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Os sonhos - José Laércio do Egito

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OS SONHOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JOSÉ LAÉRCIO DO EGITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
Sobre o Autor - JOSÉ LAERCIO DO EGITO 
 
Dr. José Laércio do Egito é médico, formado pela Universidade Federal de Pernambuco 
em 1.959, com formação em clínica geral e cirurgia, tendo posteriormente buscado outras formas de 
tratamento como Acupuntura e Homeopatia. Passou a transmitir seus conhecimentos nesta 
especialidade, sendo responsável pela divulgação e formação de muitos especialistas no Nordeste 
do Brasil. Praticamente quase todos os homeopatas atuais de Sergipe ao Amazonas Manaus foram 
seus discípulos. 
 
Publicou 4 livros de Homeopatia, sendo o Primeiro deles – “Contribuição para o Estudo 
da Teoria Miasmática” já na quarta edição no Brasil e com tradução na França, Alemanha e 
Inglaterra. Sua formação em Homeopatia feita na França e Argentina. Fundador da Sociedade de 
Homeopatia de Pernambuco, bem como o curso de especialização em Homeopatia em Pernambuco. 
Ministrou grande número de aulas em Manaus, Salvador, Fortaleza, Belo Horizonte e São Paulo. 
Homenageado em vários congressos, havendo sido Presidente de Honra do XVII Congresso 
Brasileiro de Homeopatia realizado em Natal, e do próximo a que ser realizado em Recife em 
2.010. 
 
Dr. Laércio desde a infância se sentiu atraído estudo do misticismo, sem, entretanto, 
nunca misturar conhecimentos científicos oficiais com as suas convicções filosóficas em torno do 
sentido da vida em todos os seus aspectos. 
 
Tem cerca de 50 livros escritos sobre misticismo e religiões comparadas, oito deles já 
foram publicados. São obras no campo místico, área dos questionamentos que o envolveram a parir 
dos três anos de idade. 
 
Nasceu no município de São Vicente Ferrer, interior de Pernambuco, em um sítio, 
entrando assim precocemente em contato com a Natureza, que por certo aguçou sua curiosidade 
sobre o sentido da vida, sobre o ser vivo e sua relação com a Energia Universal. 
 
Visitou vários países a estudo e como participante de congressos e ministrante de 
palestras. 
 
Durante sua vida pertenceu a mais de 60 doutrinas, entre as quais Maçonaria (Brasil e 
França), Rosacrucianismo, Pitagorismo, Cabala, Hermetismo, Celtismo, Xamanismo e Nagualismo. 
Estudou por 3 anos vivencias de grupo céltico autêntico da Bretanha. Atualmente continua ativo em 
três Ordens Iniciáticas e em uma Religião. 
 
O Dr. Laércio considera muito importante em sua vida aquilo que um Mestre o ensinou, 
e também uma curta, mas forte experiência mística vivida com nativos HOPI no Arizona, cujo 
Xamã o orientou em curto tempo, porém suficiente ao desenvolvimento de muitos conhecimentos 
que, somados ao que aprendeu em múltiplas doutrinas, vem transmitindo em seus livros, palestras, 
cursos, publicações e conferências e em um dos seus sites (Acesso 
www.joselaerciodoegito.com.br). 
 
Uma característica que é peculiar ao Laércio é que jamais comercializou seus 
ensinamentos. Atualmente, em vez de publicar livros prefere disponibilizá-los gratuitamente na 
Internet (disponibilizado na área de Downloads). 
 
Atualmente reside na cidade de Gravatá - Pernambuco - onde continua dirigindo grupos 
de estudos filosóficos especialmente direcionados ao estudo de Religiões Comparadas. 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
 
 
 
 
SONHOS ............................................................................................................................................. 4 
SONHO - FANTASIA OU REALIDADE? ........................................................................................ 7 
INTRODUÇÃO À NATUREZA DOS SONHOS ............................................................................ 10 
SONHOS PERCEPTIVOS ................................................................................................................ 14 
SONHOS BÍBLICOS ........................................................................................................................ 17 
SONHOS PROJETIVOS ................................................................................................................... 21 
TIPOS DE SONHOS PROJETIVOS ................................................................................................ 26 
SONHOS LÚCIDOS ......................................................................................................................... 29 
HIPÓTESES SOBRE O SONHAR ................................................................................................... 32 
INTERPRETAÇÃO DE SONHOS ................................................................................................... 34 
VISÃO HERMÉTICA DO SONHAR .............................................................................................. 37 
ENERGIA E SONHOS ..................................................................................................................... 40 
O PONTO FOCAL DA MENTE E OS SONHOS ............................................................................ 43 
O PONTO DE PERCEPÇÃO E O SONHAR ................................................................................... 46 
SONHO UM PORTAL PARA OUTROS MUNDOS ...................................................................... 48 
O SONHO E A CREAÇÃO DE MUNDOS ..................................................................................... 51 
MUNDO DOS SONHOS .................................................................................................................. 56 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 SONHOS 
 
“LEMBRE-SE: VOCÊ É DO TAMANHO 
DOS SEUS SONHOS”. 
ROBERTO SHINYGHASHI 
 
 2 0 0 6 - 3 3 5 9 
 
 
 
 
A não ser que a pessoa domine a Arte do Sonhar, não tem como saber se um sonho é a 
realidade do dia a dia ou não; somente quando ela volta ao estado de vigília é que pode fazer a 
identificação. Contudo, não tem muito significado se uma vivência se trata de um sonho ou não, 
pois, na verdade, todos os sonhos são vivências. Dizer que um sonho é ilusão não tem sentido, 
desde que este mundo que consideram real também é uma ilusão. Portanto, podemos indagar: que 
diferença faz? Na Verdade o nosso mundo habitual existe apenas como uma posição específica no - 
Consciência – “É”, a partir de onde a Mente saca as informações mediante e “monta” uma imagem 
perceptiva. O mesmo acontece com referência ao sonho, o que faz a diferença é o grau de fixação 
de cada um. 
Para entender melhor vamos usar uma metáfora. Considere um arquivo de programa de um 
computador. No ponto de registro não existe texto explicito algum assim como desenhos, planilhas, 
música etc.. Isso se considere como o “É” do computador. Embora não exista de forma explicita 
mesmo assim há um ponto no qual os registros estão presentes e donde podem ser acessados através 
de um toque do “mouse”. Este faz o papel de Mente, e o registro no HD o de Consciência. 
Para que se possa entender o mecanismo dos sonhos é preciso que antes seja entendido o 
papel da percepção, pois tanto o que se vivencia no estado de vigília, quanto em um sonho, em 
base, tratam-se de uma mesma coisa, a diferença, talvez, esteja no fator tempo de percepção. Como 
a pessoa passa muitas horas em vigília e poucas dormindo, e menos ainda sonhando, então as 
vivências do estado de vigília são aceitas como realidade enquanto aquelas oriundas deste estado 
não são levadas em consideração, mas se ocorresse o inverso, então, o sonho seria a realidade e este 
estado que chamamos de realidade seria um sonho. 
O mundo de uma pessoa existe onde se focalizam as suas percepções; quando desperto o 
mundo é o que ela vê, sente, detecta, e no sonho o plano de percepção é diferente, mas não o 
processo. Na verdade para o sonhador as imagens oníricas compõem um mundo tão real quanto 
aqueleque chamam de mundo habitual – mundo da pessoa desperta. Não se tratam de dois mundos, 
ou de um mundo real e outro ilusório; ambos são de uma mesma natureza – imagens holográficas. 
Vamos iniciar com um exemplo que muitas vezes temos usado para ilustrar o papel da mente 
e dá consciência. Consideramos como analogia a Mente se fosse um disco fonográfico no qual 
todas as expressões de existência estivessem gravadas nele. Por outro lado, a agulha (ou feixe de 
laser) como sendo a mente. Assim como a agulha capta uma pequena fração do disco, o mesmo 
acontece com a mente, ela (agulha) capta da Consciência, ou seja, uma fração mínima de tudo o que 
ali está registrado. Essa fração se constitui a percepção e o que é “extraído” tudo o que constitui o 
mundo do ser. Assim podemos dizer que existem miríades de mundos, talvez em número infinito. 
Qualquer um pode ser acessado dependendo do ponto em que a mente aborda a Consciência. Tal 
como a música do disco, a que está sendo num determinado momento sendo tocada corresponde ao 
T E M A 1. 7 1 6 
 
