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Noções Básicas
Visitantes
deCondução
Áreas Naturaisem
para a
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
Secretaria de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável 
Cartilha 
Noções Básicas para a Condução de Visitantes 
em Áreas Naturais
Brasília
maio de 2005
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Noções Básicas
Visitantes
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Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministra do Meio Ambiente
Marina Silva
Secretário-Executivo do Ministério do Meio Ambiente
Cláudio Langone
Secretário de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável
Gilney Viana
Diretor de Economia e Meio Ambiente 
Gerson Teixeira
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Noções Básicas
Visitantes
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SUMÁRIO
MÓDULO 01 
CONCEITOS BÁSICOS DO ECOTURISMO E DO TURISMO SUSTENTÁVEL
Conceitos de turismo ........................................................................................................................ 
 
Condições para receber turistas ....................................................................................................
Motivos e tipos de viagens ..............................................................................................................
O potencial do turismo .....................................................................................................................
A Amazônia e sua vocação para o ecoturismo .........................................................................
O ecoturismo hoje na Amazônia ...................................................................................................
A fragilidade do meio ambiente na Amazônia ........................................................................
As unidades de conservação no Brasil e na Amazônia .........................................................
Princípios do ecoturismo .................................................................................................................
Quem é o ecoturista ..........................................................................................................................
Produto ecoturístico ..........................................................................................................................
Equipamentos turísticos compatíveis com o ecoturismo ....................................................
Principais impactos do ecoturismo ..............................................................................................
Alguns critérios para desenvolver o ecoturismo ....................................................................
Planejamento e organização do ecoturismo ............................................................................
O PROECOTUR ......................................................................................................................................
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MÓDULO 02 
CARACTERIZAÇÃO REGIONAL
Amazônia .................................................................................................................................................. 34
MÓDULO 03 
O GUIA E O CONDUTOR
O guia e o condutor ..............................................................................................................................
Pequenos detalhes que fazem a diferença ...................................................................................
Os dez mandamentos do condutor ................................................................................................
Noções de apresentação pessoal .....................................................................................................
Responsabilidades do condutor .......................................................................................................
Cooperativismo e Associativismo ....................................................................................................
Inserção do condutor local na cadeia produtiva do turismo .................................................
A sazonalidade ........................................................................................................................................
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MÓDULO 04
EDUCAÇÃO E INTERPRETAÇÃO AMBIENTAL
Educação ambiental - Breve conceituação e histórico .............................................................
Interpretação Ambiental - Oque é? .................................................................................................
Meios interpretativos ............................................................................................................................
História e tradições locais ....................................................................................................................
Técnicas de interpretação ambiental ..............................................................................................
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MÓDULO 05 
INSTRUMENTAIS PARA EXCURSÕES E TRILHA
Gestão de turistas em áreas naturais ..............................................................................................
Conduta em ambientes naturais ......................................................................................................
Operacionalização de roteiros ...........................................................................................................
Tipos de passeios ...................................................................................................................................
Pré-organizaçãode passeios ...............................................................................................................
Noções de orientação geográfica ....................................................................................................
Noções de planejamento e manutenção de trilhas ...................................................................
Técnicas de condução de grupos .....................................................................................................
Problemas e soluções ...........................................................................................................................
Capacidade de carga e impactos .....................................................................................................
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MÓDULO 06
PRINCÍPIOS BÁSICOS DE SEGURANÇA INDIVIDUAL E COLETIVA
Normas de segurança ...........................................................................................................................
Noções de primeiros socorros ...........................................................................................................
Noções de equipamentos adequados às atividades .................................................................
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 1MÓDULO
CONCEITOS BÁSICOS DO ECOTURISMO 
E DO TURISMO SUSTENTÁVEL
TURISMO
é a viagem temporária de pessoas para um lugar diferente de onde moram ou trabalham, 
por motivos diversos. Assim como, as atividades que os viajantes realizam durante sua 
permanência no local e as facilidades criadas para atender às suas necessidades.
TURISTAS
são pessoas que viajam para localidades por motivos diversos e permanecem no local 
visitado pelo menos vinte e quatro horas.
O somente ocorre se existirem certas condições que motivem o viajante a 
abandonar seu domicílio habitual e a permanecer certo tempo fora dele.
TURISMO
MÃOS À OBRA! 
Quais são as necessidadesdo turista durante sua visita em uma localidade? 
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CONDIÇÕES PARA RECEBER TURISTAS
Um aspecto relevante para que o turismo ocorra diz respeito ao destino, sua atratividade, 
organização e estrutura para receber visitantes, tanto no aspecto de infra-estrutura 
construída (meios de alimentação e hospedagem, acesso e serviços de transporte) 
quanto no aspecto da hospitalidade (relações humanas, atendimento, serviços 
de informações).
O QUE SÃO! 
ATRATIVOS
são elementos que despertam interesse nos viajantes e os motivam a viajar para 
conhecê-los ou revê-los. Podem ser classificados de diversas maneiras, 
mas há três principais:
Na
tu
ra
is
são os elementos da natureza que despertam interesse por 
sua beleza, possibilidade de recreação e inspiração emocional 
que transmitem, como praias, rios, lagoas, lagos, montanhas, 
penhascos, dunas, espécies de fauna e de flora, florestas, 
cerrado, entre outros.
Cu
ltu
ra
is são os elementos que representam a forma como a população 
de uma localidade vive, incluindo artesanato, culinária, festas 
tradicionais, música, dança, crenças populares, entre 
outros aspectos.
Hi
stó
ric
os são os elementos do patrimônio que representam a história 
da localidade como ruínas, conjuntos arquitetônicos de época, 
arquitetura religiosa, esculturas, pinturas, sítios históricos, 
entre outros.
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INFRA-ESTRUTURA
são as construções existentes em uma localidade visando dar condições básicas para 
a organização socioeconômica. Ao falar em turismo, duas principais classificações são 
acordadas para nomear a infra-estrutura: básica e turística. 
Bá
sic
a existe para atender à cidade e sua população. Serve à indústria, ao 
comércio, à agricultura, às áreas residenciais como ao turismo. É 
composta dos seguintes serviços:
Abastecimento de água Coleta e disposição de esgotos
Energia elétrica e iluminação pública Limpeza pública
Estrutura de acesso (estradas, portos, aeroportos) Transporte coletivo
Comércio Comunicações
Abastecimento de alimentos Conservação de logradouros públicos
Poluição do ar e da água Serviços de segurança
Serviços de saúde Serviços de informação
Tu
rís
tic
a
criada especificamente para atender às necessidades dos turistas. 
É composta dos seguintes serviços:
Meios de hospedagem Transportes turísticos
Locação de veículos Informações turísticas
Espaços para eventos Agências de viagem
Entretenimento Passeios
Ho
sp
ita
lid
ad
e
é a forma como os visitantes são recebidos em um local. Pode estar 
relacionada com a infra-estrutura básica e turística (serviços de 
hospedagem, informações, entre outros) e com a maneira como as 
pessoas atendem e recebem os visitantes. 
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MÃOS À OBRA! 
Quais os aspectos positivos e negativos que a sua região apresenta para o 
desenvolvimento do turismo?
MOTIVOS E TIPOS DE VIAGENS
O homem sempre se locomoveu no espaço. No início, deslocava-se buscando comida 
ou abrigo. Com o tempo, passou a viajar com o intuito de conquistar novas terras. 
Atualmente, as pessoas viajam por motivos variados, que geralmente estão ligados à 
necessidade de lazer, repouso, trabalho ou como forma de adquirir 
novos conhecimentos.
O QUE É! 
SEGMENTAÇÃO DO TURISMO
é a classificação do turismo por tipologia, e está relacionado a aspectos variados, 
tais como:
motivações dos turistas: necessidade de lazer, descanso, cura 
ou saúde; conhecimento da cultura, história, natureza e religião 
ou atividades de interesse específico como ecoturismo, 
práticas esportivas, negócios, eventos, entre outros;
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procedência dos turistas: nacional, internacional, emissivo, 
receptivo;
formas de organização de viagens: individual, organizado;
faixa-etária: infanto-juvenil, adulto, familiar, terceira idade;
meio de transporte: aéreo, rodoviário, ferroviário, aquático; 
composição social: classes privilegiadas, classe média, popular;
volume: minorias, massa;
âmbito geográfico: litoral, rural, montanha, urbano.
No Brasil, por muitos anos, o turismo cresceu de forma desordenada, sem planejamento 
ou preocupação com o modo como a atividade ocorria e com os resultados que poderia 
trazer para as localidades. Esse excesso de consumo constitui o chamado 
 , que teve seu apogeu nas décadas de 70 e 80 e apresenta as 
seguintes características:
turismo de 
Super utilização das áreas naturais, principais atrativos 
procurados pelos turistas;
Condições deficitárias para receber os turistas. As redes de 
tratamento de esgoto e abastecimento de água passaram a 
não atender ao número de pessoas nas localidades;
Crescimento desordenado das cidades para suprir as 
necessidades dos turistas, gerando especulação imobiliária e 
urbanização fora dos padrões;
Em meados dos anos 80, principalmente após as discussões que ocorreram no mundo 
em torno da idéia do desenvolvimento sustentável, a atividade turística passou a 
incorporar as preocupações com a sustentabilidade ambiental, cultural e social das 
localidades. Assim, novas formas de desenvolvimento da atividade surgiram. Entre elas, 
está o ecoturismo, uma das tipologias de turismo que mais cresceu no Brasil e no mundo.
massa
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MÃOS À OBRA! 
