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Gabriel Sousa OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM: Descrever os aspectos estruturais dos helmintos. Compreender a relação parasita-hospedeiro. Caracterizar as doenças parasitarias(Ascaris, Trichuris, Enterobius, Taenia sp, Ancilostoma, Strongyloides). DESCREVER OS ASPECTOS ESTRUTURAIS DOS HELMINTOS Ser vivo que se aproveita de outro para conseguir sobreviver. Eucariotos multicelulares O parasito “rouba” do hospedeiro os seus meios de subsistência, sendo essa relação habitualmente vantajosa para o parasito, mas desvantajosa para o hospedeiro. Podem ser parasitas (causam prejuízo ao hospedeiro) ou de vida livre Geralmente possuem os sistemas digestório, circulatório, nervoso, excretor e reprodutor. Helmintos parasitas precisam ser altamente especializados para viver no interior de seus hospedeiros Podem ser dioicos, monoicos ou hermafroditas. Dois hermafroditas podem copular e simultaneamente fertilizar um ao outro. Alguns tipos de hermafroditas se autofertilizam . Características gerais que diferenciam os de vida livre dos parasitas - O sistema digestório pode estar ausente. Eles podem absorver nutrientes a partir dos alimentos, fluidos corporais e tecidos do hospedeiro - Seu sistema nervoso é reduzido. Pois não necessitam de um sistema nervoso extenso, pois não precisam procurar por alimento ou reagir muito ao ambiente. - Seus meios de locomoção são ocasionalmente reduzidos ou completamente ausentes. - O sistema reprodutor complexo. Um indivíduo produz um grande número de ovos, pelos quais um hospedeiro é infectado → Os helmintos são divididos em dois filos: Os platelmintos e os nematelmintos PLATELMINTOS: Vermes achatados São achatados dorsoventralmente com aspecto de fita. Principais classes: trematodeos, cestodeos e tubellarios Podem ser de vida livre, ectoparasitos ou endoparasitos. → Características gerais: - ausência de sistema respiratório; - Simetria bilateral. - Não possuem órgãos para circulação, esse processo é feito de célula a célula (difusão) - São triblásticos: são animais que possuem 3 tipos de tecido: ectoderme, mesoderme e endoderme - Sistema Reprodutor masculino (órgão de cópula) - Sistema Reprodutor feminino (ovário, útero, vagina) - Aparelho digestório incompleto Cestodas: endoparasitos desprovidos de epiderme, cavidade geral e sistema digestório, apresentando o corpo segmentado. Gabriel Sousa O corpo consiste em segmentos denominados proglótides. Os vermes mais conhecidos da classe Cestoda pertencem ao gênero Taenia, possuindo duas espécies: A Taenia saginata, verme que infecta bovinos causando a teníase, e também a Taenia solium, que infecta suínos, podendo causar teníase e cisticercose. Trematoda são conhecidos como trematódeos, e diferentemente dos vermes cestóides, não apresentam segmentação no corpo e apresentam sistema digestório incompleto (ausência de ânus), por isso obtêm alimento ao absorvê-lo através de seu revestimento externo, denominado cutícula. Um dos representantes da classe trematoda é o verme Schistosoma mansoni, causador da Esquistossomose, doença popularmente conhecida como barriga d’água. NEMATELMINTOS: - Vermes redondos - São cilíndricos e afilados em cada uma das extremidades. - Eles possuem um sistema digestório completo, consistindo de uma boca, um intestino e um ânus. - A maior parte das espécies é dioica. - Os machos são menores que as fêmeas e possuem uma ou duas espículas robustas em sua extremidade posterior. - Os machos são menores que as fêmeas e possuem uma ou duas espículas robustas em sua extremidade posterior. - O sistema nervoso varia em complexidade dependendo da espécie. - O sistema nervoso varia em complexidade dependendo da espécie. - Os nematódeos de importância médica mais conhecidos são: Ascaris lumbricoide, Trichuris trichiur, Enterobius vermiculares, Strongyloides stercoralis, Wuchereria bancrofti. - As infecções por nematodas em humanos podem ser divididas em duas categorias: aquelas