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Farmacologia I Luiza Avelar Pasin Farmacologia 2 FARMACOLOGIA DAS DROGA ANTIDIABÉTICAS Introdução Pâncreas: · Glândula de aproximadamente 15 cm com função exócrina e endócrina; · Função endócrina: secreta suco pancreático; · Função endócrina: insulina, glucagon e somatostatina · Ilhotas de Langherans: grupo especial de células do pâncreas que produzem hormônios. No pâncreas humano existem entre 1 e 2 milhões de ilhotas de Langherans; Os hormônios são secretados diretamente na circulação sanguínea: Células alfa (α): secretam glucagon; Células beta (β): secretam insulina e amilina; Células delta (δ): produzem somatostatina; Células PP(F): contém um polipeptídeo pancreático; Funcionamento Fisiológico Incretinas: Atuam no controle da saciedade, liberadas a medida que o estômago se dilata, portanto sua liberação é gradual. GIP – Polipeptídio insulinotrópico dependente de glicose GLP 1 – Peptídeo semelhante ao glucagon Insulina Produção de insulina: Como funciona o processo de liberação da Insulina: 1) O aumento da glicose após uma refeição faz com que aumente a quantidade intracelular de glicose; 2) Isso provoca um aumento de trifosfato de adenosina (ATP) intracelular que, por sua vez, promove o fechamento de um canal de potássio sensível a ATP; 3) Levando a um acúmulo de cargas positivas que despolariza a célula B, abrindo canais de cálcio dependentes de voltagem; 4) Com a entrada de cálcio, ocorre a liberação da insulina contida nas vesículas. Principais funções da Insulina: · Captação da glicose nos músculos e no cérebro; · Estímulo da glicogênese no fígado; · Inativação da lipase hormônio-sensível no tecido adiposo; Fisiopatologia do Diabetes · Homeostasia normal da glicose: < 100mg/dL · Comprometimento da glicose em jejum (quadro de resistência à insulina): 100 – 125 mg/dL · Comprometimento da tolerância a glicose (pré-diabético): 140 – 199 mg/dL · Diabetes Melito: acima de 200 mg/dL Hemoglobina glicada: representa o histórico de glicemia. No caso de a glicose estar em altas concentrações no organismo, ela passa a se ligar a hemoglobina (faz glicação com a Hb), portanto, quando a hemoglobina glicada estiver alta, está indicando que a glicose esteve em altas concentrações em algum momento. Tipos de Diabetes Diabetes tipo 1 - Insulinodependente, quando o paciente não produz insulina. Normalmente ligado a questões imunológicas, a produção de insulina do pâncreas é insuficiente pois suas células sofrem o que chamamos de destruição autoimune. Também chamado de diabetes infanto-juvenil, inicia-se cedo. Diabetes tipo 2 – Chamado de diabetes não insulinodependente ou diabetes do adulto e corresponde a 90% dos casos de diabetes. Relaciona-se ao estilo de vida, ligado a hábitos alimentares ruins durante muito tempo de vida, sedentarismo e estresse. Normalmente acomete indivíduos mais velhos, acima de 40 anos, mas pode vir a ocorrer em pessoas mais jovens. Neste tipo há a presença de insulina, entretanto, ela não atua mais no controle da glicemia, já que o indivíduo se torna resistente a este hormônio. Obesidade é fator de risco para o desenvolvimento da doença, pois o indivíduo pode se tornar resistente ao hormônio. Por ser pouco sintomática, o diabetes na maioria das vezes permanece por muitos anos sem diagnóstico e sem tratamento o que favorece a ocorrência de suas complicações no coração e no cérebro. Diabetes Gestacional – A presença de glicose elevada no sangue durante a gravidez é denominada de Diabetes Gestacional. Geralmente a glicose no sangue se normaliza após o parto, mas há casos em que a gestante mantém o quadro de diabetes, mesmo após o parto. Outros tipos específicos (problemas genéticos variados). Tipo 1 X Tipo 2 Tipo 1 5 a 10% dos casos de diabetes Destruição das células B das ilhotas (autoimune) Geralmente se inicia na adolescência Tipo 2 Mais complexa – síndrome heterogênea de desregulação da homeostasia da glicose associada a um comprometimento na secreção e/ou ação da insulina Sobrepeso e obesidade: 80% dos casos Insulina torna-se insuficiente para manter os níveis plasmáticos de glicose Tratamento Insulinoterapia O uso da insulina é a única alternativa em pacientes com DM1, mas é a escolha final para pacientes com DM2. A administração pode ser feita via intravenosa, intramuscular ou subcutânea (mais comum). Entretanto, a farmacocinética da subcutânea não reproduz a precisão da regulação da insulina endógena em resposta a glicose. O objetivo principal do uso da insulina é tentar mimetizar o trabalho do pâncreas na liberação de insulina, podendo ser a liberação basal de insulina, quando o indivíduo está em estado não alimentado, e a liberação prandial de insulina, após uma refeição. Hipoglicemiantes orais