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A importância da tanatologia para o acadêmico

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A importância da tanatologia para o acadêmico de enfermagem -Artigo de revisão
Introdução: Tanatologia significa o estudo da morte. Este estudo surgiu como subsídio de conforto aos profissionais de saúde. Uma vez que os Enfermeiros são os que mais lutam contra a morte, e este assunto não faz parte do programa de estudos nas universidades e quando ocorre o ensino é superficial, entende-se ser relevante a realização deste estudo
Com base nos trabalhos analisados, percebemos que as dificuldades enfrentadas pelos Enfermeiros acerca da morte, podem ser justificadas pela escassez do estudo da tanatologia na graduação e assim, podendo ocasionar insegurança e despreparo ao lidar com a morte dos pacientes.
Conclusão: Entendemos que para minimizar tais dificuldades, os cursos de enfermagem devem incluir em suas grades curriculares disciplinas que proporcionem uma compreensão mais ampla do tema, bem como reflexões acerca das situações que podem ser vividas pelos profissionais de Enfermagem que contemplem a morte.
A tanatologia consolidou-se com o intuito de humanizar as relações no momento da morte, já que o hospital historicamente representava um espaço de relações frias e impessoal
tensões provocadas pela morte nos seres humanos em geral, seja em relação a sua própria morte, a de seus familiares e/ou amigos, ou mesmo no exercício profissional, deixam em evidência sentimentos diferentes que vão desde a raiva, a tristeza, a barganha, a negação, entre outros
A morte marca o término do ciclo vital humano, trata-se de um fenômeno natural que todos passarão,sem saber precisamente o seu momento exato. Esta imprecisão, em conjunto com a incerteza do que virá depois e a dúvida sobre uma possível continuidade de vida nos causa medo, reforçando o conceito que cada um trás acerca da vida e da finitude humana
Nesse contexto, para Vomero (2002), pode-se conviver melhor ou pior com a morte, mas não se pode evitá-la. Pode-se aceitar a sua inevitabilidade e olhá-la de frente; ou pode-se negá-la, fugir dela, imaginar que não pensar na morte possa fazer com que ela deixe de acontecer. Mas o fato é que todosnós estamos programados para nascer, crescer e morrer. Há muitas razões para se fugir de encarar a morte calmamente. Uma das mais importantes é que hoje em dia, morrer é triste demais sob vários aspectos, sobretudo é muito solitário, muito mecânico e desumano.
Observamos que o Enfermeiro precisa estar alerta para não cair na ilusão de que o cuidado está atrelado apenas ao corpo, esquecendo que esse sujeito é possuidor de vontades e sentimentos. A morte fica excluída do caráter do processo vital e é sempre um assombro.
Borges (2012) relata que os docentes referem dificuldades em trabalhar com as questões da morte e do morrer por não se sentirem preparados, não saberem que caminho seguir, o que fazer, e justificam que o tempo de cada disciplina é curto ou e que o assunto é complexo e o ensino é superficial, fragmentado e até mesmo mecanicista.
Os profissionais da área da saúdesão os que mais lutam contra a morte, porém no seu cotidiano tentam se afastar ao máximo dessa realidade. Em face desse ritual obsessivo de negação da morte, o indivíduo perde a oportunidade de melhorar suas formas de concepções sobre a morte e o morrer. O Enfermeiro e outros profissionais de saúde se apropriam cada vez mais da vida e da morte, admitindo sempre de má vontade os casos em que não se podem realizar milagres. Negando a morte, nossa cultura a mistificou e impôs tabu
Não existe educação sem comunicação, esta que deve servir de amparo e sustentação de ideias e estudos.
