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Avaliação e Controle das Exposições Ocupacionais PORTARIA MTB Nº3.214 DE 08 DE JUNHO DE 1978 PORTARIA SEPRT Nº6.735 DE 10 DE MARÇO DE 2020 NR 09 AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 2 A NR 09 estabelece os requisitos para a avaliação das exposições ocupacionais a agentes físicos, químicos e biológicos quando identificados no Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR, previsto na NR 01, e subsidiá-lo quanto às medidas de prevenção para os riscos ocupacionais. Riscos Ocupacionais AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 3 Risco Ocupacional Combinação da probabilidade de ocorrer lesão ou agravo à saúde causados por um evento perigoso, exposição a agente nocivo ou exigência da atividade de trabalho e da severidade dessa lesão ou agravo à saúde. Perigo ou fator de risco ocupacional ou fonte de risco ocupacional Fonte com o potencial de causar lesões ou agravos à saúde. Elemento que isoladamente ou em combinação com outros tem o potencial intrínseco de dar origem a lesões ou agravos à saúde. Riscos Ocupacionais AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 4 Riscos físicos Consideram-se agentes de risco físico as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom. Riscos químicos Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeira, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão. Riscos biológicos Consideram-se agentes biológicos as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros. Riscos Ocupacionais AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 5 Riscos de acidentes Qualquer fator que coloque o trabalhador em situação vulnerável e possa afetar sua integridade, e seu bem estar físico e psíquico. São exemplos de risco de acidente: as máquinas e equipamentos sem proteção, probabilidade de incêndio e explosão, arranjo físico inadequado, armazenamento inadequado, etc. Riscos ergonômicos Qualquer fator que possa interferir nas características psicofisiológicas do trabalhador, causando desconforto ou afetando sua saúde. São exemplos de risco ergonômico: o levantamento de peso, ritmo excessivo de trabalho, monotonia, repetitividade, postura inadequada de trabalho, etc. Riscos Ocupacionais AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 6 Agentes Físicos AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 7 Ruído O ruído é considerado um som capaz de causar uma sensação indesejável e desagradável para o trabalhador. Níveis sonoros, quando acima da intensidade, conforme legislação específica, podem causar inúmeros danos à saúde do trabalhador. O primeiro efeito fisiológico da exposição a níveis altos de ruído é a perda da audição na banda de frequência de 4 a 6 kHz. Outros efeitos causados pelo ruido altos nos seres humanos: aceleração da pulsão, fadiga, nervosismo, etc. As medidas de controle do ruído dependem de técnicas de engenharia e de conhecimento detalhado do processo industrial em questão. A melhor maneira de se atenuar a exposição ao ruído são as medidas de controle coletivo, ou seja, controlar o ruído diretamente na fonte geradora e na sua trajetória. Quando isso não for possível, deve-se recorrer ao uso de protetores auriculares (EPI). Como medidas de controle, podem citar a substituição: do equipamento por outro menos ruidoso, a lubrificação, o isolamento acústico e a manutenção. Agentes Físicos AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 8 Calor Sobrecarga térmica é a quantidade de energia que o organismo deve dissipar para atingir o equilíbrio térmico. Os trabalhadores expostos a trabalhos de fundição, siderurgia, indústrias de vidro estão propensos a problemas como desidratação, cãibras, choques térmicos, catarata e outros. A exposição ao calor vai depender de variáveis como a temperatura, a umidade e a velocidade do ar, bem como do calor radiante e da atividade exercida. São medidas de controle para atenuar a exposição ao calor: aclimatação, limitação do tempo de exposição, educação e treinamento, controle médico e medidas de conforto térmico (ventilação, exaustão, etc.). Agentes Físicos AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 9 Frio O corpo humano, quando exposto a baixas temperaturas, perde calor para o meio ambiente. Se as perdas de calor forem superiores ao calor produzido pelo metabolismo do trabalhador, haverá a vasoconstrição na tentativa de evitar a perda excessiva do calor corporal, e o fluxo sanguíneo será reduzido em razão direta da queda de temperatura sofrida. Se a temperatura inferior do