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Anatomia Patológica I

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Carolina Pretti – TXIV A 
1
Anatomia Patológica 1
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 2 
PROCESSOS PATOLÓGICOS E ADAPTATIVOS ............................................................................................................................................................................................................................................................................................. 2 
LESÃO POR HIPÓXIA................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 3 
NECROSE .............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 4 
APOPTOSE .......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 5 
INFLAMAÇÕES ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 7 
HEMORRAGIA .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 9 
HEMOSTASIA .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................10 
TROMBOEMBOLISMO .......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 11 
GRANULOMA – INFLAMAÇÃO CRÔNICA GRANULOMATOSA .............................................................................................................................................................................................................................................. 13 
REPARO TECIDUAL ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 14 
NEOPLASIA ...................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 16 
CICLO CELULAR ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 20 
PIGMENTAÇÃO........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 24 
 
Carolina Pretti – TXIV A 
2 
 
Introdução
A patologia é o estudo do sofrimento (pathos), ou seja, refere-se ao estudo das 
causas das doenças, os mecanismos que as produzem e as alterações morfológicas e 
funcionais que apresentam. Essa análise é feita tanto a nível celular como a nível 
tecidual e sistêmico. 
De acordo com a ênfase dada a determinado aspecto, a patologia pode ser sub-
classificada em etiologia (se atém às causas das lesões), patogenia (se atém ao meca-
nismo de formação), morfopatologia (subdividida em anatomia patológica e histopato-
logia) e a fisiopatologia (estuda a alteração funcional do órgão afetado) 
Processos patológicos e adaptativos
Uma agressão pode levar a um mecanismo de defesa ou à uma lesão. Bem como 
esse mecanismo de defesa pode criar uma lesão ou pode seguir para um processo 
adaptativo. 
AGRESSÃO → DEFESA → ADAPTAÇÃO → SAÚDE 
Se tivermos uma agressão e o organismo não conseguir responder de forma efetiva a essa 
agressão temos o processo chamado doença. 
AGRESSÃO → DEFESA → LESÃO (reversível ou irreversível) → DOENÇA 
Assim, uma doença é sempre desencadeada pela ação de um agente agressor. Essa 
lesão pode ser reversível, como a apoptose ou irreversível, como a necrose, como 
também pode ser boa ou ruim. Isso porque essa agressão pode, ainda, gerar uma 
resposta de defesa, promovendo uma adaptação ou uma lesão no tecido acometido. 
Os processos que alteram a homeostase celular são o aumento da demanda, alte-
ração do estímulo trófico (crescimento), diminuição dos nutrientes, irritação crônica 
(química ou física) e agentes externos. Estes, após uma resposta celular, causam uma 
adaptação e a célula vive. 
Os processos nocivos são a redução do suprimento de O2, lesões químicas, infec-
ções microbianas ou virais e traumas. Estes, após uma resposta celular, causam morte 
celular através da necrose ou da apoptose. 
Hiperplasia 
É o aumento do número de células que ocorre pela proliferação de células já dife-
renciadas e substituição por células tronco do tecido em questão, geralmente resul-
tando no aumento do volume. Esse processo é uma resposta adaptativa em células 
que sintetizam o DNA e são capazes de se duplicar, através da mitose. 
Elas podem ser fisiológicas ou patológicas. As fisiológicas são a hiperplasia hormonal 
e hiperplasia compensatória, ou seja, o tecido remanescente cresce para compensar 
a perda tecidual parcial. As patológicas são causadas por estimulação hormonal exces-
siva ou por fatores de crescimento (tanto codificados de fatores virais, quanto por 
genes de células infectadas com agentes invasores). 
A hiperplasia ocorre simultaneamente com a hipertrofia e sempre responde ao 
mesmo estímulo da hipertrofia, assim, há aumento numérico das células e no tamanho 
delas também.A diferença entre um câncer maligno e um câncer benigno está na 
sensibilidade aos mecanismos de controle de regulação fisiológicos, que podem se tor-
nar ineficazes ou desregulados. 
Geralmente é causada pela produção normal de fatores de crescimento ou a ativa-
ção de determinadas vias de sinalização intracelular. Essas alterações ativam genes 
incluindo os que codificam os fatores de crescimento reguladores do ciclo celular, 
resultando na proliferação celular. 
O aumento do volume tecidual após alguns tipos de perda celular ocorre tanto atra-
vés da proliferação das células remanescentes, como também pelo desenvolvimento 
de novas células a partir de células integras. 
Hipertrofia 
Representa o aumento no tamanho das células, o que acaba resultando no aumento 
do tamanho dos tecidos e órgãos. Isso ocorre sem que haja aumento no número de 
células, ou seja, não existem células novas nesse processo, há apenas o aumento de 
organelas e componentes estruturais, como proteínas, assim, não há processo mitó-
tico. Pode-se dizer que há um “aumento na carga de trabalho” celular. Esse processo 
ocorre em células que são limitadas em sua capacidade de duplicação, já que decorrem 
do aumento da demanda funcional, por fatores de crescimento ou por estímulos hor-
monais específicos. O excesso de carga é dividido por uma massa maior de compo-
nentes celulares, poupando o tecido de um trabalho excessivo e evitando que este 
seja lesionado. 
Atrofia 
É o processo que diz respeito a diminuição de tamanho celular pela perda de subs-
tância interna. Pode acarretar uma diminuição no tecido e, consequentemente, nos 
órgãos, dependendo da extensão da atrofia nas células. Assim, as células que atrofiam 
têm uma diminuição na sua função, porém ainda estão vivas. A atrofia é uma combi-
nação de síntese proteica diminuída (queda na atividade metabólica) e degradação pro-
teica aumentada (via ubiquitina-proteossoma = múltiplas cópias do peptídeo ubiquitina 
conjugam-se às proteínas celulares e as direcionam para degradação nos proteosso-
mos). As causas desse processo incluem a diminuição da carga de trabalho das células, 
a perda de inervação, diminuição do aporte sanguíneo, nutrição insuficiente ou inade-
quada, perda de estímulo endócrino e envelhecimento. Em diversos casos, a atrofia é 
acompanhada de um aumento na autofagia, que consiste num processo no qual a 
célula, privada de nutrientes, digere seus próprios componentes celulares em busca 
de nutrição para se manter viva, acarretando aumento de vacúolos autofágicos. 
As atrofias podem ser: 
o Atrofia fisiológica: redução do volume de órgãos pelo processo normal de enve-
lhecimento. Por exemplo, o timo e os órgãos linfóides na puberdade e o útero e 
as mamas na menopausa. 
o Atrofia patológica: redução do volume de órgãos do limite normal de variabilidade 
o Atrofia por inanição: a má nutrição causada pela deficiente ingestão, absorção ou 
metabolização de alimentos provoca o emagrecimento geral (caquexia), com con-
sequências físicas e mentais. As principais causas são a fome, anorexia nervosa 
e câncer. Os tecidos mais afetados em ordem decrescente são adiposo, muscular 
e linfático. Em seguida vem pele, glândulas e ossos. Os mais preservados são 
pulmões, coração e cérebro. 
o Atrofia por desuso: a inatividade diminui o metabolismo celular, causando atrofia. 
O músculo esquelético sofre atrofia quando não estimulado. É reversível. Por 
exemplo, imobilização com gesso. 
o Atrofia vascular por diminuição da circulação local: ocorre devido a diminuição da 
circulação. Por exemplo, em casos de trombose. 
o Atrofia endócrina: tecidos e glândulas dependentes de estímulo hormonal sofrem 
atrofia na deficiência dos hormônios na circulação. Por exemplo, atrofia da ti-
reóide após lesão da hipófise secundária por tumor. 
o Atrofia por compressão: a pressão sobre um tecido dificulta o seu crescimento, 
assim como provoca atrofia. Por exemplo, aneurismas que comprimem a micro-
circulação de um órgão, diminuindo a oxigenação e os nutrientes da célula. 
Metaplasia 
 É uma alteração reversível na qual um tipo celular maduro (epitelial ou mesenquimal) 
é substituído por outro tipo celular também maduro. Nesse tipo de alteração celular, 
uma célula sensível a determinado estresse é substituída por outro tipo celular mais 
apto a habitar aquele microambiente. Trata-se de uma alteração fenotípica de células 
já diferenciadas (processo de transdiferenciação) por uma reprogramação de células-
tronco → processo de transdiferenciação. Um exemplo desse caso é a metaplasia 
epitelial que ocorre em tabagistas. As células que formam o trato respiratório, prin-
cipalmente traqueia e brônquios, são características do Tecido Epitelial Pseudoestrati-
ficado Cilíndrico Ciliado. Porém, em tabagistas, esse tecido é substituído (ao longo da 
agressão da fumaça) por um Tecido Epitelial Pavimentoso, que é mais resistente às 
condições causadas pelo cigarro. Se a agressão persistir e a alteração celular, por 
conseguinte, também, corre-se o risco de uma formação metaplásica maligna no epi-
télio em questão. 
Processos degenerativos 
Processos degenerativos são aqueles em que há diminuição da função celular cau-
sando acúmulos de substâncias no meio intracelular, devido à desregulação do meta-
bolismo. Esses processos são reversíveis, porém, causam grave dano celular. Ocorre 
modificação da morfologia das células com diminuição das funções e alterações bioquí-
micas que resultam no acúmulo de substâncias no interior das células. 
Os processos degenerativos são classificados em degeneração hidrópica (água), de-
generação gordurosa (lípedes), degeneração hialina (proteínas), degeneração mucoides 
(muco) e degeneração glicogênica (carboidratos) 
A degeneração hidrópica se dá pelo acúmulo de água e eletrólitos, acarretando 
edema intracelular, assim, tal degeneração consiste em um transtorno de equilíbrio 
hidroelétrico. O comprometimento de energia causa déficit na bomba Na+/K+, provo-
cando desregulação hidroelétrica (aumento de Na+ intracelular), que leva à passagem 
de água para o meio intracelular por osmose. É a primeira manifestação em quase 
todas as lesões. No órgão afetado, causa aumento do peso do órgão, palidez e aumento 
do turgor celular. Há formação de vacúolos claros no citoplasma. A agressão altera a 
produção ou consumo de ATP, interfere na integridade da membrana e modifica a 
atividade da bomba. 
 
