a entrega de 335 bombonas de 20 litros do desinfetante Iodine, equivalente a R$ 60.300,00, em prejuízo da liquidação da despesa, e em desacordo com o art. 63, § 2º, inciso III da Lei nº 4.320/64; Justificativa Apresentada: ‘Tendo em vista a emergência sanitária vivida a época, as bombonas de 20 l de desinfetante não deram entrada no almoxarifado, passando a responsabilidade do recebimento diretamente ao Setor de Defesa Sanitária Animal que realizou a distribuição diretamente as Unidades da fronteira e Aeroportos. Restaram algumas unidades a serem entregues que ficaram ‘stand by’, na Empresa prontas para serem entregues sempre que o serviço técnico necessitava. Isto possibilitou um pronto atendimento, pois o produto à disposição era entregue pela Empresa incluindo os custos de transporte, afora a agilidade que se fazia urgente. Visto tratar-se de emergência sanitária no combate aos focos de Febre Aftosa no Estado’ (fl. 254). Análise: Na inspeção realizada na DFA/RS nos dias 17 e 18/10/2002, verificou-se que o órgão recebeu 500 bombonas (20 litros cada) do produto, conforme demonstrativo de fl. 283, restando portanto sanada a irregularidade. 32. Irregularidade: 19. inexistência de numeração de folhas no processo nº 21042.001962/2001-59, pertinente à Dispensa de Licitação nº 13/2001, em desacordo com o art. 38 da Lei nº 8.666/93 e art. 22, § 4º da Lei nº 9.784 de 29/01/1999; Justificativa Apresentada: ‘É de praxe a numeração das fls. Dos processos, neste caso houve um lapso, já corrigido integralmente. Análise: Tendo em vista que trata-se de irregularidade formal e que o responsável informou que procedeu a sua correção, entendo sanada a situação. 33. Irregularidade: 20. não comprovação das despesas realizadas com a veiculação de anúncios em rádios, jornais e televisão, na Dispensa de Licitação nº 5/2001, em desacordo com o art. 63, § 2º, inciso III da Lei nº 4.320/64; Justificativa Apresentada: O responsável limitou-se a juntar aos autos cópias de matérias de jornal que dão notícia da realização da ‘1ª Festa Regional da Melancia’ (fls. 271/272). Análise: Na inspeção realizada na DAF/RS, nos dias 17 e 18/10/2002, verificou-se que a prestação dos serviços foi comprovada mediante emissão da nota fiscal n. 510 (fl.279), no valor de R$ 7.900,00. Em vista disso, entendo sanada a irregularidade. 34. Irregularidade: 21. aceitação de Plano de Trabalho sem que constem critérios objetivos para distribuição, aos agricultores, dos produtos e equipamentos adquiridos com os recursos do convênio nº 6/2000, em desacordo com o art. 2°, inciso II da IN-STN nº 1/97, o art. 37 da Constituição Federal, e em desacordo, ainda, com a decisão TCU n° 706/94 - Plenário - Ata n° 54/94, que prevê que os Planos de Trabalho não sejam elaborados de forma genérica; Justificativa Apresentada: ‘Administração entende que o Plano de Trabalho atende satisfatoriamente ao art. 2º inciso II da IN - STN n. 01/97 e art. 37 CF uma vez que está com as metas discriminadas em relação aos equipamentos e produtos adquiridos, inclusive como pode ser constatado no processo, com a relação dos beneficiários das respectivas metas’ (fl. 255). Análise: A IN STN n. 1/97 dispõe que: ‘Art. 2º O convênio será proposto pelo interessado ao titular do Ministério, órgão ou entidade responsável pelo programa, mediante a apresentação do Plano de Trabalho (Anexo I), que conterá, no mínimo, as seguintes informações: ...................................................... II - descrição completa do objeto a ser executado; III - descrição das metas a serem atingidas, qualitativa e quantitativamente;’ Considerando que a audiência em exame apontou apenas o inciso II do art. 2º da IN STN 1/97, deixando de indicar o inciso III que a meu ver refere-se aos ‘critérios objetivos para distribuição, aos agricultores, dos produtos e equipamentos adquiridos com os recursos do convênio’, entendo que a audiência ficou prejudicada pois o responsável ateve-se (como não poderia deixar de ser) apenas a irregularidade relativa ao inciso II. Sendo assim e por medida de economia processual entendo que se deve expedir determinação ao órgão para que no futuro observe o disposto nos incisos II e III do art. 2º da IN STN n. 1/97, incluindo-se no plano de trabalho a descrição completa do objeto a ser executado, bem como a descrição das metas a serem atingidas, qualitativa e quantitativamente. 