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UNISUAM Instalações Elétricas Prediais Prof. Jorge D. Ferreira 2020 Exemplos de configurações de instalações com entradas de energia elétrica "coletivas" Exemplos de configurações de instalações com entradas de energia elétrica "coletivas“ cont. Exemplos de configurações de instalações com entradas de energia elétrica "coletivas“ cont. QUADRO DE PREVISÃO DE CARGAS (Aula anterior) Desenho da Instalação Elétrica do Apartamento. CONVENÇÕES Proteção da Instalação de Entrada de Energia Elétrica • Proteção contra sobrecorrentes Dispositivo capaz de prover simultaneamente proteção contra correntes de sobrecarga e de curto-circuito deve ser dimensionado e instalado para proteção geral da entrada de energia elétrica, em conformidade com as normas da ABNT. A capacidade de interrupção simétrica do dispositivo deve ser compatível com o valor calculado da corrente de curto-circuito, trifásica e simétrica, no ponto de instalação. Dimensionamento de equipamentos e materiais, entradas de serviço individuais, medição direta NOTAS 1) Essas informações consideram apenas a condição de ampacidade (capacidade de corrente) do cabo conforme critérios de carregamento da NBR 5410; portanto, cabe ao Consumidor, por intermédio de seu responsável técnico, verificar o atendimento também para queda de tensão e curto-circuito, providenciando as alterações cabíveis se for o caso. 2) Consultar a Concessionária quanto à utilização de proteção diferencial (disjuntor DDR, interruptor IDR ou Dispositivo diferencial integrado ao disjuntor geral). 3) A capacidade mínima de interrupção de curto-circuito simétrico em “KA” dos disjuntores de proteção geral, cujos ramais de ligação sejam com cabos até 120 mm2, deve ser compatível com os valores estabelecidos na Tabela a seguir. 4) Sempre que o ramal de ligação for derivado da rede subterrânea da Light, é necessário acrescentar uma caixa para seccionamento (CS) antes da caixa de medição. Arranjo Radial Simples Sistema de distribuição subterrâneo em tensão primária ou secundária, constituído de uma linha principal com fluxo de energia em sentido único fonte-cargas, com ou sem derivações e sem recursos de manobras, como chaves ou seccionadores para interligação com outros circuitos de mesma tensão de operação. Configuração muito utilizada nas redes secundárias e alguns casos específicos em rede primária, é mais comumente aplicada nos sistemas aéreos que tem maior facilidade de localização de defeito e recomposição do sistema elétrico quando comparado com as redes subterrâneas. Indicada para aplicação em sistemas de baixíssima densidade de carga e onde não existe possibilidade de interligação com outros circuitos supridos pela mesma ou outra fonte. Sistema Reticulado Simples O sistema secundário reticulado é o sistema que tem sido utilizado há algumas décadas para a distribuição de energia elétrica nas áreas centrais de alta densidade de carga nas cidades (muito comumente em distribuição subterrânea). Modificações neste tipo de sistema o tornam aplicável à distribuição de energia em instalações internas. Arranjo Reticulado Dedicado (Spot Network) Sistema de distribuição subterrâneo no qual um protetor de reticulado possibilita que um grupo de transformadores, alimentados por um número definido de alimentadores primários que operam continuamente em paralelo, supra um barramento secundário de onde derivam circuitos radiais, para atendimento com altíssima confiabilidade das cargas em baixa tensão. Arranjo reticulado dedicado Entradas Coletivas Nas entradas coletivas Tabela a seguir, o disjuntor de proteção geral deve estar eletricamente a jusante (mais perto da carga final) da medição totalizadora quando for o caso. Os disjuntores de proteção geral de entrada devem ser instalados em caixas padronizadas pela Light com seu respectivo ambiente também selado, de modo que impeça a substituição ou a alteração da calibração do equipamento sem a devida autorização. Proteção Contra Sobretensões A ocorrência de sobre tensões em instalações de energia elétrica não deve comprometer a segurança de pessoas e a integridade de sistemas elétricos e equipamentos. Cabe ao Consumidor a responsabilidade pela especificação e instalação de proteção contra sobretensões, que deve ser proporcionada basicamente pela adoção de dispositivos de proteção contra surtos - DPS em tensão nominal e nível de suportabilidade compatível com a característica da tensão de fornecimento e com a sobretensão prevista, bem como pela adoção das demais recomendações complementares em conformidade com as exigências contidas na norma brasileira NBR 5410:2004 da ABNT. Quando da utilização de DPSs, estes