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Incendios_Florestais_para_Concursos_Elite_Florestal_20022020

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Aula 01 - Incêndios Florestais 
- Marcus Costa - 
 
Aula 01 - Incêndios Florestais 
Prof. Marcus Costa 
 
 
2 
 
Saudações Florestais! 
 
Vamos à nossa aula demonstrativa do curso Elite Florestal. Antes 
de começarmos, gostaria de me apresentar: meu nome é Marcus Costa, 
sou Servidor Público Federal desde 2012 quando fui aprovado em 1° lugar 
para o cargo de Analista em Reforma e Desenvolvimento Agrário/Eng. 
Florestal no Incra, autarquia federal ligada ao MAPA. Sou fundador do site 
Concurseiro Florestal, o maior portal que temos nessa área no Brasil. 
Nesta aula 01, trataremos do tema Incêndios Florestais. Por se 
tratar de um dos maiores problemas ambientais que o Brasil enfrenta, é 
um assunto que as bancas gostam muito de cobrar nas provas. Veremos 
as causas, efeitos, prevenção, dinâmica e combate dos Incêndios 
Florestais. O assunto parece vasto, contudo, existem assuntos que são 
recorrentes nas provas. E são nestes assuntos que vamos focar! 
Finalmente, gostaria de te convidar para participar ativamente 
desta aula. Sinta-se à vontade para enviar suas dúvidas no e-mail 
contato@concurseiroflorestal.com.br 
É uma grande satisfação ter você aqui estudando comigo. Sou 
realmente muito grato por isso :) 
 
Bons estudos! 
Conteúdo da Aula 
 
1. Incêndios Florestais ............................................................................ 3 
2. Causas dos Incêndios Florestais ........................................................ 15 
3. Efeitos ............................................................................................... 20 
4. Prevenção ......................................................................................... 35 
5. Dinâmica ........................................................................................... 42 
6. Combate ............................................................................................ 46 
7. Índices de Perigo de Incêndio ........................................................... 52 
8. Questões Sem Comentários ............................................................... 72 
9. Gabarito ............................................................................................ 86 
 
mailto:contato@concurseiroflorestal.com.br
Aula 01 - Incêndios Florestais 
Prof. Marcus Costa 
 
 
3 
 
1. Incêndios Florestais 
 
As queimadas e os incêndios florestais estão entre os principais 
problemas ambientais enfrentados pelo Brasil. As emissões resultantes da 
queima de biomassa vegetal colocam o país entre os principais 
responsáveis pelo aumento dos gases de efeito estufa do planeta. Além de 
contribuir com o aquecimento global e as mudanças climáticas, as 
queimadas e incêndios florestais poluem a atmosfera, causam prejuízos 
econômicos e sociais e aceleram os processos de desertificação, 
desflorestamento e de perda da biodiversidade. 
 
1.1 Conceitos Preliminares 
 
FOGO - É o termo aplicado ao resultado de uma reação química 
de oxidação que ocorre em alta velocidade e com liberação calórica e 
luminosa, proveniente da combinação entre o oxigênio, combustível e 
uma fonte de calor. 
O fogo é formado pela reação em cadeia, unindo três elementos: 
 
• Combustível– É tudo aquilo que está sujeito a se incendiar, tais 
como: papel, madeira, estopa, gasolina, álcool, metano, hidrogênio, 
acetileno e outros. 
• Calor– É a fonte de energia que dá início ao fogo, que o mantém 
e proporciona sua propagação. 
• Oxigênio– Presente no ar em proporção de 21%, ele é essencial 
para a manutenção da reação química (comburente) do fogo. 
Aula 01 - Incêndios Florestais 
Prof. Marcus Costa 
 
 
4 
 
 
TRIÂNGULO DO FOGO 
 
Para que o fogo ocorra (centro do triângulo) é necessário material 
combustível, oxigênio e uma fonte de calor externa. 
 
A combustão se dá em 3 fases: 
 
1. Fase de Pré-aquecimento: Fase inicial da combustão, em que 
os combustíveis florestais ganham calor e começa a perda de água, o que 
ocorre a partir dos 100° C. Os combustíveis continuam ganhando calor (de 
100° C até cerca de 250°C) e começam a emitir gases oriundos de seus 
diversos compostos vegetais, mas ainda não há chamas. 
 
2. Fase Gasosa: Corresponde à fase de surgimento das chamas, o 
que ocorre por volta dos 250°/300° C (ponto de ignição), podendo chegar 
além dos 1.000° C no decorrer dessa fase. 
 
3. Fase Sólida ou de Carbonização: Corresponde à fase final da 
combustão quando restam os materiais carbonizados e as cinzas 
residuais. 
 
 
Aula 01 - Incêndios Florestais 
Prof. Marcus Costa 
 
 
5 
 
1.2 Mecanismos de transferência de calor 
 
A transferência de calor é o processo ou mecanismo pelo qual a 
energia é movida de uma fonte para outra. Todos atuam em conjunto 
durante a ocorrência de um incêndio florestal. 
O calor é transferido de objetos com temperatura mais alta para 
aqueles com temperatura mais baixa. O mais frio de dois objetos 
absorverá calor até que esteja com a mesma quantidade de energia do 
outro. 
O calor em um incêndio se propaga de três formas básicas: 
 
Condução 
É a passagem de calor por um corpo 
sólido por contato molecular. A 
transferência de calor é feita por contato 
direto com a fonte de calor. 
Ex.: queima de um 
tronco de uma 
extremidade até a outra 
como um pavio. 
Convecção 
É a transmissão de calor pelo ar em 
movimento. 
A corrente ascendente de ar quente que 
se desloca a partir da superfície do 
incêndio por meio da elevação de 
temperatura e consequente queda de 
densidade do ar. Pode favorecer o 
lançamento de materiais ardentes a 
partir da frente do incêndio para a 
vegetação que ainda não queimou. 
Ex.: fogueira embaixo 
de uma árvore 
balançando e 
ressecando a folhagem 
logo acima; 
Radiação 
É o calor propagado através de ondas de 
energia que se dispersam em todas as 
direções. Conceituada também como o 
processo de transmissão de calor de um 
corpo a outro através do espaço, 
realizando-se a transmissão por via dos 
raios de calor. 
Ex.: aquecimento 
provocado pelo sol, 
aquecimento da cozinha 
ao esquentar o forno do 
fogão. 
 
 
 
 
 
 
As transferências de calor por radiação e convecção são as principais. No 
entanto, o calor só pode ser transmitido para o interior do combustível via 
condução. 
 
Aula 01 - Incêndios Florestais 
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6 
 
Emissão de fagulhas – são provenientes das brasas que sob ação 
da coluna de convecção e do vento são emitidas para além da frente de 
fogo. Podem originar novos focos de incêndio ao entrarem em contato 
com material não queimado. Dessa forma, podemos dizer que esse 
mecanismo de propagação de calor é o resultado da ação conjunta da 
convecção e da condução. 
 
1.3 Características da coluna de fumaça 
 
A fumaça é o conjunto de gases, vapor de água, materiais 
particulados finos e resíduos da combustão, que ascendem na área 
ardente. A ascensão é facilitada pela coluna convectiva. 
A cor e a forma da coluna são indicadoras das características do 
local afetado pelo incêndio e do comportamento resultante do fogo. 
A forma e a cor dependem da: 
• Intensidade calórica do incêndio. 
• Superfície da área ardente. 
• Qualidade dos combustíveis. 
• Estabilidade atmosférica (perfil vertical de ventos). 
 
 
 
A - FUMAÇA BRANCA - material combustível fino, com pouco material 
lenhoso, com alto teor de umidade. A cor branca se deve, 
principalmente, ao volume de vapor d’água nos combustíveis. 
Aula 01 - Incêndios Florestais 
Prof. Marcus Costa 
 
 
7 
 
 
B - FUMAÇA CINZA – mais escura ou mais clara – material 
combustível mais seco e com maior quantidade de material lenhoso. 
 
1.4 Incêndio Florestal 
 
 Incêndio Florestal é todo fogo sem controle que incide sobre 
qualquer forma de vegetação, podendo tanto ser provocado pelo 
homem (intencional ou negligência) como por causa natural (raios). 
 
1.5 Fatores que influenciam na propagação deIncêndios Florestais 
 
O conjunto de fatores que influenciam no comportamento de um 
incêndio florestal durante seu desenvolvimento são relacionados ao 
material combustível, topografia e meteorologia, conforme figura a seguir 
denominada Triângulo do Comportamento do Fogo: 
 
 
 
 Combustível - As plantas e os restos vegetais acumulados no solo 
são os combustíveis dos incêndios florestais. Existem diversos fatores 
que devem ser levados em conta quando analisamos a vegetação e 
sua influência no comportamento do fogo: 
 
Aula 01 - Incêndios Florestais 
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8 
 
 quantidade, continuidade, relação superfície–volume, arranjo 
espacial das plantas, que em o conjunto com a composição 
das espécies são os componentes estruturais dos diferentes 
tipos de vegetação; 
 a condição ou o estado da vegetação, isto é, o teor de 
umidade presente nas plantas e nos restos vegetais. Quanto 
menor a umidade mais fácil a propagação do fogo. Um 
ambiente é considerado úmido quando a umidade relativa 
está acima dos 50%. Contudo, seja qual for a umidade 
interna, o vegetal vivo pode entrar em combustão. Porém, o 
valor crítico de umidade do material é de 12%, ou seja, 
nestas condições o incêndio florestal é facilmente propagado. 
 a quantidade e a compactação dos restos vegetais 
(partículas) acamados no solo. 
 
 Topografia - É o formato da superfície da Terra. É mais fácil prever as 
influências que o terreno terá no fogo, observando as seguintes 
características: relevo, ventos, exposição aos raios solares (norte e 
sul), altitude (quanto mais próximo da água mais frondosa será a 
vegetação), grau de inclinação ou pendente (É o mais importante 
dos fatores topográficos, atuando especialmente na velocidade de 
propagação. Incêndios queimam mais rapidamente morro acima do 
que morro abaixo. Quanto mais íngreme o morro, mais rápida é a 
propagação do fogo pelo efeito da convecção e radiação sobre os 
combustíveis não queimados.) 
 