35. Irregularidade: 22. autuação incompleta do processo nº 21042.001314/2001-301 referente à prestação de contas do convênio nº 6/2000, o qual apresenta documentação relativa às licitações, solta do corpo do processo, após a fl. 76, em desacordo com o art. 22, § 4º da Lei nº 9.784/1999; Justificativa Apresentada:,‘O problema já foi devidamente resolvido’ (fl. 255). Análise: Tendo em vista que trata-se de irregularidade formal e que o responsável informou que procedeu a sua correção, entendo sanada a situação. 36. Irregularidade: 23. publicação de portaria de designação de servidores para a elaboração de parecer de viabilidade prévia nos convênios nº 6/2000 e 7/2000 em data posterior aos respectivospareceres; Justificativa Apresentada: ‘Aqui houve um atraso no setor de Protocolo, que assoberbado de trabalho, acabou fazendo publicação tardiamente’ (fl. 255). Análise: É condição de validade dos atos administrativos serem eles praticados por agentes formal e legalmente investido de poderes próprios. Tendo em vista o interesse de zelar pela validade dos atos praticados pela Administração, propus seja expedida determinação para que o órgão sempre providencie previamente as portarias de designação dos servidores designados para atuar em processos administrativos de celebração de convênios, em conformidade com o art. 38, XII da Lei de Licitações. 37. Irregularidade: 24. ocorrência, no convênio nº 6/2000, de alterações substanciais e generalizadas nos quantitativos constantes do plano de trabalho original, bem como a substituição dos itens ‘botijão de sêmen’ e ‘resfriador de leite’ pelos itens ‘triturador’, ‘carreta agrícola ‘ e ‘ segadeira’, configurando-se uma reformulação do plano de trabalho do convênio, sem a prévia apreciação pela área técnica da Delegacia, e sem a aprovação da autoridade competente do órgão concedente, em desacordo com o art. 15, § 2° da IN/STN nº 1/97; Justificativa Apresentada: ‘Presente processo está sendo alvo de diligências da DFA/RS e do próprio TCU junto ao Município’ (fl. 255). Análise: Tendo em vista que trata-se aqui de irregularidade praticada por terceiro (Sr. NELSON WILLE - ex-Prefeito Municipal de Augusto Pestana-RS, conforme analisado no item 5 desta instrução), isto é, a reformulação do plano de trabalho do convênio, sem a prévia apreciação pela área técnica da Delegacia, e sem a aprovação da autoridade competente do órgão concedente, entendo que a audiência dirigida ao ex-prefeito de Augusto Pestana, acima analisada, é suficiente para esclarecer os fatos. 38. Irregularidade: 25. realização da vistoria técnica relativa ao convênio nº 6/2000, somente após o término da vigência do mesmo, caracterizando omissão na função gerencial fiscalizadora, em desacordo com o art. 23 da IN/STN nº 1/97; Justificativa Apresentada: ‘A DFA/RS se ressente de falta de técnicos para poder cumprir integralmente suas funções. Nos casos dos convênios o problema se agrava, tendo em vista o grande envolvimento dos técnicos em suas respectivas áreas’ (fl. 256). Análise: Tendo em vista que o responsável admitiu a ocorrência da irregularidade e considerando que se trata de irregularidade formal, propus seja expedida determinação ao órgão para que cumpra-se fielmente o disposto no art. 23 da IN/STN nº 1/97 (com nova redação dada pela IN STN n. 2/2002), de modo que o órgão exerça a função gerencial fiscalizadora, dentro do prazo regulamentar de execução/prestação de contas do convênio. 39. Irregularidade: aceitação de plano de trabalho do convênio MA/DFA/N° 7/2000 sem o detalhamento dos serviços referentes à contrapartida, em desacordo com o art. 2°, inciso II da IN/STN nº 1/97; Justificativa Apresentada: ‘A contrapartida neste caso, não está discriminada, uma vez que trata-se de distribuição de insumos adquiridos diretamente aos produtores relacionados no convênio. Logo o detalhamento é a distribuição em si mesma’ (fl. 256). Análise: De fato, o relatório de auditoria confirma a informação prestada pelo responsável ao atestar que o valor da contrapartida foi estipulado em R$ 3.672,00, prestada sob a forma de distribuição dos insumos adquiridos. Em vista disso, entendo que as justificativas apresentadas ilidem a irregularidade apontada. 