Você já deve ter ouvido falar em ecoturismo um grande número de vezes. Escreva 
palavras que venham à sua lembrança quando se fala nesse segmento.
O QUE É! 
ECOTURISMO
É uma forma de fazer turismo, onde os turistas preferem visitar áreas naturais, 
relativamente intocadas, e compartilhar, com as populações locais, seus valores e 
tradições. Em 1994, o Instituto Brasileiro de Turismo, Embratur, em parceria com o 
Ministério do Meio Ambiente, produziu a primeira conceituação oficial da atividade 
no país: 
 
“Ecoturismo é um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, 
o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca formação de uma 
consciência ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar 
das populações”. 
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MÃOS À OBRA! 
A Amazônia é um lugar com vocação natural para o ecoturismo! Cite aspectos da sua 
região que comprovem essa afirmação.
O POTENCIAL DO TURISMO
Em todo o mundo, o turismo:
É a principal atividade econômica e a que mais cresce;
Emprega mais gente do que toda a população brasileira;
Gera muitas receitas, o que significa mais benfeitorias para os 
locais onde ocorrem atividades turísticas.
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Em relação ao ecoturismo:
Estudos desenvolvidos pelo World Travel & Tourism Council 
– WTTC (Conselho Mundial de Viagens e Turismo), mostram que 
cerca de 300 milhões de pessoas viajaram em 1999 em busca 
de belezas naturais.
Atualmente uma em cada dez pessoas que viajam a passeio 
é ecoturista. Por isso o ecoturismo é um tipo de turismo em 
rápida expansão, apresentando nos últimos dez anos uma taxa 
de crescimento de 7% ao ano. 
A AMAZÔNIA E SUA VOCAÇÃO PARA O ECOTURISMO
A Amazônia apresenta aspectos naturais que tem grande relevância para o ecoturismo:
Rio Amazonas: maior e mais largo rio do planeta. A cada 
segundo, ele despeja no mar 175 milhões de litros de água. Isso 
corresponde a 20% do volume que todos os rios do mundo 
juntos lançam no mar.
Bacia Amazônica: maior bacia hidrográfica, cobrindo5,8 
milhões de km2.
Floresta Amazônica: maior floresta tropical existente. Mais da 
metade está em território brasileiro, abrangendo grande parte 
do território nacional. 
A diversidade de ambientes naturais encontrados na Amazônia 
surpreende. Há matas de terra firme, matas de igapó, matas 
de várzeas, matas de bambu, ilhas de vegetação aquática, 
manguezais, cerrados, campinas e campos de terra firme. 
Nesses ambientes vivem:
as maiores árvores tropicais,
o maior número de espécies de peixes,
metade das aves conhecidas,
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a maior diversidade de insetos do mundo e
número significativo de outros grupos de animais, como 
répteis, anfíbios, mamíferos.
Também abriga povos tradicionais, ou povos da floresta, que utilizam – sem destruir 
– os recursos que a floresta oferece como resinas, látex, frutos, sementes, folhas, fibras e 
madeiras e passam seus conhecimentos de geração para geração. 
Abriga 215 grupos indígenas que falam 170 línguas distintas
É o lar de milhares de famílias extrativistas. 
Seus costumes refletem a convivência harmoniosa com a natureza, o que se traduz nas 
ricas manifestações da cultura amazônica, com seu folclore, sua música, suas danças, seu 
artesanato e sua culinária.
MÃOS À OBRA! 
Os turistas procuram experiências diferentes daquilo que vivenciam nas suas regiões de 
origem. Com base nesta consideração, quais características naturais e culturais existentes 
na sua região podem despertar interesse turístico?
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O ECOTURISMO HOJE NA AMAZÔNIA 
A Amazônia é um local que desperta interesse mundial, devido às suas características 
naturais e culturais. Apesar disso, relativamente poucas pessoas viajam para a região. No 
Brasil, e na Amazônia principalmente, o ecoturismo é uma atividade em fase inicial de 
planejamento e conta com o apoio de programas governamentais para sua expansão de 
forma adequada, conforme será abordado na página 30. 
Atualmente o Instituto Brasileiro de Turismo, EMBRATUR - órgão responsável pelo 
desenvolvimento de pesquisas de demanda internacional e acompanhamento da 
atividade turística no país - demonstra que, por ano, uma média de cinco milhões de 
turistas estrangeiros são recebidos no Brasil. Desses, chegam à Amazônia menos de 100 
mil pessoas. 
MÃOS À OBRA! 
Quais características diferenciam a Amazônia do resto do mundo? 
 
Na sua opinião, o que falta para transformar a Amazônia num destino turístico de 
relevância nacional e internacional?
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A FRAGILIDADE DO MEIO AMBIENTE NA AMAZÔNIA 
A floresta amazônica é a maior floresta contígua do mundo e tem a rica biodiversidade 
como característica mais marcante. Apresenta uma área de 6,3 milhões de Km2 
abrangendo diversos países, desde os contrafortes dos Andes ao noroeste da Bolívia; 
oeste do Peru; Equador, boa parte da Colômbia, sul da Venezuela, e 61% da região centro 
norte do Brasil, num total de 5.217.423 Km2 nos estados do Acre, Amazonas, Amapá, 
Roraima, Pará, norte do Tocantins, oeste do Maranhão e norte de Mato Grosso.
O naturalista alemão Alexandre Von Humboldt denominou-a como “uma grande zona 
fitogeográfica, coberta pela floresta equatorial, que constitui a Hiléia Amazônica” O 
governo brasileiro para efeitos de políticas públicas resolveu chamar de “Amazônia Legal”. 
Essa imensa área possui grande interesse ecoturístico de abrangência global. 
Cerca de 20 milhões de pessoas vivem hoje na Amazônia, a maioria em áreas urbanas. A 
população também inclui indígenas, seringueiros, castanheiros, ribeirinhos, agricultores, 
garimpeiros, madeireiros e pecuaristas, entre outros.
Entretanto, as formas atuais de exploração e desenvolvimento econômico na Amazônia 
representam grande risco para o meio ambiente global. A agricultura de grãos, as 
fazendas de gado, a exploração de minérios e a extração de madeiras sem o devido 
 já destruíram cerca de 15% da cobertura vegetal existente. Nesse ritmo, 
milhares de espécies de animais e plantas ainda desconhecidas pela ciência correm 
o risco de extinção.
manejo
O QUE É! 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
é um modelo de desenvolvimento que compatibiliza as necessidades de crescimento 
com a redução da pobreza e a conservação ambiental. Nesse modelo, complementam a 
dimensão econômica:
- a dimensão ética (diz respeito a um padrão duradouro de organização da sociedade); 
- a dimensão temporal (necessidade de planejar a longo prazo);
- a dimensão social (relacionada à diminuição da desigualdade social e à 
pluralidade política); 
- a dimensão prática (necessidade de mudança de comportamentos e hábitos de 
produção e consumo). 
(fonte: Agenda 21 Brasileira, MMA, 2004) 
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CONHEÇA MAIS
A preocupação mundial com o meio ambiente começou no final da década de 60 e início 
de 70. Em 1972, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em 
Estocolmo, foi produzida a Declaração de Estocolmo, que introduziu, pela primeira vez na 
agenda política internacional, a dimensão ambiental como condicionadora e limitadora 
do modelo tradicional de crescimento econômico e do uso dos recursos naturais. Vinte 
anos depois, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, 
realizada no Rio de Janeiro, em 1992, constituiu-se num marco referencial do movimento 
ambientalista mundial. 
Um documento publicado pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 
1982, conhecido como Nosso Futuro Comum ou Relatório Brundtland explica o 
desenvolvimento sustentável como sendo “um modelo de desenvolvimento que atende 
às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras 
atenderem suas próprias necessidades”
MÃOS À OBRA! 
Que atividades devem ser incentivadas para compatibilizar a melhoria da qualidade de 
vida da população com a conservação do meio ambiente na Amazônia e a promoção do 
desenvolvimento sustentável? 
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O QUE É! 
UNIDADE DE CONSERVAÇÃO - UC
Espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com 
características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com 
objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao 
qual se aplicam garantias adequadas de proteção. (LEI N° 9.985, de 18 de junho de 2000, 
que institui o SNUC, Sistema Nacional de Unidades de Conservação.)
AS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO BRASIL E NA AMAZÔNIA
Cerca de 7,44% do território nacional constitui-se de 
Unidades de Conservação Federais, sendo 2,61% Unidades 
de Conservação de Proteção Integral e 5,52% de Unidades de 
Conservação de Uso Sustentável (de uso direto). 
O objetivo básico das Unidades de Proteção Integral é 
preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos 
seus recursos naturais em atividades educacionais, científicas e 
recreativas.
