Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fisioterapia preventiva: − Diabetes mellitus (DM) é um importante e crescente problema de saúde para todos os países, independentemente do seu grau de desenvolvimento. − Se as tendências atuais persistirem, o número de pessoas com diabetes foi projetado para ser superior a 642 milhões em 2040. − O aumento da prevalência do diabetes está associado a diversos fatores, como: rápida urbanização, transição epidemiológica, transição nutricional, maior frequência de estilo de vida sedentário, maior frequência de excesso de peso, crescimento e envelhecimento populacional e, também, à maior sobrevida dos indivíduos com diabetes − A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que glicemia elevada é o terceiro fator, em importância, da causa de mortalidade prematura, superada apenas por pressão arterial aumentada e uso de tabaco. − Diabetes é um fator pra AVC e neuropatia diabética (primeiro fator para amputação). Diabetes na Era Covid-19: − Maior risco e maiores complicações Pâncreas e diabetes: − A porção do pâncreas que desempenha uma função hormonal ou endócrina é formada pelas Ilhotas de Langerhans, constituídas por dois tipos de células: as betas, responsáveis pela produção de insulina, e as células alfa, que produzem o glucagon. Ambos os hormônios são responsáveis pela manutenção de níveis ideais de glicose no sangue, ambos com efeitos contrários, diminuindo e aumentando respectivamente os valores da glicose. • Células beta: Secretam insula • Células alfa: Secretam glucagon − Músculo esquelético: aproximada- mente 40% da massa corporal. − Exerce papel primordial no metabolismo da glicose (Smith; Muscat,2005). − Responsável por 30% do dispêndio de energia e pela captação, liberação e estocagem de glicose (nuutila et al,1992). Vias de sinalização da insulina – Músculo Esquelético Regulação do metabolismo de glicose no fígado Definição: − O Diabetes Melito é uma síndrome de comprometimento do metabolismo dos carboidratos, das gorduras e das proteínas, causada pela ausência de secreção de insulina ou por redução da sensibilidade dos tecidos à insulina. - Guyton 10ª ed − O Diabetes Mellitus é um grupo de doenças metabólicas, com etiologias diversas, caracterizado por hiperglicemia que resulta de uma deficiente secreção de insulina pelas células B, resistência periférica à ação da insulina ou ambas. - Endocrinologia Clínica – 3ª ed − D.M. é uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade da insulina de exercer adequadamente seus efeitos. Caracteriza-se por hiperglicemia crônica, frequentemente acompanhada de dislipidemia, hipertensão arterial e disfunção endotelial. - Consenso Brasileiro sobre Diabetes – 2002 − Aumenta incidência de complicações macrovasculares – risco maior de infarto do miocárdio. − Aumenta 8x na presença de hipertensão e para quase 20x com hipertensão e dislipidemia. − tabagismo aumenta mais os riscos. − Avaliação clínica após diagnostico de diabetes = Medidas preventivas − O DM e a hipertensão arterial sistêmica (HAS) são responsáveis pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizações no SUS e representam, ainda, mais da metade do diagnóstico primário em pessoas com insuficiência renal crônica submetidas à diálise. − Os clássicos são 3: 3P – Poliuria, polidipsia (muita sede) e polifagia (muita fome) – comuns da diabetes tipo 1, e também a perda inexplicada de peso. − Fadiga sem explicação, não fez nada que justifique − Fraqueza muscular mesmo, pela falta de energia para contração − Letargia: movimentos lentos − Visão turva: Devido à hiperglicemia − Prurido vulvar – Coceira na vulva − Balanite inflamação da glande − Balanopostite prepúcio do pênis − Neuropatia diabética: A cada 6 amputações no mundo 5 são por DM. − Hiperglicemia lesa os vasos sanguíneos − Obs: Em alguns casos não há sintomas. Isto ocorre com maior frequência no diabetes tipo 2. − Passa meses ou anos para descobrir sintomas vagos como formigamento nos pés e mãos. Disfunção erétil − A DE e a DAC frequentemente compartilham os mesmos fatores de risco. Hipertensão arterial, diabetes mellitus, tabagismo, dislipidemia e obesidade são comuns às duas condições e o seu impacto na disfunção endotelial já foi bem documentado − A disfunção erétil (DE) é uma das complicações mais comuns da diabetes, sendo uma patologia com grande prevalência a nível mundial e com um importante impacto negativo na qualidade de vida dos homens diabéticos e das suas parceiras. Os diabéticos apresentam um risco, aproximadamente 3 vezes maior de desenvolver DE, comparativamente a indivíduos não diabéticos (29% vs 9,6%). Nos doentes diabéticos, a DE manifesta- se numa idade precoce, aumentando com a duração da diabetes. − A neuropatias diabéticas autonômicas (NAD) também pode provocar distúrbios geniturinários, incluindo disfunção sexual e disfunção vesical. Nos homens, pode causar disfunção erétil (DE) e/ou ejaculação retrógrada. A DE é três vezes mais comum em homens com DM que naqueles sem a doença. A disfunção sexual também é mais comum em mulheres com DM. − A hiperglicemia lesa os nervos que inervam o pênis. Epidemiologia − Dados OMS apontam que 16 milhões de brasileiros sofrem de diabetes. − Ainda de acordo com o estudo, a taxa de incidência da doença cresceu 61,8% nos últimos dez anos. − O Rio de Janeiro aparece como a capital brasileira com maior prevalência de diagnóstico médico da doença, com 10.4 casos a cada 100 mil habitantes. − De acordo com a pesquisadora Hermelinda Cordeiro Pedrosa, é preciso retomar uma política preventiva efetiva, que seja de estado e não de governo, pois doenças crônicas requerem planejamento e ações no médio e longo prazo, com educação de