40. Irregularidade: 27 aceitação de plano de trabalho do convênio MA/DFA/N° 7/2000 com superestimativa no preço dos serviços apresentados como contrapartida; Justificativa Apresentada: ‘Foi aceita a planilha de custos e preços apresentada pela Prefeitura, visto tratar-se de região peculiar, com suas dificuldades de acesso próprias, e com isso apresenta preços diferenciados’ (fl. 256). Análise: Ao contrário do que afirmou o responsável, na verdade o Convênio MA/DFA n. 7/2000 foi celebrado com o Sindicato Rural de Tupanciretã e não com uma Prefeitura Municipal (conforme relatório de auditoria à fl. 19). O valor da contrapartida foi estimado em R$ 3.672,00 e corresponde ao valor estimado para as despesas de distribuição dos produtos adquiridos com os recursos repassados pelo concedente. Desse modo, a contrapartida oferecida pelo Sindicato seria materializada como serviço de transporte e entrega (ver item 39 desta instrução). Considerando as razões apresentadas pelo responsável; considerando que o relatório de auditoria não definiu critérios objetivos que permitam aferir precisamente qual seria a dimensão exame da superestimativa de preços; considerando por fim a inexpressiva materialidade da contrapartida, entendo que as razões apresentadas devem ser acolhidas. 41. Irregularidade: 28. descrição diferente do objeto, por ocasião da emissão do parecer técnico de análise de viabilidade das proposições de convênios, como no convênio nº 9/2000, em desacordo com o art. 2º, § 2º da IN/STN nº 01/97; Justificativa Apresentada: ‘Ocorreu que o técnico responsável à época estava elaborando Pareceres de 5 (cinco) convênios com cinco Prefeituras diferentes, sobre o mesmo tema. Acreditamos que deva ter havido alguma troca de papéis que acabou no fato descrito. Porém, constatado o equívoco está sendo corrigido’ (fl. 256). Análise: Tendo em vista que trata-se de irregularidade formal e que o responsável informou que procedeu a sua correção, entendo sanada a situação. 42. Irregularidade: 29. ausência de numeração seqüencial nos preâmbulos dos termos de convênios firmados, quando das formalizações dos mesmos, citando-se como exemplo os convênios nº 9/2000, 10/2000 e 8/2000, em desacordo com o disposto no art. 6º, caput, da IN/STN nº 01/97; Justificativa Apresentada: ‘Já corrigimos tal procedimento e estamos numerando seqüencialmente nos preâmbulos conforme exigência’ (fl. 257). Análise: Tendo em vista que trata-se de irregularidade formal e que o responsável informou que procedeu a sua correção, entendo sanada a situação. 43. Irregularidade: 30. não aposição, nos convênios formalizados, das qualificações das duas testemunhas que firmaram o respectivo termo, como nos convênios 6/2000, 9/2000, 10/2000 e 8/2000, em desacordo com o previsto no art. 10º, caput, da IN/STN nº 1/97; Justificativa Apresentada: ‘Houve um lapso, já corrigido devido as condições de urgência que revestem todos esses atos’ (fl. 257). Análise: Tendo em vista que trata-se de irregularidade formal e que o responsável informou que procedeu a sua correção, entendo sanada a situação. 44. Irregularidade: 31. não aposição da data da assinatura do termo de convênio, bem como do correspondente Plano de Trabalho, como nos convênios nº 6/2000, 9/2000, 10/2000 e 8/2000, como previsto no art. 17, inciso VI, da IN/STN nº 1/97; Justificativa Apresentada: ‘O fato de haver publicação do extrato do Convênio, onde constam a data de assinatura, tornando o ato legal, a Administração entendeu não ser necessário datar as fls. Do processo. Porém, visto a observação do TCU, imediatamente tal procedimento passa a ser adotado’ (fl. 257). Análise: Tendo em vista que trata-se de irregularidade formal e que o responsável informou que procedeu a sua correção, entendo sanada a situação. 45. Irregularidade: 32. não comunicação pela DFA/RS, aos Legislativos Municipais, quando das liberações de recursos ao amparo dos convênios firmados com os Municípios, tomando-se como exemplo os convênios nº 9/2000, 10/2000 e como disposto no art. 1º Lei nº 9.452, de 20/03/1997; Justificativa Apresentada: O responsável juntou aos presentes autos cópias dos comprovantes de remessa postal dos documentos remetidos à Câmaras Municipais, conforme documentos de fls. 273/274. Análise: Tendo em vista a comprovação efetuada, entendo sanada a situação.46. Irregularidade: 33. não exigência de que os convenentes, na prestação de contas, apresentem os originais dos comprovantes das aquisições e dos pagamentos realizados, constando ainda a referência ao convênio e à Nota de Empenho à qual se vinculam os documentos comprobatórios, como disposto no art. 30 da IN/STN nº 1/97, citando-se como exemplos os convênios nº 9/2000, 10/2000 e 8/2000; Justificativa Apresentada: ‘A não exigência dos originais dos comprovantes das aquisições no processo, é devido a disposição do parágrafo 1º