 Meteorologia - As condições meteorológicas são fatores importantes 
para o desenvolvimento dos incêndios florestais. 
Principais fatores: 
 Temperatura, 
 Ventos, 
Aula 01 - Incêndios Florestais 
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9 
 
 Umidade Relativa do Ar e 
 Precipitação. 
 
A análise dos fatores do comportamento do fogo é importante para 
a definição do método de combate. 
 
Intensidade do Incêndio Florestal 
 
AUMENTA COM DIMINUI COM 
Maior volume de combustíveis leves. Menor volume de combustíveis leves. 
Uniformidade dos combustíveis. Combustíveis não uniformes. 
Continuidade horizontal. Descontinuidade horizontal. 
Baixa umidade dos combustíveis. Maior umidade dos combustíveis. 
Aclives à frente do incêndio. Declives à frente do incêndio. 
Vento fortes. Ventos fracos. 
Baixa umidade relativa do ar. Alta umidade relativa do ar. 
Alta temperatura do ar. Baixa temperatura do ar. 
 
 
 Focos de Calor - Qualquer temperatura registrada acima de 47ºC. 
Um foco de calor não é necessariamente um foco de fogo ou incêndio. 
 
Atenção! É muito importante que você saiba diferenciar 
Incêndio Florestal de Queima Controlada. 
 
 Queima Controlada– É uma prática agrícola ou florestal em que o 
fogo é utilizado de forma racional, isto é, com o controle da sua 
intensidade e limitado a uma área pré-determinada, atuando como 
um fator de produção. Há a possibilidade, inclusive, de ser utilizado no 
manejo de unidades de conservação para se evitar o acúmulo de 
Aula 01 - Incêndios Florestais 
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10 
 
combustível, evitando, assim, a ocorrência de incêndios com 
comportamento violento e de difícil controle. 
 
1.6 O Uso do Fogo 
 
O uso do fogo é uma prática antiga, utilizada pelos povos indígenas 
para caça e para preparo do terreno para o plantio. A queima controlada 
continua ainda sendo utilizada para renovação de pastagens, limpeza de 
restos de cultura, controle de pragas agrícolas, para plantio agrícola ou 
florestal no processo de derrubada e queima, muito disseminada na 
Amazônia e para manejo de combustíveis. Esse procedimento aplicado por 
meio de queima controlada ou prescrita é uma forma de manejar os 
recursos agrossilvopastoris, e a difusão do seu uso é em razão do seu 
baixo custo. 
Entretanto, isso deve ser levado a cabo por meio de autorização do 
órgão ambiental competente em que constará um plano de queima 
cuidadosamente preparado que deverá, assim, ser executado pelo 
solicitante. Sempre que possível a queima controlada deve ser substituída 
por alternativas que evitem o uso de fogo. 
Outra possibilidade de aplicação de procedimentos de queima 
controlada é no manejo de unidades de conservação em que a ocorrência 
natural de incêndios forjou, ao longo do tempo, a evolução de 
características adaptativas fisiológicas e morfológicas nas plantas para 
tolerarem a passagem do fogo (bioma cerrado). 
 
Vistos estes conceitos iniciais sobre os incêndios florestais e o fogo, 
vamos resolver algumas questões de concursos para você ver de que 
forma isso costuma ser cobrado. 
 
1. (CESPE - 2014 - ICMBIO - Analista Ambiental) O conceito de 
incêndio florestal refere-se à presença de fogo em áreas de formação 
Aula 01 - Incêndios Florestais 
Prof. Marcus Costa 
 
 
11 
 
florestal. Caso o fogo ocorra em formações naturais campestres e 
savânicas, esse evento deve ser designado por queimada descontrolada. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
Comentário: Incêndio é todo fogo sem controle que incide sobre 
qualquer forma de vegetação, podendo tanto ser provocado pelo homem 
(intencional ou negligência) como por causa natural (ex. raios). O termo 
queimada "controlada" é uma prática agrícola conhecida e autorizada 
pelos órgãos responsáveis, geralmente utilizada para limpeza de 
pastagens. Podemos ter também a presença do fogo em áreas de 
formação florestal que não sejam incêndios, como por exemplo, a prática 
de redução de serrapilheira através do fogo, que é uma prática de 
prevenção. 
Gabarito: Errado. 
 
2. (CESPE - 2004 - BASA - ENG. FLORESTAL) 
Considerando a teoria do triângulo do fogo, 
representado na figura, e a ocorrência de incêndio 
em uma floresta, julgue os itens: 
 
Para se controlar um incêndio florestal, é indispensável atuar nas três 
vertentes do triângulo do fogo. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
Comentário: Para se controlar um incêndio basta agir em um dos três 
elementos. A água durante o combate, por exemplo, é utilizada para 
diminuir a temperatura, extinguindo assim a fonte de calor. 
Gabarito: Errado. 
 
Aula 01 - Incêndios Florestais 
Prof. Marcus Costa 
 
 
12 
 
3. (CESGRANRIO - 2010 - PETROBRAS) A reação química de 
combustão se dá quando o combustível, o comburente e a fonte de calor 
se juntam em condições adequadas, compondo o grupo de elementos 
 a) básicos das chamas. 
 b) de suporte de incêndio. 
 c) controláveis do fogo. 
 d) essenciais do fogo. 
 e) extintores de incêndio. 
 
Comentário: O triângulo do fogo: combustível, o comburente e a fonte 
de calor se juntam em condições adequadas, compondo o grupo de 
elementos essenciais do fogo. 
Gabarito: Letra D 
 
4. (CESPE - 2004 - BASA - ENG. FLORESTAL) Para um incêndio 
florestal ocorrer, é suficiente a presença de um dos elementos do 
triângulo do fogo. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
Comentário: O fogo é formado por uma reação em cadeia dos três 
elementos do triângulo. E somente ocorre, se os três elementos estiverem 
presentes. Imagine-se riscando um fósforo, onde o atrito com a caixinha 
proporciona calor, o fósforo e a madeira são os combustíveis e o ar 
(oxigênio) está presente envolta. 
Gabarito: Errado. 
 
5. (CESPE - 2004 - BASA - ENG. FLORESTAL) O calor afeta de 
forma significante a intensidade do incêndio. 
( ) Certo 
( ) Errado 
Aula 01 - Incêndios Florestais 
Prof. Marcus Costa 
 
 
13 
 
 Comentário: De acordo com o triângulo docomportamento do fogo 
(combustível, topografia e meteorologia), as condições meteorológicas são 
fatores importantes para o desenvolvimento dos incêndios florestais. 
Locais com altas temperaturas (grau de calor) afetam de forma 
significativa a intensidade do incêndio, pois o calor resseca a vegetação 
tirando sua umidade, facilitando o início e a propagação do incêndio. 
Gabarito: Certo 
 
6. (CESPE - 2004 - BASA - ENG. FLORESTAL) A presença do ar 
(oxigênio) viabiliza a reação de oxidação que ocorre no processo. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
Comentário: O fogo é o resultado de uma reação química de oxidação 
que ocorre em alta velocidade e com liberação calórica e luminosa, 
proveniente da combinação entre o oxigênio, combustível e uma fonte de 
calor. O oxigênio presente no ar em proporção de 21% é essencial para a 
manutenção da reação química (comburente) do fogo. 
Gabarito: Certo 
 
7. (CESPE - 2013 - MPU - ANALISTA/PERITO ENG. FLORESTAL) 
Nos incêndios florestais em áreas de vegetação de cerrado, a formação de 
fumaça branca indica a existência de material combustível fino no local, 
com pouco material lenhoso e alto teor de umidade. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
Comentário - A forma e a cor da coluna de fumaça dependem da: 
intensidade calórica do incêndio, superfície da área ardente, qualidade dos 
combustíveis, estabilidade atmosférica (perfil vertical de ventos). 
Aula 01 - Incêndios Florestais 
Prof. Marcus Costa 
 
 
14 
 
Fumaça branca – material combustível fino, com pouco material 
lenhoso, com alto teor de umidade. A cor branca se deve, 
principalmente, ao volume de vapor d’água nos combustíveis. Fumaça 
cinza – mais escura ou mais clara – material combustível mais seco e com 
maior quantidade de material lenhoso. 
Gabarito: Certo 
 
8. (IBFC - 2019 - IDAM - ENG. FLORESTAL) Assinale a alternativa 
que corresponde ao processo de transferência de energia predominante 
na ocorrência de um incêndio florestal. 
 
A) Radiação e condução 
B) Condução e convecção 
C) Radiação e convecção 
D) Atração 
 
Comentário: Após iniciado o fogo, o calor deve ser transferido da zona de 
combustão para os combustíveis próximos a fim de que o incêndio possa 
se propagar. Essa transferência de calor ocorre por três processos: 
 Condução 
É a transferência de calor por contato direto com a fonte de calor 
 Convecção 
É a transmissão de calor pelo ar em movimento. 
 Radiação 
É o processo de transmissão de calor de um corpo a outro através do 
espaço, realizando-se a transmissão por via dos raios de calor. 
Apesar de os três processos agirem em conjunto, em um incêndio 
florestal, a convecção e a radiação são os processos de transferência de 
energia predominantes. 
Gabarito: C 
 
Aula 01 - Incêndios Florestais 
Prof. Marcus Costa 
 
 
15 
 
2. Causas dos Incêndios Florestais 
 
Os incêndios florestais ocorrem por motivos muito variados, 
envolvendo a ação do homem, quer por negligência ou acidente, quer 
intencionalmente; há ainda a causa por fenômenos naturais que 
representa a minoria dos casos. 
 
As causas podem ser classificadas em: 
 
 Atividades Agropastoris e Expansão de áreas rurais: limpeza e 
renovação de pastagens, queima de restos culturais para 
preparação de plantios, eliminação de material lenhoso resultante 
de desmatamentos, queima da palhada para colheita manual de 
cana-de açúcar; 
 
 Culturais/Comportamentais: utilização do fogo para caça (povos 
tradicionais), rituais religiosos, balões de São João; 
 
 Acidentais/Incidentais ou Propositais: fogueiras mal apagadas, 
re-ignição, queda de balões, vandalismo, descarte de cigarros em 
brasa, disputas fundiárias, 
protestos sociais. 
Entre as causas dos incêndios 
florestais, aquelas ditas naturais são 
imprevisíveis e fogem ao controle do 
homem. 
 