5 
 
ponto em que a agulha está tocando o disco. Mudando-se a posição da agulha outra musica passa a 
ser tocada. Na verdade ela não existe, mas é gerada a partir de informações contidas no disco. O 
mesmo acontece com referência à Mente e à Consciência. O ponto em que a mente aborda a 
Consciência dá origem a percepções que constituem o mundo. Este mundo que consideramos único 
não é mais que o resultado de uma captação feita pela mente a partir da consciência. Se ele for 
deslocado, o mínimo que seja, haverá consequentemente mudanças da percepção, e ocorrerá como 
conseqüência outra realidade passa a existir para a pessoa. 
A existência é a Consciência, fora dela Nada existe, portanto qualquer que seja o evento ele 
tem origem nela. É algo que é captado na consciência pela Mente, podemos dizer que a nossa 
realidade resulta da percepção obtida pela Mente a partir da Consciência. Deslocar esse ponto de 
focalização equivale a modificar. 1 
Pequenas oscilações da agulha deforma a música, porém se forem grandes pode surgir uma 
das outras musicas que estejam gravadas. Pequenos deslocamentos ocasionam pequenas 
modificações não suficientes para ser tocada outra música. O mesmo acontece com a percepção, se 
o ponto detectado apenas comportar discreta alteração de posicionamento, então o mundo é o 
mesmo, apenas apresentando certas nuanças diferenciativas. Isso é o que acontece quando a pessoa 
passa por muitas situações tais como, sustos, medos, ingestão de drogas, hipotermia, febre, etc. 
Nessas situações ocorre modificação do ponto de sintonia e o resultado são distintas alterações de 
percepções que geram ilusões, alucinações, distorções da realidade habitual. 
 O sonho tem tudo a ver com o deslocamento do ponto de focalização da Mente na 
Consciência. Na Consciência tudo está “registrado”, todas as possibilidades estão presentes 
independentemente de espaço e de tempo. O momento e o local atual para nós nada mais é do que 
um ponto focal captado pela mente no campo da Consciência. Por menor que seja um 
deslocamento desse ponto de percepção por certo a realidade será outra. Quando o deslocamento é 
mínimo as mudanças são igualmente mínimas, quando grande as mudanças podem ser 
inconcebíveis. 
No estado de vigília a área de percepção é muito fixa, só permitindo o fluir natural, aquilo 
que chamamos de passagem do tempo. Essa relativa fixidez é que permite o sentimento de aqui e 
agora, ou seja, do mundo tal como percebemos e pelo que nós consideramos real e mesmo único. 
Durante o sonho a fixidez do ponto atenua-se o que permite a ocorrência de deslocamentos e 
consequentemente de vivências. Desde que o ponto de sintonia saia de sua posição habitual ocorre a 
sintonia de outro ponto e a percepção do que ali estiver registrado. Isto é o que acontece no sonho 
comum, há um deslocamento não muito grande que permite distorções do padrão vivencial da 
pessoa, mas não ao ponto de representar um mundo totalmente distinto. Em síntese, podemos dizer 
que pequenas oscilações do ponto de abordagem da mente geram estados perceptivos distintos, 
entre eles o estado de sonho. Não se pode dizer que uma agulha que é deslocada no disco o que é 
reproduzido é aquilo que reproduz seja diferente daquilo que estava tocando antes, o novo trecho 
musical é tao real quanto aquele. O sonho é um deslocamento do ponto de percepção não muito 
distante do ponto original, mas ambas as percepções são similares, pelo que não se pode dizer o que 
é percebido no ponto A seja outra coisa, ou uma ilusão no tocante àquilo que é percebido num 
ponto B. Por tudo isso se pode afirmar que sonhar é perceber pontos distintos do “É”, ou seja, um 
afloramento de outros pontos de registro. 
 Não se pode dizer que aquilo que é produzido pela agulha ao se deslocar pela superfície do 
disco seja uma emissão de natureza diferente daquela que estava sendo emitida antes, o novo trecho 
musical é tao real quanto o anterior. O sonho é um deslocamento do ponto de percepção para não 
muito distante do ponto original, mas ambas as percepções são similares, pelo que não se pode dizer 
que aquilo que e percebido no ponto A seja outra coisa de uma natureza diferente, ou uma fantasia 
 
1 O Nagualismo (Carlos Castaneda) chama o ponto de percepção pelo nome de Ponto de Aglutinação, e 
corresponde ao que o Hermetismo chama de Ponto de Percepção ( Ponto em que a Mente aborda a Consciência). 
 
 
6 
 
no tocante àquilo que é percebido num ponto B. Por tudo isso se pode afirmar que sonhar é perceber 
em outro ponto, a abordagem de outro ponto da Consciência, mas não se trata de uma fantasia 
diferente dessa que consideramos nossa realidade. 
É importante saber que esse mundo, mesmo constituído de miríades de coisas consideradas 
concretas, não é mais do que uma percepção da mente, e que não há limite para a amplitude do 
deslocamento, tudo é uma questão de disponibilidade de energia. Um deslocamento pode acorrer 
para outras realidades, outros mundos e serem percebidos como realidades concretas. Eles existem, 
não fisicamente, mas potencialmente. Coisa alguma existe fisicamente, essa condição é mais uma 
daquela peças que a mente impõe. Por isso o Hermetismo diz que este Universo é Mental. Ele é 
gerado pela percepção mental a partir de uma matriz – Consciência – mas nada implica que 
inúmeros outros possam vir a existir objetivamente – condição mental. Eles não existem 
concretizados, mas como infinitas possibilidades quânticas. Á primeira vista pode parecer entender 
isso, mas é fácil se for tomado uma analogia. Existem os programas de redação em computadores, 
como, por exemplo o Word da Microsoft. Nenhum escrito está explicito nele, mas mesmo assim ele 
pode dar origem a um numero inconcebível de textos distintos. Quantos textos podem ser gerados 
por um único programa? – É impossível se ter uma respostas porque tende a infinito o numero de 
textos que podem ser gerados. Nesse exemplo a Consciência pode ser comparada com um programa 
gerador de textos para o qual não existem limites. 
 
Há muitas condições que podem gerar sonhos, mas sempre o processo é o mesmo, um 
deslocamento do ponto de percepção. Assim, um sonho pode ser referente ao passado, ou ao futuro. 
Uma faixa já tocada é acessada pela agulha, ou outra que ainda não o foi. Nisso reside a natureza 
dos chamados sonhos premonitórios. Na consciência tudo quanto existe está registrado, tudo pode 
ser repetido, ou previsto conforme o acesso que for feito. 
O que temos dito nesta palestra diz respeito a pequenos deslocamentos, mas isso não que 
dizer que deslocamentos muito pronunciados não possam ocorrer. Nesse caso o sonho pode ser 
muito mais concreto, muito mais pronunciado e envolver valores incomuns. Ele pode se referir à 
existências totalmente fora da faixa habitual. ( Na analogia feita: A música pode ser outra 
totalmente diferente da original). O que importa no processoé o deslocamento da percepção. Este 
mundo, mesmo constituído de miríades de coisas consideradas concretas não é mais do que uma 
percepção da mente, resultante daquilo que existe como informação no ponto focalizado. Outros 
mundos muito concretos existem. Não existem fisicamente, mas potencialmente, como algo que 
lembra um registro no HD de um computador. 
Da forma que mente gera este mundo, por ser o universo uma artifício da Mente (O Universo 
é Mental) ela pode gerar incontável número de outros ( Na verdade ela não gera e sim apenas 
percebe). 
O verdadeiro iniciado sabe como viajar nesses planos, ou seja, como viajar e vivenciar 
estando de vigília e também em estados chamados sonhos. Quando o processo é efetivado, o mais 
importante é que a pessoa pode se da conta de que está vivenciando, vivendo outras realidades, o 
que não acontece num sonho comum, aquele do dia-a-dia. Neste caso ele só tem ciência quando 
volta ao estado comum de vigília, mas, com certa prática a pessoa pode saber que está sonhando e 
até mesmo assumir o comando das situações como acontece no estado de vigília (No estado de 
atenção chamado por Dom Juan de Segunda Atenção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
SONHO - FANTASIA OU REALIDADE? 
 
“ ONDE VIVES? PERGUNTA O POSSÍVEL 
AO IMPOSSÍVEL. E ESSE RESPONDE: NOS 
SONHOS ...” 
RABINDRANATH TAGORE 
 
1 9 9 5 
 
TEMA 0.358 
 
 
 Quando a pessoa adormece, dizem algumas doutrinas, há um desligamento parcial do 
espírito com o corpo. Assim sendo, o espírito como que viaja para lugares distantes. Na realidade 
ele não viaja, o que ocorre é uma projeção mental para além do lugar e tempo onde está o corpo 
físico. 
 O ponto focal da consciência pode se manifestar em qualquer nível Cósmico. Via de regra 
ele se manifesta onde está o corpo físico, mas isso numa pessoa encarnada. Já dissemos na série de 
palestras sobre os corpos intermediários que a consciência se manifesta no derradeiro dos corpos 
intermediários. Numa pessoa encarnada ele se manifesta evidentemente ao nível do corpo físico 
dando até mesmo a impressão de que ela se situa no cérebro. Numa pessoa em que haja anulação do 
corpo físico ( por desencarne, anestesia, traumatismos com perda das percepções ) ela pode se 
manifestar num outro nível, num outro corpo astral. 
 Mas, não é somente nas condições citadas que a pessoa toma ciência dos afloramentos da 
consciência em outros níveis. Muitas vezes uma projeção desse tipo ocorre espontaneamente. 
 Tornar-se ciente num ponto afastado é necessário que a pessoa altere a sua vibração. 
Existem alguns métodos que possibilitam isso e que são ensinadas por algumas doutrinas. 
 Carlos Castañeda menciona com freqüência os ensinamentos de Dom Juan referentes às 
condições que o “feiticeiro” atinge estados modificados de percepção através de deslocamentos 
daquilo que ele chama de Ponto de Aglutinação. Diz que é pelo deslocamento daquele ponto que os 
diversos níveis de consciência se manifestam. Isto é verdade e veremos alguns detalhes que 
julgamos importantes no desenvolvimento espiritual. 
 Primeiramente queremos lembrar que em nível orgânico, em nível corporal, existe no 
cérebro um ponto correspondente á qualquer função. Tudo tem o seu lugar representativo no 
cérebro. Se, por exemplo, for estimulado o ponto da visão a pessoa terá sensação de luz, de cor e 
assim por diante. Também a acupuntura e reflexologia afirmam que no nariz, nas orelhas e nas 
plantas dos pés estão representados todos os pontos do corpo e que se um daqueles pontos for 
estimulado haverá uma resposta correspondente à função inerente a ele. Algo semelhante acontece 
com relação ao corpo bioplasmático, há um ponto energético representativo de cada nível de 
consciência. Assim sendo, atuando-se sobre o ponto energético (ponto de convergência) obtém-se 
um determinado estado de consciência. Portanto, deslocando-se o ponto energético (ponto de 
aglutinação citado por Carlos Castañeda ) o nível de consciência aflora num outro nível.2 
 “Assim como é em cima é embaixo”, portanto todas as coisas que existem num nível 
existem em a sua representação nos demais níveis. Como na Consciência está registrado tudo 
quanto há, então por uma abordagem mental é possível efetivar qualquer percepção, que dia 
 
2 Temos evidenciado que a compreensão sobre o ponto de aglutinação citado seguidamente por Carlos Castañeda tem sido de difícil compreensão 
para muitos leitores daquele autor. Na realidade o ponto de aglutinação é um ponto de confluência, situado no corpo energético, dos distintos níveis 
de energia psíquica inerente aos estados de consciência da pessoa. 
 