Carolina Pretti – TXIV A 
3 
 
A degeneração gordurosa acarreta esteatose. É a deposição de gorduras no cito-
plasma de células que normalmente não as armazenam. A esteatose é decorrente de 
um metabolismo deficitário das gorduras, por um agente que interfere no metabolismo 
dos ácidos graxos da célula, aumentando sua síntese ou dificultando sua utilização, 
transporte ou excreção. É causada por agente tóxicos, hipóxia, alterações na dieta. A 
lesão é comum no fígado, epitélio tubular renal e miocárdio, mas pode ser observada 
também nos músculos esqueléticos e no pâncreas. Existem graus de esteatose. Quanto 
maior o grau, maior o comprometimento hepático, podendo chegar à cirrose. Nas 
lâminas, podemos ver vacúolos de gordura dentro das células. Eles aparecem como 
bolas incolores, pois a gordura, na montagem da lâmina, foi dissolvida por substâncias 
derivadas do petróleo. Sua patogenia se dá pelo aumento dos ácidos graxos e conse-
quente diminuição na síntese de lipídeos, diminuição da utilização de ácidos graxos/tri-
glicérides, deficiência na síntese de apoproteínas e alteração no citoesqueleto da mem-
brana plasmática, 
A degeneração hialina é a deposição de material acidofílico (proteico) no citoplasma 
das células. Consiste na condensação de filamentos e proteínas que formam crepús-
culos, acúmulo de material de origem virótica e corpos apoptóticos. Pode ser uma 
alteração nas células ou no espaço extracelular, que apresenta uma aparência homo-
gênea, vítrea e rósea na coloração hematoxilina-eosina. Pode ocorrer síndrome da 
angústia respiratória dascrianças e adultos (pulmão), hialinização das ilhotas de Lan-
gerhans na diabetes (pâncreas) e hipertensão arterial, glomerulonefrites, lúpus erite-
matosos (paredes de vasos). A amiloidose se dá pelo acúmulo de amiloide (material 
proteico) no meio extracelular dos órgãos afetados. Se dá por gotículas de reabsorção 
nos túbulos renais proximais (proteinúria), aumento da síntese de imunoglobulinas (Cor-
púsculos de Russel) e defeitos do dobramento (transporte e secreção defeituosos: 
toxicidade às proteínas normais). 
A degeneração mucoide é um processo agudo e reversível, sendo encontrado mais 
frequentemente no tecido conjuntivo cartilaginoso dos ligamentos, tendões e menis-
cos, e na dura máter. Afeta principalmente o limite pele no hipertireoidismo e hipoti-
reoidismo (com formação do “mixedema” na derme) e em algumas imunopatias, como 
em síndromes reumáticas. Ocorre um aumento intracelular e ou intersticial de mucinas 
(proteínas fortemente glicosiladas) e mucopolissacarídeos (glicosaminoglicanos) em con-
sequência do aumento da função secretora dos epitélios mucíparos, durante inflama-
ção. 
Na degeneração glicogênica, ocorre infiltração glicogênica no mecanismo de hiper-
glicemia. Pode ocorrer devido a um excesso de glicose no sangue ou devido a um 
metabolismo insuficiente, podendo causar diabetes e obesidade. A glicose não metabo-
lizada na célula, seja por excesso, seja por defeito no metabolismo, é armazenada em 
forma de glicogênio. 
DIMINUIÇÃO DA INSULINA → AUMENTO DA GLICEMIA → GLICOSÚRIA → REABSORÇÃO TUBU-
LAR DE GLICOSE → APORTE EXCESSIVO DE GLICOSE NA CÉLULA → ACÚMULO DE GLICOGÊNIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lesão por hipóxia 
A isquemia se dá pela redução do fluxo sanguíneo, ocorrendo redução de oxigênio, 
redução de substratos para glicólise e redução da síntese de energia anaeróbica. As-
sim, causa uma deficiência nutricional do tecido que dependia daquele fluxo sanguíneo. 
A hipóxia se dá por diversas causas que promovem uma baixa saturação de oxigênio 
no sangue do indivíduo. Antes de abordar as causas, é importante lembrar que a PO2 
mínima normal descrita pela literatura é de 90%, mas na prática, uma saturação de 
93-95% já deve causar estranheza. Na hipóxia há presença de substratos para a 
glicólise, síntese reduzida de ATP na via glicolítica, síntese de lactato e agravo da 
acidose. Quanto as causas, podemos ter diversas causadoras do processo são elas: 
o Estase circulatória: obstrução por ateroma (inflamação com obstrução, meca-
nismo plaquetário), ruptura (escassez), vasoconstrição (ocorre muito com idosos 
no inverno e piora com placas de ateroma) e insuficiências cardíacas. 
o Hematológicos: anemias carenciais, anemias devido a hemoglobinas anormais e 
anemias genéticas. 
o Respiratória: o pulmão é o órgão responsável pela captação do O2 e pela hema-
tose, assim qualquer anormalidade, pode causar hipóxia, como enfisema e tumo-
res. São alteradas pela hipoventilação e a altitude; 
o Aumento da afinidade de oxigênio pela hemoglobina: o aumento da afinidade tam-
bém faz com que seja mais difícil com que a hemácia se desprenda do oxigênio, 
ou seja, que deposite o O2 nos tecidos que necessitam, não seguindo a velocidade 
do fluxo. São influenciados por temperatura, pressão, pH alteram a interação da 
hemoglobina com o O2, acalose que aumenta a afinidade da ligação do O2 e au-
menta a dificuldade do 02 se soltar de hemoglobina, hipotermia onde há menor 
consumo de ATP (usado em cirurgias de transplantes), quando patológica pode 
durar tempo prolongado e diminuição de 2,3 DPG que é o resíduo durante o me-
tabolismo da hemácia, age sobre a hemoglobina controlando a afinidade da hemo-
globina e do Fe com o O2. Sua alteração ocorre quando há doenças nas hemácias 
(anemia falciforme também apresenta deficiência metabólica). 
É importante lembrar que, em muitos casos de intubação, é muito comum se asso-
ciar um diurético junto, uma vez que o excesso de oxigênio circulante pode se ligar a 
hidrogênios livres gerados pela patologia e provocar aumento da pressão sanguínea e 
consequentemente geração de edemas. 
Mecanismos para o quadro de isquemia 
Em uma situação normal, onde há a presença adequada de oxigênio, as reações 
enzimáticas do ciclo de Krebs transformam e realizam a desidrogenação do piruvato, 
que após uma série de processos é capaz de produzir 8NADH, 2FADH e 2ATP, 
substratos necessários para a realização da fosforilação oxidativa. No entanto, como 
não há oxigênio para realizar a oxidação das moléculas de NADH e FADH dentro da 
matriz mitocondrial, ocorre um aumento da acidez por conta dos H+ livres que deve-
riam ter sido aceitos pelo O2, e isso provoca um aumento de acidez importante dentro 
da matriz mitocondrial. Com o aumento da acidez, ocorre uma desnaturação progres-
siva das enzimas capazes de realizar a fosforilação oxidativa e o ciclo de Krebs, inici-
ando o processo de sofrimento celular. 
Com a dificuldade da célula para a realização dos processos mais rentáveis em 
termos energéticos, a célula insiste na tentativa de produção de ATP para manter 
uma sobrevida. Portanto, o que ocorre é a intensificação da glicólise, processo pouco 
rentável (apenas 2 ATPs gerados) que já vinha ocorrendo em baixa escala dentro do 
citoplasma celular. No entanto, um dos produtos da glicólise é o ácido pirúvico, que se 
não for utilizado recebe a doação de hidrogênios dos aceptores intermediários (NAD 
e FAD) e se transforma no lactato, um componente extremamente ácido que inicia 
uma série de cadeias destrutivas para a célula. 
Devemos lembrar que faixa de variação aceitável de pH é extremamente estreita, 
variando fisiologicamente de 7,38 a 7,42, apesar de os laboratórios dizerem ser acei-
tável uma condição de 7,35 (não deve-se considerar aceitável, pensar sempre no 
fisiológico). Em uma condição de acidose, onde o pH se encontra menor do que 7,38, a 
célula começa a sofrer processos de degeneração importantes para sua sobrevida. 
Primeiramente, devido ao pH mais ácido, as enzimas do citoplasma celular perdem seu 
funcionamento ótimo e deixam de ser efetivas, prejudicando inclusive o processo de 
glicólise, o único processo de geração de ATP vigente na célula no momento. Se não 
há uma adequada produção de ATP, a bomba de sódio e potássio para de funcionar, e 
as 3 moléculas de sódio que deveriam sair da célula não saem mais. O sódio intracelular 
gera um importante efeito osmótico, fazendo com que grande quantidade de água 
entre na célula e aumenta a pressão sobre as membranas celulares e organelas. Como 
se não bastasse, a não presença de ATP faz com que ocorra um grande influxo de 
cálcio, que é um importante cofator para o aumento de enzimas (fosfolipases, pro-
teases, endonucleases) que orquestram uma verdadeira destruição dentro da célula, 
sendo assim responsável pelo perda irreparável de microvilosidades, pela formação de 
bolhas, pela tumefação do retículo endoplasmático e também pela destruição da mem-
brana lipídica. Esse processo se chama degeneração hidrópica. 
Além disso, existem dois outros mecanismos de destruição celular através da baixa 
síntese de ATP. Podemos ter a liberação intracelular e ativação das enzimas lisossô-
micas, causando um processo de diminuição da basofilía e digestão de proteínas. 
Degeneração hidrópica Degeneração gordurosa 
Degeneração hialina Degeneração glicogênica 
 