em que o ovo é infectivo e aquelas em que a larva é infectiva. COMPREENDER A RELAÇÃO PARASITA-HOSPEDEIRO O parasitismo ocorreu quando na evolução das espécies, um organismo menor se sentiu beneficiado, quer pela proteção quer pela obtenção de alimento. A associação deve ter sido ao acaso mas com o decorrer de milhares de anos houve uma evolução para o melhor relacionamento com o hospedeiro. Fatores para o sucesso do parasitismo: - Contato adequado com o hospedeiro: grandes números de parasitos intestinais, por exemplo, necessitam que as formas infectantes sejam ingeridas pelo hospedeiro. Pequenas diferenças anatômicas ou de hábito poderão impedir ou dificultar esse contato - Habitat adequado: uma vez feita a penetração, o parasito deve encontrar em todos os seus estágios evolutivos, um habitat adequado, isto é, condições fisiológicas para o desenvolvimento. Em certos casos é necessário, para a instalação do parasito, que ele possua certos mecanismos protetores específicos - Reação do hospedeiro: é necessário ainda que a reação do organismo hospedeiro à presença do parasito, não seja suficiente para interferir no seu metabolismo normal - Quando o hospedeiro não é adequado, pode ocorrer em alguns parasitos o desenvolvimento de maneira incompleta. O parasito nesse caso poderá não alcançar a maturidade. Fatores do hospedeiro que dificultam ou impedem a implantação de um parasito: -Suco gástrico -Pele -Sistema imune -TNF -Resistência etária -Dieta Gabriel Sousa -Genética do hospedeiro Ações do parasito sobre o hospedeiro - Os parasitos exercem várias ações sobre seus hospedeiros, que muitas vezes se associam, tornando muito complexa a patogenia das doenças parasitárias - Ações mecânicas: os parasitos podem sem lesar diretamente os tecidos, perturbar as funções mecânicas dos órgãos. - Ação espoliadora: os parasitos subtraem suas substâncias nutritivas do organismo hospedeiro. - Ação irritativa e inflamatória: essa ação é causada por quase todos os parasitos. CARACTERIZAR AS PRINCIPIAS DOENÇAS PARASITARIAS (ÁSCARIS, TRICHURIS, ENTEROBIUS, TAENIA SP., ANCILOSTOMA, STRONGYLOIDES • ASCARIDÍASE: Doença parasitária do homem, causada por um helminto. Normalmente, não causa sintomatologia, mas pode manifestar dor abdominal, diarreia, náuseas e anorexia. Quando há grande número de parasitas, pode ocorrer quadro de obstrução intestinal. - Agente etiológico - Ascaris lumbricoides. - Modo de transmissão - Ingestão dos ovos infectantes do parasita, procedentes do solo, água ou alimentos contaminados com fezes humanas. - Transmissão: Uma vez fecundadas, as fêmeas produzem ovos que são libertados no ambiente juntamente com as fezes. No ambiente ocorre a maturação das larvas, no interior do ovo. Ao fim de três semanas o ovo passa a ter capacidade infecciosa. Estes ovos vão contaminar os frutos e os vegetais bem como as mãos de quem os manuseia. Estes manipuladores infectados podem também contaminar uma grande variedade de alimentos. Os ovos são muito resistentes às diferentes condições climáticas e mantêm a sua capacidade infecciosa durante meses. As larvas maduras, resultantes da ingestão dos ovos, migram pela parede do intestino delgado e são transportadas pelos vasos linfáticos e pela corrente sanguínea para os pulmões passando depois para os alvéolos. Sobem pelas vias respiratórias e são engolidas chegando novamente ao intestino delgado onde amadurecem e permanecem na forma adulta. -Profilaxia: Lavagem de alimentos, filtragem da água, acesso a saneamento básico. • TRICURÍASE: A infecção é disseminada pela via fecal-oral. Os ovos ingeridos eclodem e entram nas criptas do intestino delgado como larvas. Após amadurecerempor 1 a 3 meses, os vermes migram para o ceco subindo até o cólon, no qual se unem à mucosa superficial, se acasalam e colocam ovos. • ENTEROBÍASE: Infestação intestinal causada por helminto. Pode cursar assintomática ou apresentar, como característica principal, o prurido perianal, frequentemente noturno, que causa