 Fenômenos Naturais: alguns 
incêndios florestais são iniciados por raios (descarga elétrica), 
representando cerca de 11% das ocorrências de fogo na vegetação, 
Aula 01 - Incêndios Florestais 
Prof. Marcus Costa 
 
 
16 
 
 
Mais de 90% Incêndios Florestais são causados pela 
ação negligente ou acidental do Homem. 
reações fermentativas exotérmicas, concentração de raios solares por 
pedaços de quartzo ou cacos de vidros em forma de lente (efeito lupa), 
entre outras. 
 
 
 
 
Por que se queima tanto? 
No Brasil, assim como na América do Sul, a quase totalidade das queimadas é 
causada pelo Homem, por razões muito variadas: limpeza de pastos, preparo de plantios, 
desmatamentos, colheita manual de cana-de-açúcar, vandalismo, balões de São João, 
disputas fundiárias, protestos sociais, e etc. Com mais de 300.000 queimadas e nuvens 
de fumaça cobrindo milhões de km2 detectadas anualmente através de satélites, o País 
ocupa o 5º lugar entre os países poluidores, e também devastando anualmente em 
média cerca de 15 mil km2/ano de florestas naturais. 
José Bonifácio de Andrada e Silva, em ~1820, resumiu as razões para as nossas 
queimadas e desmatamentos: "ignorância, associada à preguiça e má fé". Nos dias de 
hoje, em que todos sabem dos efeitos negativos das queimadas, temos apenas de 
inverter a ordem dos motivos para: má fé, associada à preguiça e ignorância. (Fonte: 
Inpe, 2017) 
 
9. (CESPE - 2016 - POLICIA CIENTÍFICA - PE - PERITO 
CRIMINAL) Constitui causa de incêndio florestal o(a) 
a) lançamento de fogos de artifício próximo a matas ou florestas. 
b) destinação do solo. 
c) semeadura do campo. 
d) reciclagem. 
e) depósito de resíduos líquidos em áreas de preservação ambiental. 
 
Aula 01 - Incêndios Florestais 
Prof. Marcus Costa 
 
 
17 
 
Comentário: Questão bem tranquila, a única alternativa que apresenta 
algum risco de causar um incêndio florestal é o lançamento de fogos de 
artifício próximo a matas ou florestas, que no caso, seria a fonte de calor 
necessária para ativar o triângulo do fogo. 
Gabarito: Letra A 
 
10. (CESPE - 2010 - BASA - ENG. FLORESTAL) Os incêndios 
florestais são causados em sua maioria pela ação negligente ou acidental 
do homem, intencionalmente, ou a partir de queimadas, queima de lixos, 
lançamento de foguetes, cigarros mal apagados e linhas de transmissão 
de energia elétrica. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
Comentário: As causas dos incêndios florestais podem ser separadas em 
1. causadas pela ação negligente ou acidental do homem que 
representam mais de 90% dos casos ou 2. fenômenos naturais. 
Gabarito: Certo 
 
11. (CESPE - 2012 - BASA - ENG. FLORESTAL) A principal causa de 
incêndios florestais incontroláveis no Brasil é o descarte de guimbas de 
cigarro em brasa na vegetação. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
Comentário: Apesar de ser uma das causas de incêndios florestais, o 
descarte de cigarros em brasa na vegetação não é a principal causa. 
Gabarito: Errado 
 
12. (CESPE - 2002 - IBAMA ANALISTA AMBIENTAL) A grande 
maioria dos incêndios florestais tem como causa principal atividades 
Aula 01 - Incêndios Florestais 
Prof. Marcus Costa 
 
 
18 
 
humanas como a queima de lixo, a limpeza de terreno com queimadas em 
épocas inadequadas e os incêndios criminosos. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
Comentário: Os incêndios florestais ocorrem por motivos muito variados, 
envolvendo a ação do homem, quer por negligência ou acidente, quer 
intencionalmente. As causas naturais representam a minoria dos casos, 
estima-se que menos de 10%. 
Gabarito: Certo 
 
13. (CESPE - 2008 - IBAMA - ANALISTA AMBIENTAL) Entre as 
causas dos incêndios florestais, aquelas ditas naturais são imprevisíveis e 
fogem ao controle do homem. Elas são: raios, reações fermentativas 
exotérmicas, concentração de raios solares por pedaços de quartzo ou 
cacos de vidros em forma de lente, entre outras. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
Comentários: Questão correta. Como vimos, as causas dos incêndios 
florestais podem ser resultado de ações do homem ou causas naturais, 
que sãoa minoria dos casos. 
Gabarito: Certo 
 
14. (CESPE - 2016 - POLÍCIA CIENTÍFICA-PE - PERITO 
CRIMINAL) São de fácil detecção as causas de um incêndio provocado 
por incendiários. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
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19 
 
Comentário: Geralmente é muito difícil descobrir a verdadeira razão pela 
qual as pessoas provocam incêndios intencionais. A razão aparente ou 
pré-identificada pode não ser a verdadeira, que muitas vezes está ligada a 
hábitos ou comportamentos antropológicos, culturais ou mesmo 
psicopatas. 
Gabarito: Errado 
 
15. (CESPE - 2016 - POLÍCIA CIENTÍFICA-PE - PERITO 
CRIMINAL) As brigadas de incêndios florestais são formadas 
exclusivamente por servidores públicos. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
Comentário: As brigadas de incêndios florestais NÃO são formadas 
exclusivamente por servidores públicos. Os brigadistas podem ser pessoas 
da comunidade, treinados pelo IBAMA, ou pelos Bombeiros para atuação 
frente aos incêndios florestais. 
Gabarito: Errado. 
 
16. (CESPE - 2016 - POLÍCIA CIENTÍFICA-PE - PERITO 
CRIMINAL) As causas de incêndios florestais variam independentemente 
das características climáticas, florísticas, topográficas de cada região. 
 
Comentário: As causas dos incêndios florestais tem dependência direta 
com as características climáticas (precipitação, umidade, temperatura), 
florísticas (tipo de vegetação), e topográficas (se a área é acidentada ou 
não). 
Gabarito: Errado 
 
 
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20 
 
17. (IBFC - 2019 - IDAM - ENG. FLORESTAL) Sobre a ocorrência de 
incêndios na floresta amazônica, assinale a alternativa correta. 
 
A) Não há incidência de incêndios na floresta Amazônica. 
B) Os incêndios geralmente estão associados às práticas de limpeza de 
área, portanto, quase sempre ligados ao desmatamento. 
C) Devido a quantidade de biomassa o incêndio sempre evolui do incêndio 
superficial para o incêndio de copas. 
D) São extremamente raros devido ao baixo acúmulo de material 
combustível no solo florestal. 
 
Comentário: Os incêndios na Amazônia tem uma característica de fogo 
baixo, percorrendo o chão da floresta. São diferentes daqueles incêndios 
de copa que costumam ocorrer na Europa, EUA e Austrália. 
 A ação do homem tem papel fundamental nessa relação com os 
incêndios florestais na Amazônia, seja para a limpeza de áreas já 
desmatadas, limpeza de pastagens ou para o preparo de áreas para 
plantios. 
Gabarito: B 
 
3. Efeitos 
Os efeitos do fogo podem ser analisados mediante ao estudo dos 
aspectos 
 
 físicos, 
 químicos e 
 biológicos. 
 
 
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21 
 
3.1 Efeitos Físicos 
 
A remoção da serrapilheira é um dos processos mais 
perceptíveis do fogo nos ecossistemas florestais. Esta situação 
expõe o solo mineral diretamente ao impacto das gotas de chuvas, 
levando portanto a perda da estrutura das camadas superficiais. Essa 
desestruturação pode ser ainda mais crítica quando se tem excesso de 
material combustível, pois, nesses casos, o fogo acaba atingindo 
temperaturas mais elevadas o que pode acarretar a fusão desses solos. 
Essa situação, embora de difícil ocorrência, é mais propicia em florestas 
de idades mais avançadas já que as mesmas apresentam maiores 
quantidades de restos vegetais depositados sobre o solo, ou seja, de 
material combustível. 
A destruição da camada orgânica causada pelo fogo expõe o solo 
às intempéries provocando assim modificações nas suas propriedades 
físicas, principalmente no que se refere a porosidade e penetrabilidade de 
água, tornando-os mais susceptível aos processos erosivos. Em 
consequência do fogo ocorre também a produção de cinzas que causam 
entupimento dos macroporos afetando desta forma a porosidade do solo. 
Assim, ocorre uma redução da taxa de infiltração e um aumento do 
escorrimento superficial o que potencializa ainda mais os riscos de 
erosão. Os processos erosivos acabam proporcionando perdas 
consideráveis de nutrientes principalmente em virtude da remoção de 
grande parte das cinzas. Em áreas florestais de topografia mais 
acidentadas esses processos de carreamento de cinzas são mais 
evidentes, gerando portanto efeitos mais agravantes. 
Uma outra forma de perda dos elementos minerais ocorre pelo 
transporte das cinzas através de uma coluna de convecção de calor. Esse 
processo pode representar perdas significativas em solos florestais já que 
o estoque de biomassa nesses ecossistemas geralmente são mais 
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22 
 
expressivos o que propicia a ocorrência de fogo de alta intensidade, 
trazendo por consequências maiores perdas. 
Um outro aspecto importante que deve ser considerado é o efeito 
do fogo na umidade do solo. A morte da cobertura vegetal pelo fogo 
pode levar a redução de perdas de umidade por transpiração e 
interceptação, o que poderia proporcionar um aumento da umidade do 
solo, dependendo dos efeitos sobre a matéria orgânica, já que esta, 
quando drasticamente afetada, pode levar a uma redução significativa da 
umidade. Em solos de textura grosseira esses problemas são mais 
agravantes, pois estes apresentam maior susceptibilidade às perdas por 
evaporação. 
A temperatura é um outro aspecto físico de grande importância a 
ser considerado, podendo no entanto apresentar efeitos a curto e médio 
prazo. A curto prazo o fogo causa aumento da temperatura superficial do 
solo pela liberação de energia durante a combustão, podendo atingir 
inclusive 1000 °C na superfície, com redução significativa nas camadas 
inferiores. Em solos florestais estas temperaturas são mais críticas dada 
ao excesso de material combustível (lenha, gravetos, folhas secas e 
vegetação de sub-bosque). A longo prazo, o escurecimento da superfície 
queimada irá proporcionar maior absorção da radiação solar. A menor 
temperatura nas camadas sub-superficiais durante o fogo ocorre pelo fato 
do solo apresentar baixa condutividade térmica, podendo haver variação 
em função de algumas características tais como textura e o grau de 
compactação. No que se refere a textura, estudos mostraram que numa 
queima de restos de exploração de florestas de coníferas a penetração de 
calor foi maior nos solos arenosos do que nos argilosos. 
Quanto a compactação, não é difícil observar que quanto mais 
compacto maior é a proximidades das partículas e, portanto, maior será a 
condutividade. Esse processo pode ser bastante evidenciado dentro dos 
projetos florestais dado ao trânsito de máquinas pesadas nas áreas de 
corte. 
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23 
 