profissionais de saúde na atenção básica e implantação de equipes especializadas nos centros de média e alta complexidade, e certamente, educação de pacientes e familiares − Não há ação preventiva para tipo 1, pois é uma doença autoimune − É um problema de saúde considerado Condição Sensível à Atenção Primária, ou seja, evidências demonstram que o bom manejo deste problema ainda na Atenção Básica evita hospitalizações e mortes por complicações cardiovascu- lares e cerebrovasculares. Prevenção efetiva significa atenção à saúde de modo eficaz − No diabetes, isso envolve prevenção do seu início (prevenção primária), prevenção de suas complicações agudas e crônicas (prevenção secundária) ou reabilitação e limitação das incapacidades produzidas pelas suas complicações (prevenção terciária). − Quanto mais controle glicêmico, menos chances de comprometimentos. − O diabetes mellitus (DM) não controlado pode provocar, a longo prazo, disfunção e falência de vários órgãos, especialmente rins, olhos, nervos, coração e vasos sanguíneos. − Estudos epidemiológicos sustentam a hipótese de uma relação direta e independente entre os níveis sanguíneos de glicose e a doença cardiovascular. − Também está associado ao aumento da mortalidade e ao alto risco de desenvolvimento de complicações micro e macrovasculares, bem como de neuropatias. − Desta forma, o DM é considerado causa de cegueira, insuficiência renal e amputações de membros, sendo responsável por gastos expressivos em saúde, além de substancial redução da capacidade de trabalho e da expectativa de vida. − As complicações do diabetes são categorizadas como distúrbios micro- vasculares e macrovasculares, que resultam em retinopatia, nefropatia, neuropatia, doença coronariana, doença cerebrovascular e doença arterial periférica. − O diabetes tem sidoresponsabilizado, entretanto, por contribuir para agravos, direta ou indiretamente, no sistema musculoesquelético, no sistema digestório, na função cognitiva e na saúde mental, além de ser associado a diversos tipos de câncer. − Estudo de 2013 mostrou que, dentre os indivíduos que declararam apresentar diabetes, 26,6% tinham relato de outra morbidade associada; 23,2%, de outras duas; e 32,0%, de outras três ou mais morbidades associadas. O diagnóstico de diabetes apareceu de forma isolada em apenas 18,1% dos indivíduos. Aspectos relevantes da história clínica da pessoa com DM − Glicemia capilar não dá diagnostico, mas se o pcte tem o diagnóstico, analisamos se naquele momento ele está passível de fisioterapia Valores de glicemia Cai na prova − Normal: • Glicemia em jejum entre 70 mg/dl a 99 mg/dl • Hipoglicemia (menor) < 70 mg/dl • Inferior a 140 mg/dl 2h após sobrecarga de glicose • Intolerância à glicose - glicemia de jejum entre 100 a 125mg\dl *Lembrar de pôr mg/dl Teste Oral de Tolerância à glicose – TOTG − Ingere 75g de glicose diluída em água, após 2h coleta sangue – medir taxa de glicose – glicemia: − Entre 140 e 199 mg/dl: pré diabetes. − Superior ou igual a 200 mg/dl: portador de diabetes. Hemoglobina − A hemoglobina absorve a glicose - açúcar no sangue - na mesma proporção que ela se encontra na corrente sanguínea. − Hemoglobina glicada (HbA1c): oferece vantagens ao refletir níveis glicêmicos dos últimos 3 a 4 meses e ao sofrer menor variabilidade dia a dia e independer do estado de jejum para sua determinação. − Pode sofrer interferências de algumas situações, para que possa ser utilizada no diagnóstico de DM, a determinação da HbA1c deve ocorrer pelo método padronizado no Diabetes Control and Complications Trial (DCCT) e certificado pelo National Glycohemoglobin Standardization Program (NGSP). Fatores de risco − Diabete tipo 1 • Afeta 1% a 5% das pessoas com diabete – aparece geralmente na infância e adolescência • Doença auto imune • Predisposição genética − Diabete tipo 2: • Afeta 90% a 95% das pessoas com diabetes – aparece geralmente após os 40 anos • Hipertensão / obesidade –resistência a ação da insulina • Proporção circunferência da cintura e quadril • Índice de massa corpórea (IMC) • Inatividade física • Estresse • Fatores hereditários ✓ Podem ser prevenidos com programas educativos ✓ Obs: HDL baixo, triglicérides elevados, doença coronariana, uso de medicamentos que aumentam a glicose (ex. corticóides) − Destaca-se a antropometria, e o índice de massa corporal (IMC), a circunferência da cintura (CC) e a razão cintura-quadril (RCQ) têm seu uso largamente difundidos. Recentemente, a razão entre a circunferência da cintura e a estatura (RCE) tem sido proposta como medida antropométrica para avaliar adiposidade central por estar fortemente associada aos fatores de risco cardiometabólicos e por sua relação com a mortalidade, independentemente do peso corporal. Relação cintura e quadril − RCQ – é a proporção da circunferência da cintura pela do quadril – índice antropométrico - determina padrão de distribuição de gordura corporal. − Divide o nº obtido das circunferências, estabelece-se a relação (cm). IMC – Índice de Massa Corporal − O IMC tem sido recomendado pela OMS como um indicador da gordura corporal por ser obtido de forma rápida e praticamente sem custo nenhum. − A circunferência abdominal, medida no meio da distância entre a crista ilíaca e o rebordo costal inferior, por ser o índice antropométrico mais representativo da gordura intra-abdominal e de aferição mais simples e reprodutível, é a medida recomendada. Síndrome Metabólica (SM) − É um transtorno complexo representado por um conjunto de fatores de risco cardiovascular usualmente relacionados à deposição central de gordura e à resistência à insulina. − É importante destacar a associação da SM com a doença cardiovascular, aumentando a mortalidade