corpo baixar de 36°C, ocorrerá a redução das atividades fisiológicas, diminuição da taxa metabólica, queda de pressão arterial e a consequente queda dos batimentos cardíacos, podendo-se chegar a um estado de sonolência, redução da atividade mental, redução da capacidade de tomar decisões, perda de consciência, coma e até a morte. São medidas de controle para atenuar a exposição ao frio, a utilização de vestimentas adequadas, aclimatação e o controle médico. Agentes Físicos AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 10 Vibração As vibrações podem reduzir o rendimento do trabalho, afetando a eficiência do trabalhador e gerando efeitos adversos à sua saúde. As vibrações localizadas nos braços e mãos provocam deficiências circulatórias e articulatórias. As ferramentas vibratórias manuais podem causar uma doença chamada de dedos brancos, ou seja, a perda da sensibilidade na ponta dos dedos das mãos. São exemplos de vibrações localizadas as provenientes do vibrador de concreto, do martelete pneumático e da motosserra. São medidas de controle para atenuar a exposição a vibrações a redução das vibrações das máquinas por meio de dispositivos técnicos que limitam, tanto a intensidade das vibrações, como a transmissão das vibrações, como é o caso dos calços e sapatas de borracha. Agentes Físicos AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 11 Radiações ionizantes São provenientes de materiais radioativos como é o caso dos raios alfa, beta e gama ou produzida artificialmente em equipamentos. Os raios alfa e beta possuem menor poder de penetração no organismo, portanto, oferecem menor risco. Os raios x e gama possuem alto poder de penetração no organismo, podendo produzir anemia, leucemia, câncer e alterações genéticas. Do ponto de vista do estudo das condições ambientais, as radiações ionizantes de maior interesse de uso industrial são os raios x, gama e beta, e de uso não industrial são os raios alfa e nêutrons, cada um com uma faixa de comprimento de onda. Agentes Físicos AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 12 Radiações não ionizantes As radiações não ionizantes são radiações eletromagnéticas cuja energia não é suficiente para ionizar os átomos dos meios nos quais incide ou os quais atravessa. São consideradas pela legislação como não ionizantes, as radiações infravermelhos, micro-ondas, ultravioleta e laser. Os efeitos das radiações não ionizantes sobre o organismo humano dependem dos seguintes fatores: • Tempo de duração da exposição; • Intensidade da exposição; • Comprimento de onda da radiação; e • Região do espectro em que se situam. Agentes Físicos AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 13 Radiações não ionizantes o Raios infravermelhos Trabalhos com solda elétrica, com solda oxiacetilênica, trabalhos com metais e vidros incandescentes, isto é, que ficam da cor laranja e emitem luz quando superaquecidos; e também nos fornos e fornalhas. Em trabalhos a céu aberto, o trabalhador fica exposto ao sol, que é uma fonte natural emissora de raios infravermelhos. Agentes Físicos AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS14 Radiações não ionizantes o Micro-ondas São encontradas em formas domésticas ou industrial. Serão produzidas em estações de radares, radiotransmissão, fornos eletrônicos. As micro- ondas causam nos seres humanos efeitos como catarata, inibição do ritmo cardíaco, hipertensão arterial, intensificação da atividade da glândula tireoide, debilitação do sistema nervoso central, redução da capacidade de olfato, aumento da histamina no sangue e pode causar até a morte do indivíduo. Agentes Físicos AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 15 Radiações não ionizantes o Ultravioleta São produzidas na indústria em processos de solda elétrica, processos de fotos-reprodução, esterilização do ar e da água, produção de luz fluorescente, sopragem de vidro, operações com metal quente, dispositivos usados pelos dentistas, processos de aluminotermia, lâmpadas especiais. O sol também emite raios ultravioletas. Agentes Físicos AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 16 Radiações não ionizantes o Laser É um feixe de luz direcional convergente, isto é, que se concentra em um só ponto. É muito utilizado em indústrias metalúrgicas para cortar metais, para soldar e também em equipamentos para medições a grandes distâncias. São usados na indústria, na medicina, em pesquisas científica, em levantamentos geológicos e outros. O seu maior efeito no homem é sobre os olhos, podendo causar grandes estragos na