A lixiviação é um outro aspecto físico que sofre alteração após o 
fogo. Esse processo ocorre devido a redução da CTC que por sua vez é 
acarretada pela diminuição da matéria orgânica do solo. Assim, a 
redução da matéria orgânica pelo fogo reduz ainda mais a CTC do solo, 
tornando-os mais susceptíveis as perdas de bases e elementos químicos 
liberados pela queima do material vegetal. Portanto, várias mudanças nos 
aspectos físicos do solo podem ocorrer após o fogo, porém, a alteração 
dessas propriedades geralmente não ocorrem a não ser que o calor 
liberado no solo tenha sido severo. 
 
3.2 Efeitos Químicos 
 
Além das alterações físicas, podem também ocorrer no solo 
algumas mudanças químicas após o fogo. O efeito químico mais imediato 
da queima é a liberação de elementos minerais. O fogo acelera a 
mineralização da matéria orgânica do solo, fazendo em poucos minutos 
um trabalho que em condições normais poderia levar meses ou até anos. 
O grande problema desse processo, no entanto, é a rápida liberação de 
nutrientes num curto espaço de tempo. Essa quantidade liberada é 
portanto muito superior a capacidade de assimilação das plantas, 
ocorrendo assim perdas por erosão (eólicae / ou hídrica), lixiviação ou 
percolação. Apesar dessa rápida mineralização proporcionar perdas de 
nutrientes, em determinados casos, ela pode ser desejável. 
Alguns estudos mostram a vantagem do fogo na incorporação de 
material lenhoso dentro de solos florestais em ecossistemas frios ou 
secos. Portanto, nessas condições, a ocorrência do fogo de baixa 
intensidade, além de ser desejável, acaba sendo uma prática 
recomendável. 
A volatilização (perda do nutriente pelo ar ou por evaporação) é 
um outro processo químico proporcionado pelo fogo. Estudos indicam que 
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24 
 
essas perdas podem afetar a fertilidade do sítio ao longo de rotações 
sucessivas de plantações florestais com espécies de rápido crescimento. 
Os elementos mais susceptíveis aos processos de volatilização são 
o nitrogênio (N) e o enxofre (S). O nitrogênio volatiliza - se em 200 °C, 
sendo essa temperatura facilmente atingida em locais onde o material a 
ser queimado exceder 3370 kg / ha. Alguns autores relatam que cerca de 
95 % do N presente na fitomassa da vegetação queimada volatiliza-se, 
retornando a atmosfera como gás. Mesmo quando a queima é controlada 
(baixa intensidade) a perda de N pode atingir mais de 100 Kg / ha. Foram 
observados em alguns estudos uma redução de 17% no teor de N em 
queima de baixa intensidade, contra 72% de redução em queima de alta 
intensidade. 
A variação de PH do solo é um outro efeito químico 
proporcionado pelo fogo. Alguns estudos mostram que a liberação de 
bases durante a combustão dos resíduos vegetais promove uma elevação 
do PH do solo. Quando a matéria orgânica é queimada, as substâncias 
nela contida são liberadas em forma de óxidos que são depositados como 
cinzas na superfície do solo. Estas cinzas, geralmente ricas em óxidos 
solúveis de bases, se transformam em carbonatos capazes de neutralizar 
a acidez do solo. 
 
3.3 Efeitos Biológicos 
 
O fogo no solo altera também a dinâmica populacional de 
microorganismos que nele vive. Em razão de sua alta porosidade o solo 
apresenta baixa condutividade térmica, proporcionando no momento da 
queima, maiores temperaturas apenas na interface solo - atmosfera. Tal 
fato explica, em parte, a sobrevivência de alguns microorganismos após o 
fogo. Estudos relacionados com os efeitos do fogo sobre os componentes 
bióticos revelaram que em queima de média intensidade apenas 57% 
das bactérias foram destruídas na camada de dois centímetros de 
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25 
 
profundidade. No caso dos incêndios subterrâneos, embora de difícil 
ocorrência, os danos aos microorganismos do solo são mais acentuados. A 
menor freqüência desses incêndios se explica em função da baixa 
oxigenação do solo nas camadas mais inferiores e de sua alta umidade. 
Assim, a baixa condutividade térmica do solo bem como os fatores que 
dificultam os incêndios subterrâneos, constituem em alguns aspectos que 
de certa forma contribuem para a sobrevivência de um certo número de 
microorganismos após o fogo. 
Embora os efeitos do fogo seja atenuado nas camadas mais 
inferiores do solo, alguns autores relatam que a micro e mesofauna do 
horizonte orgânico são bastante susceptíveis a tal processo. Dessa 
forma, ocorre uma grande redução do número de indivíduos no 
solo após a queima. Porém, algumas condições proporcionadas 
pelo fogo podem favorecer a proliferação de microorganismos, tais 
como: redução da acidez, aumento da temperatura média do solo, 
diminuição da competição, aumento da disponibilidade de nutrientes e 
maior mobilidade dos propágulos. O fogo proporciona a liberação de uma 
grande quantidade de nutrientes para o solo, principalmente daqueles que 
são menos susceptíveis ao processo de volatilização como é o caso do 
cálcio. Esse elemento é encontrado em grandes proporções nas cascas de 
árvores de eucalipto, assim, a queima dos restos florestais de espécies 
desse gênero acaba disponibilizando grande quantidade desse mineral 
para o solo. Este nutriente apresenta inclusive um efeito favorável no 
crescimento de bactérias. Portanto, vários são os fatores que propiciam o 
crescimento de microorganismos no solo após o fogo. 
Alguns pesquisadores afirmam que as elevações das concentrações 
de nitrato após a queima estão associados ao aumento das populações de 
bactérias nitrificadoras. Além dos microorganismos, existem também a 
mesofauna que desempenha um importante papel na permeabilização do 
solo e na decomposição dos restos vegetais. Nota-se no entanto que, o 
fogo compromete a sobrevivência dos componentes bióticos do 
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26 
 
solo no momento da queima, porém a situação condicionada por 
esse processo pode vir a favorecer a proliferação desses 
organismos no futuro. 
O fogo pode ser considerado um rápido decompositor, 
proporcionando em curto espaço de tempo, a mineralização da matéria 
orgânica do solo. Tal processo quando realizado pelos microorganismos do 
solo pode levar meses ou até anos. Assim, o fogo em conjunto com a vida 
microbiana pode constituir num mecanismo necessário ou até mesmo 
dominante na mineralização da biomassa morta do solo, principalmente 
nos ecossistemas frios e secos. 
 
Em RESUMO: 
O fogo altera as propriedades químicas, físicas e biológicas do solo, 
sendo essa transformação diretamente proporcional a sua intensidade. 
As alterações físicas mencionadas diz respeito, principalmente, a 
estrutura, porosidade, umidade e temperatura do solo. Como foi relatado, 
para que essas mudanças possam ocorrer de forma a comprometer o 
componente edáfico, o calor liberado no solo tem que ser intenso. 
Dentre as alterações químicas, foram relatadas a variação de PH 
e da CTC do solo, o processo de volatilização e mineralização da matéria 
orgânica. Além da rápida mineralização, o fogo geralmente proporciona 
um incremento do PH do solo durante os primeiros anos após a queima, 
propiciando assim boas condições químicas para o crescimento das 
plantas. Os estudos dos processos químicos são portanto, de grande 
importância visto que os mesmos apresentam uma profunda relação com 
a fertilidade do solo. 
No caso dos componentes bióticos, a sua redução pelo fogo 
acarretam alterações tanto nas propriedades físicas quanto nas 
propriedades químicas do solo. Enfim, a ação do fogo tanto na forma 
manejável quanto acidental acaba trazendo efeitos benéficos e maléficos, 
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27 
 
portanto pela pouca previsibilidade desses efeitos sua prática é ainda 
pouco recomendável*. 
*Adaptado de Luís Carlos de Freitas e Giovani Levi Sant'anna - UFV. 
 
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28 
 
Efeitos 
Físicos 
 Redução da taxa de infiltração 
 Aumento do escorrimento superficial 
 Aumento da temperatura do solo (radiação solar) 
 Lixiviação 
 Redução da CTC 
 Diminuição da camada de matéria orgânica 
Efeitos 
Químicos 
 Liberação de elementos minerais 
 Volatilização (principalmente Nitrogênio) 
 Elevação do PH do solo 
 Afeta a Capacidade de Troca Catiônica (CTC) 
Efeitos 
Biológicos 
 Desfavorável no momento da queima. 
 Fatores físicos e químicos são propícios ao 
desenvolvimento de alguns microorganismos após 
a queima. 
 Disponibilidade de nutrientes e aumento do ph 
favorece o crescimento de plantas após queima. 
 
