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CASO CLÍNICO DE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA -DPOC Victor Santos ID - FBS, sexo feminino, 63 anos (20.01.1957), Negra, Viúva, Natural e Procedente de São Paulo- SP, Ensino Fundamental completo, Aposentada, trabalhou como faxineira até os 55 anos, Católica, 45Kg, 1,60m. QP – “Sinto um cansaço muito forte desde ontem, doutor”. APRESENTAÇÃO DO CASO APRESENTAÇÃO DO CASO HDA – Paciente deu entrada no serviço de Pronto Atendimento com piora de um quadro crônico de taquidispneia, agudizado há pelo menos 6 horas, além de tosse com secreção purulenta. Relata pequena melhora com repouso na posição sentada e piora com pequenos esforços, sem melhora com uso de broncodilatador. APRESENTAÇÃO DO CASO HPP - Relata HAS desde os 40 anos. Relata tosse produtiva e falta de ar que se iniciaram há mais de 10 anos, de forma gradativa, apresentando piora com pequenas caminhadas, tendo sido feito diagnóstico de DPOC/enfisema. Há 8 anos, não consegue mais realizar as atividades domésticas de limpeza. Há 3 anos, foi internada com quadro de PAC. Há alguns meses apresenta perda ponderal (2 kg em 6 meses). Faz uso de enalapril e fenoterol. APRESENTAÇÃO DO CASO Hábitos e Vícios: fumante até o presente momento, desde os 25 anos (15 maços/ano), sedentária, nega histórico de consumo de álcool. HFP: pai falecido há 20 anos por câncer de laringe, mãe viva com 84 anos apresentando HAS e DRC em estágio dialítico, irmão com 60 anos apresentando HAS e filha de 40 anos. PONTOS IMPORTANTES DA ANAMNESE ● Paciente relata que a falta de ar e tosse começaram após os 53 anos, ainda quando trabalhava, de forma gradativa, agravando-se quando estava trabalhando ● Aos 55, quando se aposentou, não conseguia mais realizar as tarefas de faxina – Grau de dispneia 3 – mMRC – Escala de dispneia ● Sua condição física foi deteriorando ao passar do anos, não conseguindo realizar simples tarefas nos últimos meses, como sair de casa – Grau 4 mMRC ● Foi internada com PAC há 3 anos – Fragilidade estrutural e imunológica ● Medicações em uso para tratar o enfisema diagnosticado não surtem efeito – Broncodilatador – tratamento inadequado ● Sintomatologia geral – Perda de peso não intencional – 2 kg nos últimos 6 meses – Pesava 47 e agora 45kg – Dificuldade na alimentação ● Interrogatório dos sistemas – Aparelho respiratório: Tosse produtiva; Expectoração de volume acima de 150ml, de cor amarelada e consistência espessa. Não apresenta vômito, hemoptise, nem dor torácica PONTOS IMPORTANTES DA ANAMNESE ● Histórico familiar - pai falecido há 20 anos por câncer de laringe, mãe viva com 84 anos apresentando HAS e DRC em estágio dialítico, irmão com 60 anos apresentando HAS – Prevalência de Hipertensão na família ● Pai falecido demonstra comportamento semelhante no vício em nicotina ● Mora apenas com a filha de 40 anos – Condições precárias de limpeza do ambiente domiciliar – pode ter sido fator causador da crise – Reside em São Paulo – Poluição ● História psicossocial – Tabagismo – 7 cigarros por dia – dos 20 aos 63 anos – Carga tabágica = 15 maços/ano. Carga Tabágica = C.T. > ou = 5 aumenta o risco de doenças cardiovasculares; Risco de DPOC aumenta a partir de 10 no valor do escore; Valor > ou = 15 aumenta o risco de câncer de pulmão. FISIOPATOLOGIA Paciente já foi diagnosticada com enfisema, mas pode também desenvolver um processo de bronquite crônica concomitante - cianose EXAME FÍSICO ECTOSCOPIA ● Na admissão, EG comprometido, MOTE, locomoção passiva por cadeira de rodas; ● Afebril, 