retina, que é a membrana sensível do olho, em alguns casos irreversíveis, pode provocar cegueira. Agentes Físicos AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 17 Pressões anormais São locais de trabalho onde o trabalhador tem de suportar a pressão do ambiente diferente da atmosférica. As pressões anormais podem causar embolia, aneurisma, derrame. Estão relacionadas a serviços de mergulho, construção de túneis ou de fundações submersas, de pontes, escavações de áreas de alicerces. Agentes Físicos AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 18 Umidade Está presente em locais de trabalho onde o trabalhador desenvolve sua atividade em ambiente alagado ou encharcado, com umidade excessiva, capaz de produzir danos à saúde, tais como problema de pele e fuga de calor do organismos. Agentes Químicos – Forma de Partícula AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 19 Poeiras São partículas sólidas com diâmetros maiores que 0,50 μm (meio mícron), dispersas no ar por ação mecânica, ou seja, por ação do vento, de lixadeiras, serviços de raspagem e abrasão, polimento, acabamento, escavação, colheita, etc.; podem causar pneumoconioses (estado mórbido decorrente da infiltração de poeiras instaladas que conferem endurecimento (fibrose) ao pulmão) ou ainda alergias e irritações nas vias respiratórias. Fumos São partículas sólidas dispersas no ar com diâmetro inferior a 1,0 μm, originadas da condensação de gases provenientes de alguma queima, como no processo de soldagem. Ou seja, se formam quando alguns materiais sólidos se vaporizam ou sublimam com o calor e logo se esfriam bruscamente e condensam. Os fumos também podem causar pneumoconioses ou envenenamento por metais pesados (caso do saturnismo provocado pelo chumbo em fundições). Agentes Químicos – Forma de Partícula AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 20 Neblinas São partículas líquidas com diâmetros menores que 0,50 μm (meio mícron), originadas da condensação de gases provenientes de algum processo térmico como o, cozimento de produtos alimentícios. Podem causar os efeitos da umidade, ou outros efeitos diversos, em razão da natureza do líquido que foi evaporado. Agentes Químicos – Forma de Partícula AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 21 Névoas São partículas líquidas dispersas no ar por ruptura mecânica, ou seja, por ação do vento, de jatos de esguicho, de spray, névoas de pintura, névoas de ácido sulfúrico, etc. podem provocar efeitos diversos conforme a natureza do líquido disperso. Agentes Químicos – Forma Gasosa AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 22 Gases São elementos ou substâncias que, na temperatura normal, estão em estado gasoso. Podem ser asfixiantes (gás de cozinha, acetileno, argônio, gás carbônico) ou tóxicos (monóxido de carbono, amônia, cloro). Vapores São elementos ou substâncias que, em temperaturas acima da normal, estão em estado gasoso. Podem causar efeitos diversos, conforme a sua natureza (vapores de gasolina, álcool e de solventes, por exemplo). Penetração dos Agentes Químicos no Organismo AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 23 A penetração de substâncias tóxicas no organismo humano se dá através de: a) Via respiratória: Nas operações de transformação de um produto pelo processamento industrial, dispersam-se na atmosfera substâncias, como gases, vapores, névoa, fumo e poeiras. É o principal meio de acesso destes agentes para dentro do nosso organismo. Exemplos: pintura, pulverização, ácidos, fumos de solda. b) Via cutânea: Por contato com a pele que absorve a substância tóxica. Há vários grupos de substâncias químicas que penetram principalmente, pelos poros. Uma vez absorvida, a substância tóxica entre na circulação sanguínea, provocando alterações, as quais poderão criar quadros de anemia, alterações no glóbulos vermelhos e problemas da medula óssea. c) Via digestiva: Normalmente a ingestão de substâncias tóxicas pode ser considerada um caso acidental, sendo, portanto, pouco comum. Os poucos casos encontrados são decorrentes de maus hábitos como roer as unhas ou limpá-las com os dentes, fumar ou alimentar-se nos locais de trabalho. Efeitos dos Agentes Químicos no Organismo AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 24 Agentes Biológicos AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 25 Os agentes biológicos são microrganismos presentes no ambiente de trabalho que podem penetrar no organismo humano pelas vias respiratórias através da pele ou por ingestão. Exemplos: bactérias, fungos, vírus, bacilos, parasitas