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1 Rafaela Pamplona Doenças Autoimunes Maior incidência em mulheres devido a presença do receptor de estrógeno localizado em células de defesa do corpo As doenças autoimunes envolvem todos os aspectos da resposta imune Classificação - Sistêmicas - Órgão-específicas Mecanismo de lesão tecidual - Hipersensibilidade Tipo II – citotóxica ↳ Anemia hemolítica autoimune ↳ Tireoide de Hashimoto - Hipersensibilidade Tipo III – imunocomplexos ↳ Artrite reumatoide – deposição de imunocomplexos circulantes ↳ Lúpus eritematoso sistêmico – DNA, ribossomo, histona etc. - Hipersensibilidade Tipo IV – mediada por células ↳ Diabetes mellitus – células β pancreáticas ↳ Artrite reumatoide – antígeno sinovial desconhecido ↳ Esclerose múltipla – proteína básica da mielina, glicoproteínas, proteolípides Indicações de que uma doença é autoimune - Presença de altos títulos de anticorpos e/ou autorreativos in vivo - Ligação de autoanticorpos e/ou reatividade das células T ao antigeno in vitro - Transferência da doença com soro e/ou linfócitos autorreativos - Imunopatologia compatível com processos mediados por mecanismos autoimunes - Efeito benéfico das intervenções imunossupressoras - Exclusão de outras causas possíveis para a doença - Associação ao MHC - Modelo animal semelhante a doença humana Causas - Genéticas: relação com MHC - Influências hormonais: estrogênio. O estradiol se une aos receptores dos linfócitos Te B, aumentando a ativação e sobrevivência destas células, favorecendo a ocorrência de respostas imunes prolongadas - Meio ambiente: luz solar, tabagismo, pesticidas, sílica - Alimentação: influencia no microbioma - Fármacos: LES por medicação - Infecções: febre reumática Febre Reumática Hipersensibilidade tipo II É uma complicação inflamatória, não supurativa, de uma infecção de vias aéreas superiores pelo estreptococo β-hemolítico do grupo A de Lancefield Cardite reumática - Doença cardiovascular adquirida, mais frequente na infância e adolescência. - Principal causa de óbitos por doença cardíaca em menores de 40 anos. Etiopatogenia - Resposta antígeno-anticorpo (tipo II) - Proteína M da camada externa da parede celular do estreptococo (Ag); ↳ Genética de susceptibilidade ↳ Natureza do antígeno: produção de moléculas semelhantes à dos tecidos humanos Fator de risco - Infecção estreptocócica não tratada Quadro clínico: 1 a 3 semanas após a infecção 2 Rafaela Pamplona - Critérios maiores ↳ Cardite – pancardite (3 folhetos): ▫ Endocardite (+ comum) ▫ Miocardite ▫ Pericardite (- comum) ↳ Artrite ▫ Manifestação mais frequente ▫ Menos específica ▫ Acomete grandes articulações ▫ Fugaz, migratória e autolimitada ↳ Coreia de Sydenham ▫ Movimentos involuntários rápidos, arrítmicos e incoordenados ▫ Hipotonia e disartria ↳ Eritema marginado (rara) ↳ Nódulos subcutâneos (rara) - Critérios menores ↳ Febre ↳ Artralgia ↳ Laboratoriais: VHS, PCR, alterações ECG ↳ Evidências de infecção: ASO e cultura de orofaringe Diagnóstico - 2 critérios maiores ou 1 maior e 1 menores - Evidência de estreptococcia recente Tratamento - Medidas gerais ↳ Internação hospitalar, repouso no leito - Terapia antimicrobiana para erradicar o estreptococo da orofaringe ↳ O fármaco de escolha é a Penicilina Benzatina e, se paciente for alérgico fazer Eritromicina por 10 dias. - Tratamento do processo inflamatório ↳ Só deve ser instituído após confirmação diagnóstica ↳ Fazer AAS 10mg/Kg/dia, divididos em 4 tomadas. No paciente alérgico a opção é o Naproxeno - Uso de esteroides – indicado nos casos de cardite ↳ Prednisona na dose de 1-2mg/Kg/dia. ↳ Caso não haja resposta fazer metilprednisolona IV - Tratamento da insuficiência cardíaca ↳ Repouso no leito ↳ Digital, diuréticos e inibidores da enzima de conversão da angiotensina - Tratamento da Coreia ↳ Repouso em ambiente tranquilo ↳ Haloperidol, diazepam, carbamazepina ou ácido valpróico Profilaxia secundária - Indicada