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Redes de Atenção à Saúde (RAS) – 15.03.21 Qualquer profissional de saúde pode fazer o acolhimento do paciente. O acolhimento é recepcionar e ouvir a demanda da pessoa. A demanda espontânea ou livre demanda é quando o próprio paciente procura atendimento sem agendamento prévio. Via Sisreg a consulta com o oncologista é marcada para o sr. Josué através de referência/contra referência. Em até 30 dias o paciente deve ter todos os seus exames realizados e até 60 dias (como o caso do sr. Josué é grave) para receber todo o tratamento adequado. No caso do sr. Josué houve falha na atenção secundária, demonstrando interdependência na rede, pois essa falha não permitiu a continuação do tratamento integral do paciente. Contexto em que as RAS foram criadas: Até a década de 60/70 a prevalência era de doenças agudas e não de doenças crônicas, mas houve uma transição epidemiológica em que as pessoas passaram a morrer menos de doenças infecciosas e, consequentemente, passaram a viver mais, passando, então, pela transição demográfica. As pessoas mais velhas sofrem mais com as doenças crônicas, necessitando de acompanhamento, cuidados contínuos e integrais relacionados também à promoção de saúde. O modelo de saúde do país era voltado para tratamento de doenças infecciosas, um sistema fragmentado em que o contato com os pacientes era pontual (só iam ao serviço de saúde quando estavam doentes – ações curativas). A origem das RAS se deu no Reino Unido, com o relatório Dawson, resultado de mudanças no sistema de proteção social daquele país após a I Guerra Mundial. As RAS são organizações poliárquicas que contemplam serviços de saúde em um determinado território. Serviços de vários níveis de atenção e diversas densidades tecnológicas articulando-se para o atendimento contínuo e integral do usuário. Tem a APS (atenção primária/básica) como centro de comunicação – coordenadora da rede, pois é a porta de entrada da rede (não a única, mas a preferencial). Todos os serviços da RAS, independente do nível de atenção à saúde, são fundamentais e interdependentes (deve haver uma comunicação entre eles para garantir que o paciente caminhe pelos vários níveis de atenção à saúde). Os objetivos da RAS - com qualidade e de forma humanizada: · Integralidade do cuidado em saúde (contínua) · Integração das ações e serviços de saúde (coordenadora da rede) Na portaria de 2010 tem a definição do que seja a rede: “são arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado”. Essas ações e serviços precisam estar integrados para garantir a integralidade do cuidado. A densidade tecnológica está relacionada à quantidade de equipamentos e instrumentais disponíveis em determinado serviço – alto investimento em equipamentos. A hierarquização dos níveis de atenção à saúde está relacionada a densidade tecnológica e a pirâmide não demonstra a interdependência entre os níveis de atenção à saúde. Tecnologias de Cuidado em Saúde Tudo o que é utilizado como instrumento para levar cuidado às pessoas e, dessa forma, o próprio profissional pode ser considerado tecnologia em suas interações. · Tecnologias leves – do relacionamento, acolhimento do paciente, estímulo ao autocuidado – presente principalmente na atenção básica, mas não somente lá. · Tecnologias leve-duras – demandam conhecimentos estruturados (epidemiologia, diretrizes...) adquirido na formação do profissional, protocolos... · Tecnologias duras – máquinas e instrumentos – encontrado principalmente no nível terciário de atenção à saúde. Como profissionais de saúde, precisamos criar um plano de cuidados pro nosso paciente em que ele participe da construção e da viabilidade, estabelecendo, assim, uma aliança terapêutica. Pra garantir a resolutividade do cuidado do plano de cuidados é preciso que exista a comunicação entre distintos pontos de oferta de serviço à saúde, que são interdependentes. O plano de cuidados precisa ter ênfase no autocuidado apoiado, motivando o paciente a se cuidar. O usuário caminha na rede através do sistema de regulação (Sisreg) – referência / contra-referência. O caminhar/itinerário do paciente na RAS é chamado linhas de cuidado. Essas linhas de cuidado determinam como o paciente caminha na RAS. As linhas de cuidado também contem os protocolos e diretrizes, normatizam e orientam os profissionais de saúde para que tenham conhecimento