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0 - APOSTILA PROCESSO PENAL

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Disposições Preliminares do CPP e Fontes do Direito Processual Penal
DIREITO PROCESSUAL PENAL
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES DO CPP E FONTES 
DO DIREITO PROCESSUAL PENAL
DIREITO PROCESSUAL PENAL
O Direito Processual Penal é um instrumento do Direito Penal.
O Direito Penal é considerado um direito material, ou seja, ele é a finalidade, ou seja, o 
objeto principal do qual o Direito Processual Penal será o direito instrumental.
Assim, quando uma pessoa comete um crime, a pena desse delito é prevista no Código 
Penal. Para que essa pessoa possa cumprir a pena prevista pelo legislador é necessário a 
realização de um processo, que é um encadeamento de várias fases até chegar a pena pre-
vista pelo direito material.
Ao longo desse processo é necessário garantir ao réu todas as garantias constitucionais, 
tais como o devido processo legal e os princípios aplicáveis para que ele possa se defender 
de forma ampla e, ao final disso, o Estado-juiz poderá aplicar a pena.
O Direito Processual é algo que pode ser apresentado até mesmo contra o Estado, pois 
são garantias colocadas à disposição do indivíduo.
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL (CPP)
Art. 3º A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o 
suplemento dos princípios gerais de direito.
Enquanto no Direito Penal a lei deve se adequar perfeitamente ao fato, no caso do Direito 
Processual Penal não há essa rigidez, pois a lei processual penal admite a interpretação 
extensiva, ou seja, é possível ampliar o seu alcance, com base no previsto no próprio CPP.
Também diferente do que ocorre no âmbito do Direito Penal, a lei processual penal admite 
a aplicação analógica nos casos de vazio legislativo. Assim, é possível utilizar outra fonte para 
poder aplicar a norma que tem um vazio.
A lei processual penal também pode ser suplementada por meio dos princípios gerais de 
direito. Com tudo isso, entende-se que o Direito Processual Penal será mais flexível que o 
Direito Penal, pois neste é feito o tratamento do crime e da pena aplicada a ele. Já no Direito 
Processual Penal não se trata diretamente do crime, mas do instrumento, que é o processo.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
FONTES DO DIREITO PROCESSUAL PENAL
As fontes do Direito Processual Penal tratam da origem das normas, ou seja, como surgem 
as normas processuais penais. Elas se dividem em fontes materiais e fontes formais.
As fontes materiais dizem respeito a criação da lei processual penal:
• Art. 22, I da CF/1988: a legislação compete privativamente à União;
• Art. 24, XI da CF/1988: competência concorrente para procedimentos (residual).
Obs.: compete privativamente à União legislar sobre o processo penal como um todo. Além 
disso, de forma residual, também existe a possibilidade da competência concorrente 
para os procedimentos, em relação aos Estados e Distrito Federal.
As fontes formais do Direito Processual Penal podem ser:
• Imediatas: lei (Código de Processo Penal e as leis processuais penais especiais);
• Mediatas: analogia, costumes, princípios gerais do Direito.
Obs.: para aplicar o direito no processo penal, no caso das fontes formais, primeiramente 
deve se buscar a lei. Caso haja alguma omissão (vazio), então é possível se socorrer 
da analogia, dos costumes e dos princípios gerais do Direito.
PRINCÍPIOS
No caso dos princípios aplicáveis ao Direito Processual Penal, alguns deles estão previs-
tos na própria Constituição Federal de 1988 e, portanto, merecem uma atenção especial.
Princípio da inércia
Também conhecido como “ne procedat iudex ex officio”. Está relacionado ao chamado sis-
tema acusatório, previsto no art. 129, I da CF/1988.
De acordo com esse princípio, o juiz não pode agir de ofício para dar início a uma ação 
penal, pois, primeiramente, precisa ser provocado.
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Disposições Preliminares do CPP e Fontes do Direito Processual Penal
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Hoje em dia, em relação ao início da ação penal, vigora plenamente o princípio da inér-
cia. Regra geral, quem dá início ao processo é o Ministério Público nas ações penais públicas 
(condicionadas e incondicionadas) e o particular (ofendido) ou seu representante legal nas 
ações penais privadas.
Princípio do devido processo legal
É de importância fundamental para provas de concurso público.
Para que uma pessoa cumpra uma pena é necessário que antes seja submetida a um pro-
cesso, que lhe garanta todos os direitos e garantias constitucionalmente previstos.
O devido processo legal se manifesta de duas maneiras:
• Formal: procedimento (rito);
• Material: não basta o rito em si, se ele não conduzir a uma decisão justa ao final.
Contraditório
Também é conhecido como princípio da bilateralidade da audiência, ou seja, ouvir tanto o 
autor da ação penal quanto o réu.
Nesse sentido, o contraditório pode ser entendido como a necessidade/obrigatoriedade de 
se ouvir ambas as partes antes de tomar uma determinada decisão.
O contraditório pode ser:
• Real: ocorre no momento em que a prova é produzida; e
• Diferido: é realizado posteriormente ao momento da produção da prova.
Obs.: o contraditório diferido também pode ter chamado de prorrogado ou postergado, pois 
ocorre em momento posterior). Esse tipo de contraditório não é a regra.
AMPLA DEFESA
CF/1988
Art. 5º, LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são 
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Enquanto no contraditório se dá a possibilidade a outra parte de contraditar o que foi dito 
pela outra, a ampla defesa se trata de uma defesa geral, ou seja, o acusado pode se defender 
com teses novas e não apenas contraditando o que foi falado contra ele.
Isso é diferente do que ocorre no processo civil, pois, em muitos casos, fala-se apenas em 
defesa, enquanto no processo penal se fala em ampla defesa.
���������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pelo professor Geilza Diniz. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura 
exclusiva deste material.
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Princípios
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PRINCÍPIOS
Dentro do Processo Penal, um dos estudos iniciais, e muito importante, é o estudo dos 
princípios que o regem.
ATENÇÃO
Muitas questões cobram indiretamente os princípios e outras questões que os cobram 
diretamente cobram o estudo sobre eles. O entendimento dos princípios acarreta uma 
compreensão global do Direito Processual Penal.
AMPLA DEFESA
Quando se fala em processo penal, existe um réu que está sendo acusado de um crime. 
Entre a pessoa ser acusada do crime e ela efetivamente começar a cumprir a sua pena leva 
um tempo. Da hora que o réu pratica o crime até o momento definitivo que pode ir à cadeia, o 
indivíduo precisa exercer alguns direitos que estão previstos na Constituição, sendo um deles 
a ampla defesa. Qualquer pessoa, mesmo sendo o pior criminoso do mundo, tem o direitoa 
se defender.
Ampla defesa — CF, art. 5º, LV — aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos 
acusados e geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela 
inerentes.
A Constituição estabelece que é assegurada a ampla defesa no processo judicial e admi-
nistrativo. Se o indivíduo responde a um processo administrativo, porque praticou uma infra-
ção administrativa — como faltar ao trabalho vários dias etc. —, ele possui direito à defesa 
também. Mas, no inquérito, não existe esse direito, porque o inquérito não é um processo 
administrativo, mas um procedimento administrativo.
Além disso, a ampla defesa é mais do que uma simples defesa. Isso significa que o indiví-
duo tem o direito de ser defendido ainda que não queira, pois essa defesa é obrigatória.
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Princípios
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PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA OU PRESUNÇÃO DA NÃO 
CULPABILIDADE
A Constituição em seu artigo 5º estabelece que:
LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.
A bem dizer, a Constituição prevê a presunção de não culpabilidade, porque não usa a 
expressão “inocência”. Então, embora seja comum ouvir “presunção da inocência”, na ver-
dade, a Constituição traz a presunção da não culpabilidade.
Essa presunção de culpabilidade existe até o trânsito em julgado da sentença penal 
condenatória.