geral em cerca de 1,5 vezes e a cardiovascular em cerca de 2,5 vezes. − Consiste na presença conjunta de fatores de risco para enfarto do miocárdio, nomeadamente obesidade abdominal, dislipidemia (caracterizada pelo aumento dos triglicérides e diminuição do HDL), hipertensão arterial e elevação da glicemia em jejum. Cetoacidose Diabética (CAD): − É uma complicação aguda do DM caracterizada por hiperglicemia, acidose metabólica, desidratação e cetose, na vigência de deficiência profunda de insulina. − Acomete principalmente pacientes com DM tipo 1 e geralmente é precipitada por condições infecciosas ou omissão da administração de insulina. − Por vezes, a CAD pode ser a forma de apresentação clínica inicial do DM1 ou mesmo do tipo 2 (DM2). A CAD é observada ao diagnóstico de DM1 em 3 a 40% dos pacientes diagnosticados com DM1. − Quando há falta de insulina e o corpo não consegue usar a glicose como fonte de energia, as células utilizam outras vias para manter seu funcionamento. Utilizar os estoques de gordura para obter a energia resultado leva ao acúmulo dos corpos cetônicos, substâncias que deixam o sangue ácido, ou seja, com o pH mais baixo do que o normal. − Essa acidez é extremamente desfa- vorável para o organismo, porque a maioria das reações químicas que acontecem a cada segundo em nossas células depende de uma faixa muito estreita de pH. Fatores desencadeante da CAD: • Tratamento insulínico interrompido ou inadequado às condições do paciente (21% a 49%) • Processos infecciosos (pneumonia, itu, gastroenterite) • Transgressão alimentar • Pancreatite aguda • Estresse agudo • Oclusões vasculares • Drogas • Medicamentos: Corticosteroides, diuré- ticos, outros sem acompanhamento. Síndrome hiperglicêmica hiperosmolar não cetótica – SHH − SHH é uma grave complicação metabólica do DM. − O mecanismo fisiopatológico básico da SHH consiste na redução da ação efetiva (insulinorresistência) e/ou nos níveis séricos de insulina circulantes (insulinopenia) em associação ao concomitante aumento nos hormônios contrarreguladores (glucagon, catecolaminas, cortisol e hormônio do crescimento). − Como consequência dessas alterações hormonais, ocorre o aumento da gliconeogênese hepática e renal, além da diminuição da utilização periférica de glicose, que culminam com a hiperglicemia. − Não há lipólise nem cetogênese. − Glicemia acima de 600mg/dl. − Desidratação importante. Hipoglicemia: − Abaixo de 70 mg/DL − A hipoglicemia é a principal barreira em pacientes com DM e é fator limitante para alcançar a euglicemia. − Estudos relacionaram a hipoglicemia com morbidade e mortalidade excessivas e questionaram a necessidade de inclusão da avaliação do número de eventos e do tempo dispendido em hipoglicemia, como variáveis na monitorização glicêmica, segundo a qual a duração de pelo menos 15 minutos de glicemia abaixo de < 70 mg/dL seria de risco. − Seguem hipoglicemias segundo os valores basais: • Nível 1: Baixo; entre 55 e 70 mg/dL; • Nível 2: Severamente baixo; < 54 mg/dL; • Nível 3: Comprometimento cognitivo com necessidade de terceiros para recuperação, sem limites glicêmicos definidos. • Não trabalhamos em hipoglicemia, devemos encaminhar para PS. Também não atendemos maior que 250. Causas que Favorecem: − Overdose de insulina ou de agentes orais − Refeições omitidas ou tardias − Exercício sem automonitorização − Comprometimento das respostas contra reguladoras à insulina (insulina injetada – forma não fisiológica) − Perdem a resposta do glucagonà hipoglicemia Como Evitar a Hipoglicemia: − Programe suas atividades físicas; − Ingerir alimentos extras antes de exercícios físicos; − Cumprir o plano alimentar: horário, quantidade e qualidade dos alimentos; − Em caso de vômitos e diarreia, informe seu médico imediatamente; − Utilizar a medicação prescrita nas doses e horários indicados pelo médico; − Evitar bebidas alcoólicas. Importante: − Use sempre um cartão de identificação de diabético. Ele pode salvar sua vida. − Tenha sempre consigo balas ou tabletes de glicose. − Reconheça os sintomas e trate-os prontamente. − A monitorização da glicemia capilar diariamente por indivíduos com DM de qualquer faixa etária traz grandes benefícios, por diminuir o risco de complicações agudas, tais como cetoacidose e hipoglicemia, e por permitir que o paciente entenda os determinantes de sua glicemia ao correlacionar os resultados glicêmicos em tempo real com a ingestão de alimentos ou com a prática de atividade física/exercícios físicos por exemplo. − São necessárias verificações frequentes da glicemia capilar ao se implementar ajustes de insulina e carboidratos Complicações do DM: − Retinopatia Diabética; − Complicações Cardiovasculares; − Nefropatia Diabética; − Neuropatia Diabética; Retinopatia diabética: Retina normal / Retinopatia diabética Complicações cardiovasculares: Nefropatia Diabética: − Exercícios de alongamento muscular são benéficos, pois devolvem aos músculos seu comprimento e elasticidade normais, o que pode ser muito útil na redução da incidência de cãibras. − Os exercícios de fortalecimento muscular auxiliam na manutenção da tensão normal do músculo e no retorno venoso, atenuando a rápida perda de líquidos que a hemodiálise promove. Neuropatia Diabética: − Até 2025, mais de 125 milhões de pessoas vão desenvolver úlceras diabéticas e mais de 20 milhões serão submetidos a uma amputação em todo o mundo, − As complicações macrovasculares do diabetes, incluindo doença cardíaca coronária, acidente vascular cerebral e doença vascular periférica, e complicações microvasculares, como doença renal em estágio terminal, retinopatia e neuropatia, juntamente com amputações nos membros inferiores, são responsáveis por grande parte do fardo