Carolina Pretti – TXIV A 
4 
 
Podemos ter também um desprendimento dos ribossomos do reticulo endoplasmático, 
causando falha na síntese proteica e assim causando um acúmulo de lipídios nas orga-
nelas. 
Mecanismos de se averiguar a morte celular e consequên-
cias 
Podemos averiguar uma situação de hipóxia e morte celular através de vários me-
canismos. Primeiramente, quando a célula começa a se desintegrar, várias enzimas 
que só existem dentro do citoplasma ou do núcleo começam a aparecer na circulação, 
e em alguns casos dá pra saber de que célula se originou tais enzimas. Além disso, a 
dosagem de lactato é muito importantepara saber se está ocorrendo uma situação 
de acidose celular, uma vez que esse produto só é gerado em processos de baixa 
rentabilidade e em situações de hipóxia celular. 
Para fagocitar os restos de célula presentes na circulação, uma série leucocitária 
é encaminhada e prejudica ainda mais a falta de oxigenação dos tecidos. Eles têm uma 
grande quantidade de espécies reativas de oxigênio, que são átomos instáveis que se 
ligam as poucas moléculas disponíveis de oxigênio na circulação. 
Atitudes médicas 
Normalmente em quadros de isquemia, o recomendado é adotar uma estratégia de 
reperfusão sanguínea, para que aumente o fluxo e se oxigene os tecidos. Costuma 
ser associado em conjunto uma droga que bloqueia a sinalização inflamatória. Mesmo 
que os vestígios celulares danificados precisam ser fagocitados, o excesso de espécies 
reativas de oxigênio não compensa. 
É muito comum que pacientes infartados apresentem quadros de infecção. Ocorre 
depois da reperfusão uma alta de leucócitos para combater os restos de células 
destruídas na circulação, fazendo com que se tenha prejuízo da série imunológica e 
assim tornam se mais fáceis as infecções oportunistas. 
Sinais de necrose 
Em um minuto, já existe mitocôndria com edema. No citoplasma, ocorre redução de 
glicogênio (tom muito mais rosa no citoplasma, o corante tem muita afinidade por pH 
ácido), no núcleo já ocorre agregação da cromatina. 
Em torno de 3 a 8 horas, ocorre alterações visíveis nas fibras musculares. Ficam 
mais finas, aglomeradas e com desorganização das estriações. Em 1 dia, ocorrem 
fibras mais eosinofilicas, cariólise (núcleo fragmentado). Em 3 a 6 dias, ocorre uma 
grande infiltração de neutrófilos. Resposta inata com neutrófilos (estão sempre pre-
parados para combater), em criança tem mais linfócitos (mais reconhecimento de 
antígenos). Em 7 a 14 dias, ocorre uma concentração grande de macrófagos no tecido 
e monócitos no sangue. Fagocitose dos restos celulares e liberação de interleucinas 
para os fibroblastos (síntese de colágeno). Mais de 4 semanas, já se consolida uma 
fibrose. 
Necrose
 
Célula normal → Lesão celular → Lesão irreversível → Necrose 
É a morte de parte de um organismo vivo associada com a perda da integridade da 
célula devido ao rompimento das membranas, do núcleo e das organelas, ocorrendo 
extravasamento. Ocorre por ação enzimática destrutiva que age na célula após um 
estímulo nocivo frente ao qual a célula não consegue se adaptar. As enzimas que 
realizam esse processo têm como objetivo eliminar a célula morta através de 
leucócitos (atuação de seu lisossomo com enzimas) e também dos lisossomos da própria 
célula lesada. O extravasamento de conteúdos celulares para o ambiente tecidual dis-
para múltiplos sistemas de detecção de padrão molecular associado ao perigo (DAMP) 
Embora não exista qualquer ponto de corte bem estabelecido no qual as adaptações 
celulares e a lesão celular se torne irreversível, os mecanismos moleculares evolvidos 
na lesão celular e as alterações celulares histológicamente detectáveis associadas 
estão bem definidas. 
Todos os agentes prejudicados atuam interrompendo uma das quatro vias celulares. 
Estas estão inter-relacionadas e a falha em qualquer uma delas irá levar, em última 
análise, à falha das outras. São elas: 
1. Respiração aeróbica, fosforilação oxidativa mitocondrial e produção de ATP 
2. Síntese proteica 
3. Manutenção da integridade da membrana celular 
4. Manutenção da integridade do genoma (incluindo a replicação e o reparo do DNA) 
O processo de necrose é sempre patológico e por ação imunológica, sempre gera 
um processo inflamatório. Ocorre autólise, necrofanerose, picnose nuclear, eosinofilia 
do citoplasma, ruptura da membrana celular e degeneração das mitocôndrias 
A autólise é a digestão de um tecido morto por suas próprias enzimas. O termo vale 
tanto para um tecido necrótico num organismo vivo como para a decomposição do 
organismo após a morte. A necrose é o evento da parada de funcionamento da célula 
como máquina organizada. A necrofanerose é o aparecimento das características 
morfológicas da necrose no tecido (ou seja, picnose nuclear, eosinofilia do citoplasma). 
O tempo para que ocorra varia com o tipo de tecido, temperatura, circunstâncias 
metabólicas e o método de observação empregado. Com o microscópio óptico, o tempo 
para necrofanerose é tipicamente de 6 horas e com o microscópio eletrônico as 
alterações irreversíveis (ruptura da membrana celular, degeneração das mitocôn-
drias), são demonstráveis já minutos após a necrose. 
Com a destruição das membranas lisossomais, ocorre liberação de catepsinas lisos-
somais promovendo lise celular. Posteriormente as fosfolipases hidrolisam fosfolipídios 
afetando a estabilidade das membranas das células e das organelas. Os níveis exces-
sivos de Ca2+ levarão à lesão mitocondrial mediada por um processo denominado tran-
sição de permeabilidade mitocondrial, uma vez que a membrana mitocondrial interna 
forma poros levando a despolarização mitocondrial, desacoplamento do transporte de 
elétrons, falha na produção de ATP, edema mitocondrial e lise. 
A lesão de reperfusão ocorre em células que são relativamente resistentes à lesão 
isquêmica (tais como os miócitos cardíacos) sofrem lesão adicional e necrose após o 
reinício da perfusão (lesão por reperfusão). O ATP residual (produzido por glicólise), 
permite que as mitocôndrias danificadas mantenham a polarização e retornem a seu 
funcionamento com o reinício da perfusão. O baixo pH intracelular resultante da glicólise 
estabiliza as mitocôndrias e retarda o processo denominado transição de permeabili-
dade mitocondrial. Durante a reperfusão, tais mitocôndrias continuam a acumular Ca2+ 
e liberam quantidades significativamente elevadas de espécies reativas de oxigênio no 
citoplasma. 
Mitocôndrias normais liberam pequenas quantidades de oxigênio molecular na forma 
de radicais livres superóxidos como um subproduto do transporte de elétrons. Blo-
queios na cadeia respiratória (como seria esperado em mitocôndrias danificadas) po-
dem levar ao aumento da produção de ROS. Uma ausência de equilíbrio entre os me-
canismos protetores e a produção de ROS leva ao estresse oxidativo no interior da 
célula. 
Durante o processo de necrose, ocorre um aumento da eosinofilia celular, isto é, ao 
ser aplicado o corante HE, a célula se torna muito mais rósea. Isso acontece porque 
quando se desnaturam algumas proteínas plasmáticas, estas se tornam mais básicas 
e consequentemente aumentam sua afinidade por corantes ácidos. Além disso, é pos-
sível notar ao microscópio que as células necróticas apresentam uma membrana (or-
ganelas e plasmática) descontinua e com um grande aumento da mitocôndria, com 
presença de grandes densidades amorfas. Ademais, há a granulação citoplasmática 
devido a tumefação e posterior ruptura das organelas. 
Além das alterações citoplasmáticas, ocorre alterações nucleares. As alterações 
nucleares normalmente aparecem por: 
o Cariólise: quando a basofilía (coloração azul) começa a esmaecer, principalmente 
por causa da DNAse. 
o CALPAO nuclear: padrão notado com a retração nuclear e aumento da basofilía, 
causada por uma grande condensação e solidificação do DNA. 
o Cariorrexe: quando o núcleo picnótico sofre uma fragmentação. 
Ocorrem alterações tanto na membrana celular quanto nas mitocôndrias. Na mem-
brana celular, ocorre formação de bolhas na superfície com o destacamento da mem-
brana do citoesqueleto, ruptura da membrana celular devido ao enfraquecimento de-
corrente da redução da síntese proteica e alteração nos ácidos graxos dos fosfolipí-
dios, com liberação do material intracelular, formando uma massa indistinta eosinofílica 
homogênea, vista principalmente nas necroses de caseificação e as junções interce-
lulares se tornam frouxas ou desaparecem. Nas mitocôndrias corre condensação da 
matriz mitocondrial com a deficiência de O2, tumefação mitocondrial, uma vez que a 
expansão da câmara internaleva a redução do número de cristas, que vão achatando 
até o desaparecimento completo (cristólise). A tumefação mitocondrial, conservando 
a arquitetura das cristas, é uma lesão reversível. A perda das cristas e aparecimento 
de estruturas amorfas são indicativos de lesão irreversível 
Após sofrerem o processo de necrose, as células podem persistir por algum tempo 
ou ser digeridas por enzimas e desaparecer. As células mortas são substituídas por 
figuras de mielina que são fagocitadas por outras células ou degradadas em ácidos 
graxos. Esses ácidos se ligam a sais de cálcio e se tornam células calcificadas. 
A necrose possui alguns tipos específicos, são eles a de coagulação, liquefativa, 
gangrenosa, caseosa, gordurosa e fibrinóide 
A necrose de coagulação é uma forma de necrose tecidual onde a arquitetura dos 
tecidos mortos é preservada por dias, adquirindo uma textura firme. Isso acontece 
 
