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RESUMO DE FISIOLOGIA Cap. 7 Rossana Sousa Medicina - UEMA 1. Junção neuromuscular – Placa motora As fibras musculares esqueléticas são inervadas por grandes nervosas mielinizadas que se originam nos grandes neurônios motores nos cornos anteriores a medula espinhal. Cada terminação nervosa faz uma junção, junção neuromuscular, com a fibra muscular próxima de sua porção média (ou seja, união entre um neurônio terminal e um músculo). O potencial de ação, iniciado na fibra muscular pelo sinal nervoso, viaja em ambas as direções até as extremidades da fibra muscular. 2. Anatomia fisiológica da Placa Motora A fibra nervosa forma um complexo de terminais nervosos ramificados que se invaginam na superfície extracelular da fibra muscular, de maneira que toda essa estrutura é chamada de placa motora, sendo recoberta por células de Schwann, que vão ter como função isolar essa dos líquidos circunjacentes. A membrana invaginada é chamada de goteira sináptica (região terminal do axônio) ou canaleta sináptica, e o espaço entre o termina e a membrana da fibra é chamado de espaço sináptico ou fenda sináptica. No fundo da goteira há numerosas pequenas dobras da membrana muscular, as fendas subneurais, que aumentam a área de superfície onde o transmissor sináptico pode agir. Na região terminal do axônio há muitas mitocôndrias que irão fornecer ATP, que é a fonte de energia para a síntese da acetilcolina. Esse neurotransmissor vai excitar a membrana da fibra muscular. A célula teloglial vai funcionar como uma cápsula para que o impulso permaneça naquele local. 3. Secreção de acetilcolina pelos terminais nervosos As vesículas de acetilcolina são liberadas no espaço sináptico quando um impulso nervoso atinge a junção neuromuscular. Na superfície interna da membrana neural estão as barras densas lineares, que vão apresentar, em cada lado, os canais de cálcio controlados por voltagem. No momento em que o potencial de ação se propaga para o terminal, esses canais se abrem e permitem que os íons cálcio se difundam do espaço sináptico para o interior do terminal nervoso. Os íons cálcio vão atrair as vesículas de acetilcolina para a membrana neural. Assim, as vesículas se fundem então com a membrana neural e lançam a acetilcolina no espaço sináptico, pelo processo de exocitose. O estímulo efetivo que causa a liberação da acetilcolina das vesículas é a entrada de cálcio e que a acetilcolina das vesículas é esvaziada através da membrana neural adjacente às barras densas. 4. Efeito da acetilcolina na membrana pós-sináptica da fibra muscular Cada receptor dependente de acetilcolina é um canal proteico complexo composto por cinco subunidades proteicas: duas proteínas alfa e uma de cada umas das proteínas beta, delta e gama. O canal vai abrir a partir do momento que duas moléculas de acetilcolina se ligarem às duas subunidades proteicas alfa, o que, consequentemente, vai provocar a alteração conformacional, abrindo o canal. Ele permite que íons como sódio, potássio e cálcio se movimentem facilmente pela abertura, mas muito mais íons sódio fluem pelos canais reguladas pela acetilcolina do que os demais. Primeiramente, devido a existência de apenas dois íons positivos em alta concentração, os íons sódio e potássio. Segundamente, o potencial muito negativo do lado de dentro da membrana muscular puxa os íons sódio com carga positiva para o interior da fibra e simultaneamente se opõe ao efluxo de íons potássio com carga positiva. O aumento do numero de cargas positivas vai provocar a alteração potencial local positiva, no lado interno da membrana da fibra muscular, sendo esse chamado como potencial da placa motora. O potencial da placa motora vai iniciar um potencial de ação que se propaga ao longo da membrana muscular, causa a contração muscular. 5. Destruição da acetilcolina O neurotransmissor, uma vez liberado no espaço sináptico, continua a ativar os receptores de acetilcolina enquanto esta permanecer no espaço. Porém, ele é removido rapidamente pela atuação da enzima acetilcolinesterase ou por uma pequena quantidade de acetilcolina que se difunde para fora do espaço sináptico, deixando de estar disponível para agir sobre a membrana da fibra muscular. A rápida remoção da acetilcolina evita a reexcitação continuada do músculo, depois que a fibra muscular se recuperou de seu potencial de ação inicial. 6. Fator de segurança para a transmissão na Junção neuromuscular Cada impulso que chega à junção neuromuscular provoca um potencial da placa motora de amplitude três vezes maior que o necessário para estimular a fibra muscular, sendo isso o fator de segurança. Esse fator de segurança vai evitar que situações de baixa amplitude do potencial de placa motora ocorram, que podem ser casos semelhantes aos causados por: envenenamento da fibra muscular com curare (fármaco que bloqueia o efeito controlar da acetilcolina, competindo pelos receptores da acetilcolina) ou efeito da toxina botulínica, que diminui a quantidade de acetilcolina liberada pelos terminais nervosos. Fadiga da Junção neuromuscular – Quando a acetilcolina é liberada continuamente, até um determinado momento que ela não é mais suficiente pois está sendo liberada toda hora, não apenas no momento necessário, o que acaba se tornando pouco em um determinado momento (não é suficiente para a ativação do potencial da placa motora). 7. Propagação do Potencial de ação por meio dos Túbulos Transversos A fibra muscular esquelética devido ao seu grande tamanho não provoca fluxo de corrente no interior da fibra. Porém, é necessário o máximo de contração muscular, sendo necessário a penetração profunda até as extremidades da miofibrila. Isso vai ocorrer através dos túbulos transversos, os quais penetram a fibra muscular de um lado ao outro. Vai provocar a liberação de cálcio no interior da fibra muscular e na vizinha imediata das miofibrilas, causando a contração. O processo é chamado de acoplamento excitação-contração. Os túbulos T se abrem para o exterior, no ponto de origem, como uma invaginação a membrana celular, de maneira a se comunicar com o liquido extracelular circundante da fibra muscular, possuindo eles próprios líquidos extracelulares em seu lúmen. O retículo sarcoplasmático é composto por duas partes principais, sendo uma delas as cisternas terminais, que fazem contato com os túbulos transversos, e os longos túbulos longitudinais que circundam todas as superfícies das miofibrilas que realmente se contraem. 8. Liberação dos íons cálcio pelo retículo sarcoplasmático Uma as características especiais do retículo é que no interior de seus túbulos vesiculares existe excesso de cálcio em alta concentração. À medica que o potencial progride pelo túbulo T, a variação da voltagem é detectada pelos receptores de di- idropiridina, ligados aos canais de liberação de cálcio. A ativação dos receptores de di-idropiridina desencadeia a abertura dos canais de liberação de cálcio das cisternas e em seus túbulos longitudinais associados. Esses canais permanecem abertos por um determinado tempo, liberando cálcio para o sarcoplasma. A remoção dos íons cálcio do líquido miofibrilar, após a contração, ocorre através de uma bomba de cálcio continuamente ativada, a qual vai bombear o cálcio para longe das miofibrilas, de volta para os túbulos sarcoplasmáticos. Além disso, dentro do retículo existe uma proteína chamada de calsequestrina, que vai atrair os íons cálcio, possibilitando o acúmulo desses.
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