do caminhar desse paciente na rede, garantindo a ele o acesso a todas as ações e serviços que ele necessitar. As linhas de cuidado são o fluxo assistencial de acordo com a necessidade. As linhas de cuidado estão delineadas em função dos ciclos de vida: criança, adolescente, idoso, entre outros. Existem pessoas que possuem determinadas demandas por um tempo específico (durante a gestação, por exemplo) ou por toda a sua vida. Por isso, existem também as redes temáticas, que são linhas de cuidado voltadas para um grupo específico da população que tem necessidades em específicas, mas comuns. Por exemplo, a rede cegonha (voltada para gestantes), rede de urgência e emergência (SAMU, UPA, por exemplo), rede de atenção psicossocial, entre outras. Características importantes das RAS: · Formar relações horizontais entre diferentes pontos de atenção (interdependência) · APS: centro de comunicação entre os serviços · Organizar as ações segundo necessidades de saúde de população específica (redes temáticas e linhas de cuidado) · Ofertar atenção contínua e integral · Cuidado multiprofissional – Interprofissionalidade (diversos profissionais de várias áreas/especialidades na área da saúde e também profissionais de outras áreas) Elementos construtivos das RAS – o que precisamos ter para que a rede de saúde funcione? · População – razão de existir da rede · Estrutura operacional – 5 componentes · APS – centro de comunicação · Atenção secundária e terciária – ofertar serviços de diferentes tipos de atenção. · Sistemas de apoio: serviços comuns a toda a RAS (laboratórios, oncologia, hemonúcleo, radioterapia...) · Sistemas logísticos: informação (tecnologia/transporte) – prontuário, cartão nacional de saúde, transporte de insumos... · Sistemas de governança: articulação operacional (gestão que se aplica a todos os níveis de atenção) · Modelo de atenção à saúde (agudas e crônicas) – entendimento do processo saúde-doença Integralidade do cuidado que oferte ações de saúde capazes de atender as necessidades das pessoas portadoras de condições agudas ou crônicas. População e Região de Saúde - regionalização As regiões de saúde - espaços territoriais complexos (identidades culturais, econômicas e sociais, com redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados do território). A população sob responsabilidade de uma rede é a que ocupa a região de saúde. Otimização de recursos. Sistemas de Apoio São os locais onde são prestados serviços de saúde comuns a todos os pontos de atenção/da rede. São constituídos por 3 sistemas: · Sistemas de apoio diagnóstico e terapêutico; · Sistema de assistência farmacêutica; · Sistemas de informação em saúde. Sistemas Logísticos – importantes para permitir comunicação entre os pontos da rede Promover a eficaz integração e comunicação entre pontos de atenção à saúde e os sistemas de apoio. Podem referir-se a pessoas, produtos ou informações. Os sistemas logísticos são: · Cartão de identificação dos usuários · Prontuário clínico (informatizado ou manuscrito) · Sistema de acesso regulado à atenção à saúde · Sistema de transporte (pessoas, material biológico e resíduos sólidos) Sistemas de Governança Arranjos institucionais organizados que envolvem diferentes atores, estratégias e procedimentos, para gerir, de forma compartilhada e interfederativa, as relações entre as outras estruturas operacionais. É necessária a gestão para que a rede aconteça e atinja o seu objetivo, que é integrar os serviços de saúde, atendendo o princípio da integralidade,atendendo todas as necessidades do indivíduo (da vacina à UTI). Fundamentos e atributos das RAS · Região de Saúde ou Abrangência, pois a rede cuida de uma população definida; · População e territórios definidos; · Extensa gama de estabelecimentos de saúde prestando diferentes serviços; · APS como primeiro nível de atenção (porta de entrada preferencial); · Serviços especializados. · Economia de escala - oferecer o serviço ao maior número de pessoas possível para que o investimento valha a pena. Otimizar recursos ofertando os serviços ao maior número de pessoas possível. · Suficiência e qualidade · Acesso – ausência de barreiras · Processos de substituição – processos e atividades são passíveis de substituição, reorganização ou aprimoramento. · Disponibilidade de recursos – integração vertical e horizontal.
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