36.6ºC; ● Taquidispneica, FR 32irpm, sat O2: 89% com ar ambiente; ● Uso de musculatura acessória; ● FC 120bpm, PA 100x60mmHg; ● IMC 17,5Kg/mm² (baixo peso), musculatura hipotrófica e hipotônica; ● Anictérica, leve cianose periférica, normocorada; ● Edema MMII (2+/4+); ● Sem linfonodos palpáveis; ● Hiperfonese de P2 da 2ª bulha; ● Sopro de insuficiência tricúspede e pulmonar. EXAME FÍSICO AR ● Ausência de baqueteamento digital; ● Tórax em barril, hiperinsuflado, sem evidências de lesões ou cicatrizes cirúrgicas; ● Padrão respiratório: ○ Taquidispneico, 32irpm, respiração de baixa amplitude; ● Uso de musculatura acessória, com tiragem intercostal e uso de musculatura abdominal, além de respiração com lábios semicerrados; ● Posição preferencial sentada; ● Não se evidenciam pontos de batimentos nem circulação colateral; ● Presença de estase jugular unilateral direita; ● Sem pontos dolorosos à palpação nem enfisema subcutâneo; ● Expansibilidade torácica reduzida; ● FTV reduzido bilateralmente; ● Aumento do timpanismo à percussão dígito-digital; ● MV reduzido bilateralmente; ● Presença de estertores em velcro em bases; ● Presença de sibilos e prolongamento do tempo expiratório. HIPERTENSÃO PULMONAR ● Pressão nas artérias pulmonares elevada; ● Níveis de O2 ficam baixos -> Artérias pulmonares sofrem constrição e suas paredes se tornam espessas; ● Hipertrofia do lado direito do coração; ● Insuficiência cardíaca -> edema MMII; ● Piora progressiva da falta de ar, sensação de desmaio iminente, fadiga, dor torácica e edema; ● Ecocardiograma. DIAGNÓSTICO DA DPOC ●CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS FUNÇÃO PULMONAR Sintomas respiratórios ●Tosse ●Expectoração ●Sibilância ●Dispneia DIAGNÓSTICO DA DPOC ●CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS FUNÇÃO PULMONAR Fatores de risco ●Idade superior a 40 anos. ●Tabagismo ou inalação de gases ●irritantes ou de material particulado em ambiente ocupacional ou domiciliar (por exemplo, fogões a lenha) DIAGNÓSTICO DA DPOC ●CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS FUNÇÃO PULMONAR Distúrbio ventilatório obstrutivo ●Espirometria ●VEF1/CVF inferior a 0,7 pós-BD. DIAGNÓSTICO COMPLEMENTAR Radiografia simples de tórax em projeção póstero anterior e perfil ●É útil para avaliar sinais radiológicos de bronquite crônica ou enfisema, sinais de insuficiência cardíaca ●Nódulos pulmonares, sequela de tuberculose, achados como espessamento brônquico ●Bolhas de enfisema, não associados a limitação ventilatória, não são suficientes para o diagnóstico de DPOC. DIAGNÓSTICO COMPLEMENTAR Bronquite crônica X Enfisema ●Bronquite crônica: é definida clinicamente pela presença de tosse e expectoração, na maioria dos dias, por no mínimo de três meses ●Enfisema: é definida como o aumento dos espaços aéreos distais do bronquíolo terminal com a destruição das paredes alveolares DIAGNÓSTICO COMPLEMENTAR Hemograma ●É útil para avaliar anemia (indicativa de deficiência nutricional, perda sanguínea ou doença crônica) ou policitemia, indicativa de hipoxemia crônica. Anemia pode ser fator agravante de dispneia e baixa tolerância ao exercício. ● leucócitos estão em 18 mil e um hematócrito aumentado ●Policitemia em pacientes com saturação periférica de oxigênio (SpO2) em vigília superior a 90% é sinal sugestivo de hipoxemia durante o sono. Deve ser solicitado na primeira consulta caso não tenha sido realizado nos últimos 4 a 6 meses DIAGNÓSTICO COMPLEMENTAR Policitemia X Policitemia vera Policitemia: Corresponde ao aumento da quantidade de glóbulos vermelhos, também chamados de eritrócitos, no sangue, isto é, mais de 5. 