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porque a lesão não apenas desnatura as proteínas estruturais como também desna-
tura as enzimas, inibindo a proteólise da célula morta. Como resultado, gera células 
eosinofílicas e anucleadas por dias, até que haja uma digestão por leucócitos e fago-
citose pelos fagócitos. Macroscopicamente possui aspecto amarelo pálido, sem brilho, 
com limites quase precisos de forma irregular (circulação dupla ou colateral) ou trian-
gular (circulação terminal), dependendo do órgão atingido e do tipo de circulação. Mi-
croscopicamente, há preservação do contorno básico da célula coagulada por pelo 
menos alguns dias e aumento da acidofilia intracelular. Esse tipo de lesão é caracterís-
tica de infartos em todos os órgãos sólidos, com exceção do cérebro. Pode ocorrer 
na maioria dos infartos, tumores de crescimento rápido, lesões intensas por agentes 
físicos ou químicos, necrose caseosa, gangrena e esteatonecrose. 
O infarto pode ser dividido em infarto branco/anêmico/isquêmico ou infarto ver-
melho/hemorrágico. O infarto branco possui área de necrose de coagulação (isquê-
mica) ocasionada por hipóxia letal local, em território com circulação do tipo terminal, 
a causa é sempre arterial (oclusão trombo-embólica, compressiva) e os órgãos mais 
comumente lesados são os rins, o baço e o coração. O infarto vermelho possui área 
de necrose edematosa e hemorrágica ocasionada por hipóxia letal local, em território 
com circulação preferencialmente do tipo dupla ou colateral (pulmão / fígado). Na 
necrose de coagulação na presença de circulação residual (a partir de uma fonte 
alternativa), suficiente para demonstrar hemorragia tecidual maciça. Tanto a oclusão 
arterial como a venosa podem causar infartos vermelhos 
No infarto renal a área de necrose coagulativa é firme e pálida (por ausência de 
circulação), bem delimitada do tecido normal. Quando a causa é isquêmica (infarto), é 
característica a forma em cunha, com o ângulo voltado para o centro do órgão, isto 
é, para o vaso ocluído. Em casos de isquemia glomerular, os glomérulos não sofrem 
necrose por serem predominantemente estruturas conjuntivas e, portanto, de me-
tabolismo mais baixo. 
A necrose gordurosa ou esteatonecrose é um tipo de necrose coagulativa do tecido 
adiposo, caracterizada por áreas focais de destruição gordurosa, causada principal-
mente pela liberação de lipases pancreáticas (no caso do pâncreas) no peritônio e 
cavidade abdominal após lesões traumáticas, isquêmicas ou químicas. É bastante ob-
servada na pancreatite aguda, em que a ação de lipases pancreáticas libera ácidos 
graxos dos triglicérides que reagem com íons Ca2+ dos líquidos intersticiais formando 
sabões insolúveis de cálcio, que têm aspecto semelhante a cera de vela (reação de 
saponificação). Ocorre no tecido peripancreático, no tecido gorduroso da glândula ma-
mária ou em qualquer região onde houver tecido gorduroso em grande quantidade 
sujeito a trauma intenso. Macroscopicamente, a necrose pancreática exibe alguns 
“triângulos" onde está a “cera de vela”.. Ao exame histológico, os focos de necrose 
exibem contornos sombreados de adipócitos necróticos com deposito de cálcio baso-
fílicos circundados por reações inflamatórias. 
A necrose liquefativa é causada é causada pela interrupção vascular e é normal-
mente observada em infecções bacterianas focais ou fúngicas. Isso acontece porque 
a presença de microrganismos leva a um acúmulo de células inflamatórias, e as enzi-
mas de tais leucócitos digerem e acabam por liquefazer as células mortas, gerando 
um líquido amarelado e viscoso chamado de pus. Além disso, por motivos desconhecidos, 
as lesões por hipóxia no sistema nervoso central levam a necrose liquefativa. Um 
exemplo das necroses liquefativas são as espinhas (acne). Ocorre em tecidos ricos em 
lipídios e pobres em albuminas coaguláveis (SNC, suprarrenal e mucosa gástrica) e em 
abscessos (acúmulo localizado de pus num tecido, formando uma cavidade delimitada 
por uma membrana de tecido inflamatório; o líquido purulento se forma em virtude da 
desintegração e necrose do tecido original, microrganismos e leucócitos). 
As células necróticas são removidas rapidamente por fagocitose em toda a área 
necrótica. Não costuma haver parada completa, e sim uma redução acentuada da 
circulação que não impede a chegada de células sanguíneas ao local da lesão. 
A necrose gangrenosa é um tipo de necrose coagulativa. Não é considerada um tipo 
específico de morte celular. É um conceito normalmente aplicado a um membro, como 
a perna, que perdeu seu suprimento sanguíneo e fez um processo de necrose de 
coagulação, com várias camadas de tecido envolvidos. 
A gangrena pode ser dividida em seca, úmida e gasosa. Na gangrena seca, a área 
necrótica perde água para o ambiente, ficando seca, retraída, com aspecto mumifi-
cado, negra por alteração da hemoglobina. Geralmente localizada em extremidades 
como nariz, orelha e membros. Não apresenta o fator “dor”. Apresenta macroscopi-
camente, linha demarcatória entre a área normal e o tecido necrosado. Sua cor pode 
variar de amarelo esverdeado ao pardo enegrecido, em decorrência da decomposição 
hemoglobina. Pode ocorrer por causa isquêmica causada através do congelamento, 
vasoconstrição ou por doenças obstrutivas dos vasos periféricos, diabetes tipo I e II, 
gesso e bandagens muito apertadas e ocorre fisiologicamente no cordão umbilical. Na 
gangrena úmida o tecido necrótico se contamina com bactérias saprófitas, que dige-
rem o tecido, amolecendo-o. ocorrem preferencialmente nos pulmões, intestino, glân-
dula mamária e pele. Pode ocorrer por isquemia e liquefação. Pode se espalhar muito 
mais rápido do que a gangrena seca e pode levar a complicações potencialmente fatais. 
Há bolhas pretas e pus fétido abaixo da pele diluída na área. A gangrena gasosa ocorre 
quando as bactérias contaminantes pertencem ao gênero Clostridium. Pode haver 
também produção de gases e é também conhecida como “gangrena enfizematosa", 
"gangrena crepitante" ou "gangrena bolhosa”. Nela, há ação de bactérias anaeróbias 
gasógenas sobre o tecido necrosado. Ocorre por bactérias anaeróbicas produtoras 
de gás, ácido acético e ácido butírico. 
A necrose caseosa é um tipo de necrose coagulativa frequentemente encontrada 
em focos de infecção por tuberculose, onde o termo caseoso é utilizado para designar 
sua aparência de queijo (como ricota). É uma ação de degradação progressiva e irre-
versível feita por enzimas em tecidos lesionados. Macroscopicamente, as áreas de 
caseificação apresentam-se como massas circunscritas, amarelas, secas e friáveis. 
Microscopicamente, a lesão se mostra a partir de muitas células rompidas, com apa-
rência granular amorfa rósea, com calcificação frequente. Diferentemente da ne-
crose de coagulação, a arquitetura do tecido é completamente destruída e os contor-
nos celulares não podem ser distinguidos. Normalmente, a necrose caseosa está den-
tro de uma borda de inflamação nítida, podendo ser chamada de granuloma. 
A necrose fibrinóide é uma forma de necrose visível apenas a microscopia óptica,geralmente observado em processos de reação imune, onde ocorre uma deposição 
de complexos de antígenos e anticorpos depositados nas paredes das artérias. Em 
reação com a fibrina que extravasa dos vasos, os complexos depositados se tornam 
róseos brilhantes e amorfos, gerando um aspecto fibrinóide. 
Apoptose
Ao ser atingida por um estímulo lesivo, a célula normal sofre um estresse e busca 
passar por um processo de adaptação. Quando há incapacidade de se adaptar, a célula 
sofre lesão celular. Este pode ser reversível ou irreversível. Dentro dos irreversíveis 
tem-se a apoptose. 
A morte celular é a perda das atividades integradas da célula com consequente 
incapacidade de manutenção de seus mecanismos de homeostasia 
APOPTOSE 
AGENTES 
Estímulos fisiológicos, embriogênese, falta de fatores de 
crescimento, radiação, ligação com TNF e com linfócitos T 
MORFOLOGIA 
Condensação e fragmentação da cromatina, diminuição do 
tamanho da célula, compactação do citoplasma e das or-
ganelas, fragmentação da célula em corpos apoptóticos. 
QUEBRA DE DNA 
Intensa fragmentação do núcleo que é eliminado com os 
corpos apoptóticos 
RESPOSTA 
INFLAMATÓRIA 
Ausente (os corpos apoptóticos são revestidos por mem-
brana e digeridos, seu espaço é ocupado pelas células vizi-
nhas) 
A apoptose é uma via de morte celular induzida por um programa de suicídio estri-
tamente regulado no qual as células destinadas a morrer ativam enzimas que 
degradam seu próprio DNA e as proteínas nucleares e citoplasmáticas. Dessa maneira, 
demanda gasto de energia pela própria célula envolvida no processo. 
As células apoptóticas se quebram em fragmentos (corpos apoptóticos) que contêm 
porções do citoplasma e núcleo. As membranas plasmáticas destas células e seus 
corpos apoptóticos permanecem intactos, mas sua estrutura é alterada de tal ma-
neira que a célula e seus fragmentos se tornam alvos para os fagócitos. 
As células mortas e seus fragmentos são rapidamente devorados, antes que seus 
conteúdos extravasem, e desse modo a morte celular por esta via não inicia uma 
resposta inflamatória no hospedeiro. 
A apoptose ocorre normalmente durante o desenvolvimento e por toda a vida, e é 
destinada a eliminar células envelhecidas ou potencialmente perigosas e indesejáveis. 
É também um evento patológico quando as células doentes são lesadas de modo irre-
parável e são eliminadas. 
Em situações fisiológicas, a morte por apoptose é um processo normal que funciona 
para eliminar as células que não são mais necessárias e para manter, nos tecidos, um 
número constante das várias populações celulares. Este fenômeno é importante em 
situações fisiológicas, como na destruição programada de células durante a embriogê-
nese, involução de tecidos hormônios-dependentes sob privação de hormônio, perda 
celular em populações celulares proliferativas, eliminação de linfócitos autorreativos 
potencialmente nocivos e em casos em que a célula já cumpriu seu papel. 
 
