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Aula 01 - Incêndios Florestais - Marcus Costa - Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 2 Saudações Florestais! Vamos à nossa aula demonstrativa do curso Elite Florestal. Antes de começarmos, gostaria de me apresentar: meu nome é Marcus Costa, sou Servidor Público Federal desde 2012 quando fui aprovado em 1° lugar para o cargo de Analista em Reforma e Desenvolvimento Agrário/Eng. Florestal no Incra, autarquia federal ligada ao MAPA. Sou fundador do site Concurseiro Florestal, o maior portal que temos nessa área no Brasil. Nesta aula 01, trataremos do tema Incêndios Florestais. Por se tratar de um dos maiores problemas ambientais que o Brasil enfrenta, é um assunto que as bancas gostam muito de cobrar nas provas. Veremos as causas, efeitos, prevenção, dinâmica e combate dos Incêndios Florestais. O assunto parece vasto, contudo, existem assuntos que são recorrentes nas provas. E são nestes assuntos que vamos focar! Finalmente, gostaria de te convidar para participar ativamente desta aula. Sinta-se à vontade para enviar suas dúvidas no e-mail contato@concurseiroflorestal.com.br É uma grande satisfação ter você aqui estudando comigo. Sou realmente muito grato por isso :) Bons estudos! Conteúdo da Aula 1. Incêndios Florestais ............................................................................ 3 2. Causas dos Incêndios Florestais ........................................................ 15 3. Efeitos ............................................................................................... 20 4. Prevenção ......................................................................................... 35 5. Dinâmica ........................................................................................... 42 6. Combate ............................................................................................ 46 7. Índices de Perigo de Incêndio ........................................................... 52 8. Questões Sem Comentários ............................................................... 72 9. Gabarito ............................................................................................ 86 mailto:contato@concurseiroflorestal.com.br Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 3 1. Incêndios Florestais As queimadas e os incêndios florestais estão entre os principais problemas ambientais enfrentados pelo Brasil. As emissões resultantes da queima de biomassa vegetal colocam o país entre os principais responsáveis pelo aumento dos gases de efeito estufa do planeta. Além de contribuir com o aquecimento global e as mudanças climáticas, as queimadas e incêndios florestais poluem a atmosfera, causam prejuízos econômicos e sociais e aceleram os processos de desertificação, desflorestamento e de perda da biodiversidade. 1.1 Conceitos Preliminares FOGO - É o termo aplicado ao resultado de uma reação química de oxidação que ocorre em alta velocidade e com liberação calórica e luminosa, proveniente da combinação entre o oxigênio, combustível e uma fonte de calor. O fogo é formado pela reação em cadeia, unindo três elementos: • Combustível– É tudo aquilo que está sujeito a se incendiar, tais como: papel, madeira, estopa, gasolina, álcool, metano, hidrogênio, acetileno e outros. • Calor– É a fonte de energia que dá início ao fogo, que o mantém e proporciona sua propagação. • Oxigênio– Presente no ar em proporção de 21%, ele é essencial para a manutenção da reação química (comburente) do fogo. Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 4 TRIÂNGULO DO FOGO Para que o fogo ocorra (centro do triângulo) é necessário material combustível, oxigênio e uma fonte de calor externa. A combustão se dá em 3 fases: 1. Fase de Pré-aquecimento: Fase inicial da combustão, em que os combustíveis florestais ganham calor e começa a perda de água, o que ocorre a partir dos 100° C. Os combustíveis continuam ganhando calor (de 100° C até cerca de 250°C) e começam a emitir gases oriundos de seus diversos compostos vegetais, mas ainda não há chamas. 2. Fase Gasosa: Corresponde à fase de surgimento das chamas, o que ocorre por volta dos 250°/300° C (ponto de ignição), podendo chegar além dos 1.000° C no decorrer dessa fase. 3. Fase Sólida ou de Carbonização: Corresponde à fase final da combustão quando restam os materiais carbonizados e as cinzas residuais. Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 5 1.2 Mecanismos de transferência de calor A transferência de calor é o processo ou mecanismo pelo qual a energia é movida de uma fonte para outra. Todos atuam em conjunto durante a ocorrência de um incêndio florestal. O calor é transferido de objetos com temperatura mais alta para aqueles com temperatura mais baixa. O mais frio de dois objetos absorverá calor até que esteja com a mesma quantidade de energia do outro. O calor em um incêndio se propaga de três formas básicas: Condução É a passagem de calor por um corpo sólido por contato molecular. A transferência de calor é feita por contato direto com a fonte de calor. Ex.: queima de um tronco de uma extremidade até a outra como um pavio. Convecção É a transmissão de calor pelo ar em movimento. A corrente ascendente de ar quente que se desloca a partir da superfície do incêndio por meio da elevação de temperatura e consequente queda de densidade do ar. Pode favorecer o lançamento de materiais ardentes a partir da frente do incêndio para a vegetação que ainda não queimou. Ex.: fogueira embaixo de uma árvore balançando e ressecando a folhagem logo acima; Radiação É o calor propagado através de ondas de energia que se dispersam em todas as direções. Conceituada também como o processo de transmissão de calor de um corpo a outro através do espaço, realizando-se a transmissão por via dos raios de calor. Ex.: aquecimento provocado pelo sol, aquecimento da cozinha ao esquentar o forno do fogão. As transferências de calor por radiação e convecção são as principais. No entanto, o calor só pode ser transmitido para o interior do combustível via condução. Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 6 Emissão de fagulhas – são provenientes das brasas que sob ação da coluna de convecção e do vento são emitidas para além da frente de fogo. Podem originar novos focos de incêndio ao entrarem em contato com material não queimado. Dessa forma, podemos dizer que esse mecanismo de propagação de calor é o resultado da ação conjunta da convecção e da condução. 1.3 Características da coluna de fumaça A fumaça é o conjunto de gases, vapor de água, materiais particulados finos e resíduos da combustão, que ascendem na área ardente. A ascensão é facilitada pela coluna convectiva. A cor e a forma da coluna são indicadoras das características do local afetado pelo incêndio e do comportamento resultante do fogo. A forma e a cor dependem da: • Intensidade calórica do incêndio. • Superfície da área ardente. • Qualidade dos combustíveis. • Estabilidade atmosférica (perfil vertical de ventos). A - FUMAÇA BRANCA - material combustível fino, com pouco material lenhoso, com alto teor de umidade. A cor branca se deve, principalmente, ao volume de vapor d’água nos combustíveis. Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 7 B - FUMAÇA CINZA – mais escura ou mais clara – material combustível mais seco e com maior quantidade de material lenhoso. 1.4 Incêndio Florestal Incêndio Florestal é todo fogo sem controle que incide sobre qualquer forma de vegetação, podendo tanto ser provocado pelo homem (intencional ou negligência) como por causa natural (raios). 1.5 Fatores que influenciam na propagação deIncêndios Florestais O conjunto de fatores que influenciam no comportamento de um incêndio florestal durante seu desenvolvimento são relacionados ao material combustível, topografia e meteorologia, conforme figura a seguir denominada Triângulo do Comportamento do Fogo: Combustível - As plantas e os restos vegetais acumulados no solo são os combustíveis dos incêndios florestais. Existem diversos fatores que devem ser levados em conta quando analisamos a vegetação e sua influência no comportamento do fogo: Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 8 quantidade, continuidade, relação superfície–volume, arranjo espacial das plantas, que em o conjunto com a composição das espécies são os componentes estruturais dos diferentes tipos de vegetação; a condição ou o estado da vegetação, isto é, o teor de umidade presente nas plantas e nos restos vegetais. Quanto menor a umidade mais fácil a propagação do fogo. Um ambiente é considerado úmido quando a umidade relativa está acima dos 50%. Contudo, seja qual for a umidade interna, o vegetal vivo pode entrar em combustão. Porém, o valor crítico de umidade do material é de 12%, ou seja, nestas condições o incêndio florestal é facilmente propagado. a quantidade e a compactação dos restos vegetais (partículas) acamados no solo. Topografia - É o formato da superfície da Terra. É mais fácil prever as influências que o terreno terá no fogo, observando as seguintes características: relevo, ventos, exposição aos raios solares (norte e sul), altitude (quanto mais próximo da água mais frondosa será a vegetação), grau de inclinação ou pendente (É o mais importante dos fatores topográficos, atuando especialmente na velocidade de propagação. Incêndios queimam mais rapidamente morro acima do que morro abaixo. Quanto mais íngreme o morro, mais rápida é a propagação do fogo pelo efeito da convecção e radiação sobre os combustíveis não queimados.) Meteorologia - As