do art. 30 da IN/STN n. 1 de 15/01/97’ (fl. 257). Análise: De fato, o § 1º do art. 30 da citada IN estabelece que os originais deverão ser arquivados no local em que foram contabilizados, no caso, no lugar do órgão convenente, a saber: ‘Art. 30. As despesas serão comprovadas mediante documentos originais fiscais ou equivalentes, devendo as faturas, recibos, notas fiscais e quaisquer outros documentos comprobatórios serem emitidos em nome do convenente ou do executor, se for o caso, devidamente identificados com referência ao título e número do convênio. § 1º Os documentos referidos neste artigo serão mantidos em arquivo em boa ordem, no próprio local em que forem contabilizados (destaquei), à disposição dos órgãos de controle interno e externo, pelo prazo de 5 (cinco) anos, contados da aprovação da prestação ou tomada de contas, do gestor do órgão ou entidade concedente, relativa ao exercício da concessão. Em vista disso, entendo que deve ser acolhida a justificativa apresentada. 47. Irregularidade: 34. não exigência de que as Prefeituras Municipais convenentes, nas prestações de contas, comprovem a notificação aos partidos políticos, sindicatos de trabalhadores e entidades empresariais com sede no Município, da liberação dos recursos do convênio, como disposto no art. 2º da Lei nº 9.452/97, citando-se como exemplo os convênios nº 6/2000, 9/2000, 10/2000 e 8/2000; Justificativa Apresentada: ‘Esta exigência já está sendo feita de modo mais efetivo, através de ofícios e comunicações, de forma que tal dispositivo seja plenamente alcançado’ (fl. 258). Análise: Considerando a importância que esta providência tem para o controle da sociedade sobre a aplicação dos recursos públicos, entendo que deve ser expedida determinação ao órgão no sentido de que seja fielmente observado o disposto no art. 2º da Lei nº 9.452/97, de modo que, quando da prestação de contas, seja exigida a comprovação da notificação aos partidos políticos, sindicatos de trabalhadores e entidades empresariais com sede no Município, da liberação dos recursos do convênio. 48. Irregularidade: 35. não observância, pela DFA, do prazo para apreciação das prestações de contas pelos convenentes, como previsto no art. 31 da IN/STN nº 1/97; Justificativa Apresentada: ‘Na verdade todo o objetivo da DFA/RS é neste sentido, por realmente ocorreram descumprimento de prazos em algumas prestações de contas, porém plenamente justificáveis, visto o período em que se deram, que foi, durante o trabalho de reformas no prédio, quando tivemos desativação de equipamentos de informática, deslocamento de servidores de um andar para outro, reorganização de documentos, falta de espaço físico para a guarda e manuseio de documentos’ (fl. 258). Análise: Tendo em vista o exposto, entendo que devem ser acolhidas as justificativas do responsável. 49. PROCESSO APENSADO: TC 012.054/2001-2 Trata-se de Representação formulada pela Associação Independente das Empresas de Vigilância e Segurança do Estado do RS que denuncia a prática de SUPERFATURAMENTO DE PREÇOS na Tomada de Preços n. 3/97 de que resultou a contratação de serviços de vigilância patrimonial prestados pela empresa Alerta Vigilância Patrimonial Ltda., no valor global de R$ 64.228,90, sendo que o preço homem/hora foi fixado em R$ 8,65. A Associação afirmou (fls. 13-14 da Representação) que o preço corrente do serviço é de apenas R$ 5,95. E portanto o preço estipulado no contrato estaria superfaturado em cerca de 45%. A denunciante informou ainda que a empresa contratada entrou em falência e por isso a Administração convocou a segunda colocada no certame, a empresa Portoalegrense de Vigilância Ltda. Acolhida a Representação pelo Ministro Relator Iram Saraiva, conforme despacho de fl. 20 da Representação, o processo foi restituído a esta Secretaria que por sua vez propôs o apensamento ao presente Relatório de Auditoria (também incluído na relatoria do mesmo Ministro). Em 12/03/2002, o Relator autorizou a juntada, como proposto por esta Secretaria. Ocorre que naquela data, a tramitação do Relatório de Auditoria se encontrava em estágio bastante avançado (o relatório de auditoria tinha sido expedido em 24/09/2001 e os responsáveis estavam sendo ouvidos em audiência desde 24/10/2001). Assim, enquanto no Relatório de Auditoria já se encontravam em curso as audiências dos responsáveis, na Representação juntada nenhuma instrução havia ainda sobre o mérito. Folheando os autos da Representação, constatei que seria necessário