ENSINO DA TANATOLOGIA NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
Trata-se, assim, de um processo que inicialmente considera e assume a humani-dade do profissional que cuida e da pessoa sob cuidados. Dessa forma, os cuidados da enfer-magem não se esgotam na confirmação do óbito e no cuidado com o corpo, mas abrange também o cuidado e a atenção fornecidos aos familiares que vivenciam o momento(2
Objetivo: identificar a temática tanatologia nos componentes curriculares de cursos de graduação em Enfermagem. Método: pesquisa quantitativa, descritiva, exploratória e de base documental. As fontes foram o projeto peda-gógico e a matriz curricular disponibilizadas nos websites de Instituições de Ensino Superior da Bahia segundo critérios: curso presencial ativo em 2015 e reconhecido pelo Ministério da Educação e Cultura. Resultados: das 31 instituições cadastradas, 5 eram públicas, e 24 privadas, 4 possuíam disciplina de Tanatologia. O contato inicial com a Tanatologia dava-se no 3º semestre (37% das Instituições), 2º semestre (31%), 1º e 4º semestres (13,8%). Nenhum website exibia todas as informações, sendo a matriz curricular o documento mais disponibilizado (68,9%).Conclusão: o número de instituições que incluíam em seus currículos a abordagem da tanatologia desde o princí-pio da formação de enfermeiros ainda era reduzido, mesmo que seja importante, por estabelecer relacionamento próximo às pessoas e famílias nos processos de morte e morrer.
A HISTÓRIA DA MORTE NO OCIDENTE E O CONTEXTO SOCIAL COMO FATOR DE RISCO PARA O SUICÍDIO
 suicídio tornou-se um problema de saúde pública devido ao aumento de casos registrados nos últimos anos. É lamentável que o tabu acerca da morte ainda se faz presente na sociedade, principalmente quando esta é voluntária
A falta de informação a respeito do suicídio, aliada à existência do tabu sobre a morte na sociedade moderna, são barreiras que precisam ser superadas para ampliar a discussão sobre a violência auto-infligida, considerando-a como uma problemática de incumbência da saúde públicA
O aviso tinha como objetivo permitir que o moribundo providenciasse uma cerimônia coletiva e de fazer alguma manifestação antes da sua morte, reunindo familiares e amigos próximos. Essa conduta é definida como “morte domada”. Nesse período, não existiam tantas expressões de tristeza e lamentações; a morte era naturalmente aceita como uma fase do desenvolvimento e os sentimentos eram evocados de forma discreta
Diferente da sociedade moderna em que, em sua maioria, espera-se a morte no hospital, no século XII a cerimônia fúnebre acontecia no quarto do moribundo, organizada de forma que todos entrassem livremente.
No século XVII, a morte também ganhou espaço na arte e literatura. Os quadros e 
ivros passaram a expressar em suas obras a figura de múmias, revelando um cadáver em processo de decomposição física. Todas essas mudanças levaram o homem visualizar a morte como algo peculiar, o que Ariés (2012) definiu como a “morte de si mesmo”. Essa consciência trouxe consigo dramaticidade e a emoção, que antes eram expressos de maneira sutil e, a partir desse momento, o homem passa a ter um apego maior às coisas da vida
. A partir do século XVIII, por exemplo, ela aparece com um cunho romântico e o homem passa a fazer reflexões sobre a “morte dooutro”. Muitos acreditavam que a morte trazia consigo uma possibilidade de uma vida futura, mas por outro lado ela era marcada pela dor da separação do seu familiar.
Assim, o cemitério passa a ter um significado importante, marcado por visitas melancólicas sobre o túmulo do ente querido, que passa ter um significado que vai muito além da morte em si.
O que se percebe é que os novos modos de relação social mudaram o sentindo de enxergar o processo de morrer. O indivíduo que antes esperava a morte emcasa cercado por amigos e familiares, fica nas instituições sobre os cuidados médicos até seus últimos dias. Áries (2012) afirma que a “morte interdita”, expressão que nomeia essa fase, tem relação com a questão de felicidade e a constante necessidade de produção da sociedade moderna.
A “morte interdita”, citada por Áries (2012), é rompida com o suicídio, ou seja, o ato levanta a discussão sobre a finitude da vida, porém cercada de estigmas que acabam sendo uma barreira no desenvolvimento de ações preventivas.
a palavra suicídio é descrita “como dar a morte a si mesmo”, ou ainda, “causar a própria ruína”.
três formas; o egoísta, altruísta e o anômico.
