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Aula 14 - O Conhecimento Apreensão e Expressão da Realidade

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Ciências Humanas e Sociais Aplicadas 
O Conhecimento: Apreensão e Expressão da Realidade
Filosofia – Ensino Médio
O Conhecimento: Apreensão e Expressão da Realidade
Índice
Slide 3: O que é o conhecimento
Slide 4: Definição de Racionalismo e Empirismo
Slide7: Características do Empirismo segundo John Locke
Slide 8: Características do Racionalismo
Slide 10: A questão do inatismo
Slide 12: A teoria de Platão
Slide 17: O mito da caverna
Slide 21: O Racionalismo de René Descartes
Slide 33: Kant e a teoria Apriorista
O que é, afinal, conhecer?
• Conhecer é representar, cuidadosamente, o que é
exterior à mente.
• No processo de conhecimento, dois elementos são
indispensáveis: O Sujeito e o Objeto.
• O sujeito é o elemento que conhece e o objeto é o
elemento conhecido.
• Sujeito: Nossa consciência, nossa mente.
• Objeto: A realidade, o mundo e os fenômenos (e a
nossa própria consciência, quando nós refletimos).
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O Conhecimento: Apreensão e Expressão da Realidade
Possibilidades do conhecimento na modernidade 
Empirismo e Racionalismo
•Empirismo
É a forma de conhecer que valoriza nossas
percepções sensoriais.
•Racionalismo
Somente a razão humana, trabalhando com
os princípios lógicos, pode atingir o
conhecimento verdadeiro.
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O Conhecimento: Apreensão e Expressão da Realidade
Para o empirista, todo o conhecimento está baseado na 
experiência sensorial. Depende, portanto, em última 
instância, de, pelo menos, um dos nossos cinco sentidos.
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O Conhecimento: Apreensão e Expressão da Realidade
Para o racionalista, a verdade só pode ser
conhecida mediante o trabalho lógico da mente,
independentemente das percepções sensoriais.
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O Conhecimento: Apreensão e Expressão da Realidade
CARACTERÍSTICAS DO EMPIRISMO
• A verdade está na percepção dos sentidos;
• Não existem ideias inatas, isto é, toda ideia foi 
adquirida pela percepção sensorial.
“ Suponhamos, portanto, que a mente seja uma folha
em branco, desprovida de caratceres, sem qualquer
ideia. De que modo receberá as ideias? (...) Respondo:
da experiência. É este o fundamento de todos os nossos
conhecimentos; daí extraem a sua origem primeira.”
(Ensaio sobre o entendimento humano, Livro II, Cap. 1, sec. 19)
John Locke
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O Conhecimento: Apreensão e Expressão da Realidade
CARACTERÍSTICAS DO RACIONALISMO
• A razão humana é o único instrumento capaz de
conhecer a verdade;
• Os princípios lógicos fundamentais são inatos, ou seja,
não dependem da experiência sensorial;
• A experiência sensorial é uma fonte permanente de
erros;
• Ao nascermos, trazemos em nossa inteligência alguns
princípios racionais e ideias verdadeiras.
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O Conhecimento: Apreensão e Expressão da Realidade
“De sorte que, após ter pensado bastante nisso e de
ter examinado cuidadosamente todas as coisas,
cumpre enfim concluir e ter por constante que essa
proposição, eu sou, eu existo, é necessariamente
verdadeira todas as vezes que a enuncio ou que a
concebo em meu espírito.”
(Regras para direção do Espírito)
René Descartes
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O Conhecimento: Apreensão e Expressão da Realidade
A QUESTÃO DO INATISMO
Percebemos que o princípio do racionalismo é a
teoria do inatismo, ou seja, a crença de que, ao
nascermos, já trazemos conosco algumas ideias. Por
outro lado, o empirismo fundamenta-se na crença
de que nossa mente nasce vazia e somente no
contato com o mundo, por meio dos nossos
sentidos, é que iremos construir as ideias.
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O Conhecimento: Apreensão e Expressão da Realidade
Você acredita na existência de algum 
conhecimento inato?
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Platão acredita que sim!
Esse importante filósofo grego 
nasceu em Atenas, provavelmente 
em 427 a.C. e morreu em 347 a.C. É 
considerado um dos principais 
pensadores gregos, pois influenciou 
profundamente a filosofia ocidental. 
Ele defendia a existência de ideias 
inatas na matemática, como 
veremos no trecho de uma de suas 
obras, a seguir:
Imagem: Unknown Author / Public Domain
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O Conhecimento: Apreensão e Expressão da Realidade
Platão defende a existência de ideias inatas em várias de
suas obras, mas as passagens mais conhecidas se encontram
nos diálogos: Mênon e República.
Vejamos:
No Mênon, Sócrates dialoga com um escravo analfabeto.
