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Decisão TCU 955-2002-Plenário

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GRUPO II – CLASSE V – Plenário 
TC 012.795/2001-3 
Natureza: Relatório de Auditoria 
Responsáveis: Roberto Nogueira da França, Presidente, Washington Rondon Caiado, Gerente de 
Suprimentos e Sérgio Antônio Majdalnai, Diretor de Recursos Minerais 
Entidade: Indústria Nucleares do Brasil – INB 
 
Ementa: Auditoria realizada na Indústria Nucleares do Brasil na área de licitações e contratos. 
Verificação de diversas falhas em procedimentos licitatórios e contratações diretas. Audiência prévia 
dos responsáveis em razão da deficiência ou falta de supervisão e orientação adequada para o correto 
cumprimento das normas de licitação, de dispensa de licitação para celebração de contrato com 
Fundação privada e pela prorrogação do prazo de vigência de contrato de prestação de serviços 
advocatícios. Razões de justificativa apresentadas pelos responsáveis suficientes para afastar a 
culpabilidade dos agentes. Falhas de natureza formal. Determinações à Entidade. Juntada do processo 
às contas da Indústria Nucleares do Brasil. 
 
Trata o presente feito de auditoria realizada na empresa Indústria Nucleares do Brasil S.A. – 
INB, com o objetivo de verificar a ocorrência de irregularidades nas licitações e contratos da 
Entidade. 
2.Mediante Relatório de Auditoria de fls. 47/74, acompanhado dos documentos integrantes do 
Vol. I, a equipe da 6ª SECEX verificou a existência de indícios de várias impropriedades, a seguir 
resumidas: 
a) formalização inadequada dos processos de licitação; 
b) ausência de certificados de regularidade fiscal, de registro cadastral nas tomadas de preço e de 
pesquisa de preços prévia ao certame; 
c) convite sem, no mínimo, três propostas válidas; 
d) falta de parecer prévio do órgão jurídico nos editais e contratos; 
e) desistência de licitante, após término da fase de habilitação, sem que tenha havido a pertinente 
análise acerca dos motivos que ensejaram-na; 
f) fornecimento de bens e serviços sem a devida cobertura contratual; 
g) pagamento de despesas a título de sinal; 
h) contratação de serviços sem projeto básico; 
i) inexistência, nos processos de inexigibilidade de licitação, da caracterização da inviabilidade 
de competição e da justificativa fundamentada acerca da escolha do fornecedor ou executante do 
serviço e do preço contratado; 
j) contratação direta de serviços advocatícios; 
l) dispensa de licitação com base no inciso IV do art. 24 da Lei nº 8.666/93, sem que estivesse 
devidamente caracterizada a situação de emergência e sem a presença dos elementos necessários à 
instrução do procedimento de dispensa; 
m) aditamento irregular de contrato; 
n) inexigibilidade de licitação justificada pela necessidade de padronização, sem a instauração de 
processo administrativo que comprovasse ser esta a melhor opção; 
o) contratação direta, com base no art. 24, XIII, da Lei nº 8.666/93, fora das hipótese legais de 
cabimento da dispensa; 
p) contratação irregular de mão-de-obra; 
q) contratação de serviços sem licitação e/ou contrato; 
r) celebração de ajustes em língua inglesa; 
s) irregularidades na emissão de notas de empenho 
3.Foi proposto, ao final, que se efetuassem diversas determinações à Entidade a fim de corrigir 
as irregularidades apuradas, consideradas, em sua maioria, de falha meramente formal. Sugeriu-se, 
ainda, fossem ouvidos os responsáveis pela: a) celebração de protocolo de intenções com dispensa de 
licitação da Fundação Padre Leonel Franca – FPLF, com base no art. 24, XIII, da Lei nº 8.666/93, que 
tinha natureza de contrato, o que possibilitaria a posterior contratação de serviços diversos aos 
previstos no dispositivo legal supra; b) deficiência e/ou falha de supervisão e orientação adequadas na 
área de licitação e contratos e c) prorrogação do prazo de vigência de contrato firmado com sociedade 
de advogados, em desobediência à Decisão TCU nº 739/2000 – Plenário. 
4.Por meio do despacho de fl. 77, autorizei a realização da audiência, na forma proposta pela 
Unidade Técnica. 
5.Os responsáveis apresentaram, em conjunto, suas razões de justificativa e os esclarecimentos 
solicitados, às fls. 106/130, tecendo considerações acerca de todas as impropriedades levantadas pela 
equipe de auditoria, não se limitando ao objeto da audiência prévia. Também a empresa advocatícia 
que teve a prorrogação contratual questionada apresentou suas alegações acerca do fato impugnado 
(fls. 132/136). 
6.Por meio da instrução de fls. 232/245, a Sra. Analista examinou as razões trazidas pelos 
gestores e pela sociedade advocatícia, concluindo, com a anuência do Sr. Secretário de Controle 
Externo, por que fossem acatadas, em parte, e aplicada multa aos gestores responsáveis pelo 
aditamento do contrato de prestação de serviços advocatícios. Ratificou-se, ademais, a maioria das 
determinações sugeridas anteriormente, deixando apenas de apontar algumas medidas que já foram 
implementadas pela Entidade. Transcrevo, a seguir, os principais trechos da instrução supra que 
fundamentam a proposta acima: 
“No expediente apresentado, os representantes da INB tecem, inicialmente, esclarecimentos 
sobre o setor de atuação da empresa. 
A seguir, expressam o entendimento de que Tabela I – Modalidades de Licitação Empenhadas 
(R$) e seus Percentuais 2000-2001, do Relatório de Auditoria, deveria ter sido elaborada pelos 
valores ‘efetivamente contratados no exercício’ em cada modalidade licitatória, e não com base nos 
‘valores empenhados’, já que estes absorveram contratos que foram objeto de licitações em 
exercícios anteriores, ocorrendo nos exercícios seguintes apenas sua execução orçamentária. 
Concluem daí que a metodologia utilizada induziu à interpretação errônea de uma grande incidência 
de inexigibilidades e dispensas praticadas pela INB nos exercícios auditados. 
Sobre esse ponto, necessário apenas ponderar que, para fins desta auditoria, foi considerada 
importante a magnitude dos empenhos anuais efetuados pela entidade com amparo em cada 
modalidade licitatória, sendo indiferente a data em que a contratação fora realizada. 
Com relação às irregularidades apontadas no Relatório de Auditoria, embora a audiência 
promovida fosse apenas quanto à deficiência e/ou falta de supervisão e orientação adequadas para a 
correta realização e formalização dos procedimentos de licitação, além das questões específicas 
indicadas nas alíneas “b” e “c” do item 1 desta instrução, os responsáveis optaram por apresentar 
comentários e/ou justificativas para todas as ocorrências apontadas no relatório, os quais serão 
analisados no que pertinente. De plano, cabe registrar que grande parte das observações da equipe 
de auditoria foram acolhidas pelos responsáveis. 
Inicialmente, justificam que o procedimento de apenas fazer-se referência nos autos ao número 
do certificado cadastral do participante da licitação deve-se ao fato de a área de cadastro atuar no 
mesmo ambiente de trabalho, promovendo-se apenas consulta e evitando a duplicação de registros. 
Registra, porém, que doravante o setor responsável fará constar tal certificado nos autos. Sobre o 
assunto, salientamos que a presença do certificado no processo deriva de exigência legal (art. 32, 
§2º, Lei 8.666/93), tornando visível a regularidade do participante a qualquer interessado que o 
consulte. 
Em referência à ausência de prévia pesquisa de preços no procedimentos licitatórios, informam 
que a pesquisa é promovida pelos setores requisitantes, que indicam o valor estimado da 
contratação, apenas não sendo anexada a ‘memória da pesquisa’ nas requisições, o que doravante 
será realizado. 
Sobre a ausência de parecer prévio do órgão jurídico nos editais e instrumentos contratuais, os 
responsáveis justificam que a empresa sempre reconheceu a aposição de carimbo e rubrica como 
manifestação de aprovação daquele setor. Contudo, em face das observações dos analistas, a 
empresa estará anexando nos processos aquisitivos pronunciamento formalda consultoria jurídica. 
Nesse ponto, cabe esclarecer que a manifestação dos auditores foi no sentido de que tais carimbos 