associado ao diabetes. − A osteomielite é encontrada subjacente a 20% de todas as úlceras nos pés diabéticos infectados e a 60% das infecções graves. Em um estudo recente, o risco de amputação foi de 14% em pacientes com infecção limitada ao tecido mole do pé e de 60% em pacientes com osteomielite Artropatia de Charcot − Pcte perde a sensibilidade e não sente dor, com isso fratura todo o pé − Ocorre devido à neuropatia Mal Perfurante Plantar: Exercícios e DM: − Muitas são as barreiras que fazem portadores de diabete tipo (mais tipo 1 que 2) não aderirem a uma vida ativa. “O medo da hipoglicemia e a falta de conhecimento sobre como treinar estão entre eles”, concluem pesquisadores de Estados Unidos, Inglaterra, Suécia, Austrália, Dinamarca e Canadá em um artigo no periódico The Lancet Diabetes & Endocrinology. − Atividade física para o controle do diabetes é indiscutível; no entanto, planejada ou não, ela é uma das causas mais comuns de hipoglicemia. Por sua vez, no exercício físico intenso, como o do atleta, também não são raros os episódios de hiperglicemia durante e após a atividade, com possibilidade de hipoglicemia tardia. − A atividade física é definida como qualquer movimento produzido pelo músculo esquelético que requer gasto energético. − O exercício físico é uma forma específica de atividade física, que é estruturada e planejada, com os objetivos de melhorar o condicionamento físico e a saúde. Para lembrar: ✓ Equilíbrio entre dieta, exercícios e tratamento farmacológico. ✓ Para iniciar programa de exercícios: avaliação médica, controle glicêmico (inferior a 250mg/dl). ✓ Glicemias capilares: Antes, durante e após atividade – ajuste da dose de insulina. ✓ Cuidados: Retinopatia severa, neuropatia (lesões pés), nefropatia, doença arterial periférica (claudicação, diminuição pulsos pedais). Avaliação fisioterapêutica. influenciam na modalidade e intensidade do exercício. ✓ Exercício físico é determinante na prevenção do diabetes tipo 2 e no tratamento de todas as formas de diabetes mellitus (DM). ✓ Controle glicêmico – insulina ou medicamentos (hipoglicemiantes) para controle de glicemia. ✓ Atenção em horários dos medicamentos, para que não realize a atividade em estado hipoglicêmico. (local de aplicação de insulina) ✓ Exercício: Controle do peso corporal, dislipidemia, melhora hipertensão arterial-síndrome metabólica. ✓ Trabalho: Exercício reduz em média 3,8 mmHg (sistólica) e 2,6 mmHg (diastólica), melhora resistência à insulina ✓ Melhora imunidade, humor, reduz estresse. ✓ Programas de exercício – eficientes no controle glicêmico. ✓ Melhora a sensibilidade a insulina. ✓ Diminui glicemia sanguínea ✓ Estratégias podem aumentar a adesão e manutenção do exercício físico, como estabelecer metas específicas e usar ferramentas de automonitorização (pedômetros, acelerômetros, aplica- tivos, etc). Recomendação: ✓ Exercício aumenta a utilização periférica da glicose associado com um aumento na sensibilidade periférica a ação da insulina, que persiste por 12h ou mais após o final do exercício. ✓ American Diabetes Association, 2010 – recomendam pacientes diabéticos devem realizar pelo menos 150min/semana de exercício aeróbico de moderada intensidade, atingindo 50 a 70% da FC máxima. ✓ Aplicação de insulina - A Associação Americana de Diabetes (American Diabetes Association, ADA) recomenda a aplicação em um local por semana, esgotando-se as possibilidades de quadrantes da mesma região, para só então escolher outro. ✓ Para que esse planejamento seja eficaz, é necessário considerar número de aplicações por dia, atividades diárias, exercício físico e respectivos horários, além de outros fatores que interfiram na velocidade de absorção da insulina. ✓ Deve-se evitar a aplicação de insulina nos locais adjacentes aos principais músculos envolvidos(exercício), para evitar absorção mais rápida da insulina. Como prescrever: − Benefícios do exercício físico no diabetes mellitus. − Avaliação médica pré-exercício no diabetes mellitus. − Prescrição de exercício. − Tipo de exercício. − Frequência do exercício, duração do exercício e intensidade do exercício. − Prescrição de exercício de resistência. − Recomendações de exercício físico em diabetes mellitus tipo 1. − Recomendações especiais para a prática de exercício físico para pacientes diabéticos. − 2014-2015 Diretrizes SBD − Os relatos na literatura sugerem que a prática de exercício físico induz uma diminuição dos níveis de triglicérides de 11 a 16%, do colesterol de 3 a 10% e aumento do HDL- colesterol em 3%. − Há muitas evidências apoiando a hipótese de que o exercício, pode ser útil na prevenção ou no retardo das manifestações clínicas do DM tipo II. − Todos os níveis de exercício, incluindo atividades de lazer, esportes recreacionais e esportes em nível competitivo podem ser realizados por indivíduos com diabetes tipo I sem complicações e que estejam com bom controle da glicemia. − Há evidências acumuladas que sugerem que a redução progressiva da aptidão e da massa e força musculares com o envelhecimento é em parte prevenível pela manutenção de atividade física regular. A redução da sensibilidade à insulina com o envelhecimento é também parcialmente devida à falta de atividade física. Prevençãodo Pé Diabético: − O tratamento fisioterapêutico teve a duração de 60 minutos constando de exercícios gerais de alongamento (dez minutos), caminhadas (dez minutos), exercícios do tipo ativo livre e ativo resistido para a flexão plantar, dorsiflexão, inversão e eversão do tornozelo (dez minutos), de flexão, extensão, abdução e adução dos dedos dos pés (dez minutos), utilizando- se bolas, faixas elásticas e bastões para os exercícios ativos livres e pesos de ½ kg para os