Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DRENAGEM E OBRAS DE ARTE CORRENTE 1 - O CICLO HIDROLÓGICO O ciclo hidrológico apresentado a seguir é bastante conhecido: Figura 1 - Ciclo hidrológico Podemos definir drenagem como a arte de conduzir e controlar o fluxo das águas a fim de evitar os danos que possam causar à obra. Uma análise feita sobre o ciclo hidrológico nos mostra a necessidade de enfocar a drenagem sobre três formas básicas: ➢ Drenagem superficial ➢ Drenagem sub-superficial • de pavimento • de 0 a 1,50 m ➢ Drenagem subterrânea - abaixo de 1,50 m O custo da drenagem é relativamente pequeno, quando comparado com os custos de construção, pavimentação e reparos, pela não execução desses serviços. 2 - DRENAGEM SUPERFICIAL A drenagem superficial em rodovias tem por finalidade a captação e o direcionamento das águas do escoamento superficial, assim como a retirada de parte da água de percolação interna no maciço. A drenagem superficial visa proteger as obras em geral das ações erosivas e destrutivas da água e, principalmente, afastá-la rapidamente para minimizar ou evitar sua infiltração. Os fatores que interferem no dimensionamento e na escolha dos tipos de dispositivos de drenagem superficial numa rodovia são: • Precipitação pluviométrica - variável de região a região e em tempo de duração; • Área de contribuição - variável com as características topográficas e com a categoria da rodovia; • Tipo de solo - variável com a formação geológica de cada região, condicionante de escoamento superficial; • Declividade - declividade da área de contribuição e do greide da estrada, condicionante da velocidade de escoamento. Estes parâmetros permitem dimensionar as estruturas de drenagem. De uma maneira geral, as obras de drenagem superficial são constituídas por canaletas ou valetas de captação das águas do escoamento superficial e por canaletas, “escadas d’água” ou tubulações para sua condução até locais adequados. De trechos em trechos, assim como nos locais de mudança do fluxo ou de conexões de linhas, são instalados dissipadores de energia ou elementos de proteção, objetivando reduzir a força erosiva das águas, evitar o transbordamento dos condutos e impedir a formação de bloqueios ou obstruções. Comumente os serviços de drenagem superficial são associados a serviços de proteção superficial dos taludes e das bermas, tais como revestimentos impermeabilizantes ou revestimentos vegetais. 2.1 - DISPOSITIVOS DE DRENAGEM SUPERFICIAL 1 - Valeta de talude de corte (berma) 2 - Valeta transversal 3 - Valeta de coroamento (crista) 4 - Valeta de pé de corte (ou sarjeta) 5 - Sarjeta 6 - Descida d’água (rápido) 7 - Descida d’água (escada) 8 e 9 - Caixa de captação, transmissão ou dissipação Escada em cascata RIP-RAP RÁPIDO 2.2 - DISPOSITIVOS DE DRENAGEM SUB-SUPERFICIAL A drenagem sub-superficial tem por objetivo captar e escoar vazões de precipitações retidas na superfície ou evitar que estas atinjam locais indesejáveis ao se infiltrarem. O escoamento da água no solo gera forças de percolação que podem provocar problemas de ordem geotécnica, sendo o “pipping” o principal fenômeno a ser controlado. 2.2.1 - Drenos de pavimentos São executados longitudinalmente ao pavimento com a finalidade de captar as águas de infiltração e capilaridade. 2.3 - DISPOSITIVOS DE DRENAGEM SUBTERRÂNEA A drenagem subterrânea trata basicamente do controle das águas de percolação interna do maciço, com o objetivo de afastar ou remover a água de locais indesejados. Podemos definir três estruturas básicas de drenos subterrâneos: 1. drenos lineares 2. drenos em camadas 3. drenos sub-horizontais Por dreno linear entendemos aquele que apresenta uma de suas dimensões significativamente maior do que as outras; já os drenos em camadas são os que se apresentam sob a forma de colchão; sendo os drenos sub-horizontais aqueles executados em taludes com elevado nível de percolação e surgências de água. Cada um deles pode ainda ser subdividido em: contínuo (quando formado por um só tipo de material) e descontínuo (quando formado por dois ou mais tipos de materiais). 2.3.1 - Drenos lineares Como exemplo de drenos lineares em rodovias podemos citar a TRINCHEIRA DRENANTE, utilizada para rebaixamento do lençol freático a fim de impedir a subida do nível d’água no subleito do pavimento. Obedece geralmente o esquema das figura 12 e 13, possuindo normalmente profundidades de 1,50 metros, podendo variar de 1,20 a 2,00 metros, com a utilização de tubo perfurado ou não (dreno “cego”). Podem ser executadas com o emprego de geotêxteis (Figura 14). Geralmente localiza-se longitudinalmente sob o acostamento da rodovia, podendo também ser conectado à base do pavimento para captar águas de capilaridade e eventuais infiltrações das camadas desse pavimento. Em taludes de cortes e no preparo da fundação de aterros também são usadas freqüentemente em trechos úmidos ou com surgências de água. Se o dreno for executado na direção transversal à rodovia recebe a denominação de dreno profundo transversal, tendo a finalidade de interceptar o lençol freático quando o fluxo for aflorante. A. material filtrante B. material drenante C. tubo perfurado D. selo E. solo a ser drenado Seção típica de uma trincheira drenante Trincheira drenante com uso de geotêxtil Quanto ao dreno em camadas temos em rodovias o COLCHÃO DRENANTE Dreno sub-horizontal Problemas devido a ausência de drenagem Exemplo de um trecho de rodovia com obras de drenagem e de proteção superficial Continua...
Compartilhar