devem conter a identificação do consultor que procedeu à análise do documento, bem como que seja 
o setor jurídico consultado em todo e qualquer procedimento de contratação. 
Atinente ao pagamento de serviços sem cobertura contratual (AFs 1.039/01 e 1.048/01), a vista 
de serem serviços efetivamente prestados e do pequeno valor envolvido, os responsáveis entendem 
que tal falha possa ser relevada por esta Corte de Contas. Observamos, conforme já indicado no 
Relatório de Auditoria elaborado (alínea ‘h’, Tópico V, fls. 72), que esse ponto será objeto de 
determinação. 
Na contratação de obras e serviços sem projeto básico, explicam os gestores da entidade que o 
setor requisitante elabora “memória, com dimensionamento preliminar do que se almeja contratar, 
com estimativa de preços, sem assumir o caráter formal de projeto básico” (fls.112), sendo que as 
áreas serão orientadas a formalizar o encaminhamento dos serviços na forma correta, qual seja, 
constando projeto básico e planilhas de custos, na forma do art. 7º, § 1º, incisos I e II, da Lei de 
Licitações. 
Sobre as impropriedades levantadas em processos de inexigibilidade, os responsáveis 
comunicam, identicamente, que os setores requisitantes verificam se os preços cobrados são 
compatíveis com o mercado e que, doravante, passarão a juntar nos autos a devida comprovação. 
Com referência à singularidade dos objetos fazem, às fls. 113-117, ponderações para cada uma 
das contratações questionadas no relatório, visando reforçar o fundamento da singularidade dos 
serviços. Registramos, nesse ponto, que a comprovação da singularidade do objeto deve ser parte 
integrante e fundamental dos processos de inexigibilidade, atendo-se o relatório a apontar que 
estavam os processos insuficientemente instruídos. Muitas vezes, a contratação encontrava-se apenas 
amparada em declaração do requisitante de ser a empresa ou o profissional o mais qualificado à 
prestação dos serviços, expediente este elaborado às vezes sem data e/ou assinatura. 
Justificando a contratação de serviços de advocacia sem observar as formalidades exigidas, os 
responsáveis informaram que é regra da INB realizar licitações para contratar tais serviços, as quais 
foram promovidas para contratação de serviços advocatícios nas cidade de São Paulo/SP, 
Caldas/MG, Resende/RJ e Rio de Janeiro/RJ, cujos contratos estão em vias de serem encerrados por 
decurso de prazo, demandando nova licitação, sendo que ‘apenas quando não preenchidos os 
requisitos legais, realiza esta Empresa contratação direta...’ (fls.117), como nos casos identificados 
pelos analistas. 
Ponderamos, sobre o assunto, que a empresa não anexou documentação referente ao alegado. 
Há de se registrar que, observando as informações lançadas na relação de licitações e contratos 
realizados pela entidade nos exercícios 2000-2001, conforme requerido nos parágrafos 3º e 4º do 
Ofício Equipe Auditoria nº 01/2001 (fls.03-04) e que fazem parte dos papéis de trabalho, não há 
referência a licitações para contratação de serviços advocatícios. Tendo em vista a informação de 
que os contratos já estão expirando, era de se esperar que as licitações realizadas estivessem lá 
comentadas. 
No que pertine à notória especialização de um profissional, salientamos que não é garantida 
somente pelo cargo público de destaque outrora ocupado, como referenciado para as contratações de 
Vilhena&Vilhena Advogados S/C, Célio Borja Advogados Associados e Escritório de Advocacia Ney 
Proença Doule, (fls.117-120), cujos serviços de elaboração de pareceres implicaram em preços 
elevados. 
Sobre o fato de estar justificada a grande quantidade de serviços jurídicos para 
defesa/promoção de ações e consultoria que são contratados externamente (item 73 do RA, fls. 60), 
os responsáveis expressaram entendimento de que o “corpo próprio é absolutamente insuficiente, em 
termos quantitativos, para atender a notável demanda dos assuntos que lhe são cometidos...” 
(fls.121). Esclarecem que, nas questões trabalhistas, a terceirização dos serviços advocatícios 
decorre de recomendação governamental, que a autoriza sempre que houver possibilidade de conflito 
de interesses para o corpo próprio de advogados. 
Neste tópico, a celebração de aditamento ao contrato celebrado com o escritório Gersino 
Pinheiro de Azevedo Neto, Ivanize Gomes Barbosa Silva de Azevedo, Romilton Carvalho Bomfin 
Sobrinho - Advogados Associados foi objeto da audiência específica, tendo em vista que a renovação 
contratual implicou em descumprimento da Decisão PlenáriaTCU nº 739/00. 
Em resposta, as alegações dos responsáveis foram no sentido de que o corpo jurídico da INB 
não tem condições de defendê-la nas ações judiciais propostas em Caetité/BA e regiões 
circunvizinhas, dada quantidade insuficiente de servidores e também porque tal atividade só pode ser 
exercida por meio de acompanhamento pessoal do profissional, o que exige sua presença local. 
Argumentam que é fato notório que nas comarcas do interior é sempre difícil, senão impossível, obter 
número de advogados suficientemente capacitados a lograrem êxito numa licitação do tipo técnica-
preço. Mesmo assim, a empresa está promovendo licitação nesse sentido. 
Em complemento, afirmam que o escritório em questão foi escolhido após análise dos poucos 
currículos profissionais existentes naquele município e que “o seu titular é profissional de 
reconhecida competência, especializado nas matérias em que atuou ou vem atuando, que os serviços 
a serem prestados se revestem de uma certa singularidade e que o preço (remuneração) proposto 
situava-se bem abaixo da média de mercado” (fls.119). Por fim, ressaltam que o contratado tem 
assistido devidamente os interesses da empresa. 
Em sua manifestação, fls. 132-136, o Sr. Romilton Carvalho Bonfim Sobrinho, representante da 
Advogados Associados, informa que, em meados de 1996, a INB começou a adquirir terras 
particulares que continham jazidas de urânio, no município de Caetité/BA, fazendo-se necessários o 
acompanhamento das negociações e procedimentos judiciais por advogado, tendo sido promovidas 
inúmeras ações em caráter de urgência. Esclarece que, inicialmente, foi contratado como autônomo 
e, posteriormente, a empresa Advogados Associados por inexigibilidade. 
Quanto à renovação do contrato, em maio/2001, alegou que: 
‘... em virtude da existência de inúmeros processos, cujo conhecimento dos mesmos, em termos 
de andamento, quer seja das ações cautelares, principais e recursos ... por parte das Sociedade de 
Advogados Contratada, facilitava sobremaneira o impulso dos mesmos junto ao Poder Judiciário, 
sendo que uma nova contratação, caso não formalizasse com a mesma Sociedade de Advogados, 
levaria o novo contratado a uma fase de adaptação, o que iria protelar ainda mais o andamento das 
ações, prorrogou-se por mais um ano o contrato existente. 
Ademais, esclarece-se, que a Associação Civil “Advogados Associados” é a única pessoa 
jurídica, que presta serviços jurídicos, com sede na comarca de Caetité-BA.’ (fls. 135) 
Em aditamento, informa que detinha experiência nos serviços que estavam sendo realizados, 
tratando-se de escritório cujos trabalhos na região são procurados por empresas e órgãos públicos, 
o que atesta com os documentos de fls. 203/219. Também fez juntar cópias de peças referentes a 
algumas das causas que promoveu em defesa da INB (fls.148-202). 
Quanto ao justificado pelas partes, temos que a própria resposta da Advogados Associados, ao 
anexar peças das ações movidas em defesa da INB, demonstra que são processos comuns de abertura 
de inventário, ações cautelares, recursos, mandado de segurança, entre outros. Não foi informada a 
quantidade de processos, nem os montantes das causas, pelos quais talvez poder-se-ia visualizar 
alguma complexidade que implicasseem dificuldades na substituição dos advogados responsáveis. 
Em tese, tais serviços poderiam ser prestados por qualquer profissional legalmente habilitado pela 
Ordem dos Advogados do Brasil. Não se está, portanto, diante de objeto singular nem de notória 
especialização. 
Destaque-se que a própria associação contratada afirmou compor-se de “advogados que têm 
atividades advocatícias não somente junto à administração direta ou indireta, mas também nas áreas 