O que significa o alcance da expressão “presunção de inocência”?
Se alguém bate no carro de outra, existe a presunção de quem bate atrás é o culpado. 
A presunção serve para quem a recebe a seu favor não precisar provar a culpa. Se o réu é 
presumidamente não culpado, ele não precisa provar que não é culpado, já que a lei presume 
em favor dele.
Porém, essa presunção não é algo categórico e pode mudar. Como estabelece a última 
parte do artigo 5º, inciso LVII, a presunção acaba com a condenação transitada em julgado — 
ou seja, aquela em que não cabe mais nenhum recurso.
Há uma polêmica quanto ao assunto, porque existem duas previsões sobre a presunção 
de inocência ou não culpabilidade. Há previsão sobre o tema na Declaração Universal dos 
Direitos Humanos — um instrumento internacional do qual o Brasil faz parte.
DUDH, art. 11.1: “Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência, 
enquanto não se prova sua culpabilidade, de acordo com a lei e em processo público no qual se 
assegurem todas as garantias necessárias para sua defesa”.
E, também, há previsão na Constituição Federal.
CF, art. 5º, LVII: “Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal 
condenatória”.
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Princípios
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STF
Quando o STF foi trabalhar com este princípio, oscilou o seu entendimento sobre a exe-
cução provisória da pena.
Quando se diz que uma pessoa foi presa em flagrante ou que a pessoa foi presa preventi-
vamente, essa prisão não é, ainda, a pena; é uma prisão necessária para o processo, porque, 
por exemplo, a pessoa possui risco de fuga ou está aliciando testemunhas, portanto refere-se 
a prisões processuais.
Mas, a prisão pena, que decorre da prática de um crime e que está prevista em quantidade 
no Código Penal ou nas leis especiais, só poderá ser efetivada com o trânsito em julgado.
A discussão no Supremo era se pode ou não pode haver a execução provisória da pena.
Exemplo: a pessoa foi condenada a uma pena de dois anos de reclusão. Quando essa 
pessoa começa a cumprir essa pena é o que oscila no Supremo.
• Até fev/2009 — É possível a execução provisória da pena — (STF. Plenário. HC 68726, 
Rel. Min. Néri da Silveira, julgado em 28/06/1991).
No exemplo de pessoa condenada a dois anos, ela começava a cumprir essa pena quando 
houvesse a comprovação na segunda instância, portanto o tribunal, ao estabelecer que se 
mantêm os dois anos, a pessoa começava a cumprir esses dois anos. Porém esse entendi-
mento mudou em fevereiro de 2009.
• De fev/2009 a fev/2016 — NÃO é possível a execução provisória da pena — HC 84078 
(Rel. Min. Eros Grau).
Agora não é possível começar a cumprir a pena quando se mantêm os dois anos; é pre-
ciso aguardar o trânsito em julgado, ou seja, é preciso aguardar que não caiba mais nenhum 
recurso daquela sentença. Quando já tiver recorrido para o tribunal, para o STJ, para o STF e 
não caber mais nada, é que se pode prender o réu.
Depois, em fevereiro de 2016, quando prenderam os envolvidos no Mensalão e o presi-
dente Lula, o Supremo mudou novamente de posicionamento e voltou a interpretar o assunto 
como o fazia anteriormente, em 2009.
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• De fev/2016 a nov/2019 — É possível a execução provisória da pena — HC 126292 
(Rel. Min. Teori Zavascki)
Assim, o STF voltou a entender que cabe a execução provisória da pena quando houver a 
decisão de segunda instância. Porém, recentemente, em novembro de 2019, sendo o enten-
dimento que prevalece atualmente, o Supremo voltou ao entendimento de fevereiro de 2009 e 
passou a estabelecer novamente que não é possível a execução provisória.
• Nov/2019 — não é possível a execução provisória — ADCs 43, 44 e 54 (Rel. Min. 
Marco Aurélio).
Portanto, agora, o entendimento do Supremo é no sentido de que não cabe execução pro-
visória e que a pessoa só pode cumprir a prisão pena — aquela que foi condenada — quando 
não couber mais nenhum recurso, ou seja, quando houver o trânsito em julgado.
O pacote anticrime (Lei n. 13.964) apresentou essa questão de uma forma mais categórica 
no artigo 283, do CPP:
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada 
da autoridade judiciária competente, em decorrência de prisão cautelar ou em virtude de condena-
ção criminal transitada em julgado. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
A primeira espécie de prisão é a flagrante delito, sendo antes do trânsito em julgado.
Veja que a prisão cautelar não é a prisão pena, mas, sim, a prisão preventiva — quando 
necessária para o inquérito ou para o processo — ou a prisão temporária — que cabe apenas 
no inquérito policial. Em virtude de condenação criminal transitada em julgado é que existirá 
a prisão pena.
Alcance do Princípio da Presunção de Inocência
1) Regra de tratamento: tratar o réu como não culpado. Isso prevê:
 1.1. Garantias em face do poder punitivo estatal;
O réu é um sujeito de direitos que tem garantias contra o Estado.
 1.2. Limitação das medidas restritivas de direitos, especialmente a prisão cautelar.
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A prisão só deve ser imposta ao réu em último caso.
2) Regra probatória e de julgamento.
A regra probatória é "quem deve provar que o réu praticou o crime é a acusação e não o réu".
A regra de julgamento é "se houver dúvida na hora de julgar, o juiz deverá absolver o réu", 
como decorre do Código de Processo Penal, art. 386.
PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL
Talvez este seja o princípio que abranja todos os demais, sendo quase um super princípio 
do Código de Processo Penal, porque o princípio do devido processo legal, que foi citado pela 
primeira vez na Magna Carta de João Sem Terra, estabelece que, quando uma pessoa pratica 
um crime, não se pode simplesmente aplicar a pena, é preciso que haja um procedimento. 
Por exemplo: primeiro o Ministério Público irá oferecer a denúncia; depois o réu terá direito 
à defesa; o juiz decidirá se é caso de absolver ou não o réu; se não for caso de absolvição 
sumária, existirá uma audiênciapara ouvir as testemunhas do caso; vai se produzir perícia, se 
for necessário, assim como se juntarão documentos; depois, as partes podem fazer as alega-
ções finais e, por fim, será proferida a sentença.
Entende-se que há um procedimento e, por isso, às vezes, quando não se sabe nada de 
Direito, há a sensação de impunidade se o indivíduo pratica um crime, confessa e continua 
solto. É porque a prisão é a última medida — princípio da presunção de inocência — e, além 
disso, existe um procedimento em que essa pessoa possui o direito de se defender — princí-
pio da ampla defesa e princípio do devido processo legal.
Existem duas maneiras para seguir a sequência do procedimento: inicialmente, ver qual 
é o procedimento previsto no Código, sendo ele o rito, o passo a passo desse procedimento 
— devido processo legal procedimental (procedural due process of law) —; e também há o 
devido processo legal substancial (substantial due process of law), em que não basta seguir 
o rito, é preciso conduzir a um dos principais escopos do processo da jurisdição, que é o 
conceito de justiça. Portanto o rito deverá conduzir a uma ideia, a uma conclusão de justiça 
naquele rito que foi seguido.
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PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
Durante o processo, a regra geral é que todos os atos judiciais sejam públicos, ou seja, 
que qualquer pessoa possa entrar e assistir uma audiência e que se publique a decisão nos 
meios de comunicação do tribunal. É possível assistir os julgamentos do STF sendo publica-
dos e transmitidos pela TV Justiça porque a Constituição assim o prevê.
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou 
o interesse social o exigirem.
Conclui-se que a regra é a publicidade, e a exceção é quando a defesa da intimidade ou o 
interesse social exigirem o sigilo.