Carolina Pretti – TXIV A 
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Em condições patológicas, a apoptose elimina células que são lesadas de modo irre-
parável, sem produzir reação do hospedeiro, limitando, assim, lesão tecidual paralela. 
A morte por apoptose é responsável por perda de células em diversas situações 
patológicas, como em lesão de DNA, acúmulo de proteínas anormalmente dobradas, 
morte celular em certas infecções, vírus e bactérias, drogas citotóxicas anticancero-
sas, radiação (estresse genotóxico), radicais livres e atrofia patológica no parênquima 
de órgãos após obstrução de ducto. 
As características morfológicas da apoptose são: 
o Retração celular, em que encontramos células de menor tamanho, com citoplasma 
denso e organelas mais compactadas 
o Condensação da cromatina (característica mais marcante), em que a cromatina 
se agrega perifericamente, sob a membrana nuclear, em massas densas de vá-
rias formas e tamanhos com possível rompimento nuclear, produzindo dois ou 
mais fragmentos. 
o Formação de bolhas citoplasmáticas e corpos apoptóticos, em que apresenta, 
inicialmente, bolhas superficiais extensas, sofrendo fragmentação em corpos 
apoptóticos envoltos por membrana compostos de citoplasma e organelas estrei-
tamente acondicionadas com ou sem fragmentos nucleares. 
o Fagocitose das células apoptóticas ou corpos apoptóticos, geralmente por ma-
crófagos, em que os corpos apoptóticos são rapidamente ingeridos pelos fagóci-
tos e degradadas pelas enzimas lisossômicas dos fagócitos. 
Acredita-se que as membranas plasmáticas permaneçam intactas durante a apo-
ptose, até os últimos estágios, quando se tornam permeáveis aos solutos normalmente 
retidos. Ao exame histológico, em tecidos corados com hematoxilina e eosina, as células 
apoptóticas aparecem como massas ovais ou redondas de citoplasmas intensamente 
eosinofílico (rosa) com fragmentos de cromatina nuclear densa. Como a retração ce-
lular e a formação de corpos apoptóticos são rápidas e os fragmentos são rapida-
mente fagocitadas, uma apoptose considerável ocorre nos tecidos antes que se torne 
evidente em secções histológicas. Além disso, a apoptose não induz a inflamação, difi-
cultando sua detecção histológica. 
As células apoptóticas geralmente exibem uma constelação distintiva de mudanças 
bioquímicas entre elas estão da ativação das caspases, quebra do DNA e proteína, 
alterações da membrana e reconhecimento pelos fagócitos. 
Uma das características específicas da apoptose é a ativação de vários membros 
de uma família de cisteína proteases, as caspases. O “c” se refere à cisteína pro-
tease, uma enzima com cisteína no seu sítio ativados e “aspases” se refere à habili-
dade dessas enzimas em clivar, depois, os resíduos de ácido aspártico. A família cas-
pase, pode ser funcionalmente dividida nos grupos desencadeador e executor, depen-
dendo da ordem na qual são ativados durante a apoptose. As caspases desencadea-
doras incluem a caspase-8 e caspase-9. Várias outras caspases, incluindo as caspase-
3 e caspase-6, agem como executoras. Como muitas proteases, as caspases existem 
como pró-enzimas inativas ou zimogênios, e devem sofrer clivagem enzimática para 
tornarem-se ativas. A presença de caspases ativas e clivadas, constitui um marcador 
para células que estão sofrendo apoptose. 
A homeostasia é mantida pelo controle da quantidade de proteínas anti-apoptóticas 
e pró- apoptóticas. O dano ao DNA estímulo à expressão de proteínas pró-apoptóticas 
a fim de não propagar essa mutação 
As células apoptóticas exibem quebras típicas do DNA em grandes fragmentos. 
Subsequentemente, há clivagem do DNA por endonucleases, dependentes de cálcio e 
magnésio, refletindo clivagem entre subunidades nucleossômicas. A atividade da endo-
nucleases também forma a base para a detecção de morte celular por técnicas cito-
químicas que reconhecem as quebras do duplo filamento de DNA. 
A membrana plasmática das células apoptóticas se altera em vias que promovem o 
reconhecimento de células mortas pelos fagócitos. Uma dessas alterações é o movi-
mento de alguns fosfolipídios do folheto interno para o folheto externo da membrana, 
onde são reconhecidos por receptores nos fagócitos. Esses lipídios são também de-
tectáveis pela ligação de uma proteína chamada anexina V, assim, a coloração da ane-
xina V é usada para identificar células apoptóticas. 
Todas as células possuem mecanismos intrínsecos que sinalizam morte ou sobrevi-
vência, e a apoptose resulta em um desequilíbrio nesses sinais. Como demasiada ou 
muito pouca apoptose é considerada a base de muitas doenças, há um grande inte-
resse em elucidar os mecanismos dessa forma de morte celular. Um dos fato notáveis 
é que os mecanismos básicos da apoptose (os genes e proteínas que controlam o 
processo e a sequência de eventos) são conservados em todos os organismos multi-
celulares. 
O processo de apoptose pode ser dividido em fase de iniciação, durante a qual 
algumas caspases se tornam cataliticamente ativas, e fase de execução, durante a 
qual outras caspases iniciam a degradaçãode componentes celulares críticos. O início 
da apoptose ocorre principalmente por sinais originados de duas vias distintas, a via 
intrínseca ou mitocondrial e a via extrínseca ou morte iniciada por receptor. Essas 
vias são induzidas por diferentes estímulos e envolvem grupos diferentes de proteí-
nas, embora haja entre elas alguma interconexão. As duas vias convergem para a 
ativação das caspases, que são mediadores reais da morte celular. 
Os inibidores da apoptose são a testosterona, estradiol, progesterona, prolactina, 
fatores de crescimento, interleucinas, hormônio de crescimento, gonadotrofinas e os 
genes BCl-2 e BCl-x. Os indutores de apoptose são glicocorticóides, privação de fato-
res de crescimento (IGF-I, EGF, PDGF, NGF), citocinas, Fas ligante, radicais livres, óxido 
nítrico e genes Bax, Bad, Bak 
Descrevemos as vias intrínseca e extrínsecas para o início da apoptose como dis-
tintas pois elas envolvem fundamentalmente moléculas diferentes para sua iniciação, 
mas existem interconexões entre elas. 
Via intrínseca ou mitocondrial 
É o principal mecanismo da apoptose em todas as células mamíferas e seu papel 
está bem estabelecido. É o resultado do aumento da permeabilidade mitocondrial e 
liberação de moléculas pró-apoptóticas (indutoras de morte) dentro do citoplasma. As 
mitocôndrias são organelas notáveis por conterem proteínas como o citocromo c, 
essenciais para a vida, mas algumas dessas proteínas, quando liberadas, iniciam o pro-
grama de suicídio da apoptose. A liberação dessas proteínas mitocondriais é controlada 
por equilíbrio finamente orquestrado entre membros pró e antiapoptóticos da família 
Bcl de proteínas. Fatores de crescimento e outros sinais de sobrevivência estimulam 
a produção de proteínas antiapoptóticas. Essas proteínas residem normalmente no 
citoplasma e nas membranas mitocondriais, onde controlam a permeabilidade mitocon-
drial que impede o extravasamento de proteínas mitocondriais que possuam capaci-
dade de disparar a morte celular. 
Quando as células são privadas de sinais de sobrevivência ou seu DNA é lesado, ou 
proteínas anormalmente dobradas induzem ao estresse do retículo endoplasmático, 
os sensores de lesão ou estresse são ativados. Esses sensores também são membros 
da família Bcl e incluem as proteínas denominadas Bim, Bid e Bad, que contêm um 
único “domínio de homologia Bcl-2” e são chamadas de proteínas apenas BH3. Os 
sensores, por sua vez ativam dois efetores críticos (pró-apoptóticos), Bax e Bak, que 
formam alogômeros que se inserem na membrana mitocondrial e criam canais permi-
tindo que as proteínas da membrana mitocondrial interna extravasem para o cito-
plasma. O resultado final da ativação de Bax-Bak, em conjunto com a perda das fun-
ções protetoras dos membros antiapoptóticos da família Bel, é a liberação para o 
citoplasma de várias proteínas mitocondriais que podem ativar a cascata de caspases. 
Uma dessas proteínas é o citocromo c. Uma vez liberado no citosol, o citocromo c liga-
se a uma proteína Apaf-1, que forma um hexâmero semelhante a uma roda e que 
tem sido chamado de apoptossoma. Esse complexo é capaz de se ligar à caspase-9, 
a caspase desencadeante crítica da via mitocondrial, e a enzima cliva moléculas adja-
centes de caspase-9, iniciando, assim, um processo de autoamplificação. Outras pro-
teínas entram no citoplasma, onde se ligam e neutralizam as proteínas citoplasmáticas 
que funcionam como inibidores fisiológicos da apoptose (as IAPs). A função normal das 
IAPs é bloquear a ativação das caspases, incluindo executoras como a caspase-3, e 
manter as células vivas. Portanto, a neutralização dessas IAPs permite o início da 
cascata de caspases. 
Há uma evidência de que a via intrínseca da apoptose pode ser disparada sem um 
papel da mitocôndria. A apoptose pode ser iniciada pela ativação da cascata de cas-
pases da mitocôndria e o aumento subsequente da permeabilidade mitocondrial e libe-
ração de moléculas pró-apoptóticas funcionam por amplificar o sinal de morte. Con-
tudo, mecanismos de apoptose envolvendo a iniciação independente de mitocôndria não 
estão bem definidos. 
Via extrínseca ou morte iniciada por receptor 
É iniciada pelo envolvimento dos receptores da morte da membrana plasmática em 
uma variedade de células. Os receptores de morte são membros da família do recep-
tor TNF que contêm um domínio citoplasmático envolvido nas interações proteína-
proteína, chamado de domínio de morte, pois ele é essencial para a entrega de sinais 
apoptóticos. Os receptores de morte mais bem conhecidos são o TNFR1 e uma pro-
teína denominada Fas, mas muitos outros foram descritos. O mecanismo de apoptose 
induzido por esses receptores de morte é bem ilustrado pelo Fas, um receptor de 
morte expresso em muitos tipos celulares. O ligante para Fas é o FasL, o qual é 
expressado nas células T que reconhecem antígenos próprios e alguns linfócitos T 
citotóxicos. Quando o FasL se liga ao Fas, três ou mais moléculas de Fas se reúnem e 
seus domínios de morte citoplasmática formam um sítio de ligação para uma proteína 
adaptadora que também contém um domínio de morte e é denominada FADD. A FADD, 
que é aderida aos receptores de morte, por sua vez, liga-se a uma forma inativa de 
 