cível, comercial, trabalhista, tributária e criminal” (fls.136), o que revela a generalidade da área de 
atuação da contratada. O contrato de constituição da sociedade (fls.139-141) ainda mostra que a 
mesma foi registrada pouco tempo antes da firmatura do contrato em exame. 
Ademais, o contrato de prestação de serviços advocatícios firmado com a Caixa Econômica 
Federal faz referência ao Edital nº 001/99 (fls.204), indicando a realização prévia de licitação. 
Por fim, ressaltamos que as justificativas dos responsáveis pela INB não se ateram a demonstrar 
a singularidade do objeto e a notória especialização da entidade contratada que, se comprovados, 
poderiam fundamentar a inexigibilidade. 
Verificamos, então, que a INB ao prorrogar o contrato, em maio/2001, deixou de dar 
cumprimento à determinação deste Tribunal, do seguinte teor: 
‘8.2.3. observe, para a correta formalização dos processos de contratação de serviços de 
advocacia em que ocorrer situação justificadora da inexigibilidade de licitação, instruindo-os com os 
motivos determinantes da singularidade dos serviços e com documentação capaz de demonstrar a 
notória especialização dos contratados (arts. 25, inciso II, e 26, parágrafo único, da Lei 8.666/93);’ 
Mesmo que possam ser feitas ponderações no sentido de que: a) a entidade firmou contrato com 
escritório que julgou mais apto a atender suas necessidades, havendo preocupação quanto a 
qualidade dos serviços que seriam prestados; b) o escritório Advogados Associados concentrava, 
desde 1999, todas as ações judicias de interesse da INB na comarca de Caetité/BA, de forma que sua 
permanência na condução dos procedimentos apenas propiciou o regular acompanhamento dos 
processos já iniciados e a defesa dos interesses da INB; c) em municípios interioranos é, de fato, 
difícil encontrar profissionais em quantidade e com qualificação suficientes a atender com presteza 
tipos de demanda de maior vulto, como no caso daquelas que envolvam a defesa de interesses da 
União e tenham como parte uma empresa estatal; e d) os honorários na ordem de R$ 1.970,00/mês 
parecem compatíveis ao trabalho desenvolvido; não restou configurado caso de inexigibilidade, 
sendo, ademais, a desobediência a Decisão emanada desta Corte irregularidade suficiente para 
ensejar aplicação de multa aos responsáveis. 
Veja-se que a INB foi cientificada da Decisão nº 739/00-Plenário em outubro/2000. Mesmo 
assim, em abril/2001, renovou o contrato e, novamente em março/2002, celebrou aditivo estendendo 
sua vigência até junho/2002, ao valor de R$ 7.500,00. Observamos que a entidade teve tempo 
suficiente para, nesse ínterim, promover abertura de certame licitatório, o que não demandaria as 
renovações efetuadas. Apesar das dificuldades alegadas na realização de licitação, se tenta promovê-
la agora, também poderia tê-la feito na época em que soube que não cabia mais a renovação do 
contrato por inexigibilidade. O que se vislumbra é que a entidade tentou postergar o procedimento 
licitatório ao máximo, o que implicou, inclusive, na reiteração do descumprimento da determinação 
em pauta, pelo novo ajuste celebrado em março/2002, mesmo que por prazo diminuto. 
Apesar dessa constatação, como os responsáveis não foram ouvidos pela reincidência no 
descumprimento de determinação do Tribunal (art. 58, inciso VII, da Lei nº 8.443/92), cabe apená-los 
simplesmente pelo fato de terem deixado de dar cumprimento à decisão do TCU, nos termos do § 1º 
do artigo citado. O propósito das multas indicadas nesses dispositivos é similar, não se justificando, 
em face do princípio da economicidade processual e das atenuantes já relatadas, nova audiência dos 
responsáveis. 
A despeito do exposto, considerando a proximidade do vencimento da vigência do contrato e a 
inviabilidade de se deixar a INB desamparada judicialmente nas ações em curso na Comarca de 
Caetité/BA, entendemos não ser o caso de determinar a sustação do ajuste, devendo-se admitir sua 
subsistência até a conclusão da licitação em curso. 
Nas contratações por emergência em que se constatou não estar caracterizada a situação 
exigida pelo inciso IV do art. 24 da Lei nº 8.666/93 e jurisprudência desta Corte, os responsáveis 
teceram ponderações para cada processo analisado, indicando as peculiaridades que deram suporte 
àquelas contratações em caráter emergencial. 
Como já consta nas próprias observações feitas no Relatório de Auditoria, a situação de 
emergência é aquela cuja ocorrência foge às possibilidades normais de prevenção ou se relacione à 
situação que não possa ser antevista pelo administrador, o que não ocorreu especialmente nos 
contratos com a Novacooper, Norsan, FSA Network, Itaperussu (fls.121-126). Afora isso, a regra é 
que a Administração adote procedimentos administrativos com vistas a abertura e tramitação de 
processos licitatórios em tempo hábil, de modo a evitar dispensas indevidas, embasadas na 
emergência, pelo que será o assunto objeto de determinação. 
No ponto seguinte, justificando o aditamento de contratos acarretando fuga à modalidade 
licitatória, narram os responsáveis que “são pouquísimos os casos como os apontados” (fls. 127), os 
quais só existiram face a prementes e inadiáveis necessidades e também porque entendem que tal 
conduta não viola as disposições da lei, sendo matéria ainda não pacificada. Comentam que, “tanto é 
assim, que a exposição doutrinária mencionada no item 86 guarda relação com a inexistência de 
licitação e não, como é a hipótese tratada pelos Analistas, da não obediência aos limites das 
modalidades licitatórias....”. Registram, ainda, que a empresa já vinha adotando o somatório do 
principal e acréscimos como fator determinante da modalidade aplicada. 
Inicialmente, ressaltamos que a exposição doutrinária mencionada no parágrafo 86 do relatório 
prestava-se tão somente a exemplificar os casos de dispensa, assunto tratado no parágrafo 
imediatamente anterior. De toda sorte, na 4ª edição da mesma a obra, o doutrinador assim expõe: "a 
lei tampouco autoriza o administrador a elevar o valor do contrato de modo a ultrapassar o limite 
superior da modalidade de licitação de que o contrato resultou (...)” (Jessé Torres Pereira Junior, in 
Comentários à Lei das Licitações e Contratações da Administração Pública, 1997, p.453). 
Os aditamentos firmados para acréscimos em contratos de compras ou de serviços estão 
elencados nas fls.63/64 dos autos, donde constatou-se que a entidade utiliza com freqüência da 
faculdade prevista no art. 65, §1º, da Lei nº 8.666/93. 
Embora trate-se, de fato, de matéria não pacífica, há de se considerar que a realização de 
acréscimos ao valor original do contrato pressupõe o atendimento de alguns requisitos legais, até 
porque o próprio caput do art. 65, da Lei de Licitações, determina que os contratos ali regidos 
poderão ser alterados, desde que com as devidas justificativas. 
Dessa forma, entendemos, primeiramente, que os acréscimos com a utilização do percentual 
legal de 25% do art. 65, §1º, da Lei nº 8.666/93, somente são admitidos se decorrentes de fatos 
supervenientes, cuja necessidade de mudança nas quantidades do objeto a entidade não tinha como 
conhecer no momento da definição da modalidade. Isso porque, havendo possibilidade de antever a 
necessidade de quantidade maior, não é permitido instaurar certame tendo por objeto quantidade 
menor, sob pena de burla à sistemática imposta pela Lei nº 8666/93, como se vislumbrou, a exemplo, 
nas AF’scitadas no item 87 do Relatório de Auditoria (fls.63). 
Em segundo lugar, ao realizar prorrogações contratuais deve a entidade ater-se à modalidade 
de licitação aplicada ao caso, sob pena de fuga às regras definidas na Lei nº 8.666/93. Sobre a 
questão, a Consultoria Zênite emitiu a Súmula nº 18, publicada no ILC nº 40, jun/97, p. 479, que 
afirma: 
‘Em face de os incisos II e IV do art. 57 da Lei nº 8.666/93 admitirem prorrogações (extensões), 
deve a Administração, quando pretender valer-se dessa faculdade, adotar modalidade de licitação 
compatível com o valor estimado total da contratação, computando os valores pertinentes ao do 
prazo inicial do contrato e das possíveis prorrogações (extensões), sob pena de violação ao disposto 