Já as Unidades de Uso Sustentável tem como objetivo 
básico compatibilizar a conservação da natureza com o uso 
sustentável de parcela dos seus recursos naturais. 
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O QUE É! 
PLANO DE MANEJO
documento técnico fundamentado nos objetivos gerais de uma unidade de conservação,mediante o qual estabelece-se o zoneamento e as normas que devem presidir o uso 
da área e o manejo dos recursos naturais, incluindo a implantação das estruturas físicas 
necessárias à gestão da unidade.
PLANO DE USO PÚBLICO
documento técnico que define o conjunto de atividades que podem ser desenvolvidas 
pelas pessoas durante a visitação a uma determinada unidade de conservação.
Cada unidade de conservação pode ser classificada de maneira diferenciada, de acordo 
com o objetivo de sua constituição. Para definir estes critérios foi estabelecido o Sistema 
Nacional de Unidades de Conservação – SNUC que estipula as categorias de manejo.
Em termos de tipos de visitação, as unidades de conservação são classificadas de acordo 
com o quadro a seguir:
NA AMAZÔNIA
Atualmente, na Amazônia Legal existem 111 unidades de conservação federais, sendo: 
- 39 Unidades de Conservação de Proteção Integral e 72 Unidades de Conservação de 
Uso Sustentável. 
(fonte: DAP/SBF - Ministério do Meio Ambiente, 2005)
De modo geral, o ecoturismo é uma atividade que tem afinidade com as UCs, já que tem, 
como finalidade, relacionar-se com a natureza preservada, abundante e diversificada. 
Além disso, pode se tornar uma alternativa de renda para a população que vive no 
entorno das Unidades.
Contudo, para que o ecoturismo ocorra de forma ordenada, é necessário elaborar o Plano 
de Manejo da Unidade de Conservação em questão, no qual deve estar contido o Plano 
de Uso Público. 
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UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E TIPOS DE VISITAÇÃO
Categorias de manejo 
da unidade de conservação
Tipos de visitação
Áreas de Proteção Ambiental 
(terras públicas e particulares)
Definida pelo gestor para as áreas 
de domínio público
Estação Ecológica (posse e domínio 
público)
Somente com objetivo educacional
Floresta Nacional (posse e domínio 
público)
Condicionada ao plano de manejo, 
às normas do órgão gestor e aos 
regulamentos
Monumento Natural (podem ser 
constituídos também por áreas 
particulares)
Condicionada ao plano de manejo, 
às normas do órgão gestor e aos 
regulamentos
Parque Nacional, Estadual e Municipal 
(domínio público)
Educação, interpretação ambiental e 
recreação em contato com a natureza
Reserva de vida silvestre (podem 
ser constituídos também por áreas 
particulares)
Condicionada ao plano de manejo, 
às normas do órgão gestor e aos 
regulamentos
Reserva biológica (posse e domínio 
público)
Compatível com os interesses locais e 
de acordo com o disposto no plano de 
manejo 
Reserva de Desenvolvimento Sustentável 
(domínio público e uso concedido às 
populações extrativistas tradicionais)
Compatível com os interesses locais e 
de acordo com o disposto no plano de 
manejo
Reserva de Fauna (posse e domínio 
público)
Condicionada ao plano de manejo 
e ao órgão gestor
Reserva Particular do Patrimônio Natural 
(área privada)
Turística, recreativa, educacional conforme 
se dispuser em regulamento
(Fonte: ECOTURISMO: visitar para conservar e desenvolver a Amazônia / Brasília: MMA/SCA/Proecotur, 2002.)
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Noções Básicas
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PRINCÍPIOS DO ECOTURISMO
O ecoturismo é diferente do turismo convencional, porque considera que:
O não deve ser a
fim de atender às ;
estes, devem ser para
a .
ambiente transformado
expectativas dos visitantes
preparados
experiência da visitação
Esse é um dos primeiros mandamentos do ecoturismo, mas há uma série de outros:
Utilizar os recursos naturais e culturais de forma sustentável;
Oferecer produtos de qualidade aos visitantes;
Contribuir para a distribuição justa dos benefícios 
econômicos gerados;
Possibilitar o desenvolvimento de empreendimentos criados e 
gerenciados pelas próprias comunidades.
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MÃOS À OBRA! 
Com base em seus conhecimentos sobre turismo, identifique diferenças entre o turismo 
de massa e o ecoturismo:
QUEM É O ECOTURISTA
Geralmente o ecoturista é um viajante que:
vive na cidade grande e deseja conhecer ambientes naturais 
conservados;
busca informações sobre os lugares a serem visitados;
gosta de aprender sobre o meio ambiente e o dia-a-dia das 
comunidades locais;
prefere sentir-se parte integrante do ambiente natural e da 
comunidade visitada;
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Noções Básicas
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preocupa-se com a qualidade do ambiente, assim como com 
o bem-estar das comunidades anfitriãs;
prefere conhecer e adquirir produtos típicos da região.
PRODUTO TURÍSTICO
Já verificamos quais são as condições necessárias para receber os visitantes. Quando 
conhecemos o perfil do turista e os seus desejos, torna-se possível acoplar uma série de 
condições bem específicas para atendê-lo satisfatoriamente. 
Desta união surge um produto turístico.
O QUE É! 
PRODUTO TURÍSTICO
é formado pelos elementos necessários para atender os turistas no momento de sua 
viagem. É composto dos atrativos, facilidades ou serviços (hospedagem, alimentação, 
serviços de guia, passagens aéreas) e acessos. Difere de outros produtos, como os 
industrializados, por constituir-se de elementos e percepções intangíveis, que são 
sentidos pelo turista como uma experiência. 
Algumas características específicas em relação ao produto turístico são:
É um bem de consumo abstrato e intangível, pois o turista não 
pode tocar o produto como um todo;
Não há como o turista estocar a viagem no bolso, ele vive a 
experiência e a guarda na memória;
É estático, pois não é possível mudar a localização ou a 
quantidade de uma atração turística;
O turista consome o produto ao mesmo tempo em que o 
serviço é prestado, assim o turista apenas pode avaliar os 
serviços prestados posteriormente à sua experiência;
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Noções Básicas
Visitantes
deCondução
Áreas Naturaisem
para a
A demanda é instável e singular, sendo necessário o 
desenvolvimento de produtos diferenciados para atender 
estas pessoas;
O turismo concentra-se em algumas épocas e locais 
específicos, fenômeno chamado de sazonalidade, o que acaba 
por estabelecer a criação de produtos diferenciados para serem 
vendidos ao longo de todo o ano.
Com base nas diretrizes do ecoturismo, deve-se destacar que o 
 seja baseado na conservação da natureza e no bem-estar das comunidades locais. Isto 
significa que as atividades oferecidas ao visitante, assim como a estrutura que o serve, 
não poderão ser prejudiciais de nenhuma forma ao ambiente. 
produto ecoturístico
EQUIPAMENTOS TURÍSTICOS COMPATÍVEIS COM O ECOTURISMO 
De acordo com a EMBRATUR, os equipamentos turísticos representam “o conjunto 
de edificações, de instalações e de serviços indispensáveis ao desenvolvimento da 
atividade turística. Compreendem os meios de hospedagem, os serviços de alimentação, o 
entretenimento e diversão, o agenciamento, os transportes, a locação de veículos, os eventos, 
os guias, a informação e outros serviços turísticos”.
Especificamente em relação ao ecoturismo, os equipamentos devem apresentar as 
seguintes considerações básicas:
Não devem gerar lixo e poluição, que não possam ser 
manejados apropriadamente; 
Devem consumir pouca energia e, preferencialmente, 
as renováveis e limpas; 
Devem manejar os recursos hídricos adequadamente para não 
haver desperdício, e buscar a sua reutilização;
A alimentação básica oferecida deverá ser tipicamente da 
região e produzida na localidade;Preferencialmente, devem utilizar mão-de-obra local e realizar 
programas de educação ambiental.
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Noções Básicas
Visitantes
deCondução
Áreas Naturaisem
para a
MÃOS À OBRA! 
Cite equipamentos turísticos compatíveis com o ecoturismo presentes na região em 
que você mora. 
PRINCIPAIS IMPACTOS DO ECOTURISMO
Assim como outras atividades que o homem executa, o ecoturismo tanto pode 
trazer benefícios quanto prejuízos aos elementos envolvidos no processo. Por isso, é 
importante conhecer alguns de seus aspectos positivos e negativos. Para facilitar esse 
entendimento, estes aspectos foram divididos por grupos que apresentam características 
bem diversificadas: aspectos ambientais, socioculturais e econômicos.
