Buscar

Anotações Psicologia Experimental

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

edson.mello@estacio.br
Aula 01
A ciência empírica desenvolve conhecimento a partir da experimentação e
observação—coleta e análise de dados, respectivamente.
Todo conhecimento científico (empiricamente observado) está associado a uma
probabilidade de erro e, portanto, é sempre provisório.
A ciência empírica busca o levantamento de conhecimentos gerais que se apliquem a
todos os membros—ou a maioria dos membros—de um certo grupo. Esses princípios
básicos são o que existem por trás das nossas individualidades.
O conhecimento científico é válido dentro das condições em que ele foi desenvolvido.
A pesquisa experimental requer a manipulação intencional de variáveis—sem esse
controle de variáveis, a pesquisa não pode ser enquadrada como experimental.
O método científico é um processo sistemático de desenvolvimento de conhecimento
que começa com a formulação de um problema (que nada mais é que uma pergunta), a
partir do qual é elaborada uma hipótese (que é ou são as propostas de resolução para
essa pergunta). Essa hipótese é então testada, culminando com a decisão de refutar ou
corroborá-la baseada na análise das evidências coletadas. Essa é a base da ciência
empírica.
A Navalha de Occam
O Princípio da Parcimônia (também conhecido como o Princípio da Navalha de
Occam) dita que quando houver duas ou mais explicações para um fenômeno, devemos
escolher a mais simples—ou seja, que consiga explicar esse fenômeno com a menor
quantidade de conceitos. Isso não quer dizer que a explicação está correta. Esse é apenas
o princípio adotado pela ciência.
A pesquisa científica coleta e trabalha em cima de várias formas de dados: motores,
fisiológicos (ex.: frequência cardíaca, concentração de cortisol na saliva, exame de
urina), dados de autorrelato.
Delineamento de Pesquisa
Outra característica da pesquisa científica é que ela trabalha com diferentes
delineamentos de pesquisa—a maneira como os dados serão coletados e analisados;
qual o tamanho da amostragem de participantes, vão usar testes ou entrevistas? Dois
dos tipos de delineamento de pesquisa estão o delineamento de grupo e o
delineamento de sujeito único.
Já a forma como os dados da pesquisa serão tratados pode ser quantitativa ou
qualitativa; quantitativa quando a interpretação dos dados baseia-se na análise de
valores numéricos estatísticos e qualitativa quando o tratamento dos dados parte da
análise dos relatos dos participantes.
Aula 02
Falseabilidade
Expandindo nos conceitos de refutação e corroboração de hipóteses, introduzidos na
aula passada, vale salientar que quando uma ideia é corroborada, o que isso quer dizer é
que a análise dos dados coletados concluiu que não há evidências que consigam indicar
que a hipótese levantada é falsa. Isso não é o mesmo que dizer que ela é verdadeira, o
que contribui para a ideia, também vista na semana passada, de que todo
conhecimento científico é provisório.
Por conta disso que é muito importante que o conhecimento científico possa ser
falseável; a Falseabilidade diz respeito à possibilidade de demonstrar que uma
hipótese é falsa—pois caso isso não seja possível, não há como analisar a validade de
uma proposição.
A astrologia, por exemplo, é uma teoria em que qualquer aspecto que de alguma
forma refute suas conclusões é explicado pela própria teoria e utilizado como
justificativa que confirma a sua própria existência. Isso torna a astrologia irrefutável
não no sentido de que ela é necessariamente verdadeira, mas que, pela forma como
ela é estruturada, não há a possibilidade de questionar a sua validade—todo suposto
erro ou furo na teoria é explicado pela própria teoria, o que veda esse conhecimento.
Resumidamente, se não houver a possibilidade da dúvida, a hipótese não servirá para
uma pesquisa.
A Contingência de Três Termos
Ao realizar a análise de um comportamento, é necessário levar em consideração, além
do próprio comportamento, tanto os seus antecedentes quanto as suas consequências.
Isso é o que se chama Contingência de Três Termos. A explicação de um fenômeno
pelos seus antecedentes é chamada de Explicação por Processo enquanto que a
explicação pelas suas consequências é considerada uma Explicação Funcional.