A autodestruição oriunda dos desejos individuais incapazes de realizar e do rompimento das relações sociais é definida pelo o autor como “suicídio egoísta”.
Por outro lado, o vínculo intenso com a integração a um determinado grupo também é um fator motivacional para o sujeito tirar a própriavida, no “suicídio altruísta”a morte é considerada como uma forma de honra para o indivíduo. É como se o eu fosse dependente do grupo ao qual pertence. Os laços sociais são tão intensos que quando não conseguem corresponder às normas morais estabelecidaspelo coletivo o sujeito acaba sacrificando a própria vida. Um exemplo disso são os soldados em guerra, muitas vezes preferem morrer a sofrer por uma derrota
O “suicídio anômico” ocorre quando há uma perturbação da ordem coletiva, devido à ausência de regras na sociedade e a ruptura de seu equilíbrio, seja de forma positiva ou negativa5, ou seja, a sociedade fica provisoriamente incapaz de exercer a função de mantedora da ordem, e impele o indivíduo à morte voluntária (DURKHEIM, 2000). Um exemplo clássico da história são as crises econômicas que segundo o autor tem uma influência significativa no aumento nas taxas de suicídio
Um exemplo da influência do grupo social é a cultura japonesa, em que a violência autoinfligida possui um caráter de honra e lealdade. Nos registros históricos do país há diversas demonstrações de seppuku, ritual em que os samurais e guerreiros, após a derrota de uma batalha cometiam suicídio através do corte do ventre, para “lavar” a honra e não se entregar aos inimigos.SUICIDIO ALTrUISTA
reconhecidas de acordo com aquilo que possuem, assumindo um espaço que representa statuse poder no convívio em grupo. Essas modificações no modelo de funcionamento da sociedade potencializaram o processo de individualização e, por consequência, enfraqueceram as relações sociais (MANCEBO et al, 2002), aumentando a probabilidade de risco de suicídio, como explica Durkheim ao se referir ao “suicídio egoísta”, citado anteriormente
Morte: uma visão psicossocial
Após a Segunda Guerra Mundial, o desenvolvimentoda tanatologia intensificou-se. A obra de Feifel (1959), Themeaning of death, ao buscar a conscientização sobre amorte em um contexto de proibição sobre o tema, consti-tuiu um marco importante que caracterizou esse período(Kovács, 2002)
Durante muitos séculos, por todaa Idade Média européia, a morte era entendida com naturali-dade, fazendo parte do ambiente doméstico. Rodrigues (1995)analisa este contexto em que morte e vida interagiamindiferenciadamente no mundo das aldeias e cidades medie-vais. Nelas, os cemitérios geralmente ocupavam o centro dacidade, dominada pela presença da igreja católica. Enquantoos mortos socialmente importantes eram enterrados no interi-or da própria igreja, os menos importantes eram enterradosem um terreno ao lado. Já os que não possuíam dignidadesocial eram enterrados em uma vala comum, que permaneciapermanentemente aberta. Neste espaço, a população transi-tava, fazia comércio, namorava, brincava e participava de fes-tas. Os mortos não eram considerados, como hoje, presençasinoportunas, em completa oposição à vida.