exercícios resistidos. − Um grande número de ensaios clínicos randomizados demonstrou que o exercício pode regular efetivamente o distúrbio do metabolismo glicolipídico em pacientes com DM2, seja exercício aeróbico ou exercício resistido, ou a combinação dos 2, que é vantajosa para controlar melhor a progressão do diabetes. − Aumento da captação e utilização de glicose: Um dos mecanismos mais bem estabelecidos de resistência à insulina no DM2 é a diminuição da expressão da proteína transportadora de glicose (GLUT4) no músculo. Nos últimos anos, os pesquisadores descobriram que o exercício regular também pode mediar a translocação de GLUT4 através de mecanismos distintos de sinalização proximal que ignoram os defeitos na ação da insulina. Artigo: − Efeitos do intervalo de alta intensidade e exercício aeróbico contínuo de intensidade moderada em pacientes obesos diabéticos com doença hepática gordurosa não alcoólica: um estudo controlado randomizado comparativo. − Os resultados do estudo aprovaram que os programas de exercícios HIIT e MIC reduzem o IMC, Triglicérides intrahepáticos, lipídios viscerais, resistência à insulina e HbA1c nesses pacientes. Tai chi: − A revisão sistemática, apesar de estar no topo da pirâmide de evidências, a qualidade em si mesma pode variar devido a déficits metodológicos e outros fatores. Assim, é importante avaliar os já publicados antes de realizar uma nova RS, especialmente com controvérsias em um determinado campo. Os resultados deste estudo fornecerão uma avaliação metodológica sistemática das RSs atualmente publicadas sobre a eficácia e segurança do Tai Chi para o DM2 Tecido Adiposo (TA) − Sintetizam substâncias lipídicas e as armazenam em um vacúolo central, fazendo com que o citoplasma e o núcleo se desloquem para a periferia da célula. − As células adiposas não se dividem após serem formadas. − Os adipócitos do tecido adiposo são fibroblastos modificados que armazenam triglicerídeos, quase puros, em quantidades de até 80% a 95% de todo volume das células. − Grandes quantidades de gordura são armazenadas nos dois principais tecidos do corpo, o tecido adiposo e o fígado. − A principal função do tecido adiposo consiste em armazenar os triglicerídeos até que sejam necessários para o suprimento de energia em outras partes do corpo. − TA se encontra espalhado pelo corpo com função de sintetizar e armazenar lipídeos em forma de gotículas de gordura, proteger os órgãos contra choques mecânicos, sustentar os órgãos internos nos seus lugares, ser isolante térmico e ainda ser a maior reserva de energia que temos no corpo. Esses são os dois tipos de tecido adiposo: − Os principais fatores de risco comportamentais para doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são o tabagismo, o consumo excessivo de álcool, o sedentarismo e o excesso de peso – índice de massa corporal (IMC) ≥ 25kg/m2 –, sendo este último um problema de saúde pública que acomete mais da metade da população adulta na maioria dos países, dentre eles o Brasil. − De acordo com estimativas recentes, a prevalência de excesso de peso no Brasil é de 56,9%. Sobrepeso/Obesidade − Graves problemas de saúde pública, probabilidade do desenvolvimento de efeitos adversos à saúde, como patologias metabólicas e cardiovasculares. − Obesidade: Pode ser definida como um excesso de gordura corporal. − É definida como um acúmulo de tecido adiposo de magnitude suficiente para debilitar a saúde. Excesso de adiposidade (conhecido por obesidade) e excesso de peso corporal estão associados ao aumento na incidência de várias das mais importantes doenças dos seres humanos, incluindo o diabetes tipo 2, dislipidemias, doenças cardio- vasculares, hipertensão e câncer. http://www.ans.gov.br/images/stories/noti cias/pdf/Manual_Diretrizes_Obesidade.pdf − OMS aponta a obesidade como um dos maiores problemas de saúde no mundo (WHO, 2010). − O excesso de peso e a obesidade constituem o segundo fator de risco mais importante para a carga global de doenças e estão associados com várias doenças crônicas não transmissíveis - DCNT, como doenças cardiovasculares, diabetes, câncer de cólon, de reto e de mama, cirrose, entre outras. − De acordo com a OMS, mais de 1,6 bilhão de adultos se encontra com excesso de peso no mundo e pelo menos 400 milhões estão obesos − Os dados do GBD 2015 indicam crescimento para 604 milhões de adultos e 112 milhões de crianças em todo o mundo com obesidade, além de a prevalência ter dobrado entre 1980 e 2015 em mais de 70 países do mundo GBD − No Brasil, a situação não é diferente. Estudos apontam que a obesidade vem crescendo cada vez mais. De acordo com os dados da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico – VIGITEL, mais de 50% da população adulta está acima do peso, ou seja, na faixa de sobrepeso e obesidade. Sedentarismo: − É o hábito de não realizar esforço físico ou realizá-lo de maneira reduzida, insuficiente para a demanda que o organismo exige, − Quando não há um equilíbrio entre a ingestão energética e o gasto de energia. − É encontrado com maior frequência na vida urbana, devido à modernidade, que proporciona o conforto e acomodação. − O sedentarismo não é um fator de risco isolado associado a ele estão presentes as doenças cardiovasculares, a hipertensão arterial, a obesidade, o AVE, Diabetes Mellitus e complicações respiratórias. − Com as transformações ocorridas no estilo de vida da população, houve aumento na incidência de doenças, principalmente as de ordem cardio- vascular. − Mudanças nos hábitos alimentares e da falta de atividade física, influenciados pela disponibilidade de alimentos com alto valor energético e pelo aumento do sedentarismo. − As doenças cardiovasculares (DCVs) são doenças