Exemplo: ao fazer uma interceptação telefônica, por exemplo, do Roberto, que foi deci-
dida por um juiz, é preciso defender a intimidade dele. Então, enquanto ocorre a intercepção, 
determina-se que haja o sigilo. Isso também é necessário para o interesse social, porque, se 
o Roberto souber que está sendo interceptado, ele não falará nada e não será possível des-
cobrir nada a respeito do crime. Portanto a regra geral é a publicidade ampla, e as exceções 
são de publicidade restrita quando a intimidade ou o interesse social exigir.
PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO
Este princípio não está escrito na Constituição, não sendo, portanto, um princípio constitu-
cional expresso, mas da sistemática do processo penal, ele decorre.
Este princípio significa que, quando se tem uma sentença contra um indivíduo e ele é con-
denado, é preciso ter o direito de recorrer, porque o juiz pode ter errado. Tem-se o direito de 
tentar rever a decisão.
Portanto o princípio do duplo grau de jurisdição estabelece que o réu terá o direito de sub-
meter a sentença penal condenatória a uma segunda instância, em que outro órgão irá anali-
sar todos os fatos e todo o Direito novamente.
Na Constituição não há este princípio, mas o Código de Processo Penal prevê recursos, 
então, pode-se dizer que, embora não seja um princípio constitucional expresso, é um princí-
pio que decorre da lógica da nossa sistemática processual penal, exceto nos casos de com-
petência originária do tribunal, quando se tem foro por prerrogativa de função. Exemplo: depu-
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tado federal julgado perante o Supremo não terá duplo grau de jurisdição, porque o Supremo 
já é a instância máxima. Isso não viola nenhum princípio constitucional porque, na verdade, já 
é uma prerrogativa da pessoa ser julgada por esse Tribunal Superior.
PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL
Cada pessoa que comete um crime tem o direito de saber quem é que irá julgá-lo para que 
não se crie, após a prática do crime, um tribunal ruim apenas para julgar essa pessoa.
CF, art. 5º, XXXVII — não haverá juízo ou tribunal de exceção.
O juízo ou tribunal de exceção seria um juízo criado após o fato. Além disso, o artigo 5º, 
inciso LIII, traz a questão da competência.
LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente
Assim, os dois incisos apresentados são aspectos do princípio do juiz natural.
PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DAS PROVAS ILÍCITAS
A Constituição estabelece que:
LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos.
A regra, no processo penal, é que se admita toda e qualquer prova, desde que não seja 
prova ilícita. A prova ilícita é uma prova obtida mediante tortura, por exemplo, ou entrando ili-
citamente no domicílio da pessoa — violando a questão da inviolabilidade do domicílio —; ou 
seja, qualquer prova que contrarie a lei. Essas provas devem ser retiradas do processo e não 
podem ser levadas em consideração.
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Princípios
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PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DA AUTOINCRIMINAÇÃO
Este princípio também é chamado de direito ao silêncio.
LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe 
assegurada a assistência da família e de advogado
O direito ao silêncio é um direito, mas o réu pode abrir mão dele e querer falar tudo sobre 
o crime. Não se pode condenar o réu pelo silêncio e deve-se garantir esse direito ao silêncio 
dele. Caso o réu queria abrir mão desse direito e confessar o crime, acaba sendo um benefí-
cio, pois ele tem o direito de ter a sua pena atenuada se confessar.
PRINCÍPIO DA IGUALDADE
Este princípio também se aplica ao processo penal.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasi-
leiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igual-
dade, à segurança e a propriedade, nos termos seguintes.
Assim, dá-se a visão geral dos princípios para que se tenha uma noção mais sistêmica do 
processo penal.
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Aplicação da Lei Processual Penal
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APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL
NO ESPAÇO
Questão: “Onde a lei processual penal se aplica?”
CPP, Art. 1º O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, res-
salvados: [...]
O dispositivo acima é uma aplicação do princípio da territorialidade, ou seja, regra geral, o 
Código de Processo Penal e as leis processuais penais especiais aplicam-se em todo o território 
brasileiro. Assim, qualquer que seja o lugar do país em que foi praticado um crime, sobre esse 
ato aplica-se a legislação processual penal vigente.
No entanto, o CPP traz algumas exceções quanto à aplicação da lei processual penal no 
espaço e em relação às pessoas. São elas:
I – os tratados, as convenções e as regras de direito internacional; [ratificadas pelo Brasil]
Ex. 1: crimes praticados por agentes diplomáticos – Convenção de Viena sobre relações 
diplomáticas – imunidade de jurisdição penal no Estado acreditado (art. 31, §1º).
Ex. 2: Tribunal Penal Internacional (entrega de brasileiros natos e naturalizados para jul-
gamento em Haia).
ATENÇÃO
• Chefesde Estado e representantes de governos ficam excluídos da jurisdição criminal 
do país onde exercem suas funções.
• A imunidade diplomática se estende a todos os agentes diplomáticos.
• O Estado pode renunciar à imunidade, mas o agente não pode. 
II – as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos cri-
mes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, 
nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2º, e 100);
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Aplicação da Lei Processual Penal
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Os crimes de responsabilidade são diferentes dos crimes comuns, pois tem um viés polí-
tico. Por esse motivo, o crime de responsabilidade também é chamado de crime de natureza 
político-administrativa. Nesse caso, o julgamento não é feito pelo Poder Judiciário, mas pelo 
Poder Legislativo.
III – os processos da competência da Justiça Militar;
A Justiça Militar possui uma legislação própria, que é o Código de Processo Penal Militar. 
Logo, a ela não se aplica o Código de Processo Civil comum. Além disso, há outras leis espe-
ciais que regulam situações específicas, tais como o Código Eleitoral, os Juizados Especiais 
Criminais, a organização criminosa, tóxicos etc. Tais leis especiais serão aplicadas prioritaria-
mente e, em caso de necessidade, aplica-se o CPP.
IV – os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122, n. 17);
O dispositivo acima trata do tribunal especial, previsto na Constituição Federal de 1937, e 
não existe nos tempos atuais. Assim, o inciso acima não foi recepcionado pela Constituição 
Federal de 1988.
V – os processos por crimes de imprensa. (Vide ADPF n. 130)
Por meio da ADPF n. 130, o STF entendeu que a lei de imprensa não foi recepcionada 
pela CF/1988. Logo, não se fala mais em processo por crime de imprensa.
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos ns. IV e V, quan-
do as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso.
NO TEMPO
CPP, Art. 2º A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos 
realizados sob a vigência da lei anterior.
Sobre o dispositivo acima, há uma regra chamada “aplicação imediata da lei processual 
penal". Isso é diferente do que acontece no Direito Penal, em que há a irretroatividade da lei 
penal mais gravosa e a ultratividade da lei penal mais benéfica.
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Aplicação da Lei Processual Penal
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No processo penal é diferente, pois não importa se a lei processual penal é mais benéfica 
ou prejudicial, pois o que importa é a aplicação imediata.
Assim, se um determinado processo penal está em andamento e já teve vários atos reali-
zados, caso surja uma nova lei processual penal que trate da matéria enquanto esse processo 
tramita, todos aqueles atos praticados antes da nova lei permanecerão válidos. Contudo, aos 
atos que forem praticados desse momento em diante, aplica-se a lei processual penal nova.
No Direito Penal, vigora o princípio da irretroatividade da lei penal mais gravosa e da ultra-
tividade da lei penal mais benéfica. Já no Direito Processual Penal, vigora a fórmula tempus 
regit actum, ou seja, o ato processual será regido pelo tempo (aplicação imediata).
Existem determinadas leis que possuem um conteúdo misto ou híbrido, ou seja, misturam 
conteúdo de Direito Penal e de Direito Processual Penal.
Por exemplo, no art. 366 do CPP há a previsão de suspensão da prescrição (norma de 
Direito Penal) e de suspensão do processo (norma de Direito Processual Penal).