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Noções Básicas
Visitantes
deCondução
Áreas Naturaisem
para a
ASPECTOS AMBIENTAIS
Quando bem planejado e monitorado 
gera diversos aspectos 
POSITIVOS
Quando não ocorre o devido 
planejamento e monitoramento gera 
diversos aspectos NEGATIVOS
Destina recursos financeiros para a 
conservação e incentiva recuperação 
de áreas degradadas
Alterações nos comportamento, hábitos 
alimentares e na reprodução de animais 
silvestres pelo excesso de visitação 
e/ou presença de lixo
Estimula levantamento de dados sobre 
fauna e flora e incentiva a pesquisa 
cientifica
Mudanças numéricas nas 
populações silvestres
Promove a educação ambiental e maior 
consciência ambiental nas populações
Comércio ilegal de espécies silvestres e de 
artesanatos que utilizam órgãos,penas ou 
couro de animais
Viabiliza o uso de tecnologias 
ambientalmente sustentáveis
Geração de lixo, poluição do ar, água, solo, 
sonora e visual
Estimula a implantação de infra-estrutura 
básica, saúde, comunicação, segurança, 
educação e comércio
Abertura de estradas, trilhas 
e atalhos inadequados
Valoriza áreas naturais e cria condições de 
conciliar desenvolvimento e conservação
Compactação e erosão do solo
ASPECTOS ECONÔMICOS
Quando bem planejado e monitorado 
gera diversos aspectos 
POSITIVOS
Quando não ocorre o devido 
planejamento e monitoramento gera 
diversos aspectos NEGATIVOS
Gera renda e emprega muita gente Especulação
Pode utilizar a infra-estrutura já existente
Na baixa temporada muita gente 
pode ficar sem emprego, as atividades 
dependem das estações do ano
Desenvolve-se com produto locais
Pode haver prejuízos econômicos como 
conseqüências de boatos, problemas com 
doenças, mudanças no setor financeiro
Complementa outras atividades 
econômicas
A economia pode ficar dependente do 
ecoturismo como única fonte de renda
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Noções Básicas
Visitantes
deCondução
Áreas Naturaisem
para a
ASPECTOS SOCIOCULTURAIS
Quando bem planejado e monitorado 
gera diversos aspectos 
POSITIVOS
Quando não ocorre o devido 
planejamento e monitoramento gera 
diversos aspectos NEGATIVOS
Contribui para a educação Gera antipatia pelo excesso de visitantes
Estimula o entendimento e a paz Descaracterização da cultura local
Reduz barreiras entre as pessoas
Desentendimentos entre a comunidade 
local e novos moradores
Reforça a conservação de heranças e 
tradições, valoriza a cultura local
Estimula aumento da criminalidade
ALGUNS CRITÉRIOS PARA DESENVOLVER O ECOTURISMO
Depois de analisarmos os princípios do ecoturismo e o perfil do ecoturista foi possível 
compreender as principais características e necessidades que permeiam o segmento. 
Assim, podemos identificar alguns cuidados que devem ser observados por aqueles que 
atuam com ecoturismo, ao desenvolver a atividade:
preparar os viajantes visando minimizar os seus impactos 
negativos, tanto em aspectos ambientais quanto culturais; 
preparar os viajantes para cada encontro com culturas locais, e 
espécies da fauna e flora nativas; 
minimizar os impactos dos visitantes no meio-ambiente, 
fornecendo literatura e instruções específicas, guiando pelo 
exemplo e tomando ações corretivas; 
usar liderança adequada e manter grupos suficientemente 
pequenos para garantir o mínimo impacto no destino. Evitar 
áreas com manejo insuficiente e supervisitação; 
assegurar que administradores, pessoal e empregados 
contratados saibam e participem da política da empresa para 
prevenir impactos no ambiente e na cultura local; 
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Noções Básicas
Visitantes
deCondução
Áreas Naturaisem
para a
fornecer programas de treinamento aos administradores, 
pessoal e empregados contratados. Estes programas devem 
visar a melhor orientação do visitante de ecossistemas frágeis; 
contribuir para a conservação das regiões visitadas; 
ofertar empregos competitivos à população local; 
oferecer acomodações adequadas ao local, que não estejam 
desperdiçando recursos ou destruindo o meio-ambiente. 
Elas devem fornecer ampla oportunidade para o estudo do 
ambiente e um intercâmbio harmonioso com as comunidades. 
MÃOS À OBRA! 
Que comportamento você não gostaria de ver em um turista na sua região? 
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Noções Básicas
Visitantes
deCondução
Áreas Naturaisem
para a
Que mecanismos você dispõe para motivar o visitante a se comportar adequadamente?
PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DO ECOTURISMO 
PLANEJAMENTO TURÍSTICO INTERNACIONAL
orientado e promovido por órgãos oficiais internacionais como a Organização Mundial 
de Turismo – uma agência especializada das Nações Unidas – que serve como fórum 
global de políticas públicas de turismo e é fonte de informações e divulgação de práticas 
e técnicas utilizadas para planejar e organizar o turismo no mundo.
O planejamento turístico tem como objetivo ordenar a atividade, buscando equacionar 
os princípios de sustentabilidade social, ambiental, cultural e econômica. O planejamento 
acontece em diversos níveis:
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Noções Básicas
Visitantes
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Áreas Naturaisem
para a
PLANEJAMENTO TURÍSTICO NACIONAL
no Brasil é realizado pelo Ministério do Turismo – MTur, que tem como objetivo 
desenvolver políticas de turismo sustentáveis e inclusivas através de um modelo de 
gestão descentralizado no país. Para isto dispões de programas em diversas áreas 
como infra-estrutura turística, capacitação, legislação, entre outras. Suas atividades são 
complementadas por outros órgãos como o Instituto Brasileiro de Turismo – EMBRATUR, 
que é responsável pela divulgação do país no exterior, assim como pelo Ministério do Meio 
Ambiente – MMA, por meio do Programa de Desenvolvimento do Ecoturismo na Amazônia 
Legal - PROECOTUR que elaborou 14 planos para o desenvolvimento do ecoturismo em 
pólos na Amazônia e por meio do Programa Nacional de Ecoturismo – PNE que desenvolve 
políticas de promoção do ecoturismo como instrumento de conservação ambiental em 
todo o país. 
PLANEJAMENTO TURÍSTICO REGIONAL OU LOCAL
ocorre em âmbito estadual ou abrange regiões, e se preocupa em ordenar o turismo 
no nível local. As secretarias de turismo municipais e estaduais apresentam um papel 
extremamente importante e fundamental na organização do turismo, já que atuam 
diretamente com o local aonde o turismo ocorre, possuindo maior proximidade com a 
realidade das viagens e dos viajantes. Ainda, essas secretarias contam com o auxílio de 
Fóruns Estaduais ou Comissões Municipais que são organizações compostas de pessoas 
que atuam na área do turismo, em atividades variadas (hotéis, guias, restaurantes, 
empresas de transportes, empresas de entretenimento, agências, entre outras) e que tem 
interesse no desenvolvimento do turismo de forma benéfica à todos os envolvidos.
PLANEJAMENTO TURÍSTICO DE EMPREENDIMENTOS
ocorre através da administração de cada empresa, contando com o apoio de entidades 
de classe como a Associação Brasileira de Indústria de Hotéis – ABIH, Instituto de 
Hospitalidade – IH, Associação Brasileira de Agências de Viagens –ABAV, Associação 
Brasileira das Operadoras de Turismo – BRAZTOA, entre outras. 
É importante salientar que as organizações da sociedade civil e as comunidades locais 
podem e devem participar do processo de planejamento em qualquer nível, colaborando 
por meio de comissões e representações em cada uma dessas esferas. O planejamento 
do turismo deve ser feito por todos aqueles que são de alguma forma afetados por suas 
atividades, contribuindo para que seja uma atividade sustentável.
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Noções Básicas
Visitantes
deCondução
Áreas Naturaisem
para a
MÃOS À OBRA! 
Em sua região, há alguma instituição responsável pelo planejamento e organização do 
turismo? Cite algumas ações que este órgão vem desenvolvendo e outras que você acha 
que deveriam ser feitas.
O PROECOTUR 
O PROECOTUR foi criado para viabilizar o ecoturismo na Amazônia Legal, como uma das 
bases para o desenvolvimento sustentável da região. É financiado pelo Governo Brasileiro 
e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID e executado pelo Ministério do 
Meio Ambiente - MMA, em parceria com o Ministério do Turismo – MTur, o IBAMA e os 
nove estados que compõem a Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato 
Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins). 
O programa foi planejado para ser implantado em duas fases. Essa concepção é resultado 
de lições aprendidas com outros programas de desenvolvimento da atividade turística 
do governo federal, que evidenciaram que a implantação de investimentos em infra-
estrutura, sem antes estabelecer uma base norteadora da atividade turística local e a 
consolidação institucional e legal das instituições governamentais, pode comprometer a 
sustentabilidade dos investimentos realizados. 
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Noções Básicas
Visitantes
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Áreas Naturaisem
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A proposta do PROECOTUR é possibilitar uma etapa de pré-investimentos, com esforços 
direcionados para o desenvolvimento do ecoturismo na região amazônica. 
Assim, a chamada Fase I tem por objetivo disponibilizar os pré-requisitos essenciais para 
uma implementação bem-sucedida da segunda fase do Programa. Estes pré-requisitos 
referem-se à necessidade de seleção de áreas e de um planejamento cuidadoso para o 
desenvolvimento do ecoturismo, avaliação de demanda do mercado, treinamento básico, 
assistência técnica e investimentos nas localidades.
O QUE É! 
PÓLO DE ECOTURISMO
é formado por um grupo de municípios que concentram muitos atrativos ecoturísticos. 