Durante muitos séculos, por todaa Idade Média européia, a morte era entendida com naturali-dade, fazendo parte do ambiente doméstico. Rodrigues (1995)analisa este contexto em que morte e vida interagiamindiferenciadamente no mundo das aldeias e cidades medie-vais. Nelas, os cemitérios geralmente ocupavam o centro dacidade, dominada pela presença da igreja católica. Enquantoos mortos socialmente importantes eram enterrados no interi-or da própria igreja, os menos importantes eram enterradosem um terreno ao lado. Já os que não possuíam dignidadesocial eram enterrados em uma vala comum, que permaneciapermanentemente aberta. Neste espaço, a população transi-tava, fazia comércio, namorava, brincava e participava de fes-tas. Os mortos não eram considerados, como hoje, presençasinoportunas, em completa oposição à vida. Com a emergência da modernidade, a fragmentação doamálgama indiferenciado das instituições medievais em vári-as esferas de domínio relativamente autônomas ocorreu emum processo de diferenciação institucional que, em sintoniacom a análise de Parsons (1974), foi indispensável para aconstituição da modernidade. Com o desenvolvimento docapitalismo, a partir do século XVIII, uma preocupação cons-tante foi isolar, separar e impor um conhecimento especializa-do e uma disciplina institucional a tipos diferenciados de fe-nômenos. Excluir os mortos dos vivos, neste contexto, pas-sou a ser um empreendimento fundamental. Uma forte preo-cupação, em toda a época de transição para a modernidade,foi colocar os mortos, juntamente com o lixo, cada vez maislonge do meio urbano e do convívio social.
Em tal condição, o paciente é impedido de sentir e ex-pressar suas emoções, destinado a um sofrimento solitário ediscreto. Isso porque os profissionais – que lidam cotidiana-mente com a morte – não estão preparados para lidar com oindivíduo em sua plenitude enquanto ser humano dotado deemoções e valores. Baseada no paradigma positivista1, a for-mação e atuação de profissionais na área da saúde tendem alidar com a doença e a morte do ponto de vista estritamentetécnico (Klafke, 1991; Kovács, 1991, 2002). Em outras pala-vras, o profissional da saúde é formado para curar a doença enão para lidar com a pessoa
Assim, além de evitar o contato com a morte do outro, oprofissional evita o contato com as suas próprias emoçõesem relação a (sua) morte e o (seu) morrer. A síndrome doesgotamento profissional, ou burn out2, é apenas um exem-plo a que está sujeito o profissional da saúde que lida com osofrimento alheio, sem que esteja, muitas vezes, preparadopara enfrentar tal situação
Nesse sentido, a adoção de práticas como a cremaçãotem sido cada vez mais utilizada. Além das razões higiênicas eecológicas, ela é uma maneira de esconder a própria morte.Nas palavras de Ariès (1975/2003), ela se apresenta “como amaneira mais radical de fazer desaparecer e esquecer tudo oque resta do corpo, de anulá-lo”
estudos de Bowlby (1970/1997), existem quatrofases do luto que, embora diferenciem na intensidade e dura-ção em cada indivíduo, no geral, seguem um padrão básico:(1) fase de torpor ou aturdimento, com duração de algumashoras ou semanas, que pode vir acompanhada de manifesta-ções de desespero ou raiva; (2) fase de saudade e busca dafigura perdida, que pode durar meses ou anos, quando ocor-re o impulso de buscar e recuperar o ente querido, podendo araiva estar presente quando se percebe de fato a perda; (3)fase de desorganização e desespero, em queas manifesta-ções mais freqüentes são o choro, a raiva, as acusações en-volvendo pessoas próximas – uma profunda tristeza é senti-da quando ocorre a constatação da perda como definitiva,podendo ocorrer a sensação de que nada mais tem valor; e (4)fase de organização, em que existe a aceitação da perda e aconstatação de que uma nova vida precisa ser iniciada. Asaudade, a necessidade do outro e a tristeza podem retornarmesmo nessa fase, uma vez que o processo de luto é graduale nunca totalmente concluído
VIVENDO COM A MORTE: o processamento domorrer na sociedade moderna
Na sociedade moderna, a morte é organizadasocialmente de forma objetiva. Esse processo deobjetivação do morrer é resultado da convergênciade duas transformações que se encontram interliga-das: por um lado, do encontro das racionalidadescientíficas das áreas médicas e mercantil, bem comoda indústria funerária; por outro, do declínio pro-gressivo da religião no processamento da morte namodernidade. Assim, a morte converte-se num pon-to de passagem de uma extensa rede de conheci-mentos sociotécnicos, para o qual convergem asintervenções especializadas, operadas por médicos,enfermeiros, psicólogos, atendentes funerários e,inclusive, cientistas sociais, que organizam o sig-nificado moderno do morrer (Cf. Willmott, 2000).