devem ser eletricamente conectados a jusante da medição e do disjuntor de proteção geral da entrada de energia elétrica, preferencialmente na entrada do Quadro de Distribuição Geral- QDG interno à edificação. Medição O equipamento de medição e acessórios destinados a medir a energia elétrica são fornecidos e instalados pela Light, em conformidade com as disposições atualizadas da Resolução nº 414 da ANEEL. Medição individual É concedida para unidades consumidoras independentes, residências individuais, galpões, lojas, boxes e outros, desde que caracterizados como unidades consumidoras independentes. Essa caracterização se dá pela verificação de endereços individuais e pelo fato de não pertencer a nenhuma condição de condomínio. Medição de agrupamento É concedida por meio de um sistema de medição agrupado, a boxes, lojas, salas, prédios residenciais, comerciais, mistos e outros, desde que caracterizado como ligação coletiva. Nesse caso, essa caracterização se dá pela verificação de um endereço comum a todas as unidades consumidoras, pela existência de um condomínio oficial para a edificação e de um único ponto de alimentação do qual derivam todas as unidades. Medição de serviço Deve ser utilizada sempre em arranjos de medição agrupada (ligação coletiva), caracterizada pela medição do consumo de energia elétrica das cargas comuns ao condomínio (iluminação comum da edificação, bombas-d'água, elevadores etc.). Medição totalizadora São aplicadas em entradas coletivas sempre que, por conveniência do Consumidor, não for utilizado O sistema de medição convencional da Light (instalada no piso térreo da edificação, no mesmo ambiente físico e com limites de distância em relação à via pública). Condutores Os condutores devem ser dimensionados a partir da demanda avaliada da instalação, utilizando classe 2 de encordoamento e classe de tensão 0,6/1k O tipo de isolamento (PVC, XLPE ou EPR) deve ser determinado em função da necessidade requerida pela condição de instalação conforme estabelecido na NBR 5410:2004. Nos trechos internos à edificação, devem ser utilizados, obrigatoriamente, somente condutores com isolamento com características antichama e não emissores de fumaça tóxica. Existem Tabelas que apresentam as ampacidades de condutores, podendo ser consultadas para auxílio em eventuais dimensionamentos, observando que os condutores tratados neste capítulo foram dimensionados apenas pelo critério de ampacidade; portanto, devem ser observados rigorosamente pelo responsável técnico os demais critérios estabelecidos pela NBR 5410. Aterramento das Instalações O sistema de aterramento contemplado aqui é o TN -S, onde os condutores de neutro e de proteção são interligados e aterrados na malha de terra principal da edificação. Aterramento do condutor neutro Em cada edificação, junto ao gabinete de medição e/ou à proteção geral de entrada, como parte integrante da instalação, é obrigatória a construção de malha de terra, constituída de uma ou mais hastes interligadas entre si por condutor de cobre de bitola mínima de 25mm2 (no solo). A ela deverão ser permanentemente interligados o condutor neutro do ramal de entrada e o condutor de proteção. O condutor deve ser de cobre isolado na cor azuL Ligação à terra e condutor de proteção Um condutorcom a finalidade de proteção deve ser derivado, sempre que possível, diretamente da malha de terra da instalação. O condutor de proteção deve ser em cobre, isolado nas cores verde-amarelo ou verde, na bitola padronizada, devendo percorrer toda a instalação interna. A ele deverão ser conectadas todas as partes metálicas (carcaças) dos aparelhos elétricos existentes, de acordo com as prescrições da NBR 5410:2004 Eletrodo de aterramento Deverá ser empregada haste de aço cobreado, com comprimento mínimo de 2 (dois) m e diâmetro nominal mínimo de %. Quanto às condições físicas do local da instalação impedirem a utilização de hastes, deverá ser adotado um dos métodos estabelecidos pela NBR 5410:2004, que garanta o aterramento dentro das características dispostas no parágrafo "Aterramento do Condutor Neutro" Interligação à malha de aterramento O condutor de aterramento do neutro, até a malha de aterramento, deverá ser em cobre nu, de seção mínima dimensionada em função dos condutores do ramal de entrada. Não deverá conter emenda, seccionador ou quaisquer dispositivos que possam causar a sua interrupção. A proteção mecânica dos condutores de aterramento do neutro e de proteção (circuito de interligação a malha de terra) deverá ser assegurada por meio de eletroduto de PVC rígido, preferencialmente. Quando utilizado eletroduto metálico, o condutor de aterramento deverá ser conectado ao mesmo em ambas