no art. 23 da Lei nº 8.666/93.’ 
De lavra desta Casa, cabe citar trecho do Voto do Ministro Walton Alencar Rodrigues que 
resultou no Acórdão nº 128/99 - Plenário: 
‘A propósito, todas as prorrogações representaram, na prática, artifício voltado à fuga da 
precisa modalidade de licitação, exigida pela Lei 8.666/93, literalmente violada nos arts. 3º, caput, e 
23, inciso II, e suas alíneas. Isso se comprova pela idêntica sistemática adotada nos três contratos. O 
valor global dos contratos, isoladamente, demandaria a realização de licitação na modalidade de 
concorrência, com a adoção de todas as suas intrínsecas formalidades, tendentes à proteção do 
princípio da isonomia dos interessados e a salvaguarda do melhor negócio para a Administração. A 
adoção das impróprias modalidades do convite e tomada de preços, na forma realizada, com a 
contratação das empresas por prazo mínimo, sem comprovação de publicidade, seguida de termo 
aditivo novo com intensa majoração do prazo e dos valores dos contratos, representa, a meu ver, 
fraude, documentalmente comprovada.’ 
Ainda sobre o tema Marçal Justen Filho, in Comentário à Lei de Licitações e Contratos 
Administrativos (Editora Dialética, 8.ª edição, p.211), assim assevera: 
‘Outra questão que desperta dúvida envolve os contratos de duração continuada, que 
comportam prorrogação. A hipótese se relaciona com o disposto no art. 57, inc. II. Suponha-se 
previsão de contrato por doze meses, prorrogáveis até sessenta meses. Imagine-se que o valor 
estimado para doze meses conduz a uma modalidade de licitação, mas a prorrogação produzirá 
superação do limite previsto para a modalidade. Em tais situações, parece que a melhor alternativa é 
adotar a modalidade compatível com o valor correspondente ao prazo total possível de vigência do 
contrato. Ou seja, adota-se a modalidade adequada ao valor dos sessenta meses. Isso não significa 
afirmar que o valor do contrato, pactuado por doze meses, deva ser fixado de acordo com o montante 
dos sessenta meses. São duas questões distintas. O valor do contrato é aquele correspondente aos 
doze meses. A modalidade de licitação deriva da possibilidade da prorrogação’ 
Jorge Ulisses Jacoby Fernandes, in Contratação Direta sem Licitação (Brasília Jurídica, 1997, 
p. 85), também comenta o assunto: 
‘Foi demonstrado que a licitação é um procedimento prévio à realização de despesa, motivo 
pelo qual para se evitar o fracionamento da mesma, é obrigatório considerar o consumo ou uso do 
objeto, ou contratação do serviço, no exercício financeiro. 
No caso, porém, de contratos cuja execução é prevista para ultrapassar o exercício financeiro 
deverá ser considerado o tempo estimado e o correspondente ao valor total a ser despendido, para 
fins de enquadramento na tabela de valores constante do art. 23, da Lei de Licitações.’ 
Também por meio do Acórdão 270/02 - 1ª Câmara este Tribunal determinou à Comissão 
Nacional de Energia Nuclear - CNEN que: 
‘8.2.5 na realização de licitação, adote a modalidade adequada, de acordo com os arts. 22 e 23 
da Lei 8.666/93, de maneira a evitar que a eventual prorrogação do contrato administrativo dela 
decorrente resulte em valor total do ajuste superior ao permitido para a modalidade utilizada;’ 
Dessa forma, já no momento da escolha da modalidade adequada com o valor estimado da 
contratação deve-se considerar os dispêndios em função das prorrogações que se pretende realizar. 
Entendimento contrário implicaria na realização de uma modalidade de licitação mais simples, como 
o convite, deixando-se de adotar outra mais complexa, como a tomada de preços ou a concorrência, 
para, num segundo momento, prorrogar sucessivamente o contrato. 
Diante do entendimento manifestado pelos responsáveis, cabe determinação sobre o assunto. 
A celebração do Protocolo de Intenções de Cooperação e Intercâmbio Científico e Tecnológico 
com a Fundação Padre Leonel Franca-FPLF, em 01/03/01, com dispensa indevida de licitação 
fundamentada no inciso XIII do art. 24 da Lei nº 8.666/93, por isso motivo de audiência específica 
dos responsáveis, é tratada no Item ‘R’ do expediente elaborado, onde justificam que o objeto do 
protocolo guardava ‘perfeita consonância com a hipótese legal permissiva de dispensa de licitação, 
especialmente em vista do desenvolvimento institucional da INB, havendo esta agregado novos 
conhecimentos que mais ainda a fazem empresa especialíssima no âmbito da atividade econômica, 
notadamente na área da tecnologia de ponta’ (fls.128). 
Nesse sentido, entendem não estar correta a assertativa da equipe de auditoria de que o ajuste 
teria natureza contratual, com a intenção de se promover contratações diretas de serviços, 
ressaltando que é regra da empresa sempre realizar processos licitatórios para tal fim. Argumentam 
ser o caso de ter havido divergência de interpretação no que se refere à correta aplicabilidade do 
permissivo de dispensa, não havendo intenção de fugir-se ao procedimento competitivo. Por fim, 
afirmam que o protocolo foi correta e legalmente celebrado e seu objeto regularmente executado, 
tendo sido já encerrado. 
Adicionalmente, esclarecem que a contratação de serviços de consultoria florestal com o 
Instituto para o Desenvolvimento do Médio Vale do Rio Paraíba do Sul, a que se refere o parágrafo 
103 do Relatório de Auditoria, não foi formalizado. 
As considerações da Fundação Padre Leonel Franca-FPLF (fls.224-226) foram no sentido de 
que suas atividades visam ‘(...) promover, subsidiar e fomentar a pesquisa e o ensino das atividades 
científicas, culturais e artísticas...., cujos resultados põe à disposição da sociedade, mediante 
contratos de parceria tecnológica com setores interessados, sejam públicos ou privados’. Afirma que 
preenche os três requisitos exigidos para contratação pelo inciso XIII do art. 24 da Lei nº 8.666/93, 
pois que: é entidade sem fins lucrativos, incumbida da pesquisa, ensino ou desenvolvimento 
institucional, científico ou tecnológico e possui inquestionável reputação ético-profissional. 
Esclarece que, ao efetuar parcerias, celebra contratos com linhas mestras, os quais se 
desdobram em adendos à medida que os trabalhos de pesquisa vão se desenvolvendo e necessitem ser 
pormenorizados para execução. Tais contratos não podem incluir as exigências do art. 55, incisos III, 
IV e V da Lei nº 8.666/93, o que ocorre nos adendos que se celebram para sua execução, sem que isso 
descaracterize o disposto na norma em voga. Conclui informando que o contrato firmado com a INB 
já foi integralmente executado, não se configurando a dispensa de licitação em desvio às regras do 
inciso XIII do art. 24 da Lei de Licitações. 
A nosso ver, impende notar que tal protocolo foi celebrado para vigorar no período 2 anos 
(01/03/01 a 01/03/03), de modo a abranger os seguintes objetivos: 
‘- ampliação da disponibilidade de conhecimentos de interesses das partes; 
- ampliação da disponibilidade de recursos humanos com maior capacitação técnico-científico 
nas áreas de interesse comum; 
- ampliação da capacidade institucional para a realização de pesquisa, desenvolvimento, 
serviços e atividades de transferência de tecnologia; 
- contribuição para o estreitamentodas relações Universidade-Estado, no campo do 
desenvolvimento tecnológico, através da realização de esforços conjuntos que tenham por objetivos 
definir e executar programas de pesquisa de médio e longo prazo, programas de treinamento de 
recursos humanos e de aprimoramento de infra-estrutura institucional, bem como outras iniciativas 
de intercâmbio contínuo de interesse comum.’ (fls.128) 
No entanto, o primeiro adendo firmado tinha como objeto desenvolver projeto de infra-estrutura 
de telecomunicações, comunicação de dados e de informática (fls.271, Vol.I). O segundo resultou na 
contratação de serviços referentes à estruturação e execução da manutenção eletromecânica das 
linhas de produção de pó e pastilhas de UO2, cujo técnico responsável teria como função (fls.280, 
Vol.I): 
‘- Planejar e programar atividades de manutenção preventiva para o ano de 2001 
- Especificar e contratar fornecedores para itens a serem adquiridos... 
- Implantar a oficina eletromecânica... das Unidades de Reconverção e Pastilhas 