em todos os pacientes com o diagnóstico de FR ↳ Para evitar a ocorrência de novos surtos de FR aguda, o que poderia ocasionar o desenvolvimento de lesão cardíaca ou agravar uma lesão preexistente - Droga escolhida: Penicilina Benzatina a cada 3 semanas, pacientes alérgicos utilizar Sulfadiazina ou Eritromicina - Duração ↳ Paciente sem envolvimento cardíaco: até os 18 anos de idade ou por 5 anos após o último surto (considerar o período mais longo) ↳ Paciente com envolvimento cardíaco: até os 25 anos ou por 10 anos após o último surto (considerar o período mais longo) ↳ Paciente com lesão residual valvar grave ou após cirurgia cardíaca: por toda a vida Tireoidite de Hashimoto Hipersensibilidade tipo II É a tireodopatia mais comum → hipotireoidismo 95% dos casos em mulheres, entre 20 e 40 anos Caracterizada por falência gradual da tireoide devido a destruição autoimune da glândula tireoide Tem forte componente genético, associada ao polimorfismo do antigeno associado ao linfócito T citotóxico 4 (CTLA4) e ao gene da proteína tirosina fosfatase-22 (PTNP22) Patogenia - Causada por uma interrupção na autotolerância aos antígenos tireoidianos - Presença de autoanticorpos circulantes contra a tireoglobulina e a peroxidase tireoidiana - Mecanismos imunológicos que contribuem para a morte da célula tireoidiana ↳ Morte celular mediada por célula T citotóxica CD8+ ↳ Morte celular mediada por citocinas: a ativação excessiva de cél T leva a produção de citocinas inflamatórias Th1, como INFᵧ, resultando no recrutamento e ativação de macrófagos e danos aos folículos ↳ Ligação de anticorpos antitireoidianos seguida por citotoxicidade mediada por célula, dependente de anticorpos Autoanticorpos e células T para antígenos da tireoide Anticorpos contra tireoglobulina e peroxidase, impedindo a capacitação de iodo Processo inflamatório intenso na tireoide (linfócitos, plasmócitos e macrófagos) 3 Rafaela Pamplona Aumento do volume glandular (papo) → bócio: irregular e de consistência firma Diminuição da produção de hormônios da tiroide (hipotireoidismo) Quadro clínico Doença de Graves Hipersensibilidade tipo II É a tireodopatia mais comum → hipertireoidismo 10x mais comum em mulheres, entre 20 e 40 anos Caracterizada por uma tríade de achados clínicos - Hipertireoidismo decorrente de aumento hiperfuncional difuso da tireoide - Oftalmopatia infiltrada com exoftalmia resultante - Dermatopatia infiltrada localizada (mixedema pré-tibial) Componente genético associado aos polimorfismos de genes de função imunológica: CTLA4 e PTPN22 e o alelo HLA-DR3 Patogenia - Interrupção da autotolerância aos antígenos tireoidianos, principalmente TSH, resultando na produção de múltiplos anticorpos ↳ Imunoglobulinas estimuladoras da tireoide: o anticorpo IgG se liga ao receptor de TSH e mimetiza a sua ação, estimulando o aumento da liberação dos hormônios tireoidianos ↳ Imunoglobulinas estimuladoras da tireoide do crescimento: proliferação do epitélio folicular tireoidiano ↳ Imunoglobulinas inibidoras da ligação do THS: anticorpos antirreceptores de TSH evitam que o TSH se ligue normalmente ao seu receptor nas células epiteliais tireoidianas Na mulher grávida, anticorpos IgG patogênicos cruzam a placenta e se acumulam no feto. As crianças desenvolvem anticorpos tireoide- estimulantes e nascem com hipertireoidismo, podendo ser curadas por meio da plasmaférese, removendo os anticorpos maternos Miastenia Gravis Hipersensibilidade tipo II Doença muscular autoimune causada pela perda de receptores de acetilcolina, causando fraqueza muscular Patogenia - Autoanticorpos contra o receptor muscular da acetilcolina(AChR) provocam a perda funcional dos AChRs na junção neuromuscular por meio de ↳ Fixação do sistema complemento, causando prejuízo direto para a membrana pós-sináptica ↳ Aumento da internalização e degradação dos receptores ↳ Inibição da ligação da acetilcolina Espondilite Anquilosante Ausência de fator