Comportamentos respondentes, por exemplo, costumam ser alvo de uma explicação por
processo, enquanto que comportamentos operantes são abarcados por explicações
funcionais.
A objetividade e neutralidade científicas são características que dizem respeito à
metodologia científica, e não a um determinado cientista; é claro que, a nível
individual, nós somos influenciados por opiniões pessoais, motivo pelo qual, sabendo
disso, muitos cientistas usam modelos estatísticos para conduzir a análise de seus
dados, assim endereçando a sua própria subjetividade como uma possível fonte de erro.
A ciência não nos oferece a verdade, mas sim conhecimentos com algum grau de
confiança.
Os Três Componentes da Análise do Comportamento
A análise do comportamento é a ciência responsável por estudar as interações dos
organismos com seu ambiente, interações essas possibilitadas pelo comportamento. O
comportamento não é a interação em si, mas o que permite a troca entre o organismo e
o ambiente. A análise do comportamento possui três componentes:
O Behaviorismo Radical enquanto fundamentação filosófica e epistemológica; toda a
fundamentação teórica da análise do comportamento pode ser encontrada nessa teoria.
A Análise Experimental é o componente interessado para o desenvolvimento e
aperfeiçoamento do conhecimento, voltado para a pesquisa básica—o conhecimento
pelo próprio conhecimento. Finalmente, temos a Análise do Comportamento
Aplicada, que é o componente voltado para o desenvolvimento de aplicações práticas
que visem a solução de problemas cotidianos da vida humana.
A título de exemplo,
Quando nós nos preocupamos em definir o que é comportamento, ou a conceituação
de reforço e punição, estamos falando do primeiro componente, que é o
Behaviorismo Radical. Quanto testamos se um comportamento muda ou não a partir
das suas consequências, as variáveis relevantes nessa relação entre as variáveis e um
comportamento, ou entre os antecedentes do comportamento e o próprio
comportamento, esse já é o reino do segundo componente, a Análise Experimental do
Comportamento. Por outro lado, se o interesse é desenvolver um tratamento para um
transtorno psiquiátrico, ou um plano de gestão para uma empresa, estamos aqui
falando do terceiro componente, a Análise do Comportamento Aplicada.
O contexto da seleção por consequências leva em consideração três níveis de seleção:
filogenético, ontogenético e cultural.
Periódicos Científicos
A seguir, uma lista de revistas que contêm estudos sobre análise do comportamento.
Todas elas possuem acesso gratuito. Dentre elas, as mais generalistas são:
(1) Psicologia: Teoria e Pesquisa (a principal revista de psicologia do Brasil)
(2) Psicologia: Ciência e Profissão (revista do CFP)
(3) Psicologia - USP
(4) Paidéia
Já as que se dedicam mais especificamente à análise do comportamento são:
(5) Perspectivas em Análise do Comportamento
(6) Revista brasileira de Análise do Comportamento
(7) Acta Comportamentalia (uma revista mexicana, mas que contém artigos em
português)
É indicado, entretanto, fazer a busca por periódicos em inglês, pois a maioria dos
estudos em quaisquer áreas da psicologia são publicados nessa língua. Entre eles,
temos:
(1) Journal of Experimental Analysis of Behavior
(2) Journal of Applied Behavior Analysis (JABA)
(3) Psychological Record
(4) Behavior Analysis in Practice
(5) The Analysis of Verbal Behavior
(6) European Journal of Behavior Analysis
(7) Psychology and Neuroscience (revista generalista do Rio de Janeiro, mas que só
publica artigos em inglês!)
Variáveis: Definição
Uma variável é todo fenômeno que pode assumir mais de um valor. Altura, idade, sexo,
intensidade de dor, cor do olho, todos esses parâmetros exemplificam uma variável.
Uma constante, por outro lado, é todo fenômeno que assume um único valor. Muitos
poucos fenômenossão constantes. A velocidade da luz no vácuo, por exemplo, é uma
constante—por mais que a velocidade da luz varie ao atravessar outros meios, no vácuo
a sua velocidade é sempre a mesma.