9 milhões de células de sangue de sangue em homens e 5. 4 milhões de células sanguíneas por μl de sangue em mulheres. Policitemia Vera: Além das características apresentadas, está é também uma neoplasia mieloproliferativa crônica caracterizada pelo aumento de eritrócitos morfologicamente normais; a eritrocitose é típica. Dez a 30% dos pacientes acabam evoluindo com mielofibrose e insuficiência medular e esplenomegalia. DIAGNÓSTICO COMPLEMENTAR Oximetria em repouso ●Recomenda-se a avaliação da oxigenação arterial por oxímetro de pulso na primeira consulta. Se a SpO2 for igual ou inferior a 90%, indica-se gasometria arterial para avaliar a gravidade e a indicação de oxigenoterapia. ●Deve ser feita reavaliação conforme estadiamento e intercorrências DIAGNÓSTICO COMPLEMENTAR Eletrocardiografia em repouso e ecocardiografia ●Estão indicadas nos casos em que há suspeita de hipertensão pulmonar ●hipoxemia crônica e sinais clínicos de disfunção ventricular direita. Estão indicadas também para avaliar cardiopatias primárias conforme suspeita clínica DIAGNÓSTICO COMPLEMENTAR Dosagem de alfa-1 antitripsina ●A dosagem do nível sérico está indicada para casos de enfisema pulmonar de início precoce (idade inferior a 45 anos), especialmente em não fumantes, e de enfisema com predominância em bases pulmonares ou associado a doença hepática inexplicada ou a história familiar positiva para a deficiência. ● A deficiência da atividade de alfa-1antitripsina (AAT) é definida por nível sérico inferior a 11 micromol/l (inferior a 80 mg/dl) realizada na corrida de eletroforese da PCR DIAGNÓSTICO COMPLEMENTAR DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Asma Asmáticos com doença não controlada em longo prazo podem ter obstrução ao fluxo aéreo de caráter não reversível (remodelamento brônquico). A normalização dos parâmetros espirométricos após curso de corticoterapia oral ou inalatória exclui o diagnóstico de DPOC. DIAGNÓSTICO COMPLEMENTAR DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Asma ●Há obstrução ao fluxo aéreo reversível e/ou parcialmente reversível, possui diferenças fisiopatologias, e sem relação causal com tabagismo. ● Tem boa resposta a corticoterapia, além de ter prognóstico melhor em longo prazo com tratamento. DIAGNÓSTICO COMPLEMENTAR DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Insuficiência cardíaca ●Congestão pulmonar pode desencadear dispneia, tosse e sibilos. ●Responde bem ao tratamento com diuréticos; há tosse não produtiva ou mucoide; exames radiológicos mostram sinais de edema pulmonar ou cardiomegalia DIAGNÓSTICO COMPLEMENTAR DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Bronquiectasias ●Há expectoração crônica; pode haver dispneia e obstrução ao fluxo aéreo. ●Exames radiológicos revelam achado de bronquiectasias; a base fisiopatológica é diferente. DIAGNÓSTICO DA DPOC Padrão ouro para diagnóstico Espirometria com prova broncodilatadora DESNUTRIÇÃO ● DPOC produz consequências sistêmicas ○ Redução do IMC e da capacidade física ○ Estado inflamatório exacerbado ● Desnutrição ○ Tipo marasmática ○ 25% dos pacientes ambulatoriais ○ Até 50% dos pacientes hospitalizados ○ Reduz o desempenho respiratório por depleção de proteínas musculares ○ Susceptibilidade a infecções pulmonares ○ Etiologia multifatorial ○ Consequências ■ Mau prognóstico ○ Terapia nutricional Etapa 1: Espirometria Fonte: disponível em:< https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRj3MdOF1PAIFTKX7v_vVu45Ztd4y_SfiFpIw&usqp=CAU> acessado