reumatoide Distúrbio inflamatório que afeta principalmente o esqueleto axial Prevalência no sexo masculino, após 40 anos Fator genético relacionado ao antigeno de histocompatibilidade HLA-B27 A citocina TNFᵧ tem papel central na patogenia imune da EA Reação contra o peptídeo próprio associado ao B27 pode estar associado a infecções Chlamydia, Shigella, Salmonella, Yersinia e Campylobacter Sacroileíte com infiltrado inflamatório mononuclear é a manifestação mais precoce 4 Rafaela Pamplona GNDA - Glomerulonefrite Pós-Estreptocócica Hipersensibilidade tipo III Processo inflamatório não supurativo em todos os glomérulos de ambos os rins Sequela de estreptocócica. É a glomerulopatia mais frequente na infância Etiopatogenia - Infecção com cepas patogênicas: proteína M na parede celular - Antigeno-anticorpo-complemento: resposta tipo III - Alterações na membrana basal glomerular - Diminuição de filtragem glomerular Quadro clínico - Edema de face - Hipertensão arterial - Hematúria - Complicações ↳ Congestão circulatória ↳ Encefalopatia hipertensiva ↳ Insuficiência renal aguda Exames complementares - Sumário de urina: hematúria - Complemento C3 baixo - Ureia e creatinina normais ou elevadas Tratamento - Antibióticos para estreptococos - Repouso - Dieta hipossódica - Restrição hídrica - Diuréticos Prognóstico - Autolimitada - Regressão espontânea em 95% dos casos - Seguimento: EAS mensais até desaparecer hematúria micro - Controle da PA Lúpus Eritematoso Sistêmico - LES Hipersensibilidade tipo III LES é um transtorno complexo de origem multifatorial, decorrente de interações entre fatores genéticos, imunológicos e ambientais que atuam em conjunto para causar ativação dos linfócitos T auxiliares e B, resultando na produção de várias espécies de autoanticorpos patogênicos Dominante em mulheres na idade fértil entre 15 e 25 anos Doença multissistêmica de origem autoimune Caracterizada por um vasto conjunto de anticorpos antinucleares ou fatores anti-núcleo Causa lesões na pele, articulações, rim e serosas Os anticorpos contra antígenos nucleares (FANs) são agrupados em - Anticorpos contra o DNA - Anticorpos contra histonas - Anticorpos contra proteínas não histonas ligadas ao RNA - Anticorpos contra antígenos nucleolares Patogenia - Fatores genéticos relacionados as alelos MHC ↳ Perda de tolerância imunologia a vários alérgenos ↳ Formação de imunocomplexos - Irradiação UV e outras agressões ambientais levam a apoptose, a remoção inadequada dos núcleos destas células resulta em uma grande carga de antígenos nucleares - Os linfócitos T e B autorreativos são estimulados por antígenos nucleares, que passam a produzir anticorpos contra os antígenos - Complexos antígeno-anticorpo ligam-se a receptores Fc nos linfócitos B e nas células dendríticas e podem ser internalizados - Os componentes do ácido nucleico envolve os TLRs e estimulam os linfócitos B a produzirem autoanticorpos e ativam células dendríticas para produzirem interferons e outras citocinas, que aumenta ainda mais a resposta imune e causam mais apoptose - Ciclo de liberação antigeno e ativação imune, resultando na produção de autoanticorpos de alta afinidade 5 Rafaela Pamplona Mecanismo de lesão tecidual - A maioria das lesões viscerais é causada por imunocomplexos - Anticorpos específicos para hemácias, leucócitos e plaquetas opsonizam estas células e promovem sua fagocitose e lise - Célula LE ou corpos de hematoxilina: é qualquer leucócito fagocitário que tenha englobado o núcleo desnaturado de uma célula lesada Quadro clínico - Comprometimento cutâneo ↳ Rash malar, petéquias, purpuras - Alopecia - Comprometimento músculo esquelético ↳ Artrite, artralgia, mialgia - Hepatoesplenomegalia - Linfoadenomegalias - Comprometimento cardíaco, pulmonar, SNC e oftalmológico - Nefrite lúpica ↳ Principal causa de morbidade Encontrados típicos de lúpus - Febre de origem indeterminada, com ou sem HE. - Comprometimentos cutâneos de