condições meteorológicas são fatores importantes para o desenvolvimento dos incêndios florestais. Principais fatores: Temperatura, Ventos, Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 9 Umidade Relativa do Ar e Precipitação. A análise dos fatores do comportamento do fogo é importante para a definição do método de combate. Intensidade do Incêndio Florestal AUMENTA COM DIMINUI COM Maior volume de combustíveis leves. Menor volume de combustíveis leves. Uniformidade dos combustíveis. Combustíveis não uniformes. Continuidade horizontal. Descontinuidade horizontal. Baixa umidade dos combustíveis. Maior umidade dos combustíveis. Aclives à frente do incêndio. Declives à frente do incêndio. Vento fortes. Ventos fracos. Baixa umidade relativa do ar. Alta umidade relativa do ar. Alta temperatura do ar. Baixa temperatura do ar. Focos de Calor - Qualquer temperatura registrada acima de 47ºC. Um foco de calor não é necessariamente um foco de fogo ou incêndio. Atenção! É muito importante que você saiba diferenciar Incêndio Florestal de Queima Controlada. Queima Controlada– É uma prática agrícola ou florestal em que o fogo é utilizado de forma racional, isto é, com o controle da sua intensidade e limitado a uma área pré-determinada, atuando como um fator de produção. Há a possibilidade, inclusive, de ser utilizado no manejo de unidades de conservação para se evitar o acúmulo de Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 10 combustível, evitando, assim, a ocorrência de incêndios com comportamento violento e de difícil controle. 1.6 O Uso do Fogo O uso do fogo é uma prática antiga, utilizada pelos povos indígenas para caça e para preparo do terreno para o plantio. A queima controlada continua ainda sendo utilizada para renovação de pastagens, limpeza de restos de cultura, controle de pragas agrícolas, para plantio agrícola ou florestal no processo de derrubada e queima, muito disseminada na Amazônia e para manejo de combustíveis. Esse procedimento aplicado por meio de queima controlada ou prescrita é uma forma de manejar os recursos agrossilvopastoris, e a difusão do seu uso é em razão do seu baixo custo. Entretanto, isso deve ser levado a cabo por meio de autorização do órgão ambiental competente em que constará um plano de queima cuidadosamente preparado que deverá, assim, ser executado pelo solicitante. Sempre que possível a queima controlada deve ser substituída por alternativas que evitem o uso de fogo. Outra possibilidade de aplicação de procedimentos de queima controlada é no manejo de unidades de conservação em que a ocorrência natural de incêndios forjou, ao longo do tempo, a evolução de características adaptativas fisiológicas e morfológicas nas plantas para tolerarem a passagem do fogo (bioma cerrado). Vistos estes conceitos iniciais sobre os incêndios florestais e o fogo, vamos resolver algumas questões de concursos para você ver de que forma isso costuma ser cobrado. 1. (CESPE - 2014 - ICMBIO - Analista Ambiental) O conceito de incêndio florestal refere-se à presença de fogo em áreas de formação Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 11 florestal. Caso o fogo ocorra em formações naturais campestres e savânicas, esse evento deve ser designado por queimada descontrolada. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: Incêndio é todo fogo sem controle que incide sobre qualquer forma de vegetação, podendo tanto ser provocado pelo homem (intencional ou negligência) como por causa natural (ex. raios). O termo queimada "controlada" é uma prática agrícola conhecida e autorizada pelos órgãos responsáveis, geralmente utilizada para limpeza de pastagens. Podemos ter também a presença do fogo em áreas de formação florestal que não sejam incêndios, como por exemplo, a prática de redução de serrapilheira através do fogo, que é uma prática de prevenção. Gabarito: Errado. 2. (CESPE - 2004 - BASA - ENG. FLORESTAL) Considerando a teoria do triângulo do fogo, representado na figura, e a ocorrência de incêndio em uma floresta, julgue os itens: Para se controlar um incêndio florestal, é indispensável atuar nas três vertentes do triângulo do fogo. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: Para se controlar um incêndio basta agir em um dos três elementos. A água durante o combate, por exemplo, é utilizada para diminuir a temperatura, extinguindo assim a fonte de calor. Gabarito: Errado. Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 12 3. (CESGRANRIO - 2010 - PETROBRAS) A reação química de combustão se dá quando o combustível, o comburente e a fonte de calor se juntam em condições adequadas, compondo o grupo de elementos a) básicos das chamas. b) de suporte de incêndio. c) controláveis do fogo. d) essenciais do fogo. e) extintores de incêndio. Comentário: O triângulo do fogo: combustível, o comburente e a fonte de calor se juntam em condições adequadas, compondo o grupo de elementos essenciais do fogo. Gabarito: Letra D 4. (CESPE - 2004 - BASA - ENG. FLORESTAL) Para um incêndio florestal ocorrer, é suficiente a presença de um dos elementos do triângulo do fogo. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: O fogo é formado por uma reação em cadeia dos três elementos do triângulo. E somente ocorre, se os três elementos estiverem presentes. Imagine-se riscando um fósforo, onde o atrito com a caixinha proporciona calor, o fósforo e a madeira são os combustíveis e o ar (oxigênio) está presente envolta. Gabarito: Errado. 5. (CESPE - 2004 - BASA - ENG. FLORESTAL) O calor afeta de forma significante a intensidade do incêndio. ( ) Certo ( ) Errado Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 13 Comentário: De acordo com o triângulo docomportamento do fogo (combustível, topografia e meteorologia), as condições meteorológicas são fatores importantes para o desenvolvimento dos incêndios florestais. Locais com altas temperaturas (grau de calor) afetam de forma significativa a intensidade do incêndio, pois o calor resseca a vegetação tirando sua umidade, facilitando o início e a propagação do incêndio. Gabarito: Certo 6. (CESPE - 2004 - BASA - ENG. FLORESTAL) A presença do ar (oxigênio) viabiliza a reação de oxidação que ocorre no processo. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: O fogo é o resultado de uma reação química de oxidação que ocorre em alta velocidade e com liberação calórica e luminosa, proveniente da combinação entre o oxigênio, combustível e uma fonte de calor. O oxigênio presente no ar em proporção de 21% é essencial para a manutenção da reação química (comburente) do fogo. Gabarito: Certo 7. (CESPE - 2013 - MPU - ANALISTA/PERITO ENG. FLORESTAL) Nos incêndios florestais em áreas de vegetação de cerrado, a formação de fumaça branca indica a existência de material combustível fino no local, com pouco material lenhoso e alto teor de umidade. ( ) Certo ( ) Errado Comentário - A forma e a cor da coluna de fumaça dependem da: intensidade calórica do incêndio, superfície da área ardente, qualidade dos combustíveis, estabilidade atmosférica (perfil vertical de ventos). Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 14 Fumaça branca – material combustível fino, com pouco material lenhoso, com alto teor de umidade. A cor branca se deve, principalmente, ao volume de vapor d’água nos combustíveis. Fumaça cinza – mais escura ou mais clara – material combustível mais seco e com maior quantidade de material lenhoso. Gabarito: Certo 8. (IBFC - 2019 - IDAM - ENG. FLORESTAL) Assinale a alternativa que corresponde ao processo de transferência de energia predominante na ocorrência de um incêndio florestal. A) Radiação e condução B) Condução e convecção C) Radiação e convecção D) Atração Comentário: Após iniciado o fogo, o calor deve ser transferido da zona de combustão para os combustíveis próximos a fim de que o incêndio possa se propagar. Essa transferência de calor ocorre por três processos: Condução É a transferência de calor por contato direto com a fonte de calor Convecção É a transmissão de calor pelo ar em movimento. Radiação É o processo de transmissão de calor de um corpo a outro através do espaço, realizando-se a transmissão por via dos raios de calor. Apesar de os três processos agirem em conjunto, em um incêndio florestal, a convecção e a radiação são os processos de transferência de energia predominantes. Gabarito: C Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 15 2. Causas dos Incêndios Florestais Os incêndios florestais ocorrem por motivos muito variados, envolvendo a ação do homem, quer por negligência ou acidente, quer intencionalmente; há ainda a causa por fenômenos naturais que representa a minoria dos casos. As causas podem ser classificadas em: Atividades Agropastoris e Expansão de áreas rurais: limpeza e renovação de pastagens, queima de restos culturais para preparação de plantios, eliminação de material lenhoso resultante de desmatamentos, queima da palhada para colheita manual de cana-de açúcar; Culturais/Comportamentais: utilização do fogo para caça (povos tradicionais), rituais religiosos, balões de São João; Acidentais/Incidentais ou Propositais: fogueiras mal apagadas, re-ignição, queda de balões, vandalismo, descarte de cigarros em brasa, disputas fundiárias, protestos sociais. Entre as causas dos incêndios florestais, aquelas ditas naturais são imprevisíveis e fogem ao controle do homem. Fenômenos Naturais: alguns incêndios florestais são iniciados por raios (descarga elétrica), representando cerca de 11% das ocorrências de fogo na vegetação, Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 