Esses locais foram definidos em reuniões de trabalho nos próprios estados ou por meio 
de estudos de especialistas contratados para identificar os lugares com maior potencial 
ecoturístico. Resultou na identificação geográfica de pólos em 7 estados da Amazônia, a 
saber: Acre (02 pólos), Amazonas (02 pólos), Mato Grosso (02 pólos), Maranhão (01 pólo), 
Tocantins (02 pólos), Pará (03 pólos) e Rondônia (01 pólo). Os demais estados (Amapá e 
Roraima) teriam seus pólos definidos com os estudos elaborados ao longo da primeira 
fase (Mapa 1).
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Noções Básicas
Visitantes
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Áreas Naturaisem
para a
COMPONENTES DO PROGRAMA
O Proecotur foi estruturado em três componentes, que direcionam as ações a serem 
empreendidas nos pólos selecionados:
Componente 1 - Planejamento de Ecoturismo para a região da 
Amazônica: contempla a preparação de estudos que abrangem 
desde o planejamento das atividades de ecoturismo nos pólos 
até estudos para a criação de áreas protegidas e confecção de 
planos de manejo e de uso público para unidades 
de conservação. 
Componente 2 - Gerenciamento do ecoturismo das áreas 
priorizadas: inclui o financiamento de pequenas, mas 
importantes obras de infra-estrutura pública, principalmente 
para ajudar a preservar os atrativos naturais e melhorar as 
áreas de recepção turística. Também inclui os estudos de pré-
viabilidade e viabilidade para futuros investimentos públicos. 
Componente 3 - Fortalecimento Institucional: inclui a etapa de 
capacitação, onde estão previstas atividades de treinamento. 
O objetivo é ajudar a elevar a competitividade dos serviços e 
produtos ecoturísticos oferecidos aos visitantes, e ampliar o 
conhecimento dos profissionais de turismo sobre a importância 
da conservação dos recursos naturais na região amazônica. 
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Noções Básicas
Visitantes
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Áreas Naturaisem
para a
 2MÓDULO
 CARACTERIZAÇÃO REGIONAL
AMAZÔNIA 
Ao falar em Amazônia sempre se fala em gigantismo. É o maior bioma terrestre do 
planeta, cuja área avança em nove países da América Latina (Brasil, Paraguai, Bolívia, 
Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana Francesa e Suriname). A Amazônia Legal 
brasileira ocupa 60% do território nacional. 
As suas principais características são a alta radiação solar, temperaturas relativamente 
uniformes, alta pluviosidade e umidade. Dois tipos principais de ecossistemas estão 
presentes: a terra firme e a várzea. As várzeas constituem somente 2% da Bacia 
Amazônica, mas têm uma importância desproporcional em relação à sua extensão. A 
tema firme constitui 98% da Bacia e também inclui uma grande variedade de ambientes, 
tais como florestas pluviais, florestas decíduas, savanas bem drenadas, savanas mal 
drenadas, florestas antropogênicas e florestas montanhosas. 
Cerca de 18 milhões de brasileiros vivem nessa região, sendo que 68% em centros 
urbanos e 32% na zona rural. A Amazônia Legal abriga, ainda, a maioria da população 
indígena brasileira, que soma ao redor de 256 mil pessoas que falam entre 
170 e 180 línguas. 
CLIMA
Um dos fatores fundamentais para a compreensão de qualquer ecossistema é a 
caracterização do clima. Na Amazônia, o clima está intimamente ligado à importância 
e magnitude do ciclo da água. A Amazônia é a maior área de floresta tropical úmida do 
mundo e responsável pela maior reciclagem de umidade na biosfera. 
Localizada na Região Norte do Brasil e cortada pela linha do Equador, a Amazônia tem 
o clima Equatorial predominante, quente e úmido, com temperaturas anuais variando 
entre 21ºC e 42º. A temperatura média anual é de 28ºC, caracterizada por umidade 
elevada durante todo o ano, o que favorece a formação da cobertura vegetal de floresta 
ombrófila (densa), com árvores de grande porte e folhagens sempre verdes. As chuvas 
são muito abundantes e, em certos períodos do ano, provocam enchentes, inundando 
vastas regiões e fertilizando a terra. 
As condições hidrológicas da Amazônia estão estreitamente relacionadas à sua posição 
geográfica (entre latitudes 5 graus Norte e 10 graus Sul), onde a duração dos dias varia 
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Noções Básicas
Visitantes
deCondução
Áreas Naturaisem
para a
pouco de estação para estação. A maior causa de variabilidade em insolação provém da 
cobertura de nuvens. As médias mensais de temperatura variam menos de três graus 
centígrados, mas as variações diárias podem alcançar até 15 graus centígrados em 
função da cobertura de nuvens, que varia a cada momento e que, em média, reduz em 
até 50% a insolação regional.
Um dos resultados importantes das pesquisas realizadas nas últimas duas décadas 
foi demonstrar que metade da chuva na região provém do vapor resultante da 
transpiração da própria floresta. O papel da vegetação nesse processo é fundamental, 
já que 75% da precipitação volta à atmosfera pela evaporação e transpiração das plantas.
Em relação à chuva, a precipitação regional média varia entre 1.500 e 3.250mm ao 
ano,mas nas áreas onde os Andes funcionam como barreira à circulação das nuvens, 
precipitações anuais de até 5.000mm ocorrem, e o período de seca é quase inexistente.
O clima da Amazônia tem como característica, por um lado, a sazonalidade nas 
enchentes dos rios, lagos e áreas inundáveis e, por outro, uma impressionante 
estabilidade, se observarmos simplesmente as médias anuais ou mensais. A distribuição 
da chuva é muito desigual, já que durante alguns meses chove mais de 800mm e durante 
outros, menos de 100 mm. 
MÃOS À OBRA! 
Na sua região, a paisagem se transforma durante o período da cheia e da vazante? O que 
mais pode interessar o visitante em cada uma das estações, em termos de atrativos e/ou 
atividades relacionadas ao ecoturismo?
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Noções Básicas
Visitantes
deCondução
Áreas Naturaisem
para a
HIDROGRAFIA
A Bacia Hidrográfica Amazônica é a maior do mundo, com quase 4 milhões de km² de 
extensão em terras brasileiras. Somente na porção brasileira, abrange 10 dos maiores rios 
do mundo, entre os quais o lendário Rio Amazonas, com 7.025 quilômetros de extensão 
desde a Nascente, na Cordilheira dos Andes, no Peru, até a sua foz no Oceano Atlântico. 
Os rios amazônicos diferem quanto à qualidade de suas águas e sua geomorfologia. 
Existem três tipos de rios na Amazônia. Os rios de água branca nascem nos Andes e 
carregam sedimentos de alta fertilidade. Os rios de água preta são oriundos de áreas 
dominadas por solos de areia branca com alta acidez e contém poucos minerais. 
Finalmente, os rios de água clara drenam áreas do Planalto Central do Brasil e do Planalto 
das Guianas e possuem águas de qualidade média em termos de nutrientes.
Uma curiosidade é que as áreas drenadas por rios de água preta são dominadas pela 
presença de solos de areias brancas muito pobres e caracterizam-se pelo alto conteúdo 
de matéria orgânica em suspensão devido à alta acidez da água. Uma vantagem para 
a vida humana nas áreas de rios de água preta é a escassez de insetos. As pessoas são, 
portanto, menos afetadas por malária e outras doenças transmissíveis por insetos 
comuns nas áreas menos ácidas. Os principais rios, baseando-se na coloração de 
suas águas são:
De água preta: Negro
De água clara: Tapajós
De água branca (barrenta): Solimões e Amazonas 
Os rios de água preta apresentam esta coloração devido à presença de ácidos húmicos e 
fúlvicos resultantes da decomposição incompleta do húmus do solo. Já os rios de água 
clara têm suas cabeceiras nos escudos cristalinos pré-cambrianos. Drenam solos muito 
intemperizados e suas águas não são tão ácidas; a carga de material em suspensão 
é pequena, tornando suas águas claras. Os rios barrentos originam-se em regiões 
montanhosas (Cordilheira dos Andes) carregando elevadas quantidades de material em 
suspensão, garantindo uma coloração amarronzada. 
As variações de chuva refletem-se nas flutuações dos rios, que podem variar 5 a 20m. 
Os rios da margem sul do Amazonas têm suas altas nos meses de março e abril e suas 
maiores baixas entre agosto e outubro; enquanto que os tributários da margem norte 
do Amazonas têm suas altas em junho e julho e as baixas entre dezembro e março. O 
impacto da variação nos níveis dos rios é altamente significativo devido à predominância 
de terras baixas na Amazônia.
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Noções Básicas
Visitantes
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Áreas Naturaisem
para a
O RIO AMAZONAS
Este rio nasce no lago Lauri, nos Andes do Peru e corre primeiramente na direção sul-
norte, como um rio de montanha, com forte gradiente e vertentes muito altas. Mais 
adiante, seu curso se inverte definitivamente para a direção oeste-leste, até a foz, no 
Atlântico. Nesse trecho, correspondente à maior parte do curso, o Amazonas tem declive 
muito fraco, correndo em uma várzea, limitada pelas escarpas de um baixo 
tabuleiro sedimentar. 