e outros. Os agentes biológicos podem provocar, basicamente, três tipos de doenças: infecções, alergias e intoxicações (ou efeitos tóxicos). A diferença essencial entre os agentes biológicos e outras substâncias perigosas é a sua capacidade de se reproduzir. Uma pequena quantidade de um microrganismo pode crescer consideravelmente em um tempo muito curto, sob condições favoráveis. As medidas de proteção contra esses grupos de riscos biológicos são: vacinação, esterilização, higiene pessoal, uso de EPIs, ventilação adequada e controle médico. Para que os agentes biológicos provoquem doenças, faz-se necessário analisar alguns fatores desencadeantes, tais como: a natureza dos agentes ambientais, a concentração da intensidade desses agentes e o tempo de exposição a eles. Agentes Ergonômicos AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 26 Agentes Mecânicos (Acidentes) AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 27 Arranjo físico inadequado Acidentes podem ocorrer devido à confusão causada pelo mau aproveitamento do espaço no local de trabalho gerado por: • Máquinas em posições inadequadas; • Materiais maldispostos; e • Móveis sem boa localização. Agentes Mecânicos (Acidentes) AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 28 Ordem e limpeza precárias É sabido que no ambiente de trabalho muitos fatores de ordem física exercem influências de ordem psicológica sobre as pessoas, interferindo de maneira positiva ou negativa no comportamento humano conforme as condições em que se apresentam. Agentes Mecânicos (Acidentes) AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 29 Máquinas e equipamentos sem proteção Agentes Mecânicos (Acidentes) AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 30 Ferramentas inadequadas ou defeituosas Agentes Mecânicos (Acidentes) AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 31 Eletricidade Agentes Mecânicos (Acidentes) AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 32 Armazenamento Inadequado Identificação das ExposiçõesOcupacionais AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 33 9.3.1 A identificação das exposições ocupacionais aos agentes físicos, químicos e biológicos deverá considerar: a) Descrição das atividades; b) Identificação do agente e formas de exposição; c) Possíveis lesões ou agravos à saúde relacionados às exposições identificadas; d) Fatores determinantes da exposição; e) Medidas de prevenção já existentes; e f) Identificação dos grupos de trabalhadores expostos. Avaliação das Exposições Ocupacionais AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 34 9.4.1 Deve ser realizada análise preliminar das atividades de trabalho e dos dados já disponíveis relativos aos agentes físicos, químicos e biológicos, a fim de determinar a necessidade de adoção direta de medidas de prevenção ou de realização de avaliações qualitativas ou, quando aplicáveis, de avalições quantitativas. Avaliação das Exposições Ocupacionais AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 35 9.4.2 A avaliação quantitativa das exposições ocupacionais aos agentes físicos, químicos e biológicos, quando necessária, deverá ser realizada para: a) Comprovar o controle da exposição ocupacional aos agentes identificados; b) Dimensionar a exposição ocupacional dos grupos de trabalhadores; e c) Subsidiar o equacionamento das medidas de prevenção. 9.4.3 Os resultados das avaliações das exposições ocupacionais aos agentes físicos, químicos e biológicos devem ser incorporados ao inventário de riscos do PGR. Avaliação das Exposições Ocupacionais AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 36 9.4.2.1 A avaliação quantitativa deve ser representativa da exposição ocupacional, abrangendo aspectos organizacionais e condições ambientais que envolvam o trabalhador no exercício das suas atividades. Medidas de Prevenção e Controle das Exposições Ocupacionais AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 37 9.5.2 Devem ser adotadas as medidas necessárias para a eliminação ou o controle das exposições ocupacionais relacionados aos agentes físicos, químicos e biológicos, de acordo com os critérios estabelecidos nos Anexos desta NR, em conformidade com o PGR. 9.6.1 Enquanto não forem estabelecidos os Anexos a esta Norma, devem ser adotados para fins de medidas de prevenção: a) Os critérios e limites de tolerância constantes na NR 15 e seus anexos; b) Como nível de ação para agentes químicos, a metade dos limites de tolerância; c) Como nível de ação para o agente físico ruído, a metade da