as extremidades. A interligação dos condutores de aterramento e de proteção ao eletroduto (haste) deverá ser feita através de conectores especialmente protegidos contra corrosão. Número de Eletrodos da Malha de Terra Os eletrodos (hastes) da malha de terra deverão ser de aço cobreado, conforme especificado anteriormente. As hastes devem ser interligadas entre si por condutor de cobre nu, de seção não inferior a 25 mm2, com espaçamento entre hastes superior ou igual ao comprimento da haste utilizada, e em número como estabelecido a seguir: Entrada individual de energia elétrica Para entrada individual isolada com demanda avaliada até 23,2 kVA, deve ser construída uma malha de aterramento com, no mínimo, uma haste de aço cobreada. No caso de entrada com demanda superior a 23,2 kVA e igual ou inferior a 150kVA, deve ser construída uma malha de aterramento com, no mínimo, 3 (três) hastes. Para entrada com demanda superior a 150kVA, deve ser construída uma malha de aterramento com, no mínimo, 6 (seis) hastes. Entrada coletiva de energia elétrica Para entrada coletiva com até 6 (seis) unidades consumidoras, deve ser construída uma malha de aterramento com, no mínimo, 1 (uma) haste de aço cobreada por unidade de consumo. No caso de entradas com mais de 6 (seis) unidades consumidoras, deve ser construída uma malha de aterramento com, no mínimo, 6 (seis) hastes. Definições Fundamentais Carga ou Potência Instalada É a soma das potências nominais de todos os aparelhos elétricos pertencentes a uma instalação ou sistema. Entende-se por potência nominal aquela registrada na placa do aparelho ou máquina. Na ausência desse dado, será considerada como potência nominal a potência atribuída no projeto àquele determinado ponto elétrico. • Demanda É a potência elétrica realmente absorvida em um determinado instante por um aparelho ou por um sistema. Demanda Média de um Consumidor ou Sistema É a potência elétrica média absorvida durante um intervalo de tempo determinado. Para esse intervalo é possível tomar 10 minutos, 15 minutos (mais comum), 30 minutos etc., obtendo-se demandas de 10, 15,30 minutos etc. Demanda Máxima de um Consumidor ou Sistema É a maior de todas as demandas ocorridas em um período de tempo determinado. A demanda máxima representa, portanto, a maior média de todas as demandas (10, 15 ou 30 minutos) verificadas em um dado período (um dia, uma semana, um mês, um ano). Potência de Alimentação, Potência de Demanda ou Provável Demanda É a demanda máxima da instalação. Este é o valor que será utilizado para o dimensionamento dos condutores alimentadores e dos respectivos dispositivos de proteção. Fator de Demanda É a razão entre a Demanda Máxima e a Potência Instalada. FD = Dmáx Pinst O Cálculo do Fator de Demanda Suponhamos um apartamento típico cujas cargas sejam: A maior demanda possível desse consumidor seria a própria potência instalada (7060 W), caso todas as cargas funcionassem simultaneamente, o que, é bastante improvável em realidade. Mas, poderíamos admitir, por exemplo, que as solicitações maiores fossem: Critérios para a Determinação do Fator de Demanda Na determinação do fator de demanda, influem inúmeros elementos, tais como a classe do consumidor (residencial, comercial, industrial), a grandeza e o tipo de sua carga, a época do ano etc. Em cada caso, o valor correto do fator de demanda é obtido medindo a demanda do consumidor durante um certo período e dividindo-a pela carga instalada. Isso não é o que ocorre em projeto, haja vista que esses dados não estarão, como é óbvio, disponíveis. Neste caso, o fator de demanda será estimado em função da experiência do projetista, do levantamento em instalações semelhantes já construídas, de informações preliminares tomadas com o cliente e do estudo detalhado do provável funcionamento dos equipamentos. Cuidados especiais devem ser tomados, no sentido de estimar-se o valor do fator de demanda o mais próximo possível do real, evitando o seu subdimensionamento ou sobredimensionamento. Na dúvida, quando não se dispuser de dados confiáveis, como medida de segurança, é preferível estimar o fator de demanda para valores superiores ao real (sobredimensionar). O subdimensionamento do fator de demanda, principalmente em instalações residenciais, é inadmissível. Cálculo da Demanda para Residências Individuais (Casas e Apartamentos) Apenas para o caso de residências individuais (casas e apartamentos) aplicam-se os valores da Tabela dada, usados para a determinação do fator de demanda de cargas de iluminação e tomadas de uso geral. Desta forma, a Provável Demanda para esses tipos de consumidores pode ser calculada pela expressão: Tabela Exemplo Tomemos como análise um