Tratamento alternativo a insulina na DM2, já que se evita ao máximo o uso do hormônio no tratamento. Tem a função de diminuir o nível de glicose circulante. Metformina – Ativadores da · Classe biguanidas, atuam na proteína quinase dependente de AMPc (); · Não atua no pâncreas, mas sim no fígado. Causa uma significativa redução da produção hepática de glicose e melhora a resistência periférica à insulina; · Não há indícios de que a metformina tenha ação nas células β do pâncreas, não sendo, portanto, um estimulante da secreção de insulina; · Tratamento de 1ª escolha da DM2; Efeitos Adversos - Distúrbios GI (náuseas, indigestão e diarréia); - Redução da B12; - Ácidose láctica (rara) – monitorar função renal; - Eliminação renal, interação com fármacos que usam a mesma via de eliminação; Secretagogos de Insulina Agentes estimulantes da produção de insulina. Se o paciente tiver resistência à insulina, é necessário, primeiramente, uma mudança no estilo de vida, para que seja possível aumenta a eficácia destes fármacos. Classes de Hipoglicemiantes Moduladores dos canais de KATP; · Sulfoniluréias (1ª e 2ª geração); · Não sulfonilréias (meglitinidas); · Agonista do GLP-1 (incretinas); · Inibidores da dipeptidil peptidase-4 (enzima responsável pela degradação das incretinas) Outros agentes hipoglicemiantes · Inibidores da alfa glicosidase; · Pranlintida; · Resinas de ligação dos ácidos biliares; Sulfonilureias (SUs) de 2ª geração · Estimulam a liberação de insulina por ligar no canal de KATP da célula β inibindo sua atividade. Também podem reduzir a depuração hepática de insulina. · Gilmepirida · Glipizida · Glibenclamida · Efeitos Adversos: hipoglicemia, distúrbios GI, mortalidade cardiovascular, interações medicamentosas (metabolismo hepático); · Mecanismo de ação: pelo mesmo mecanismo de aumento da glicose intramuscular, as Sus são capazes de provocar o fechamento dos canais de potássio e a despolarização da célula β, promovendo liberação de insulina. Não Sulfonilureias (Meglitinidas) · Também estimulam a liberação de insulina por ligar no canal de KATP da célula B inibindo sua atividade; · Repaglinida; · Nateglinida; · Meia vida menor Evita que o paciente acorde durante a noite passando mal por hipoglicemia; · Efeitos adversos: Interações medicamentosas, cautela nos pacientes com problemas hepáticos e renais. Ativadores do PPARγ (Tiazolidinedionas) · Ligantes do receptor γ ativado por proliferação peroxissomal – receptor hormonal nuclear envolvido na regulação de genes relacionados com o metabolismo da glicose e lipídeos · Rosiglitazona · Pioglitazona · O PPAR é expresso especialmente no tecido adiposo, com menor expressão no músculo cardíaco, esquelético e células β das ilhotas e endotélio; · A ativação desses receptores aumenta a ação da insulina sobre o fígado, tecido adiposo e músculo esquelético, melhorando o controle glicêmico; · Necessita da insulina para funcionar! · A homeostasia da glicose surge gradualmente (1 a 3 meses), portanto a medicação não surte efeito imediato; · Efeitos adversos: Ganho de peso, edema e aumento da adiposidade corporal; Agentes baseados no GLP-1 · As incretinas (GLP-1 e GIP) são liberadas após as refeições; · Estimulam a liberação de insulina, inibe a liberação deglucagon, retarda o esvaziamento gástrico, diminui a ingestão do alimento; · Exenatida · Liraglutida · Não aumentam as incretinas endógenas, são apenas substâncias que ativam receptores destas incretinas; · Tem sido usada no tratamento da obesidade; · Efeitos adversos: Distúrbios GI (especialmente náuseas) Inibidores da DPP-4 · A DPP-4 é a enzima responsável pela degradação das incretinas, localizadas principalmente no endotélio vascular; · Atuam aumentando a quantidade de incretinas endógenas, já que reduzem sua degradação; · Sitaglipitina (inibidor competitivo); · Sexagliptina (inibidor irreversível); · Vildagliptina (inibidor irreversível). · Menos efeitos colaterais comparado aos outros fármacos; Inibidores da alfa glicosidase · Reduzem a absorção intestinal de carboidratos (amido, dextrina e dissacarídeos) por inibir a enzima α-glicosidade. Também aumenta a liberação de GLP-1. · Acarbose · Miglitol · Deve ser tomado antes das refeições; · Efeitos colaterais: má absorção, flatulência, diarréia e distenção abdominal, hipersensibilidade cutânea. Pranlintida · Análogo da amilina (peptídeo liberado pelas células B do pâncreas e secretado juntamente com a insulina); · Pranlintida · A ativação do receptor de amilina produz redução da liberação de glucagon, retardo no esvaziamento gástrico e saciedade; · Diminui a necessidade de insulina e acarreta perda de peso; · Efeitos colaterais: dispepsia, náuseas e diminuição da motilidade. Resumindo
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