Os danos ou os efeitos dos incêndios florestais e os acarretados 
pelo uso do fogo podem ser diretos e indiretos. Os danos diretos 
incluem: 
• Destruição de florestas. 
• Perda de biodiversidade. 
• Perda da fertilidade dos solos. 
• Poluição atmosférica. 
• Queda na qualidade e quantidade de recursos hídricos. 
• Perda de patrimônio. 
• Paralisação de aeroportos. 
• Desligamento das linhas de transmissão de energia elétrica. 
• Perda devidas humanas em casos extremos. 
 
Os danos indiretos muitas vezes são sutis e de difícil percepção 
como é o caso do aumento da mortalidade de árvores e de animais que 
em certas situações ficam sem alimentos ou abrigo. Outro exemplo é o 
aumento do custo dos serviços de saúde pública provocados pela grande 
quantidade de atendimentos médico-hospitalares relacionados às doenças 
respiratórias e de pele. 
 
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29 
 
3.4 O Fogo e Emissões de Gases de Efeito Estufa 
 
O Fogo na Amazônia Brasileira é responsável pela emissão 
de grandes quantidades de gases de efeito estufa (GEE) por vários 
processos distintos, incluindo a queimada de floresta nas áreas que estão 
sendo desmatadas para agricultura e pecuária, incêndios florestais e 
queimada de capoeiras, pastagens, e diferentes tipos de savanas. 
As queimadas que acompanham o desmatamento determinam as 
quantidades de gases emitidas não somente da parte da biomassa que 
queima, mas também da parte que não queima. Quando há uma 
queimada, além da liberação de gás carbônico (CO2), são liberados 
também gases-traço como metano (CH4), monóxido de carbono (CO) e 
nitroso de oxigênio (N2O). A parte da biomassa que não queima na 
queimada inicial, que é quente, com chamas, também será oxidada. Parte 
disto ocorre por processos de decomposição (com alguma emissão de 
CH4 pela madeira consumida por cupins) e parte pelas requeimadas 
(queimadas das pastagens e capoeiras, que também consomem os 
remanescentes da floresta original ainda presentes nas áreas), queimadas 
estas de temperatura reduzida, com formação de brasas e maiores 
emissões de gases-traço. 
Entre 1990 e 2012 as emissões brutas de GEE brasileiras passaram 
de 1,39 bilhões de toneladas de carbono equivalente (GtCO2 e) para 1,48 
GtCO2 e, um aumento de 7%. No mundo, as emissões cresceram 37% e 
passaram de 38 para 52 bilhões de toneladas (GtCO2 e) no mesmo 
período. O Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa 
(SEEG) registrou uma variação significativa nas emissões de GEE 
brasileiras entre 1990 e 2012 (22 anos), que resultaram das variações 
observadas no setor de mudanças de uso da terra e Florestas, no qual são 
computadas as emissões relativas ao desmatamento. O registro mais alto 
ocorreu em 2004, com um total de emissões de 2,48 GtCO2 e. Desde 
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30 
 
então, os totais vêm caindo, acompanhando a expressiva redução do 
desmatamento da Amazônia. 
 
 
 
Quando considerada a evolução dos setores separadamente, o 
setor de mudanças de uso da terra apresentou uma queda de 42% nas 
emissões no período analisado, enquanto os demais demonstraram uma 
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31 
 
tendência nítida de aumento. O setor de energia foi o que apresentou 
maior pressão, com incremento de 126% no período. Nos setores de 
Processos Industriais e Resíduos, as emissões aumentaram 
respectivamente 65% e 64% e, no setor Agropecuário, a alta registrada 
foi de 45%. 
O desmatamento da Amazônia, que por anos foi a principal fonte 
de emissões brasileiras e representou cerca de 70% do total nos anos 90, 
caiu para 32% em 2012, se equiparando aos setores de energia e 
agropecuária, com 30% cada um. (Fonte: Observatório do Clima, 2014) 
 
Emissões por Diferentes Gases de Efeito Estufa 
 
Três gases – dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido 
nitroso (N2O) – perfazem 99,8% das emissões brasileiras em CO2e. O 
CO2, isoladamente, representa 64,4% das emissões totais de gases de 
efeito estufa e tem como principais fontes a queima de combustíveis 
fósseis e as mudanças de uso da terra. Já o CH4 representa 23,1% das 
emissões totais em CO2e e tem como principais fontes a produção 
pecuária (79,8%) e o tratamento de resíduos (12,2%). O N2O tem como 
principal fonte de emissão (quase 91%) a adubação de solo – tanto com 
dejetos animais como por fertilizantes nitrogenados. 
Fazendo um recorte para os incêndios florestais e desmatamento a 
ele associado, percebemos que o monóxido de carbono (CO) é um gás 
que adquire relevante importância, sendo o segundo gás mais emitido 
após o gás carbônico (CO2). 
Araújo et al. (1999) apresentam estimativa de emissão de 
monóxido de carbono (CO) e de dióxido de carbono (CO2) para queimada 
e pós-queimada obtida na devastação da floresta tropical na região 
amazônica no estado do Pará, por experimento em área virgem de três 
hectares, que foi cortada e deixada secar por três meses. A pós-queima 
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32 
 
foi feita 30 dias após a queimada principal. Os valores obtidos foram, para 
monóxido de carbono, 4,6 t/ha na queima inicial e 0,4 t/ha na pós-
queima; para dióxido de carbono, 65,1 t/ha na queima inicial e 5,1 t/ha 
na pós-queima. 
 
Vamos fazer então, algumas questões sobre o efeito do fogo: 
 
18. (CESPE - 2004 - BASA - ENG. FLORESTAL) O fogo contribui para 
diminuir a fauna bacteriana do solo. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
Comentário: Este é um efeito biológico sobre o solo durante a passagem 
do fogo quando ocorre uma grande redução do número de indivíduos no 
solo após a queima. Porém, algumas condições proporcionadas pelo fogo 
após a queima podem favorecer a proliferação de microorganismos, tais 
como: redução da acidez, aumento da temperatura média do solo, 
diminuição da competição, aumento da disponibilidade de nutrientes e 
maior mobilidade dos propágulos. 
Gabarito: Certo 
 
19. (CESPE - 2004 - BASA - ENG. FLORESTAL) A ausência de 
vegetação, provocada por um incêndio em uma floresta, resulta no 
aumento do volume de água do lençol freático daquele local, devido, 
principalmente, à maior absorção de água pelo solo. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
Comentário: A destruição da vegetação e da camada orgânica pelo fogo 
expõe o solo às intempéries provocando assim modificações nas suas 
propriedades físicas, principalmente no que se refere a porosidade e 
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33 
 
penetrabilidade de água, tornando-os mais susceptível aos processos 
erosivos. Em consequência do fogo ocorre também a produção de cinzas 
que causam entupimento dos macro-poros afetando desta forma a 
porosidade do solo. Assim, ocorre uma redução da taxa de infiltração e 
um aumento do escorrimento superficial diminuindo o volume de água no 
lençol freático do local. 
Gabarito: Errado. 
 
20. (CESPE - 2010 - BASA - ENG. FLORESTAL) A poluição 
atmosférica causada pelo incêndio florestal ocorre, principalmente, devido 
à liberação de monóxido de carbono, dióxido de carbono, óxidos de 
nitrogênio, particulados e hidrocarbonetos. Este último é responsável por 
mais de 90% do carbono liberado durante a queima de biomassa. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
Comentário: A primeira parte da questão está correta, contudo, o 
principal responsável pela liberação do carbono em um incêndio florestal é 
o dióxido de carbono (CO2) e o monóxido de carbono (CO) que não são 
hidrocarbonetos. Lembrando que hidrocarbonetos são compostos que 
apresentam em sua composição átomos de Carbono e Hidrogênio. 
Gabarito: Errado. 
 
21. (CESPE - 2010 - BASA - ENG. FLORESTAL) Os incêndios 
florestais, principalmente quando produzem altas temperaturas, têm 
influência direta sobre a matéria orgânica, com a desagregação das 
partículas e, dessa forma, favorecendo a perda de elementos químicos 
solúveis em água, afetando a capacidade de troca catiônica, o pH e os 
teores de enxofre, cátions divalentes e potássio. 
( ) Certo 
( ) Errado 
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34 
 
Comentário: A questão está correta. Como vimos, além dos efeitos 
físicos e biológicos, há também efeitos químicos sobre a matéria orgânica 
e o solo. Dentre estes efeitos químicos estão a liberação de elementos 
minerais,a Volatilização (principalmente Nitrogênio) e a Elevação do PH 
do solo. 
Gabarito: Questão Certa. 
 
22. (CESPE - 2013 - POLÍCIA FEDERAL - PERITO CRIMINAL 
FEDERAL - ENG. FLORESTAL )Nos incêndios florestais, a temperatura 
do solo a até 30 cm de profundidade varia muito, podendo atingir até 800 
ºC, afetando principalmente os teores de matéria orgânica, porém não 
influencia na capacidade de troca catiônica. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
Comentário: A redução da capacidade de troca catiônica (CTC) é 
acarretada pela diminuição da matéria orgânica do solo. Assim, a redução 
da matéria orgânica pelo fogo reduz ainda mais a CTC do solo, tornando-
os mais susceptíveis as perdas de bases e elementos químicos liberados 
pela queima do material vegetal. 
Gabarito: Errado 
 
 
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35 
 
4. Prevenção 
 
No caso de incêndios florestais, a prevenção se resume em evitar o 
momento inicial que dá início à reação da combustão, ou seja, em impedir 
a ação do agente causador. O objetivo básico da prevenção resume-se na 
implementação de ações para reduzir as causas e os riscos de propagação 
do fogo. 
 
A Prevenção das fontes de fogo são ações preventivas a fim de 
evitar que o fogo aconteça e podem ser subdivididas em três tópicos: 
 
1. Aplicação da legislação sobre o uso de incêndios e queimadas: 
principalmente nos casos de processo judicial, nem sempre é fácil. Em 
primeiro lugar, é necessário descobrir a causa do incêndio. Em 
seguida, deve-se estabelecer a identidade da pessoa responsável pelo 
fogo. Finalmente, é necessário provar legalmente o envolvimento da 
pessoa no incêndio. 
 