Assim, toda vez que houver uma norma híbrida, permanecerá o conteúdo de Direito Penal, 
pois esse é o direito material. Já o Direito Processual Penal é simplesmente o instrumento.
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Inquérito Policial
DIREITO PROCESSUAL PENAL
INQUÉRITO POLICIAL
O inquérito policial é previsto a partir do art. 4º do Código de Processo Penal (CPP), e não 
se trata de um processo judicial ou processo administrativo. Na realidade, o inquérito policial 
é um procedimento administrativo, pois, ao seu final, jamais haverá uma sanção.
Conceito de Renato Brasileiro:
O inquérito policial consiste em um conjunto de diligências realizadas pela polícia investigativa ob-
jetivando a identificação das fontes de prova e a colheita de elementos de informação quanto à 
autoria e materialidade da infração penal, a fim de possibilitar que o titular da ação penal possa 
ingressar em juízo.
O inquérito policial é um procedimento preparatório para a futura ação penal. É nele que 
serão colhidos elementos para que o titular da ação penal, seja qual for, possa ter elementos 
suficientes para ingressar em juízo. 
Trata-se de um procedimento administrativo, pois não é judicial e, ao final, não haverá 
imposição de sanção. Na realidade, ao final de um inquérito policial, o delegado de polícia 
irá elaborar um relatório com tudo o que foi apurado, de modo a viabilizar que o titular, seja 
ele o Ministério Público ou o ofendido/seu representante, possa ingressar com a ação penal. 
Esse lastro probatório deve ser voltado para dois elementos principais, que configuram a justa 
causa para a ação: a autoria e a materialidade.
PRESIDÊNCIA DO INQUÉRITO
É de responsabilidade da polícia judiciária: função repressiva, após a prática do crime.
CPP, Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território 
de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais 
e da sua autoria.
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Inquérito Policial
DIREITO PROCESSUAL PENAL
O MINISTÉRIO PÚBLICO PODE PRESIDIR INQUÉRITO?
Não, pois a Constituição Federal e o Código de Processo Penal concedem essa atribui-
ção à polícia judiciária. Entretanto, o MP pode realizar diligências paralelas e promover outras 
investigações (Procedimento de Investigação Preliminar).
De acordo com o STF, o MP tem poder de investigação.
CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL
1. É um procedimento escrito (vide art. 9º, CPP):
Art. 9º Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou dati-
lografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
2. Dispensabilidade – art. 39, §5º, CPP:
Art. 39, § 5º O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem 
oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia 
no prazo de quinze dias.
Nesse sentido, o inquérito policial não precisa acompanhar a denúncia obrigatoriamente. 
Se o MP ou o ofendido já possuírem elementos suficientes para dar início à ação penal, eles 
não precisam do inquérito. Contudo, se esse inquérito já estiver pronto, então ele acompa-
nhará a denúncia ou queixa.
3. Inquisitorialidade: no inquérito policial, o Delegado de Polícia age de ofício, ou seja, não 
precisa de provocação. Além disso, não precisa observar contraditório e ampla defesa, pois 
esses são princípios que se aplicam aos processos judiciais e aos processos administrativos.
4. Sigiloso – art. 20, CPP: 
Art. 20. A autoridade assegurará no inquéritoo sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo 
interesse da sociedade.
Enquanto, no processo judicial, a publicidade é a regra; no inquérito policial, o sigilo é uma 
característica.
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Inquérito Policial
DIREITO PROCESSUAL PENAL
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Súmula Vinculante n. 14, STF: “É direito do defensor, no interesse do representado, ter 
acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigató-
rio realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do 
direito de defesa”
A Súmula acima não instituiu o contraditório no âmbito do inquérito policial, mas o simples 
acesso às informações contidas nesse inquérito. Além disso, também não instituiu a ampla 
defesa, pois em nenhum momento permite que a defesa de um acusado possa se manifestar 
ou formular petição. Na realidade, essa Súmula concede à defesa de um acusado a possibi-
lidade de ter acesso ao que já foi documentado em um inquérito policial, sem direito ao con-
traditório e à ampla defesa.
5. Discricionário: o rol dos atos previstos nos arts. 6º e 7º do CPP não é taxativo, ou seja, 
o delegado de polícia adotará as diligências que achar necessário e não ficará preso a um rito 
específico.
6. Oficial: o inquérito policial é conduzido por um órgão oficial, que é a polícia judiciária.
7. Oficioso: todos os atos são praticados de ofício, ou seja, não há necessidade de se 
provocar alguém.
8. Indisponível: o delegado de polícia, uma vez que tenha iniciado o inquérito policial, não 
pode arquivá-lo.
9. Incomunicabilidade?
CPP, Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e so-
mente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir.
O CPP é anterior à Constituição Federal de 1988, que veda a incomunicabilidade até nos 
estados de sítio e de defesa. Logo, a incomunicabilidade também não pode existir no inquérito 
policial. Hoje, o art. 21 do CPP é tido como um dispositivo não recepcionado pela CF/1988.
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Inquérito Policial
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Mnemônico:
�Obs.:� Ao mnemônico acima também pode ser incluída a característica da indisponibilidade.
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Inquérito Policial II
DIREITO PROCESSUAL PENAL
INQUÉRITO POLICIAL II
FORMAS DE INSTAURAÇÃO
Base: Art. 5º, I, II e § 3º do CPP.
1. De ofício (oficiosidade) pela autoridade policial (inciso I) – Na ação penal pública 
incondicionada.
2. Por requerimento do ofendido ou seu representante (inciso II) – Cabe recurso adminis-
trativo ao chefe de polícia (§ 2º), isso nos casos em que o requerimento não é atendido pelo 
delegado de polícia.
3. Delatio criminis (§ 3º) – Denúncia anônima (art. 5º, IV, CF x Info 580 STF).
CPP, Art. 5º, § 3º Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal 
em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e 
esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito.
Apesar de a Constituição Federal de 1988 vedar o anonimato, o STF entende que a denún-
cia anônima é válida para iniciar as investigações. Nesse sentido, uma pessoa pode fazer uma 
denúncia anônima que servirá como base para o delegado de polícia dar início às investiga-
ções, mas sem instaurar de imediato o inquérito policial.
4. Requisição da autoridade competente (inciso II):
CPP, Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
I – de ofício;
II – mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do 
ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
A requisição é diferente do requerimento. Esse último é um pedido; logo, caso seja indefe-
rido, cabe recurso para o chefe de polícia. Já a requisição traz uma ideia de ordem; contudo, 
o STJ entende que, caso a autoridade policial não atenda a essa requisição, não se trata de 
crime de desobediência, pois não há hierarquia entre o delegado e o promotor ou entre o dele-
gado e o juiz.
5. Auto de prisão em flagrante: quando uma pessoa é presa em flagrante, o inquérito 
policial já é iniciado com o próprio flagrante.
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Inquérito Policial II
DIREITO PROCESSUAL PENAL
CPP, Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
I – de ofício;
II – mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do 
ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
§ 1º O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível:
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de 
presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.
§ 2º Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para 
o chefe de Polícia.
§ 3º Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba 
ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verifi-
cada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito. (delatio criminis)
§ 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem 
ela ser iniciado.
�Obs.:� O § 4º (acima) se refere à ação penal pública condicionada à requisição do ministro 
da Justiça ou à representação do ofendido.
AÇÃO PENAL PÚBLICA
a) Incondicionada:
• O Código Penal ou as leis nada falam.
• Não precisa de implemento de qualquer condição.
b) Condicionada:
• Representação do ofendido ou requisição do Ministro da Justiça.