irritabilidade. Agente etiológico: Enterobius vermicularis, nematódeo intestinal. - Modo de transmissão - Predominantemente fecal-oral. Podendo ser autoinfecção interna ou externa. Após o acasalamento, o macho é eliminado com as fezes e a fêmea adulta se dirige até o ânus para fazer a ovipostura, principalmente à noite. Com frequência, não consegue retornar para a ampola retal, morrendo nesse local. Os ovos maturam rapidamente na pele da região perianal ou no solo, apresentando larvas infectantes. Então, os ovos maduros devem ser ingeridos pelo hospedeiro para a continuidade do ciclo. Os ovos ingeridos eclodem no intestino delgado. As larvas migram pela mucosa intestinal até o ceco e intestino grosso, onde Gabriel Sousa atingem a maturidade. O período pré-patente é de um a dois meses. Provocam poucas lesões significativas na mucosa. Na região perianal e períneo, pode haver laceração da pele, com hemorragia, dermatite e infecções secundárias. Localizações ectópicas podem se manifestar como uretrite e vaginite. As manifestações incluem prurido anal intenso, especialmente à noite; náuseas, dor abdominal, emagrecimento, diarréia. A contaminação entre pessoas da mesma casa é comum. Hábitos de higiene corporal e limpeza de roupas íntimas, toalhas e lençóis previne a infecção. • TENÍASE/CISTICERCOSE: É uma infeção dos intestinos por vermes parasitas adultos do género Taenia. Geralmente não se manifestam sintomas ou os sintomas são apenas ligeiros. Os sintomas mais comuns são perda de peso e dor abdominal. É possível observar segmentos das ténias nas fezes. Entre as possíveis complicações da Taenia solium está a cisticercose. Entre as espécies de ténia que causam infeções em seres humanos estão a Taenia solium e Taenia saginata. A Taenia saginata é transmitida pela ingestão de carne de vaca contaminada que não tenha sido devidamente cozinhada, enquanto a Taenia solium é transmitidas pela ingestão de carne de porco contaminada e mal cozinhada. O diagnóstico é confirmado com um exame a uma amostra de fezes. Prevenção: Consiste em cozinhar adequadamente a carne e lavar frutas e legumes. • ANCILOSTOMÍASE: Também conhecida como amarelão ou doença do Jeca Tatu é causada por um helminto nematódeo e com frequência, dependendo da intensidade causa anemia ferropriva. - Modo de transmissão: Os ovos contidos nas fezes são depositados no solo, onde se tornam embrionados. Em condições favoráveis de umidade e temperatura, as larvas se desenvolvem até chegar ao 3º estágio, tornando-se infectante. A infecção nos homens ocorre quando essas larvas infectantes penetram na pele, geralmente pelos pés, causando dermatite característica. As larvas dos ancilóstomos, após penetrarem pela pele, passam pelos vasos linfáticos, ganham a corrente sanguínea e, nos pulmões, penetram nos alvéolos. Daí migram para a traqueia e faringe, são deglutidas e chegam ao intestino delgado, onde se fxam, atingindo a maturidade. • ESTRONGILOIDÍASE: Doença parasitária intestinal, frequentemente assintomática. A migração da larva pode causar manifestações pulmonares, como tosse seca, dispneia ou broncoespasmo e edema pulmonar. Modo de transmissão: As larvas infectantes presentes no meio externo, penetram através da pele, no homem, chegando aos pulmões, traqueia e epiglote, atingindo o trato digestivo, via descendente, onde se desenvolve o verme adulto. A fêmea parasita libera ovos larvados que eclodem ainda no intestino, liberando larvas não-infectantes, que saem pelas fezes e podem evoluir, no meio externo, para a forma infectante ou para adultos de vida livre, que, ao se acasalarem, geram novas formas infectantes. Pode ocorrer, também, autoinfecção, quando as larvas passam a ser infectantes, no interior do próprio hospedeiro, sem passar por fase evolutiva no meio externo. Autoinfecção externa ocorre quando as larvas flarióides (infectantes) se localizam na região anal ou perianal, onde novamente penetram no organismo do hospedeiro. .
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