em: 27 de abril de 2021 as 22:35 VEF1 - Volume Expiratório Forçado em 1 segundo https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRj3MdOF1PAIFTKX7v_vVu45Ztd4y_SfiFpIw&usqp=CAU Questionário de estado de saúde CAT – COPD Assessment Test Escala de dispneia mMRC - modified Medical Research Concil disponivel em:< https://docplayer.com.br/docs-images/60/45085098/images/4-1.png > acessado em 27 de abril de 2021 as 22:45 Categorias do DPOC de acordo com os sintomas (Classificação GOLD A-D) Figura 1. Demonstra as categorias de gravidade da DPOC que são baseadas nos sintomas respiratórios e na frequência anual de exacerbações. Fonte: Adaptado de Medicina Interna de Harrison, 20º edição, 2020 Disponivel em: <https://www.sanarmed.com/caso-clinico-doenca-pulmonar-obstrutiva-cronica-dpoc> acessado em: 27 de abril de 2021 as 22:18 Tratamento DPOC Tratamento DPOC • O tratamento deve sempre ser avaliado risco e benefícios de cada caso e os custos do tratamento para o paciente. • Existe também o tratamento não farmacológico para o paciente com dpoc. • Quando falamos em terapia farmacológica para o paciente com dpoc, temos que ter em mente que tem como objetivo reduzir sintomas; diminuir a frequência e reduzir a gravidade das crises de exarcebação; melhorar a tolerância de exercícios ou até mesmo a prática de situações do dia a dia do pct melhorando o estado geral de saúde do mesmo. Tratamento DPOC • A primeira medida que deve ser tomada no caso de DPOC é a suspensão total da exposição a fatores desencadeantes (Cigarro, poeira domiciliar, etc) • Por se tratar de uma dependência química, o tabagismo requer cuidados associados • Quando o médico julgar necessário, o tratamento medicamentoso pode ser associado ao uso de nicotina para aliviar sintomas de abstinência Tratamento DPOC • Ainda há controvérsias e falta de evidências de alta qualidade que corroborem com as medidas iniciais de terapia farmacológica em pcts com DPOC recém-diagnosticados. • É sugerido que se siga um algoritmo de tratamento usando as melhores evidências disponíveis. • Terapia medicamentosa é feita através de β2-agonistas de curta e longa ação, anticolinérgicos de curta e longa duração, corticoides inalatórios e orais, metilxantinas, inibidor seletivo da fosfodiesterase tipo 4, oxigênio e terapia de reposição de α1 antitripsina. Algoritmo de terapia medicamentosa para a DPOC Figura 2. Algoritmo de terapia medicamentosa para a DPOC estável. O tratamento farmacológico recomendado para a DPOC estável se baseia nos sintomas respiratórios e na frequência das exacerbações. AMLA – antagonistas muscarínicos de longa ação, BALA – β2-agonistas de longa ação e CI – corticoide inalatório. Fonte: Adaptada de Medicina Interna de Harrison, 20º edição, 2020. Disponivel em: <https://www.sanarmed.com/caso-clinico-doenca-pulmonar-obstrutiva-cronica-dpoc> acessado em: 27 de abril de 2021 as 22:57 Tratamento para exacerbação •Tem como objetivo tratar a infecção ou outra causa •Melhorar SpO2 do paciente •Diminuir resistência das vias aéreas •Melhorar função da musculatura respiratória Tratamento para exacerbação no caso clínico •Dieta oral para DPOC •SF 0,9% 20-30ml/kg EV em 24h (se impossibilidade de hidratação oral) •Prednisolona 40mg; VO; 1x/dia •Salbutamol 5mg/5ml – 0,5 a 1ml de 6/6h •Brometo de ipratropio 0,25mg/ml – 0,25 a 0,5mg; 6/6h •Atb: Ceftriaxona 1g; EV; 12/12h; 7 a 10 dias •O2 sob mascara ou cateter nasal a 1-3L/min ( titular a oferta de O2 para manter SpO2 entre 90% e 92%) •Cessar tabagismo •Fisioterapia