Art. 5º, § 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito 
a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
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Inquérito Policial II
DIREITO PROCESSUAL PENAL
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DIRETO DO CONCURSO
1s (FGV/2015/TJ-BA/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ESCREVENTE/ÁREA JUDICIÁRIA) As formas 
de instauração do inquérito policial variam de acordo com a natureza do delito. Nos casos 
de ação penal pública incondicionada, a instauração do inquérito policial pode se dar:
a. de ofício pela autoridade policial; mediante requisição do Ministério Público; mediante 
requerimento do ofendido; e por auto de prisão em flagrante;
b. de ofício pelo Ministério Público; mediante requisição da autoridade policial; mediante 
requerimento do ofendido; e por auto de prisão em flagrante;
c. de ofício pela autoridade policial; mediante requerimento do Ministério Público; median-
te requisição do ofendido; e por auto de resistência;
d. de ofício pelo Ministério Público; mediante requisição da autoridade policial; mediante 
requerimento do ofendido; e por auto de resistência;
e. de ofício pela autoridade policial; mediante requerimento do Ministro da Justiça; median-
te requisição do ofendido; e por auto de resistência.COMENTÁRIO
O Ministério Público é dotado de poder de investigação, mas não pode presidir o inquérito 
policial. A característica da oficiosidade, presente no inquérito policial, refere-se à autoridade 
policial, e não ao Ministério Público.
Além disso, o inquérito policial pode ser instaurado mediante requisição do Ministério Público 
ou da autoridade judiciária.
Por fim, vale lembrar que a requisição do Ministro da Justiça é cabível apenas na ação penal 
pública condicionada, e que a prisão em flagrante pode dar início ao inquérito policial.
IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL
A identificação criminal é o procedimento em que o suspeito ou o acusado de um crime é 
levado para fazer a identificação por meio de suas digitais.
A CF/1988 dispõe que o civilmente identificado, ou seja, aquele que possui um documento de iden-
tificação, não irá passar pela identificação criminal, pois esse é um procedimento mais constrangedor.
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Inquérito Policial II
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Contudo, existem algumas hipóteses em que mesmo o civilmente identificado irá passar pela 
identificação criminal, e esse é um assunto bastante cobrado em provas de concursos públicos.
CF/1988 
Art. 5º, LVIII – o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipó-
teses previstas em lei;
Lei n. 12.037/2009: caso esteja prevista no edital do concurso público, o candidato deve 
ler os arts. 2º e 3º.
• Art. 2º: quais documentos identificam civilmente.
• Art. 3º: quando pode ocorrer a identificação criminal.
Lei n. 12.654/2012 – identificação do perfil genético:
Art. 9º-A. Os condenados por crime praticado, dolosamente, com violência de natureza grave 
contra pessoa, ou por qualquer dos crimes previstos no art. 1º da Lei n. 8.072, de 25 de julho de 
1990, serão submetidos, obrigatoriamente, à identificação do perfil genético, mediante extração de 
DNA – ácido desoxirribonucleico, por técnica adequada e indolor.
GABARITO
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Atualização do Pacote Anticrime - Inquérito Policial III
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ATUALIZAÇÃO DO PACOTE ANTICRIME - INQUÉRITO POLICIAL III
Procedimento Administrativo - Não haverá nenhum tipo de sanção.
Procedimento dentro de um procedimento?
Quando se fala do processo penal, a partir da ação pena, é um rito a ser seguido: denún-
cia, citação do réu, resposta acusação, decisão do juiz, ou seja, a um passo a passo.
Não há um rito a ser seguido no inquérito policial. Há, basicamente, três artigos dentro do 
Código de Processo Penal que vai trabalhar com as diligências a serem efetuadas no inqué-
rito. Não existe uma ordem, uma sequência a ser adotada.
O delegado tem uma discricionariedade maior para ver no caso a caso quais são as dili-
gências importantes.
Os arts. 6º, 7º e 13 do CPP trazem apenas diligências. Essas diligências submetem-se a 
uma ampla discricionariedade do delegado que analisa se vai usar ou não em cada caso.
• Diligências investigatórias – arts. 6º e 13 do CPP
• Discricionariedade
• Reconstituição do crime (art. 7º): diligência que não vai ser feita em todos os casos. há 
a previsão de uma reconstituição do crime.
O crime mais comum para essa diligência é o homicídio. Cabe ao delegado ordenar ou 
não a reconstituição do crime, para verificar como se deu o modus operandi. O delegado tem 
discricionariedade para saber se é importante ou não fazer essa reconstituição. Além disso, 
existem alguns casos em que a reconstituição que é proibida, vedada pelo Código de Pro-
cesso Penal.
“Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a 
autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie 
a moralidade ou a ordem pública.”
A reconstituição não é obrigatória.
O acusado não é obrigado a participar partindo do princípio de que ninguém é obrigado a 
fabricar provas contra si mesmo, que decorre do direito ao silêncio.
Pode acontecer de o delegado achar que não é importante a reconstituição.
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Atualização do Pacote Anticrime - Inquérito Policial III
DIREITO PROCESSUAL PENAL
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Se, eventualmente, a reconstituição do crime vier a contrariar a moralidade ou ordem 
pública, ela é vedada por lei. Exemplo: crime de estupro em que houve conjunção carnal.
Entre as diligências do delegado estão:
- se dirigir ao local dos fatos;
- Ver se tem algum vestígio do crime.
• Prazos de conclusão – art. 10 CPP ( solto – 30 dias, prorrogáveis e preso 10 dias 
improrrogáveis, na JE). Houve uma possibilidade de dilação do prazo a ser analisado 
pelo juiz das garantias. Leis especiais: tóxicos, economia popular, IPM etc.
§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação da auto-
ridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por 
até 15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será 
imediatamente relaxada. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
Primeira alteração: possibilidade de prorrogação do prazo do inquérito policial quando o 
réu estiver preso uma única vez pelo prazo de 15 dias. (anteriormente não podia):
1) 10 + 15 dias se preso
2) Findo o prazo de 25 dias, não houve a conclusão do inquérito: a consequência é o relaxa-
mento da prisão, ou seja, a prisão torna-se ilegal. O inquérito continua, mas a prisão relaxada.
Prazos para Conclusão do Inquérito Policial (em dias)
PRESO SOLTO
Regra Geral (art. 10 do CPP) 10 + 15 30
Inquérito Policial Federal 15 + 15 30
Inquérito Policial Militar 20 40 + 20
Lei de Drogas 30 + 30 90 + 90
Crimes contra a Economia Popular 10 10
• Trâmite direito entre polícia e MP – res. 63/2009 CJF, STJ Info. 574.
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Atualização do Pacote Anticrime - Inquérito Policial III
DIREITO PROCESSUAL PENAL
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Antes da alteração, já havia uma resolução do CNJ e algumas decisões do STF, permi-
tindo que não houvesse a intermediação do judiciário. O delegado protocola o inquérito no 
judiciário. Às vezes, além do protocolo é necessário encaminhar para o juiz, porque existe 
alguma medida com reserva de jurisdição, ou seja, uma medida que o juiz precisa decidir 
sobre ela. Há outras situações em que não há necessidade do judiciário. Exemplo: crime de 
furto sem saber que é o autor.
Toda vez que tiver uma reserva de jurisdição, vai caber ao juiz de garantias decidir 
sobre isso.
• Pedido do MP de novas diligências
O inquérito policial encerra-se pelo relatório de todas as atividades que aconteceram.
CPP. Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade poli-
cial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.
O retorno do inquérito policial é só para novas diligências. Caso, essas novas diligências 
sejam pedidas pelo promotor, o delegado precisa cumprir, já que o promotor é o titular da 
ação penal.
A segunda opção é o promotor oferecer a denúncia para dar início a ação penal. A terceira 
opção é pedir o arquivamento do inquérito.
O arquivamento pode ocorrer porque o promotor entende que não tembase suficiente 
para oferecer a denúncia, seja porque houve a extinção da punibilidade, não houve crime, não 
se sabe quem foi o autor do crime, seja porque foi praticado o crime em excludente de ilicitude 
como estado de necessidade, legítima defesa. Quando o promotor entende que não há base 
suficiente para oferecer a denúncia ele pede o arquivamento.