duração prolongada, especialmente se fotossensíveis. - Quadros articulares. - Hematúria microscópica, proteinúria isolada. - Anemias hemolíticas, trombocitopênicas, leucopenias inexplicáveis. - Quadros neuropsiquiátricos. - Quadros multisistêmicos. Encontrados típicos de lúpus - PCR - VHS e eletroforese de proteínas → Fan - Anticorpo anti-DNA: atividade lúpica. - Anticorpo antifosfolípede - Anticardiolipina e anticoagulante. - Anemia - Leucopenia - Trombocitopenia Tratamento - Corticoterapia: prednisolona e metilprednisolona. - Drogas antimaláricas: cloroquina e hidroxicloroquina. - AINH → naproxeno - Imunossupressores: Ciclofosfamida, Metrotrexato, Azatriopina - Imunoglobulinas EV - Talidomida e dapsona - Tacrolimo e pimecrolimo - Anticorpos monoclonais: rituximabe - Aspirina Artrite Reumatoide Hipersensibilidade tipo IV Artrite crônica por mais de 6 semanas Distúrbio inflamatório sistêmico que pode afetar diversos tecidos e órgãos, mas ataca principalmente as articulações Deformante e incapacitante Produz uma sinovite proliferativa e inflamatória não supurativa que em geral progride para destruição da cartilagem articular e anquilose das articulações Atinge mais mulheres, entre 40 e 70 anos Artrite reumatoide juvenil: antes dos 16 anos Etiopatogenia - Suscetibilidade genética: alelos específicos de HLA-DRB1 e PTPN22 ↳ Associada com os antígenos do sistema HLA classe II ↳ Presença de citocinas inflamatórias: TNFα e IL-17 - Artritogênico ambiental: agentes microbianos desencadeiam a AR - Autoimunidade: resposta humoral e celular ↳ Fator reumatoide (IgM) é um anticorpo contra a porção Fc da IgG, que também é anticorpo.. O FR e a IgG se unem e formam complexos que contribuem patogênese Patogenia - Desencadeada pela exposição de um hospedeiro geneticamente susceptível a um antigeno artritogênico, resultando na eliminação da autotolerância imunológica e reação inflamatória crônica - Continuidade da reação autoimune, com ativação de células T helper CD4+ e a liberação local de mediadores inflamatórios e citocinas que por fim destroem a articulação 6 Rafaela Pamplona Mediadores ligados a sinovite destrutiva proliferativa - Citocinas secretadas pelas células T, tais como interferon e IL-17, agem nos sinoviócitos e macrófagos estimulando a produção de moléculas pró-inflamatórias, como IL-1, IL-6, IL-23, TNF, PGE2, NO e fatores de crescimento TGF-β e fator estimulador de colônia de granulócitos- macrófagos Mediadores inflamatórios - Ativam células endoteliais na sinóvia e então facilitam a ligação leucocitária e a transmigração - Induzem a produção aumentada de metaloproteinases da matriz de cartilagem, que atua junto aos complexos antigeno-anticorpos na destruição da cartilagem articular - Potentes estimuladores da osteocastogênese e atividade osteoclástica pela produção de RANK Curso clínico - Afeta as articulações periféricas bilateralmente - Marcos radiológicos: osteopenia justarticular e erosões ósseas, além do estreitamento do espaço articular com perda da cartilagem - Presença do fator de artrite reumatoide e anticorpo anti-CCP são indicadores laboratoriais que juntos são sensíveis e específicos para AR Quadro clínico - Artrite crônica: pequenas articulações, simétrica e deformante - Comunsda ARJ: fadiga, febre, astenia, mialgia, exantema, adenomegalias e esplenomegalias - Principais tipos Diagnóstico - Rigidez matinal - Artrite em 3 ou mais articulações - Artrite típica das mãos - Artrite simétrica - Nódulos reumatoides - Fator reumatoide sérico - Alterações radiológicas típicas Laboratório - Hemograma - Provas de atividade inflamatória: VHS e PCR - Autoanticorpos: FR e FAN Tratamento - Conservador - Multidisciplinar - Sintomáticos: AINH (1ª linha) - AINES: naproxeno, indometacina, ibuprofeno - Agentes antirreumáticos modificadores da doença (DMARD) ↳ Metrotrexato, sulfassalazina, hidroxicloroquina - Corticoides: oral e intra-articular (uso limitado) - Imunossupressores: ciclosporina, Azatioprina - Agentes biológicos: TNFα, inibidores de IL-1, depletor de células B Diabetes Mellitus Tipo I Hipersensibilidade tipo IV Causa a destruição das ilhotas de Langerhans principalmente pelas células efetoras imunológicas que reagem contra antígenos endógenos das células β Se desenvolve na infância e manifesta na puberdade, progredindo com a idade A maioria dos pacientes são dependentes de insulina Suscetibilidade genética: polimorfismo nas moléculas de HLA CTLA4, PTPN22 e CD25 Fatores ambientais: infecções virais como fator de disparo da destruição das células da ilhota Patogenia - Ocorre a falha na autotolerância das células T, sendo inativadas nos linfonodos peripancreáticos - Cél T ativadas chegam ao pâncreas, onde causam lesão as células β ↳ Células Th1: danificam as células β através da secreção de citocinas, inclusive INFᵧ e TNF ↳ CTLs CD8+: matam diretamente as células β Complicações da DM 7 Rafaela Pamplona Esclerose Múltipla Hipersensibilidade tipo IV Doença desmielinizante autoimune Caracterizada por episódios distintos de instalação de déficits neurológicos, separados no tempo, atribuíveis a lesões de substância branca que são separadas no espaço As células T CD4+ das subpopulações Th1 e Th17 reagem contra autoantígenos de mielina, resultando em inflamação com ativação de macrófagos ao redor dos nervos no cérebro e na medula espinhal, destruição da mielina, anormalidades na condução nervosa e déficit neurológicos O exame patológico revela inflamação na substância branca do SNC e desmielinização Quadro clínico: fraqueza, paralisia e sintomas oculares com exacerbações e remissões É uma doença autoimune órgão especifica mediada principalmente por linfócitos T Infiltrados perivasculares de linfócitos e macrófagos na substância branca do SNC, seguida por desmielinização Patogênese - A doença inicia com células CD4+, Th1 e Th17 ativadas e específicas para antígenos proteicos da mielina - Th1 secreta INF que ativam macrófagos - Th17 promove o recrutamento de leucócitos - Leucócitos ativados e seus produtos lesivos promovem a desmielinização FAN – Fator Antinuclear É um exame utilizado no rastreamento de autoanticorpos no sangue (soro) de pacientes com suspeita de doença autoimune O fator antinuclear (FAN) é um grupo de autoanticorpos Os autoantígenos detectado pelo FAN podem estar no núcleo, nucléolo, citoplasma ou aparelho mitótico Está associado às doenças autoimunes, mas pode ocorrer em diversas outras situações Imunofluorescência com células HEp-2: padrão ouro, teste qualitativo e quantitativo Bastante sensível, mas pouco específico. A presença do exame positivo não significa presença de doença autoimune, como também a sua ausência não exclui a presença de uma autoimunidade. A avaliação do padrão e da titulação do exame é de grande importância na interpretação. Quanto maior a titulação, maior a chance de a pessoa apresentar uma doença autoimune e determinados padrões falam mais a favor de autoimunidade Associações - Doenças reumáticas ↳ Lúpus eritematoso sistêmico (LES) ↳ Doença mista do tecido conjuntivo ↳ Miosites inflamatórias (dermatomiosite, polimiosite) Outras situações - Neoplasias - Hepatites (autoimunes, B ou C) - Infecções - Próteses de silicone - Indivíduos sadios (5-15%) - Indivíduos acima de 60 anos (30-40%) Prevalência 8 Rafaela Pamplona Na prática clínica - Limitações ↳ Não possibilita diagnóstico definitivo ↳ Prevalência de 15% na população sadia ↳ Especificidade de 20 a 40% ↳ Valor preditivo positivo 10 a 30% - Exames de triagem ↳ Sensibilidade de 90 a 95% ↳ Alto valor preditivo negativo - Mau uso do exame ↳ Solicitações sem indicação ↳ Má interpretação - Para se maximizar a utilidade do FAN ↳ Solicite como triagem somente em pacientes com forte suspeita clínica de doença reumática ↳ Atenção ao padrão de IFI e à titulação ↳ Confirme os anticorpos específicos
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