8 
 
respeito até mesmo a um mundo. Coisa alguma fica fora da Consciência, ela é o tudo, um infinito e 
como tal coisa alguma pode ficar de fora. Em resumo, na Consciência pontos representativos de 
todo o universo em todos os planos, vivenciá-los é apenas uma questão de sintonia mental. 
 Estimulando-se ( o que eqüivale a fazer mudar de lugar ) o ponto energético correspondente 
aos níveis de consciência é possível se projetar a consciência para N níveis. Na realidade o que varia 
são os métodos de como agir sobre ponto energético segundo o que se pretende obter. 
 Experiências fisiológicas mostram que estímulo exercido sobre pontos cerebrais obtém-se 
inúmeras respostas psíquicas e sensoriais. Por exemplo, se um determinado ponto do cérebro for 
estimulado mecanicamente a pessoa pode ter sensação tão real que é incapaz de perceber ser aquilo 
algo não real provocado por um estímulo mecânico. Por esse tipo de experiência é possível a 
pessoa sentir odores, perceber formas, cores, sensações auditivas e mesmo estados se cólera e de 
tranqüilidade, sensações eróticas, etc. 
 Se, por exemplo, for estimulado um ponto correspondente a um odor a pessoa sentirá aquele 
odor de forma não fácil de concluir ser ele provocado por algo real ou simplesmente ser resultante 
de um estímulo mecânico cerebral. Agora vale outro ensinamento. Se aquele ponto em vez de ser 
levemente estimulado o for com intensidade está sujeito a ocorrer um dano com resultado 
definitivo, algo que passa a agir de forma perene e assim a pessoa jamais deixaria de sentir aquele 
odor. Isto é valido para qualquer outro tipo de sensação. 
 O que descrevemos sucintamente sobre estímulos presta-se bem para o entendimento do 
que ocorre com referência ao ponto energético. Ao ser estimulado o ponto de convergência (= ponto 
de aglutinação) a pessoa vivencia outra realidade, quer em espaço, quer em tempo. Na realidade não 
é um deslocamento do ponto energético. Uma pessoa que tenha a capacidade de perceber o corpo 
energético vê aquele ponto de confluência nas diferentes situações. Vê que ele como que muda de 
posição dentro do campo energético. Na realidade ele não muda de lugar, na realidade podemos 
dizer que isso é só aparente, há deslocamento real do ponto de convergência energética e sim níveis 
de vibrações que dão uma sensação, pois o que se percebe realmente é a alteração vibratória. Um 
nível vibratório corresponde a um estado de consciência, uma vibração diferente corresponde a 
outra realidade e assim sucessivamente. No nível em que o ponto energético estiver vibrando ali 
está a consciência da pessoa. 
 Não é raro ter-se percepções de outros níveis de consciência e de registros de memória. Isto 
em dado momento aflora parcialmente durante o sono e no estado de virgília é assinalado como um 
sonho.. 
 Acontece que os sonhos não são claros exatamente porque as percepções ocorridas durante 
o sono são conscientizadas fragmentariamente, afloram segmentos de percepções de situações 
diferentes misturados, e mais porque os elementos constitutivos da mente (associação, imaginação, 
etc.) entram em ação e assim mascaram a percepção obtida no sonho. Esta é uma das razões pelasquais os sonhos são alheios aos princípios que regem o pensamento lógico. Via de regra eles 
violentam a lógica, a começar pela relação espaço tempo. Estas duas condições têm conotação 
totalmente diversa daquelas que ocorrem no estado de vigília. O que uma pessoa considera ilógico 
existe se fosse uma nada não se apresentaria como algo, assim podemos dizer que o ilógico também 
faz parte do registro geral – Consciência – e por isso pode ser acessado. Uma conseqüência disso é 
que aquilo que é lógico ou ilógico não são mais do que pontos de registros na consciência. Resulta 
que a lógica é algo próprio de cada posicionamento. 
Mas, não são apenas “viagens” que participam na elaboração dos sonhos. Quando uma 
pessoa adormece, ela praticamente está no mundo astral e todas as condições que já estudamos a 
respeito do astral se tornam presentes. Aquelas situações são rememoradas quando a pessoa volta ao 
estado de virgília e então tem a sensação de haver tido um sonho. Assim uma pessoa através do 
estado de sono pode ter acesso a diferentes níveis astrais que ela se dá conta como se fosse sonho. 
 
9 
 
 Num estado de sonho a pessoa pode ter acesso a níveis com escala espaço / tempo 
totalmente diversa e assim em certas condições pode ter acesso aos registros do tempo e colher 
eventos ainda por acontecerem no mundo objetivo. Neste caso são os sonhos premonitórios. 
 Por meio dos sonhos premonitórios é que muitas profecias são feitas. O futuro já está 
registrado no tempo, ou como preferem chamar os orientais, nos registros akásicos, ou o 
Hermetismo registro da Consciência. Aqueles registros podem ser consultados e assim sendo uma 
consulta aos registros do tempo – consciência – pode aflorar parcialmente constituindo exatamente 
um sonho. 
 No estado de sonho a mente de uma pessoa adormecida comporta-se num nível abaixo 
daquele que ocorre no estado de virgília, muito embora as experiências que ocorrem num sonho 
sejam muito mais elásticas desde que no estado de virgília há um enorme condicionamento físico da 
mente exercendo uma filtragem, enquanto que no estado onírico a barreia imposta pelo corpo físico 
é muito menor, por isso a clareza de consciência é menor do que no estado de vigília. 
 Concluímos afirmando que sonho não é uma quimera, e sim uma realidade tal qual aquilo 
que se vivencia em estado de vigília. O estado onírico se for considerado uma ilusão, o mesmo 
acontece com o estado de vigília, afinal o Universo é Mental. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
INTRODUÇÃO À NATUREZA DOS SONHOS 
 
“ NEM SEMPRE ESTÁ DORMINDO 
QUEM TEM OS OLHOS FECHADOS”. 
 1 9 9 5 
 
T E M A 0.3 
5 6 
 
 
 
 Em todas as épocas o sonhar exerceu grande influência sobre as pessoas. Para uns, é algo 
sem significação, para outros é algo tão importante que muitos sonhos foram tidos como mensagens 
dos deuses. 
 Na Bíblia há muitas citações a respeito de sonhos, muitos profetas receberam mensagens 
das divindades através deles. Há muitas referências aos anúncios feitos em sonhos pelos anjos 
anunciadores, assim aconteceu com o nascimento de Salomão e de Jesus. 
 Teriam os sonhos importância real? - Certamente, pois na Bíblia está escrito: Quando os 
tempos forem chegados, as crianças terão visões e os velhos terão sonhos. 
 A fisiologia até o momento não pode explicar o que na realidade são os sonhos, apenas ela 
consegue detectar quando uma pessoa está sonhando e alguns mecanismos cerebrais inerentes ao 
processo, mas de forma alguma o que ele é em essência, contudo através da metafísica no campo do 
Unismo isso se torna de fácil compreensão. 
 Sendo algo muito enigmático, é muito elevado o número de tentativas de explicá-los, 
chegando mesmo a existir uma mística inerente aos sonhos. A arte divinatória tem nos sonhos um 
dos seus principais suportes operacionais. 
 Sempre houve os que tentaram interpretar os sonhos. Na Grécia antiga as pitonisas previam 
o futuro e adivinhavam os acontecimentos pelos sonhos, tal como faziam também os antigos 
sacerdotes da Pérsia. 
 Para os Cristãos e Judeus e o mais conhecido de todos os sonhos é aquele que José, filho de 
Jacó interpretou para um Faraó do Egito. Aquele sonho do Faraó constitui um dos tipos básicos e 
classificados como Sonho Profético. 
 Na psicanálise o sonho tem um papel muito importante haja vista o que disse Freud: “O 
sonho é na vida real o que conduz ao conhecimento do inconsciente”. 
 Os sonhos sempre foram envoltos por uma auréola de mistério, exatamente, não apenas 
porque representam um estado de consciência totalmente discrepante do estado de virgília, pois que, 
via de regra, são alheios aos princípios que regem o pensamento lógico. São condições que ocorrem 
como que fora do espaço-tempo comum. Na realidade é assim, somente a mente objetiva tem essa 
conotação de tempo, que vivenciamos no dia-a-dia, mas podemos afirmar que em outros níveis de 
consciência se tem uma sensação temporal característica. 
 Conforme o plano de consciência em que se esteja a sensação de fluir do tempo vai desde o 
patamar típico do dia a dia comum até um patamar em que se torna zero ao nível do NADA. Por 
isso é que durante o sono a pessoa perde a noção de tempo físico, a noção de cronologia. Sonham-
 
11 
 
se alguns segundos e tem-se a impressão de uma vivência correspondente a horas ou mesmo dias e 
meses do estado de vigília. Por outro lado, também cada ponto do “disco da consciência tem escala 
temporal própria. Isto é o tampo linear é função do ponto de aglutinação – ponto de detecção da 
Mente sobre a Consciência. 
 Diz a medicina que o sonho é indispensável à saúde mental. Se privar uma pessoa do sonho 
por certo a sua mente entra em falência. 
 Poucos sabem que existem distintos tipos de sonhos como veremos: 
 
• SONHOS DE TENSÕES 
• SONHOS PROFÉTICOS 
• SONHOS POR PERCEPÇÕES DO ESPÍRITO 
• SONHOS POR PROJEÇÕES ASTRAIS. 
• SONHOS POR VIVÊNCIA DE OUTRAS REALIDADES (MUNDOS). 
 
 Nesta palestra veremos dois dos cinco principais tipos de sonhos. 
 