respiratória Tratamento para o tabagismo • Tratamento de primeira linha para o tabagismo consiste em: nicotina; bupropiona; vareniclina. • Segunda linha: nortriptilina e clonidina. • Uso da nicotina pode ser em gomas de mascar ou em adesivos • Vareniclina inibe parcialmente a ligação da nicotina com receptor a4B2. Tratamento do tabagismo no caso clínico • Suspensão do tabagismo da paciente ---- 1 adesivo transdérmico/dia 21mg por 4 semanas, seguido de 14mg 4 sem, 7mg 2 sem • Sintomas ansiosos por abstinência --- Bupropiona 150mg; 01cp/dia por 3 dias; depois 01cp 2x/dia por 12 sem • Vareniclina 0,5mg 1x/dia por 3 dias; do 4 ao 7 dia 0,5mg 2x/dia; a partir do 8 dia 1mg 2x/dia por 12 sem Tratamento para DPOC GOLD B •Brometo de tiotrópio 2,5mcg/dose; 5mcg; via inalatória; 1x/dia •Fumarato de formoterol 12 a 24mcg; via inalatória; 1x/dia •Reabilitação pulmonar fisioterápica > Tratar tabagismo do paciente Evolução, Reabilitação, Desfecho ● O plano terapêutico consistiu num tratamento não farmacológico, farmacológico e um cirúrgico (em casos extremamente graves) ● Não Farmacológico: Cessação do tabagismo / Atividade física / Reabilitação ● Farmacológico: Medicamentos voltados para a melhora da função pulmonar / VNI quando necessário / Vacinação: influenza todos os anos, Pneumocócica (a cada 5 anos - diminuem as chances de uma exacerbação) ● Cirurgia: raramente necessária ● Nenhum medicamento busca uma alteração da diminuição em longo prazo da função pulmonar, sendo seu principal objetivo controlar os sintomas e prevenir outras exacerbações. ● A paciente em questão evoluiu muito bem ao tratamento planejado e citado, tendo melhora na sintomatologia e passando a fazer um acompanhamento ambulatorial. ● Foi elaborado um plano de autocuidado para a paciente, com aconselhamento sobre técnicas de controle da falta de ar e estresse, e formas de evitar fatores agravantes, como monitorizar os sintomas que venham a aparecer. ● A paciente recebeu treinamento sobre as terapias inalatórias e os seus dispositivos. A maioria dos pacientes comete pelo menos um erro ao usar o inalador, e o uso incorreto do inalador está associado a pior controle da doença. ● O uso de adesivos transdérmicos, bupropriona e vareniciclina surtiram um bom efeito, em consonância com um auxílio multidisciplinar e psicossocial, apesar de ter sido referido recaídas durante o tratamento - redução significativa da taxa de progressão da DPOC e do risco de malignidades. ● A reabilitação pulmonar foi iniciada na paciente em consonância com o uso de broncodilatadores. A paciente apresentou alívio da dispneia e da fadiga. ● Sua utilização após a internação hospitalar por exacerbação aguda da DPOC diminui o risco de reinternação, melhora a qualidade de vida relacionada à saúde e reduz a mortalidade. ● Foi recomendado um programa de exercícios em casa, como forma de se evitar que os efeitos benéficos diminuam após o término do ciclo. Reabilitação Pulmonar Componentes da Reabilitação Pulmonar ● Prática de exercícios ● Treino dos músculos inspiratórios ● Eletroestimulação neuromuscular ● Aconselhamento psicossocial ● Avaliação e aconselhamento nutricionais ● Orientação, incluindo o uso correto de medicamentos prescritos ● A prática de exercícios reduziu os efeitos da inatividade e falta de condicionamento, resultando em menor falta de ar e maior capacidade de praticar exercícios. ● O exercício das pernas foi fundamental para o treinamento. Muitos programas de reabilitação utilizam a caminhada (algumas vezes em esteiras) como atividade física