Fazendo-lhe perguntas certas na hora certa, o filósofo
consegue que o jovem escravo demonstre sozinho um difícil
teorema de geometria. As verdades matemáticas vão surgindo
no espírito do escravo à medida que Sócrates vai fazendo as
perguntas.
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O Conhecimento: Apreensão e Expressão da Realidade
Como isso seria possível, indaga Platão, se o
escravo não houvesse nascido com a razão
e com os princípios da racionalidade?
Você já passou 
por uma situação 
parecida com a 
do tal escravo?
Imagem: Lilyu / WTFPL 2.0
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O Conhecimento: Apreensão e Expressão da Realidade
Além de acreditar nas ideias inatas, Platão
também afirmava que não podíamos confiar nos
sentidos, já que eles estão sujeitos a erros e a
falsas opiniões. Para exemplificar sua tese,
Platão cria o famoso “Mito da caverna”.
Vejamos o que nos diz o mito da caverna:
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O Conhecimento: Apreensão e Expressão da Realidade
O Mito da caverna
Imaginemos um muro bem alto separando o mundo
externo e uma caverna. Na caverna, existe uma fresta por
onde passa um feixe de luz exterior. No interior da
caverna, permanecem seres humanos que nasceram e
cresceram ali. Ficam de costas para a entrada,
acorrentados, sem poder mover-se, forçados a olhar
somente a parede do fundo da caverna, onde são
projetadas sombras de outros homens. Desse modo, os
prisioneiros julgam que essas sombras sejam a realidade.
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O Conhecimento: Apreensão e Expressão da Realidade
O Mito da caverna
Imagine que um dos prisioneiros consiga se libertar e,
aos poucos, vá se movendo e avance na direção do muro e
o escale, enfrentando com dificuldade os obstáculos que
encontre e saia da caverna, descobrindo não apenas que as
sombras eram feitas por homens como eles e, mais além,
todo o mundo e a natureza. Caso ele decida voltar à
caverna para revelar aos seus antigos companheiros a
situação extremamente enganosa em que se encontram,
correrá, segundo Platão, sérios riscos - desde o simples ser
ignorado até, caso consigam, ser agarrado e morto por eles,
que o tomaram por louco e inventor de mentiras.
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O Conhecimento: Apreensão e Expressão da Realidade
Alegoria da caverna
Animação disponível no Youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=Rft3s0bGi78&feature=related
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O Conhecimento: Apreensão e Expressão da Realidade
O que eu vejo é a realidade ou uma 
cópia imperfeita dela?
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Interpretando o mito da caverna
• O que é a caverna?
- O mundo de aparências em que vivemos.
• O que são as sombras projetadas no fundo?
- As coisas que percebemos.
• O que são os grilhões e as correntes?
- Nossos preconceitos e opiniões..............
• Quem é o prisioneiro que se liberta e sai da caverna?
- O filósofo.
• O que é o mundo fora da caverna?
- A realidade.
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O Conhecimento: Apreensão e Expressão da Realidade
Outro filósofo que
também defende a tese do
inatismo é o francês René
Descartes. Segundo ele, em
sua obra: “Discurso do
método” existem três tipos
de ideias: Ideias Adventícias,
Ideias Fictícias e IdeiasInatas.
Vejamos cada uma delas!
RENÉ DESCARTES ( 1596 -1650)
Imagem: Frans Hals / Frans Hals
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1. Ideias adventícias
São aquelas vindas de fora, que se originam de nossa sensação e
percepção. Para Descartes, esse tipo de ideia, são, de um lado,
ideias da qualidade sensorial: cor, odor, som, textura, tamanho,
paladar, mas, por outro, também, são as opiniões formuladas
com base nessas ideias, geralmente enganosas, ou falsas.
EXEMPLO:
Ao olhar para o céu, meu sentido da visão me diz que o sol 
se move de leste para oeste, mas, ao estudar astronomia, 
vejo que tal opinião é falsa, pois, na verdade, a terra é que 
gira e o sol se mantém parado.
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O Conhecimento: Apreensão e Expressão da Realidade
Se você nunca tivesse estudado nas aulas de ciência e
de geografia, sobre o movimento de rotação da terra,
provavelmente confiaria em sua visão e acreditaria que o sol
se move entre o amanhecer e o entardecer.
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O Conhecimento: Apreensão e Expressão da Realidade
Você acha que os sentidos podem
realmente enganar?
A ilusão da grelha* de Hermann
foi observada por Ludimar Hermann
em 1870. Quando se olha um
desenho com quadrados negros
sobre um fundo branco, tem-se a
impressão de que surgem manchas
"fantasmas" nas intersecções das
linhas. As manchas desaparecem
quando se observa diretamente a
intersecção.