Morte domada consiste na imagem que ca-racterizava a morte na alta Idade Média, quando:... a morte, tal como a vida, não eram atos indivi-duais, mas um ato coletivo. Por essa razão, à se-melhança de cada grande passagem de vida, elaera celebrada por uma cerimônia sempre maisou menos solene, que tinha por finalidade mar-car a solidariedade do indivíduo com a sua li-nhagem e sua comunidade
Morte domada consiste na imagem que ca-racterizava a morte na alta Idade Média, quando:... a morte, tal como a vida, não eram atos indivi-duais, mas um ato coletivo. Por essa razão, à se-melhança de cada grande passagem de vida, elaera celebrada por uma cerimônia sempre maisou menos solene, que tinha por finalidade mar-car a solidariedade do indivíduo com a sua li-nhagem e sua comunidade. (Ariès, 1982, p.658)Estava sempre associada a causas mal co-nhecidas, como intervenções sobrenaturais e pos-sibilidade de prolongar a vida após morte, mas oprocessamento da morte, que envolvia cuidadoscom o corpo moribundo e morto, estava sob o do-mínio dos indivíduos. Por isso, pode ser conside-rada domada.Morte de si mesmo constitui uma represen-tação que deve ser entendida “a partir do desloca-mento do sentido de destino coletivo, para o des-tino individual” (1982, p. 661), o que leva o indi-víduo a se preocupar com a sua própria morte e,conseqüentemente, com o que o espera após amorte. Nessa época de conversões, de penitênciasespetaculares, de mecenatos prodigiosos e empre-endimentos lucrativos, o triunfo do individualis-mo refletia o surgimento de um sentimento de ape-go à vida, o que levava os indivíduos a uma preo-cupação com o momento após a morte
Morte longa e próxima é aquela que sugerevida no corpo morto. Essa representação é resulta-do de significativas modificações nos costumesvividos, nas idéias e, sobretudo, nos segredos doimaginário. Essas mudanças, somadas a outros fatores, geraram “uma imensa inversão – longín-qua e imperfeita – esboçada nas representações damorte”
Morte do outro consiste na transferência dapreocupação do medo da própria morte para a pre-ocupação e medo da morte do outro. Esse outro,considerado o ser amado, “que encontrou seu lu-gar na família ‘nuclear’, remodelada pela nova fun-ção de afetividade absoluta” 
orte invertida constitui “uma forma absolu-tamente nova de morrer, que surgiu durante o séculoXX, em algumas zonas mais industrializadas,urbanizadas e tecnicamente adiantadas no mundoocidental” (p. 612). Aqui, a morte se apresenta comoa retirada do indivíduo do seu cotidiano, levado paraas organizações especializadas de tratamento de do-enças, para impedimento da morte e prolongamentoda vida.
Esses aspectos das sociedades modernascontribuíram para a ocultação da morte e, conse-qüentemente, para a sua caracterização em mortesignificativa – que corresponde à morte daqueleindivíduo que foi capaz de formular objetivos ealcançá-los, planejar tarefas e concretizá-las – emorte sem sentido – daquele indivíduo que nãoconseguiu, por motivos próprios, alcançar seusobjetivos e concretizar suas tarefa
A “segregação da experiência” neutraliza omorrer pelo uso reflexivo do ambiente mais amploque caracteriza a sociedade moderna e, assim, con-trola os efeitos disruptivos, a preocupação e asameaças provocadas pelo contato direto com amorte.