preferencial. ● A prática de exercícios para os braços também foi indicada para evitar sintomas de falta de ar durante a realização de suas atividades cotidianas normais ● O Treino dos Músc. Inspiratórios foi usado juntamente com exercícios aeróbicos tradicionais e ajuda a diminuir a falta de ar e a aumentar a capacidade da pessoa de se exercitar. ● A eletroestimulação neuromuscular (EENM) usa um dispositivo que aplica um impulso elétrico, através da pele, em músculos selecionados para estimular a contração e, assim, fortalecer esses músculos. Oxigenoterapia ● O uso de oxigenoterapia foi mantido mesmo após a estabilização dos sintomas. ● O oxigênio suplementar deve ser ajustado para atingir uma SaO₂ ≥90%. O paciente deve ser reavaliado após 60 a 90 dias para se determinar se o oxigênio ainda é indicado e terapêutico. ● Seu uso deve ser mantido se PaO₂ ≤7.3 kPa (55 mmHg) ou SaO₂ ≤88%, com ou sem hipercapnia confirmada duas vezes em um período de 3 semanas Desfecho e monitoramento ● A paciente se manteve em avaliação regular em intervalos de 6 meses. ● Foi analisada uma boa adesão ao esquema terapêutico e uma grande redução dos sintomas. Os níveis de dispneia em repouso reduziram, assim como não houve nenhum tipo de exacerbação grave. ● A condição de tabagismo e a exposição à fumaça devem ser determinadas em cada consulta, seguidas por ação adequada ● O Teste de Avaliação da DPOC foi utilizado tendo uma resposta satisfatória ● O VEF1 continua sendo medido por espirometria pelo menos uma vez ao ano para identificar se a paciente está apresentando uma piora do quadro. ● Não há melhora na DPOC, apenas um controle do quadro ● A capacidade funcional deve ser medida por um teste de marcha cronometrado. ● A saturação de oxigênio deve ser monitorada e a paciente avaliada periodicamente quanto à necessidade de oxigênio suplementar. ● É também necessário monitorar o peso, o estado nutricional e a atividade física da paciente. A presença de caquexia e o desempenho físico reduzido são indicadores de prognóstico desfavorável. ● A paciente se manteve estável com o oxigênio domiciliar, continuou a fisioterapia respiratória e mostrou um controle satisfatório do seu quadro ● O retorno ambulatorial continuou sendo feito a cada 6 meses, com taxas de espirometria também controladas ● Embora a sobrevida em curto prazo para pacientes com DPOC e insuficiência respiratória dependam da gravidade geral da doença aguda, a sobrevida em longo prazo é inicialmente influenciada pelo controle e cuidado que está sendo feito DPOC, algo bem relatado na paciente em questão. ● Foi mostrado também um aumento gradual no seu peso, confirmando uma boa evolução, e tendo um prognóstico satisfatório Referências KASPER, Dennis L.. Medicina interna de Harrison. 19 ed. Porto Alegre: AMGH Editora, 2017. 1 v, . Biondo, A. Santos, J. Silva, A. Desnutrição em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica. Rev HCPA 2011;31(3), Dourado VZ, Tanni SE, Vale AS, Faganell MM, Sanchez FF, Godoy I. Manifestações sistêmicas da doença pulmonar obstrutiva crônica. J Bras Pneumol. 2006;32:154- 70. CALLOU, Marlene Rau de Almeida; RAMOS, Paulo Roberto Miranda. 16. Hipertensão arterial pulmonar. Arq. Bras. Cardiol., São Paulo , v. 93, n. 6, supl. 1, p. 156-159, Dec. 2009 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066- 782X2009001300016&lng=en&nrm=iso>. access on 28 Apr. 2021. https://doi.org/10.1590/S0066-782X2009001300016. GOLD – Global Initiative For Chronic Obstructive Lung Disease
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