Carolina Pretti – TXIV A 
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caspase-8 novamente através de um domínio de morte. Múltiplas moléculas de pró-
caspase-8 são então trazidas para a proximidade e se clivam entre si para gerar a 
capase-8. A enzima então inicia a cascata de ativação da caspases através da cliva-
gem, ativando, desse modo, outras pró-caspases. As enzimas ativas medeiam a fase 
de execução da apoptose. Essa via de apoptose pode ser iniciada por uma proteína 
chamada FLIP, que se liga a pró-caspase-8, mas que não pode clivar e ativar a caspase 
porque é desprovida de domínio protease. Alguns vírus e células normais produzem 
FLIP e usam este inibidor para se protegerem da apoptose mediada por Fas. 
Fase de execução da apoptose 
As duas vias de iniciação convergem para uma cascata de ativação de caspases 
que modulam a fase final da apoptose. Depois que uma caspase desencadeante é 
clivada para gerar sua forma ativa, o programa enzimático de morte é posto em 
movimento por ativação rápida e sequencial das caspases executoras. As caspases 
executoras, atuam em muitos componentes celulares. As caspases também degradam 
os componentes estruturais da matriz nuclear, promovendo, assim, a fragmentação 
do núcleo. Algumas das etapas da apoptose não estão bem definidas. 
Remoção das células mortas 
A formação de corpos apoptóticos quebra as células em pequenos fragmentos que 
são comestíveis para os fagócitos. As células apoptóticas e seus fragmentos sobrem 
também várias alterações em suas membranas que promovem ativamente sua fago-
citose de tal modo que são removidos antes de sofrer necrose e liberar seus conte-
údos. 
Em células saudáveis, a fosfatidilserina está presente no folheto interno da mem-
brana plasmática, mas nas células apoptóticas este fosfolipídio move-se para fora e 
é expresso na camada externa da membrana, onde é reconhecido por vários recep-
tores dos macrófagos. As células que estão morrendo por apoptose secretam fato-
res solúveis que recrutamos fagócitos. Alguns corpos apoptóticos expressam trom-
bospondina, uma glicoproteína adesiva que é reconhecida pelos fagócitos, e os próprios 
macrófagos podem produzir proteínas que se ligam às células apoptóticas e direcio-
nam, assim, as células mortas para o engolfamento. Os apoptóticos podem também 
ser revestidos por anticorpos naturais e proteínas do sistema complemento, notavel-
mente C1q, os quais são reconhecidos pelos fagócitos. Portanto, numerosos recepto-
res nos fagócitos e ligantes induzidos nas células apoptóticas estão envolvidos na liga-
ção e engolfamento dessas células. Esses processos de fagocitose das células apop-
tóticas é tão eficiente que as células mortas desaparecem, dentro de minutos, sem 
deixar traços, e a inflamação é ausente mesmo em face da extensa apoptose. 
PatologiasNo câncer ocorre proliferação descontrolada de células. A apoptose se torna insu-
ficiente para o controle e há atividade descontrolada de BCL-2. 
No Alzheimer ocorre apoptose excessiva, com altos níveis de p53 e morte neural 
precoce. 
Na AIDS há Indução de apoptose excessiva em células sadias do sistema imune. As 
células invadidas por vírus deixam de fabricar suas proteínas para fabricar a dos 
invasores 
Assim, em cânceres, doenças autoimunes e infecções virais, ocorre apoptose insu-
ficiente. E em doenças neurodegenerativas, AIDS, lesões isquêmicas e doenças do 
fígado, ocorre apoptose excessiva. 
Inflamações
A inflamação é uma resposta local do tecido vascularizado frente a uma agressão. 
Caracteriza-se por alterações no sistema vascular, nos componentes líquido e celula-
res, e por adaptação do tecido conjuntivo vizinho. Assim, só há resposta inflamatória 
se houver vascularização no tecido. Alguns tecidos, como a epiderme não tem vasos, 
não é possível que haja inflamação. Em alguns casos, por ampla vascularização da 
derme, pode haver migração de agentes inflamatórios para tecidos não vasculariza-
dos, tal processo denomina-se exocitose. 
AGENTE INFLAMATÓRIO → LIBERAÇÃO DE MEDIADORES → 
AUMENTO DE PERMEABILIDADE E EXSUDAÇÃO DE PLASMA 
O processo inflamatório visa compensar essas alterações de forma e de função 
por intermédio de reações teciduais, principalmente vasculares, que buscam destruir 
o agente agressor 
As inflamações são divididas em inflamação aguda e crônica. 
Uma inflamação aguda tem por definição duração de até três semanas, são media-
das por neutrófilos (polimorfonucleares) e duram de minutos a dias com exsudação de 
fluídos e proteínas plasmáticas e migração de leucócitos e neutrófilos (principalmente). 
Assim, este tipo de inflamação envolve fenômenos exsudativos (como alterações na 
permeabilidade vascular), edema, fibrina, neutrófilos e hemácias. 
Na inflamação crônica o início se dá após esse período de três semanas, são medi-
adas por linfócitos (linfomonucleases) e duram de meses a anos e estão relacionadas 
a presença de proliferação vascular, fibrose e necrose tissular. Pode ter presença 
de neutrófilos, neste caso é chamada de inflamação crônica reagudizada. 
Em um processo inflamatório a primeira coisa que acontece, é uma rápida vaso-
constrição, principalmente das artérias, para recrutar as células (inicialmente neutró-
filos que serão substituídos por linfócitos). Logo após, ocorrerá uma grande e ativa 
vasodilatação, principalmente de capilares e veias, causando hiperemia. A hiperemia, 
decorrente de aumento do fluxo sanguíneo local, é necessária para possibilitar a dia-
pedese. Na diapedese, as células da resposta inflamatória saem dos vasos sanguíneos 
e vão para o interstício para combater o agente agressor. Essa saída celular dos 
vasos acontece sem causar uma lesão endotelial dos vasos sanguíneos. Com o aumento 
da permeabilidade dos capilares há também a formação de poros (pinocitose), influen-
ciada pela diferença da pressão hidrostática e diferença da pressão osmótica. 
As células da resposta inflamatória farão, num primeiro momento a marginalização, 
ou seja, dentro do vaso sanguíneo os leucócitos irão se redistribuir, assumindo uma 
posição periférica mais próxima a parede endotelial. Os neutrófilos possuem uma mo-
lécula de adesão (proteínas ligantes) chamada selectina, que possui um receptor que 
se liga ao receptor tecidual, que faz com que ele seja reconhecido. Ela se integra, por 
meio das integrinas e passa para o interstício. Após a adesão, há a diapedese ou 
transmigração, isto é, os leucócitos irão migrar para o interstício através do endotélio. 
Num processo chamado quimiotaxia (locomoção originada ao longo de um gradiente 
químico), as células, após sua saída da circulação, migram para os tecidos em direção 
ao local da injúria. 
Assim, a saída para o meio ocorre para identificar o antígeno e programar a melhor 
resposta. No caso de vírus o linfócito T será a mais utilizada; quando há doença autoi-
mune temos um infiltrado linfoplasmocitário. 
Os sinais cardinais da inflamação são 
o Calor: é um fenômeno vascular resultado de um aumento da circulação no local 
inflamado (vasodilatação). Há aumento metabólico 
o Rubor: fenômeno vascular em que ocorre hiperemia devido a vasodilatação, que 
tem como objetivo maior chegada de células na lesão 
o Dor: resultado dos mediadores anti-inflamatórios devido ao acúmulo de substân-
cias biológicas que atuam sobre as terminações nervosas. 
o Inchaço/tumor: pseudoformação nodular devido ao extravasamento de transu-
dato para o interstício, causando aumento de líquido local. O transudato é rico em 
albumina e plasma. Já o exsudato é rico em células inflamatórias, restos de células 
mortas (debricelular) e pouco plasma 
o Perda de função: consequência somatória de outros fatores com alteração fun-
cional 
Na inflamação é dividida em fases, são elas a alterativa, a exsudativa e a produtiva. 
Na fase alterativa ocorre modificações morfológicas e funcionais dos tecidos agre-
didos que promovem a liberação de mediadores químicos, estes desencadeante das 
demais fases inflamatórias. 
Na fase exsudativa é característica do processo inflamatório. Esse fenômeno com-
põe-se de exsudato celular e plasmático oriundo do aumento da permeabilidade vas-
cular. 
Na fase produtiva relacionada à característica de hipermetria da inflamação, ou 
seja, exprime os aumentos de quantidades dos elementos teciduais, principalmente de 
células, resultando das fases anteriores. Essa hipermetria da reação inflamatória visa 
destruir o agente agressor e reparar o tecido injuriado. 
O edema pode ser um transudato ou um exsudato, dependendo da composição do 
líquido. O transudato é uma consequência do aumento da pressão hidrostática e aber-
tura nas junções interendoteliais. Este não contém macromoléculas, é rico em albumina 
e parecido com o plasma. O exsudato é uma consequência do aumento da hemocon-
centração e aumento da permeabilidade vascular. Este é rico em células inflamatórias 
e fibrina, apresentando aspecto de pus. 
Em uma inflamação, caso haja uma área inflamada que não consegue suprir aquele 
local com os vasos que se tem, dependendo do local, tem-se que fazer neoformação 
vascular. Forma-se novos vasos (angiogênese) através da liberação de mediadores 
(principalmente VEGF). 
Na permeabilidade vascular há contração da célula endotelial com efeito de media-
dores químicos (histamina, bradicinina, leucotrienos), agressão endotelial direta, 
 