O Amazonas apresenta profundidades que variam dos 20 aos 130 metros e largura 
que vai de 1,5 até 14 Km. Suas águas, de coloração barrenta, têm uma velocidade de 
aproximadamente 10 km/h. O volume normal de águas é avaliado em 80.000 m3, 
correspondendo à vazão de todos os rios do planeta. No entanto, seu volume aumenta 
gradualmente do final de novembro até junho, quando começa a vazante. Com calha 
quase paralela ao equador terrestre, recebe afluentes dos dois hemisférios da Terra. 
Esses afluentes vêm de regiões mais altas – Planaltos das Guianas ou Central, formando 
cachoeiras, até se conformar à planície. 
O volume de água do rio Amazonas é tão grande que sua foz, ao contrário dos outros 
rios, consegue empurrar a água do mar por muitos quilômetros. O oceano atlântico 
só consegue reverter isso durante a lua nova quando, finalmente, vence a resistência 
do rio. O choque entre as águas provoca ondas que podem alcançar até 5m de altura, 
avançando rio adentro. Este choque das águas tem uma força tão grande que é capaz de 
derrubar árvores e modificar o leito do rio. 
Este curioso fenômeno da natureza é conhecido como pororoca. No dialeto indígena 
do baixo Amazonas, o fenômeno da pororoca tem o seu significado exato: Poroc-poroc 
significa destruidor. Embora aconteça todos os dias, o período de maior intensidade 
no Brasil acontece entre janeiro e maio e não é um fenômeno exclusivo do Amazonas. 
Acontece nos estuários rasos de todos os rios que desembocam no golfo amazônico e no 
rio Araguari, no litoral do Estado do Amapá. Não é exclusivo do Brasil, também acontece 
nos rios Sena (na Europa) e Ganges (na Índia).
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Noções Básicas
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Áreas Naturaisem
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MÃOS À OBRA! 
Quais os atrativos turísticos da sua região relacionados com a hidrografia?
RELEVO
A Amazônia brasileira pode ser dividida em três grandes áreas. A planície amazônica, com 
superfícies de até 100 m acima do nível do mar, os planaltos (ao sul, o Planalto Central e 
ao norte, o Planalto das Guianas) com altitudes entre 100 e 500 m, e áreas acima de 500 
m, correspondendo às áreas de serras ao norte e ao sul, e algumas formações isoladas, 
como em Carajás. 
 Apesar de ser um trecho predominantemente de baixa altitude, o local de maior altitude 
da Amazônia é também o pico mais alto do Brasil: o Pico da Neblina, com 2.994 m, na 
serra do Imeri, fronteira do Brasil com a Venezuela. 
A planície amazônica limita-se ao norte com o escudo cristalino brasileiro e ao sul 
com o escudo cristalino das guianas; ao longo da borda oeste, com a Cordilheira dos 
Andes. Entre estas formações antigas, encontra-se uma depressão preenchida por uma 
cobertura sedimentar cheia de rios e lagos, a Amazônia Brasileira!
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Noções Básicas
Visitantes
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Áreas Naturaisem
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Em eras geológicas passadas, quando o nível do mar esteve baixo, o rio Amazonas, 
juntamente, com seus afluentes, alargou e escavou vales; quando o nível do mar estava 
alto, estes vales foram aterrados com sedimentos originários da região andina, formando 
as várzeas.
A bacia amazônica possui importantes reservas de gás natural e petróleo em seu subsolo, 
em função dos depósitos de matéria orgânica que ocorreram durante os milhões de anos 
em que os sedimentos foram sendo depositados na planície. 
Nas regiões mais altas, ao norte e ao sul, encontram-se veios de ouro, estanho e 
diamante, como na Serra de Parima, no Planalto das Guianas e na região das cabeceiras 
dos rios Juruena, Roosevelt e Aripuanã, no norte de Mato Grosso e nordeste de Rondônia. 
 Na região de transição entre o Planalto Brasileiro e a Planície Amazônica encontra-se a 
Serra de Carajás, no sul do Pará, uma das maiores províncias minerais do globo terrestre. 
Esta serra apresenta grandes reservas de ferro (a maior reserva do planeta), ouro (Serra 
Pelada já foi o maior garimpo do planeta), manganês, cobre e níquel
O SOLO 
De maneira geral, pode-se afirmar que o solo da Amazônia apresenta baixa fertilidade.A 
principal razão está em sua origem geológica, pois a maior parte provém de formações 
muito antigas, que foram “lavadas” por milhões de anos. 
 Mas, se o solo amazônico é pobre em nutrientes, como pode existir uma floresta tão 
rica e abundante? A explicação está na rápida capacidade dos seres vivos em reciclar os 
nutrientes disponíveis. Quando uma folha cai, ela é rapidamente processada por insetos, 
algas, fungos e bactérias, para ser reabsorvida pelas raízes das plantas, completando 
o ciclo. 
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Noções Básicas
Visitantes
deCondução
Áreas Naturaisem
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MÃOS À OBRA! 
Quais os atrativos turísticos da sua região relacionados com o relevo?
BIODIVERSIDADE
A biodiversidade amazônica ainda reserva muitos segredos desconhecidos da 
humanidade. Da variedade total de espécies animais e vegetais e de suas propriedades 
medicinais ainda se sabe pouco. Estima-se que a diversidade de árvores na Amazônia 
varia entre 40 a 300 espécies diferentes por hectare.
Em termos biológicos é a região com maior biodiversidade de todos os continentes. 
Comporta metade das espécies de aves hoje conhecidas, possui a maior diversidade de 
insetos (especialmente borboletas), répteis e anfíbios. Possui mais espécies de peixes que 
o oceano Atlântico. As águas da Amazônia também são ricas em caranguejos, camarões, 
serpentes, tartarugas, lagartos, golfinhos (entre eles o boto cor-de-rosa), lontras, jacarés, 
os quais sobem centenas de quilômetros nos rios em busca de peixes. 
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Noções Básicas
Visitantes
deCondução
Áreas Naturaisem
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O conhecimento da fauna e flora da Amazônia ainda é extremamente precário. Acredita-
se que não se conheça nem a metade das espécies que habitam as suas matas e rios. 
A principal característica da Amazônia é a sua inacessibilidade, o que dificulta a sua 
exploração e estudo.
A história da formação da bacia tem muito a ver com a existência de dois fatores: 
o ambiente heterogêneo e a variabilidade genética. A esses dois componentes 
refere-se à definição de Biodiversidade. A relação íntima entre ser vivo e ambiente 
proporciona inúmeras possibilidades de interações que podem ser a causa de tamanha 
disponibilidade de espécies tanto animal como vegetal na região. 
A variabilidade genética é fruto de mudanças contínuas no patrimônio genético dos 
seres vivos, portanto, as possibilidades de interações se tornam infinitas. No caso da 
Amazônia, a própria existência da biodiversidade parece ser também sua causa. Retirem-
se espécies de uma comunidade de terra firme ou aquática, haverá mudanças nas 
espécies remanescentes. Essa variabilidade genética intrínseca às populações naturais, 
quer animal, quer vegetal, é um dos maiores patrimônios que a região possui.
VEGETAÇÃO
A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo, representando 35% de toda as 
florestas do mundo. É considerada também uma das mais antigas coberturas florestais, 
permanecendo estabilizada há cerca de 100 milhões de anos.
A vegetação que forma a floresta amazônica divide-se em três tipos: as matas de terra 
firme; as matas de igapó; e as matas de várzea. Nas matas de terra firme encontram-
se as árvores mais altas, como a castanheira e a seringueira (de onde se extrai o látex), 
que podem alcançar 60 a 65 metros de altura. Em certos locais, as copas dessas árvores 
se juntam e barram a passagem da luz, tornando o interior da floresta escuro, pouco 
ventilado e muito úmido. 
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Noções Básicas
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para a
As florestas de terra firme ocorrem em áreas não inundáveis da Amazônia, incluindo um 
grande número de subtipos importantes, tais como as que ocorrem em bacias de água 
preta com vegetação de campina e caatinga. As florestas de áreas inundáveis incluem 
matas periodicamente inundadas por rios, movimentos costeiros de água salgada e 
matas de igapós. As savanas de tema firme também se constituem em um 
tipo importante.
As matas de igapó são encontradas nos terrenos mais baixos, próximos aos rios e são 
permanentemente alagadas. Nessas regiões, as árvores podem alcançar 20 metros de 
altura mas, em sua maioria, têm 2 a 3 metros. Sua ramificação é baixa e densa, 
de difícil penetração. 
As matas de várzea são encontradas em meio às matas de terra firme e de igapó. Sua 
composição varia de acordo com a maior ou menor proximidade dos rios, mas é comum 
encontrar-se na região das matas de várzea, árvores de grande porte como a seringueira, 
as palmeiras e o jatobá.
Além dessas diferenças, em vários setores aparecem terras altas de pouca fertilidade que 
são ocupadas por campos abertos com vegetação de transição, como os lavrados de 
Roraima e os llanos da Colômbia e Venezuela, verdadeiras ilhas de pradaria em meio à 
exuberância vegetal da floresta.