SONHOS DE TENSÕES: 
 
 A psicanálise admite que seja através dos sonhos que ocorre um extravasamento das tensões 
internas. Freud disse que no sonho a mente fica liberta da auto-sensura, e assim se dá vazão aos 
impulsos sem as contenções impostas pelo formalismo da vida. 
 As preocupações geram tensões que fazem com que a mente cerebral torne-se muito ativa 
durante o sono. Assim, parte daquela atividade psíquica que ocorre durante o sono aflora em parte 
ao nível da consciência de virgília sob a forma de sonho. Via de regra, este tipo de sonho é algo 
confuso, incompleto e incoerente. Isso ocorre porque apenas parte daquela atividade é rememorada, 
além do mais como ele é formado a partir de fragmentos de várias situações diferentes estruturando 
um contexto muitas vezes sem segmento lógico algum. Portanto, o principal motivo do aspecto 
confuso apresentado pelos sonhos resulta da ação de filtro exercido pela auto-sensura que apenas 
deixa aflorar no estado de virgília apenas parte daquela atividade. 
Somente aquilo que não envolve um grande conflito para a consciência moral é que aflora, o mais 
fica totalmente bloqueado a nível de subconsciente. O filtro da censura, mesmo com a pessoa fora 
do estado de virgulais, somente deixa passar fragmentos esparsos do contexto, por isso é que os 
sonhos geralmente são confusos. 
 Indubitavelmente um dos tipos de sonho é este: sonho de extravasamento da tensões. Ele 
nada mais é do que um afloramento de condições que no estado de vigia é contido pela censura 
pessoal. 
 A dificuldade de muitos analistas é o não admitir que existam outras razoes, outros 
processos que se manifestam como sonho. É o querer que tudo seja tão somente um 
extravasamento do conteúdo inconsciente da pessoa. Nisso praticamente é que se baseiam algumas 
linhas de psicanálise. A psicanálise estabelece comonorma de tratamento a utilização dos sonhos 
no sentido de tornar a pessoa consciente daquilo que está reprimido dentro dela. Dormindo a auto-
sensura rompe-se em parte deixando aflorar o problema como sonho aquilo que estava reprimido 
em níveis profundos da mente cerebral e que era a causa de algum distúrbio somático ou de 
conduta. 
 Por isso para Freud o sonho seria uma tentativa da mente de realizar um desejo que no 
estado de vigília, ou está contido por uma série de fatores, especialmente pela censura. De forma 
alguma negamos isso, apenas queremos salientar que tal representa apenas um dos tipos possíveis 
de sonho. 
 
12 
 
 Neste grupo situa-se grande parte dos sonhos eróticos. Para a psicanálise o sonho erótico 
nada mais representa do que o afloramento das repressões exercidas sob a sexualidade. As religiões 
sempre exerceram grande repressão à sexualidade por várias razões. Algumas delas estudamos na 
palestra A MÍSTICA MATRIMONIAL. Assim se estabelece a censura moral para impedir que a 
pessoa utilize-se da sexualidade de forma indiscriminada. Parece ser isso uma imposição 
prejudicial desde que ela pode ser fonte de distúrbios. Mas Queremos dizer que mais sério é a 
liberdade sem limites como veremos depois. Mas, por outro lado a sexualidade pode servir de 
mecanismo para sonhos projetivos. 
 Se a liberdade sexual por um lado diminuiria as tensões, por outro lado ela ocasiona 
seríssimos problemas para a pessoa, não apenas a nível social como especialmente a nível 
energético. 
 Na temática referente às repressões de natureza sexual deve ser considerado tudo aquilo 
que já ensinamos sobre a Energia Sutil. 
 Mas queremos dizer que nem sempre um sonho erótico representa um afloramento de uma 
repressão sexual, pois existe outro mecanismo que estudaremos numa palestra futura desta série e 
que é algo bem diferente e que está sujeito, a ser perigoso. 
 
SONHOS PROFÉTICOS: 
 
 Na Mente Cósmica – Consciência – tudo quanto há ou que possa vir a ser já existe e aquilo 
que chamamos mente individual nada mais é do que uma parcela daquela. Assim sendo na 
consciência já está o presente, o passado e o futuro. Por tal razão é possível em determinadas 
situações a pessoa ter acesso a um nível que ela pode ter ciência até mesmo daquilo que ainda não 
se manifestou cronologicamente no seu mundo. Esse tipo de acesso à mente atemporal é possível 
mesmo no estado de virgília, porém é mais comum durante o sono quando há o silencio do diálogo 
interno, quando há contenção do pensamento. 
 “ O pensamento é como um caçador ” disse o M. G. que está a todo tempo se movendo de um 
lugar para ouro, permanentemente espreitando. No estado de virgília a pessoa permanentemente 
está com a mente em grande atividade sob a forma de pensamentos. À cada segundo o pensamento 
muda de um lugar para outro, de uma coisa para outra, de uma circunstancia para outra. A pessoa 
tem um tagarelar interno permanente e isso constitui a primeira grande dificuldade ao acesso a 
níveis mais elevados de consciência. Durante o sono o diálogo interno é atenuado acentuadamente e 
assim torna-se mais fácil a pessoa ter acesso aos planos mais altos da sua natureza cósmica. 
 Abordando a Centelha Cósmica inerente à cada pessoa é possível se ter acesso ao futuro e 
isso pode aflorar como um sonho. Aquilo que consideram realidade habitual é apenas um dos 
incontáveis posicionamentos – registros – de afloramento daquilo que existe na Consciência. Na 
realidade quando tal acontece trata-se de uma visão além do tempo cronológico. Tudo já existe na 
consciência, por isso é bastante uma consulta aos registros da consciência para que ocorra é 
provável a antevisão do futuro. A abordagem de distintos pontos da Consciência é mais fácil de 
ocorrer em estado onírico do que no de vigília. 
 Quando a pessoa tem acesso aos registros do tempo, que é parte de sua própria natureza, 
durante o sono ela ao acordar, ao voltar ao estado de virgília tem uma sensação exata de haver tido 
um simples sonho. 
 A mente tem um escudo protetor natural que protege a pessoa contra grandes perigos 
inerentes aos sonhos como estudaremos em outra palestra. Esse perigo diz respeito à identificação 
que pode ocorrer não apenas no estado de virgília como também no sonho. No estado de virgília a 
pessoa vive sem consciência de si, vive quase todo tempo identificado com as tensões, com aquilo 
que lhe chega pelos canais dos sentidos. Praticamente só em poucos momentos a pessoa está 
consciente de si. Durante o sonho ocorre exatamente o contrário, a pessoa mesmo que normalmente 
não esteja consciente de si mesmo assim ela assiste a coisa como um espectador. 
 
13 
 
 Durante séculos o homem se recusou a aceitar o sonho como coisa de sua autoria. Ao 
sonhar a pessoa tem a impressão dele ser apenas um espectador de seu próprio sonho, e só rara e 
vagamente ela percebe como se fosse uma produção pessoal, algo à semelhança de um filme em 
que ele é um espectador. Mesmo que ele seja um dos personagens naquele episódio do sonho 
mesmo assim ele sente-se como se fosse um mero espectador. 
 Em tema futuro veremos uma situação muito séria exatamente quando em vez de for um 
espectador a pessoa se identifica com o próprio sonho. Quando isso ocorre podemos afirmar, por 
razoes que estudaremos numa próxima palestra, existe uma situação real de perigo. Para a 
psicanálise o sonho é uma produção da pessoa embora a sensação de quem sonhou do sonhador seja 
o oposto disso. Ele tem a sensação de haver sido algo que ele apenas assistiu, mesmo que haja sido 
um dos personagens. 
 Outro ponto que merece consideração diz respeito à linguagem dos sonhos. Em uma 
palestra anterior em que tratamos de outros mundos dissemos que a linguagem de comunicação 
entre o mundo físico e o mundo hiperfísico se processa tem como expressão a linguagem simbólica. 
São os símbolos que servem de linguagem entre diferentes mundos. Assim, o conteúdo onírico tem 
grande percentual de símbolos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
SONHOS PERCEPTIVOS 
 
“ OS SONHOS ENQUANTO DURAM 
SÃO UMA VERDADE ”. 
ALFRED TENNYSON. 
 1 9 9 5 
 
T EM A 0.359 
 
 
 
Quando a pessoa adormece há uma atenuação da ligação entre o espirito e o corpo. Assim 
sendo o espírito como que viaja para lugares distantes. Na realidade ele não faz viagem alguma, o 
que ocorre é um afloramento da consciência para além do lugar onde está o corpo físico. Há 
projeção da consciência, mas não num nível tão intenso que ela se projete num outra dimensão, 
num outro plano, ou mundo. 
Sendo assim é como se fosse uma viagem na própria terra. 
 Em tal situação o espirito visita lugares e torna-se ciente de um mundo de coisas. Quando a 
pessoa desperta tem lhe afloram as lembranças de tudo o que percebeu. É claro que a lembrança é 
incompleta, ele recorda fragmentariamente e muitas vezes um fragmento de uma “viagem” se une 
ao de uma outra tornando o sonho um tanto incoerente. 
 Dissemos que o espirito viaja quando a pessoa está dormindo, na realidade não é bem uma 
viagem física e nem um deslocamento físico. Na realidade é um afloramento da consciência em 
outros níveis, mas sempre dentro do plano terreno. Há um afloramento nesse mesmo mundo porque 
e não em outro como acontece no quarto tipo de sonhos. Como veremos na próxima palestra, a 
consciência pode aflorar num nível de consciência alem do mundo em que estamos, isto é, num 
outro mundo com uma realidade totalmente diferente desta que Vivenciamos na matéria densa, ou 
seja, o afloramento pode ser numa outra oitava, numa árvore da vida diferente da nossa. 
 Agora faremos algumas observações quanto a algo de real importância que é o ponto de 
convergência energética. Na próxima palestra nos aprofundaremos mais no estudo desse item, mas 
anteciparemos um pouco afim de que esta palestrapossa ser mais bem compreendida. 
 O ponto de convergência energética – Ponto de Sintonia da Mente sobre a Consciência) – é 
aquele representativo do nível de consciência do ser. Na realidade não se pode falar de uma 
representação espacial mesmo que de natureza energética. Será melhor dizer que é um ponto 
energético apenas. Mas quando percebido é como se houvesse uma área energizada em torno da 
pessoa e dento dela presente um ponto de concentração de grande intensidade energética. 
 Quando uma pessoa habilitada observa o corpo energético percebe alguns vórtices de 
energia. Existem 7 vórtices que são os denominados chacras. São pontos que poderíamos 
analiticamente chamados de “plugs”, pontos por onde a energia penetra ou sai do corpo. Também é 
possível serem visualizados outros 7 vórtices que são os centros psíquicos. Há correspondência 
entre cada um destes pontos um determinado órgão físico. Analogicamente podemos compará-los a 
“antenas”, pontos em que não é energia em si, mas por onde através da energia as mensagens 
adentam o corpo. 
 Mas além desses l4 pontos, existe mais um que poucas pessoas percebem sendo por isso 
pouco citado. Trata-se de um de um ponto para onde há uma convergência das forças inerentes aos 
14 vórtices. É um ponto bem menos conhecido que os chacras e centros psíquicos embora tenham 
importância maior que qualquer um dos l4 existentes. 
 