juntar aos autos elementos de convicção que dessem sustentação à denúncia. Em vista disso, propus a realização de inspeção na DFA/RS. Durante a inspeção colhi os documentos juntados aos autos do processo 012.054/2001-2, os quais confirmam de fato o teor da denúncia oferecida pela Associação Independente das Empresas de Vigilância e Segurança do Estado do RS. Sendo assim, estes documentos merecem exame detido a fim de se quantificar o valor do dano e identificar os responsáveis. Posto isto, verifica-se que, se por um lado o Relatório de Auditoria encontra-se atualmente pronto para receber a presente instrução de mérito, por outro lado, a Representação juntada carece ainda de providências preliminares, quais sejam, instrução possivelmente com proposta de conversão em TCE e citação. Logo a tramitação conjunta dos processos teria o inconveniente de retardar o andamento deste Relatório de Auditoria (que está incluído no plano de metas de produtividade do Tribunal), sem nenhuma vantagem processual que justificasse o atraso, vez que os fatos apontados na Representação poderiam ser examinados em separado, sem nenhum prejuízo para a sua apuração. Em vista do exposto, entendo que, no presente caso, não se verificou entre os dois processos a necessária conexão das respectivas fases processuais que caracterizasse a ‘conveniência da tramitação conjunta’, como requer o art. 27 da Resolução TCU n. 136/2000. Sendo assim, propus ao final, com base no art. 28 da mesma Resolução, o DESAPENSAMENTO da Representação (processo 012.054/2001-2). 50. CONCLUSÃO Em vista do exposto, proponho sejam os autos encaminhados ao Ministro Relator Iram Saraiva, a fim de que sejam tomadas as seguintes providências: 50.1. determinar à DELEGACIA FEDERAL DE AGRICULTURA NO RS - DFA/RS que observe, com rigor, as disposições da Lei nº 8.666/93, notadamente quanto ao disposto no: a) art. 51 e seu § 2º, incluindo-se na Comissão Permanente de Licitação pelo menos dois servidores de nível superior e pertencentes à atividade-fim da DFA/RS, como forma de promover-se a qualificação das mesmas; b) art. 38, parágrafo único, providenciando a emissão prévia de pareceres jurídicos sobre as minutas dos editais de licitação, contratos e termos aditivos; c) art. 21, inciso I, de modo que se faça constar em todos os processos de licitação, as comprovações de publicação do aviso de edital no Diário Oficial da União; d) art. 14 da Lei em tela e também na Súmula TCU n. 177, de modo que nos próximos procedimentos licitatórios seja feita a definição precisa e suficiente do objeto licitado; e) art. 38, inciso VI e parágrafo único, de modo que, diante da necessidade de se alterar os termos do edital de licitação, sejam providenciados previamente pareceres técnico e jurídico, deixando-se a cargo dos profissionais de cada área a tarefa de avaliar se lhescabe ou não opinar, em função da natureza das modificações pretendidas; f) art. 38, IV, juntando-se ao processo licitatório os originais das propostas e dos documentos que as instruírem; g) art. 15, fazendo constar nos autos do processo licitatório pesquisa de preços com observância da especificação exata do objeto do certame, de modo que por meio desse procedimento se possa conhecer previamente o preço corrente do produto que de fato interessa adquirir; h) art. 38 autuando em processo único os contrato e respectivos termos aditivos; i) art. 26, juntando aos autos do processo de dispensa de licitação os comprovantes de ratificação e publicação; j) art. 38, parágrafo único, providenciando previamente as portarias de designação dos servidores designados para atuar em processos administrativos de celebração de convênios; 50.2. determinar à DELEGACIA FEDERAL DE AGRICULTURA NO RS que observe, com rigor, as disposições dos seguintes normativos: a) art. 30 do Decreto nº 93.872, de 23/12/1986, fazendo constar, nos contratos administrativos de caráter oneroso, o número da Nota de Empenho vinculada; b) incisos II e III do art. 2º da IN STN n. 1/97, no futuro exija que o plano de trabalho relativo a convênios celebrados contenha a descrição completa do objeto a ser executado, bem como a descrição das metas a serem atingidas, qualitativa e quantitativamente; c) art. 23 da IN/STN nº 1/97 (com nova redação dada pela IN STN n. 2/2002), de modo que o órgão exerça a função gerencial fiscalizadora do convênio, dentro do prazo regulamentar de sua execução/prestação de contas; d) art. 2º da Lei nº 9.452/97, de modo que, quando da