-Treinar e capacitar os técnicos de mecânica.... 
-Elaborar e emitir relatórios técnicos.....’ 
Ainda que a FPLF seja instituição qualificada, porque cumpre as exigências do inciso XIII, do 
art. 24 da Lei nº 8.666/93, os serviços contratados não têm, de forma geral, natureza de pesquisa, 
ensino ou desenvolvimento institucional. Resta também comprovado que o objeto do ajuste tem 
natureza contratual simplesmente pela própria fundamentação dada, que se trata de hipótese de 
“contratação” por dispensa de licitação. Ainda, as justificativas não se concentraram em negar a 
existência de outras empresas aptas a prestar os serviços contratados. 
Sobre o assunto, a Consultoria Zênite já emitiu súmula, a qual traz a seguinte ementa: 
‘Configura-se a hipótese do inciso XII do art. 24 da Lei nº 8.666/93 quando o objeto do contrato 
a ser celebrado consistir na pesquisa, no ensino, ou no desenvolvimento institucional, não bastando 
apenas que se trate de instituição que se dedique às referidas atividades’ (Súmula nº 02, publicada no 
ILC nº 24, de fevereiro de 1996) 
Sucede que a Administração Pública em geral, passou a utilizar-se com freqüência do 
permissivo contido no dispositivo em questão, motivo pelo qual este Tribunal, ao apreciar a 
utilização da hipótese prevista no inciso XIII do artigo 24 da Lei nº 8.666/93, no que tange ao 
desenvolvimento institucional, adotou a seguinte interpretação restritiva: 
‘..., desenvolvimento institucional não pode significar, simplesmente, ao menos no contexto do 
inciso XIII, melhoria ou aperfeiçoamento das organizações públicas. Os autores citados, em que pese 
às variações de abrangência admitidas, associam a expressão a alguma forma de ação social que 
tenha sido constitucionalmente especificada como de interesse do Estado. Nesse sentido, seriam 
entidades dedicadas ao desenvolvimento institucional, por exemplo, aquelas voltadas para a proteção 
à infância (arts. 203, I, e 204, I, da C.F.), ao deficiente (arts. 203, IV, e 204, I), à saúde (arts. 196, 
197 e 200, V), para o desenvolvimento do ensino (arts. 205, 213 e 214), para o desporto (art. 217), 
entre outras. Nesse rol, entrariam as APAEs, as Sociedades Pestalozzi, a CNEC, a Associação das 
Pioneiras Sociais, as associações esportivas, etc.’ (Decisão nº 30/00 – Plenário) 
Quanto à execução do serviços, embora a FPLF manifeste que ‘os professores e cientistas da 
PUC-RIO, têm necessariamente que participar da execução dos projetos que elaborarem..’ (fls.225), 
as propostas orçamentárias apresentadas à INB consignavam como recursos humanos, na primeira 
contratação, dois analistas de sistemas, e para a segunda, um técnico especializado, o que nos leva a 
crer que, de fato, haveria desvio de finalidade, pela prestação de serviços de cunho econômico por 
meio da intermediação fundacional. 
Outro aspecto a ser destacado é que os preços pagos à FPLF foram resultado de orçamentos 
por ela apresentados para cada trabalho a ser executado. Em consulta ao sistema SIAFI (fls.231), 
apurou-se que os montantes dispendidos foram da ordem de R$ 128.316,79. Embora não haja 
indícios de terem sido excessivos, o fato de ser serviço prestado por instituição sem fins lucrativos 
não é, por si só, garantia de que o valor cobrado esteja razoável, carecendo de justificativa de preço. 
Porém não se vislumbra intenção deliberada de fuga ao procedimento licitatório. Conforme 
manifestado pela própria Fundação Padre Leonel Franca, é rotineira a formação de parcerias com 
empresas públicas ligadas, dentre outras, à àrea tecnológica (fls.225), de modo que, por certo, ainda 
causa confusão a correta utilização do permissivo contido no inciso XIII, do art. 24 da Lei nº 
8.666/93 por parte de órgãos e entidades públicas, principalmente diante da existência de doutrinas 
que ainda ligam o conceito de desenvolvimento institucional ao desenvolvimento de ações voltadas 
ao aperfeiçoamento das atividades da própria entidade contratante. A própria INB suscitou 
divergência de interpretação à correta aplicação do dispositivo, que mereceu deste Tribunal 
entendimento restritivo. 
Nesse sentido, e considerando que os serviços foram prestados sem que se configure prejuízos 
ou má-fé, tendo sido providenciado o encerramento do ajuste, entende-se que, apesar de as 
justificativas apresentadas não descaracterizarem as constatações da equipe de auditoria, não é o 
caso de aplicação de multa aos responsáveis, bastando determinação à entidade de modo a evitar 
futuras contratações que fujam à finalidade do dispositivo em análise. Tal entendimento encontra 
precedente na jurisprudência do TCU, conforme Decisão 252/99 -Plenário. 
No tocante à contratação da empresa Seres – Recrutamento de Recursos Humanos, para 
fornecimento de mão-de-obra para prestação de serviços de informática, informam os responsáveis 
que, em atendimento à recomendação dos analistas, não será promovida a renovação do contrato. 
Entretanto, como o presente Relatório de Auditoria ainda não foi objeto de análise e julgamento por 
esta Casa, externamos que permanece necessária determinação quanto à questão. 
Esclarecem os responsáveis, com relação às impropriedades encontradas na emissão de notas 
de empenho (fls.70), que por problemas operacionais com o Banco do Brasil S/A as rotinas relativas 
ao comércio exterior não foram implementadas em tempo, o que demandou ajustes posteriores no 
SIAFI quanto à execução orçamentária, gerando a emissão de empenhos após o pagamento dos 
produtos/serviços contratados no exterior. Informam que, resolvidas as dificuldades encontradas 
para a emissão das pertinentes ordens bancárias de câmbio, a INB passou a cumprir todas as 
determinações preceituadas na Lei nº 4.320/64 e a utilizar-se corretamente do sistema SIAFI para o 
registro e pagamento de compromissos assumidos no exterior. Sendo assim e tratando-se apenas de 
falhas formais, temos por cabível manter a determinação apontada no relatório, devendo o Controle 
Interno verificar, nas próximas contas da entidade, o saneamento da questão. 
Por fim, no que toca à deficiência e/ou falta de supervisão e orientação adequadas que 
resultaram em sistemáticas falhas concernentes à correta realização e formalização dos 
procedimentos de licitação, dispensa e inexigibilidade, o que propiciou a audiência do Presidente da 
entidade e do Gerente de Suprimentos, embora não tenha sido promovida justificativa diretamente 
dirigida ao questionado, os responsáveis promoveram ao longo do expediente ponderações a cada 
falha/impropriedade constatada nos processos citados no Relatório de Auditoria, apresentando, ao 
final, considerações no sentido de que a empresa vem nos últimos três anos realizando investimentos 
para implantação, reforma e modernização de suas instalações, de forma que as dificuldades 
operacionais encontradas são, em parte, resultado dessas reformulações institucionais e 
operacionais. Salientam,ainda, que as impropriedades levantadas não trouxeram danos ao erário, 
nem foram realizadas com má-fé, e que as recomendações constantes do Relatório de Auditoria serão 
incorporadas às suas rotinas administrativas, que serão revisadas. 
Em que pese a grande quantidade de procedimentos em que se verificou que foram suprimidas 
formalidades legais que garantem a celebração de contratações de maneira a não deixar margem a 
possíveis irregularidades, das razões apresentadas pelos responsáveis extrai-se que as falhas 
encontradas foram principalmente devidas à instrução imperfeita dos processos, ora por possível 
desconhecimento técnico dos servidores responsáveis pelo setor quanto à correta interpretação de 
dispositivos da Lei nº 8.666/93, e ora pela efetiva não-observância da legislação licitatória vigente. 
Entretanto, tais falhas/impropriedades, à exceção do ato praticado em descumprimento de Decisão 
desta Casa, resvestem-se de caráter formal. Também não foram encontrados indícios de 
favorecimento, má-fé ou locupletamento por partes dos responsáveis nos processo auditados. Dessa 
forma, entendemos que possam ser tais impropriedades saneadas com a expedição de determinações 
à entidade, sem aplicação imediata de multa, o que deverá ocorrer no caso de a empresa reincidir no 
cometimento das falhas.” 
 