Regra geral: o arquivamento é direto. O promotor fala categoricamente que ele promove 
o arquivamento.
Arquivamento do Inquérito Policial
• Arquivamento direto
– Quem pode requerer?
– Momento adequado?Após o relatório
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Atualização do Pacote Anticrime - Inquérito Policial III
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– Discordância do juiz – art. 28 CPP
Anterior a Lei n.13.9964:
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquiva-
mento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar im-
procedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-
-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou 
insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.
Como era o arquivamento: relatório feito, vai para o promotor. Se o promotor pedir o arqui-
vamento e o juiz concordar, arquivou o inquérito, mas, se o juiz discordar, ele manda para o 
Procurador Geral de Justiça - o membro máximo do Ministério Público. O Procurador Geral de 
Justiça pode ele próprio oferecer a denúncia ou designar outro promotor para denunciar ou, 
ainda, insistir o arquivamento. Na última situação, o juiz arquiva o inquérito policial.
– Novas pesquisas – art. 18 CPP
– Não cabe recurso
 Lei Anticrime trouxe uma redação completamente diferente. Ao que tudo indica, determina 
que quem arquiva o inquérito é o próprio promotor e que esse arquivamento está submetido a 
uma condição suspensiva, porque precisaser confirmado por uma instância de revisão. Essa 
instância de revisão foi que criou a suspensão desse artigo pelo STF.
Essa instância de revisão ministerial ainda não existe, mas vai ser um colegiado que vão 
decidir sob a homologação ou não do arquivamento. Tudo será resolvido no Ministério Público.
Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos informativos da 
mesma natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade 
policial e encaminhará os autos para a instância de revisão ministerial para fins de homologação, na 
forma da lei. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arquivamento do inquérito po-
licial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação, submeter a matéria à 
revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica. 
(Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
§ 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da União, Estados e Municípios, 
a revisão do arquivamento do inquérito policial poderá ser provocada pela chefia do órgão a quem 
couber a sua representação judicial. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019)
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Atualização do Pacote Anticrime - Inquérito Policial III
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O juiz não pode mais discordar, quem pode discordar é só a vítima ou seu represen-
tante legal.
O próprio Ministério Público entrou com uma ação de inconstitucionalidade no Supremo 
dizendo que não há estrutura para criar a instância de revisão. Antes só ia para a Procuradoria 
de Justiça quando o juiz discordasse. Na grande maioria dos casos, o Promotor pedia arqui-
vamento e o juiz concordava e era arquivado.
Agora, a lei cria essa instância de revisão e determina que todos os casos de arquiva-
mento deve ser homologada por essa instância. Tirou do juiz o papel de discordar, mas jogou 
para a Procuradoria Geral, que vai ter que analisar todos os casos e ainda dá para a vítima a 
possibilidade de provocar essa instância de revisão.
Pelo argumento de falta de estrutura do Ministério Pública o supremo suspendeu o art. 28.
 O PULO DO GATO
 Se cair no concurso, é preciso saber qual a lei faz referência (antiga ou nova), assim como 
saber, se citar o procedimento aplicado atualmente, que o supremo suspendeu a lei nova e 
a redação antiga está sendo aplicada.
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Inquérito Policial IV
DIREITO PROCESSUAL PENAL
INQUÉRITO POLICIAL IV
DIRETO DO CONCURSO
1. (FCC/2007/TRF – 2ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) Recebendo 
noticia criminis de crime em que a ação penal depende de representação, a Autoridade 
Policial, depois de lavrar boletim de ocorrência, deve
a. instaurar o inquérito policial e aguardar a representação da vítima ou seu representante 
legal.
b. instaurar o inquérito policial e intimar a vítima ou seu representante legal para oferecer 
a representação.
c. aguardar a representação para instaurar o inquérito policial.
d. remeter o boletim de ocorrência ao Ministério Público para ser colhida a representação 
da vítima ou seu representante legal.
e. remeter o boletim de ocorrência ao Juiz de Direito para ser colhida a representação da 
vítima ou seu representante legal.
COMENTÁRIO
Nos casos de ação penal pública condicionada, é necessária a manifestação da pessoa que 
tenha a qualidade para representar. Assim, o delegado de polícia aguarda a manifestação 
dessa pessoa para poder instaurar o inquérito policial.
2. (FGV/2018/TJ-AL/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) Enquanto organizava pro-
cedimentos que se encontravam no cartório de determinada Vara Criminal do Tribunal de 
Justiça de Alagoas, o servidor identifica que há um inquérito em que foram realizadas di-
versas diligências para apurar crime de ação penal pública, mas não foi obtida justa causa 
para o oferecimento de denúncia, razão pela qual o Delegado de Polícia elaborou relatório 
final opinando pelo arquivamento. Verificada tal situação e com base nas previsões do 
Código de Processo Penal, caberá ao:
a. juiz realizar diretamente o arquivamento, tendo em vista que já houve representação 
nesse sentido por parte da autoridade policial, cabendo contra a decisão recurso em 
sentido estrito;
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Inquérito Policial IV
DIREITO PROCESSUAL PENAL
b. Ministério Público realizar diretamente o arquivamento, caso concorde com a conclusão 
do relatório da autoridade policial, independentemente de controle judicial;
c. delegado de polícia, em caso de concordância do juiz, realizar diretamente o arquiva-
mento após retorno do inquérito policial para delegacia;
d. Ministério Público promover pelo arquivamento, cabendo ao juiz analisar a homologa-
ção em respeito ao princípio da obrigatoriedade;
e. juiz promover pelo arquivamento, podendo o promotor de justiça requerer o encaminha-
mento dos autos ao Procurador-Geral de Justiça em caso de discordância, em controle 
ao princípio da obrigatoriedade.
COMENTÁRIO
O delegado de polícia não pode solicitar o arquivamento do inquérito policial, pois isso cabe 
ao promotorde Justiça (Ministério Pùblico).
Trata-se de um ato complexo, pois o promotor de Justiça solicita o arquivamento, que é 
realizado pelo juiz.
Se o delegado opinou pelo arquivamento em seu relatório, essa opinião não servirá para a 
tomada de nenhuma decisão, pois não cabe a ele arquivar esse inquérito (vide art. 17, CPP). 
Nos casos em que o promotor fizer o pedido de arquivamento, mas o juiz não concordar, 
então deve ser seguido o procedimento descrito no art. 28 do CPP, que consiste no envio 
do caso para o procurador-geral, que tomará a decisão.
VÍCIOS NO INQUÉRITO POLICIAL
Relatado um inquérito policial, pode ser que ele tenha algum vício. Ex.: a confissão do indi-
ciado foi obtida mediante tortura, a acareação não foi feita da maneira correta etc.
Informativo 824/STF
Vício em inquérito policial e nulidade de ação penal
É incabível a anulação de processo penal em razão de suposta irregularidade verificada 
em inquérito policial. Esse o entendimento da Segunda Turma, que, ao reafirmar a jurispru-
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Inquérito Policial IV
DIREITO PROCESSUAL PENAL
dência assentada na matéria, negou provimento a recurso ordinário em habeas corpus em 
que se pleiteava a anulação de atos praticados em inquérito policial presidido por delegado 
alegadamente suspeito.
MAPAS MENTAIS
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Inquérito Policial IV
DIREITO PROCESSUAL PENAL
GABARITO
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Atualização Pacote Anticrime Inquérito Policial – Arquivamento
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ATUALIZAÇÃO PACOTE ANTICRIME
INQUÉRITO POLICIAL - ARQUIVAMENTO
ATUALIZAÇÃO – PACOTE ANTICRIME
A Lei n. 13.964/2019, que trouxe o chamado Pacote Anticrime, promoveu uma série de 
atualizações no âmbito do Direito Penal Brasileiro.