Variáveis podem ser definidas de duas maneiras: Constitutivas e Operacionais. A
definição constitutiva diz respeito às variáveis que são definidas por meio de conceitos.
Já a definição operacional refere-se a variáveis definidas através das operações de
manipulação e mensuração.
“Inteligência é a capacidade de ajustar o comportamento às mudanças no
ambiente.” Essa é uma definição constitutiva de inteligência. Já uma definição
operacional se daria pela medição do número de acertos de um indivíduo em um
teste (de matrizes progressivas, por exemplo.)
Para conduzir uma pesquisa, além de definir a variável em que você tem interesse, é
necessário defini-la. Essa explicação conceitual da variável é uma definição
constitutiva. Um dicionário, por exemplo, é um conjunto de definições constitutivas. A
forma como você quantifica essa variável é a definição operacional. No caso do exemplo
acima, a inteligência é medida pelo desempenho no teste.
A definição operacional é necessária pra que uma variável seja estudada
empiricamente, além de auxiliar o pesquisador a comunicar as suas ideias (os
parâmetros utilizados pra mensurar uma certa variável).
Instruções de formatação pra ABNT e APA: Link
Aula 03
Variáveis: Classificação
Apesar de existirem vários parâmetros de classificação de variáveis, a pesquisa
experimental trabalha (em grande parte) com quatro delas:
(1) Classificação quanto ao tratamento
(2) Classificação quanto à natureza
(3) Classificação quanto à forma
(4) Classificação quanto ao nível de medida
Essas categorias não são excludentes entre si, são apenas formas diferentes de agrupar
e categorizar variáveis.
Dentro da primeira categoria de classificação quanto ao tratamento, uma variável pode
ser considerada independente (VI), dependente (VD) ou estranha (VE).
A variável independente é aquela manipulada propositadamente pelo pesquisador e que
exerce influência sobre a variável dependente. A variável dependente é o objeto de
estudo da pesquisa. Em outras palavras, o experimento busca analisar como a VD
muda em função da manipulação que foi feita na VI. Por último, variáveis estranhas são
variáveis que afetam a VD, mas que não são abarcadas pelo escopo da pesquisa (seja
intencional ou acidentalmente). Por conta disso, os pesquisadores tentam ao máximo
eliminar ou controlar essas variáveis, cuja incidência sobre a VD pode dificultar ou até
mesmo impossibilitar que o pesquisador conclua o que de fato afetou o resultado do seu
experimento, seja a VI ou a VE. A título de exemplo,
http://www.bcrp.prefeiturarp.usp.br/serv5-norma.asp
Ao investigar se a temperatura em sala de aula pode influenciar na permanência dos
alunos em sala de aula, você tem duas variáveis. A temperatura constitui a variável
independente que será manipulada para avaliar a sua influência sobre a
permanência dos alunos na sala, que por sua vez é a variável dependente. Sabendo
que os alunos podem sair da sala por precisar ir ao banheiro ou beber água, o
pesquisador pode encorajar seus alunos a irem ao banheiro antes da aula e trazerem
uma garrafa de água pra sala, assim reduzindo a chance deles terem que se ausentar
por uma dessas duas razões—ambas enquadrando-se como variáveis estranhas.
Por melhor que sejam as suas condições de controle, toda pesquisa parte do
pressuposto de que variáveis estranhas estarão presentes ao longo do processo. Quando
um pesquisador fala que seu experimento está isento de VEs, o que ele quer dizer é que
ele não foi capaz de identificar que variáveis são essas (e não que elas não existem, pois
isso é impossível.)
Caso estivéssemos trabalhando com o parâmetro de classificação de estímulos quanto à
sua natureza, a variável independente seria chamado de variável de estímulo enquanto
que a variável dependente receberia o nome de variável de resposta.