apartamento que tenha as seguintes cargas instaladas: Iluminação: 2800 VA Tomadas de Uso Geral: 3700 VA Tomadas de Uso Específico: 16200 W A Provável Demanda dessa instalação será: P1 = ILUM + TUG P1 = 2800 + 3700 => P1 = 6500 VA=> P1 = 6,5 kW Com P1 = 6,5 kW, na Tabela 4.1, temos: g = 0,40 TUE = 16200 W => P2 = 16,2 kW PD = (g.P1) + P2 => PD = 0,40.6,5 + 16,2 PD = 18,8 kW => PD = 18,8 kVA Observações 1 - No exemplo anterior, a potência instalada seria 2800 + 3700 + 16200 = 22700 VA 22,7 kVA, enquanto a Provável Demanda seria de 18,8 kVA. 2 - A demanda deve ser expressa em VA ou kVA (potência absorvida da rede). Devemos estar atentos aos fatores de potência das cargas, observando a relação entre potência aparente (VA) e potência ativa (W), conforme demonstrado a seguir. FATOR DE POTÊNCIA POTÊNCIA APARENTE Potência Aparente é a potência total que é entregue à carga, sendo composta pela combinação obrigatória das potências Ativa (ou Real), medida em W ou kW, e a potência Reativa, medida em VAR ou kVAr. POTÊNCIA ATIVA Potência ativa é a que é realmente transferido para a carga medida em W ou KW. A carga em um circuito de corrente alternada pode ser um motor de indução, pode ser carga de iluminação ou qualquer dispositivo que converta energia elétrica em alguma outra forma de energia útil. POTÊNCIA REATIVA A potência reativa é responsável por gerar o campo magnético entre os extremos da carga; a energia reativa não gera calor, ela atua como uma “ponte” constante sobre a qual a energia ativa viaja e passa a fazer algum trabalho útil (calor, movimento, iluminação). É medida em VAR ou kVAR (Volt Ampère Reativo ou Kilo Volt Ampère Reativo). Principais diferenças entre potência Ativa e Reativa • A potência ativa é a energia real consumida pela carga (iluminação, calor,movimento, considerando que, a potência reativa é a potência inútil; • A potência ativa é o produto da tensão, corrente e do cosseno do ângulo entre eles. Considerando que, a potência reativa é o produto de tensão e corrente e o do seno do ângulo entre eles; • A potência ativa é a potência real e é medida em watts. Enquanto a potência reativa é medida em kVAR; • A letra P representa a potência ativa e Q representa a potência reativa; • O torque que se desenvolve no motor, o calor dissipado no aquecedor e a luz que emite através das lâmpadas tudo isso é produzido por causa da potência ativa. A potência reativa determina o fator de potência do circuito. Nota (*) Em instalações de residências e apartamentos, a grande maioria das cargas (iluminação incandescente e aparelhos de aquecimento) é puramente resistiva. Nestes casos, podemos considerar W = VA, pois o fator de potência é igual à unidade. (*) Com ressalvas. Como Dimensionar a Demanda da Entrada Cada Concessionária de serviços de eletricidade estabelece diferentes critérios para o cálculo da demanda do ramal de entrada, que será função de fatores peculiares a cada localidade brasileira. A seguir, são apresentados os critérios adotados pela Light do Rio de Janeiro, devidamente autorizados, que nos parecem bem estudados e adequados ao uso dos consumidores brasileiros das grandes cidades. Entradas Individuais - Método de cálculo A demanda será calculada a partir da carga instalada que é tabelada para as unidades consumidoras empregando-se os fatores de demanda e a carga mínima também tabelada. Será usada a seguinte expressão: D kVA = d1 + d2 + d3 + d4 + d5 + d6 em que: d1 (kVA) = demanda de iluminação e tomadas, calculada com base nos fatores de demanda, considerando o fator de potência igual a 1,0. d2 (kVA) = demanda dos aparelhos de aquecimento de água (chuveiros, aquecedores, torneiras etc.), calculada conforme a Tabela abaixo, considerando o fator de potência igual a 1,0 d3 (kVA) = demanda dos aparelhos de ar condicionado do tipo janela e similares (Split, Fan-coil), calculada conforme Tabelas abaixo, respectivamente, para uso residencial e não residencial. d4 (kVA) = demanda das unidades centrais de ar condicionado (Self container), calculada a partir das respectivas correntes máximas e demais dados de placa fornecidos pelos fabricantes, aplicando os fatores de demanda da Tabela a seguir. d5 (kVA) = demanda dos motores elétricos e das máquinas de solda tipo motorgerador, calculada conforme Tabela abaixo: d6 (kVA) = demanda das máquinas de solda a transformador e aparelhos de raios X, calculada conforme a Tabela a seguir: 𝐍 𝐦𝐚𝐢𝐨𝐫 𝐦𝐨𝐭𝐨𝐫 < 𝐃 𝐜𝐨𝐧𝐝𝐢çã𝐨 𝐝𝐞𝐦𝐚𝐧𝐝𝐚𝐝𝐚 Referências • Creder, Hélio, 1926-2005 Instalações elétricas – Rio de Janeiro: LTC, 2016 • Cavalin, Geraldo; Cervelin, Severino Instalações elétricas prediais – 23. ed. – São Paulo: Érica. 2017.
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