Identificação das fases do processo de morrer pelosprofissionais de Enfermagem
Seustrabalhos descrevem a identificação dos cinco estágiosque um paciente pode vivenciar durante sua terminalidade,que são: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação(1).A negação pode ser uma defesa temporária ou, emalguns, casos pode sustentar-se até o fim. O pacientedesconfia de troca de exames ou competência da equipe
de saúde. Geralmente o pensamento que traduz essadefesa é: “não, eu não, é verdade”.A raiva é a fase na qual surgem sentimentos de ira,revolta, e ressentimento: “porquê eu?”. Torna-se maisdifícil lidar com o paciente, pois a raiva se propaga emtodas as direções, projetando-se no ambiente, muitasvezes, sem “razão plausível”. Já na barganha o doente fazpromessas por um prolongamento da vida ou algunsdias sem dor ou males físicos. As barganhas são feitascom Deus, na maioria das vezes e, psicologicamente,podem estar associadas a uma culpa recôndita.A depressão pode evidenciar seu alheamento ouestoicismo, com um sentimento de grande perda. Asdificuldades do tratamento e hospitalização prolongadosaumentam a tristeza que, aliada a outros sentimentos,ocasionam a depressão.A aceitação é aquela em que o paciente passa a aceitar asua situação e seu destino. É o período em que a famíliapode precisar de ajuda, compreensão e apoio, à medidaque o paciente encontra uma certa paz e o círculo deinteresse diminui. No entanto, há pacientes que mantémo conflito com a morte, sem atingir esse estágio.
A comunicação não-verbal ocorre na interação pessoa-pessoa e caracteriza-se pela transmissão da informaçãopor meio de gestos, posturas, expressão facial, orientaçõesdo corpo, entre outras particularidades(13). A comunicaçãocom pacientes fora de possibilidades terapêuticasgeralmente está prejudicada devido às reações emocionaisabruptas deste período, bem como ao uso de sedativos emorfínicos no alívio da dor. A comunicação não-verbalpotencializa a transmissão da mensagem e diminuí asdificuldades de verbalização comuns nos processos demorte
Identificando as fases do processo de morrerAs fases identificadas com maior freqüência foram: aaceitação, a negação e a depressão.
O OLHAR DA ENFERMAGEM NO PROCESSO DE LUTO
A visão do período romântico compreende o fim da vida como algo inevitável e aceitavelmente comum, a morte física como um ato de melancolia dramatizado e esperado tanto diante das angustias da vida como pelas felicidades do amor.
A diversidade religiosa e as representações da morte e do luto em cada uma delas devem ser respeitadas pelos profissionais envolvidos nesse processo. De acordo com Barros (2000), a religião é uma das dimensões mais importante da vida humana, à medida que:Ela influencia o sentido da vida e da morte, o modo como se encara o mundo e os homens, as alegrias e o sofrimento, o modo como se vive a vida familiar (atitude em frente ao divórcio, ao aborto, ao número de filhos, etc.), a maneira como se interpreta e vive a sexualidade, a tolerância ou o racismo, a política, a profissão (Psicologia da religião, 2000, p.5)
Rodrigues (2006), afirma que as diversas crenças parecem caminharpara o mesmo final: morte e passagem; morte e libertação; convívio eterno com o criador; ressurreição; reencarnação; morte fecunda, entre outras, ou seja, as crenças unificam-se na ideia de passagem de um mundo a outro.