A última forma de classificação de variáveis quanto ao seu tratamento é a da Variável
Interveniente, que trata-se de uma descrição inferencial feita pelo pesquisador para
tentar estabelecer causalidade entre a apresentação de uma intervenção (VI) e a
exibição de um determinado comportamento (VD) subsequente. Essa teorização
hipotética se dá pelo fato de que, na maioria dos casos, a informação à qual o
pesquisador tem acesso é o comportamento externo: apertar um botão, verbalizar uma
resposta, selecionar uma opção. O que motiva um organismo a agir dessas maneiras,
entretanto, está encoberto, e é a essa faceta que se refere a variável interveniente.
O livro Princípios Básicos de Análise do Comportamento, no capítulo 11, ensina como
fazer um relatório de pesquisa. O livro Compreender o Behaviorismo também possui
informações relevantes pra redação desse trabalho.
O professor comenta sobre as especificidades do trabalho na volta do intervalo dessa
aula. Às 2h17m, em particular, fala sobre alguns detalhes importantes.
Aula 04
Ética para Pesquisa em Humanos
Dentre as normas e diretrizes nacionais que regulamentam a condução de pesquisas
com seres humanos, o conselho de ética CEP/CONEP segue quatro princípios:
(1) Respeito ao participante
(2) Ponderação entre riscos e benefícios
(3) Evitar danos previsíveis
(4) Relevância social
Os pesquisadores devem apresentar, assinados por cada participante, o TCLE, Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido. Esse documento, além de oferecer ao participantes
detalhes sobre a pesquisa, concede-lhe a liberdade de desistir da pesquisa a qualquer
momento. O termo de consentimento ainda salienta que, diante de uma desistência, o
pesquisador não tem direito de perguntar o porquê disso, assim como também não
pode tentar dissuadir o participante dessa decisão. Além disso, o TCLE também garante
o direito ao anonimato e sigilo dos participantes, permitindo apenas a coleta de
informações que não possibilitem a identificação individual de um ou mais
participantes. Não é permitido o engodo, que é apenas outra forma de referir-se ao ato
de enganar um ou mais participantes (como, por exemplo, dizendo que o experimento
não irá envolver dor intencional quando isso, de fato, irá ocorrer.) O ressarcimento
também é vedado em todas as suas formas, seja por meio de remuneração pecuniária
ou, por exemplo, na forma de créditos extracurriculares oferecidos a estudantes para
que se voluntariem a participar de um experimento. A única exceção à essa regra abarca
a compensação de gastos associados à viabilização da participação em um experimento
(como, por exemplo, com transporte). A participação em pesquisas científicas no Brasil
é, segundo a nossa legislação, exclusivamente voluntária.
Existe, na Resolução 510 do Conselho Nacional de Saúde, o delineamento de alguns
tipos de pesquisa que precisam ser registradas nem avaliadas pelo CEP/CONEP.
Vale salientar que o CEP/CONEP não avaliam, e portanto não certificam, pesquisas que
já foram conduzidas. Sem esse reconhecimento do comitê de ética, a pesquisa não será
aceita por periódicos científicos, o que significa que, para esse fim, mais vale submeter a
pesquisa ao conselho antes de dar início à sua condução.
O site onde pesquisadores submetem seus projetos para o CEP/CONEP é a Plataforma
Brasil, que pode ser acessada por este link. Após a submissão do projeto à plataforma, é
nela que o pesquisador verifica o andamento da avaliação do seu projeto de pesquisa.
No site do Conselho Nacional de Saúde (CNS) (acessível por este link), é possível
realizar um treinamento para aprender a navegar a Plataforma Brasil.
Ética para Pesquisa em Animais Não Humanos
O CONCEA, Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal, nortea-se pelos
seguintes princípios ao instituir suas normas para a condução de experimentos em
animais não humanos:
(1) Redução do número de animais empregados
(2) Refinamento de técnicas analgesia, anestesia e eutanásia
(3) Substituição por métodos alternativos sempre que possível(a) Manequins e simuladores mecânicos
(b) Autoexperimentação humana
(c) Experimentação com plantas
(d) Estudos de campo e observacionais
(e) Estudos in vitro
(f) Animais mortos
(g) Simulações em realidade virtual
Esses métodos de substituição são particularmente úteis no contexto acadêmico, apesar
de que, para a condução de pesquisas científicas, a utilização de animais continua
sendo a alternativa mais comum.
http://aplicacao.saude.gov.br/localidade/login/login.jsf
http://conselho.saude.gov.br/plataforma-brasil-conep?view=default
Esses princípios podem ser lembrados pela sua sigla em inglês RRR (Reduction,
Refinement, Replacement).