No âmbito do Direito Processual Penal, o novo Pacote Anticrime trouxe algumas inova-
ções. Em primeiro lugar, destacam-se as alterações trazidas ao inquérito policial, principal-
mente no que tange a seu arquivamento.
O prazo de vacatio legis da Lei n. 13.964/2019 foi de 30 dias, contados da data de sua 
publicação (25 de dezembro de 2019). A sua entrada em vigor, portanto, foi em janeiro de 2020.
ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL
Na sistemática atual, antes do Pacote Anticrime, o arquivamento de um inquérito policial 
é considerado um ato complexo, pois depende da conjugação das vontades do Ministério 
Público e do Juiz de Direito.
Vale lembrar que a conclusão de um inquérito policial se dá por meio da elaboração de um 
relatório por parte da autoridade policial. Esse relatório é encaminhado para o Juiz que, em 
seguida, o encaminha para o Ministério Público (MP).
Ao receber o inquérito, o MP pode tomar três providências:
• Oferecer a denúncia;
• Solicitar diligências; ou
• Entender pelo arquivamento do inquérito.
O pedido de arquivamento é encaminhado ao juiz, que será o responsável por arquivar 
esse inquérito policial.
Entretanto é possível que o juiz discorde da decisão do promotor. Nessa situação, aplica-
-se o disposto no art. 28 do Código de Processo Penal (CPP), que foi profundamente alterado 
pelo novo Pacote Anticrime:
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Atualização Pacote Anticrime Inquérito Policial – Arquivamento
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CPP Original Alterações do Pacote Anticrime
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao 
invés de apresentar a denúncia, requerer o 
arquivamento do inquérito policial ou de quais-
quer peças de informação, o juiz, no caso de 
considerar improcedentes as razões invoca-
das, fará remessa do inquérito ou peças de 
informação ao procurador-geral, e este ofe-
recerá a denúncia, designará outro órgão do 
Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá 
no pedido de arquivamento, ao qual só então 
estará o juiz obrigado a atender.
Art. 28. Ordenado o arquivamento do inqué-
rito policial ou de quaisquer elementos infor-
mativos da mesma natureza, o órgão do 
Ministério Público comunicará à vítima, ao 
investigado e à autoridade policial e encami-
nhará os autos para a instância de revisão 
ministerial para fins de homologação, na 
forma da lei.
§ 1º Se a vítima, ou seu representante 
legal, não concordar com o arquivamento 
do inquérito policial, poderá, no prazo de 30 
(trinta) dias do recebimento da comunicação, 
submeter a matéria à revisão da instância 
competente do órgão ministerial, conforme 
dispuser a respectiva lei orgânica.
§ 2º Nas ações penais relativas a crimes pra-
ticados em detrimento da União, Estados e 
Municípios, a revisão do arquivamento do 
inquérito policial poderá ser provocada pela 
chefia do órgão a quem couber a sua repre-
sentação judicial.
Nesse sentido, o trâmite inicial do arquivamento do inquérito passou por uma profunda 
alteração. Atualmente, ordenado o arquivamento do inquérito policial, o MP irá comunicar a 
vítima, o investigado e a autoridade policial e encaminhará os autos para a instância de revi-
são ministerial para homologação. Não se sabe, contudo, se a ordem para o arquivamento 
partirá do promotor ou do juiz. A jurisprudência precisará de algum tempo para se manifestar 
acerca desse tópico.
O juiz continua decidindo sobre o arquivamento?
Aparente incompatibilidade com outros dispositivos do CPP, que não foram alterados:
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta 
de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras 
provas tiver notícia.
Art. 67. Não impedirão igualmente a propositura da ação civil:
I – o despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de informação.
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Atualização Pacote Anticrime Inquérito Policial – Arquivamento
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Art. 779. O confisco dos instrumentos e produtos do crime, no caso previsto no art. 100 do Código 
Penal, será decretado no despacho de arquivamento do inquérito, na sentença de impronúncia ou 
na sentença absolutória.
Assim, há duas possíveis interpretações:
1. O arquivamento é feito pelo MP e os demais dispositivos foram tacitamente revogados; ou
2. O arquivamento depende de decisão do juiz, depois da homologação pela instância de 
revisão, mas o juiz não pode mais discordar do arquivamento.
É necessário aguardar o posicionamento da jurisprudência para saber qual será a inter-
pretação dominante.
O Pacote Anticrime modificou o procedimento quanto ao inquérito policial no que tange à 
discordância do juiz sobre o pedido de arquivamento solicitado pelo promotor, ou seja, o juiz 
não pode mais discordar desse pedido, pois, agora, o pedido de arquivamento do inquérito 
policial é encaminhado a uma instância de revisão, que poderá homologar o arquivamento. 
Todos os demais elementos que levam ao arquivamento do inquérito permanecem os mesmos.
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Atualização Pacote Anticrime Acordo de Não Persecução Penal
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ATUALIZAÇÃO PACOTE ANTICRIME 
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL
ALTERAÇÕES DO PACOTE ANTICRIME NO PROCESSO PENAL
Acordo de não persecução penal
O novo Pacote Anticrime (Lei n. 13.964/2019) incluiu o art. 28-A no Código de Processo 
Penal, que trata do acordo de não persecução penal.
Regra geral, na ação penal pública, aplica-se o princípio da obrigatoriedade. Isso signi-
fica que, uma vez tendo sido praticado um crime e presentes os requisitos legais, o Ministério 
Público (MP) é obrigado a oferecer a denúncia.
Entretanto, existem duas mitigações a esse princípio da obrigatoriedade, especialmente 
previstos na Lei n. 9.099/1995 (Lei dos Juizados Especiais), são elas: a transação penal e a 
suspensão condicional do processo.
O Pacote Anticrime acrescenta mais uma mitigação, que é o acordo de não persecução 
penal (ANPP).
Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e circunstan-
cialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior 
a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não persecução penal, desde que 
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes condições 
ajustadas cumulativa e alternativamente:
I – reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo;
II – renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como instrumentos, 
produto ou proveito do crime;
III – prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena 
mínima cominada ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da 
execução, na forma do art. 46 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal);
IV – pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Decreto-Lei n. 2.848, de 
7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade pública ou de interesse social, a ser indicada 
pelo juízo da execução, que tenha, preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais 
ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito; ou
V – cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde que 
proporcional e compatível com a infração penal imputada.
§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere o caput deste artigo, serão 
consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto.
§ 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes hipóteses:
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Atualização Pacote Anticrime Acordo de Não Persecução Penal
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I – se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos termos da lei;
II – se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem conduta 
criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações penais pretéritas;
III – ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da infração, em 
acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão condicional do processo; e
IV – nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados contra a mu-
lher por razões da condição de sexo feminino, em favor do agressor.
Os casos em que o ANPP pode ser utilizado não envolvem os casos de arquivamento do 
inquérito policial, mas, sim, os casos em que a ação penal pode ser oferecida. Entretanto, o 
legislador traz uma forma de benefício ao investigado, pois o MP, ao invés de oferecer a ação 
penal, poderá propor esse acordo para não oferecer a denúncia.
Vale lembrar que não são todos os casos que permitem o uso do ANPP, pois há requisitos 
que devem ser verificados antes da concessão desse benefício. Um deles é que o crime não 
tenha sido praticado com violência ou grave ameaça, o que deixa de fora crimes como estu-
pro, homicídio e roubo.
A própria lei dispõe os requisitos do acordo de não persecução penal, são eles:
• confissão formal e circunstancial da prática do crime pelo investigado;
• infração penal sem violência ou grave ameaça; e
• pena mínima inferior a quatro anos.
Obs.: a pena mínima deve ser inferior a quatro anos, ou seja, se a pena mínima do crime for 
exatamente de quatro anos, então não cabe o ANPP.