O cuidar requer dos profissionais de saúde, em especial dos enfermeiros, empatia, sensibilidade, envolvimento, percepção aguçada, interação, conhecimento e crença. Sendo assim, com esses quesitos o cuidado será eficaz e apresentará resolutividade no que se refere à relação com o paciente e sua família nesse processo doloroso. É necessário que os profissionais reflitam diariamente sobre o rito de passagem da vida para a morte, dessa forma poderão cuidar com qualidade, oferecendo o suporte necessário aos que necessitam nestas horas difíceis
O luto anormal, proposto por Klein (1940), corresponde a uma não superação da posição depressiva do desenvolvimento, que é crucial para o forte estabelecimento de objetos bons no mundo interior e para se sentir seguro no mesmo. Nesta versão patológica do luto há uma interminável ligação com o objeto perdido, e uma indiferença pela perda, resultado de um abafamento de sentimentos. Podendo causar uma psicose grave caso o ego recorra a uma fuga para os objetos internos bons, ou uma neurose caso o ego recorra a uma fuga para objetos externos bons 
ATUAÇÃODO PROFISSIONAL ENFERMEIRO NO ATENDIMENTO AO PACIENTE PORTENTATIVA DE SUICÍDIO
com Botega, et al.(2009) e Kohlrausch (2012) o termo procedimentosuicida é utilizado para designar os pensamentos e os atos que assinalam a ideação suicida, risco de suicídio, a planificação do suicídio e a tentativa em siondeexiste umaintensidade variável no desejo de morte
No campo da saúde, o estudo sobre tentativas e planos suicidas busca problematizar os impactos negativos desse evento na sociedade, já que o suicídio promulga a morte, a partir da própria vítima, originando repercussões no contexto de suas relações. Nesse sentido, o suicídio apresenta-secomo uma das muitas demandas complexas dos serviços comunitários de saúde mental
Correlação dos objetivos e atuação do enfermeiro no atendimento a pacientes com comportamento suicida. Texto
 Equilibrar o lado profissional e emocional é umponto marcante no atendimento ao paciente, nenhum dos lados pode ser comprometido
Dentre as situações de emergência mais encontradas, têm-se o procedimentosuicida, procedimentoagressivo e distúrbios do pensamento e da percepção, sendo que 20% das pessoas atendidas em serviços de emergência em saúde mental têm problemas de suicídio e 10% de desempenhoviolento (SADOCK, 2007).
Em seguida há o planejamento da intervenção e posteriormente, a análise final da resolução da crise e planejamento prévio. Destarte, a melhor abordagem em situação de emergência é o ouvir reflexivo, pois as pessoas em crise revelam o quanto necessitam de apoio e palavras para conceituar o significado de sua crise e descobrir caminhos para a resolução
O cuidado integral se caracteriza como um bem a ser protegido e sustentado nas práticas em saúde e pode indicar como os profissionais valorizam o sofrimento dos usuários que os procuram
É importante destacar que as capacitações nos serviços de atendimento pré-hospitalar devem priorizar, além das habilidades para o atendimento precoce e a manutenção da vida das vítimas, o reconhecimento dos casos de tentativa de suicídio, asprincipais formas de atuação e o preenchimento adequado das fichas de atendimento pré-hospitalar na finalidade de prestar o melhor atendimento e aperfeiçoaro serviço intra-hospitalar nas Unidades de Saúde
Cartilha
Os principais fatores de risco para o suicídio sãohistória de tentativa de suicídio e transtorno mental.O uso de drogas, principalmente do álcool, aumenta a impulsividadee, com isso, o risco de suicídio.
Existem estágios no desenvolvimento da intenção suicida, iniciando-se geralmente compensamentos/ideação de morte, após com um plano e finalizando com o ato de morte. É importanteconsiderar que para cada suicídio cometido existiram em média, de 10 a 20 tentativas anteriore
Estima-se que de 15 a 25% das pessoas que tentam suicídio cometem nova tentativa no anoseguinte, 10% conseguem consumar o ato em algum momento no período de 10 anos, compreendidoentre a tentativa anterior e o suicídio consumado
Prevenção 2019-2023
O embasamento teóricopara a construção do Plano foi obtido mediante pesquisa na literatura pertinente nacional e internacional; políticas, planos e iniciativas existentes no Brasil e exterior; dados epidemiológicos do Brasil e do DF; análise dos serviços públicos de saúde existentes e recomendações da OMS e Ministério da Saúde.