É o Relatório. 
 
V O T O 
 
A equipe de auditoria verificou uma série de impropriedades na área de licitações e contratos das 
Indústrias Nucleares do Brasil – INB. Todavia, apenas três pontos foram considerados de maior 
gravidade, hábeis a justificar a audiência prévia dos responsáveis. Em relação aos demais, foi sugerida 
a realização de determinações à Entidade, sendo que muitos dos pontos levantados pela equipe já 
foram, inclusive, acatados pela Empresa, que informou já estar adotando as medidas corretivas 
respectivas. 
2.Passo a examinar, separadamente, os fatos que ensejaram a oitiva dos responsáveis e as razões 
de justificativa apresentadas. 
 
Ausência de supervisão e orientação adequadas na realização e formalização de procedimentos 
de licitação e contratação direta 
 
3.Os responsáveis não apresentaram justificativa específica acerca do fato em epígrafe. 
Buscaram, por sua vez, explicar cada uma das ocorrências apuradas pela equipe de auditoria relativas 
às licitações e contratos da Entidade. Informaram, ainda, que a INB passou por período de 
reformulações institucionais e operacionais, o que teria ocasionado a existência das falhas apontadas 
no relatório de auditoria. Ressalvaram que nenhuma destas impropriedades ocasionaram dano ao 
erário e, tampouco, decorreram de conduta dolosa dos agentes públicos envolvidos. 
4.Nesse ponto, entendo que as justificativas apresentadas pelos responsáveis podem ser aceitas. 
Impõe-se destacar que a aplicação de sanção administrativa ao gestor público imprescinde da 
comprovação da culpabilidade de sua conduta. No caso concreto, não vislumbro evidência de má-fé 
dos responsáveis. 
5.As justificativas apresentadas para cada ocorrência, ainda que não sejam suficientes para 
descaracterizar o fato imputado como irregular, demonstram a ausência de dolo na ação dos 
servidores envolvidos. Também não se pode falar que houve culpa stricto sensu na atuação dos 
dirigentes da Entidade. O fato de a INB passar por fase de reformulação operacional, como destacado 
pelos responsáveis, não pode ser ignorado ao se examinar a conduta dos agentes. Evidente que, em 
períodos de adaptação a novas rotinas, algumas irregularidades podem ocorrer, sem que isso seja 
imputável, para fins de apenação, aos dirigentes da Entidade. 
6.Importa frisar, ademais, que não se mostra razoável exigir dos dirigentes principais da 
Entidade que, em período de readaptação da INB, tivessem que se preocupar com aspectos formais da 
licitação e contratações diretas. Evidente que a hierarquização de uma Empresa tem por um dos 
objetivos retirar dos principais dirigentes atribuições de menor relevo. 
7.A maioria das irregularidades apontadas, como bem destacou a Unidade Técnica, apresentam 
caráter meramente formal. Discordo, apenas, da colocação da equipe de auditoria no sentido de que 
apenas o eventual descumprimento à decisão desta Corte teria maior gravidade. Evidente que a 
celebração de contratos sem licitação em hipóteses em que o certame era exigível não pode ser 
considerada, em tese, falha meramente formal. 
8.Todavia, mesmo nestas situações, não se demonstrou a existência de conduta culposa, a 
justificar a aplicação de sanção pecuniária aos responsáveis, conforme bem destacou a 6ª SECEX. Por 
conseguinte, acompanho as conclusões da instrução retrotranscrita e acolho as justificativas 
apresentadas pelos responsáveis em relação ao ponto ora examinado. 
 
Celebração de protocolo de intenções com a Fundação Padre Leonel Franca – FPLF 
 
8.O Tribunal tem consolidado o entendimento de que a contratação direta, com base no inciso 
XIII do art. 24 da Lei nº 8.666/93, somente pode ocorrer quando a finalidade institucional da 
contratada tiver correlação com uma das três hipóteses previstas no citado dispositivo (pesquisa, 
ensino ou desenvolvimento institucional) e nas situações em que a avença tenha por objeto atividade 
relacionadas a uma das respectivas áreas. 
9. Como bem destacou a Unidade Técnica, a referida Fundação preenche os requisitos 
estabelecidos pelo Estatuto das Licitações e Contratos para que pudesse ser contratada diretamente, 
com base no referido artigo. Trata-se de instituição brasileira, sem fins lucrativos e que tem, dentre 
seus objetivos sociais, o desenvolvimento institucional, ensino e pesquisa. 
10.O protocolo de intenções firmado entre a Entidade Pública e a mencionada Fundação tinha 
por objeto estabelecer um programa de cooperação e intercâmbio científico e tecnológico entre a INB 
e a FPLF, abrangendo atividades de pesquisa, desenvolvimento, formação e treinamento de recursos 
humanos, absorção e transferência de tecnologia e prestação de serviços tecnológicos e consultoria, 
consoante a cláusula primeira (fl. 258 do Vol. II). 
11.Percebe-se, portanto, que o objetivo inicial do mencionado protocolo não difere da previsão 
legal que fundamentou a ausência de licitação no caso concreto. Não há ilicitude na sua assinatura, 
pois efetuado com lastro em dispositivo legal. 
12.Todavia, a equipe de auditoria argumentou que os aditivos ao instrumento original tiveram 
por objeto serviços diversos daqueles previstos na avença e que não teriam pertinência com as 
hipóteses legais de dispensa insculpidas no art. 24, XIII, da Lei nº 8.666/93. 
13.O primeiro termo aditivo visou dotar o INB de instrumentos que permitissem adquirir uma 
infra-estrutura de telecomunicações e comunicações de dados, observando a segurança, proteção, 
disponibilidade e utilidade da informação, a fim de assegurar excelência na capacitação tecnológica, 
voltada às estratégias empresariais da INB. 
14.O segundo termo teve por escopo propiciar a atuação da Fundação, de forma sistemática, na 
estruturação e execução da manutenção eletromecânica das linhas de produção de pó e pastilhas de 
UO2. 
15.Verifica-se que o Tribunal, consoante Decisão nº 30/2000 – Plenário, destacada pela Unidade 
Técnica, tem firmado entendimento restritivo acerca das hipóteses de cabimento da referida Norma, 
delimitando o conteúdo da expressão desenvolvimento institucional apenas àqueles casos em que se 
vislumbre algum tipo de ação social estabelecida constitucionalmente como interesse do Estado. 
16.Não obstante, impõe-se reconhecer que interpretação mais elástica da Norma, de forma a 
abarcar, em seu campo de incidência, situações que tenham por objetivo o desenvolvimento 
institucional stricto sensu, buscando aperfeiçoar internamente a Entidade, não se mostra absurda, 
desarrazoada, conforme foi o caso dos aditivos ora questionados. 
17.Sem adentrar ao mérito da discussão acerca da correção ou não destainterpretação, mesmo 
porque, conforme já colocado, o Tribunal vem se manifestando por um posicionamento mais restrito, 
entendo que não restou configurada culpa ou dolo na conduta dos responsáveis, no caso concreto, 
conforme esposado pela própria Unidade Técnica. Por conseguinte, devem as razões de justificativa 
ser acolhidas em relação ao ponto específico, sem prejuízo da expedição de determinação corretiva à 
Entidade. 
 
