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1 CONSIDERAÇÕES CRÍTICAS ACERCA DO USO DE TESTES NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA Yasmim Ferreira Pinheiro de Souza1 1 INTRODUÇÃO A avaliação psicológica é uma prática do psicólogo cada vez mais comum no Brasil, e utiliza de técnicas, métodos e instrumentos para sua realização. O psicólogo recorre a entrevistas, observações, inventários, testes psicológicos, dentre outros, buscando a obtenção de uma vasta gama de informações profundas em relação ao avaliado para que haja uma tomada de decisões efetivas e de qualidade. Em relação a avaliação psicológica, uma etapa primordial para que a mesma aconteça fica a cargo da escolha de instrumentos e técnicas que mais se adequem as particularidades do indivíduo avaliado. A utilização de testes corretos visa atender as demandas especificar do avaliado e, quando utilizados testes impróprios, as consequências podem gerar resultados catastróficos na vida do avaliado. Por isso, o presente estudo deseja trazer apontamentos e considerações referentes a utilização de testes dentro do processo de avaliação psicológica. Para isso, a publicação de SCHNEIDER et al (2020) servirá como base para que se possa verificar a relevância das colocações destacadas pelos respectivos autores. 2 DESENVOLVIMENTO Tendo como base as colocações trazidas pelos autores, é valido destacar o quão importante é a compreensão das demandas do avaliando. Há uma vasta gama de testes que visam a compreensão de diversos e diferentes aspectos humanos, por isso, ter bem claro qual o objetivo principal que levou o indivíduo a buscar atendimento 1 Acadêmica de Psicologia, UNIFASE, desouza.yasmim09@gmail.com 2 é um fator relevante na escolha de um teste, auxiliando o profissional da psicologia a não aplicar testes desnecessários, facilitando o andar da avaliação psicológica. Também se mostra muito pertinente o conhecimento da literatura sobre estas demandas a fim de compreender se de fato é necessário a aplicação de testes. Se mostra bastante válidos os sites, as revistas científicas e as bases de dados disponíveis para consulta, o que acaba inclusive facilitando a prática profissional, pois esse conhecimento teórico sem dúvidas fará com que os testes escolhidos forneçam dados que facilitarão possíveis intervenções e servirão de base para possíveis diagnósticos. Se basear também buscando publicações cada vez mais recentes, fomentam uma atuação que abarque a realidade do avaliado, visto que o uso de documentos antigos pode não contemplar mudanças que ocorreram em relação a testes mais antigos. A leitura em relação aos manuais também é extremamente relevante, para que se compreenda se de fato o teste escolhido atende as demandas apresentadas pelo avaliando. Não foi muito abordado ao longo da publicação sobre a possibilidade de modificação da bateria de testes previamente elaborada para abarcar demandas que possam vir a surgir ao longo do processo de anamnese e das entrevistas psicológicas, ficando de certa maneira uma dúvida quanto a esta possibilidade. É importante fomentar a validade de diferentes técnicas de avaliação, como foi feito pelos autores, mas em relação aos testes propriamente ditos foi uma informação não levantada e que deixou uma incógnita em aberto. Destacar a consulta ao SATEPSI é um ponto importante, visto que em uma prática profissional, aplicar apenas testes que se encontram com parecer favorável faz total diferença. E além disto, o SATEPSI fornecer informações referentes a área de avaliação psicológica facilita ainda mais o acesso ao conhecimento teórico necessário ao psicólogo no seu trabalhar. Importantíssimo ao profissional questionar o que é estritamente necessário para atender as demandas anteriormente delimitadas, para que se utilize os instrumentos ideais e válidos. E ainda necessário que, quando se deparar com testes sem seu uso aprovado pelo SATEPSI, refazer a pesquisa literária a fim de encontrar um teste (ou mais) substituto que englobe os constructos que devem ser abordados na avaliação psicológica. 3 O conhecimento prévio em relação ao teste é um ponto que merece destaque. Como é possível de observar ao longo da formação em psicologia, saber aplicar um teste é algo fundamental na escolha do instrumento, visto que a falta de domínio de um teste pode ter como resultado dados imprecisos que podem afetar diretamente um diagnóstico e possíveis intervenções. Neste caso, é importante que o psicólogo seja sincero consigo mesmo em relação as suas capacidades de utilizar aquele instrumento, e deve ainda desistir de utilizá-lo caso não possua segurança na maneira de aplicá-lo. 3 CONCLUSÃO A avaliação psicológica é um processo dinâmico e complexo, capaz de nortear o indivíduo avaliado nos mais diversos aspectos da vida com os resultados obtidos na aplicação. E a utilização de testes dentro de um processo de avaliação faz com que esse processo seja ainda mais completo, dando respaldo em diagnósticos e intervenções. Conhecer bem a literatura, a teoria, a metodologia e a finalidade de um teste é algo fundamental na prática do psicólogo que trabalha com avaliação psicológica e, ainda é necessário pontuar que estudar a fundo o teste é extremamente necessário durante o exercício da profissão, visto que ter domínio de um teste faz com que os resultados obtidos sejam ainda mais precisos. Apesar disto, mostra-se válido destacar que é imprescindível que o psicólogo recorra a outros instrumentos de avaliação, como a entrevista psicológica, a observação da conduta da pessoa examinada e também a sua vida pregressa, para que se tenha um diagnóstico sólido. Além de um trabalho que tenha uma vasta gama de avaliações, é importantíssimo que o trabalho do psicólogo seja feito com muita qualidade e com um olhar sem vieses e sem preconceitos, validando sempre as particularidades que permeiam a vida de um ser humano. REFERÊNCIAS SCHNEIDER, Andréia Mello de Almeida et al. Planejamento do Processo de Avaliação Psicológica: Implicações para a Prática e para a Formação. Psicol. cienc. prof., Brasília, v. 40, e214089, 2020.
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