Essas características, que por um lado alimenta a enorme biodiversidade da região, 
que conta com mais de 60 mil espécies só de árvores, por outro lado, determina a 
considerável fragilidade dos ecossistemas amazônicos. As árvores gigantescas (algumas 
ultrapassam os 100 m de altura) vivem muito mais do húmus produzido pela vegetação 
em decomposição do que dos nutrientes dos solos pobres, que seriam rapidamente 
degradados se privados de sua cobertura vegetal.
A diversidade da flora ocorre sob um verdadeiro mosaico ecológico que representa uma 
fonte de oportunidades para as populações humanas amazônicas, como 
veremos a seguir.
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Noções Básicas
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MÃOS À OBRA! 
Cite algumas espécies vegetais que seriam interessantes de mostrar ao visitante de sua 
região e explique o motivo.
FAUNA
A diversidade em espécies vegetais se repete na fauna da região. Os insetos, por 
exemplo, estão presentes em todos os estratos da floresta. A Amazônia conserva a maior 
diversidade de animais do planeta. 
Os animais rastejadores, os anfíbios e aqueles com capacidade para subir em locais 
íngremes, como o esquilo, exploram os níveis baixos e médios. Os locais mais altos são 
explorados por beija-flores, araras, papagaios e periquitos à procura de frutas, brotos e 
castanhas. Os tucanos, voadores de curta distância, exploram as árvores altas. O nível 
intermediário é habitado por jacus, gaviões, corujas e centenas de pequenas aves. 
No extrato terrestre estão os jabutis, cutias, pacas, antas etc. Os mamíferos aproveitam a 
produtividade sazonal dos alimentos, como os frutos caídos das árvores. Esses animais, 
por sua vez, servem de alimentos para grandes felinos e cobras de grande porte. 
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Noções Básicas
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Na região foram catalogadas 1.500 espécies de peixes, porém estima-se que haja pelo 
menos o dobro. Em termos numéricos, alguns outros exemplos podem ser dados:
Entre os mamíferos, a região amazônica abriga 324 das 483 
espécies existentes no Brasil e lá também vivem 
300 répteis diferentes. 
Na categoria das aves, estimam-se perto de 950 tipos distintos.
Existem cerca de 3.000 espécies de peixes na Amazônia, que 
representa 85% da América do Sul e 15% das 
águas continentais. 
Em uma única planta na Amazônia foram encontradas mais de 
80 espécies de formigas, o que representa o dobro das espécies 
de formigas encontradas nas Ilhas Britânicas.
MÃOS À OBRA! 
Que tipos de animais são mais freqüentemente vistos em sua região? Quais podem 
despertar o interesse do visitante? Por que?
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Noções Básicas
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COMUNIDADES AUTÓCTONES
Não se pode confirmar exatamente desde quando a Amazônia é habitada, mas sabe-se 
que os índios já viviam na região séculos antes da chegada dos europeus, no século XVI. 
Desses mais de 500 anos de história comum, a formação populacional da Amazônia,assim como a formação populacional do país, preserva características da grande 
miscigenação entre as diversas raças. 
Herança da colonização européia, o brasileiro, e o povo amazônico, em particular, 
apresentam traços do índio, do branco e do negro, como nenhum outro no mundo. 
Ribeirinhos, índios, seringueiros, garimpeiros, pescadores, operários, executivos. 
Com cerca de 20 milhões de pessoas vivendo nos nove estados da Amazônia Legal, a 
densidade demográfica é de cerca de 3,4 habitantes por Km2, com 62% da população 
vivendo nos centros urbanos. Manaus, considerada a maior cidade da Amazônia, de 
acordo com o Censo 2000, possui população de mais de 1,4 milhão de pessoas.
A Amazônia é um dos poucos redutos do planeta onde ainda vivem povos tradicionais. 
As dezenas de tribos ainda existentes espalham-se em territórios dentro da mata, 
mantendo seus próprios costumes, linguagens e culturas. Antropólogos acreditam que 
ainda existam povos indígenas desconhecidos, vivendo nas regiões mais 
inóspitas e inacessíveis.
O ciclo da borracha desvendou uma nova Amazônia. Ao lado dos mitos, fantasias, lendas 
e sonhos de enriquecimento rápido, inaugurou-se uma nova sociedade - opulenta para 
os padrões da época - nas capitais e principais centros urbanos, e ativa, organizada, 
expansionista nas imensas áreas dos seringais que avançavam do território paraense aos 
altos rios. 
Durante o regime militar, as iniciativas de colonização da região induziram a uma rápida 
e intensa mobilização demográfica, revolucionando padrões tradicionais de relação entre 
a população e a terra. Correntes migratórias, social e etnicamente distintas, adentraram 
a Amazônia Oriental, por um lado, e a Amazônia Ocidental por outro. Nos anos 60 e 70 
foram centenas de milhares de migrantes que percorreram esses caminhos, em busca de 
terras livres, projetos de assentamento e pequenas e médias fazendas.
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Noções Básicas
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Isolada dos núcleos integradores da economia e da sociedade nacional, a Amazônia 
desenvolveu, também secularmente, formas originais de organização social e 
comunitária. As relações típicas da economia extrativista plasmaram a hegemonia de 
formas de “patronagem”, estabelecendo relações de dependência econômica, social, 
cultural e psicológica entre as populações caboclas e os imigrantes nordestinos com 
comerciantes, seringalistas e proprietários em geral. 
Toda essa riqueza de pessoas com origens e raízes tão distintas tornam a Amazônia uma 
região de rica sociodiversidade, refletida em todo o seu patrimônio cultural.
MÃOS À OBRA! 
Você considera que a miscigenação da população da Amazônia é um atrativo turístico? 
Em que aspectos e de que forma? 
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Noções Básicas
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CULTURA
Mesmo apresentando diversos grupos culturais, com suas respectivas subculturas, 
a cultura amazônica é marcada pela influência da natureza como fonte principal, 
particularmente a água, que dá origem aos costumes e narrativas da região, e que faz 
com que o homem se organize entre as estações de mais chuva e menos chuva, entre 
cheias e vazantes dos rios e mares. 
Assim, as práticas e produtos do homem da região não poderiam deixar de espelhar a 
estreita relação com a natureza, fazendo com que o amazônida funde um imaginário que 
confere materialidade à água nas encantarias e interdições do maravilhoso amazônico. 
Subsiste um mesmo espírito e uma mesma atitude nos nativos desta vasta região: o 
encantamento diante da natureza. É ela quem marca o desenho de um vaso, a trama da 
tecelagem, o formato de uma canoa, o ritmo da fala, da música e da dança, a força das 
lendas, a veracidade das histórias. 
CULINÁRIA
A Amazônia é bem servida pela variedade de pratos típicos, sendo riquíssima em sabores 
de influência indígena. A culinária regional destaca-se pela enorme oferta de pratos à 
base de peixes ou frutos existentes apenas nesta porção do planeta. 
Cada ingrediente, quando combinado com elementos regionais ou com o tempero 
caboclo, resulta num paladar impossível de não agradar pelo exotismo do preparo. 
Temperos como a pimenta malagueta, a pimenta de cheiro e o tucupi são essencias. Os 
peixes podem ser cozidos, fritos ou assados. É preciso apenas escolher entre o tucunaré, 
o tambaqui, o jaraqui ou o bacalhau da Amazônia, o delicioso pirarucu, entre tantos 
outros apreciados com o complemento específico: a farinha de mandioca.
A culinária da região é uma referência para o visitante. Ao sair da Amazônia, palavras 
como tacacá, vatapá, tucupi, maniçoba e pirarucu, por exemplo, ficam incorporadas ao 
vocabulário. Frutas tropicais como o açaí, o cupuaçu, o murici, o taperebá, o bacuri, 
o camu-camu, entre outras, também dão novo sabor ao período de permanência do 
visitante na região.
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Noções Básicas
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MÃOS À OBRA! 
Quais são os pratos típicos de sua região? Já são oferecidos aos visitantes nos 
restaurantes? Precisam ser adaptados para satisfazê-los? Como fazer isso 
sem descaracterizá-los?
FOLCLORE
O folclore é uma das manifestações da cultura popular. E a Amazônia têm um folclore 
rico com suas lendas, mitos, músicas populares, poesia, danças, que seduzem e penetram 
no imaginário dos turistas e habitantes locais. As lendas fazem parte da vida de cada 
morador, nos mais distantes recantos verdes amazônicos. 
Desde criança, é comum ouvir histórias como a do boto que se transforma no homem 
bonito e cativa as mulheres. A história da cobra-grande assusta e, para muitos, é a 
explicação para a origem de alguns dos grandes rios. Algumas lendas contam que 
a floresta é habitada por seres mitológicos que a protegem da fúria de caçadores e 
madeireiros. A crença em entes como o Curupira, a Iara, o Mapinguari, dão a idéia da 
magia amazônica e das raízes culturais do homem da região. O folclore reserva ainda a 
formação de grupos folclóricos com músicas próprias, roupas típicas, dançarinos 
e ritmos contagiantes.
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Noções Básicas
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MÃOS À OBRA! 