que causam distúrbios no coração e vasos sanguíneos, responsáveis pela maior taxa de morbidade e mortalidade no mundo. − Compreendendo que o sobrepeso/obesidade tem origem multifatorial, diversos fatores genéticos, metabólicos, comportamentais (princi- palmente hábitos alimentares e atividade física), ambientais, culturais e socioeconômicos têm contribuído para sua ocorrência. − Os principais responsáveis pelo crescimento dessa doença são os hábitos alimentares e o sedentarismo, o que torna o ambiente obesogênico. − Até relativamente pouco tempo, o papel da gordura em si no desenvolvimento da obesidade e suas consequências foi considerado passivo. − O tecido adiposo, por muitos anos, foi visto somente como local de reserva energética, protetor contra choques e isolante térmico. − Após a descoberta de inúmeras substâncias secretadas pelos adipócitos, dentre elas hormônios e citocinas, esse tecido passou a ser visto como órgão dinâmico e suas funções inflamatória e endócrina foram evidenciadas. − Obesidade é caracterizada como estado de inflamação crônica de baixa intensidade. A inflamação responde de forma diretamente proporcional ao aumento da adiposidade corporal. Indução da inflamação a partir da hipóxia sofrida pela expansão do tedido Ciclo vicioso entre inflamaçãoe obesidade. A hipertrofia dos adipócitos estimula liberação de citocinas − A obesidade resulta de ingestão maior do que o gasto energético. − Quando entram no corpo quantidades de energia (sob a forma de alimentos) maiores do que o gasto, o peso corporal aumenta e a maior parte do excesso de energia é armazenada como gordura. − Portanto, a adiposidade excessiva (obesidade) é provocada pela ingestão superior à demanda energética. − A gordura é armazenada, principalmente, no tecido subcutâneo e na cavidade intraperitoneal. − Estudos recentes: o desenvolvimento da obesidade em adultos é acompanhado por aumento do número e do tamanho dos adipócitos. − A elevação da massa adiposa ocorrida na obesidade é determinada pelo aumento do tamanho do adipócito (hipertrofia) e/ou do seu número (hiperplasia). − Modificações no número de adipócitos (hiperplasia) dependem da diferenciação dos pré-adipócitos em adipócitos – processo denominado adipogênese. − O desenvolvimento da obesidade resulta não só da hipertrofia, mas da hiperplasia das células de gordura. − Segundo Scott e colaboradores (2006) a distribuição do tecido adiposo determina se a obesidade é decorrente de um aumento da quantidade de gordura em cada célula (obesidade hipertrófica), do aumento do número de células adiposas (obesidade hiperplásica) ou de ambos. Sendo que há 25 bilhões de adipócitos em um indivíduo normal e de 60 a 80 bilhões em um indivíduo extremamente obeso. − De acordo com um estudo publicado pela revista "The Lancet" a "Relação Cintura- Quadril" é mais eficaz na descoberta de doenças cardiovasculares que o IMC (índice de massa corporal). Uma vez que, o IMC não revela o local onde a gordura está mais localizada, nem a quantidade de musculatura que a pessoa possui. − Por isso um atleta poderia ter um IMC parecido com de um sedentário. − O excesso de peso promove alterações metabólicas e estruturais que tornam o indivíduo obeso mais suscetível a diversas doenças, como doenças cardiovasculares, alterações meta- bólicas, afecções pulmonares e apneia obstrutiva do sono, doenças renais, biliares e certos tipos de neoplasias. − Em indivíduos obesos, alterações estruturais da região tóraco-abdominal levam à limitação da mobilidade diafragmática e do movimento costal, ambos essenciais para a mecânica ventilatória adequada. − Os trabalhos publicados até o momento investigaram a função pulmonar de indivíduos com diferentes graus de obesidade e avaliaram volumes e capacidades pulmonares de forma individual. − Alterações na função pulmonar prejuízos = qualidade de vida e no desempenho das atividades de vida diária. − Episódios recorrentes de oclusão das vias aéreas superiores durante o sono provocam alterações, como hipóxia intermitente, severa fragmentação do sono, hipertensão aguda, ativação do sistema nervoso simpático, da atividade inflamatória e do sistema hipotálamo- hipófise-adrenal (HHA), que agravam a obesidade visceral e provocam anormalidades metabólicas como resistência à insulina, diabetes melito (DM), hipertensão arterial sistêmica (HAS) e, consequentemente, predispõem a danos vasculares Doença arterial obstrutiva periférica no paciente diabético: avaliação e conduta − Exercícios de reabilitação: a prática de exercícios regulares é a principal medida terapêutica para a Claudicação Intermitente. Já está bem estabelecido que estes programas de reabilitação devem incluir caminhadas diárias, com intervalos de repouso e distâncias progressivamente crescentes. É muito importante que sejam realizados sob supervisão e tenham uma duração mínima de três meses antes de se obterem resultados significativos. − A obesidade tem sido identificada como uma causa importante de doença renal, incluindo a Doença Renal Crônica (DRC), com evidência causal em vários estudos. − Devido à sua estreita associação com DM e HAS, o sobrepeso e a obesidade, que atingem proporções epidêmicas no mundo todo, são importantes fatores de risco para o desenvolvimento da DRC, especialmente em adultos. − A incidência e prevalência da DRC estão aumentando e associam-se ao aumento da expectativa de vida da população e ao número de casos de hipertensão arterial sistêmica (HAS) e diabetes mellitus (DM), as principais causas de DRC. − A obesidade influencia o desenvolvimento da DRC, entre outros fatores, por predispor à nefropatia diabética, nefroesclerose hipertensiva e glomeruloesclerose segmentar e focal. − A doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) é caracterizada pelo acúmulo de gordura no fígado quando este excede 5-10% do seu peso. − Constata-se elevada prevalência da doença (88,7%) em obesos submetidos à cirurgia bariátrica, sendo a probabilidade de desenvolvimento de esteato-hepatite aumentada na obesidade classe III, com 15 a 20% desses pacientes com diagnóstico de EHNA (esteato-hepatite não alcoólica). − A prevalência na população geral varia entre 10 e 33% dependendo do país, aumentando para 75% em obesos e 90% em alcoolistas (consumo de 2 ou mais copos por dia). Insuficiência Hepática. − − A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma das mais importantes causas evitáveis de morte prematura. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem cerca de 800 milhões de pessoas com pressão arterial (PA) elevada em todo o mundo, causando mais de 7 milhões de mortes por ano. − Nossos achados são compatíveis com recentes revisões da literatura que confirmam a hipótese de que a obesidade durante a adolescência é um fator de risco para o desenvolvimento de HAS. − Estratégias de saúde pública devem ser instituídas para a prevenção, o controle e o tratamento da HAS e da obesidade na adolescência, a fim de reduzir os prejuízos à saúde em curto e longo prazo. − A obesidade, diabetes e hipertensão podem levar a mudanças estruturais no coração que aumentam a rigidez do músculo e reduz a sua capacidade de se contrair. Tais mudanças estruturais e funcionais no músculo reduziriam a capacidade de circulação de sangue, o que pode levar à insuficiência cardíaca. ✓ Incontinência Urinária de Esforço (IUE), a mais presente nas mulheres obesas ✓ Podendo ocorrer durante o ato de tossir, de espirrar, de gargalhar, de levantar peso, ou de correr. ✓ Devido a fadiga e ao enfraquecimento da musculatura do assoalho pélvico, facilitando a perda de urina ✓ Pela crônica pressão intra-abdominal e intra-vesical causada pelo excesso de peso. − A Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento (RBONE) é uma publicação do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino em Fisiologia do Exercício (IBPEFEX), é de periodicidade bimestral, com publicação de artigos científicos, fruto de pesquisas e estudos de cientistas, professores, estudantes e profissionais que lidam com a Epidemiologia da Obesidade, da Nutrição Humana com fundamentação na fisiologia humana no âmbito da saúde, do esporte, da educação e da estética Obesidade e Coronavírus: − A atual experiência europeia parece indicar casos cada vez mais graves entre as faixas etárias mais jovens. Pessoas com obesidade em todo o mundo já estão em alto risco de complicações graves da Covid-19 em virtude do aumento do risco de doenças crônicas que a obesidade gera. − Há sérias implicações para o sistema de saúde. O atendimento a pacientes obesos gravemente enfermos (5% das infecções) que necessitam de cuidados intensivos apresenta uma série de desafios como: • Necessidade de mais leitos hospitalares bariátricos • Intubações mais desafiadoras • Maiordificuldade na obtenção de diagnóstico por imagem (existem limites de peso nas máquinas de imagem) • Maior dificuldade de posicionamento e transporte pela equipe de enfermagem. • Leitos especiais e equipamentos de posicionamento/transporte estão disponíveis principalmente em unidades especializadas em cirurgia bariátrica, e podem não estar amplamente disponíveis em outros hospitais. − É provável que vejamos uma colisão dessas duas epidemias de saúde pública, a obesidade e o novo coronavírus. − O impacto da Covid-19 também será sentido fora da unidade de terapia intensiva. Pessoas com obesidade já vivem mais isoladas e evitam o contato social. Já estão estigmatizadas e já experimentam taxas mais altas de depressão. Fisioterapeutas e Gerenciamento da Obesidade: − A Associação Canadense de Fisioterapia (CPA) identificou a importância dos fisioterapeutas no tratamento da obesidade e divulgou uma declaração - − Fisioterapeutas são frequentemente o primeiro contato de uma pessoa com dor ou limitação funcional resultante de obesidade. − Exercício e atividade física são componentes-chave da prática de fisioterapia e elementos importantes no manejo de indivíduos com obesidade. − Fisioterapeutas têm um papel a desempenhar no manejo de pacientes com obesidade, desenvolvendo intervenções com exercícios (96%), treinamento em mobilidade funcional (97%) e treinamento em programa cardiorrespiratório para deficiências devido à obesidade (95%). − Os fisioterapeutas concordaram firmemente que têm um papel a desempenhar na avaliação e tratamento de condições como doenças cardíacas, diabetes e osteoartrite associadas à obesidade. − Promoção da saúde foram orientar os indivíduos quanto ao estilo de vida saudável e educar os indivíduos sobre obesidade e suas implicações para a saúde. − Obesidade sarcopênica (OS) é o termo usado para descrever a condição que envolve baixa massa muscular (sarcopenia) e alta gordura corporal (obesidade). − Comparados aos indivíduos que apresentam apenas sarcopenia ou obesidade, indivíduos com OS apresentam maiores riscos de distúrbios metabólicos, maior prevalência de DCV, maiores taxas de mortalidade e desempenho físico reduzido, como velocidade de caminhada. − Os objetivos das intervenções da OS são perder a massa gorda, melhorar a desregulação do metabolismo e inflamação associada à gordura, aumentar a massa muscular e melhorar a força muscular e a função física. − Exercício e nutrição são as duas principais intervenções no gerenciamento da OS. − Foi demonstrado que o exercício isolado ou combinado com suplementação diminuiu a massa gorda. − Em conjunto, o exercício físico e as dietas hipocalóricas