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agressão endotelial mediada por neutrófilos e extravasamento de hemácias e leucóci-
tos a partir de capilares em regeneração. 
Os leucócitos ingerem agentes invasores, destroem microrganismos, degradam te-
cido necrótico e antígenos. Eles induzem injúria tecidual através de mediadores quími-
cos e radicais livres. Quando se combate um agressor, o tecido são também é atingido 
pelas formas de defesa do organismo. 
Mediadores de resposta inflamatória 
Os mediadores de resposta inflamatória são as aminas vasoativas (histamina e se-
rotonina) e sistemas plasmáticos (sistema de coagulação, sistema fibrinolítico, sistema 
de cininas e sistema complemento), responsáveis pela a ativação de receptores das 
células por substâncias liberadas pelo agente agressor. 
A histamina é uma amina vasoativa armazenada em mastócitos, basófilos e plaque-
tas. O mastócito é cheio de granulações, pois há grânulos de histamina, para liberar 
isso, ele passa pelo processo de degranulação. É responsável tanto por realizar uma 
vasodilatação aumentando a permeabilidade vascular, como por realizar uma vasocons-
trição, seu efeito dependerá do receptor que ela se liga. No foco inflamatório, é libe-
rada devido a injúria tecidual, mas também pode ser liberada pelo complexo antígeno-
anticorpo (IgE), C3a e C5a. Quando ligada ao receptor H1, a histamina aumenta a per-
meabilidade tecidual (principalmente de veias), faz contração de músculo liso,aumento 
da secreção muconasal, quimiotaxia de leucócitos e produção de prostaglandinas. As 
prostaglandinas, junto com bradicinina causam a sensação dolorosa. Quando ligada ao 
receptor H2, a histamina inibe a quimiotaxia dos leucócitos e estimular os linfócitos T 
supressores. Quando ligada ao receptor H1 e ao de H2, a histamina promove uma 
vasodilatação máxima. Quando ligada ao receptor H3, a histamina promove a inibição 
da síntese e secreção de histamina 
TECIDO 
EFEITO DA 
HISTAMINA 
MANIFESTAÇÕES 
CLÍNICAS 
SUBTIPO DE 
RECEPTOR 
PULMÕES Broncoconstrição 
Sintomas seme-
lhantes aos da 
asma 
H1 
MÚSCULO 
LISO 
VASCULAR 
Dilatação das vênulas pós capila-
res, dilatação das arteríolas ter-
minais e venocontrição 
Eritema H1 
ENDOTÉLIO 
VASCULAR 
Contração e separação das cé-
lulas endoteliais, inferência nat: 
“exsudação e transudação” 
Edema, reação de 
pápula 
H1 
NERVOS 
PERIFÉRICOS 
Sensibilização das terminações 
nervosas aferentes 
Prurido, dor H1 
CORAÇÃO 
Pequeno aumento da 
frequência e contratilidade car-
díacas 
Insignificantes H2 
No sistema de coagulação há a produção de fibrinas, que forma uma rede e impe-
dem a passagem das hemácias., realizando quimiotaxia com leucócitos. 
Após uma injúria tecidual, há um aglomerado de plaquetas, que induzirá a formação de 
tromboplastina através do tromboplastinogênio. A enzima da tromboplastina é respon-
sável por formar a trombina através da protrombina presente no plasma. A trombina 
age como uma enzima para converter o fibrinogênio em filamentos de fibrina que 
envolvem plaquetas, células sanguíneas e plasma para formar o coágulo, pela ação da 
vitamina K e do cálcio presentes no plasma. Permitindo, assim, a formação do coágulo. 
tromboplastinogênio → tromboplastina → protrombina → trombina 
→ fibrinogênio (solúvel) → fibrina (insolúvel – acúmulo de fibrinogênio). 
Todo o processo de coagulação pode ser desencadeado pelo fator de fator de 
Hageman ativado (fator XII), que é um conjunto de enzimas plasmáticas da trombo-
plastina. Ademais, o sistema de coagulação funciona como um sistema pró-inflamação, 
uma vez que a fibrina é essencial tanto para conter o extravasamento, quanto para 
auxiliar na mobilidade de células que sofreram diapedese ou que estão realizando qui-
miotaxia. A trombina promove aumento da adesão de leucócitos e proliferação de 
fibroblastos (produtor de colágeno tipo 3), importante para a reparação tecidual. 
Dessa maneira, um processo inflamatório pode evoluir para processo inflamatório 
crônico, para resolução ou cicatrização. 
No sistema fibrinolítico, haverá a conversão do plasminogênio em plasmina. A plas-
mina é uma enzima proteolítica, que possui a função de dissolver a fibrina. Assim, ao 
mesmo tempo que se forma o trombo pelo sistema de coagulação, é necessário que 
esse seja extinto pelo sistema fibrinolítico, para que não haja a formação de um 
embolo. A degradação da fibrina e do fibrinogênio gera produtos capazes de aumentar 
a capacidade tecidual e a lise do coágulo gera fibrinopeptídeos que tem ação quimiotá-
tica. 
No sistema de cininas, a bradicinina tem efeito semelhante ao da histamina. Através 
de reações enzimáticas, há a ativação do fator de Hageman (fator XII). Ocasionando a 
ativação da pré-calicreína em calicreína e a ativação do cininogênio em cinina (bradici-
nina). A bradicinina não é detectada no exsudato inflamatório, uma vez que é rapida-
mente inativada por outros sistemas. Assim, ao mesmo tempo que é ativada, é ne-
cessário que esse ocorra a inativação. A bradicinina possui efeito de vasodilatação, 
aumento da permeabilidade e provoca contração da musculatura lisa, causando dor. 
O sistema complemento é constituído por complementos na forma inativa plasmá-
tica. Nesse sistema há duas vias, a clássica e a alternada. Na via clássica, o complexo 
antígeno-anticorpo (IgG ou IgM) atrai uma molécula maior, chamada de C1 e ativa a 
cascata. Na via alternativa, não há dependência do anticorpo, basta ligar o C3b, que 
será clivado por uma C3 convertase, formada a partir de uma proteína b. Além disso, 
a C3 por ser instável, pode ser clivada facilmente. A ativação de C3 se dá por en-
dotoxinas. Em ambas as vias, uma proteína ativa a outra por meio da clivagem, tor-
nando a próxima ativa e formando uma cascata no sistema complemento. Cada sis-
tema complemento, possui uma função diferente. O C2 ativo possui uma ação seme-
lhante as aminas vasoativas. O C3b ativo facilita a fagocitose pelos macrófagos atra-
vés da opsonização e estimulam as plaquetas a liberarem mediadores inflamatórios e 
fatores de coagulação. O C3a ativo promove a degranulação de mastócitos e liberação 
de leucotrieno. O C5 ativo estimula liberação das enzimas lisossomais, histamina e leu-
cotrieno, realizando quimiotaxia para macrófagos, assim, ativando a cascata de lise 
celular (função mais importante de todo o sistema). O sistema complemento ocorre 
principalmente em doença autoimune. Uma inflamação pode virar autoimune, depen-
dendo do que ela ativará. Não é possível selecionar qual a cascata que será usada e 
todas as células serão ativadas. 
Mecanismos reguladores 
São mediadores anti-inflamatórios responsáveis por bloquear os sistemas pró-infla-
matórios, a fim de evitar um colapso inflamatório. 
O principal mediador é o produto do metabolismo do ácido aracdônico, que serve 
para modular a resposta inflamatória e imunológica. mediador só ocorre, quando há a 
estimulação dessas células 
O metabolismo do ácido aracdônico começa com oxidação do ácido aracdônico atra-
vés das fosfolipases (podem ser inibidas por esteróides). Há duas vias pelas quais o 
metabolismo pode ocorrer, uma mediada pela cicloxigenase e outra pela lipoxigenases. 
Na via mediada pela cicloxigenase, tem-se as prostaglandinas, prostaciclinas e trom-
boxanos. As prostaglandinas possuem no próprio local de inflamação, em reações sis-
témicas e reações locais, sendo as mais frequentes a prostaglandina E2, a prosta-
glandina F2α e o tromboxano. A prostaglandina realiza vasodilatação e agregação 
plaquetária. O tromboxano realiza vasoconstrição e agregação plaquetária. 
Na via mediada pela lipoxigenase, os produtos são os leucotrienos, sendo os principais 
o leucotrieno B4, leucotrieno C4, leucotrieno D4 e leucotrieno E4, todos gerados a partir 
 