dose. 9.6.11 Na ausência de limites de tolerância previstos na NR 15 e seus anexos, devem ser utilizados como referência para a adoção de medidas de prevenção aqueles previstos pela American Conference of Governmental Industrial Higyenists - ACGIH Avaliação dos Riscos Ocupacionais AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 38 Processo de Identificação de Perigos e Avaliação de Riscos Ocupacionais – NR 01 AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 39 1.5.4 Processo de Identificação de perigos e avaliação de riscos ocupacionais 1.5.4.1 O processo de identificação de perigos e avaliação de riscos ocupacionais deve considerar o disposto nas NRs e demais exigências legais de segurança e saúde do trabalho. 1.5.4.2 Levantamento preliminar de perigos 1.5.4.3 Identificação de perigos 1.5.4.4 Avaliação de riscos ocupacionais 1.5.4.5 Após a avaliação, os riscos ocupacionais devem ser classificados, observado o subitem 1.5.4.4.2, para fins de identificar a necessidade de adoção de medidas de prevenção e elaboração do plano de ação. 1.5.4.6 A avaliação de riscos deve constituir um processo contínuo e ser revista a cada dois anos ou quando da ocorrência de situações específicas. Processo de Identificação de Perigos e Avaliação de Riscos Ocupacionais – NR 01 AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 40 Hierarquização dos Riscos AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 41 DECISÕES A SEREM TOMADAS APÓS A AVALIAÇÃO DE RISCOS OCUPACIONAIS Hierarquização dos Riscos AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 42 Aceitabilidade Aceitável Tolerável Intolerável Nível de Risco Muito alto ou crítico Alto Moderado Baixo Muito baixo ou Trivial Eliminar ou Reduzir Eliminar ou Reduzir ao nível mais baixo possível Manter o nível de risco. Nenhuma ação necessária. Ações Hierarquização dos Riscos AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 43 BS 8800:1996: Anexo D – Avaliação de Riscos Levemente prejudicial Prejudicial Extremamente Prejudicial Altamente improvável RISCO TRIVIAL Improvável Provável NÍVEL DE RISCO AÇÃO E CRONOGRAMA TRIVIAL Não é requerida nenhuma ação, e não é necessário conservar registros documentados. Hierarquização dos Riscos AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 44 BS 8800:1996: Anexo D – Avaliação de Riscos NÍVEL DE RISCO AÇÃO E CRONOGRAMA TOLERÁVEL Não são requeridos controles adicionais. Devem ser feitas considerações sobre uma solução de custo mais eficaz ou melhorias que não imponham uma carga de custos adicionais. É requerido monitoramento, para assegurar que os controles são mantidos. Levemente prejudicial Prejudicial Extremamente Prejudicial Altamente improvável RISCO TRIVIAL RISCO TOLERÁVEL Improvável RISCO TOLERÁVEL Provável Hierarquização dos Riscos AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 45 BS 8800:1996: Anexo D – Avaliação de Riscos NÍVEL DE RISCO AÇÃO E CRONOGRAMA MODERADO Devem ser feitos esforços para reduzir o risco, mas os custos de prevenção devem ser cuidadosamente medidos e limitados. As medidas para a redução do risco devem ser implementadas dentro de um período de tempo definido. Quando o risco moderado está associado a consequências altamente prejudiciais, pode ser necessária uma avaliação adicional para estabelecer mais precisamente a probabilidade do dano, como base para determinar a necessidade de melhores medidas de controle. Levemente prejudicial Prejudicial Extremamente Prejudicial Altamente improvável RISCO TRIVIAL RISCO TOLERÁVEL RISCO MODERADO Improvável RISCO TOLERÁVEL RISCO MODERADO Provável RISCO MODERADO Hierarquização dos Riscos AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 46 BS 8800:1996: Anexo D – Avaliação de Riscos NÍVEL DE RISCO AÇÃO E CRONOGRAMA SUBSTANCIAL O trabalho não deve ser iniciado até que o risco tenha sido reduzido. Recursos consideráveis podem ter que ser alocados para reduzir o risco. Se o risco envolver trabalho em desenvolvimento, deve ser tomada uma ação urgente. Levemente prejudicial Prejudicial Extremamente Prejudicial Altamente improvável RISCO TRIVIAL RISCO TOLERÁVEL RISCO MODERADO Improvável RISCO TOLERÁVEL RISCO MODERADO RISCO SUBSTANCIAL Provável RISCO MODERADO RISCO SUBSTANCIAL Hierarquização dos Riscos AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 47 BS 8800:1996: Anexo D – Avaliação de Riscos NÍVEL DE RISCO AÇÃO E CRONOGRAMA INTOLERÁVEL O trabalho não deve ser iniciado ou continuado até que o risco tenha sido reduzido. Se não é possível reduzir o risco, mesmo com recursos ilimitados, o trabalho tem que permanecer proibido. Levemente prejudicial Prejudicial Extremamente Prejudicial Altamente improvável RISCO TRIVIAL RISCO TOLERÁVEL RISCO MODERADO Improvável RISCO TOLERÁVEL RISCO MODERADO RISCO SUBSTANCIAL Provável RISCO MODERADO RISCO SUBSTANCIAL RISCO INTOLERÁVEL Avaliação de Riscos Ocupacionais – NR 01 AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 48 1.5.4.4.2 Para cada risco deve ser indicado o nível de risco ocupacional, determinado pela combinação da severidade (S) das possíveis lesões ou agravos à saúde com a probabilidade (P) ou chance de sua ocorrência. 