15 
 
 Todos os l4 pontos convergem para um ponto energético único. Numa visão espacial 
daquele ponto pode-se o percebes com diferente grau de intensidade energética assim como a 
ocorrência de mudanças de posição. 
 O “lugar” do corpo energético em que o ponto de convergência se situa depende da natureza 
vibratória dos l4 canais. ( chacras e centros psíquicos.) De conformidade com o grau e o nível de 
consciência da pessoa ele pode estar num ponto ou noutro. 
 É a partir do ponto de convergência que se estabelece o comando de todo o organismo, 
incluindo, por absurdo que possa parecer, o plano de existência do ser. O viver no plano denso, na 
terra, é função de um comando que surge a partir do ponto de convergência. O que parte dali é que 
através dos corpos intermediários funciona como modelo organizador biológico. Dali provém o 
estado de consciência e o comando de toda a estrutura orgânica. 
 Qualquer modificação que ocorra no ponto de convergência resulta em algum tipo de 
alteração sobre o corpo denso e vice-versa. Disto resulta que através de praticas mistificas podem 
ocorrer manipulações do ponto de convergência havendo como resultado uma gama imensa de 
conseqüências. 
 Muitas praticas existem que permitem quer sejam alterações na intensidade, quer alterações 
na aparente localização espacial do ponto de convergência. Na realidade tudo isso nada significa do 
que alterações no nível de vibração pessoal. Tudo o que modifique a resultante vibratória de uma 
pessoa por certo altera também a localização do ponto de convergência e isso determina reflexos 
imensos sobre o organismo. 
 Num sonho perceptivo é possível se visualizar quando ocorre alguma alteração na 
intensidade do ponto de convergência e também quando há algum deslocamento (voltamos a insistir 
que não há realmente um deslocamento real e sim uma exteriorização superficial que parece ser um 
deslocamento. Isto na essência, no sentido prático, não faz diferença alguma, por isso pode-se 
aceitar como deslocamento). 
 Num sonho perceptivo se for visualizado o ponto de convergência ver-se-á a ocorrência 
somente de pequenos deslocamentos. Nisto difere dos sonhos projetivos (estudados na palestra 
seguinte) em que o deslocamento é acentuado. Em decorrência do deslocamento pequeno, as 
modificações do ponto de afloramento da consciência situa-se dentro do nosso plano existencial, 
portanto é como se apenas houvesse ocorrido simplesmente uma “viagem” da qual a pessoa ao 
acordar tem recordações parciais. 
 Quando há deslocamento para planos astrais geralmente é alcançado apenas o mundo astral 
mais próximo do plano material. 
 Nesse nível de sonho, ou seja, nesse nível de afloramento da consciência, a pessoa pode 
perceber coisas, assistir, participar de eventos, auxiliar, aprender e ensinar. Muitos conhecimentos 
apresentados por pessoas, até mesmo descobertas científicas ocorrem por esse canal. 
 Pelo que dissemos antes sim é que a Bíblia refere: 
 
 “Deus fala uma vez, e segunda vez não repete uma mesma coisas. Por sonho 
de visão noturna, quando cai sopor sobre os homens, e estão dormindo no seu 
leito, então abre os ouvidos os homens, e admoestando-os lhe adverte o que 
devem fazer”. Bíblia, Jó, 33-14. 
 
O que vamos revelar agora tem muito significado. Um estado de sonho pode ocorrer 
espontaneamente, automaticamente, ou pode ser induzido mediante determinadas práticas. Portanto 
a própria pessoa pode induzir os seus próprios sonhos e deles tirar proveitos. Mas, por assim agir 
ela está sujeita a também ter sérios prejuízos espirituais. 
 
16 
 
 O trabalho desenvolvido pelos adeptos da projeciologia ocorre nessa área. Basicamente eles 
se projetam acordados, mas pode ocorrer também através dos sonhos, seria melhor dizer que 
recordados como sonho. 
 Mas, como toda moeda tem duas faces, ou seja, em decorrência da lei da polaridade, 
pessoas maldosas podem mesmo dormindo prejudicar outras pessoas e isso é possível de ser 
rememorado como um sonho. 
 
Não é raro uma pessoa sonhar e saber que aquilo tudo não passa de um sonho e assim até 
mesmo assim comandar, e se deslocar pela ação do querer. Mas, então esse tipo de sonho já está no 
limiar do quarto nível, que estudaremos na palestra seguinte, e que é perigoso porque está sujeito a 
ocorrência de situações sobre as quais é possível a pessoa não ter controle, ou por incapacidade de 
conhecimentos ou por carência de sutil. 
 
 Um dos problemas mais simples que ocorrem quando desses sonhos, com ciência de que se 
está sonhando, é a possibilidade de sugestionar outras pessoas. Na história da humanidade existiram 
pessoas altamente habilitadas para usarem esse tipo de sonhos visando à consecução de seus 
propósitos pessoais. Conhecem-se pessoas que usam isso como uma forma de magia para 
condicionar paixões e coisas assim; para induzirem pessoas a fazerem determinados negócios; para 
conquistas amorosas e muito mais. 
 
 Por existir tal possibilidade é preferível que a pessoa simplesmente deixe o sonho evoluir 
naturalmente e evitar tomar decisões, pois todo prejuízo que possa causar, todos os transtornos que 
possa motivar, mesmo ocorrendo numa situação que e a ela parece um mero sonho, por ter um 
reflexo na vida real, por certo ela terá que responder carmicamente. 
 
 Uma coisa que normalmente as pessoas menos afeitas aos conhecimentos místicos ignoram 
é que o mundo dos sonhos é tão real quanto este que Vivenciamos no estado de virgília. No mundo 
onírico o que parece irreal é este mundo que estamos. Quando uma pessoa sonha e sabe que está 
sonhando aquele mundo parece-lhe mais real que esse que vivenciamos quando no estado de 
virgília. 
 Quando uma pessoa sonha e sabe que está sonhando o seu nível de consciência é no mínimo 
o quarto, aquele correspondente ao estado de virgília. 
 
 Queremos salientar e dar maior ênfase ainda à afirmativa de que os sonhos podem ocasionar 
sérios transtornos e por isso a pessoa por certo será responsável por tudo o que determinar, mesmo 
no estado de sonho consciente. Assim deve-se adormecer sem pensamento preso em negatividades. 
O adormecer deve ser um momento um tanto sagrado, um momento de recolhimento e de prece 
verbalizada ou mentalizada. Não se deve brincar com os sonhos do terceiro e quarto nível porque a 
pessoa fica sujeita a sérios transtornos. Não é sem razão que está escrito na Bíblia: 
 
 “Porque os sonhos tem feito extraviar a muitos, que caíram, por terem posto 
neles a sua confiança”: Eclesiástico, 34-7. 
 
 
 
 
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SONHOS BÍBLICOS 
 
“ ONDE VIVES? PERGUNTA O POSSÍVEL 
AO IMPOSSÍVEL. E ESTE RESPONDE: NOS 
SONHOS DOS IMPOTENTES“ 
RABINDRANATH TAGORE. 
 
1 9 9 5 
 
T E M A 0.3 6 1 
 
 
 O que falamos a respeito de sonhos nas palestras anteriores pode parecer um amontoado de 
informações sem quaisquer sentidos, mas na verdade há um substancial embasamento tanto se 
forem analisados pelo prisma científico quanto religioso. Não é somente a psicanálise que tem 
grande parte da sua metodologia baseada na análise dos sonhos. 
 Os profetas e iniciados de muitas doutrinas basearam-se muitas vezes em sonhos. Nos livros 
sagrados o sonho é mencionado amiúde quer norteando os profetas, quer estabelecendo normas de 
conduta para o povo. 
 Como no mundo ocidental o livro sagrado básico é a Bíblia vamos por isso analisar as 
principais sonhos nela citados. 
 Os sonhos do tipo perceptivos são mencionados na Bíblia muitas vezes. Como dissemos 
numa palestra anterior o mais citado é que foi interpretado por José, filho de Jacó, sobre um sonho 
que tivera o Faraó sobre 7 vacas gordas e 7 vacas magras. José interpretou como sendo 7 anos de 
fartas colheitas seguidas de 7 anos de penúria que viria a ocorrer. 
 Aquele sonho do Faraó foi do tipo perceptivo. Por ele o rei estava recebendo um aviso de 
que viria a ocorrer 7 anos de fartura e 7 anos de penúria, simbolizados por 7 vacas gordas que eram 
devoradas por 7 vacas magras. Como podemos ver, tratava-se de um sonho de percepção de algo 
ainda por ocorrer, logo aquele sonho foi do tipo premonitório, profético. Como o sonho se 
manifestou através de uma linguagem simbólica o Faraó não o compreendeu pelo que necessitou 
de José para interpretá-lo. 
 No caso citado antes, José interpretou um sonho tido pelo Faraó, mas anos antes ele mesmo 
havia tido um sonho profético que contou para seus irmãos”·. 
 Parecia-me que atávamos no campo os feixe, e que o meu feixe como que se erguia, estava 
direito, e que os vossos feixes, estando em roda, se prostravam diante do meu feixe. 
 Neste sonho José anteviu o futuro através de um sonho que mostrava que ele chegaria uma 
posição de superioridade sobre os seus irmãos, que chegou a ser superintendente do Egito e os seus 
irmãos sem reconhecê-lo prostram-se diante dele. 
 Trata-se neste caso de um sonho perceptivo de conotação profética. José percebeu o que 
iria acontecer de uma forma simbólica. Os símbolos são a forma de linguagem mais comum dos 
sonhos perceptivos. Também é um sonho profético, pois dizia respeito uma situação que viria a 
acontecerão. 
http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.teachinghearts.org/dr0ikbookjoseph.gif&imgrefurl=http://www.teachinghearts.org/drp82biblestory2.html&h=323&w=300&sz=13&hl=pt-BR&start=0&tbnid=SNnKs90UnD_AQM:&tbnh=118&tbnw=110&prev=/images%3Fq%3D%2522SETE%2BVACAS%2BGORDAS%2522%26gbv%3D2%26svnum%3D10%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG
 