16 Mais de 90% Incêndios Florestais são causados pela ação negligente ou acidental do Homem. reações fermentativas exotérmicas, concentração de raios solares por pedaços de quartzo ou cacos de vidros em forma de lente (efeito lupa), entre outras. Por que se queima tanto? No Brasil, assim como na América do Sul, a quase totalidade das queimadas é causada pelo Homem, por razões muito variadas: limpeza de pastos, preparo de plantios, desmatamentos, colheita manual de cana-de-açúcar, vandalismo, balões de São João, disputas fundiárias, protestos sociais, e etc. Com mais de 300.000 queimadas e nuvens de fumaça cobrindo milhões de km2 detectadas anualmente através de satélites, o País ocupa o 5º lugar entre os países poluidores, e também devastando anualmente em média cerca de 15 mil km2/ano de florestas naturais. José Bonifácio de Andrada e Silva, em ~1820, resumiu as razões para as nossas queimadas e desmatamentos: "ignorância, associada à preguiça e má fé". Nos dias de hoje, em que todos sabem dos efeitos negativos das queimadas, temos apenas de inverter a ordem dos motivos para: má fé, associada à preguiça e ignorância. (Fonte: Inpe, 2017) 9. (CESPE - 2016 - POLICIA CIENTÍFICA - PE - PERITO CRIMINAL) Constitui causa de incêndio florestal o(a) a) lançamento de fogos de artifício próximo a matas ou florestas. b) destinação do solo. c) semeadura do campo. d) reciclagem. e) depósito de resíduos líquidos em áreas de preservação ambiental. Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 17 Comentário: Questão bem tranquila, a única alternativa que apresenta algum risco de causar um incêndio florestal é o lançamento de fogos de artifício próximo a matas ou florestas, que no caso, seria a fonte de calor necessária para ativar o triângulo do fogo. Gabarito: Letra A 10. (CESPE - 2010 - BASA - ENG. FLORESTAL) Os incêndios florestais são causados em sua maioria pela ação negligente ou acidental do homem, intencionalmente, ou a partir de queimadas, queima de lixos, lançamento de foguetes, cigarros mal apagados e linhas de transmissão de energia elétrica. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: As causas dos incêndios florestais podem ser separadas em 1. causadas pela ação negligente ou acidental do homem que representam mais de 90% dos casos ou 2. fenômenos naturais. Gabarito: Certo 11. (CESPE - 2012 - BASA - ENG. FLORESTAL) A principal causa de incêndios florestais incontroláveis no Brasil é o descarte de guimbas de cigarro em brasa na vegetação. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: Apesar de ser uma das causas de incêndios florestais, o descarte de cigarros em brasa na vegetação não é a principal causa. Gabarito: Errado 12. (CESPE - 2002 - IBAMA ANALISTA AMBIENTAL) A grande maioria dos incêndios florestais tem como causa principal atividades Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 18 humanas como a queima de lixo, a limpeza de terreno com queimadas em épocas inadequadas e os incêndios criminosos. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: Os incêndios florestais ocorrem por motivos muito variados, envolvendo a ação do homem, quer por negligência ou acidente, quer intencionalmente. As causas naturais representam a minoria dos casos, estima-se que menos de 10%. Gabarito: Certo 13. (CESPE - 2008 - IBAMA - ANALISTA AMBIENTAL) Entre as causas dos incêndios florestais, aquelas ditas naturais são imprevisíveis e fogem ao controle do homem. Elas são: raios, reações fermentativas exotérmicas, concentração de raios solares por pedaços de quartzo ou cacos de vidros em forma de lente, entre outras. ( ) Certo ( ) Errado Comentários: Questão correta. Como vimos, as causas dos incêndios florestais podem ser resultado de ações do homem ou causas naturais, que sãoa minoria dos casos. Gabarito: Certo 14. (CESPE - 2016 - POLÍCIA CIENTÍFICA-PE - PERITO CRIMINAL) São de fácil detecção as causas de um incêndio provocado por incendiários. ( ) Certo ( ) Errado Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 19 Comentário: Geralmente é muito difícil descobrir a verdadeira razão pela qual as pessoas provocam incêndios intencionais. A razão aparente ou pré-identificada pode não ser a verdadeira, que muitas vezes está ligada a hábitos ou comportamentos antropológicos, culturais ou mesmo psicopatas. Gabarito: Errado 15. (CESPE - 2016 - POLÍCIA CIENTÍFICA-PE - PERITO CRIMINAL) As brigadas de incêndios florestais são formadas exclusivamente por servidores públicos. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: As brigadas de incêndios florestais NÃO são formadas exclusivamente por servidores públicos. Os brigadistas podem ser pessoas da comunidade, treinados pelo IBAMA, ou pelos Bombeiros para atuação frente aos incêndios florestais. Gabarito: Errado. 16. (CESPE - 2016 - POLÍCIA CIENTÍFICA-PE - PERITO CRIMINAL) As causas de incêndios florestais variam independentemente das características climáticas, florísticas, topográficas de cada região. Comentário: As causas dos incêndios florestais tem dependência direta com as características climáticas (precipitação, umidade, temperatura), florísticas (tipo de vegetação), e topográficas (se a área é acidentada ou não). Gabarito: Errado Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 20 17. (IBFC - 2019 - IDAM - ENG. FLORESTAL) Sobre a ocorrência de incêndios na floresta amazônica, assinale a alternativa correta. A) Não há incidência de incêndios na floresta Amazônica. B) Os incêndios geralmente estão associados às práticas de limpeza de área, portanto, quase sempre ligados ao desmatamento. C) Devido a quantidade de biomassa o incêndio sempre evolui do incêndio superficial para o incêndio de copas. D) São extremamente raros devido ao baixo acúmulo de material combustível no solo florestal. Comentário: Os incêndios na Amazônia tem uma característica de fogo baixo, percorrendo o chão da floresta. São diferentes daqueles incêndios de copa que costumam ocorrer na Europa, EUA e Austrália. A ação do homem tem papel fundamental nessa relação com os incêndios florestais na Amazônia, seja para a limpeza de áreas já desmatadas, limpeza de pastagens ou para o preparo de áreas para plantios. Gabarito: B 3. Efeitos Os efeitos do fogo podem ser analisados mediante ao estudo dos aspectos físicos, químicos e biológicos. Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 21 3.1 Efeitos Físicos A remoção da serrapilheira é um dos processos mais perceptíveis do fogo nos ecossistemas florestais. Esta situação expõe o solo mineral diretamente ao impacto das gotas de chuvas, levando portanto a perda da estrutura das camadas superficiais. Essa desestruturação pode ser ainda mais crítica quando se tem excesso de material combustível, pois, nesses casos, o fogo acaba atingindo temperaturas mais elevadas o que pode acarretar a fusão desses solos. Essa situação, embora de difícil ocorrência, é mais propicia em florestas de idades mais avançadas já que as mesmas apresentam maiores quantidades de restos vegetais depositados sobre o solo, ou seja, de material combustível. A destruição da camada orgânica causada pelo fogo expõe o solo às intempéries provocando assim modificações nas suas propriedades físicas, principalmente no que se refere a porosidade e penetrabilidade de água, tornando-os mais susceptível aos processos erosivos. Em consequência do fogo ocorre também a produção de cinzas que causam entupimento dos macroporos afetando desta forma a porosidade do solo. Assim, ocorre uma redução da taxa de infiltração e um aumento do escorrimento superficial o que potencializa ainda mais os riscos de erosão. Os processos erosivos acabam proporcionando perdas consideráveis de nutrientes principalmente em virtude da remoção de grande parte das cinzas. Em áreas florestais de topografia mais acidentadas esses processos de carreamento de cinzas são mais evidentes, gerando portanto efeitos mais agravantes. Uma outra forma de perda dos elementos minerais ocorre pelo transporte das cinzas através de uma coluna de convecção de calor. Esse processo pode representar perdas significativas em solos florestais já que o estoque de biomassa nesses ecossistemas geralmente são mais Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 22 expressivos o que propicia a ocorrência de fogo de alta intensidade, trazendo por consequências maiores perdas. Um outro aspecto importante que deve ser considerado é o efeito do fogo na umidade do solo. A morte da cobertura vegetal pelo fogo pode levar a redução de perdas de umidade por transpiração e interceptação, o que poderia proporcionar um aumento da umidade do solo, dependendo dos efeitos sobre a matéria orgânica, já que esta, quando drasticamente afetada, pode levar a uma redução significativa da umidade. Em solos de textura grosseira esses problemas são mais agravantes, pois estes apresentam maior susceptibilidade às perdas por evaporação. A temperatura é um outro aspecto físico de grande importância a ser considerado, podendo no entanto apresentar efeitos a curto e médio prazo. A curto prazo o fogo causa aumento da temperatura superficial do solo pela liberação de energia durante a combustão, podendo atingir inclusive 1000 °C na superfície, com redução significativa nas camadas inferiores. Em solos florestais estas temperaturas são mais críticas dada ao excesso de material combustível (lenha, gravetos, folhas secas e vegetação de sub-bosque). A longo prazo, o escurecimento da superfície queimada irá proporcionar maior absorção da radiação solar. A menor temperatura nas camadas sub-superficiais durante o fogo ocorre pelo fato do solo apresentar baixa condutividade térmica, podendo haver variação em função de algumas características tais como textura e o grau de compactação. No que se refere a textura, estudos mostraram que numa queima de restos de exploração de florestas de coníferas a penetração de calor foi maior nos solos arenosos do que nos argilosos. Quanto a compactação, não é difícil observar que quanto mais compacto maior é a proximidades das partículas e, portanto, maior será a condutividade. Esse processo pode ser bastante evidenciado dentro dos projetos florestais dado ao trânsito de máquinas pesadas nas áreas de corte. Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 23 A lixiviação é um outro aspecto físico que sofre alteração após o fogo. Esse processo ocorre devido a redução da CTC que por sua vez é acarretada pela diminuição da matéria orgânica do solo. Assim, a redução da matéria orgânica pelo fogo reduz ainda mais a CTC do solo, tornando-os mais susceptíveis as perdas de bases e elementos químicos liberados pela queima do material vegetal. Portanto, várias mudanças nos aspectos físicos do solo podem ocorrer após o fogo, porém, a alteração dessas propriedades geralmente não ocorrem a não ser que o calor liberado no solo tenha sido severo. 3.2 Efeitos Químicos Além das alterações físicas, podem também ocorrer no solo algumas mudanças químicas após o fogo. O efeito químico mais imediato da queima é a liberação de elementos minerais. O fogo acelera a mineralização da matéria orgânica do solo, fazendo em poucos minutos um trabalho que em condições normais poderia levar meses ou até anos. O grande problema desse processo, no entanto, é a rápida liberação de nutrientes num curto espaço de tempo. Essa quantidade liberada é portanto muito superior a capacidade de assimilação das plantas, ocorrendo assim perdas por erosão (eólicae / ou hídrica), lixiviação ou percolação. Apesar dessa rápida mineralização proporcionar perdas de nutrientes, em determinados casos, ela pode ser desejável. Alguns estudos mostram a vantagem do fogo na incorporação de material lenhoso dentro de solos florestais em ecossistemas frios ou secos. Portanto, nessas condições, a ocorrência do fogo de baixa intensidade, além de ser desejável, acaba sendo uma prática recomendável. A volatilização (perda do nutriente pelo ar ou por evaporação) é um outro processo químico proporcionado pelo fogo. Estudos indicam que Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 24 essas perdas podem afetar a fertilidade do sítio ao longo de rotações sucessivas de plantações florestais com espécies de rápido crescimento. Os elementos mais susceptíveis aos processos de volatilização são o nitrogênio (N) e o enxofre (S). O nitrogênio volatiliza - se em 200 °C, sendo essa temperatura facilmente atingida em locais onde o material a ser queimado exceder 3370 kg / ha. Alguns autores relatam que cerca de 95 % do N presente na fitomassa da vegetação queimada volatiliza-se, retornando a atmosfera como gás. Mesmo quando a queima é controlada (baixa intensidade) a perda de N pode atingir mais de 100 Kg / ha. Foram observados em alguns estudos uma redução de 17% no teor de N em queima de baixa intensidade, contra 72% de redução em queima de alta intensidade. A variação de PH do solo é um outro efeito químico proporcionado pelo fogo. Alguns estudos mostram que a liberação de bases durante a combustão dos resíduos vegetais promove uma elevação do PH do solo. Quando a matéria orgânica é queimada, as substâncias nela contida são liberadas em forma de óxidos que são depositados como cinzas na superfície do solo. Estas cinzas, geralmente ricas em óxidos solúveis de bases, se transformam em carbonatos capazes de neutralizar a acidez do solo. 3.3 Efeitos Biológicos O fogo no solo altera também a dinâmica populacional de microorganismos que nele vive. Em razão de sua alta porosidade o solo apresenta baixa condutividade térmica, proporcionando no momento da queima, maiores temperaturas apenas na interface solo - atmosfera. Tal fato explica, em parte, a sobrevivência de alguns microorganismos após o fogo. Estudos relacionados com os efeitos do fogo sobre os componentes bióticos revelaram que em queima de média intensidade apenas 57% das bactérias foram destruídas na camada de dois centímetros de Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 25 profundidade. No caso dos incêndios subterrâneos, embora de difícil ocorrência, os danos aos microorganismos do solo são mais acentuados. A menor freqüência desses incêndios se explica em função da baixa oxigenação do solo nas camadas mais inferiores e de sua alta umidade. Assim, a baixa condutividade térmica do solo bem como os fatores que dificultam os incêndios subterrâneos, constituem em alguns aspectos que de certa forma contribuem para a sobrevivência de um certo número de microorganismos após o fogo. Embora os efeitos do fogo seja atenuado nas camadas mais inferiores do solo, alguns autores relatam que a micro e mesofauna do horizonte orgânico são bastante susceptíveis a tal processo. Dessa forma, ocorre uma grande redução do número de indivíduos no solo após a queima. Porém, algumas condições proporcionadas pelo fogo podem favorecer a proliferação de microorganismos, tais como: redução da acidez, aumento da temperatura média do solo, diminuição da competição, aumento da disponibilidade de nutrientes e maior mobilidade dos propágulos. O fogo proporciona a liberação de uma grande quantidade de nutrientes para o solo, principalmente daqueles que são menos susceptíveis ao processo de volatilização como é o caso do cálcio. Esse elemento é encontrado em grandes proporções nas cascas de árvores de eucalipto, assim, a queima dos restos florestais de espécies desse gênero acaba disponibilizando grande quantidade desse mineral para o solo. Este nutriente apresenta inclusive um efeito favorável no crescimento de bactérias. Portanto, vários são os fatores que propiciam o crescimento de microorganismos no solo após o fogo. Alguns pesquisadores afirmam que as elevações das concentrações de nitrato após a queima estão associados ao aumento das populações de bactérias nitrificadoras. Além dos microorganismos, existem também a mesofauna que desempenha um importante papel na permeabilização do solo e na decomposição dos restos vegetais. Nota-se no entanto que, o fogo compromete a sobrevivência dos componentes bióticos do Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 26 solo no momento da queima, porém a situação condicionada por esse processo pode vir a favorecer a proliferação desses organismos no futuro. O fogo pode ser considerado um rápido decompositor, proporcionando em curto espaço de tempo, a mineralização da matéria orgânica do solo. Tal processo quando realizado pelos microorganismos do solo pode levar meses ou até anos. Assim, o fogo em conjunto com a vida microbiana pode constituir num mecanismo necessário ou até mesmo dominante na mineralização da biomassa morta do solo, principalmente nos ecossistemas frios e secos. Em RESUMO: O fogo altera as propriedades químicas, físicas e biológicas do solo, sendo essa transformação diretamente proporcional a sua intensidade. As alterações físicas mencionadas diz respeito, principalmente, a estrutura, porosidade, umidade e temperatura do solo. Como foi relatado, para que essas mudanças possam ocorrer de forma a comprometer o componente edáfico, o calor liberado no solo tem que ser intenso. Dentre as alterações químicas, foram relatadas a variação de PH e da CTC do solo, o processo de volatilização e mineralização da matéria orgânica. Além da rápida mineralização, o fogo geralmente proporciona um incremento do PH do solo durante os primeiros anos após a queima, propiciando assim boas condições químicas para o crescimento das plantas. Os estudos dos processos químicos são portanto, de grande importância visto que os mesmos apresentam uma profunda relação com a fertilidade do solo. No caso dos componentes bióticos, a sua redução pelo fogo acarretam alterações tanto nas propriedades físicas quanto nas propriedades químicas do solo. Enfim, a ação do fogo tanto na forma manejável quanto acidental acaba trazendo efeitos benéficos e maléficos, Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 27 portanto pela pouca previsibilidade desses efeitos sua prática é ainda pouco recomendável*. *Adaptado de Luís Carlos de Freitas e Giovani Levi Sant'anna - UFV. Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 28 Efeitos Físicos Redução da taxa de infiltração Aumento do escorrimento superficial Aumento da temperatura do solo (radiação solar) Lixiviação Redução da CTC Diminuição da camada de matéria orgânica Efeitos Químicos Liberação de elementos minerais Volatilização (principalmente Nitrogênio) Elevação do PH do solo Afeta a Capacidade de Troca Catiônica (CTC) Efeitos Biológicos Desfavorável no momento da queima. Fatores físicos e químicos são propícios ao desenvolvimento de alguns microorganismos após a queima. Disponibilidade de nutrientes e aumento do ph favorece o crescimento de plantas após queima. Os danos ou os efeitos dos incêndios florestais e os acarretados pelo uso do fogo podem ser diretos e indiretos. Os danos diretos incluem: • Destruição de florestas. • Perda de biodiversidade. • Perda da fertilidade dos solos. • Poluição atmosférica. • Queda na qualidade e quantidade de recursos hídricos. • Perda de patrimônio. • Paralisação de aeroportos. • Desligamento das linhas de transmissão de energia elétrica. • Perda devidas humanas em casos extremos. Os danos indiretos muitas vezes são sutis e de difícil percepção como é o caso do aumento da mortalidade de árvores e de animais que em certas situações ficam sem alimentos ou abrigo. Outro exemplo é o aumento do custo dos serviços de saúde pública provocados pela grande quantidade de atendimentos médico-hospitalares relacionados às doenças respiratórias e de pele. Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 29 3.4 O Fogo e Emissões de Gases de Efeito Estufa O Fogo na Amazônia Brasileira é responsável pela emissão de grandes quantidades de gases de efeito estufa (GEE) por vários processos distintos, incluindo a queimada de floresta nas áreas que estão sendo desmatadas para agricultura e pecuária, incêndios florestais e queimada de capoeiras, pastagens, e diferentes tipos de savanas. As queimadas que acompanham o desmatamento determinam as quantidades de gases emitidas não somente da parte da biomassa que queima, mas também da parte que não queima. Quando há uma queimada, além da liberação de gás carbônico (CO2), são liberados também gases-traço como metano (CH4), monóxido de carbono (CO) e nitroso de oxigênio (N2O). A parte da biomassa que não queima na queimada inicial, que é quente, com chamas, também será oxidada. Parte disto ocorre por processos de decomposição (com alguma emissão de CH4 pela madeira consumida por cupins) e parte pelas requeimadas (queimadas das pastagens e capoeiras, que também consomem os remanescentes da floresta original ainda presentes nas áreas), queimadas estas de temperatura reduzida, com formação de brasas e maiores emissões de gases-traço. Entre 1990 e 2012 as emissões brutas de GEE brasileiras passaram de 1,39 bilhões de toneladas de carbono equivalente (GtCO2 e) para 1,48 GtCO2 e, um aumento de 7%. No mundo, as emissões cresceram 37% e passaram de 38 para 52 bilhões de toneladas (GtCO2 e) no mesmo período. O Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG) registrou uma variação significativa nas emissões de GEE brasileiras entre 1990 e 2012 (22 anos), que resultaram das variações observadas no setor de mudanças de uso da terra e Florestas, no qual são computadas as emissões relativas ao desmatamento. O registro mais alto ocorreu em 2004, com um total de emissões de 2,48 GtCO2 e. Desde Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 30 então, os totais vêm caindo, acompanhando a expressiva redução do desmatamento da Amazônia. Quando considerada a evolução dos setores separadamente, o setor de mudanças de uso da terra apresentou uma queda de 42% nas emissões no período analisado, enquanto os demais demonstraram uma Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 31 tendência nítida de aumento. O setor de energia foi o que apresentou maior pressão, com incremento de 126% no período. Nos setores de Processos Industriais e Resíduos, as emissões aumentaram respectivamente 65% e 64% e, no setor Agropecuário, a alta registrada foi de 45%. O desmatamento da Amazônia, que por anos foi a principal fonte de emissões brasileiras e representou cerca de 70% do total nos anos 90, caiu para 32% em 2012, se equiparando aos setores de energia e agropecuária, com 30% cada um. (Fonte: Observatório do Clima, 2014) Emissões por Diferentes Gases de Efeito Estufa Três gases – dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) – perfazem 99,8% das emissões brasileiras em CO2e. O CO2, isoladamente, representa 64,4% das emissões totais de gases de efeito estufa e tem como principais fontes a queima de combustíveis fósseis e as mudanças de uso da terra. Já o CH4 representa 23,1% das emissões totais em CO2e e tem como principais fontes a produção pecuária (79,8%) e o tratamento de resíduos (12,2%). O N2O tem como principal fonte de emissão (quase 91%) a adubação de solo – tanto com dejetos animais como por fertilizantes nitrogenados. Fazendo um recorte para os incêndios florestais e desmatamento a ele associado, percebemos que o monóxido de carbono (CO) é um gás que adquire relevante importância, sendo o segundo gás mais emitido após o gás carbônico (CO2). Araújo et al. (1999) apresentam estimativa de emissão de monóxido de carbono (CO) e de dióxido de carbono (CO2) para queimada e pós-queimada obtida na devastação da floresta tropical na região amazônica no estado do Pará, por experimento em área virgem de três hectares, que foi cortada e deixada secar por três meses. A pós-queima Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 32 foi feita 30 dias após a queimada principal. Os valores obtidos foram, para monóxido de carbono, 4,6 t/ha na queima inicial e 0,4 t/ha na pós- queima; para dióxido de carbono, 65,1 t/ha na queima inicial e 5,1 t/ha na pós-queima. Vamos fazer então, algumas questões sobre o efeito do fogo: 18. (CESPE - 2004 - BASA - ENG. FLORESTAL) O fogo contribui para diminuir a fauna bacteriana do solo. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: Este é um efeito biológico sobre o solo durante a passagem do fogo quando ocorre uma grande redução do número de indivíduos no solo após a queima. Porém, algumas condições proporcionadas pelo fogo após a queima podem favorecer a proliferação de microorganismos, tais como: redução da acidez, aumento da temperatura média do solo, diminuição da competição, aumento da disponibilidade de nutrientes e maior mobilidade dos propágulos. Gabarito: Certo 19. (CESPE - 2004 - BASA - ENG. FLORESTAL) A ausência de vegetação, provocada por um incêndio em uma floresta, resulta no aumento do volume de água do lençol freático daquele local, devido, principalmente, à maior absorção de água pelo solo. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: A destruição da vegetação e da camada orgânica pelo fogo expõe o solo às intempéries provocando assim modificações nas suas propriedades físicas, principalmente no que se refere a porosidade e Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 33 penetrabilidade de água, tornando-os mais susceptível aos processos erosivos. Em consequência do fogo ocorre também a produção de cinzas que causam entupimento dos macro-poros afetando desta forma a porosidade do solo. Assim, ocorre uma redução da taxa de infiltração e um aumento do escorrimento superficial diminuindo o volume de água no lençol freático do local. Gabarito: Errado. 20. (CESPE - 2010 - BASA - ENG. FLORESTAL) A poluição atmosférica causada pelo incêndio florestal ocorre, principalmente, devido à liberação de monóxido de carbono, dióxido de carbono, óxidos de nitrogênio, particulados e hidrocarbonetos. Este último é responsável por mais de 90% do carbono liberado durante a queima de biomassa. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: A primeira parte da questão está correta, contudo, o principal responsável pela liberação do carbono em um incêndio florestal é o dióxido de carbono (CO2) e o monóxido de carbono (CO) que não são hidrocarbonetos. Lembrando que hidrocarbonetos são compostos que apresentam em sua composição átomos de Carbono e Hidrogênio. Gabarito: Errado. 21. (CESPE - 2010 - BASA - ENG. FLORESTAL) Os incêndios florestais, principalmente quando produzem altas temperaturas, têm influência direta sobre a matéria orgânica, com a desagregação das partículas e, dessa forma, favorecendo a perda de elementos químicos solúveis em água, afetando a capacidade de troca catiônica, o pH e os teores de enxofre, cátions divalentes e potássio. ( ) Certo ( ) Errado Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 34 Comentário: A questão está correta. Como vimos, além dos efeitos físicos e biológicos, há também efeitos químicos sobre a matéria orgânica e o solo. Dentre estes efeitos químicos estão a liberação de elementos minerais,a Volatilização (principalmente Nitrogênio) e a Elevação do PH do solo. Gabarito: Questão Certa. 22. (CESPE - 2013 - POLÍCIA FEDERAL - PERITO CRIMINAL FEDERAL - ENG. FLORESTAL )Nos incêndios florestais, a temperatura do solo a até 30 cm de profundidade varia muito, podendo atingir até 800 ºC, afetando principalmente os teores de matéria orgânica, porém não influencia na capacidade de troca catiônica. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: A redução da capacidade de troca catiônica (CTC) é acarretada pela diminuição da matéria orgânica do solo. Assim, a redução da matéria orgânica pelo fogo reduz ainda mais a CTC do solo, tornando- os mais susceptíveis as perdas de bases e elementos químicos liberados pela queima do material vegetal. Gabarito: Errado Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 35 4. Prevenção No caso de incêndios florestais, a prevenção se resume em evitar o momento inicial que dá início à reação da combustão, ou seja, em impedir a ação do agente causador. O objetivo básico da prevenção resume-se na implementação de ações para reduzir as causas e os riscos de propagação do fogo. A Prevenção das fontes de fogo são ações preventivas a fim de evitar que o fogo aconteça e podem ser subdivididas em três tópicos: 1. Aplicação da legislação sobre o uso de incêndios e queimadas: principalmente nos casos de processo judicial, nem sempre é fácil. Em primeiro lugar, é necessário descobrir a causa do incêndio. Em seguida, deve-se estabelecer a identidade da pessoa responsável pelo fogo. Finalmente, é necessário provar legalmente o envolvimento da pessoa no incêndio. 