O art. 28-A também traz hipóteses de não cabimento do ANPP, são elas:
• quando couber transação penal (pois é mais benéfica ao réu);
• se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem con-
duta criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações 
penais pretéritas; (requisito subjetivo)
• se tiver sido beneficiado, nos cinco anos anteriores, com transação penal, suspensão 
condicional do processo ou acordo de não persecução penal;
• em caso de crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou pratica-
dos contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, em favor do agressor.
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Cumpridos todos os requisitos, o ANPP poderá ser concedido, desde que a pessoa que foi 
beneficiada se submeta às seguintes condições:
1. reparação do dano ou restituição da coisa, salvo impossibilidade de fazê-lo;
2. renúncia voluntária a bens e direitos indicados pelo MP: instrumentos, produto ou pro-
veito do crime;
3. prestação de serviços por período correspondente a pena mínima menos 1/3 a 2/3 
(local a ser indicado pelo juízo da execução);
Obs.: o tempo para o cumprimento da prestação de serviços não era previsto anteriormente 
na lei. Esse prazo é uma novidade trazida pelo Pacote Anticrime, logo deve ser um 
assunto bastante explorado pelas bancas examinadoras.
4. pagamento de prestação pecuniária;
5. outras condições indicadas pelo MP.
Procedimento:
Art. 28-A. (...) § 3º O acordo de não persecução penal será formalizado por escrito e será firmado 
pelo membro do Ministério Público, pelo investigado e por seu defensor.
§ 4º Para a homologação do acordo de não persecução penal, será realizada audiência na qual 
o juiz deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na presença do seu 
defensor, e sua legalidade.
§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condições dispostas no acordo 
de não persecução penal, devolverá os autos ao Ministério Público para que seja reformulada a 
proposta de acordo, com concordância do investigado e seu defensor.
§ 6º Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz devolverá os autos ao 
Ministério Público para que inicie sua execução perante o juízo de execução penal.
§ 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos requisitos legais ou quando 
não for realizada a adequação a que se refere o § 5º deste artigo.
§ 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para a análise da 
necessidade de complementação das investigações ou o oferecimento da denúncia.
§ 9º A vítima será intimada da homologação do acordo de não persecução penal e de seu descumprimento.
§ 10. Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no acordo de não persecução penal, o Minis-
tério Público deverá comunicar ao juízo, para fins de sua rescisão e posterior oferecimento de denúncia.
§ 11. O descumprimento do acordo de não persecução penal pelo investigado também poderá ser 
utilizado pelo Ministério Públicocomo justificativa para o eventual não oferecimento de suspensão 
condicional do processo.
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Atualização Pacote Anticrime Acordo de Não Persecução Penal
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De maneira esquematizada, segue a lista de procedimentos.
1. Formalizado por escrito: assinado pelo MP, investigado e defensor.
2. Homologação pelo juiz, em audiência (voluntariedade e legalidade).
3. Se o juiz considerar as condições inadequadas, insuficientes ou abusivas – devolverá 
ao MP para reformular, em acordo com investigado e seu defensor.
4. Se não houver adequação → juiz pode recusar a homologação.
5. Homologado o acordo – juiz devolve ao MP para executar no juízo de execução.
6. Descumpridas condições → rescisão e oferecimento da denúncia.
Art. 28-A. (...) § 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal não cons-
tarão de certidão de antecedentes criminais, exceto para os fins previstos no inciso III do § 2º deste 
artigo. (O sujeito continua como primário)
§ 13. Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o juízo competente decretará a 
extinção de punibilidade.
§ 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o acordo de não persecução 
penal, o investigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão superior, na forma do art. 28 
deste Código.
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Pacote Anticrime – Acordo de Não Persecução Penal
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PACOTE ANTICRIME – ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL
O acordo de não persecução penal é considerado uma nova modalidade de flexibilização 
do princípio da obrigatoriedade da ação penal pública. Esse instrumento encontrou previsão 
no Código de Processo Penal após a inclusão do art. 28-A, promovido pelo chamado Pacote 
Anticrime:
Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e circunstan-
cialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior 
a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não persecução penal, desde que 
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes condições 
ajustadas cumulativa e alternativamente:
I – reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo;
II – renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como instrumentos, 
produto ou proveito do crime;
III – prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena 
mínima cominada ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da 
execução, na forma do art. 46 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal);
IV – pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Decreto-Lei n. 2.848, de 
7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade pública ou de interesse social, a ser indicada 
pelo juízo da execução, que tenha, preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais 
ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito; ou
V – cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde que 
proporcional e compatível com a infração penal imputada.
AÇÃO PENAL PÚBLICA
Princípios 
Obrigatoriedade: uma vez presentes os requisitos legais, o Ministério Público (MP) é obri-
gado a oferecer a denúncia;
Divisibilidade: se o MP oferecer a denúncia contra um dos acusados, mas não oferecer 
contra os demais, não ocorrerá a extinção ou a perempção, pois o MP poderá, a qualquer 
momento, aditar a denúncia (decisão pacífica do STF);
Indisponibilidade: uma vez ajuizada a ação penal pública, o MP não poderá desistir dela, 
assim como não pode desistir do recurso; e 
Oficiosidade: a ação penal pública é impulsionada de ofício. Além disso, o MP é um órgão 
oficial a quem compete a ação penal pública.
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Pacote Anticrime – Acordo de Não Persecução Penal
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Mitigação ao princípio da obrigatoriedade
Esse princípio é mitigado pelo instituto da transação penal (vide Lei n. 9.099/1995).
A transação penal é um instituto cabível em todas as infrações penais de menor potencial 
ofensivo, ou seja, nos crimes cuja pena máxima não seja superior a dois anos, cumulada ou 
não com multa.
Mitigação ao princípio da indisponibilidade
Ocorre com a suspensão condicional do processo, aplicável nos crimes cuja pena mínima 
é igual ou inferior a um ano.
Acordo de Não Persecução Penal (ANPP)
Aplicável aos crimes cuja pena mínima seja inferior a quatro anos. Trata-se de uma mitiga-
ção ao princípio da obrigatoriedade.
Isso porque, na sistemática do Pacote Anticrime, o ANPP é apresentado no lugar da denún-
cia. Ou seja, uma vez proposto o ANPP, o MP não irá oferecer a denúncia contra o investigado.
Nesse sentido, o ANPP se assemelha à transação penal e não à suspensão condicional 
do processo. Além disso, o ANPP é considerado uma nova forma de mitigação ao princípio da 
obrigatoriedade da ação penal pública. 
CPP, Art. 28-A. (...) § 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere o caput 
deste artigo, serão consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto.
§ 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes hipóteses:
I – se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos termos da lei;
II – se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem conduta 
criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações penais pretéritas;
III – ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da infração, em 
acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão condicional do processo; e
IV – nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados contra a mu-
lher por razões da condição de sexo feminino, em favor do agressor.
Requisitos do ANPP:
• Confissão formal e circunstancial da prática do crime pelo investigado;
• Infração sem violência ou grave ameaça;
• Pena mínima inferior a quatro anos.
O requisito da confissão formal e circunstancial da prática do crime é um dos pontos 
mais polêmicos do ANPP. Um dos principais questionamentos é se essa confissão não viola 
o princípio do nemo tenetur se detegere, pelo qual ninguém é obrigado a produzir provas 
contra si mesmo.
Entretanto, a Lei das Organizações Criminosas traz uma previsão semelhante para a cola-
boração premiada, pois, nela, é necessário abrir mão do direito ao silêncio. 
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Pacote Anticrime – Acordo de Não Persecução Penal
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Assim, ao fazer um paralelo com a Lei de Organizações Criminosas, acredita-se que esse 
dispositivo trazido pelo Pacote Anticrime é constitucional.
Não cabimento do ANPP:
1. Quando couber transação penal;
2. Se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem con-
duta criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações penais 
pretéritas;
3. Ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento

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