prestação de contas, seja exigida a comprovação da notificação aos partidos políticos, sindicatos de trabalhadores e entidades empresariais com sede no Município, da liberação dos recursos do convênio; 50.3. aplicar ao Sr. ODALNIRO IRINEU PAZ DUTRA - ex-Delegado Federal de Agricultura no Rio Grande do Sul - multa, com base no art. 58, II da Lei 8.443/92, pela inobservância do art. 29, inciso III da Lei n. 8.666/93, de que decorreu a admissão no Convite n. 01/2001 de empresa cujo cadastro no SICAF encontrava-se à época do certame com pendência relativa à Receita Municipal; 50.4. determinar à PREFEITURA MUNICIPAL DE AUGUSTO PESTANA que doravante seja rigorosamente observado o disposto no art. 28, inciso I, da Instrução Normativa/STN nº 1/97, assim como no inciso III do art. 9º da Lei n. 8.666/93; 50.5. aplicar multa ao Sr. NELSON WILLE - EX-PREFEITO MUNICIPAL DE AUGUSTO PESTANA, com base no art. 58, II da Lei 8.443/92, pela aplicação de recursos do Convênio nº 6/2000 na contratação ilegal de microempresa de propriedade do próprio titular da Prefeitura Municipal de Augusto Pestana, o então Prefeito Nelson Wille (Agropecuária Pestanense), além de participação indevida em procedimento licitatório, em flagrante desacordo com o inciso III do art. 9º da Lei nº 8.666/93; 50.6. aplicar multa ao Sr. DARCI SALLET - Prefeito Municipal de Augusto Pestana, com base no art. 58, II da Lei 8.443/92: a) pelo fornecimento de bens à Prefeitura Municipal de Augusto Pestana por meio da empresa SALLET - Produção e Negócios Agropecuários, de propriedade do próprio chefe do Executivo Municipal, com infração ao art. 9º, inciso III da Lei n. 8.666/93; b) pela aquisição de uréia (76,9 t.), com aplicação de recursos do Convênio nº 6/2000, em quantidade superior ao programado no plano de trabalho (43 t.), em benefício do fornecedor que foi o próprio prefeito Darci Sallet; 50.7. determinar ao SINDICATO DE TUPANCIRETÃ E JARI que observe rigorosamente o disposto no art. 28 da IN/STN nº 1/97 encaminhando a prestação de contas referente aos convênios celebrados com a União dentro do prazo pactuado; 50.8. com base no art. 28 da Resolução TCU n. 136/2000, DESAPENSAR dos presentes autos o processo 012.054/2001-2.’ O Ministério Público, nos autos representado pelo Subprocurador-Geral Paulo Soares Bugarin, lavrou o parecer de fls. 315/316, no seguinte teor: ‘Trata-se de auditoria realizada na Delegacia Federal da Agricultura no Estado do Rio Grande do Sul - DFA/RS, nas áreas de licitações, contratos e convênios. 2. Examinam-se, nesta oportunidade, as razões de justificativa apresentadas pelos responsáveis ouvidos em audiência pelo Tribunal, consoante determinação contida no Despacho de fl. 140 - vol. principal. 3. A unidade técnica concluiu o exame das propostas apresentadas, propondo, além da expedição de uma série de determinações, a aplicação de multa aos Srs. Nelson Wille, ex-prefeito municipal de Augusto Pestana/RS, Darci Sallet, prefeito do aludido Município, e Odalniro Irineu Paz Dutra, ex- Delegado Federal de Agricultura no Rio Grande do Sul. 4. Em relação ao Sr. Nelson Wille, sobressai a irregularidade relativa à participação em procedimento licitatório e posterior contratação de empresa da qual o ex-prefeito é proprietário, em desacordo com o disposto no art. 9º, inciso III, da Lei nº 8.666/93. 5. Tal procedimento, de fato, constitui irregularidade grave, que contraria os princípios constitucionais da moralidade e da impessoalidade, que devem ser observados pela administração pública. 6. No que tange ao Sr. Darci Sallet, as irregularidades graves que ensejaram a proposta de aplicação de multa foram: - fornecimento de bens à Prefeitura Municipal de Augusto Pestana/RS por meio de empresa de propriedade do próprio prefeito, contrariando o art. 9º, inciso III, da Lei nº 8.666/93; - aquisição de uréia em quantidade superior ao programado no plano de trabalho, em benefício da empresa de propriedade do prefeito. 7. Entende-se que assiste razão à SECEX/RS quando considera que, apesar do procedimento licitatório e da alteração do plano de trabalho terem ocorrido antes da posse do prefeito, o dispositivo legal e os princípios constitucionais impediam a contratação da empresa de propriedade do responsável. 8. Observa-se, ademais, que não foram acolhidas as justificativas para a irregularidade consistente na apresentação de prestação de contas contendo plano de trabalho irregularmente formulado. 