2. Regulamentação do uso das florestas e parques de lazer: A regulamentação do uso, principalmente das florestas de lazer, como os parques nacionais, estaduais e municipais, é muito importante na prevenção dos incêndios causados pelas pessoas que o utilizam. A regulamentação está relacionada, por um lado com a educação da população e por outro, à aplicação da legislação. Isto porque inicialmente é necessário uma campanha de esclarecimento no sentido de explicar as razões de restrições no uso da floresta. Em segundo lugar, não se deve transigir na aplicação da regulamentação. A forma mais drástica de regulamentação seria fechar a floresta, ou os setores mais suscetíveis aos incêndios, à visitação pública, em épocas críticas. Outras medidas que poderiam ser adotadas são a Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 36 proibição ou restrição de fumar em determinadas em épocas de grande perigo; o uso obrigatório de ferramentas como pás, machados e foices por parte de pessoas que acampam na floresta; a proibição de pesca em certas áreas durante a estação de incêndios e outras medidas de caráter local ou regional que contribuam para redução do risco de incêndio. A regulamentação do uso da floresta difere da legislação propriamente dita por seu caráter mais localizado e pelo seu objetivo principal que é reduzir o risco de incêndio em áreas específicas. 3. Conscientização e Educação Ambiental:As principais causas dos incêndios estão relacionadas com a atividade do homem no meio rural, podendo ser originada de uma ação involuntária ou por negligência, no caso dos incêndios culposos ou ser uma atitude planejada e criminosa no caso dos incêndios dolosos. Tanto num sentido quanto em outro, todas estas causas, a princípio, podem ser evitadas. Os meios a serem utilizados são as campanhas educativas, a aplicação da legislação ou de medidas coercitivas. A Prevenção da propagação do fogo são ações ou medidas que devem ser tomadas para que, caso ocorra fogo na floresta ou vegetação, evitem sua propagação e o eliminem antes que tome grandes proporções. Silvicultura preventiva; Construção e manutenção de aceiros; Sistemas de cortinas naturais; Sistemas de acesso; Sistemas de mananciais; Sistema de apoio a operações de combate a incêndio e socorro; Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 37 Sistema de vigilância patrimonial e detecção; Redução do material combustível; Queimas controladas; Índice de perigo. Na prevenção de incêndios florestais, a vigilância é um fator importante. Ela pode ser feita da seguinte forma: Terrestre Fixo - Torres metálicas localizadas em lugares estratégicos (boa visibilidade e alcance). Essas estruturas devem possuir alguns equipamentos básicos, tais como: instrumento para localização da coluna de fumaça e leitura de ângulo (goniômetro), mapa da área contendo topografia, tipo de vegetação e estradas, aparelho de radiocomunicação e livro de registro de ocorrência. Terrestre Móvel - Sistema que consiste na vigilância da área pelo deslocamento da equipe por meio de rondas. No deslocamento, pode-se utilizar diversos meios de transporte, motorizados ou não, tais como: automóveis, motos, bicicletas, cavalos, entre outros. Além de proporcionar a detecção, é um método muito eficaz para inibir a ação de incendiários, desde que as rotas das rondas sejam realizadas nos locais, datas e horários em que a ação desses incendiários ocorre. Para reforçar esse efeito inibitório, deve-se fortalecer a surpresa da ação, evitando-se a manutenção de cronogramas fixos nas rotas. Em momentos mais críticos para ocorrência de incêndios, o ideal é que as rondas utilizem viaturas que possibilitem o transporte de um mínimo de brigadistas, ferramentas e equipamentos de combate necessários para se efetuar o primeiro ataque a um eventual foco de incêndio. Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 38 Aéreo - Sistema que consiste na utilização de aeronaves para monitoramento de grandes extensões territoriais. Método pouco utilizado no Brasil para a detecção de incêndios por causa da carência de aeronaves. Entretanto, em combates expandidos torna-se de grande valia ao permitir o monitoramento da evolução do incêndio e avaliações diárias do comportamento do fogo que auxiliam o planejamento das ações de combate. Satélites - Atualmente, existe uma constelação variada de satélites com sensores de luz e calor de distintas resoluções espaciais e temporais que, conjuntamente, oferecem cerca de aproximadamente 16 leituras diárias de possíveis focos de incêndios em todo território nacional. Após o tratamento técnico das imagens no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a existência de focos de calor é informada em coordenadas geográficas. O foco de calor pode não configurar uma queima ou incêndio, isso ocorre porque ainda persiste certo grau de incerteza nas leituras dos sensores e nas análises das imagens. Por exemplo, com freqüência galpões com telhado metálico ou lajeados de pedra surgem como focos de calor. ACEIROS Os aceiros se definem como barreiras naturais ou construídas, limpas de vegetação, parcial ou completamente, de uma largura variável (em geral, de 5 a 20 metros), instaladas previamente ao incêndio. Além disso, ele pode ser produzido para auxiliar a ação de combate (acesso, ponto de ancoragem, etc.) e no escape da fauna. Portanto, a abertura de aceiros é uma atividade de prevenção. Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 39 23. (CESPE - 2010 - BASA - ENG. FLORESTAL) O conjunto de ações que visam reduzir as causas e os riscos de propagação do fogo faz parte das táticas de prevenção dos incêndios florestais e, nesse escopo, estão a educação e conscientização da população, a regulamentação do uso das florestas, a vigilância patrimonial e a aplicação da legislação. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: Educação e conscientização da população, a regulamentação do uso das florestas, a vigilância patrimonial e a aplicação da legislação são ações de prevenção que visam reduzir as causase riscos de propagação do fogo. Gabarito: Certo 24. (CESPE - 2010 - MPU - ANALISTA/ENG. FLORESTAL) A maioria dos incêndios florestais é causada pela ação do homem. Assim, a primeira iniciativa de prevenção deve ser a conscientização da população por meio de processos educativos que alertem as pessoas acerca dos possíveis prejuízos que o uso do fogo pode trazer às florestas. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: As principais causas dos incêndios estão relacionadas com a atividade do homem no meio rural, podendo ser originada de uma ação involuntária ou por negligência, no caso dos incêndios culposos ou ser uma atitude planejada e criminosa no caso dos incêndios dolosos. Tanto num sentido quanto em outro, todas estas causas, a princípio, podem ser evitadas. Os meios a serem utilizados são as campanhas educativas, a aplicação da legislação ou de medidas coercitivas. Gabarito: Certo. Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 40 25. (CESPE - 2008 - IBAMA ANALISTA AMBIENTAL) As técnicas preventivas mais preconizadas para o incêndio florestal são: construção e manutenção de aceiros, redução de material combustível, cortinas de segurança, formação de locais (açudes) de captação de água, elaboração de plano de prevenção. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: Questão correta, todas as técnicas citadas são amplamente difundidas como de prevenção aos incêndios florestais. Além destas, pode-se citar: Silvicultura preventiva; Construção e manutenção de aceiros; Sistemas de cortinas naturais; Sistemas de acesso; Sistemas de mananciais; Sistema de apoio a operações de combate a incêndio e socorro; Sistema de vigilância patrimonial e detecção; Redução do material combustível; Queimas controladas; Índice de perigo. Gabarito: Questão Certo 26. (CESPE - 2013 - MPU - ANALISTA/ENG. FLORESTAL) Os aceiros feitos com fogo formam barreiras nos habitats naturais e prejudicam o escape da fauna no caso de incêndios florestais. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: Os aceiros são construídos de forma preventiva. Por ser uma área livre de impedimentos, acaba sendo uma área de escape para fauna. Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 41 Gabarito: Errado 27. (CESPE - 2012 - BASA - ENG. FLORESTAL) Entre os processos utilizados para a extinção de um incêndio florestal podem ser citados a diminuição da temperatura para valor inferior ao da combustão; o abafamento ou redução de oxigênio e a dispersão ou separação dos materiais combustíveis que deve ser executada na construção dos aceiros. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: O princípio de extinção de um incêndio florestal diz que para se apagar um incêndio é preciso neutralizar pelo menos um dos lados do triângulo do fogo. É necessário, portanto, eliminar um ou mais elementos e isso pode ser feito construindo uma linha de controle e eliminando o combustível, resfriando com água ou terra ou abafando o oxigênio com terra ou abafadores. A construção de aceiros é uma atividade preventiva, ou seja, realizada antes do incêndio acometer a área, portanto, não é uma atividade de combate. Gabarito: Errado 28. (CESPE/POLÍCIA CIENTÍFICA-PE/2016)A utilização de índices de perigo de incêndios florestais que sejam confiáveis é fundamental para um planejamento mais eficiente das medidas de prevenção a incêndios florestais. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: Os índices de perigo são números que fornecem informações sobre a possibilidade de ocorrência de incêndios. São importantes por permitirem a previsão das condições de risco, possibilitando a adoção de medidas preventivas mais eficazes e Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 42 econômicas. Dentre os mais conhecidos estão: o Índice de Angstron; Índice Logarítmico do Telicyn; Índice de Nesterov; Fórmula de Monte Alegre. Os índices de maneira geral associam fatores como temperatura, umidade relativa, dias sem chuva para indicar o perigo de incêndio. Gabarito: Certo. 