No DF as mortes por suicídio são a quarta mais frequente entre as causas externas, atrásde homicídios, acidentes de trânsito e quedas acidentais.As causas externas são terceira causa de morte mais frequente, atrás das doenças cardiovasculares e neoplasias. (DISTRITO FEDERAL, 2018).
a avaliação deve ser sempre ampla e contextualizada, além de considerar que o risco se modifica ao longo do tempo, das circunstâncias e dos diversos fatores de risco e proteção, o que leva ao aumento da vulnerabilidade ou da resiliência. A compreensão desta interação também permite o mais adequado delineamento das medidas preventivas.
fatores predisponentespodem ser genéticos e biológicos, hormonais ou neurofuncionais. Há também achados comuns entre suicidas que indicam um aumento da vulnerabilidade quando há interação a certas circunstâncias, como por exemplo histórico familiar de suicídio
Entre os fatores de risco, é essencial considerar a história de vida da pessoa que incluem eventos adversos, tais como: perdas, traumas, maus-tratos, abuso físico, sexual, psicológico ou negligência(especialmente na infância). Esses fatores estão associados ao maior risco futuro de suicídio e/ou tentativas
Dentre as recomendaçõesda OMS (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2017), estão:1.Não publicar detalhes sobre métodos, fotos ou cartas de despedida; 2.Não glamourizar o comportamento;3.Não oferecer explicações simplistas ao ato;4.Sempre orientar sobre onde buscar ajuda para problemas emocionais;5.Oferecer informações confiáveissobre a prevenção do suicídio;6.Tomar cuidados especiais ao noticiar suicídio de celebridades, e ao entrevistar familiares enlutados.
EIXOS ESTRATÉGICOS EMETAS 
Eixo Prevenção- texto
Eixo Tratamento e Pós-venção
Eixo Capacitação
Eixo Comunicação
Eixo Avaliação e Monitoramento
Eixo Compromisso político
comportamento envolve gestos que muitas vezes não leva a morte, mais traz sequelas e problemas por toda a vida e que muitas vezes é necessária internação devido àsagressões com o próprio corpo
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, até 2020, mais de 1,5 milhões de pessoas vão cometer suicídio
pois muitos desses profissionais não estão capacitados pra esse atendimento, tendo muita deficiência na estrutura do serviço, onde muitos enfermeiros se posicionem de forma impessoal e com dificuldades no atendimento de forma humanizada.Ao prestar atendimento para esses indivíduos é necessário preparo emocional, qualidade, segurança e prontidão, fazendo com que o paciente aceite melhor o atendimento.
a equipe precisa estar devidamente capacitada para exercer aquilo que é chamado de relacionamento terapêutico.De acordo com Kondo et al., (2011), esse tipo de relação pode ser estabelecida através da escuta reflexiva, da observação atenta, da compreensão da linguagem verbal e não verbal, bem como a atitude calma, direta e não ameaçadora do profissional
. Equilibrar o lado profissional e emocional é umponto marcante no atendimento ao paciente, nenhum dos lados podeser comprometido.
As ações de enfermagem devem incluir avaliação de fatores de estresse precipitantes, do estado físico e mental, do potencial suicida ou homicida e do uso de drogas. Em seguida há o planejamento da intervenção e posteriormente, a análise final da resolução da crise e planejamento prévio.
As concepções das enfermeiras sobre o atendimento de usuário com comportamento suicida apontaram para a importância de manter um acompanhamento adequado por meio do vínculo e da escuta, visto que os usuários têm necessidade de conversar e expor seus problemas e sentimentos:
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Considerando as proporções continentais do Brasil, nosso país é o oitavo no mundo em números absolutos de suicídio por ano, com mais de 11.000 casos.
demanda ações intersetoriais articuladas, especialmente Saúde, Educação, Segurança, Mídia e Atores políticos
Escreva uma breve apresentação de você mesmo. Seu nome, idade, profissão, onde mora e com quem mora (mãe, irmão, marido) e fale um pouco sobre a profissão deles também. Não se esqueça de usar os possessivos
 Brenda Araújo, tenho 21 anos, sou estudante, moro em samambaia norte, junto com minha família. Minha mãe se chama Luiza, meu pai Nilson e minha irmã Bruna. Meu pai tem a profissão de vigilante, minha irmã é fisioterapeuta e minha mãe é dona de casa.

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