Bioética é o termo que descreve os princípios éticos discutidos e formulados em relação
às pesquisas biológicas e suas aplicações, ou quando dizem respeito à tomada de
decisão sobre a vida humana ou animal.
Aula 05
Delineamento (ou Método) Experimental e Quasi-Experimental
O delineamento experimental caracteriza-se pelo controle rigoroso das condições em
que o experimento será conduzido, o que inclui a ampla capacidade de manipulação da
variável independente, assim como a mitigação de variáveis estranhas.
Quando esse nível de controle é limitado, seja pela falta de disponibilidade de recursos,
ou pela estrutura do próprio experimento, temos o que se chama de delineamento
quasi-experimental. Esse método, apesar de seguir o modelo experimental, não possui
as mesmas condições precisas de controle de variáveis.
Pode-se dizer, de maneira rudimentar, que o delineamento experimental é típico do
laboratório, ao passo que sua contraparte tende a acontecer em ambientes naturais.
Constantes: O Controle de Variáveis
Durante a condução de um experimento, o pesquisador costuma manipular as variáveis
estranhas conhecidas para que elas não incidam sobre e influenciem a variável
dependente. Além de controlar a variável independente, portanto, o pesquisador
também realiza o controle das VEs. Isso pode acontecer de duas maneiras. Ou essa
variável é eliminada, ou é apresentada de maneira uniforme durante toda a duração do
experimento, fazendo com que ela deixe de ser considerada como uma variável estranha
e torne-se uma constante.
Essa é uma característica de um Delineamento Experimental.
Randomização: Distribuição Aleatória de Participantes/Sujeitos
Dizer que a distribuição de sujeitos é feita de maneira aleatória não é o mesmo que
dizer que foi feita de qualquer maneira; a distribuição é feita respeitando um conjunto
de parâmetros, chamada distribuição de probabilidades.
A título de exemplo, isso significaria dizer que, para uma pesquisa conduzida com três
grupos de participantes, em cada grupo seria alocado a mesma quantidade de sujeitos
que se enquadrem no mesmo demográfico. Ao mesmo tempo, por mais que cada grupo
venha a ter, por exemplo, um homem branco de 40 a 60 anos, não se pode saber de
antemão qual desses sujeitos cairá em qual grupo.
A alocação de sujeitos é feita de maneira aleatória, porém feita dentro dos parâmetros
de distribuição pré-estabelecidos: todo grupo terá a mesma quantidade de homens e
mulheres. Quais homens e quais mulheres irão pra cada grupo, essa é a parte definida
de maneira aleatória.
Essa é uma característica de um Delineamento Experimental.
Validade Interna vs. Validade Externa
A validade dos resultados adquiridos em um estudo pode ser medida por dois
parâmetros. Quando os resultados obtidos podem ser atribuídos à manipulação das
variáveis independentes e não a outros fatores, diz-se que esse experimento possui
validade interna.
Quando os resultados de um estudo podem ser generalizados de modo que seus
resultados consigam ser replicados por outros pesquisadores e com novos participantes,
podemos dizer que a pesquisa adquiriu uma validade externa.
Delineamentos Experimentais costumam possuir um grau maior de validade interna, ao
passo que Delineamentos Quasi-Experimentais tendem a deter mais validade externa.
A relação entre essas duas medidas tende a ser inversamente proporcional: quanto
maior o grau de validade interna, menor o grau de validade externa. Isso acontece
porque, no caso de delineamentos experimentais, em que a pesquisa é conduzida em
condições laboratoriais, o ambiente é tão artificial que é difícil de replicá-lo em
circunstâncias diferentes (cotidianas). Já os quasi-experimentos, por mais que seus
resultados possam ser replicados, não será possível isolar uma ou mais variáveis como
responsáveis pelo resultado devido ao fato de incidirem sobre a VD diversas variáveis
estranhas não controladas e mesmo previstas.