5. Dinâmica Veja agora quais são as partes de um Incêndio Florestal: Perímetro: é a linha que delimita a área queimada. Frente ou cabeça: é a parte do incêndio que se movimenta mais rápido. Um incêndio pode ter duas ou mais frentes e quando o vento muda de direção, os flancos ou a retaguarda podem se transformar em novas frentes. Cauda, Base ou retaguarda: é a parte do incêndio que se move mais lentamente, propagando-se contra o vento. Flancos ou alas: são os dois lados do incêndio (esquerdo e direito), que devem ser determinados olhando-se da cauda em direção a cabeça. Os flancos geralmente avançam com lentidão e nestes casos, constituem o melhor ponto para se iniciar o combate ao incêndio. Dedos ou alongamento: são faixas mais estreitas do incêndio que se propagam. Bolsa ou garganta: área que queima mais lentamente e é contornada pelo fogo podendo vir a ser uma ilha. A brigada deve evitar se posicionar aqui, pois pode facilmente ser cercada pelo fogo. Ilha: área não queimada dentro do perímetro do incêndio podendo abrigar animais peçonhentos (área de risco para o brigadista). Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 43 Cabeça (Frente), Flanco (Lados) e Cauda (ou Base) são as três principais partes de um Incêndio Foco secundário: foco iniciado geralmente por fagulhas, dando origem a outro foco de incêndio. A determinação do ponto de origem do incêndio é uma atividade de grande interesse na área da Perícia Criminal. A análise da dinâmica do incêndio é fundamental para esta determinação. Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 44 5.1 Tipo de Incêndios Incêndios subterrâneos – São incêndios em vegetação tais como: raízes, turfa e outros que se encontram sob o solo, geralmente sem chamas, caracterizam por uma velocidade de propagação lenta, às vezes poucos metros por dia, mas possuem um efeito letal alto na vegetação. Incêndios superficiais – São aqueles que se propagam consumindo a vegetação existente sobre o solo da floresta e queimando pastos e ervas. Sua velocidade de propagação é variável, podendo se expandir, desde uns poucos metros até vários quilômetros por hora. Incêndios aéreos ou de copa – São os que se propagam por meio das copas das árvores e, geralmente, apresentam-se de uma maneira violenta. A velocidade de propagação pode alcançar acima de 10 km/h. Nas regiões mais úmidas é raro que ele tenha essa forma de propagação, mas algumas árvores e arbustos podem abrir chama pela continuidade do combustível. Isso é mais frequente em locais com um estrato arbustivo denso e seco conjugado a uma continuidade vertical alta (copas densas). Por exemplo, nas áreas de clareira em que se tem acúmulo de combustível superficial e a alta ocorrência de trepadeiras e de cipós há produção de uma escada para o fogo em direção às copas das árvores. Um incêndio de copas que apresenta um comportamento crítico, alta velocidade de propagação, um nível elevado de liberação calórica e uma coluna de convecção bastante desenvolvida, normalmente é de difícil controle. Durante o desenvolvimento de um incêndio florestal, o fogo pode se propagar por diversos meios, gerando setores com tipos diferentes de incêndio. Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 45 29. (CESPE - 2012 - BASA - ENG. FLORESTAL) Os incêndios florestais podem ser divididos quanto às partes em cabeça, franco e base; e quanto à forma em superficial, subterrâneo e de copa. ( ) Certo ( ) Errado Comentários: Existem outras partes, mas o incêndio pode ser divido nestas três partes principais: cabeça, franco e base. E quanto à forma em superficial (acima do solo, ervas, pastagem), subterrâneo (raízes, sobo solo)e de copa (parte aérea das árvores) Gabarito: Certo 30. (CESPE - 2010 - BASA - ENG. FLORESTAL) Um incêndio florestal pode ser dividido em cabeça ou frente, base ou cauda e lados ou flancos. A cabeça é a parte que avança mais rapidamente, mas queima com intensidade intermediária; a cauda, situada em posição oposta à cabeça, queima com menor intensidade; e os flancos queimam com maior intensidade. Em uma operação de combate direto, os brigadistas devem atuar nos flancos, para maior segurança. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: A cabeça ou frente é a parte que avança mais rapidamente e segue a direção do vento queimando com maior intensidade; a cauda ou base se propaga em direção oposta à cabeça, contra o vento, lentamente, e às vezes, se extingue; os flancos se propagam perpendicularmente à cabeça do incêndio ligando está à cauda, geralmente avançam com lentidão e nestes casos, constituem o melhor ponto para se iniciar o combate ao incêndio. Gabarito: Errado Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 46 6. Combate Os incêndios extinguem-se utilizando um ou mais dos seguintes processos: • dispersão ou separação dos materiais que estão a arder ou combustível; • abafamento ou redução do oxigênio que é necessário para a combustão; • arrefecimento ou diminuição da temperatura para valores inferiores aos de combustão; • inibição ou ação que impede a formação da chama. O combate pode ser dividido em fases: Fase 1: A fase de Detecção se inicia com o conhecimento da existência do foco e a pronta mobilização da brigada. Fase 2: Após, vem a fase do Reconhecimento, na qual são reunidos dados sobre o local do incêndio, avaliação dos possíveis problemas e as facilidades locais (fontes de água, acessos rodoviários, caminhos, trilhas, etc.) para a definição do método de combate. Fase 3: Por fim, Planifica-se a ação de combate, ou seja, a modalidade definitiva de organização e uso dos recursos disponíveis e a oportunidade de aplicação para extinguir o incêndio. Planejado o combate, segue-se para o ataque inicial ou primeiro ataque. Essa fase também é conhecida com o termo “Impedir o avanço da frente principal do incêndio”O normal e lógico é tratar, em primeiro Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 47 lugar, de deter a frente de avanço que represente os maiores problemas (cabeça do incêndio). Passado o primeiro ataque, segue-se a fase de controle. Consiste essencialmente, em, uma vez detida a frente principal, circunscrever todo o setor do incêndio dentro de uma linha de controle ou perímetro de segurança, com o fim de evitar a propagação para além dos limites definidos pela linha de controle. A linha de controle ou defesa pode ser instalada de acordo com especificações variadas, por meio de diferentes métodos e empregando recursos diversos. Tudo isso dependerá das condições do lugar, comportamento do incêndio, quantidade e preparação do pessoal e equipamentos disponíveis. Dependendo do tipo e intensidade do incêndio, a linha de controle pode não ser necessária, preferindo-se o combate direto aos focos. IMPORTANTE As linhas de defesa, são faixas desprovidas de vegetação, com uma raspagem dos materiais até o solo mineral, de uma largura de 0,40 a 1,00 m, e que se constroem ou instalam durante o combate. Deve-se assinalar que assim como os aceiros se baseia na remoção do combustível, isto é, na quebra de continuidades da vegetação. Dependendo das circunstâncias e meios disponíveis, as linhas também podem instalar-se com base na aplicação de água, produtos químicos ou simplesmente cobrindo o terreno com terra. Portanto, a abertura de linhas de defesa é uma atividade de combate. Controlado o incêndio, a próxima fase do combate é a extinção ou rescaldo, que é a eliminação dos focos ardentes que permanecem dentro Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 48 do setor afetado pelo incêndio, de maneira que se possa apagar completamente as chamas ou as brasas ainda existentes e evitar que o fogo reacenda e se propague para a vegetação não queimada. As etapas finais são a de vigilância da área queimada (patrulhamento) e desmobilização da equipe de combate. Os métodos de combate a um incêndio florestal podem ser divididos em 4 métodos básicos: Direto, Paralelo, Indireto, e Aéreo. Método Direto: Este método consiste no corte imediato da propagação do fogo. É um método utilizado quando intensidade do fogo e/ou da fumaça permite uma aproximação suficiente dos combatentes diretamente à frente do fogo. Neste método normalmente são empregados as seguintes técnicas e materiais: água e retardantes, com o uso de baldes, mochilas costais, moto-bombas, com o uso linhas de mangueiras, se o local permitir; terra com o uso de enxadas, pás; batidas utilizando abafadores e até mesmo ramos de árvores. A vantagem desse método reside em cortar de imediato a propagação do fogo, porque o controle é feito na própria frente do avanço do incêndio e evita o uso do fogo, minimizando a área que será queimada. As desvantagens residem em que o método não pode ser aplicado quando a intensidade calórica é muito alta ou quando a fumaça torna o trabalho muito difícil na margem das chamas. Método Paralelo: Consiste em construir a linha a uma distância variável da margem das chamas (em geral, superior a três metros) em forma paralela ao avanço, especialmente nos flancos, de maneira a ir reduzindo o comprimento da cabeça em forma de cunha. A construção da linha pode ser acompanhada com a aplicação de fogo para eliminar o material que fica intercalado com a frente do incêndio, aumentando a Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 49 faixa desprovida de combustível, detendo o