1.5.4.4.3 A gradação da severidade das lesões ou agravos à saúde deve levar em conta a magnitude da consequência e o número de trabalhadores possivelmente afetados. 1.5.4.4.3.1 A magnitude deve levar em conta as consequências de ocorrência de acidentes ampliados. 1.5.4.4.4 A gradação da probabilidade de ocorrência das lesões ou agravos àsaúde deve levar em conta: a) Os requisitos estabelecidos em Normas Regulamentadoras; b) As medidas de prevenção implementadas; c) As exigências da atividade de trabalho; e d) A comparação do perfil de exposição ocupacional com valores de referências estabelecidos na NR 09. Matriz de Risco AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 49 Severidade P ro b ab ili d ad e Severidade ou Gravidade da Consequência AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 50 ÍNDICES DE SEVERIDADE OU GRAVIDADE DO DANO À SAÚDE (AIHA, 2015) De forma genérica, podemos considerar: 1. Lesão leve sem necessidade de atenção médica, incômodos ou mal estar. 2. Lesão ou doença séria reversível. 3. Lesão ou doença crítica irreversíveis que podem limitar a capacidade funcional. 4. Lesão ou doença incapacitante ou mortal. 5. Mortes ou incapacidades múltiplas (>10). Severidade ou Gravidade da Consequência AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 51 ÍNDICES DE SEVERIDADE OU GRAVIDADE DO DANO À SAÚDE (AS/NZS 4360) ÍNDICE DESCRITOR DEFINIÇÃO 1 INSIGNIFICANTE / LEVE Incômodo, insatisfação ou dano leve sem necessidade de tratamento médico. 2 MENOR Incapacidade temporária com necessidade de tratamento médico. 3 MODERADA Incapacidade ou deficiência permanente parcial (<30%) em uma ou mais pessoas. 4 MAIOR Morte e/ou incapacidade permanente total (>30%) em até 10 pessoas. 5 CATASTRÓFICA Diversas mortes ou incapacidade permanente total de mais de 10 pessoas. Gradação da Probabilidade (ou chance de ocorrer) AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 52 Escala baseada em dados: • Quantitativos (cálculos probabilísticos ou medições); • Semiquantitativos (observações + estimativas, modelagem); • Qualitativos (baseado em observações). ÍNDICE PROBABILIDADE 1 Quase impossível 2 Raro 3 Improvável 4 Provável 5 Quase certo Gradação da Probabilidade (ou chance de ocorrer) AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 53 Estimativa Qualitativa: Controle existente x Medidas preventivas indicadas Gradação da Probabilidade (ou chance de ocorrer) AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 54 Estimativa Qualitativa: controle de exposição efetiva sem considerar o EPI (AIHA,2015) Probabilidade vs. Risco vs. Controle dos Risco AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 55 1 2 3 4 1 2 3 4 Probabilidade vs. Risco vs. Controle dos Risco AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 56 Probabilidade vs. Risco vs. Controle dos Risco AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 57 Critérios para priorização de ações – Necessidade de controles e informações adicionais Risco Incerteza estimada 0 Certa 1 Incerta 2 Altamente incerta CRÍTICO Ação imediata ou interrupção da atividade. Controle e informação adicional necessários. Controle e informação adicional necessários. ALTO Controle necessário. Controle e informação adicional necessários. Controle e informação adicional necessários. MODERADO Controle adicional se for possível e viável. Informação adicional necessária. Informação adicional necessária. BAIXO Nenhum controle adicional é necessário. Informação adicional necessária. Informação adicional necessária. MUITO BAIXO Nenhuma ação é necessária. Nenhuma informação adicional é necessária. Nenhuma informação adicional é necessária. Probabilidade vs. Risco vs. Controle dos Risco AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 58 Matriz GUT Importância = G x U x T G Gravidade A intensidade, profundidade dos danos que o problema pode causar se não se atuar sobre ele. U Urgência O tempo para a eclosão dos danos ou resultados indesejáveis se não se atuar sobre o problema. T Tendência O desenvolvimento que o problema terá na ausência de ação. Probabilidade vs. Risco vs. Controle dos Risco AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 59 G – Gravidade Quais os efeitos que o problema pode causar? Os danos podem ser avaliados quantitativa ou qualitativamente. Gravidade 1 Sem gravidade Dano mínimo. 