2. Regulamentação do uso das florestas e parques de lazer: A 
regulamentação do uso, principalmente das florestas de lazer, como os 
parques nacionais, estaduais e municipais, é muito importante na 
prevenção dos incêndios causados pelas pessoas que o utilizam. A 
regulamentação está relacionada, por um lado com a educação da 
população e por outro, à aplicação da legislação. Isto porque 
inicialmente é necessário uma campanha de esclarecimento no sentido 
de explicar as razões de restrições no uso da floresta. Em segundo 
lugar, não se deve transigir na aplicação da regulamentação. 
 A forma mais drástica de regulamentação seria fechar a floresta, ou 
os setores mais suscetíveis aos incêndios, à visitação pública, em 
épocas críticas. Outras medidas que poderiam ser adotadas são a 
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36 
 
proibição ou restrição de fumar em determinadas em épocas de 
grande perigo; o uso obrigatório de ferramentas como pás, machados 
e foices por parte de pessoas que acampam na floresta; a proibição de 
pesca em certas áreas durante a estação de incêndios e outras 
medidas de caráter local ou regional que contribuam para redução do 
risco de incêndio. 
 A regulamentação do uso da floresta difere da legislação 
propriamente dita por seu caráter mais localizado e pelo seu objetivo 
principal que é reduzir o risco de incêndio em áreas específicas. 
 
3. Conscientização e Educação Ambiental:As principais causas dos 
incêndios estão relacionadas com a atividade do homem no meio rural, 
podendo ser originada de uma ação involuntária ou por negligência, no 
caso dos incêndios culposos ou ser uma atitude planejada e criminosa 
no caso dos incêndios dolosos. Tanto num sentido quanto em outro, 
todas estas causas, a princípio, podem ser evitadas. Os meios a serem 
utilizados são as campanhas educativas, a aplicação da legislação ou 
de medidas coercitivas. 
 
A Prevenção da propagação do fogo são ações ou medidas que 
devem ser tomadas para que, caso ocorra fogo na floresta ou 
vegetação, evitem sua propagação e o eliminem antes que tome grandes 
proporções. 
 
 Silvicultura preventiva; 
 Construção e manutenção de aceiros; 
 Sistemas de cortinas naturais; 
 Sistemas de acesso; 
 Sistemas de mananciais; 
 Sistema de apoio a operações de combate a incêndio e 
socorro; 
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37 
 
 Sistema de vigilância patrimonial e detecção; 
 Redução do material combustível; 
 Queimas controladas; 
 Índice de perigo. 
 
Na prevenção de incêndios florestais, a vigilância é um fator 
importante. Ela pode ser feita da seguinte forma: 
 
 Terrestre Fixo - Torres metálicas localizadas em lugares 
estratégicos (boa visibilidade e alcance). Essas estruturas devem possuir 
alguns equipamentos básicos, tais como: instrumento para localização da 
coluna de fumaça e leitura de ângulo (goniômetro), mapa da área 
contendo topografia, tipo de vegetação e estradas, aparelho de 
radiocomunicação e livro de registro de ocorrência. 
 
 Terrestre Móvel - Sistema que consiste na vigilância da área pelo 
deslocamento da equipe por meio de rondas. No deslocamento, pode-se 
utilizar diversos meios de transporte, motorizados ou não, tais como: 
automóveis, motos, bicicletas, cavalos, entre outros. 
 Além de proporcionar a detecção, é um método muito eficaz para 
inibir a ação de incendiários, desde que as rotas das rondas sejam 
realizadas nos locais, datas e horários em que a ação desses incendiários 
ocorre. 
Para reforçar esse efeito inibitório, deve-se fortalecer a surpresa da 
ação, evitando-se a manutenção de cronogramas fixos nas rotas. Em 
momentos mais críticos para ocorrência de incêndios, o ideal é que as 
rondas utilizem viaturas que possibilitem o transporte de um mínimo de 
brigadistas, ferramentas e equipamentos de combate necessários para se 
efetuar o primeiro ataque a um eventual foco de incêndio. 
 
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38 
 
 Aéreo - Sistema que consiste na utilização de aeronaves para 
monitoramento de grandes extensões territoriais. Método pouco 
utilizado no Brasil para a detecção de incêndios por causa da carência 
de aeronaves. Entretanto, em combates expandidos torna-se de grande 
valia ao permitir o monitoramento da evolução do incêndio e avaliações 
diárias do comportamento do fogo que auxiliam o planejamento das ações 
de combate. 
 
 Satélites - Atualmente, existe uma constelação variada de satélites 
com sensores de luz e calor de distintas resoluções espaciais e temporais 
que, conjuntamente, oferecem cerca de aproximadamente 16 leituras 
diárias de possíveis focos de incêndios em todo território nacional. Após o 
tratamento técnico das imagens no Instituto Nacional de Pesquisas 
Espaciais (INPE), a existência de focos de calor é informada em 
coordenadas geográficas. O foco de calor pode não configurar uma 
queima ou incêndio, isso ocorre porque ainda persiste certo grau de 
incerteza nas leituras dos sensores e nas análises das imagens. Por 
exemplo, com freqüência galpões com telhado metálico ou lajeados de 
pedra surgem como focos de calor. 
 
 
ACEIROS 
Os aceiros se definem como barreiras naturais ou construídas, limpas de 
vegetação, parcial ou completamente, de uma largura variável (em geral, 
de 5 a 20 metros), instaladas previamente ao incêndio. Além disso, ele 
pode ser produzido para auxiliar a ação de combate (acesso, ponto de 
ancoragem, etc.) e no escape da fauna. 
Portanto, a abertura de aceiros é uma atividade de prevenção. 
 
 
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39 
 
23. (CESPE - 2010 - BASA - ENG. FLORESTAL) O conjunto de ações 
que visam reduzir as causas e os riscos de propagação do fogo faz parte 
das táticas de prevenção dos incêndios florestais e, nesse escopo, estão a 
educação e conscientização da população, a regulamentação do uso das 
florestas, a vigilância patrimonial e a aplicação da legislação. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
Comentário: Educação e conscientização da população, a 
regulamentação do uso das florestas, a vigilância patrimonial e a aplicação 
da legislação são ações de prevenção que visam reduzir as causase 
riscos de propagação do fogo. 
Gabarito: Certo 
 
24. (CESPE - 2010 - MPU - ANALISTA/ENG. FLORESTAL) A maioria 
dos incêndios florestais é causada pela ação do homem. Assim, a primeira 
iniciativa de prevenção deve ser a conscientização da população por meio 
de processos educativos que alertem as pessoas acerca dos possíveis 
prejuízos que o uso do fogo pode trazer às florestas. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
Comentário: As principais causas dos incêndios estão relacionadas com a 
atividade do homem no meio rural, podendo ser originada de uma ação 
involuntária ou por negligência, no caso dos incêndios culposos ou ser 
uma atitude planejada e criminosa no caso dos incêndios dolosos. Tanto 
num sentido quanto em outro, todas estas causas, a princípio, podem ser 
evitadas. Os meios a serem utilizados são as campanhas educativas, a 
aplicação da legislação ou de medidas coercitivas. 
Gabarito: Certo. 
 
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40 
 
25. (CESPE - 2008 - IBAMA ANALISTA AMBIENTAL) As técnicas 
preventivas mais preconizadas para o incêndio florestal são: construção e 
manutenção de aceiros, redução de material combustível, cortinas de 
segurança, formação de locais (açudes) de captação de água, elaboração 
de plano de prevenção. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
Comentário: Questão correta, todas as técnicas citadas são amplamente 
difundidas como de prevenção aos incêndios florestais. Além destas, 
pode-se citar: 
 Silvicultura preventiva; 
 Construção e manutenção de aceiros; 
 Sistemas de cortinas naturais; 
 Sistemas de acesso; 
 Sistemas de mananciais; 
 Sistema de apoio a operações de combate a incêndio e 
socorro; 
 Sistema de vigilância patrimonial e detecção; 
 Redução do material combustível; 
 Queimas controladas; 
 Índice de perigo. 
Gabarito: Questão Certo 
 
26. (CESPE - 2013 - MPU - ANALISTA/ENG. FLORESTAL) Os 
aceiros feitos com fogo formam barreiras nos habitats naturais e 
prejudicam o escape da fauna no caso de incêndios florestais. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
Comentário: Os aceiros são construídos de forma preventiva. Por ser 
uma área livre de impedimentos, acaba sendo uma área de escape para 
fauna. 
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41 
 
Gabarito: Errado 
 
27. (CESPE - 2012 - BASA - ENG. FLORESTAL) Entre os processos 
utilizados para a extinção de um incêndio florestal podem ser citados a 
diminuição da temperatura para valor inferior ao da combustão; o 
abafamento ou redução de oxigênio e a dispersão ou separação dos 
materiais combustíveis que deve ser executada na construção dos aceiros. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
Comentário: O princípio de extinção de um incêndio florestal diz que 
para se apagar um incêndio é preciso neutralizar pelo menos um dos lados 
do triângulo do fogo. É necessário, portanto, eliminar um ou mais 
elementos e isso pode ser feito construindo uma linha de controle e 
eliminando o combustível, resfriando com água ou terra ou abafando o 
oxigênio com terra ou abafadores. A construção de aceiros é uma 
atividade preventiva, ou seja, realizada antes do incêndio acometer a 
área, portanto, não é uma atividade de combate. 
Gabarito: Errado 
 
28. (CESPE/POLÍCIA CIENTÍFICA-PE/2016)A utilização de índices 
de perigo de incêndios florestais que sejam confiáveis é fundamental para 
um planejamento mais eficiente das medidas de prevenção a incêndios 
florestais. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
Comentário: Os índices de perigo são números que fornecem 
informações sobre a possibilidade de ocorrência de incêndios. São 
importantes por permitirem a previsão das condições de risco, 
possibilitando a adoção de medidas preventivas mais eficazes e 
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42 
 
econômicas. Dentre os mais conhecidos estão: o Índice de Angstron; 
Índice Logarítmico do Telicyn; Índice de Nesterov; Fórmula de Monte 
Alegre. Os índices de maneira geral associam fatores como temperatura, 
umidade relativa, dias sem chuva para indicar o perigo de incêndio. 
Gabarito: Certo. 
 