avanço do fogo e possibilitando o ataque direto. Estes método, às vezes, é confundido com o método indireto, porém ao contrário deste não se baseia na utilização do contra-fogo. Método Indireto: este método deve ser utilizado em incêndios florestais em que a intensidade do fogo é muito grande e a aproximação dos combatentes se torne impossível.O combate pode ser realizado de duas formas: por meio da remoção do material combustível ou pelo uso da técnica do contra-fogo. O primeiro consiste na remoção do material combustível através da construção de um aceiro, provocando uma descontinuidade do combustível a frente do incêndio impedindo que o mesmo avance. O segundo trata-se da utilização de um aceiro largo na frente do fogo e a partir disto, usar uma linha de fogo que se propague em direção à frente do incêndio, para que ao encontro das duas frentes, o fogo seja eliminado. Método Aéreo: Este tipo de combate é efetuado em áreas ou locais de difícil acesso pelo pessoal de combate aos incêndios. Este método é muito usado em incêndios de copa de grande intensidade, utilizando-se aviões e helicópteros adaptados ou construídos especialmente para debelar esses incêndios. Método Característica Direto Enfrentamento direto da equipe Paralelo Combate nos flancos Indireto Uso do contra-fogo Aéreo Locais de difícil acesso e grande intensidade Técnicas de redução de material combustível - a redução do material combustível pode ser altamente eficiente para se evitar a propagação dos incêndios. Uma das técnicas mais eficientes e baratas de se reduzir o Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 50 combustível consiste na queima controlada, embora existam também métodos químicos e mecânicos. As técnicas de queimas controladas, de uso bastante restrito, mas que podem ser aplicadas perfeitamente também em queimas controladas em operações de combate, são as seguintes: (ATENÇÃO, AS BANCAS GOSTAM DE MISTURAR OS CONCEITOS!!) Queima contra o vento - É a mais simplese segura técnica de queima, pois se desenvolve a temperaturas menores e com baixa velocidade de propagação. O fogo tem inicio ao longo de uma linha aceirada artificial ou naturalmente (estradas, córregos) e progride contra o vento; Queima em faixas a favor do vento - Esta técnica consiste em se colocar várias linhas de fogo de tal forma que nenhuma linha individual desenvolva alta velocidade antes de encontrar uma outra linha ou um aceiro. A distância entre as faixas podem variar de 20 a 60 metros; Queima de flanco - Esta técnica consiste em acender linhas de fogo paralelamente e em sentido contrário ao vento, de modo que o fogo se propague lateralmente; Queima em Chevron “V” - Essa técnica surte bons resultados em áreas acidentadas. Deve-se partir sempre do topo para a base das montanhas e as linhas de fogo devem ser iniciadas de forma simultânea, de forma a prosseguirem montanha a baixo de forma radial; Queima em manchas - O objetivo é iniciar vários pontos simultâneos, que vão se encontrando antes que se tornem muito grandes e se propaguem de forma intensa e violenta; Queima central ou anel -Nessa técnica são colocados vários pontos de fogo de forma mais ou menos circulares. A coluna de convecção criada na região central não deixa o fogo se propagar com muita intensidade na direção dos limites externos da área. Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 51 31. (CESPE - 2010 - BASA - ENG. FLORESTAL) Uma das técnicas de controle de incêndio florestal é a queima controlada em flanco, que consiste em iniciar incêndio em vários pontos simultâneos, que vão se encontrando antes que se tornem muito grandes e se propaguem de forma intensa e violenta. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: A técnica de queima controlada em flanco consiste em acender linhas de fogo paralelamente e em sentido contrário ao vento, de modo que o fogo se propague lateralmente. A descrição da técnica abordada na questão refere-se a queima em manchas. Gabarito: Errado 32. (CESPE - 2013 - MPU - ANALISTA/ENG. FLORESTAL) O método direto de combate a incêndio florestal consiste em construir a linha de fogo a uma distância variável da margem das chamas (em geral, superior a três metros) em forma paralela ao avanço, especialmente nos flancos, de maneira a reduzir o comprimento da cabeça em forma de cunha. ( ) Certo ( ) Errado Comentário: A definição corresponde ao método paralelo de combate. Gabarito: Errado 33. (FCC - 2007 - MPU - ANALISTA/ENG. FLORESTAL) Para que tenha sucesso, um Plano Operativo de Combate a Incêndio Florestal deve conter: a) mapa com as áreas de preservação permanentes. b) definição de áreas com maior risco de ocorrer incêndios. c) inventário florestal detalhado. d) mapa contendo a ortofoto da região. Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 52 e) cadastro de trabalhadores voluntários. Comentários: O Plano Operativo de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais é um documento de ordem prática, que funciona como instrumento dinâmico para a gestão de recursos humanos e materiais e para o apoio às tomadas de decisão no desenvolvimento de ações específicas de prevenção e combate aos incêndios florestais. Ele é composto basicamente pela a) Caracterização da área, b) Estudo do quadro das ações de prevenção e combate na região; c) Estudo do histórico/combate de incêndios; d) Definição de áreas prioritárias/ maior risco de ocorrência de incêndios e e) Definição de objetivos do plano. Gabarito: Letra B 7. Índices de Perigo de Incêndio O que é Perigo de Incêndio? Podemos dizer que perigo de incêndio é o potencial de danos pelo fogo. É um termo que expressa o resultado de fatores constantes e variáveis de perigo de incêndios, os quais afetam as chances de um incêndio começar, propagar-se e produzir danos. Os índices de perigo de incêndios são indicadores que apontam para a probabilidade de ocorrência de um incêndio, assim como para a facilidade de ele se propagar, com base nas condições atmosféricas do dia ou de uma sequência de dias. É, portanto, uma atividade de prevenção. A utilização de um índice de perigo confiável é fator fundamental para um planejamento mais eficiente das medidas de prevenção e para a adoção de ações rápidas e efetivas de combate aos incêndios florestais, Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 53 visando a redução das perdas e, consequentemente, dos prejuízos financeiros advindos da ocorrência de eventos catastróficos. Os índices baseados em elementos meteorológicos podem ser não- cumulativos, quando calculados baseados nas condições meteorológicas do dia e cumulativos que empregam algum método de acumular as condições meteorológicas de dias passados. Utilidades dos Índices de Perigo Estabelecimento de Zonas de Risco; Melhor planejamento das atividades de prevenção; Definição da Estação de Incêndios; Permissão para Queimas Controladas em períodos menos perigosos; Previsão do comportamento do fogo visando a adoção de técnicas mais efetivas de combate; Advertência pública do grau de perigo; Restringir acesso à áreas risco; Proibição do uso de fogo próximo à floresta em risco. No Brasil, até 1963 não se tinha notícia de nenhuma tabela ou equação de previsão do perigo de incêndios. Ao final daquele ano, devido ao grande incêndio ocorrido no Estado do Paraná, o Ministério da Agricultura, divulgou duas equações para estimativa do grau de perigo de incêndios, considerados os mais viáveis as condições climáticas e estruturais do país, os índices de Angstron e de Nesterov. Em 1972, Soares, utilizando dados da região central do Estado do Paraná, desenvolveu o primeiro índice de perigo de incêndio do país, a Formula de Monte Alegre. Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 54 Principais Índices de Perigo utilizados no Brasil1 Índice de Angstron (B) Desenvolvido na Suécia, baseia-se fundamentalmente na temperatura e na umidade relativa do ar, ambos medidos às 13:00h. É um índice não-cumulativa e sua expressão é a seguinte: 𝐵 = 0,05𝐻 0,1(𝑇 − 27) onde: B= índice de Angstron H = umidade relativa do ar em % T = temperatura do ar em °C Sempre que o valor de B for menor que 2,5 haverá perigo de incêndios, isto é, as condições atmosféricas do dia estarão favoráveis à ocorrência de incêndios. 1 Obs.: Há também o índice de Rodriguez e Moretti, desenvolvido para a região Andino-Patagônica. Variáveis: temperatura, umidade relativa, velocidade do vento e dias consecutivos sem precipitação. Não vi ainda questões de concursos cobrando ele. Angstron Logarítmico de Telicyn Nesterov Fórmula de Monte Alegre Principais Índices de Perigo Aula 01 - Incêndios Florestais Prof. Marcus Costa 55 Índice Logarítmico de Telicyn Desenvolvido na Rússia, este índice tem como variáveis as temperatura do ar e do ponto de orvalho, ambas medidas às 13:00. É um índice cumulativo, isto é, seu valor aumenta gradativamente, como realmente acontece com as condições de perigo de incêndios, até que a ocorrência de uma chuva o reduza a zero, recomeçando novo ciclo de cálculos. 𝐼 = log(𝑡𝑖 − 𝑟𝑖) 𝑛 𝑖=1 onde: I = índice de Telicyn t = temperatura do ar em °C r = temperatura do ponto de orvalho em °C log = logaritmo na base 10 n = número de dias sem chuva Sempre que ocorrer uma precipitação igual ou superior a 2,5 mm, abandonar o somatório e recomeçar o cálculo no dia seguinte, ou quando a chuva cessar. Como o índice é acumulativo, a interpretação do grau de perigo é feita por meio dessa escala: Valor de I Grau de Perigo ≤2 Nenhum 2,1 a 3,5 Pequeno 3,6 a 5,0 Médio > 5 Alto
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