2 Pouco grave Dano leve. 3 Grave Dano regular. 4 Muito grave Grande dano. 5 Extremamente grave Dano gravíssimo. Probabilidade vs. Risco vs. Controle dos Risco AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 60 U – Urgência Qual é o prazo de urgência para sanar o problema? Urgência 1 Longuíssimo prazo Não há pressa. Dois ou mais meses. 2 Longo prazo Pode aguardar. Até um mês. 3 Prazo médio O mais cedo possível. Até 15 dias. 4 Curto prazo Com alguma urgência. Até uma semana. 5 Imediatamente Ação imediata. Probabilidade vs. Risco vs. Controle dos Risco AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 61 T - Tendência O que pode acontecer se nenhuma providência for tomada? Tendência 1 Nada irá mudar Aponta que nada acontecerá ou que o problema pode até desaparecer. 2 Irá piorar a longo prazo Problema que tende a crescer lentamente. 3 Irá piorar a médio prazo O problema que vai permanecer se nada for feito. 4 Piorar a curto prazo Problema que pode piorar muito em curto período de tempo. 5 Vai piorar rapidamente É importante agir antes que seja tarde. Probabilidade vs. Risco vs. Controle dos Risco AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 62 Aplicação Problema Gravidade Urgência Tendência GxUxT Quedas de materiais 0 Choque elétrico causado por gambiarras, uso de ferramenta inadequada, etc. 0 Intoxicação de trabalhadores 0 Lesões envolvendo pregos, furos nos pés, cortes e arranhões. 0 Acidentes por vergalhões, cortes e lesões. 0 Mapa de Risco AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 63 Mapa de Risco AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 64 É uma representação gráfica dos pontos de riscos encontrados nos locais de trabalho, capazes de causar prejuízo à saúde dos trabalhadores. É uma maneira fácil e rápida de representar os riscos de acidentes de trabalho. Objetivos do Mapa de Risco AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 65 • Conscientizar e informar os trabalhadores dos riscos existentes através da fácil e rápida visualização. • Reunir as informações necessárias para estabelecer o diagnóstico da situação de segurança e saúde do trabalho na empresa, identificando os pontos de risco. • Possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e divulgação de informações entre a CIPA, o SESMT e os trabalhadores, bem como estimular a participação desses nas atividades de prevenção. • Facilitar a discussão e a escolha das prioridades a serem trabalhadas pela CIPA, pelo SESMT e pela empresa. • Desenvolver um plano de trabalho com as medidas necessárias ao saneamento daquele ambiente, com planejamento de ações a curto, médio e longo prazo. Etapas de elaboração AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 66 I. Conhecer o processo de trabalho no local analisado, o número de trabalhadores, os produtos e equipamentos utilizados, a jornada de trabalho, as atividades e o ambiente ocupacional. II. Identificar os riscos físicos, químicos, biológicos, mecânicos e ergonômicos existentes no local analisado. III. Identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia. Aqui será verificado se as medidas de proteção coletiva, de organização do trabalho, de higiene e conforto estão sendo eficazes. IV. Identificar os indicadores de saúde, ou seja, queixas frequentes e comuns entre os trabalhadores expostos ao mesmo riscos, causas de absenteísmo, doenças profissionais e também as estatísticas dos acidentes de trabalhos ocorridos, os quais fornecerão importantes informações no momento da identificação das situações de risco. V. Conhecer os levantamentos ambientais já realizados no local. Nessa etapa, o SESMT pode colaborar com suas avaliações ambientais, já que as avaliações quantitativas realizadas vão fornecer informações sobre o grau de risco de exposição. VI. Elaborar o mapa de risco, sobre o layout da empresa, indicando, através de círculos, o grupo que pertence o risco, o número de trabalhadores expostos ao risco e a especificaçãodo agente, que deverá ser anotada também dentro do círculo ou, em caso de difícil visualização, ao lado dele. Mapa de Risco AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 67FIM
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