18 
 
 Ainda na Bíblia são citados os sonhos dos prisioneiros e interpretados por José. O capitulo 
40 versa sobre os sonhos dos prisioneiros, companheiros de infortúnio de José: José previu pelo 
sonho do Copeiro que este seria posto em liberdade três dias depois e que seria reconduzido à sua 
função no palácio. Interpretando o sonho do padeiro previu que este seria decapitado três dias 
depois. Foram sonhos perceptivos e proféticos. José percebeu o sentido e previu o futuro. 
 No capítulo 42 é descrito o sonho do Faraó e a interpretação dada por José. Este sonho é do 
tipo perceptivo e premonitório, profético. 
 No cap. 40-8 há uma clara referencia à natureza divina de alguns sonhos como evidencia a 
seguinte referência a José : “Porventura não pertence a Deus a interpretação?”- É uma afirmativa 
de que uma pessoa pode ter acesso às determinações divinas através de sonhos. Neste caso o sonho 
pode ser do tipo projetivo. 
 Na Bíblia em Números, cap. 12 - 6 diz Deus de Israel: “Se entre vós algum é profeta do 
Senhor, eu lhe aparecerei em visão, ou lhe falarei em sonhos, mas não é assim a respeito do meu 
servo Moisés, o qual é fidelíssimo em toda a minha casa; 12-8 porque a ele eu falo face a face; e 
ele vê o senhor claramente e não sob enigma... 
 Vemos por essa afirmativa que é possível tanto à força inferior quanto à FORÇA 
SUPERIOR se manifestarem visualmente ou através de sonhos. 
 Em Gênesis 20-3 “Mas Deus apareceu de noite em sonhos a Abimelec, e disse-lhe: Eis que 
morrerás por causa da mulher que roubaste, porque ela tem marido”. 
 Em Deuteronômio 13-1 “Se, se levantar no meio de ti um profeta, ou alguém que diga que 
teve um sonho, e predisser algum sinal ou prodígio, e suceder o que ele anunciou, e te disser: 
Vamos e sigamos os deuses estranhos que não conheces, e sirvamo-los não ouvirás a palavra de 
tal profeta ou sonhador, porque o Senhor vosso Deus vos pões à prova, para se tornar manifesto...” 
Aquele profeta ou inventor de sonhos será posto à morte, porque vos falou para vos afastar do 
Senhor, vosso Deus, que vos tirou da terra do Egito, e vos resgatou da casa da escravidão. 
 Vemos que pelos sonhos uma pessoa está sujeita a ser enganada por forcas opostas.3 
 Em Samuel 28-6 : “...Consultor o Senhor, o qual não lhe respondeu nem por sonhos, e nem 
por sacerdotes, e nem por profetas.” 
 Neste caso é Saul que quer saber sobre os filisteus. A referência bíblica deixa claro que Saul 
poderia ser atendido no seu desejo através de sonhos. Como não obteve a informação desejada ele 
mandou buscar uma necromante para invocar o espirito de Samuel e deste obter uma resposta. O 
versículo mostra que não apenas através de sonhos mas também através de invocação de espíritos 
isso é possível.4 
 Bíblia - REIS 3-4 “Apareceu o Senhor a Salomão, em sonho, de noite, dizendo: Pede-me o 
que quiseres... 
 JUIZES 7-13 - Sonho profético de Gedeão. 
 Bíblia Gênesis 31-24 “... Viu em sonhos Deus , que lhe dizia: Guarda-te de dizer contra 
Jacó alguma palavra áspera”. Referência a um sonho de Labão em que o Deus de Israel protegia 
Jacó. 
 DANIEL 2 - Refere-se a sonho profético interpretado por Daniel para o rei Nabucodonosor. 
Bíblia - Daniel 1- 19. Daniel tem uma visão durante o sono. Os sábios da Babilônia não 
conseguiram interpretar o sonho mas Daniel sim. Desta forma ele evitou ser morto pelo que rei 
bem como todos os sábios da Babilônia que não haviam interpretado o sono do rei. 
 Sonho de percepção premonitório. 
 
3Nesta palestra estamos mencionando alguns versículos da Bíblia que mostram que os sonhos não são fantasias da mente e sim um meio de 
comunicação entre o mundo material e o mundo espiritual. Não estamos indicando qual a força referida nas diversas citações. Pelo que já 
estudamos a respeito do terceiro interesse é fácil distinguir QUEM é QUEM. 
4 Na Bíblia em II SAMUEL fala das promessas feita pelo deus dele que se intitulava senhor dos exércitos. 
 
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 Mateus 1-20 “ ... andando ele com isto no pensamento, eis que um anjo do Senhor lhe 
apareceu em sonhos, e lhe disse; José, filho de Davi, não temas receber em tua casa, tua esposa, 
porque o que nela foi concebido é do Espirito Santo. 1-21 Dará a luz um filho, ao qual porás o 
nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados... 
 Referencia aos sonhos ligados as nascimento e Jesus e aos Reis Magos. O Poder Superior 
falou através de um sonho a José, esposo de Maria anunciando a vinda de Jesus. 
 Mateus 2-12 Os Reis magos “...e avisados por Deus em sonhos para não retornarem a 
Herodes, voltaram por outro caminho para a sua terra. 
 Sonho perceptivo dos Reis Magos a respeito das intenções de Herodes contra Jesus. 
 Atos dos Apóstolos. 2-17 - E acontecerá nos últimos dias que eu derramarei o meu Espirito 
sobre toda a carne; e profetizarão vossos filhos e vossas filhas, e os vossos jovens terão visões, e os 
vossos anciãos sonharão.... 
 Em Jó 33-14: Deus fala uma vez, e na segunda vez não repete uma mesma coisa. Por sonho 
de visão noturna,quando cai sobre os homens, e dormindo nos seus leitos, então abrem os ouvidos 
dos homens, e admoestando-os lhes adverte o que devem fazer Jó. 
 Neste versículo o sonho é classificado diretamente como sonho de visão. 
 Jó: - No horror duma visão noturna, quando o sono costuma ocupar os sentidos do homens 
assaltou-me o medo, e o tremor, e todos os meus ossos estremeceram. E, ao passar diante de mim 
um espírito, os cabelos da minha carne se arrepiaram. Jó 4.13.13.15 Parou alguém diante de mim, 
cujo rosto eu não conhecia, um vulto diante dos meus olhos, e ouvi uma voz como de grande 
viração. 
 Eclesiástico 347 “Porque os sonhos têm feito extraviar a muitos, que caíram, por terem 
posto neles a sua confirmação. 
 Esta referência é muito importante porque mostra que há possibilidade de males decorrentes 
de sonhos. Na realidade os sonhos projetivos envolvem relações com seres de outros planos de 
existência, quer de nível inferior quer de nível superior. Evidentemente é muito mais fácil o 
contacto com formas de existências de oitavas inferiores do que superiores porque neste caso há 
necessidade de grande quantidade de energia sutil enquanto na outras situação é muito mais fácil a 
pessoa dispor da energia necessária. 
 Em decorrência da possibilidade do deslocamento da consciência para outros níveis é que 
reside o perigo citado na Bíblia. O perigo é a pessoa ter o ponto de manifestação da consciência 
transferido através dos sonhos para um nível inferior e voltar envolvido com as influencias 
negativas daqueles mundos. Pior ainda é ela ir àqueles planos e depois não ter a suficiente 
quantidade de energia para voltar, neste caso, como já dissemos antes, a mente fica retida naqueles 
mundos enquanto a estrutura física permanece neste mundo. 
 O que dissemos é evidente em muitos casos de alienação mental, é o caso de muitos 
alienados que existem no mundo. Muitas vezes quando a consciência pessoa retorna de um daqueles 
planos, em decorrência das tremendas discrepâncias das escalas de valores existentes entre os 
planos de oitavas ( “ árvores ” ) diferentes, ela passa a ter comportamento anômalo. O “choque” de 
valores faz com que a pessoa mude totalmente a sua maneira e de conformidade com o plano para 
onde ela se desloque e piorar, a manifestar qualidades negativas o que antes não fazia. 
 O que dissemos antes explica o sentido da citação bíblica: “...porque os sonhos têm feito 
extraviar a muitos”... 
 Esse mecanismo do sonhar é muito parecido com aquele que atinge pessoas que fazem uso 
de drogas psicoativas tóxicas. Eles fazem a “viagem” através de drogas que alteram a capacidade 
preceptiva mas que não fornecem suficiente energia para elevar o padrão vibratório da pessoa. São 
drogas que apenas rebaixam o padrão, o que significa que ela apenas leva a pessoa para algum dos 
mundos inferiores e o que é pior muito delas não tem energia suficiente para que a mente da pessoa 
 