Prorrogação da vigência de contrato advocatício, em desobediência a decisão do Tribunal 
 
18.Este E. Plenário, por meio da Decisão nº 739/2000, determinou à INB que, para a correta 
formalização dos processos de contratação dos serviços de advocacia em que ocorrer situação 
justificadora da inexigibilidade de licitação, fossem os procedimentos instruídos com os motivos 
determinantes da singularidade dos serviços e com documentação capaz de demonstrar a notória 
especialização dos contratados. 
19.Não houve expressa determinação desta Corte para que a Entidade não mais celebrasse 
aditivos com a sociedade civil Advogados Associados, localizada no Município de Caetité – BA. Não 
obstante, importa reconhecer que, ao prorrogar a vigência do contrato ora sob comento, a INB não 
adotou as providências indicadas por esta Corte. Por essa razão, sugeriu a Unidade Técnica que fosse 
aplicada a multa prevista no § 1º do art. 58 da Lei nº 8.443/92 aos responsáveis. 
20.A omissão da Entidade em não atender ao comando de decisão desta Corte pode ser 
enquadrada, em tese, na hipótese prevista no comando normativo supra. Entretanto, deixo de 
acompanhar a proposta de aplicação de sanção formulada pela Unidade Técnica. O mesmo dispositivo 
utilizado para fundamentar a multa traz, em sua parte final, excludente de culpabilidade do agente, ao 
ressalvar a possibilidade de o gestor deixar de cumprir determinação desta Corte, sempre que restar 
evidenciada a presença de justo motivo para tanto. No caso concreto, entendo que os fatos narrados 
pela Entidade evidenciam a existência da citada excludente a amparar a conduta dos responsáveis, 
consoante relatado a seguir. 
21.Inicialmente, impõe-se destacar a importância da atuação da INB em áreas estratégicas para o 
País e que envolvem o desenvolvimento de tecnologia de ponta. Por razões que transcendem a 
vontade do administrador, apresenta a Entidade a necessidade de manter representações em 
municípios distantes do seu centro administrativo. 
22.No caso específico do contrato ora questionado, a Empresa mantém o controle sobre a 
exploração de minério em jazidas localizadas no Município de Caetité – BA, interior do Estado, 
distante da Capital e com população estimada pelo último censo em 45 mil habitantes. Evidente que a 
oferta de profissionais habilitados a defender a INB em Juízo frente aos casos decorrentes da 
atividade que desenvolve na região é de pequena monta. Ademais, dificilmente poder-se-ia aproveitar 
licitação efetuada na sede da Entidade para contratar serviços advocatícios a serem prestados na 
referida localidade. 
23.Outro fator a ser ponderado em favor dos responsáveis diz respeito a eventual prejuízo que 
poderia advir aos interesses da Empresa defendidos em Juízo pelo escritório contratado, caso não 
fosse efetuada a prorrogação da vigência do ajuste, em virtude da existência de demandas ainda não 
encerradas e que estavam sendo representadas pela contratada, a qual concentrava todas as causas da 
INB desde o ano de 1999. 
24.Importa frisar, ainda, que, após a celebração dos aditivos questionados, foi aberta licitação 
para contratação de advogados para atuarem em defesa da Entidade no Município de Caetité – BA, 
conforme a Tomada de Preços nº 14/2002. Entretanto, o referido certame foi revogado, uma vez que a 
proposta vencedora apresentada superou em muito o valor pago ao escritório anteriormente 
contratado. Foi considerada, por conseguinte, incompatível com o valor de mercado, tendo sido 
revogada a licitação respectiva. 
25.Novo certame foi aberto, dessa feita na modalidade Convite, tendo a mesma empresa que já 
prestava serviços sagrado vencedora e celebrado novo ajuste, com base em valores idênticos aos 
anteriormente praticados. 
26.Tais fatos apenas corroboram a dificuldade do gestor em conseguir profissionais na área 
jurídica para defender a INB na localidade acima indicada. Ademais, consoante restou evidenciado, a 
irregularidade apontada pela Unidade Técnica já foi corrigida pela Entidade. 
27. Por conseguinte, entendo que os fatos acima descritos são suficientes para justificar a 
conduta dos responsáveis ao prorrogar a vigência de contrato para prestação de serviços advocatícios 
sem a adoção das providências determinadas pelo Tribunal, razão pela qual acato suas justificativas 
também em relação a este ponto. 
28.Acolho, outrossim, as determinações sugeridas pela Unidade Técnica, ainda que algumas 
delas já tenham sido objeto de correção por parte da Entidade, como forma de alerta à INB a fim de 
evitar que venham novamente a ocorrer. 
29.Por fim, em cumprimento ao disposto no art. 194, § 1º, do Regimento Interno, deve o presente 
feito ser juntado às contas da Indústrias Nucleares do Brasil S.A. referentes ao exercício de 2001. 
 
Ante o exposto, discordo, em parte, do parecer da 6ª SECEX e VOTO por que o Tribunal adote a 
deliberação que ora submeto à apreciação deste E. Plenário. 
 
TCU, Sala das Sessões, em 31 de julho de 2002. 
 