Imagem: en:User:Famousdog / Public Domain
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O Conhecimento: Apreensão e Expressão da Realidade
Qual é VERDADEIRA imagem apresentada? Você vê 
uma jovem ou uma senhora de perfil?
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2.Ideias fictícias: São aquelas que criamos em nossa fantasia e
imaginação por meio de um processo de composição, formando
seres inexistentes, como fadas, duendes, sereias... São as fabulações
da arte, da literatura, do mito, da superstição. Essas ideias nunca são
verdadeiras, pois não correspondem a nada que exista realmente e
sabemos que foram inventadas por nós mesmos, quando já
recebemos prontas de outros que as inventaram.
3. Ideias Inatas: São aquelas que não poderiam vir de nossa
experiência sensorial, porque não há objetos sensoriais ou sensíveis
para elas, nem poderiam vir de nossa fantasia, pois não tivemos
experiência sensorial para compô-las na nossa memória.
EXEMPLO:
A ideia de infinito é uma ideia inata, pois não temos 
nenhuma experiência sensorial da infinitude.
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O Conhecimento: Apreensão e Expressão da Realidade
Para Descartes, é possível 
conhecer a verdade?
Mas para isso o conhecimento
deve passar por um rígido
processo metódico que começa
com a... DÚVIDA
A resposta é sim!
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O Conhecimento: Apreensão e Expressão da Realidade
A DÚVIDA...
“Desde os meus primeiros anos de vida, aceitei
como verdadeira uma quantidade de falsos
conceitos, e o que construí depois, sobre princípios
tão inseguros, só poderia ser muito duvidoso e
incerto; de modo que se fazia necessário que eu
decidisse seriamente me desfazer de todas as
opiniões recebidas até então e recomeçar a partir
dos alicerces, se quisesse instituir algo de sólido e
permanente nas ciências...(...)
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O Conhecimento: Apreensão e Expressão da Realidade
A DÚVIDA...
(...) E mais ainda, assim como eu penso às vezes
que os outros se enganam até nas coisas que
acreditam saber com a maior certeza, pode ser que
ele tenha querido que eu me enganasse sempre
que somo dois e três, ou quando enumero os lados
do quadrado, ou quando considero coisas algo
ainda mais fácil que essas, se é que se pode
imaginá-las.(...)
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A DÚVIDA...
(...) Permanecerei obstinadamente preso a esse
pensamento; e se por tal meio não estiver em meu
poder alcançar o conhecimento de qualquer verdade,
ao menos estará em meu poder suspender o meu
juízo. Eis porque procurarei cuidadosamente não
aceitar nenhuma falsidade, e prepararei tão bem o
meu espírito contra as astúcias desse grande
enganador, que, por mais poderoso e astuto que seja,
jamais poderá me impor coisa alguma.(...)”
(Meditações Metafísicas)
René Descartes
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ÚNICA VERDADE LIVRE DE DÚVIDAS SEGUNDO 
DESCARTES
Meus pensamentos existem!
Se meus pensamentos existem, eu existo!
Portanto: Penso, logo existo!
Para Descartes, a existência do pensamento é mais certa 
que a sua existência corporal, já que é preciso pensar 
para ter a certeza de que existe o corpo pensante!
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PENSO EXISTO
Vamos filosofar...
Se a consciência antecede o corpo, seria
essa a origem das ideias inatas defendidas
pelos racionalistas?
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O Conhecimento: Apreensão e Expressão da Realidade
Kant (1724-1804) foi um
filósofo prussiano, considerado
como o último grande filósofo
dos princípios da era moderna,
indiscutivelmente um dos
pensadores mais influentes,
afirma que todo conhecimento
começa com a experiência, mas
que a experiência sozinha não
nos dá o conhecimento.
A solução de Kant para o dilema 
Racionalismo X Empirismo
Imagem: Unknown Author / Public Domain
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Principais ideias de Kant:
• É preciso um trabalho do sujeito para organizar os
dados da experiência;
• Antes da experiência sensorial, existem na mente
humana certas estruturas que possibilitam o
conhecimento;
• Portanto, a experiência fornece a matéria do
conhecimento e a razão organiza essa matéria de
acordo com estruturas existentes a priori, daí o termo
apriorismo para a teoria kantiana.
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Para não concluir...
Certa vez, um cosmonauta e um neurologista russos
discutiam sobre religião. O neurologista era cristão, e o
cosmonauta não. “Já estive várias vezes no espaço”,
gabou-se o cosmonauta, “e nunca vi nem Deus, nem
anjos”. “E eu já operei muitos cérebros inteligentes”,
respondeu o neurologista, “e também nunca vi um
pensamento”.
O mundo de Sofia, Jostein Gaardner, Cia. das Letras, 1995
E você? Só acredita no que vê?
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