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do precursor leucotrieno A4. Esse conjunto de leucotrieno são relacionados com uma 
substância pulmonar, promovendo uma contração lenta do músculo liso pulmonar. Os 
leucotrienos podem promover quimiotaxia, aumento de permeabilidade e agregação e 
adesão de leucócitos. Alguns deles provocam vasoconstrição. 
Os fatores de ativação plaquetária são derivados dos fosfolipídeos. Possuem a fun-
ção de agregação plaquetária, vasoconstrição, adesão leucocitária, degranulação e qui-
miotaxia. São responsáveis por aumentar a permeabilidade vascular e estimular a pro-
dução de interleucina 1. 
Células 
Os neutrófilos estão presentes na inflamação aguda. Estes se originam na medula 
óssea, se tornam maduros em 5 dias e morrer em 2 dias depois que saem dos vasos. 
Se dirigem ao interstício por diapedese. A fibrina presente na inflamação ajuda o 
neutrófilo a se locomover no interstício. Algumas substâncias possuem quimiotaxia para 
os neutrófilos, promovendo uma migração dirigida para o foco da agressão exógenos 
ou endógenos. São os primeiros a alcançarem a área da reação inflamatória, pela 
migração desencadeada por quimiocinas (interleucina 8). Microscopicamente, o acúmulo 
de neutrófilos indica purulência. 
Os monócitos/macrófagos estão presentes na inflamação aguda. Realizam fagoci-
tose e possuem MHC II responsável pela apresentação de antígenos para Linfócitos 
T. Os monócitos estão no sangue, enquanto os macrófagos estão no tecido. Podem 
ser ativados por interleucinas 1 e 8, e TNFα 
Os mastócitos possuem receptores para IgE, realizam degranulação e liberam his-
tamina e interleucinas 4, 5 e 13. Além da histamina eles armazenam grânulos heparinae algumas proteases. São diferenciados de acordo com órgão que estão presentes. 
Os basófilos possuem núcleo lobulado, receptores de IgE para C3a e C5a e liberam 
histaminas. 
Os plasmócitos junto aos linfócitos, estão nas inflamações crônicas se encontram, 
principalmente, nos órgãos linfóides. Se originam na medula óssea, aparecem nas cro-
nificações e são encontrados associados à resposta imune. São responsáveis pela 
produção de imunoglobulinas. 
Os eosinófilos são eosinofílicos e atuam como uma célula fagocitária junto do neu-
trófilo e do macrófago. Permanece na circulação por, em média, 14 horas antes de 
migrar para o interstício e morrem em 6 dias (vida longa). Possuem grânulos lisossomais 
e enzimas semelhantes aos dos neutrófilos (principalmente peroxidase). Possuem re-
ceptores para imunoglobulinas (eosinófilos maduros - principalmente IgE) e para com-
plementos. Podem ser ativados por interleucina 2, linfócitos T, macrófagos, fator do 
endotelial, fator agregante plaquetário, TNF, interferons e parasitas. Estão presentes 
em reações de hipersensibilidade. Bloqueiam a ação da histamina e dos leucotrienos 
liberados por mastócitos. Estão presentes na fase mais tardia da inflamação, uma vez 
que realiza modulação de reação alérgica 
Os linfócitos estão presentes na inflamação crônica. Se originam na medula óssea 
e posteriormente são encaminhados para órgãos linfóides, onde irão se multiplicar. 
São encontrados associados à resposta imune e são subdivididos em linfócito T, linfó-
cito B (produção de imunoglobulina) e linfócito NK. 
Hemorragia
O sistema cardiovascular é um sistema fechado constituído pelo coração, sangue e 
vasos sanguíneos. O coração funciona como uma central de bombeamento, sendo 
responsável por impulsionar o sangue que será distribuído pelo organismo e retornará 
para ele através de uma rede distribuidora tubular composta pelas circulações pulmo-
nar (pequena) e sistêmica (grande). Possui como função o transporte de gases, trans-
porte de nutrientes, transporte de resíduos e metabólicos, transporte de hormônios, 
intercâmbio de materiais, transporte de calor, distribuição de mecanismos de defesa 
e coagulação sanguínea. 
As doenças cardiovasculares podem acometer todos os componentes deste sis-
tema. 
O sangue é composto por plasma (60%) e por elementos figurados (40%), o qual 
é constituído de hemácias, leucócitos e plaquetas. As células do elemento figurado são 
originadas na medula óssea contida no interior dos ossos. O fluxo laminar é a quantidade 
de sangue que corre no interior dos vasos. Com isso, é composto de elementos celu-
lares, plaquetas e plasma. 
 
 
 
Os vasos linfáticos são responsáveis pela remoção dos fluidos em excesso, dando 
origem a linfa. 
Hemorragia é a saída de sangue do espaço vascular para o extravascular ou para 
fora do organismo. É o distúrbio da circulação caracterizado pela saída de sangue do 
compartimento vascular ou das câmaras cardíacas para o meio externo, para o in-
terstício ou para as cavidades pré-formadas. 
Podem ser causadas por ruptura da parede vascular, trauma, formas espontâneas 
(aneurismas), neoplasias, erosão ou digestão da parede vascular, aumento da pressão 
sanguínea, infecções, inflamações, trombocitopenias e hipovitaminose K. 
São classificadas de acordo com a origem (arterial, venosa ou capilar), com a locali-
zação (externa ou interna), com a intensidade (leve, moderada ou grave) e quanto a 
natureza/mecanismo de formação (por rexe ou diapedese). 
A hemorragia arterial apresenta saída de sangue intermitente, o qual possui colo-
ração vermelho brilhante. A hemorragia venosa apresenta saída de sangue contínua, 
o qual possui coloração vermelho escuro. A hemorragia capilar apresenta saída de 
sangue em pequena quantidade. 
A hemorragia externa ocorre quando a exteriorização do sangue por orifícios cor-
póreos, recebendo denominações específicas. Esta denominação é composta pelo pre-
fixo “hemo” ou “hemato” e pelo sufixo “ragia”. A eliminação de sangue pelo ânus pode 
ocorrer em forma de melena (sangue digerido, confere cor escura às fezes) ou he-
matoquezia (sangue não digerido, coloração vermelha). 
A hemorragia interna ocorre quando o sangue se acumula em tecidos ou cavidades 
orgânicas. A denominação é composta pelo prefixo “hemo” ou “hemato” e pela cavi-
dade. Pode ser dividia quanto sua morfologia em: 
o Petéquias: aumento local da pressão vascular, apresentam-se puntiformes e es-
parsas (1-2mm). Ocorre em trombocitopenia. 
o Púrpuras: reunião de petéquias de até 1 cm de diâmetro. Ocorre em trauma e 
vasculite e é utilizado para descrever um quadro hemorrágico generalizado 
o Hematoma: acúmulo de sangue em certa região formando uma espécie de tumor 
o Equimoses: ocorre quando há extravasamento dos humores. Os glóbulos verme-
lhos são degradados e fagocitados pelos macrófagos, a hemoglobina (cor verme-
lho-azulada) é, então, convertida enzimaticamente em bilirrubina (cor azul-esver-
deada) e, depois em hemossiderina (cor marrom-dourada), representando as mu-
danças na cor que são características em um trauma. Refletem manchas difusas, 
planas e irregulares. Possuem, em média, de 2 a 3 cm de diâmetro 
A hemorragia por rexe (saída de sangue em jato) se dá quando há ruptura da 
parede vascular, podendo ser resultado de traumatismo, enfraquecimento da parede 
e aumento da pressão arterial. O aneurisma é resultado do enfraquecimento da pa-
rede, causando uma dilatação e havendo perigo de ruptura (quanto maior o aneurisma, 
maior a chance de romper. 
A hemorragia por diapedese se dá sem lesão aparente da parede do vaso, geral-
mente ocorre a nível capilar e é frequentemente do tipo petequial. As hemácias saem 
por capilares entre as células endoteliais. Podem ser causadas por coagulopatias e 
congestão prolongada em vênulas e capilares. A lesão endotelial é causada por endoto-
xinas. 
A hemorragia leve é caracterizada por não interferir significativamente no orga-
nismo. Na hemorragia moderada é preciso ter cuidado, porém não indica risco de vida. 
A hemorragia grave é caracterizada por afetar um órgão essencial ou importante 
e/ou com perda rápida de grandes volumes sanguíneos (maior que 1/3 da volemia), 
havendo risco de vida evidente e risco de choque hipovolêmico. 
A hemorragia pode se apresentar macroscopicamente e microscopicamente. Ma-
croscopicamente possui aspecto vermelho vivo ou arroxeado na área atingida. Micros-
copicamente vê-se hemácias fora do vaso, podendo estar livres, aglomeradas em 
coágulos ou fagocitadas por macrófagos. 
Há uma condição, denominada hemossiderose, a qual é resultante do metabolismo da 
hemoglobina e libera pequenos grânulos nos tecidos acometidos pela hemorragia. 
O mecanismo da hemorragia é iniciado com aumento da permeabilidade vascular do 
capilar, havendo extravasamento do líquido vascular, devido a diminuição da pressão 
oncótica presente dentro dos vasos. A diminuição da pressão oncótica, levará a dimi-
nuição do volume sanguíneo (volemia). Contudo, por perda do líquido haverá aumento da 
concentração de hematócrito, e consequentemente, haverá acúmulo de hemoglobina 
devido à perda de proteínas no vaso. O sangue, assim, sofrerá aumento da viscosidade, 
 
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aumentando a resistência periférica do vaso à passagem de sangue. Com isso, o san-
gue tem mais dificuldade de circular e tem menos sangue disponível para vencer toda 
essa resistência e tentar compensar o que se perdeu na hemorragia, havendo dimi-
nuição do débito cardíaco e podendo evoluir para um choque hipovolêmico 
O choque hipovolêmico é causado pela perda súbita de quantidade apreciável de 
líquidos do organismo. Pode ocorrer devido a sangramentos intensos, perda cutânea, 
desidratação e perda do líquido para o meio extracelular. 
A dilatação arterial e venosa, bem como a perda de fluidos para o espaço extra-
vascular resultam na hipovolemia. A hipovolemia pode causar taquicardia, um estado 
hiperdinâmico, uma vasodilatação sistêmica progressiva

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