BENJAMIN ZYMLER 
Relator 
 
DECISÃO Nº 955/2002 TCU - Plenário 
 
1. Processo nº TC 012.795/2001-3 
2. Classe de Assunto: V – Relatório de Auditoria 
3. Responsáveis: Roberto Nogueira França, Presidente, Washington Rondon Caiado, Gerente de 
Suprimentos e Sérgio Antônio Majdalnai, Diretor de Recursos Minerais 
4. Entidade: Indústrias Nucleares do Brasil S.A. – INB 
5. Relator: Ministro Benjamin Zymler 
6. Representante do Ministério Público: não atuou 
7. Unidade Técnica: 6ª SECEX 
8. Decisão: O Tribunal Pleno, diante das razões expostas pelo Relator, DECIDE: 
8.1. acolher as razões de justificativa apresentadas pelos Srs. Roberto Nogueira França, 
Washington Rondon Caiado e Sérgio Antônio Majdalnai; 
8.2. determinar às Indústrias Nucleares do Brasil que: 
8.2.1. observe o fiel cumprimento do art. 38, caput e seus incisos, e art. 40, § 1º, da Lei nº 
8.666/93, relativos à regular autuação e constituição dos processos licitatórios, em especial quanto à 
numeração das folhas e aposição de rubrica imediatamente após a juntada dos documentos da 
licitação ao processo; à juntada de documentos originais ou autenticados, evitando folhas de fac-
símile, cópias duplicadas do mesmo expediente, rascunhos e rasuras; à aposição de data e assinatura, 
com identificação do signatário, em todos os documentos elaborados pela empresa, a exemplo dos 
editais, convites e justificativas técnicas e à juntada dos comprovantes de entrega dos convites; 
8.2.2.exija, de todos com quem contratar, mesmo que por dispensa ou inexigibilidade, a 
comprovação de regularidade junto à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia por Tempo de 
Serviço - FGTS, na forma do que dispõe o art. 195, § 3º, da Constituição Federal/88 e o inciso IV do 
art. 29 da Lei nº 8.666/93; 
8.2.3. faça constar dos processos de licitação, na modalidade tomada de preços, Certificado de 
Registro Cadastral dos participantes, em obediência ao art. 32, §2º, da Lei nº 8.666/93; 
8.2.4. proceda, nas licitações, dispensas ou inexigibilidades, à consulta de preços correntes no 
mercado, ou fixados por órgão oficial competente ou, ainda, constantes do sistema de registro de 
preços, em cumprimento ao disposto no art. 43, inciso IV, da Lei nº 8.666/93, consubstanciando-a em, 
pelo menos, três orçamentos de fornecedores distintos, os quais devem ser anexados ao procedimento 
licitatório; 
8.2.5. atente para a necessidade de repetição do convite quando verificada a impossibilidade de 
obtenção de três propostas válidas, conforme entendimentosprolatados, por exemplo, nas Decisões 
Plenárias TCU nos 56/92, 98/95 e 333/99, utilizando-se do permissivo contido no § 7º do art. 22 da Lei 
nº 8.666/93 somente quando se configurar a real impossibilidade dessa obtenção; 
8.2.6. submeta as minutas de editais de licitação, de instrumentos contratuais e de seus aditivos 
ao prévio exame e aprovação da assessoria jurídica, conforme preceitua o art. 38, parágrafo único, da 
Lei nº 8.666/93, incluindo o parecer devidamente assinado no processo correspondente; 
8.2.7. registre, nos certames licitatórios, os fundamentos fáticos e jurídicos para a desistência de 
proposta vencedora e conseqüente revogação de licitação, em parecer elaborado pela comissão de 
licitação, como exige o art. 43, § 6º, da Lei nº 8.666/93; 
8.2.8. abstenha-se de efetuar aquisição de bens/serviços sem cobertura contratual, a fim de não 
infringir o art. 60, parágrafo único, da Lei nº 8.666/93; 
8.2.9. não efetue pagamento antecipado de despesas, por contrariar o mandamento legal expresso 
no art. 62 da Lei nº 4.320/64 e no art. 38 do Decreto nº 93.872/86; 
8.2.10. faça constar, nos processos de licitação de obras e serviços, projeto básico e orçamento 
detalhado em planilhas que expressem a composição de todos os seus custos unitários, conforme 
prescrito no art. 7º, § 2º, incisos I e II, da Lei nº 8.666/93, atentando para que o projeto básico atenda 
às disposições do inciso IX, do art. 6º, da Lei nº 8.666/93; 
8.2.11. somente dispense o procedimento licitatório por inexigibilidade, com base no art. 25 e 
incisos da Lei nº 8.666/93, quando efetivamente restar caracterizada a inviabilidade da competição; 
observando, nas contratações com base no inciso II desse dispositivo, a correta formalização dos 
processos, instruindo-os com os motivos determinantes da singularidade dos serviços, documentação 
capaz de demonstrar a notória especialização dos contratados, bem como razões para a escolha do 
fornecedor ou executante e justificativa do preço, comprovando a sua razoabilidade, nos termos do 
art. 26 e seu parágrafo único; 
8.2.12. observe os termos do subitem 8.2.3 da Decisão TCU nº 739/00-Plenário, no sentido da 
correta formalização dos processos de contratação de serviços de advocacia, quando ocorrer por 
inexigibilidade de licitação, com os motivos determinantes da singularidade dos serviços e com a 
documentação capaz de demonstrar a notória especialização dos contratados, além dos demais 
requisitos citados nas letras “a”, “b”, “d” e “k”; 
8.2.13. abstenha-se de contratar com dispensa de licitação, sob a alegação de emergência (art. 24, 
inciso IV, da Lei nº 8.666/93), quando decorrente da falta de planejamento adequado, conforme 
entendimento desta Corte exarado na Decisão nº 347/94 – Plenário; 
8.2.14. em situações que esteja devidamente caracterizada a emergência, na forma que dispõe o 
inciso IV do art. 24 da Lei nº 8.666/93, instrua o processo com documentos de habilitação e 
regularidade fiscal do contratado, justificativa fundamentada da escolha do fornecedor ou executante 
e justificativa do preço (art. 26, parágrafo único, inciso III, da Lei nº 8.666/93), mediante a verificação 
da conformidade do orçamento do fornecedor ou executante com os preços correntes no mercado ou 
fixados por órgão oficial competente ou, ainda, com os constantes do sistema de registro de preços, os 
quais devem ser registrados nos autos, conforme Decisão TCU nº 627/99-Plenário; 
8.2.15. somente utilize da faculdade contida no art. 65, parágrafo 1º, da Lei nº 8.666/93, quando 
os acréscimos contratuais forem decorrentes de fatos supervenientes, observando que as prorrogações 
dos ajustes não devem implicar na extrapolação da modalidade licitatória sob a qual realizou-se a 
contratação; 
8.2.16. observe as disposições do art. 15, inciso I, da Lei nº 8.666/93, abstendo-se de utilizar a 
excepcionalidade contida no art. 25, inciso I, da mesma lei, para compras de móveis com a alegação 
de padronização, quando essa não for decorrente de processo administrativo de padronização; 
8.2.17. limite-se a efetuar contratações com dispensa de licitação fundamentada no art. 24, inciso 
XIII, da Lei nº 8.666/93 quando, comprovadamente, houver nexo entre esse dispositivo, a natureza da 
instituição contratada e o objeto a ser contratado, este necessariamente correlato ao ensino, pesquisa 
ou desenvolvimento institucional; além de comprovar a razoabilidade do preço cotado; 
8.2.18. abstenha-se de renovar, caso ainda vigente, a Autorização de Fornecimento nº 1.134/00, 
celebrada com a empresa Seres – Recrutamento de Recursos Humanos, bem como de contratar mão-
de-obra indireta, por configurarem violação à regra do concurso público, prevista no art. 37, inciso II, 
da Constituição Federal/88; 
8.2.19. observe sempre a necessidade de realização formalização de procedimento, mesmo nos 
casos de dispensa ou inexigibilidade de licitação, conforme preceituam os arts. 2º e 26, parágrafo 
único, da Lei nº 8.666/93; 
8.2.20. faça incluir nos editais de licitação internacional a exigência de que todo e qualquer 
documento apresentado em língua estrangeira se faça acompanhar de tradução realizada por tradutor 
juramentado, tendo em vista o que dispõem o art. 13 da Constituição Federal/88, o art. 140 do Código 
Civil e os arts. 156 e 157 do Código de Processo Civil; 
8.2.21. ao efetuar suas compras, proceda à emissão de uma nota de empenho para cada empresa 
contratada e por ocasião da contratação, anteriormente ao recebimento da fatura, conforme preceituam 
os arts. 58 a 65 da Lei nº 4.320/64; 
8.3. determinar à Secretaria Federal de Controle Interno que inclua, nas próximas contas da INB, 
as providências adotadas pela Entidade com vistas ao cumprimento das determinações indicadas no 
subitem 8.2 supra; 
8.4. dar ciência do teor da presente Decisão, bem como do Relatório e Voto que a fundamentam, 
ao escritório Advogado Associados, localizado no Município de Caetité – BA e à Fundação Padre 
Leonel Franca, sito no Rio de Janeiro – RJ; 
8.5. juntar os presentes autos às contas ordinárias da Entidade indicada no item 4 supra, relativas 
ao exercício de 2001. 
9. Ata nº 27/2002 – Plenário 
 
10. Data da Sessão: 31/07/2002 – Ordinária 
11. Especificação do quorum: 
11.1 Ministros presentes: Humberto Guimarães Souto (Presidente), Marcos Vinicios Vilaça, 
Valmir Campelo, Adylson Motta, Walton Alencar Rodrigues, Guilherme Palmeira, Benjamin Zymler 
(Relator) e os Ministros-Substitutos Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer Costa. 
 
HUMBERTO GUIMARÃES SOUTO 
Presidente 
 
BENJAMIN ZYMLER 
Ministro-Relator

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