5. Dinâmica 
 
Veja agora quais são as partes de um Incêndio Florestal: 
 
 Perímetro: é a linha que delimita a área queimada. 
 Frente ou cabeça: é a parte do incêndio que se movimenta mais 
rápido. Um incêndio pode ter duas ou mais frentes e quando o vento 
muda de direção, os flancos ou a retaguarda podem se transformar 
em novas frentes. 
 Cauda, Base ou retaguarda: é a parte do incêndio que se move 
mais lentamente, propagando-se contra o vento. 
 Flancos ou alas: são os dois lados do incêndio (esquerdo e direito), 
que devem ser determinados olhando-se da cauda em direção a 
cabeça. Os flancos geralmente avançam com lentidão e nestes 
casos, constituem o melhor ponto para se iniciar o combate ao 
incêndio. 
 Dedos ou alongamento: são faixas mais estreitas do incêndio que 
se propagam. 
 Bolsa ou garganta: área que queima mais lentamente e é 
contornada pelo fogo podendo vir a ser uma ilha. A brigada deve 
evitar se posicionar aqui, pois pode facilmente ser cercada pelo 
fogo. 
 Ilha: área não queimada dentro do perímetro do incêndio podendo 
abrigar animais peçonhentos (área de risco para o brigadista). 
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43 
 
 
Cabeça (Frente), Flanco (Lados) e Cauda (ou Base) 
são as três principais partes de um Incêndio 
 Foco secundário: foco iniciado geralmente por fagulhas, dando 
origem a outro foco de incêndio. 
 
 
 
 
 
 
A determinação do ponto de origem do incêndio é uma 
atividade de grande interesse na área da Perícia Criminal. 
A análise da dinâmica do incêndio é fundamental para esta 
determinação. 
 
 
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44 
 
5.1 Tipo de Incêndios 
 
Incêndios subterrâneos – São incêndios em vegetação tais 
como: raízes, turfa e outros que se encontram sob o solo, geralmente sem 
chamas, caracterizam por uma velocidade de propagação lenta, às vezes 
poucos metros por dia, mas possuem um efeito letal alto na vegetação. 
Incêndios superficiais – São aqueles que se propagam 
consumindo a vegetação existente sobre o solo da floresta e queimando 
pastos e ervas. Sua velocidade de propagação é variável, podendo se 
expandir, desde uns poucos metros até vários quilômetros por hora. 
Incêndios aéreos ou de copa – São os que se propagam por 
meio das copas das árvores e, geralmente, apresentam-se de uma 
maneira violenta. A velocidade de propagação pode alcançar acima de 10 
km/h. Nas regiões mais úmidas é raro que ele tenha essa forma de 
propagação, mas algumas árvores e arbustos podem abrir chama pela 
continuidade do combustível. Isso é mais frequente em locais com um 
estrato arbustivo denso e seco conjugado a uma continuidade vertical alta 
(copas densas). Por exemplo, nas áreas de clareira em que se tem 
acúmulo de combustível superficial e a alta ocorrência de trepadeiras e de 
cipós há produção de uma escada para o fogo em direção às copas das 
árvores. 
Um incêndio de copas que apresenta um comportamento crítico, 
alta velocidade de propagação, um nível elevado de liberação calórica e 
uma coluna de convecção bastante desenvolvida, normalmente é de difícil 
controle. 
Durante o desenvolvimento de um incêndio florestal, o fogo pode 
se propagar por diversos meios, gerando setores com tipos diferentes de 
incêndio. 
 
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45 
 
29. (CESPE - 2012 - BASA - ENG. FLORESTAL) Os incêndios 
florestais podem ser divididos quanto às partes em cabeça, franco e base; 
e quanto à forma em superficial, subterrâneo e de copa. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
Comentários: Existem outras partes, mas o incêndio pode ser divido 
nestas três partes principais: cabeça, franco e base. E quanto à forma em 
superficial (acima do solo, ervas, pastagem), subterrâneo (raízes, sobo 
solo)e de copa (parte aérea das árvores) 
Gabarito: Certo 
 
30. (CESPE - 2010 - BASA - ENG. FLORESTAL) Um incêndio florestal 
pode ser dividido em cabeça ou frente, base ou cauda e lados ou flancos. 
A cabeça é a parte que avança mais rapidamente, mas queima com 
intensidade intermediária; a cauda, situada em posição oposta à cabeça, 
queima com menor intensidade; e os flancos queimam com maior 
intensidade. Em uma operação de combate direto, os brigadistas devem 
atuar nos flancos, para maior segurança. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
Comentário: A cabeça ou frente é a parte que avança mais rapidamente 
e segue a direção do vento queimando com maior intensidade; a cauda ou 
base se propaga em direção oposta à cabeça, contra o vento, lentamente, 
e às vezes, se extingue; os flancos se propagam perpendicularmente à 
cabeça do incêndio ligando está à cauda, geralmente avançam com 
lentidão e nestes casos, constituem o melhor ponto para se iniciar o 
combate ao incêndio. 
Gabarito: Errado 
 
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46 
 
6. Combate 
 
Os incêndios extinguem-se utilizando um ou mais dos seguintes 
processos: 
 
• dispersão ou separação dos materiais que estão a arder ou 
combustível; 
• abafamento ou redução do oxigênio que é necessário para a 
combustão; 
• arrefecimento ou diminuição da temperatura para valores inferiores 
aos de combustão; 
• inibição ou ação que impede a formação da chama. 
 
O combate pode ser dividido em fases: 
 
Fase 1: A fase de Detecção se inicia com o conhecimento da 
existência do foco e a pronta mobilização da brigada. 
 
Fase 2: Após, vem a fase do Reconhecimento, na qual são 
reunidos dados sobre o local do incêndio, avaliação dos possíveis 
problemas e as facilidades locais (fontes de água, acessos rodoviários, 
caminhos, trilhas, etc.) para a definição do método de combate. 
 
Fase 3: Por fim, Planifica-se a ação de combate, ou seja, a 
modalidade definitiva de organização e uso dos recursos disponíveis e a 
oportunidade de aplicação para extinguir o incêndio. 
 
Planejado o combate, segue-se para o ataque inicial ou primeiro 
ataque. Essa fase também é conhecida com o termo “Impedir o avanço 
da frente principal do incêndio”O normal e lógico é tratar, em primeiro 
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47 
 
lugar, de deter a frente de avanço que represente os maiores problemas 
(cabeça do incêndio). 
Passado o primeiro ataque, segue-se a fase de controle. Consiste 
essencialmente, em, uma vez detida a frente principal, circunscrever todo 
o setor do incêndio dentro de uma linha de controle ou perímetro de 
segurança, com o fim de evitar a propagação para além dos limites 
definidos pela linha de controle. 
A linha de controle ou defesa pode ser instalada de acordo com 
especificações variadas, por meio de diferentes métodos e empregando 
recursos diversos. Tudo isso dependerá das condições do lugar, 
comportamento do incêndio, quantidade e preparação do pessoal e 
equipamentos disponíveis. Dependendo do tipo e intensidade do incêndio, 
a linha de controle pode não ser necessária, preferindo-se o combate 
direto aos focos. 
 
 
IMPORTANTE 
As linhas de defesa, são faixas desprovidas de vegetação, com uma 
raspagem dos materiais até o solo mineral, de uma largura de 0,40 a 1,00 
m, e que se constroem ou instalam durante o combate. Deve-se 
assinalar que assim como os aceiros se baseia na remoção do 
combustível, isto é, na quebra de continuidades da vegetação. 
Dependendo das circunstâncias e meios disponíveis, as linhas também 
podem instalar-se com base na aplicação de água, produtos químicos ou 
simplesmente cobrindo o terreno com terra. Portanto, a abertura de 
linhas de defesa é uma atividade de combate. 
 
 
Controlado o incêndio, a próxima fase do combate é a extinção ou 
rescaldo, que é a eliminação dos focos ardentes que permanecem dentro 
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48 
 
do setor afetado pelo incêndio, de maneira que se possa apagar 
completamente as chamas ou as brasas ainda existentes e evitar que o 
fogo reacenda e se propague para a vegetação não queimada. 
As etapas finais são a de vigilância da área queimada 
(patrulhamento) e desmobilização da equipe de combate. 
Os métodos de combate a um incêndio florestal podem ser 
divididos em 4 métodos básicos: Direto, Paralelo, Indireto, e Aéreo. 
 
Método Direto: Este método consiste no corte imediato da 
propagação do fogo. É um método utilizado quando intensidade do fogo 
e/ou da fumaça permite uma aproximação suficiente dos 
combatentes diretamente à frente do fogo. Neste método 
normalmente são empregados as seguintes técnicas e materiais: água e 
retardantes, com o uso de baldes, mochilas costais, moto-bombas, com o 
uso linhas de mangueiras, se o local permitir; terra com o uso de 
enxadas, pás; batidas utilizando abafadores e até mesmo ramos de 
árvores. 
A vantagem desse método reside em cortar de imediato a 
propagação do fogo, porque o controle é feito na própria frente do avanço 
do incêndio e evita o uso do fogo, minimizando a área que será queimada. 
As desvantagens residem em que o método não pode ser aplicado 
quando a intensidade calórica é muito alta ou quando a fumaça torna o 
trabalho muito difícil na margem das chamas. 
 
Método Paralelo: Consiste em construir a linha a uma distância 
variável da margem das chamas (em geral, superior a três metros) em 
forma paralela ao avanço, especialmente nos flancos, de maneira a ir 
reduzindo o comprimento da cabeça em forma de cunha. A construção da 
linha pode ser acompanhada com a aplicação de fogo para eliminar o 
material que fica intercalado com a frente do incêndio, aumentando a 
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49 
 
faixa desprovida de combustível, detendo o avanço do fogo e 
possibilitando o ataque direto. 
Estes método, às vezes, é confundido com o método indireto, 
porém ao contrário deste não se baseia na utilização do contra-fogo. 
 