20 
 
volte integralmente ao plano normal de existência. Como não há energia suficiente e na maioria das 
vezes nem sequer propósito positivo algum, então, com certeza a consciência se projeta via em 
algum dos “palácios da impureza”, em algum dos planos dos mundos inferiores onde passam a 
sofrer influencias ou mesmo podendo a chegar a ser totalmente dominado por forças negativas. 
Muitas vezes não há a energia suficiente para trazer de volta o foco da consciência e como resultado 
fica preso e cuja decorrência a pessoa passa a se apresentar na terra com um nível maior ou menor 
de alienação. 
 O que acabamos de dizer refere-se a um grau muito intenso de deslocamento mental através 
dos sonhos mas às vezes alguma mudança de caráter pode ocorrer em decorrência de fantasias 
própria de níveis subconscientes da própria pessoa. Neste casos trata-se do primeiro tipo de sonho 
no primeiro tipo de sonho, daqueles em que o sonho nada mais é do que um afloramento de 
condições contidas nos planos mais profundos da mente da própria pessoa, de algo reprimido pela 
auto-sensura. 
 Libertos que sejam sentimentos reprimidos a pessoa pode mudar de conduta e sendo assim 
atender à citação bíblica mencionada antes. 
 Os sonhos têm contribuído positivamente até mesmo no desenvolvimento da civilização. 
Muitos pontos do desenvolvimento cultural e cientifico da humanidade foram direcionados por 
sonhos. Para não nos estendermos muito vamos citar apenas, na área científica, dois nomes. 
Kekulé, pesquisador da química inorgânica, descobriu o ciclo benzênico através de um sonho. Ele 
procurava construir a cadeia dos compostos orgânicos sob forma linear. Essa tentativa se estendia 
por muito tempo até que uma vez ele sonhou com uma serpente mordendo a própria cauda 
formando um circulo e a serpente se transformava numa cadeia de átomos. Então, ao acordar 
Kekulé fechou a cadeia linear de átomos de carbono formando assim o núcleo benzênico. Disto 
derivaram todas os conhecimentos básicos do que resultou o surgimento da química orgânica. Sem 
isso a química orgânica não teria se desenvolvido e o mundo seria totalmente com diferente, o 
desenvolvimento do mundo teria ficado estagnado. 
 Outro exemplo é o de Singer. Este inventor tentou por muito tempo descobrir uma máquina 
para costurar e não conseguia porque tentava construí-la com uma agulha comum em que o orifício 
por onde é introduzido o fio se localiza na base. Foi quando através de um sonho ele viu que o 
orifício deveria ser colocado na ponta da agulha e não na base como acontecia com a agulha de 
costurar de mão. Baseado na visão do sonho ele conseguiu construir a primeira máquina e desde 
então o progresso na área foi acelerado imediatamente. 
 Com essa série de temas referente aos sonhos acreditamos haver deixado um tanto mais 
claro a importância que eles apresentam. Na realidade os sonhos não são apenas fantasias e nem se 
deve dar a eles apenas um sentido simbólico . Bem mais que isso, muitos sonhos são portais para 
outros planos de realidade por isso devemos ter cuidados especiais quer na análise quer na 
condução dos próprios sonhos. 
 
 
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21 
 
SONHOS PROJETIVOS 
 
 “ GUARDA-TE DE SONHAR. O SONHO 
É A SEIRA DAS ALMAS: ANTA, CHAMA, 
VAMOS E NÃO VOLTAMOS ”. 
GUSTAVE FLAUBERT 
 1 9 9 5 
 
T EM A 0.360 
 
 
 Na palestra anterior evidenciamos que durante o sono a consciência da pessoa pode se 
manifestar em diferentes pontos deste plano material, isto eqüivale a um deslocamento físico, é 
como se o espirito durante o sono viajasse de um lugar para outro, visse lugares, pessoas, coisas e 
situações. 
 Nesta palestra vamos estudar um nível muito mais profundo, aquele em que durante o sono 
a consciência se desloca para outros níveis fora deste plano material. De certa forma podemos dizer 
se desloca para outro mundo. 
 No corpo energético sempre está presente o ponto de sintonia indicando o plano em que a 
consciência está aflorada. Qualquer alteração que se processe na pessoa há um reflexo naquele 
ponto e vice-versa. Se de alguma forma for modificado aquele ponto a consciência se manifesta 
num outro nível. 
 Via de regra, modificar o ponto de convergência não é fácil para uma pessoa comum, 
porque ele é muito fixo no nível correspondente à natureza da pessoa, ao local e às circunstâncias 
em que está vivendo. Onde estiver o corpo ali é o ponto de maior estabilidade da pessoa e 
conseqüentemente representado naquilo que pode ser chamado a o ponto de convergência 
vibratória5, pois diz respeito à vibração básica da pessoa. 
 Na medida em que o espirito se desenvolve sua vibração aumenta até atingir um ponto em 
que não mais corresponde ao nível da matéria densa e então a consciência estará em outro nível. O 
ponto de convergência de cada um apresenta-se estável, num mesmo nível que vai mudando na 
medida em que a pessoa vem se transformando; na medida em que o espírito vem sedesenvolvendo. Assim podemos dizer que o ponto é mais estável naquele lugar representativo do 
grau da pessoa. Apresenta-se ali numa situação um tanto estável, estabilidade essa que só se 
modifica na proporção em que a pessoa for se transformando. Mas, em condições especiais podem 
ocorrer modificações no nível vibratório da pessoa e essa modificação está implícita no ponto de 
convergência. A recíproca é verdadeira, em certas condições pode-se através do ponto de 
aglutinação modificar a pessoa, transportá-la para outro nível de consciência. 
 A modificação do estado de consciência como citamos acima, via de regra, é muito 
transitório porque há uma fortíssima tendência em trazer a pessoa de volta para o seu nível básico. 
Para quem pode ver em nível astral o ponto de convergência é deslocado, mas ele tende a voltar 
para o ponto básico. Para quem ver é como se o ponto de convergência estivesse preso por um 
elástico; quando ele é afastado logo é puxado pelo elástico para o ponto inicial. Há situações que 
acontece como se houvesse ocorrido uma rotura do elástico e neste caso não há retrocesso ao ponto 
inicial. 
 
5 - Carlos Castañeda chama “ponto de Aglutinação”. Na realidade é um nome bem escolhido porque é o ponto em que a natureza da 
consciência da pessoa está reunida, como que aglutinada. Chamamos indistintamente “ponto de convergência”, ponto de representação 
energética”, ponto de convergência vibratória” São apenas palavras diferentes para representar uma mesma coisa. 
http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://oblogdalibelua.blogs.sapo.pt/arquivo/Sonho3.jpg&imgrefurl=http://oblogdalibelua.blogs.sapo.pt/arquivo/2004_08.html&h=360&w=480&sz=24&hl=pt-BR&sig2=107M60r2GAhazriWm51-MA&start=37&tbnid=nsWQlG2nUTQxwM:&tbnh=97&tbnw=129&ei=xqF0Rc71GZOg6gGZ4pGNAw&prev=/images%3Fq%3DSONHO%26start%3D20%26ndsp%3D20%26svnum%3D10%26hl%3Dpt-BR%26lr%3D%26sa%3DN
 
22 
 
 Temos ensinado que o grau do espírito está relacionado com o seu de vibração, que dos atos 
e da maneira de ser estabelece-se uma resultante vibratória típica. Agora queremos salientar que 
aquela resultante vibratória está assinalada nos corpos intermediários, isto é, em nível de corpo 
energético. 
 Dissemos, numa palestra em que tratamos de mundos paralelos, que, desde que a sintonia de 
um plano entre em batimento de onda com a de outro é possível até mesmo a ocorrência de 
transposições físicas. Falamos de casos de desaparecimentos fantásticos, assim como do 
aparecimento de coisas e até mesmo de seres no nosso mundo. 
 O ponto de convergência está mais ativo na pessoa quando em estado de virgília. Quando 
ela adormece há um bloqueio do dialogo interno, do tagarelar do pensamento e assim as amarras 
que ancoram o ponto de convergência tornam-se menos intensas e, deste modo, com mais 
facilidade, aquele “elástico” puxa o ponto para outro nível. Automaticamente a consciência aflorará 
no nível correspondente. 
 Quando em temas anteriores falamos em da consciência dissemos que é mais fácil uma 
projeção de cima par baixo do que de baixo para cima, isto é, mais fácil do energético para o físico 
do que o inverso. Disto advém que é mais fácil um deslocamento do ponto de convergência para 
localizações correspondentes aos planos inferiores da mente do que para planos superiores. É bem 
mais fácil se reduzir uma freqüência do que aumentá-la. Para diminuir há eliminação de energia e 
para aumentar é preciso incrementar energia. Energia para isso é a energia sutil e, como já vimos, o 
universo material não é muito pródigo desta energia. Nestas condições, durante o sono é muito 
comum uma pessoa ter a consciência projetada não apenas no mundo material, como dissemos no 
tema anterior, mas também num outro mundo, num plano fora do plano material. Isto envolve um 
tremendo perigo porque é provável que a consciência seja projetada num nível inferior, numa oitava 
inferior o que corresponde a um dos mundos infernais. 
 A rigor isso nem pode ser chamado de sonho se assim é chamado é porque a pessoa tem a 
sensação de haver sonhado, na maioria das vezes de haver tido um pesadelo. 
 A pessoa que tem tendência a esse tipo de sonho via de regra está sonhando e sabe que está 
sonhando. Num caso assim ela está dormindo fisicamente, mas está no quarto plano de consciência, 
no plano de virgília. 
 Quando falamos que a virgília é o quarto nível; dissemos que o primeiro eqüivale ao coma, 
o segundo ao sono fisiológico, o terceiro ao do sonho. Na realidade não dissemos que o primeiro é o 
coma, e assim por diante dissemos que o nível de consciência eqüivale àquele nível. Vale salientar 
isso porque uma pessoa dormindo pode ter a consciência desperta do quarto nível, do quinto ou até 
de outro mais elevado. 
 O estar dormindo diz respeito a uma condição fisiológica. Por isso na condição dormindo 
fisiologicamente a consciência pode estar bem desperta. Isso acontece quanto uma pessoa está 
dormindo, e está sonhando e sabe que aquilo é um sonho. É um estado pouco comum, mas de forma 
alguma raro. Não podemos afirmar que isso seja uma vantagem real porque é nesse estado que a 
pessoa está mais sujeita a se envolver com mundos altamente negativos. No sonho normal é mais 
difícil haver o envolvimento, pois a identificação é menor, mas quando se está sonhando e se sabe 
que aquilo é um sonho o nível de consciência está muito mais ativo e por conseqüência ele pode se 
identificar com muito mais intensidade com aquilo que esta “sonhando”. 6 
 A pessoa que perceber que está diante de uma situação em que tenha consciência que está 
sonhando o primeiro cuidado que ela deve ter é não seguir seja lá o que for, pois ele com certeza 
está pisando em “terreno minado” num estado em que as leis físicas e morais são diversas e que isso 
torna a pessoa altamente vulnerável. 
 