Quais as lendas mais conhecidas em sua região? Como incorporar as riquezas do folclore 
no produto turístico local?
ARTESANATO
As peças que compõem o artesanato amazônico são ricas em detalhes indígenas. 
Cerâmica, colares, pulseiras, utensílios domésticos, e uma infinidade de peças decorativas 
podem ser apreciadas e compradas. O artesanato regional está diretamente ligado aos 
elementos da cultura local, e até mesmo a matéria-prima utilizada para a produção das 
peças têm origem na floresta, como sementes, fibras, madeiras, ou a argila para compor 
peças em cerâmicas. 
Os artesãos aproveitam todos estes insumos com criatividade, originalidade e beleza, 
resultando em belos produtos para a venda. É possível encontrar produtos de artesanato 
popular em feiras permanentes em várias cidades.
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Noções Básicas
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Em cada região há exemplos desta criatividade e da diversidade estética e de materiais 
na produção das peças. Como muitas vezes são adornos e artefatos de uso cotidiano, 
incorporam as características e forma de ver a vida das comunidades que os produzem, 
materializando, portanto, parte desta visão e da relação das comunidades com a 
natureza, entre seus membros e entre si.
MÃOS À OBRA! 
Quais as peças de artesanato mais famosas em sua região? São comercializadas? São 
realmente típicas ou já sofreram interferência de outras culturas?
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Noções Básicas
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PRINCIPAIS AMEAÇAS
Os impactos resultantes da exploração humana da Amazônia são muitos. Há décadas, o 
desmatamentoe as queimadas, realizadas principalmente para formar pastos e alimentar 
o gado, têm destruído imensas áreas de florestas virgens. Estima-se que a área de pasto 
na Amazônia (pasto natural e também criado pelo desmatamento) seja de mais de 20 
milhões de hectares. O problema é que os pastos não resistem por muito tempo, uma vez 
que o solo amazônico é muito pobre em nutrientes. Isto faz com que os criadores de gado 
avancem constantemente para o interior da floresta em busca de novas terras. 
Mineração, caça e pesca indiscriminada, exploração de madeira, contrabando de animais 
raros e de espécies em extinção, poluição, são outros fatores de perturbação ambiental 
na Amazônia.
A caça, o manejo inadequado dos ecossistemas, o comércio de couro, peles e dos 
próprios animais, como os pássaros e peixes que são vendidos no exterior, ao lado dos 
envenenamentos químicos por agrotóxicos, contribuem para a extinção diária de espécies, 
às vezes ainda nem conhecidas pelos seres humanos.
A Amazônia vem sendo desfigurada pelo desmatamento irracional, pela invasão de práticas 
agrícolas e pecuárias inadequadas e pelo uso de queimadas incontroláveis, resultando em 
dissolução do ecossistema e aparecimento de grandes extensões desertificadas.
A luta pela preservação e pelo uso racional dos recursos ambientais depende do 
estabelecimento de novas relações entre os homens. As questões ambientais lançam a 
reflexão sobre a dignidade, a contradição, a opressão e a desigualdade num patamar mais 
amplo e abrangente, que impõe a revisão dos paradigmas do conhecimento e das práticas 
de relacionamento entre a espécie humana. O ecoturismo, se bem conduzido, pode ser 
uma atividade que leve os visitantes e residentes da Amazônia a fazerem 
essa reflexão!
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Noções Básicas
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MÃOS À OBRA! 
Quais as principais ameaças ambientais que existem em sua região?
Você acha que existem ameaças ao patrimônio cultural em sua região? Quais?
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Noções Básicas
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 3MÓDULO
O GUIA E O CONDUTOR 
A explosão da atividade ecoturística no Brasil e no mundo, multiplicou o número de 
visitantes em áreas naturais. Como já vimos, nestes locais é desejável que exista um 
planejamento e um monitoramento adequado, de acordo com as necessidades de 
conservação do meio ambiente, do turismo sustentável e da educação ambiental. É 
exatamente nesse momento, e para atender a essas questões, que a atuação de guias e 
monitores ambientais torna-se indispensável ao ecoturismo.
Estes profissionais são o “elo entre o ecoturista e o patrimônio natural e cultural da 
região”, e são também elementos fundamentais para uma mudança de atitude do turista, 
em relação ao ambiente que está sendo visitado. Além disso, a mão-de-obra qualificada 
é fundamental para reduzir os impactos negativos da visitação, contribuindo com o 
desenvolvimento do turismo sustentável. 
No entanto, é necessário esclarecer que existe uma diferença entre esses dois “atores” 
do ecoturismo. Os guias são profissionais que, estando devidamente cadastrados na 
Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), de acordo com a Lei nº 8.623, de 28 de janeiro 
de 1993 podem exercer “atividades de acompanhamento, orientação e transmissão 
de informações a pessoas ou grupos, em visitas a atrativos naturais, desde que tenham 
formação profissional específica”.
Os condutores (também chamados de monitores) geralmente residem no local ou 
próximo do local visitado e podem estar habilitados a acompanhar visitantes dentro de 
unidades de conservação, por exemplo, mas não são credenciados pela Embratur. Ainda 
não há legislação específica no país para regulamentar a atuação destes profissionais. 
Uma exceção é a Resolução SMA-SP 32/98, de 31 de março de 1998, que regulamenta 
o credenciamento de monitores ambientais para o ecoturismo e educação ambiental 
nas unidades de conservação do Estado de São Paulo, administradas pela Secretaria 
de Estado do Meio Ambiente. Apesar dessas diferenças, ambos - guias e condutores 
ambientais - podem atuar na atividade. Vale lembrar que, ao capacitar pessoas da 
localidade para conduzir visitantes, são criadas possibilidades efetivas de trabalho para a 
população local.
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Noções Básicas
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A atividade do condutor não envolve apenas a habilidade de explicar sobre a área, mas 
também motivar o visitante a perceber e integrar-se ao local em que se encontra, em 
seus mais diversos aspectos, sejam naturais, históricos, sociais, arquitetônicos, etc. Para 
ser bem-sucedido, não basta somente acumular informações e transmiti-las, mas acima 
de tudo saber quando e como transmiti-las. Esta percepção é tão importante quanto à 
informação em si. 
A função principal do condutor é organizar e conduzir os passeios. Deve dirigir seus 
esforços para captar a atenção dos hóspedes, estimular seus interesses, reforçá-los por 
meio das explicações que fornece, motivando-os a buscar mais conhecimentos. O papel 
de educador ambiental está incorporado à função do condutor. São louváveis os esforços 
no sentido de oferecer aos visitantes informações e exemplos de uso sustentável dos 
recursos, de formas menos impactantes de lidar com a natureza e com os resíduos da 
atividade humana, além de estimulá-los a participar de forma mais ativa em prol da 
conservação do meio ambiente quando retornarem às suas casas. 
Vemos que, na atividade de condução de visitantes, que há um intuito muito mais 
amplo, que não se restringe apenas à transmissão de conhecimentos, mas abrange a 
busca de crescimento pessoal na atividade, assim como tornar a experiência do visitante 
o mais significativa possível.
Todo condutor deve ter em mente que seu treinamento nunca está acabado. Sempre há 
algo novo a ser aprendido, sempre se pode questionar a forma como o seu trabalho e de 
seus colegas é feita, buscando o contínuo aperfeiçoamento. O ápice de um bom monitor 
é resultado do tempo de experiência e de seu compromisso com o aperfeiçoamento.
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Noções Básicas
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PEQUENOS DETALHES QUE FAZEM A DIFERENÇA 
MÃOS À OBRA! 
Quais as possibilidades de atuação que você acha que terá como condutor? Que tipo de 
capacitação precisará? Onde poderá encontrar?
Toda viagem começa com sua preparação, e não termina quando o hóspede vai embora, 
mas perdura por suas lembranças e nas imagens e impressões que leva do lugar. Pode 
ser dividida em antes, durante e depois. O condutor é responsável pelo durante mas, 
conforme seu desempenho, também responderá pelo depois. 
Para que o visitante leve sempre boas lembranças de sua viagem, cabe a quem vai 
recepcioná-lo estar atento para que as suas necessidades sejam atendidas com cortesia, 
rapidez e eficiência, dentro das possibilidades que a região oferece.
Um aspecto fundamental é que, mesmo antes da viagem, o turista tenha a maior 
quantidade de informações sobre a localidade e os serviços e equipamentos que vai 
encontrar à sua disposição.
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Noções Básicas
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RECEPÇÃO
Ao receber o visitante, há alguns passos simples que não devem ser esquecidos:
perguntar como foi a viagem e o conduzir até o local 
da recepção;
fazer uma apresentação inicial
Durante a apresentação inicial devem ser dadas explicações sobre o passeio ou o roteiro 
que será seguido. O discurso inicial pode basear-se no seguinte roteiro:
SEJAM BEM VINDOS A ___________________, MEU NOME É _______________________ 
E SEREI O CONDUTOR QUE OS ACOMPANHARÁ NO PASSEIO________________________.
AQUI NÓS ESTAMOS COM UMA HORA A MENOS OU A MAIS DE _____________________ 
E NO EXATO MOMENTO SÃO____________________________________________.

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