9. Constatou-se, no caso, que a prestação de contas do Convênio nº 6/2000 foi apresentada ‘como se houvesse sido executado o plano de trabalho originalmente pactuado, quando, na verdade, haviam sido introduzidas alterações não autorizadas pelo concedente’ (fl. 287 - vol. 1). 10. Tendo em vista a gravidade dessa irregularidade, propõe o MP/TCU que também ela seja considerada para efeito de aplicação de multa ao responsável. 11. Relativamente ao Sr. Odalniro Irineu Paz Dutra, a proposta de multa decorre da contratação de fornecedor inadimplente com a Fazenda Municipal, sendo que o edital do convite exigia que o proponente estivesse cadastrado no SICAF. 12. Diante da gravidade da irregularidade cometida, considera-se apropriada a proposição da SECEX/RS. 13. Em relação ao processo de Representação apensado aos autos (TC 012.054/2001-2), parece que o melhor encaminhamento a ser adotado na presente fase processual seja o seu desapensamento, conforme proposto pela unidade técnica, vez que ainda não foi instruído e que não terá repercussão direta no julgamento da auditoria ora examinada. 14. Ante o exposto, este representante do Ministério Público manifesta-se em conformidade com a proposição formulada pela SECEX/RS às fls. 310/312 - vol. 1, sugerindo que a irregularidade constante do item 8 da instrução (fl. 287 - vol. 1) também seja considerada para efeito de aplicação de multa ao Sr. Darci Sallet e que a determinação indicada no item 50.1, alínea a (fl. 311 - vol. 1), faça menção apenas à necessidade de se observar o disposto no art. 51, caput e § 2º, da Lei nº 8.666/93, vez que a forma de dar cumprimento ao aludido dispositivo deve ser decidida pelo administrador.’ É o Relatório. VOTO Registro, inicialmente, que relatoestes autos com fundamento no art. 18 da Resolução nº 64/96TCU, tendo em vista tratar-se de processo referente à Lista de Unidades Jurisdicionadas atribuída ao Senhor Ministro Iram Saraiva. Ante os elementos contidos nos autos, alinho-me aos pareceres da unidade técnica e do Ministério Público, no tocante à aplicação de multa aos Srs. Odalniro Irineu Paz, Darci Sallet e Nelson Wille, bem como quanto às determinações sugeridas. Relativamente à Representação de que trata o TC 012.054/2001-2, a medida sugerida fica prejudicada, porquanto o desapensamento proposto já foi por mim determinado e o processo encaminhado ao Gabinete do Eminente Ministro Humberto Souto, para possível juntada às contas da entidade relativas ao exercício de 1998, de sua relatoria. Tal medida foi adotada levando em consideração, dentre outras razões, o princípio da economia processual, visto que tal procedimento evitaria a transformação da representação em tomada de contas especial para efeito de citação dos responsáveis, conforme proposta contida naquele processo. Ademais, constatou-se que os fatos descritos naqueles autos não só não têm conexão com o presente processo, mas influenciam diretamente as contas do exercício referido. Feito esse esclarecimento, acolho as propostas uniformes e VOTO por que o Tribunal adote a Decisão que ora submeto a esta Câmara. TCU, Sala das Sessões, em 17 de junho de 2003. LINCOLN MAGALHÃES DA ROCHA Relator ACÓRDÃO Nº 1.300/2003 TCU - 1ª CÂMARA 1. Processo nº TC 011.162/2001-5 (com 1 volume) 2. Grupo I - Classe de Assunto: III - Relatório de Auditoria 3. Órgão: Delegacia Federal da Agricultura no RS - DFA 4. Responsáveis: Odalniro Irineu Paz Dutra (CPF: 196.888.490-49), Darci Sallet (CPF: 226.845.650-15) e Nelson Wille (CPF: 174.599.820-91) 5. Relator: Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha 6. Representante do Ministério Público: Dr. Paulo Soares Bugarin 7. Unidade Técnica: SECEX/RS 8. Advogado constituído nos autos: não consta 9. ACÓRDÃO: Vistos, relatados e discutidos este relatório de auditoria realizada na Delegacia Federal da Agricultura - DFA/RS, unidade pertencente ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, nas áreas de Contratos, Licitações e Convênios. ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em: 9.1 - aplicar, individualmente, aos Srs. Odalniro Irineu Paz Dutra - ex-Delegado Federal de Agricultura no Rio Grande do Sul, Darci Sallet - Prefeito Municipal de Augusto Pestana, e Nelson Wille - ex-Prefeito Municipal de Augusto Pestana, a multa prevista no art. 58, II da Lei 8.443/92, no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais), fixando-lhes o prazo de quinze dias, a contar da notificação, para comprovarem, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea ‘a’ do Regimento Interno), o recolhimento da dívida aos cofres do Tesouro Nacional, acrescida da correção monetária devida, calculada a partir da data fixada até a data do efetivo recolhimento, na forma prevista na legislação em vigor; 9.2 - autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443, de 1992, a cobrança judicial da dívida atualizada monetariamente a partir do dia seguinte ao término do prazo ora estabelecido, até a data do recolhimento, caso não atendida a notificação, na forma da legislação em vigor; 9.3 - determinar à Delegacia Federal de Agricultura no RS - DFA/RS que observe, com rigor, as disposições da Lei nº 8.666/93, notadamente os seguintes dispositivos: 9.3.1 - art. 51 e seu § 2; 9.3.2 - art. 38, parágrafo único, providenciando a emissão prévia de pareceres jurídicos sobre as minutas dos editais de licitação, contratos e termos aditivos; 9.3.3 - art. 21, inciso I, de modo que se faça constar, em todos os processos de licitação, as comprovações de publicação do aviso de edital no Diário Oficial da União; 9.3.4 - art. 14 da Lei em tela e a Súmula TCU n. 177, de modo que nos próximos procedimentos licitatórios seja feita a definição precisa e suficiente do objeto licitado; 9.3.5 - art. 38, inciso VI e parágrafo único, de modo que, diante da necessidade de se alterar os termos do edital de licitação, sejam providenciados previamente pareceres técnico e jurídico, deixando-se a cargo dos profissionais de cada área a tarefa de avaliar se lhes cabe ou não opinar, em função da natureza das modificações pretendidas; 9.3.6 - art. 38, IV, juntando-se ao processo licitatório os originais das propostas e dos documentos que as instruírem; 9.3.7 - art. 15, fazendo constar nos autos do processo licitatório pesquisa de preços com observância da especificação exata do objeto do certame, de modo que por meio desse procedimento se possa conhecer previamente o preço corrente do produto que de fato interessa adquirir; 9.3.8 - art. 38, autuando um único processo para cada procedimento licitatório, ao qual serão juntados o contrato e respectivos termos aditivos, assim como os demais documentos relativos à licitação; 9.3.9 - art. 26, juntando aos autos do processo de dispensa de licitação os comprovantes de ratificação e publicação; 9.3.10 - art. 38, § único, providenciando previamente as portarias de designação dos servidores incumbidos de atuar em processos administrativos de celebração de convênios; 9.4. determinar, ainda, à Delegacia Federal de Agricultura no RS que: 9.4.1 - em obediência ao disposto no art. 30 do Decreto nº 93.872, de 23/12/1986, faça constar, nos contratos administrativos de caráter oneroso, o número da Nota de Empenho vinculada; 9.4.2 -, exija que o plano de trabalho relativo a convênios celebrados contenha a descrição completa do objeto a ser executado, bem como a descrição das metas a serem atingidas, qualitativa e quantitativamente, conforme determina os incisos II e III do art. 2º da IN STN n. 1/97; 9.4.3 exerça efetivamente sua função gerencial fiscalizadora do convênio, dentro do prazo regulamentar de sua execução/prestação de contas, em cumprimento ao disposto no art. 23 da IN/STN nº 1/97, com nova redação dada pela IN STN n. 2/2002; 9.5 - determinar à Prefeitura Municipal de Augusto Pestana que, doravante, seja rigorosamente observado o disposto no art. 28, inciso I, da Instrução Normativa/STN nº 1/97; 9.6 - determinar ao Sindicato Rural de Tupanciretã e Jari que observe rigorosamente o disposto no art. 28 da IN/STN nº 1/97, encaminhando a prestação de contas referente aos convênios celebrados com a União dentro do prazo pactuado. 9.7 - determinar à Secretaria Federal de Controle Interno que, nas próximas contas da Delegacia Federal de Agricultura no Rio Grande do Sul, faça constar item relativo ao acompanhamento do cumprimento deste Acórdão; 9.8 - apensar o processo às Contas da Delegacia Federal de Agricultura no Rio Grande do Sul relativas ao exercício de 2001. 10. Ata nº 20/2003 - 1ª Câmara 11. Data da Sessão: 17/6/2003 - Ordinária 12. Especificação do quorum: 12.1 Ministros presentes: Marcos Vinicios Vilaça (Presidente), Humberto Guimarães Souto, Walton Alencar Rodrigues e o Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha (Relator). 12.2. Auditor presente: Marcos Bemquerer Costa. MARCOS VINICIOS VILAÇA Presidente LINCOLN MAGALHÃES DA ROCHA Ministro-Relator Fui presente: PAULO SOARES BUGARIN Subprocurador-Geral
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