6 - Para os que desejarem detalhes sobre o que acabamos de citar recomendamos a leitura do livro de Carlos Castañeda “A ARTE DO 
SONHAR”. Tudo aquilo que lá está descrito é real e muito mais ainda. Vale salientar que em nenhum momento o autor deu a entender que 
tudo aquilo não eram simplesmente outros mundos e sim que todos eram mundos inferiores, os chamados na Cabala de Palácios da 
Impureza”. 
 
23 
 
 Muitos magos, feiticeiros, místicos e pessoas ingênuas têm se deixam envolver, tem se 
identificado com aquilo que vê e se deixa envolver até um nível de ser dominado totalmente. Num 
caso assim o retorno é difícil e podem haver situações em que o espírito fique preso num daqueles 
mundos por milênios. Terá o mesmo problema de um ser dos palácios da impureza para voltar a 
encarnar na terra. 
 Os seres que têm existência naqueles níveis fazem de tudo para reter a pessoa, pois ela serve 
como ponte energética, serve de elo entre os dois mundos, através do que eles captam energia sutil. 
 O mundo quanto mais inferior menos dispõe de energia sutil, assim para os seres dos 
palácios da impureza um elo com a terra, uma ponte é importante para a captação da energia sutil. E 
através da consciência dos seres aprisionados que eles podem colher energia. Como são seres 
conscientes, mesmo que diabólicos, eles lançam mão de mil laços para fisgar a pessoa. Podemos 
afirmar que diariamente um grande número de espíritos encarnados na terra por esse meio, ou por 
outros, tornaram-se “prisioneiros” dos planos infernais. Por isso é importante o lado sagrado do 
local em que se dorme. É muito perigoso se pernoitar em ambientes desconhecidos, especialmente 
em motéis e outros lugares em que ocorrem manifestações instintivas. Quando por alguma razão a 
pessoa tiver que dormir num lugar assim deve fazê-lo buscando escudos protetores. Para a pessoa 
que não sabe criar uma defesa psíquica é totalmente uma oração sincera, um pedido aos senhores do 
bem ou, como muitos preferem chamar, ao “anjo da guarda” para ser guarnecido devidamente. Esse 
tipo de sonho é perigosíssimo, pois se uma pessoa perde a ligaçãocom o mundo em que vive ela 
está sujeita a ir e não voltar. Isso é algo como aquilo que a Igreja Católica refere a respeito do 
purgatório. Um lugar infernal que só depois de grandes sofrimentos é que o espirito consegue 
novamente sair de lá. 
 O espirito retido num daqueles planos pode ser resgatado, tanto é assim que a própria Igreja 
Católica diz que a pessoa que usar um escapulário, e outros “talismãs” se for para o purgatório a 
Virgem Mãe a retirará de lá. Isto tem um fundo de verdade. Claro que a Virgem tem a energia para 
isso, mas há seres, há mestres encarnados e desencarnados que têm também essa capacidade de 
resgatar espíritos aprisionados nos planos inferiores. 
Assim como um espírito pode ser resgatado dos planos infernais a reciproca é verdadeira, um 
espirito pode ser levado e deixado lá. Todo esse mecanismo envolve altíssimos coeficientes de 
energia sutil. 
 Nem sempre ocorre transposição de um para outro mundo apenas nível de consciência. 
Muitas vezes pode até mesmo ocorrer transposição física, nesse caso, por incrível que pareça, a 
pessoa simplesmente desaparece do plano material. Acredite aquele que quiser acreditar, não faz 
diferença, mas isto pode ser tido como uma certeza. Nos sonhos conscientes esse mecanismo é bem 
mais fácil do que no estado de virgília razão pela qual nesse tipo de sonho a pessoa deve se 
conduzir com extrema cautela. 
 Também a transposição é prática citada no Espiritismo com o nome de Transporte. Um 
objeto físico é transportado de um lugar para outro, muitas vezes surge de um lugar ignorado. A 
parapsicologia tem estudado esse fenômeno e tem registrado muitos casos autênticos de 
desmaterialização. 
 A literatura religiosa de muitos povos cita casos de transporte e de desmaterialização. O 
próprio catolicismo cita casos de pessoas que agiram como se estivessem em dois lugares ao mesmo 
tempo denomina o fenômeno com o nome de dom de ambigüidade, sendo um dos casos mais 
conhecidos citados pela Igreja Católica aquele ocorrido com Santo Antônio de Pádua, em que ele 
estando em Pádua se manifestou fisicamente em Lisboa no mesmo momento a fim de salvar o 
próprio pai. 
 Todos os fenômenos acima quando se manifestam, se uma pessoa estiver vendo em nível de 
energia, com certeza vê o ponto de convergência se deslocar dentro do corpo energético. Com 
certeza o deslocamento nos casos clássicos, citados pela literatura espírita e parapsicológica, não é 
 
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muito grande porque se o for o corpo simplesmente deixará o plano material e se manifestará em 
outro mundo qualquer (= plano). 
 Na da transição (morte do corpo físico) sempre um deslocamento do ponto porque não para 
uma localização que represente a transposição da matéria e sim para um ponto em que somente a 
consciência é deslocada. 
 Quando fizemos uma analogia com os centros nervosos centrais dissemos que um estimulo 
faz surgir uma determinada sensação, mas queremos dar ênfase agora, se o estimulo for muito forte 
pode ocasionar dano cerebral de um centro e a manifestação correspondente não será apenas 
transitória e sim definitiva. No campo energético do ser essa mesma condição se faz presente, uma 
ação muito intensa sobre o ponto de convergência energética pode deslocá-lo de uma forma tal que 
depois ele não mais retorna à sua localização habitual. Num caso assim possivelmente ocorre uma 
rotura do elo que faz o ponto de convergência energética voltar para o seu ponto básico sempre que 
dele for afastado. Neste caso é como se aquele o “elástico” da analogia que fizemos antes fosse 
rompido e assim sendo a consciência não mais volta ao ponto original. 
 Numa situação como a acabamos de referir, se o ponto apenas houver sido deslocado, 
apenas o nível de consciência da pessoa será desviado para outro plano, mas não o corpo físico. O 
corpo físico havendo permanecido na terra a pessoa recobra os sentidos físicos, mas será um desses 
tipos alienados sem que o corpo esteja presente num lugar, mas a sua mente não. Muitos alienados, 
pessoas que vivem aqui, mas mentalmente estão como que fora deste plano e que mais parecem 
mentecaptos, na realidade são pessoas com o corpo físico num nível e a consciência num outro; o 
corpo e a mente realmente estão em mundos diversos. 
 Também queremos dizer que uma situação de êxtase é assim, durante algum tempo o corpo 
está neste plano, mas a consciência está num nível muito levado. Nesse caso não há danos porque 
descer é muito mais fácil, o nível de positividade administra tudo de uma forma amena e perfeita. 
Estando num nível superior a pessoa não requer acréscimo de energia para voltar. Estando num 
nível inferior dá-se exatamente o inverso, è preciso muito energia para voltar, para acelerar a 
vibração e isso não é fácil. 
 Os seres dos mundos inferiores são ávidos por energia sutil desde que aqueles mundos 
carecem de fontes geradores específicas em abundância como acontece em nosso plano habitual. 
Por isso lançam mão de muitos disfarces para atrair os espíritos do plano terreno para sugar-lhe 
energia e assim satisfazer seus intentos. 
 Já referimos em palestras anteriores que no orgasmo há grande desprendimento de energia 
sutil não importando se a pessoa esteja ou não dormindo. Já dissemos que uma parte dos sonhos 
eróticos são do primeiro tipo, uma liberação de algum conteúdo sexual reprimido. Mas são comuns 
sonhos eróticos induzidos nesse quarto tipo de sonhos. 
 Formas de consciência alienígenas dos mundos inferiores induzem as pessoas adormecidas 
a se excitarem sexualmente. Manipulam a mente das pessoas para que tenham sonhos eróticos com 
orgasmo, pois haverá assim haverá liberação de energia sutil para ser assimilada. A pessoa torna-se 
tal qual uma vaca leiteira ordenhada para saciar a sede de energia sutil dos seres dos mundos 
inferiores. Quando acordam lembram-se de tudo sob a forma de sonho. 
 Num sonho erótico há uma fora de satisfação sexual, sem duvidas, mas a perda de energia 
sutil é tremenda. Uma pessoa vampirizada pelos seres dos mundos inferiores não tem muitos anos 
de vida, a sua energia sutil decai rapidamente. 
 Os seres dos palácios da impureza se apresentam nos sonho como uma beldade qualquer, 
até mesmo assumindo o aspecto de uma pessoa querida, bonita e boa. Mas isso é só uma aparência, 
um laço, um engodo. Por detrás está na verdade um demônio qualquer. 
 Muitas vezes o domínio exercido se torna tão intenso que as formas que se apresentam nos 
sonhos têm uma aparência bem próxima daquela que lhe é própria. 
 
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 A literatura da Idade Média fala muito de relações sexuais entre pessoas. São formas que 
recebem o nome de íncubus e súcubos. Jamais devemos pensar naqueles seres ao adormecer, deve 
ser evitado adormecer com o pensamento preso em sexualidade, pois isso facilita muito o trabalho 
dos vampiros sexuais oriundos dos mundos infernais. 
 Podemos dizer que o tabu da sexualidade tem raiz no desprendimento de energia sutil. Isto é 
o que faz o sexo para muitas religiões ser considerado um pecado. Assim é tido pelo envolvimento 
energético em nível de energia sutil e a avidez dos seres inferiores por esse tipo de energia. Poucas 
pessoas sabem o porquê do sexo ser considerado coisa demoníaca. É o lado oposto da sexualidade, 
ele tem um lado divino, mas a reciproca é verdadeira e a causa isso é a energia sutil. 
 Para concluir esta palestra queremos salientar que é importante um direcionamento positivo 
da mente no momento de se adormecer, pois assim podemos estabelecer ligação com os mundos 
superiores, com formas de consciências do lado do PODER SUPERIOR. 
 
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TIPOS DE SONHOS PROJETIVOS 
 
“SER PEDRA É FÁCIL, O 
DIFÍCIL É SER VIDRAÇA” 
 
 2 0 0 5 - 3 3 5 8 – J.L.E. 
 
 
 
Sonhar resulta de um deslocamento do ponto de percepção da mente durante o sono, mas 
que ao despertar a pessoa tende

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