Método Indireto: este método deve ser utilizado em incêndios 
florestais em que a intensidade do fogo é muito grande e a aproximação 
dos combatentes se torne impossível.O combate pode ser realizado de 
duas formas: por meio da remoção do material combustível ou pelo uso 
da técnica do contra-fogo. O primeiro consiste na remoção do material 
combustível através da construção de um aceiro, provocando uma 
descontinuidade do combustível a frente do incêndio impedindo que o 
mesmo avance. O segundo trata-se da utilização de um aceiro largo na 
frente do fogo e a partir disto, usar uma linha de fogo que se propague 
em direção à frente do incêndio, para que ao encontro das duas frentes, o 
fogo seja eliminado. 
Método Aéreo: Este tipo de combate é efetuado em áreas ou 
locais de difícil acesso pelo pessoal de combate aos incêndios. Este 
método é muito usado em incêndios de copa de grande intensidade, 
utilizando-se aviões e helicópteros adaptados ou construídos 
especialmente para debelar esses incêndios. 
 
Método Característica 
Direto Enfrentamento direto da equipe 
Paralelo Combate nos flancos 
Indireto Uso do contra-fogo 
Aéreo Locais de difícil acesso e grande intensidade 
 
Técnicas de redução de material combustível - a redução do material 
combustível pode ser altamente eficiente para se evitar a propagação dos 
incêndios. Uma das técnicas mais eficientes e baratas de se reduzir o 
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50 
 
combustível consiste na queima controlada, embora existam também 
métodos químicos e mecânicos. As técnicas de queimas controladas, de 
uso bastante restrito, mas que podem ser aplicadas perfeitamente 
também em queimas controladas em operações de combate, são as 
seguintes: 
(ATENÇÃO, AS BANCAS GOSTAM DE MISTURAR OS CONCEITOS!!) 
 Queima contra o vento - É a mais simplese segura técnica de 
queima, pois se desenvolve a temperaturas menores e com 
baixa velocidade de propagação. O fogo tem inicio ao longo de 
uma linha aceirada artificial ou naturalmente (estradas, 
córregos) e progride contra o vento; 
 Queima em faixas a favor do vento - Esta técnica consiste 
em se colocar várias linhas de fogo de tal forma que nenhuma 
linha individual desenvolva alta velocidade antes de encontrar 
uma outra linha ou um aceiro. A distância entre as faixas podem 
variar de 20 a 60 metros; 
 Queima de flanco - Esta técnica consiste em acender linhas de 
fogo paralelamente e em sentido contrário ao vento, de modo 
que o fogo se propague lateralmente; 
 Queima em Chevron “V” - Essa técnica surte bons resultados 
em áreas acidentadas. Deve-se partir sempre do topo para a 
base das montanhas e as linhas de fogo devem ser iniciadas de 
forma simultânea, de forma a prosseguirem montanha a baixo 
de forma radial; 
 Queima em manchas - O objetivo é iniciar vários pontos 
simultâneos, que vão se encontrando antes que se tornem 
muito grandes e se propaguem de forma intensa e violenta; 
 Queima central ou anel -Nessa técnica são colocados vários 
pontos de fogo de forma mais ou menos circulares. A coluna de 
convecção criada na região central não deixa o fogo se propagar 
com muita intensidade na direção dos limites externos da área. 
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51 
 
31. (CESPE - 2010 - BASA - ENG. FLORESTAL) Uma das técnicas de 
controle de incêndio florestal é a queima controlada em flanco, que 
consiste em iniciar incêndio em vários pontos simultâneos, que vão se 
encontrando antes que se tornem muito grandes e se propaguem de 
forma intensa e violenta. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
Comentário: A técnica de queima controlada em flanco consiste em 
acender linhas de fogo paralelamente e em sentido contrário ao vento, de 
modo que o fogo se propague lateralmente. A descrição da técnica 
abordada na questão refere-se a queima em manchas. 
Gabarito: Errado 
 
32. (CESPE - 2013 - MPU - ANALISTA/ENG. FLORESTAL) O método 
direto de combate a incêndio florestal consiste em construir a linha de 
fogo a uma distância variável da margem das chamas (em geral, superior 
a três metros) em forma paralela ao avanço, especialmente nos flancos, 
de maneira a reduzir o comprimento da cabeça em forma de cunha. 
( ) Certo 
( ) Errado 
Comentário: A definição corresponde ao método paralelo de combate. 
Gabarito: Errado 
 
33. (FCC - 2007 - MPU - ANALISTA/ENG. FLORESTAL) Para que 
tenha sucesso, um Plano Operativo de Combate a Incêndio Florestal deve 
conter: 
 a) mapa com as áreas de preservação permanentes. 
 b) definição de áreas com maior risco de ocorrer incêndios. 
 c) inventário florestal detalhado. 
 d) mapa contendo a ortofoto da região. 
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52 
 
 e) cadastro de trabalhadores voluntários. 
 
Comentários: O Plano Operativo de Prevenção e Combate aos Incêndios 
Florestais é um documento de ordem prática, que funciona como 
instrumento dinâmico para a gestão de recursos humanos e materiais e 
para o apoio às tomadas de decisão no desenvolvimento de ações 
específicas de prevenção e combate aos incêndios florestais. 
Ele é composto basicamente pela a) Caracterização da área, b) 
Estudo do quadro das ações de prevenção e combate na região; c) Estudo 
do histórico/combate de incêndios; d) Definição de áreas prioritárias/ 
maior risco de ocorrência de incêndios e e) Definição de objetivos do 
plano. 
Gabarito: Letra B 
 
 
7. Índices de Perigo de Incêndio 
 
O que é Perigo de Incêndio? 
Podemos dizer que perigo de incêndio é o potencial de danos 
pelo fogo. É um termo que expressa o resultado de fatores constantes e 
variáveis de perigo de incêndios, os quais afetam as chances de um 
incêndio começar, propagar-se e produzir danos. 
Os índices de perigo de incêndios são indicadores que apontam 
para a probabilidade de ocorrência de um incêndio, assim como para a 
facilidade de ele se propagar, com base nas condições atmosféricas do dia 
ou de uma sequência de dias. É, portanto, uma atividade de prevenção. 
A utilização de um índice de perigo confiável é fator fundamental 
para um planejamento mais eficiente das medidas de prevenção e para a 
adoção de ações rápidas e efetivas de combate aos incêndios florestais, 
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53 
 
visando a redução das perdas e, consequentemente, dos prejuízos 
financeiros advindos da ocorrência de eventos catastróficos. 
Os índices baseados em elementos meteorológicos podem ser não-
cumulativos, quando calculados baseados nas condições meteorológicas 
do dia e cumulativos que empregam algum método de acumular as 
condições meteorológicas de dias passados. 
 
Utilidades dos Índices de Perigo 
 Estabelecimento de Zonas de Risco; 
 Melhor planejamento das atividades de prevenção; 
 Definição da Estação de Incêndios; 
 Permissão para Queimas Controladas em períodos menos 
perigosos; 
 Previsão do comportamento do fogo visando a adoção de 
técnicas mais efetivas de combate; 
 Advertência pública do grau de perigo; 
 Restringir acesso à áreas risco; 
 Proibição do uso de fogo próximo à floresta em risco. 
 
 
 
No Brasil, até 1963 não se tinha notícia de nenhuma tabela ou equação de 
previsão do perigo de incêndios. Ao final daquele ano, devido ao grande 
incêndio ocorrido no Estado do Paraná, o Ministério da Agricultura, divulgou 
duas equações para estimativa do grau de perigo de incêndios, 
considerados os mais viáveis as condições climáticas e estruturais do país, 
os índices de Angstron e de Nesterov. Em 1972, Soares, utilizando dados 
da região central do Estado do Paraná, desenvolveu o primeiro índice de 
perigo de incêndio do país, a Formula de Monte Alegre. 
 
 
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54 
 
Principais Índices de Perigo utilizados no Brasil1 
 
 
 
 
Índice de Angstron (B) 
 
Desenvolvido na Suécia, baseia-se fundamentalmente na 
temperatura e na umidade relativa do ar, ambos medidos às 13:00h. É 
um índice não-cumulativa e sua expressão é a seguinte: 
 
𝐵 = 0,05𝐻 0,1(𝑇 − 27) 
 
 
onde: B= índice de Angstron 
 H = umidade relativa do ar em % 
 T = temperatura do ar em °C 
 
 
Sempre que o valor de B for menor que 2,5 haverá perigo de 
incêndios, isto é, as condições atmosféricas do dia estarão favoráveis à 
ocorrência de incêndios. 
 
 
1 Obs.: Há também o índice de Rodriguez e Moretti, desenvolvido para a região Andino-Patagônica. 
Variáveis: temperatura, umidade relativa, velocidade do vento e dias consecutivos sem precipitação. Não vi 
ainda questões de concursos cobrando ele. 
Angstron
Logarítmico de 
Telicyn
Nesterov
Fórmula de Monte 
Alegre
Principais 
Índices de Perigo
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55 
 
Índice Logarítmico de Telicyn 
 
Desenvolvido na Rússia, este índice tem como variáveis as 
temperatura do ar e do ponto de orvalho, ambas medidas às 13:00. É um 
índice cumulativo, isto é, seu valor aumenta gradativamente, como 
realmente acontece com as condições de perigo de incêndios, até que a 
ocorrência de uma chuva o reduza a zero, recomeçando novo ciclo de 
cálculos. 
 
𝐼 = log(𝑡𝑖 − 𝑟𝑖)
𝑛
𝑖=1
 
 
onde: 
I = índice de Telicyn 
t = temperatura do ar em °C 
r = temperatura do ponto de orvalho em °C 
log = logaritmo na base 10 
n = número de dias sem chuva 
 
Sempre que ocorrer uma precipitação igual ou superior a 2,5 mm, 
abandonar o somatório e recomeçar o cálculo no dia seguinte, ou quando 
a chuva cessar. 
Como o índice é acumulativo, a interpretação do grau de perigo é 
feita por meio dessa escala: 
 
Valor de I Grau de Perigo 
≤2 Nenhum 
2,1 a 3,5 Pequeno 
3,6 a 5,0 Médio 
> 5 Alto

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