Estudo Correlacional
Esse é um tipo de estudo que busca estabelecer se há uma ligação, uma covariação,
entre as variáveis, sem poder, entretanto, comprovar uma relação de causalidade entre
a presença e propriedades de uma variável com o efeito que ela desencadeia.
Por exemplo, ao fazer um levantamento do nível de ansiedade de alunos antes de
uma prova e seu desempenho, por mais que seja observada uma relação entre altas
taxas de ansiedade com desempenhos prejudicados, não é possível dizer que é esse
fator que causa a redução na performance dos alunos.
Tipos de Delineamentos Quasi-Experimentais
1. Delineamentos de grupo não equivalente
Em um delineamento experimental, a alocação de participantes nos grupos de pesquisa
acontece de maneira que haja uma equivalência na distribuição de características. Esse
é um procedimento que busca eliminar o efeito de variáveis estranhas visto que, para
cada demográfico presente no estudo, existe a mesma quantidade de participantes que
se enquadrem nesse demográfico em cada grupo. Assim, espera-se que, ao analisar os
resultados obtidos por cada grupo—tanto os de controle, quanto os experimentais—, a
diferença entre eles será diretamente proporcional.
Entretanto, quando essa distribuição de características não é feita de maneira
equivalente E os resultados entre grupos mantêm-se proporcionais, isso indica que a
variável independente não é o que exerce influência sobre o resultado, visto que, apesar
das configurações de grupo não equivalentes, todos eles obtiveram resultados
semelhantes.
2. Delineamento de série temporal
Nesse tipo de pesquisa, o comportamento dos participantes (variável dependente) é
medido diversas vezes antes do início do experimento e, subsequentemente, da
introdução da variável independente.
A finalidade desse procedimento é de verificar não só o efeito que a introdução da VI
causa na VD, mas se ele persiste após a intervenção experimental—pois poderia haver
uma tendência de mudança na variável dependente antes da condução do experimento.
3. Delineamento de série temporal com grupo não equivalente
Esse delineamento une as características dos seus antecessores: nesse caso, o
comportamento de ambos os grupos, separados de maneira não equivalente, é testado
antes e depois da intervenção experimental a fim de medir a influência da variável
independente sobre ambos os grupos.
Inferência Causal
Quando dizemos que a manipulação de uma VI causa mudanças na VD, estamos
fazendo uma inferência. Pra fazer essa inferência causal, são necessárias certas
condições:
(1) Covariação das variáveis: quando os valores da VI mudam, os valores da VD
também mudam. À medida que a covariação acontece, verificamos uma
correlação.
(2) Contingência: a relação de dependência entre a mudança na VD com a
introdução da VI.
(3) Exclusão de causas alternativas plausíveis
Verificadas essas condições, é possível fazer a inferência causal—o que não exclui a
probabilidade de erro, mas que oferece uma ampla margem de segurança. Essa é a
natureza da atividade científica.
Correlação
A correlação, ou covariância, é uma medida que identifica o grau de associação entre as
variáveis. Essas relações podem ser lineares ou curvilineares, determinadas de acordo
com a forma de distribuição de dados em um gráfico. Quanto maior o índice de relação
entre as variáveis, maior o seu grau de associação—não é possível estabelecer uma
relação causal.
Esse índice, representando pela variável“r” (do inglês relation) varia de -1 a +1. Quanto
mais próximo dos extremos, mais forte o grau de associação entre as variáveis. Os sinais
de positivo e negativo indicam apenas a direção da relação: no espectro positivo, indica
uma relação direta de proporcionalidade, enquanto que no negativo, mostra que a
relação é inversamente proporcional.
No final desta aula, o professor solicitou que assistíssemos aos conteúdos digitais das
aulas cinco e seis, no SAVA.
Aulas 06, 07 e 08
O conteúdo abordado nesses encontros—o condicionamento operante e o
condicionamento respondente—está resumido nas minhas anotações de TCC.
“Sou livre à medida que controlo as condições que me controlam.” - Skinner, B.F.

Continue navegando

Outros materiais