promovem a diminuição da gordura corporal, o aumento da massa magra e a atenuação das comorbidades geradas pelo excesso de gordura, compondo o tratamento clínico da obesidade juntamente com o uso de fármacos específicos. − A cirurgia bariátrica é outra forma de tratamento que vem aumentando em todo o mundo. − Com intuito de garantir maior segurança na prescrição de exercícios físicos e sua aderência - além de gerar maior conhecimento científico dos seus efeitos em relação ao emagrecimento e à saúde em geral -, surge a importância de analisar os estudos que utilizaram programas de exercícios físicos como intervenção no tratamento de obesos mórbidos (OM). − Pôde-se observar que as crianças e adolescentes obesos são mais predispostos a apresentar compli- cações ortopédicas que os indivíduos eutróficos, e os principais problemas relatados foram as alterações posturais, como hiperlordose lombar e joelhos valgos, e dores músculo-esqueléticas, principalmente na coluna lombar e membros inferiores. − Os principais fatores que causam esses problemas não são bem definidos, mas incluem aumento da sobrecarga articular associado à fragilidade óssea em fase de crescimento e à diminuição da estabilidade postural, o que conduz ao aumento das necessidades mecânicas regionais. ✓ O exercício físico, independentemente do tipo, mostra-se capaz de promover adaptações positivas sobre a obesidade infantil, principalmente por atuar na restauração da homeostase celular e sistema cardiovascular, na melhoria da composição corporal e também aumento da ativação metabólica. ✓ A maioria dos estudos relacionou a prática de exercícios físicos aeróbicos e resistidos à melhoria da composição corporal, à regulação do perfil lipídico e metabólico e ao estado inflamatório de crianças e adolescentes obesos. ✓ Entretanto, a magnitude dos efeitos está associada ao tipo, à intensidade e à duração da prática. − As intervenções no estilo de vida geralmente prescrevem 150 a 180 minutos por semana de atividade aeróbica, como caminhada rápida ou outros tipos de exercícios aeróbicos de intensidade moderada. − A atividade aeróbica regular está associada a uma série de benefícios à saúde, incluindo melhorias nos lipídios, no sangue pressão e gordura visceral. − A atividade física também está associada à melhora da aptidão física, o que pode atenuar o risco de mortalidade associado à obesidade − O treinamento intervalado de alta intensidade ou HIIT é um modelo de treinamento de curta duração no qual são aplicados variados estímulos de alta intensidade, intercalados por recuperações em baixa intensidade ou parado. − Treinamento contínuo de intensidade moderada: O TCMI é um modelo de treinamento tradicional, consolidado, tendo sua efetividade confirmada por diversas agências governamentais, e tem sido amplamente recomendado para sujeitos que pretendem iniciar em um programa de exercício físico, pelos seguintes motivos: 1) Proporciona estímulo suficiente para melhorias na saúde, 2) Risco baixo relacionados a eventos cardiovasculares e de lesões musculoesqueléticas, 3) Tolerável por grande parte da população, 4) Proporciona percepções de prazer que podem promover maior engajamento e aderência em programa de exercício físico. − Em adultos com excesso de peso, o Colégio Americano de Medicina do Esporte recomenda que inicialmente a intensidade deve ser entre 40‒59% da frequência cardíaca de reserva (FCres) durante 30 minutos em cada sessão realizados por 5 dias/sem, com uma gradual progressão que permita aos sujeitos se adaptarem a tolerância. − O exercício físico de intensidade moderada de 150 a 250 min-semana com uma energia equivalente a 1200 a 2000 kcal-semana parece suficiente para impedir um ganho de peso superior a 3% na maioria dos adultos e pode resultar em perda de peso modesta. − Exercício físico sem restrição de dieta geralmente proporciona perda de peso modesta; no entanto, estudos laboratoriais que fornecem supervisão e doses maiores de exercício físico em comparação com estudos ambulatoriais tendem a mostrar perda de peso igual ou superior a 3% do peso inicial. Trabalho: Fisioterapia na Obesidade e Sobrepeso: De acordo com a Organização Mundial da Saúde - OMS, a obesidade é uma doença crônica, progressiva e altamente complexa, sendo uma epidemia mundial, onde só no Brasil há cerca de 20% da população obesa e mais de 60% dos brasileiros encontram-se em sobrepeso. Para a organização, uma pessoa tem obesidade quando o IMC (índice de massa corporal) é maior ou igual a 30 kg/m2. A obesidade pode apresentar inúmeras complicações, tais como: desencadear Diabetes Melittus tipo 2, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, problemas ventilatórios, apneia do sono, câncer e comprometimentos psicológicos. Por isso, seu tratamento deve ser elaborado através de um olhar holístico, considerando todas as faces do indivíduo e seus aspectosbiopsicossociais. O fisioterapeuta tem um papel importantíssimo na obesidade e sobrepeso, podendo atuar diretamente na redução de peso através da prescrição de exercícios terapêuticos que visem o aumento do gasto calórico, promovendo melhor desempenho físico, hipertrofia muscular e consequente melhoria da qualidade de vida. Além disso, atua na reabilitação pulmonar e cardiovascular, com objetivo de otimizar a troca gasosa e trabalho cardíaco. Ainda pode auxiliar no tratamento de algias musculares e posturais. Com isso, entende-se que o fisioterapeuta tem papel fundamental na obesidade e sobrepeso, atuando na prevenção e tratamento. Tendo como benefícios a melhoria da qualidade de vida, redução de risco de maiores complica perda de peso, desenvolvimento de consciência corporal e melhora da autoestima.
Compartilhar